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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DE LISBOA

Unidade Curricular: Auditoria

Ativos Fixos Tangíveis

Caso Prático 2

No que se refere ao ativo fixo tangível, a Empresa ALPHA apenas dispõe da informação
contabilística e dos mapas de depreciação elaborados segundo o modelo definido para efeitos
fiscais. As depreciações são efectuadas segundo o método das quotas constantes, com base nas
taxas máximas fiscalmente aceites, e de acordo com o regime dos duodécimos. Os seguros são
atualizados anualmente, sendo periodicamente solicitadas cotações (condições) a diversas
seguradoras.

Em 31 de dezembro de 2022 a conta Equipamento básico apresentava um saldo de 1.100.000


euros correspondente a máquinas de injeção, cuja entrada em funcionamento ocorreu nas
seguintes datas:
Março de 2018 300 000
Janeiro de 2019 350 000
Setembro de 2022 450 000

A conta Depreciações acumuladas - Equipamento básico apresentou o seguinte movimento


ocorrido em 2022:
Saldo em 31/12/2021 275 000
Depreciações do ano (vida útil de 8 anos para as 3 máquinas) 137 500
Saldo em 31 de dezembro 412 500

Das análises efectuada aos gastos incorridos no exercício e, nomeadamente em Conservação e


reparação, o auditor constatou que a primeira das máquinas tinha sido sujeita em julho a uma
grande beneficiação, com um custo de 60.000 euros, operação que lhe permitirá aumentar a
capacidade de produção e prolongar a vida útil por mais 2 anos.

Pretende-se:

1. Uma análise crítica dos procedimentos contabilísticos e de controlo interno adotados pela
empresa.
2. Que se pronuncie sobre o gasto de depreciação registado no exercício e sobre a
consistência da política adoptada pela empresa.
RESOLUÇÃO (TÓPICOS)

1. Controlo interno

A informação existente é insuficiente, na medida em que não existe na empresa ficheiro de ativo
fixo, situação que impossibilita o seu controlo físico. Por outro lado, as depreciações são
efetuadas com base nas taxas máximas aceites para efeitos fiscais, não tomando em
consideração a efetiva vida útil prevista. Quanto aos seguros o procedimento é adequado.

2. Depreciações

Teste ao cálculo da empresa, tendo em conta os ativos reconhecidos

EQ Data Custo 2018 2019 2020 2021 D. Ac. 2022 D. Ac


1 3/15 300.000 31.250 37.500 37.500 37.500 143.750 37.500 181.250
2 1/16 350.000 43.750 43.750 43.750 131.250 43.750 175.000
3 9/19 450.000 18.750 18.750
275.000 100.000 375.000

1ª conclusão: As depreciações acumuladas em 31/12/2021 são adequadas. As depreciações


reconhecidas pela empresa em 2022 são excessivas em 37.500 euros. Esta diferença respeita ao
investimento do ano em virtude de a empresa não ter considerado o método dos duodécimos.
450.000/8anos – 18.750 = 37.500 EUR

Outra questão:

A beneficiação da 1ª máquina deveria ter sido considerada como investimento e não como
gasto, tendo em conta que aumenta a capacidade de produção e proporciona um aumento de
vida útil. Assim:

43/62 : 60.000 euros

Valor contabilístico da máquina em 30/6/2022:

Custo: 300.000
Depreciação acumulada em 31/12/2021: 143.750
Depreciação do 1º semestre de 2022: 18.750
Valor contabilístico em 30/6/2022: 137.500

Depreciação do 2º semestre:

Meses decorridos até 30/6/2022: 52 meses


Tempo remanescente de vida útil: 10 anos (passou de 8 para 10) *12 – 52 = 68 meses

Depreciação: (137.500 + 60.000)/68 meses * 6 meses = 17.426

Depreciação total em 2022: 18.750 + 17.426 = 36.176

Conclusão: O RAI aumenta 60.000 + (37.500 – 36.176) = 61.324 por via da menor depreciação
e eliminação dos FSE.

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