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2.1-RESÍDUOSHOSPITALARES:DEFINIÇÃOECLASSIFICAÇÃO
Aexistênciaderesíduosdaprestaçãodecuidadosdesaúdeasereshumanoseaanimais,incluindoasactivid
adesmédicasdeprevenção,diagnóstico,tratamentoeinvestigação,constituiumimportanteproblemade
saúdepúblicaeambiental,edeterminaacrescentepreocupaçãoeatençãodoExecutivonasalvaguardados
efeitosnegativosquepodemafectaraspopulações.
Deumaformageral,podedizer-
sequeresíduoétudoaquiloquejánãotemproveitoparaasatividadeshumanasounãohumanas,podendoes
teterdiversasorigens,desdeaindústria,àsresidênciasou,então,aocomércio.Entreosváriostiposderesíd
uosencontramosolixo,produzidodediversasformas,etodoaquelematerialquenãopodeserenviadopara
olixo,porseraltamentetóxicoounefastoparaomeioambiente.
Umavezdefinidooconceitoderesíduonoseutodo,podemosdizerqueosRHsãotudoaquiloquenãotemap
roveitamentoequeresultadaprestaçãodecuidadosdesaúde.Asorigenspodemserdiversas,taiscomohos
pitais,laresdeterceiraidadeoucentrosdesaúde.
AOrganizaçãoMundialdeSaúde(OMS)defineotermoresíduohospitalarcomoenglobandotodososresí
duosgeradoseminstalações,centrosdepesquisaelaboratóriosrelacionadosaprocedimentosmédicos.
(Gonçalves,2005)
EmAngola,deacordocomoDecreto-
Leinº194/2012de24deAgosto,noArtigo3.º,«ResíduosHospitalares»,sãoosresíduosproduzidosemun
idadesdeprestaçãodecuidadosdesaúde,incluindoosresultantesdasactividadesdediagnóstico,tratame
ntoeinvestigaçãohumanaeveterinária.
Contudo,oconceitoderesíduoshospitalaresnãoéuniversal,variandodeEstadoparaEstado,comtermos
distintos,istoé,nãoexisteconsenso,aoníveldosváriospaíses,sobreasdesignaçõesedefinições.Logo,os
principaisproblemascomagestãodosresíduoscontinuamaestarrelacionadoscomadificuldadeemident
ificarobjetivamentealgunstiposderesíduos,especialmenteosinfeciosos,pornãohaveruniformidadede
critériosentrepaíses,paraalémdostermosdedefinição,naclassificação.
SegundoTavares(2004),asestimativasapontamparaqueapenascercade10a20%dosRHproduzidospel
asunidadesdeprestaçãodecuidadosdesaúde(UPCS)sejaminfeciosos,masestesvalorespodematingiro
s80%consoanteasclassificaçõesedefiniçõesadotadas.Asdefiniçõesmaisabrangentespodemlevaraum
aumentodevolumederesíduosinfeciosos,queinfluenciademaneirasignificativaoscustosdegestão.
Comoasunidadestêmdificuldadeemclassificarquaisosresíduosquesãoinfeciososeosquenãoosão,sab
e-
sequenestescasosháumatendênciaparaclassificartodoscomoinfeciosos.Esteconhecimentovaipermit
irdiminuirosriscosemtermosdesaúdeedeambiente,bemcomodiminuiroscustosinerentesàsuagestão.
AtravésdoDecretopresidencialnº160/2014,de18deJunho,Angolaadotouumaclassificaçãoquedividi
uosresíduoshospitalaressegundo5grupos,nomeadamente:
GrupoA:Resíduosgerais;
GrupoB:Resíduosinfecciosos;
GrupoC:Resíduosperfurocortantesouescarificantes;
GrupoD:ResíduosQuímicos;
GrupoE:Resíduosradioactivos.
2.2-LEGISLAÇÃOEPOLÍTICASDEGESTÃO
ATabelaabaixoresumeasprincipaisLeiseDecretosexistentesemAngoladeapoioaregulamentaçãoamb
iental.
Tabela1:PrincipaisleisedecretosparaoenquadramentodaGRHanívelnacional.
Lei/Decreto Pontosprincipais
Constituição Estabeleceodireitoaosaneamentobásico–
daRepublica(revi atravésdodireitodoambiente“todostêmdireitodevivernumambien
são2010) tesadioenãopoluído,bemcomo,odeverdeodefenderepreservar)
D.P262/10de24de Defineasprincipaisorientaçõeseestratégicosquedevemserimplem
Novembro.Polític entadasatravésdosprogramasintegradosdedesenvolvimentoecom
aNacionaldeSaúd bateapobreza,dosplanosprovinciaisemunicipaisdedesenvolvime
e(PNS) ntosanitário(PPMDS)eosrespectivosplanosoperacionais.
Decretoexecutivo Daorientaçõeseconteúdosafazerempartedosplanosdegestãoderesí
234/13sw18Junh duosurbanos.
o
Normasorientad
orasparaelabora
çãodeplanosprov
inciaisdegestãode
resíduos
Urbanos
Lei21B/ Defineaorganizaçãoeestruturahierárquicadeprestaçãodecuidados
92de28deAgosto. desaúde,classificandoasunidadessanitáriasemcategorias.
Lei base do
sistema Nacional
desaúde
D.P196/12de30de Determinaasautoridadescomunaisresponsáveispelagestãoderesí
Agosto. duosurbanos,asmetodologiasderecolha,transporte,eliminação,be
mcomo,asustentabilidadefinanceiradosector.
Planoestratégico
paraagestãoderes
íduosurbanos
Decreto51/04Estu Quedefineasregrasdeavaliaçãoambientalparanovosprojectos
dodeimpacteambi
ental
Decreto1/10audito Queestabelecearealizaçãodeauditoriasambientaisàactividadepúbl
riasambientais icaseprivadas
LeiBasedoAmbien Definequeogovernodevepublicarecumprirlegislaçãodecontrolod
te aprodução,emissão,deposito,importaçãoegestãodepoluentesgaso
sos,líquidosesólidos.
Proíbeaimportaçãoderesíduosouresíduosperigosos
D.P178/13de6de QuedámandatoaDirecçãoNacionaldeSaúdePública(DNSP)parapr
Novembro– omoveracçõesdesaneamentobásicoedeambienteincluindogestãod
estatutoorgânico eresíduos.
doministériodeSa AssimcomoaDirecçãoNacionaldeServiçosdeSaúde(DNSS)–
úde
promoveraqualidadedeassistênciaegestãohospitalardoServiçoNa
cionaldeSaúde.
D.P n.
194/12
D.P n. Defineostiposderesíduos,formasdetratamento,transporte,armaze
160/14 namento,competênciaseendereçaanecessidadedeelaboraçãodopl
regulamento anoestratégicodegestãoderesíduoshospitalares.
sobregestão de
Resíduos
hospitalaresedeser
viçosdesaúde
Fonte:Planodegestãoderesíduoshospitalares(2020).
Abaseparaumaeficazgestãoderesíduosdeverátersempresubjacenteapolíticados4R’s:Redução,Reutil
ização,ReciclagemeRecuperação.Estapolíticaéumconjuntodeprincípiosorientadoresdagestãodosre
síduos,adotadospelaUniãoEuropeianasequênciadaConferênciadoRioem1992.
SegundoPombo,comorepresentadonatabela2abaixo,agestãoderesíduossólidostemcomobaseosprin
cípios:Reduzir,Reutilizar,Reciclar,Recuperar,Eliminar.
Tabela2:Políticade4R´s+eliminar
Políticade4R´s+Eliminar
Reduzir Evitarodesperdício,gerandoomínimopossívelderesíduos.
Reutilizar Reaproveitarosproductosantesdedescartá-
losnafunçãooriginalouemoutra.
Reciclar Transformarummaterialjádescartadoemoutroproducto.
Recuperar Osresíduosnãodeverãoservistoscomolixo,mascomorecurso,ondeháat
ransformaçãoemmatéria-
primaparaoutrasutilidades.Esteprocessoéfundamentalparaasustentab
ilidadedosrecursos.
Eliminar Aeliminaçãoconsistenadeposiçãofinaldosresíduos.Éaultimaopçãoqu
edevesertomada,apenasapósseconfirmarqueoresíduonãopodeserreuti
lizado,recicladoouvalorizado.
Fonte:Autor,AdaptadodePombo(2021).
2.3-ETAPASDOPROCESSODEGESTÃODERH
Nagestãodosresíduoshospitalares,existemváriasoperaçõesquepodemseragrupadasapósaprodução,d
oseguintemodo:
1)triagem;
2)recolhaetransporteinterno;
3)armazenamento;
4)recolhaetransporteexterno;
5)tratamento;
6)destinofinal.
2.3.1-TRIAGEMNAFONTE
DeacordooDecretopresidencialnº160/2014,de18deJunho,noartigo7.ºtemosquenatriagem:
1.Osresíduoshospitalaresedeserviçosdesaúdedevemsersegregadosemváriosgrupos,tendoe
mcontaassuascaracterísticaseperigosidade,visandoasuacorrectatriagem;
2.Atriagemreferidanonúmeroanteriortemcarácterobrigatórionafonteondesãoproduzidososr
esíduosedeveserfeitaemtodososserviçosdasunidadesprodutorasderesíduos,deacordocomacategoria
ecaracterísticasderesíduosproduzidospelassuasactividades;
3.Osefluenteslíquidosprovenientesdosestabelecimentosprestadoresdeserviçosdesaúde,antesdesere
mlançadosnaredepúblicadeesgotoouemcorporeceptor,devematenderasdirectrizesestabelecidaspelo
órgãoambiental,gestoresderecursoshídricosedesaneamentobásicocompetentes.
Sendoassim,umasegregaçãoadequadairápermitirquesefaçasomenteotratamentodaquiloqueénecess
ário,permitindoumapoupançafinanceiraporpartedaunidade.Achaveparaumagestãoeficienteeminim
izaçãoderesíduosbiomédicoséaidentificaçãoesegregaçãodosresíduos.Earesponsabilidadepelasegre
gaçãodevesempreserdapessoaqueaproduz,nomeadamente,osmédicos,técnicos,enfermeiros,etc,ede
veterlugaromaispróximopossíveldopontodasuaprodução.
Outrapremissaimportanteéqueaspessoasdevemsertreinadasnaimportânciadasegregação,mostrando
,nãosóasquestõesdeprotecçãodasaúdeeambiente,mastambém,asquestõesfinanceiras,estéticas,adec
odificaçãodascoresetiposderesíduos,entreoutras,atodososníveis(gestoresdehospitais,médicos,técni
cos,estagiários,etc.).Cadaunidadesanitáriaouempresamanuseadoraderesíduosbiomédicosdevedisp
ornomínimodecondiçõesparaacondicionamentode5gruposderesíduos,nomeadamente:
1.Resíduosinfeciosos;
2.Resíduoscortantese/ouperfurantes;
3.Resíduosanatómicos;
4.Resíduoscomuns;
5.Outrotipoderesíduo.
2.3.2-TRANSPORTEEARMAZENAMENTO
DeacordooDecretopresidencialnº160/2014,de18deJunho,noartigo11.ºtemosqueparaotransporte,de
ve-setomarasseguintesmedidas:
1.Osresíduoshospitalaresedeserviçosdesaúdedevemsertransportadosporempre
sasespecializadaselicenciadasnostermosdalegislaçãoemvigor.
2.Osresíduossãotransportadosdeformaseparadaeemrecipientesespecíficostend
oemcontaascaracterísticasdecadagrupoderesíduos.
3.Osresíduoshospitalaresedeserviçosdesaúdepodemsertransportadosdentroou
foradasunidadessanitárias.
4.Osrecipientesparatransporteinternonasunidadesdesaúdedevemserconstituíd
osdematerialrígido,lavável,impermeável,providodetampaarticuladaaoprópriocorpod
oequipamento,cantosebordasarredondados,eseremidentificadoscomosímbolocorres
pondenteaoriscodoresíduonelescontidos,deacordocomopresenteDiploma.
5.Otransporteinternodosresíduoshospitalaresedeserviçosdesaúdedeveserrealiz
adodeacordocomoroteiropreviamentedefinidoeemhorárionãocoincidentecomadistri
buiçãoderoupas,alimentosemedicamentos,períodosdevisitaoudemaiorfluxodepessoa
soudeactividades.
6.Atransladaçãodosresíduosdeveserfeitadospontosdeproduçãoatéaolocaldesti
nadoaoarmazenamentotemporárioouexternoaguardandoarecolha.Otransporteextern
odosresíduoshospitalaresedeserviçosdesaúdedeveserrealizadodeformaexclusivaecm
lntervalosnãosuperioresa24horas.
Emcasodeexistênciadeáreasdearmazenagemderesíduosetemposdeesperaparat
ratamento,deveráhavernosarmazénsquantidadedecontentoresdamesmacor,demaneir
aqueostrabalhadoresnãotenhamanecessidadedetransferirmaterialmanualmentedeum
contentorparaoutroouparaalgumoutrorecipiente,garantindoqueosresíduos,aoseremre
tiradosdoscontentores,sejaparaoseutratamentofinal,sejaemincineradoras,aterrosouou
tros.Olocaldearmazenamentodeveserdimensionadodeacordocomovolumederesíduos
gerados,capacidadedearmazenamentocompatível,periodicidadederecolhadosresíduo
shospitalaresedeserviçosdesaúde,epodemaindaserarmazenadosnostermosdasnormas
contidasnoRegulamentoSanitáriodeAngola.
2.3.3-TRATAMENTO,VALORIZAÇÃOEDEPOSIÇÃOFINAL