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ORTOPÉDICO
FUNCIONAL I
Introdução
Os complexos do punho e da mão são formados pelas articulações do
punho, metacárpicas, metacarpofalângicas e interfalângicas. Graças a
essas estruturas, o ser humano consegue realizar todas as suas atividades
funcionais e laborais que demandam os membros superiores, especial-
mente o punho e a mão. Essas estruturas são reforçadas por ligamentos
e músculos, que proporcionam força e possibilitam movimentos. As
atividades diárias podem sobrecarregar as articulações e os músculos,
gerando distúrbios que podem limitar a amplitude de movimento e,
posteriormente, as funções, incapacitando o indivíduo na realização de
suas atividades de vida diária e laborais.
Neste capítulo, você vai ver a propedêutica do osso, do músculo,
da cartilagem, da bursa, do líquido sinovial e dos nervos periféricos re-
lacionados com o punho e a mão, os tratamentos fisioterapêuticos das
lesões musculoesqueléticas de sobrecarga, traumáticas e compressivas
relacionadas a essas partes do corpo humano, assim como fluxos para
os tratamentos fisioterapêuticos relacionados a essas lesões.
2 Complexo do punho e da mão
Punho
O punho, também denominado carpo, é constituído por oito ossos organizados
em duas fileiras, mais de 20 articulações radiocarpais, intercarpais e carpo-
metacarpais, 26 ligamentos intercarpais e mais de 6 regiões do complexo do
triângulo fibrocartilaginoso (DUTTON, 2010). A mão é encarregada de quase
90% das funções do membro superior.
O punho é uma estrutura que conecta o antebraço à mão. Em sua região
proximal, é formado pela ulna e pelo rádio e, em sua região distal, é constituído
por 8 fileiras, sendo a primeira formada pelos ossos escafoide, semilunar,
piramidal e pisiforme, enquanto a fileira distal consiste nos ossos trapézio,
trapezoide, capitato e hamato (DUTTON, 2010).
Veja, a seguir, as articulações do punho (Figura 1) (CALAIS-GERMAIN;
LAMOTTE, 2010).
Mão
A mão é formada por cinco colunas ósseas, constituídas cada uma por um
metacarpal e várias falanges: duas falanges para o polar e três para os outros
dedos. Cada falange é ainda formada por três partes, as falanges proximal,
média e distal (CALAIS-GERMAIN; LAMOTTE, 2010).
Veja, a seguir, as articulações da mão (Figura 2).
São dois os músculos que atuam como flexores extrínsecos dos dedos,
o flexor profundo dos dedos, que flete a falange distal sobre a média e auxilia
na flexão das outras falanges, e o flexor superficial dos dedos, que realiza
a flexão da falange média sobre a proximal e auxilia na flexão do punho
(CALAIS-GERMAIN; LAMOTTE, 2010).
Os músculos extensores extrínsecos dos dedos são o extensor dos dedos,
que realiza a extensão dos quatro últimos metacarpofalângicos e auxilia na
extensão do punho e das interfalângicas; o extensor do indicador, que, além de
atuar como extensor do dedo indicador, participa da sua adução; e o extensor
do dedo mínimo, que participa da extensão e da abdução do dedo mínimo
(CALAIS-GERMAIN; LAMOTTE, 2010).
Os músculos extrínsecos dos dedos se fixam à mão. São eles: interósseos
dorsais e interósseos palmares, que atuam afastando e aproximando os dedos
entre si; e lumbricais, que atuam como flexores das articulações metacarpo-
falângicas e como extensores das interfalângicas.
Existem três músculos que formam a região hipotenar da mão: o opo-
nente do dedo mínimo, que atua tracionando o quinto metacarpal anterior e
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Fratura do escafoide
O escafoide é um dos ossos do carpo mais submetido a fraturas causadas
por uma queda sobre a mão estendida ou de um golpe direto na mão. O
mecanismo da lesão é descrito como uma queda sobre o punho e a mão
estendidos que faz com que o escafoide seja comprimido entre o pro-
cesso estiloide do rádio e os ossos carpais próximos (HANKIN; MORSE;
BENNETT-CLARKE, 2015).
Nos sinais e sintomas, podem ser observados déficit sensorial (dor, tume-
fação e hipersensibilidade) e déficit motor (desvio radial ou dor resultante da
hiperextensão do punho). Para seu diagnóstico, o médico solicita radiografia
do punho e da mão (HANKIN; MORSE; BENNETT-CLARKE, 2015).
Muitas vezes, a fratura pode não aparecer na radiografia, sendo necessária
a realização de uma tomografia computadorizada para confirmar o diagnós-
tico. Se o escafoide não for deslocado, o membro é imobilizado com gesso
por aproximadamente seis semanas e, após a liberação médica, inicia-se o
tratamento de reabilitação (VOIGHT; HOOGENBOOM; PRENTICE, 2014).
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Tenossinovite de Quervain
A tenossinovite de Quervain é a inflamação do tendão do polegar que pode
estar associada aos movimentos repetitivos. Geralmente, ocorre contratura e
estreitamento do túnel chamado primeiro túnel por conta da irritação causada
pela inflamação do revestimento sinovial; nesse local, os tendões, o extensor
curto do polegar e o abdutor longo do polegar se movem por meio de um
sulco no processo estiloide do rádio — esse movimento constante do punho
é a causa dessa irritação (PRENTICE, 2012).
Os pacientes com a tenossinovite podem sentir dor, que irradia para a mão
ou para o antebraço. Seu diagnóstico é realizado por meio do teste de Fikelstein,
que é positivo quando o paciente relata sensibilidade e fraqueza durante os
movimentos de extensão e abdução do polegar ou, ainda, estalido associado
com dor e rigidez dos tendões durante o movimento (PRENTICE, 2012).
O tratamento envolve a imobilização do membro afetado, anti-inflamatórios,
crioterapia, técnicas de mobilização articular e exercícios para ganho da ADM
(PRENTICE, 2012). Geralmente, é realizada a imobilização da articulação
metacarpofalângica do polegar e do punho em tempo integral de 4 a 6 semanas,
e a tala é retirada para a higiene das mãos ou durante o banho (VOIGHT;
HOOGENBOOM; PRENTICE, 2014).
Os exercícios para o ganho de ADM podem incluir oposição leve do polegar,
flexão e extensão do polegar e do punho e alongamentos leves dos flexores
e extensores do punho.
Artrite reumatoide
A artrite reumatoide é uma doença reumática que pode acometer também
as articulações das mãos e os dedos. É considerada uma doença autoimune,
10 Complexo do punho e da mão
Leituras recomendadas
CIPRIANO, J. J. Manual fotográfico de testes ortopédicos e neurológicos. 5. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012.
CONCEIÇÃO, J. S. et al. Abordagem fisioterapêutica de pacientes com artrite reumatoide:
revisão de literatura. Arquivos de Ciências da Saúde, v. 22, n. 1, p. 14-20, 2015. Disponível
em: http://www.cienciasdasaude.famerp.br/index.php/racs/article/view/20. Acesso
em: 10 dez. 2019.
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