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Tribunal Regional Federal da 3ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

04/12/2023

Número: 5011902-34.2023.4.03.0000
Classe: INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
Órgão julgador colegiado: Órgão Especial
Órgão julgador: Gab. DES. FED. ANTONIO CEDENHO - OE
Última distribuição : 24/10/2023
Valor da causa: R$ 10.000,00
Processo referência: 5007368-50.2018.4.03.6102
Assuntos: Benefício Assistencial (Art. 203,V CF/88), Restabelecimento, Honorários Advocatícios em
Execução Contra a Fazenda Pública, Idoso
Objeto do processo: 5026704-71.2022.4.03.0000
50267047120224030000
definição de tese jurídica no sentido
de se reconhecer que a parte possui interesse e legitimidade recursal
concorrente com advogado para pleitear a fixação de honorários advocatícios de
sucumbência.
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ANA PAULA DE DEUS PEREIRA (SUSCITANTE) WALTER VALERIO (ADVOGADO)
JOAO BATISTA DOS REIS PINTO (ADVOGADO)
CESAR AUGUSTO DE DEUS (SUSCITANTE) WALTER VALERIO (ADVOGADO)
JOAO BATISTA DOS REIS PINTO (ADVOGADO)
ELAINE CRISTINA DE DEUS E SILVA (SUSCITANTE) WALTER VALERIO (ADVOGADO)
JOAO BATISTA DOS REIS PINTO (ADVOGADO)
JULIANO EDUARDO DE DEUS (SUSCITANTE) WALTER VALERIO (ADVOGADO)
JOAO BATISTA DOS REIS PINTO (ADVOGADO)
LUCIANO CLODOALDO DE DEUS (SUSCITANTE) WALTER VALERIO (ADVOGADO)
JOAO BATISTA DOS REIS PINTO (ADVOGADO)
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
(SUSCITADO)
Ministério Público Federal (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
28315 01/12/2023 17:40 Acórdão Acórdão
9043
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
Órgão Especial

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (12085) Nº 5011902-34.2023.4.03.0000


RELATOR: Gab. DES. FED. ANTONIO CEDENHO - OE
SUSCITANTE: ANA PAULA DE DEUS PEREIRA, CESAR AUGUSTO DE DEUS, ELAINE CRISTINA DE DEUS E SILVA,
JULIANO EDUARDO DE DEUS, LUCIANO CLODOALDO DE DEUS
Advogados do(a) SUSCITANTE: JOAO BATISTA DOS REIS PINTO - SP258167-A, WALTER VALERIO - MG85370-A
SUSCITADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
OUTROS PARTICIPANTES:

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PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
Órgão Especial

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (12085) Nº 5011902-34.2023.4.03.0000


RELATOR: Gab. DES. FED. ANTONIO CEDENHO - OE
SUSCITANTE: ANA PAULA DE DEUS PEREIRA, CESAR AUGUSTO DE DEUS, ELAINE CRISTINA DE DEUS E SILVA,
JULIANO EDUARDO DE DEUS, LUCIANO CLODOALDO DE DEUS
Advogados do(a) SUSCITANTE: JOAO BATISTA DOS REIS PINTO - SP258167-A, WALTER VALERIO - MG85370-A
SUSCITADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

OUTROS PARTICIPANTES:

RELATÓRIO

Trata-se de Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) instaurado a pedido


de Ana Paula de Deus Pereira e Outros relativamente ao Agravo de Instrumento (AI) nº
5026704-71.2022.4.03.0000, distribuído à 7ª Turma, atualmente ao Desembargador Federal
Marcelo Vieira, interposto em desfavor do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CARLOS CEDENHO - 01/12/2023 17:40:29 Num. 283159043 - Pág. 1
https://pje2g.trf3.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23120117402913000000280800983
Número do documento: 23120117402913000000280800983
Pretende a requerente, por meio do presente Incidente, a uniformização do entendimento
relativo à legitimidade para “postular a fixação de honorários advocatícios de sucumbência
pelo trabalho adicional desenvolvido na etapa de cumprimento de sentença”, sustentando a
legitimidade concorrente da parte para requerer a fixação. Traz, em suas razões, precedentes
das Turmas deste TRF3 sobre o tema, registrando a adoção de critérios distintos entre Turmas
que compõem a Terceira Seção.

Inicialmente distribuído ao Desembargador Federal Marcelo Vieira no âmbito da Terceira


Seção, este declinou da competência ao Órgão Especial com fundamento nos artigos 11, II,
parágrafo único, “k” e 106-B, I e II do Regimento Interno desta Corte Federal.

O Ministério Público Federal, em parecer, opina pela suspensão do Agravo de Instrumento nº


5026704-71.2022.4.03.0000 até o julgamento do IRDR, assim como pelo provimento do
incidente.

É o relatório.

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PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
Órgão Especial

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (12085) Nº 5011902-34.2023.4.03.0000


RELATOR: Gab. DES. FED. ANTONIO CEDENHO - OE
SUSCITANTE: ANA PAULA DE DEUS PEREIRA, CESAR AUGUSTO DE DEUS, ELAINE CRISTINA DE DEUS E SILVA,
JULIANO EDUARDO DE DEUS, LUCIANO CLODOALDO DE DEUS
Advogados do(a) SUSCITANTE: JOAO BATISTA DOS REIS PINTO - SP258167-A, WALTER VALERIO - MG85370-A
SUSCITADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

OUTROS PARTICIPANTES:

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Número do documento: 23120117402913000000280800983
VOTO

De saída, registre-se a competência deste Órgão Especial para processamento e julgamento do


presente feito.

Com efeito, embora a requerente ilustre divergência, no âmbito da Terceira Seção, na


apreciação da matéria de fundo, o fato é que a matéria processual de legitimidade para
postular a fixação ou majoração de honorários advocatícios é afeta a mais de uma Seção deste
Tribunal.

Assim, em homenagem ao artigo 978 do estatuto processual, bem como aos artigos 11, II,
parágrafo único, “k” e 106-B, I e II do RITRF3, reafirmo a competência deste Órgão Especial
para julgamento da questão:

CPC

Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento


interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do
tribunal."

RITF3

Art. 11 - Compete:

II - Ao Órgão Especial:

Parágrafo único - Compete, ainda, ao Órgão Especial processar e julgar:

k) os incidentes de resolução de demandas repetitivas quando a matéria for


comum a mais de uma Seção;

(...)

Art. 106-B. O incidente de resolução de demandas repetitivas será julgado:

I – pelo Órgão Especial, quando a matéria for comum a mais de uma Seção
especializada;

II – pelas Seções especializadas, quando a discussão versar sobre matéria restrita


à sua competência.

A corroborar, em situação semelhante, conforme julgado de 08/11/2023, autos nº


5019293-40.2023.4.03.0000, sob a Relatoria do Desembargador Federal Baptista Pereira, o “
Órgão Especial, por unanimidade, reafirmou a competência do Órgão Especial para o
julgamento de quaisquer questões processuais comuns a mais de uma seção, conforme
jurisprudência reiterada, e não admitiu o presente IRDR, nos termos do voto do
Desembargador Federal BAPTISTA PEREIRA (Relator) ...”.

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CARLOS CEDENHO - 01/12/2023 17:40:29 Num. 283159043 - Pág. 3
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INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. JUSTIÇA
GRATUITA. QUESTÃO PROCESSUAL. COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO
ESPECIAL. CRITÉRIO PARA AFERIÇÃO DA HIPOSSUFICIÊNCIA.
ADMISSIBILIDADE. MATÉRIA AFETADA PELO STJ.

1. Reconhecida a competência exclusiva do Órgão Especial para o julgamento de


IRDR que versa sobre justiça gratuita por se tratar de questão processual comum
a mais de uma seção. Inteligência do Art. 978 do CPC c.c. do Art. 11, II,
parágrafo único, alínea k do RI-TRF3.

2. A matéria objeto do presente incidente encontra-se afetada pelo E. STJ no Tema


nº 1.178: “Definir se é legítima a adoção de critérios objetivos para aferição da
hipossuficiência na apreciação do pedido de gratuidade de justiça formulado por
pessoa natural, levando em conta as disposições dos arts. 98 e 99, § 2º, do Código
de Processo Civil”.

3. IRDR não admitido com fundamento no art. 976, §4º, do CPC.

Assim, nos termos do artigo 981 do Código de Processo Civil, submeto o presente Incidente
de Resolução de Demandas Repetitivas ao Juízo de Admissibilidade deste Órgão Especial.

E prossigo.

O pedido de instauração do IRDR foi realizado nos seguintes termos:

“2. Da tese jurídica defendida e que deve prevalecer

A tese jurídica sustentada pelos autores, a ser definida neste incidente e aplicada
inclusive nos autos em que se processa o agravo interno (5026704-
71.2022.4.03.0000), é a de que a parte possui interesse e legitimidade recursal
concorrente para pleitear a fixação de honorários advocatícios de sucumbência.

3. Da efetiva repetição de processos com controvérsia sobre a mesma questão de


direito

Os julgados representados pelas ementas colacionadas abaixo, dentre várias


outros, propagam que a 1ª, 2ª, 3ª, 7ª, 8ª, 9ª e 10ª Turmas desta Corte, quando da
apreciação reiterada de idêntica questão de direito, se posicionaram no mesmo
sentido da tese perfilhada pelos autores.

(...)

Já os pronunciamentos judiciais retratados nas ementas transcritas na sequência,


que são da 7ª, 8ª e 10ª Turmas, indicam a inequívoca divergência de entendimento
acerca da mesma questão de direito, no âmbito deste Egrégio Tribunal.

(...)

CONTROVÉRSIA TESE A - defendida pelos autores - INTERESSE E


LEGITIMIDADE RECURSAL CONCORRENTE DA PARTE PARA POSTULAR A
FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA - 10ª Turma
Rel. Des. Leila Paiva Morrisson

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CARLOS CEDENHO - 01/12/2023 17:40:29 Num. 283159043 - Pág. 4
https://pje2g.trf3.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23120117402913000000280800983
Número do documento: 23120117402913000000280800983
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. (...). HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA. LEGITIMIDADE CONCORRENTE ATIVA. AUSÊNCIA DE
PREPARO. DESERÇÃO. - A jurisprudência pacificada do C. Superior Tribunal de
Justiça (STJ) sedimentou a legitimidade concorrente da parte e de seu patrono
para discutir a verba honorária, na forma preconizada pelo artigo 23 da Lei n.
8.906/1994, o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). - Insurge-se a
agravante em face da r. decisão que homologou os seus cálculos de liquidação e
entendeu não ser cabível a fixação de honorários sucumbenciais no cumprimento
de sentença. - O reconhecimento da legitimidade concorrente da parte e de seu
patrono para discutir os honorários de sucumbência não afasta a necessidade de
preparo do recurso que verse apenas sobre a verba honorária, a teor do disposto
no § 5º do artigo 99 do CPC. - Agravo de instrumento não conhecido. (AI
5009773-90.2022.4.03.0000, 10ª Turma, TRF da 3ª Região, Rel. Des. Federal
Leila Paiva Morrison. j. 30/03/2023, DJEN 03/04/2023).

TESE B - contrária - AUSÊNCIA DE INTERESSE E DE LEGITIMIDADE


RECURSAL DA PARTE PARA PLEITEAR A FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA - interesse e legitimidade recursal
exclusiva do advogado - 10ª Turma Rel. Des. Paulo Octávio Baptista Pereira

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. DESERÇÃO.


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. LEGITIMIDADE. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA CONCEDIDA AO SEGURADO NÃO EXTENSÍVEL AO
ADVOGADO. CUSTAS RECURSAIS DEVIDAS. 1- A fixação de honorários
advocatícios interessa somente ao advogado da parte autora, vez que se trata de
direito autônomo, nos termos do Art. 23 da Lei 8.906/94. 2. A ninguém é lícito
pleitear direito alheio em nome próprio, conforme prevê o disposto no Art. 18, do
CPC. 3. O Art. 99, § 5º, do CPC, traz regramento expresso quanto à extensão da
gratuidade da justiça nos casos em que o beneficiário é patrocinado por advogado
particular ao prever que o benefício não aproveita ao causídico, a quem incumbe
o ônus de comprovar que também faz jus à gratuidade a fim de ser dispensado do
preparo em recurso que verse exclusivamente sobre valor de honorários de
sucumbência. 4. 4. Agravo interno não provido. (AI 5000398-65.2022.4.03.0000,
10ª Turma, TRF da 3ª Região, Rel. Des. Federal Paulo Octávio Baptista Pereira. j.
05/10/2022, DJEN 07/10/2022).

(...)”.

Ao final, requer-se:

"a) admitir a instauração deste incidente, para determinar o seu regular


processamento, uma vez que presentes os pressupostos legais.

b) deferir, liminarmente, a tutela provisória de urgência ou da evidência, para


ordenar a suspensão imediata do processo originário, em trâmite junto à 7ª Turma
deste Egrégio Tribunal, com a respectiva exclusão do agravo interno da pauta de
julgamento, designado para a sessão ordinária virtual do dia 08/05/2023, isto é,
na segunda- feira que se avizinha, às 14:00 horas (arts. 300, caput e § 2º, 311,
inciso IV, do CPC).

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CARLOS CEDENHO - 01/12/2023 17:40:29 Num. 283159043 - Pág. 5
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Número do documento: 23120117402913000000280800983
c) mandar intimar a parte adversa do processo matriz, os eventuais interessados e
o Ministério Público, para que se manifestem, no prazo legal.

d) intimar Ordem dos Advogados do Brasil para, diante da relevância da matéria,


da especificidade do tema objeto da demanda e da repercussão da controvérsia,
intervir como amicus curiae;

e) acolher o pedido deduzido no presente incidente, para consolidar a tese jurídica


de que “a parte possui interesse e legitimidade recursal concorrente para pleitear
a fixação de honorários advocatícios de sucumbência”, aplicando-a a todos os
processos pendentes e futuros que abordem idêntica questão de direito.

f) deliberar a aplicação da tese firmada ao feito individual de origem, com o


julgamento e o provimento do agravo de interno".

Pois bem.

A legitimidade da parte para pedir instauração do Incidente de Resolução de Demandas


Repetitivas vem estampada no artigo 977, II, do Código de Processo Civil.

Quanto à admissibilidade deste IRDR, destaque-se que, nos termos do artigo 976, I e II, do
Código de Processo Civil, a parte interessada demonstrou a presença dos pressupostos
necessários e simultâneos ao processamento e julgamento do feito, quais sejam, efetiva
repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão e risco de ofensa à
isonomia e segurança jurídica.

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas


repetitivas quando houver, simultaneamente:

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma


questão unicamente de direito;

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

É inegável, ante a própria natureza do tema, que a fixação e majoração de honorários de


sucumbência, tanto na fase de conhecimento, quanto em cumprimento de sentença, é matéria
diária enfrentada judicialmente.

A efetiva repetição (multiplicidade) de processos que contenham a controvérsia sobre a


questão processual trazida ao debate, qual seja, interesse e legitimidade da parte para
discutir os honorários de sucumbência, pode ser representada pelos Julgados abaixo:

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO.


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA.
LEGITIMIDADE CONCORRENTE ATIVA. AUSÊNCIA DE PREPARO.
DESERÇÃO.

- A jurisprudência pacificada do C. Superior Tribunal de Justiça (STJ)


sedimentou a legitimidade concorrente da parte e de seu patrono para discutir a
verba honorária, na forma preconizada pelo artigo 23 da Lei n. 8.906/1994, o
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

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- Insurge-se a agravante em face da r. decisão que homologou os seus cálculos de
liquidação e entendeu não ser cabível a fixação de honorários sucumbenciais no
cumprimento de sentença.

- O reconhecimento da legitimidade concorrente da parte e de seu patrono para


discutir os honorários de sucumbência não afasta a necessidade de preparo do
recurso que verse apenas sobre a verba honorária, a teor do disposto no § 5º do
artigo 99 do CPC.

- Agravo de instrumento não conhecido.

(TRF 3ª Região, 10ª Turma, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


5023026-14.2023.4.03.0000, Rel. Desembargador Federal LEILA PAIVA
MORRISON, julgado em 08/11/2023, Intimação via sistema DATA: 09/11/2023)

Destacou-se.

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO. RECURSO DA
PARTE AUTORA. LEGITIMIDADE.

1. A legitimidade processual é matéria preliminar de ordem pública, passível de


verificação de ofício pelo Magistrado.

2. A teor de orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, “apesar


de os honorários advocatícios constituírem direito autônomo do advogado, não
se exclui da parte a legitimidade concorrente para discuti-los” (STJ, 3ª Turma,
REsp n. 1.787.488/MT, j. 25/10/2022, DJe de 28/10/2022, rel. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva).

3. Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários
observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º, do art. 85, do CPC,
e os seguintes percentuais: mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o
valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos)
salários-mínimos.

4. A Súmula n.º 111, do Superior Tribunal de Justiça determina que “Os


honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre as
prestações vencidas após a sentença.

5. Considerando a sucumbência mínima da parte autora, a r. sentença deve ser


reformada para determinar ao INSS o pagamento de honorários advocatícios de
10% sobre o valor da condenação até a r. sentença, respeitados os parâmetros da
Súmula nº. 111 do Superior Tribunal.

6. Recurso provido.

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Número do documento: 23120117402913000000280800983
(TRF 3ª Região, 7ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL -
5002011-98.2019.4.03.6120, Rel. Desembargador Federal JEAN MARCOS
FERREIRA, julgado em 29/08/2023, Intimação via sistema DATA:
04/09/2023)

Destacou-se.

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.


OMISSÃO VERIFICADA. LEGITIMIDADE CONCORRENTE DA PARTE PARA
RECORRER DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO NOS TERMOS
DO ART. 85, §11, DO CPC. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS.

- Buscam os presentes aclaratórios a reforma do v. acórdão que não conheceu dos


embargos anteriormente opostos por entender que não teria o autor legitimidade
para pleitear a majoração da verba honorária em nome de seu advogado.

- Reconhecida a legitimidade concorrente da parte para insurgir-se contra o


capítulo do julgado que versa sobre os honorários advocatícios destinados ao seu
patrono (REsp n. 1.787.488/MT, relator Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva,
Terceira Turma, julgado em 25/10/2022, DJe de 28/10/2022).

- Majorada a verba honorária para 12% sobre a soma das parcelas devidas até a
data da prolação da sentença.

- Embargos de declaração acolhidos.

(TRF 3ª Região, 7ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL -


5007684-23.2019.4.03.6104, Rel. Desembargador Federal ANTONIO
MORIMOTO JUNIOR, julgado em 24/08/2023, DJEN DATA: 29/08/2023)

Destacou-se.

PROCESSO CIVIL – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS - LEGITIMIDADE ATIVA - ALEGAÇÃO DE VÍCIO:
INEXISTÊNCIA - CARÁTER INFRINGENTE: IMPOSSIBILIDADE - REJEIÇÃO.

2. A legitimidade processual é matéria preliminar de ordem pública, passível de


verificação de ofício pelo Magistrado. A teor de orientação jurisprudencial do
Superior Tribunal de Justiça, “apesar de os honorários advocatícios
constituírem direito autônomo do advogado, não se exclui da parte a
legitimidade concorrente para discuti-los” (STJ, 3ª Turma, REsp n.
1.787.488/MT, j. 25/10/2022, DJe de 28/10/2022, rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva).

2. O Poder Judiciário, pela iniciativa das partes, está vinculado a decidir a lide,
em regra, nos termos do pedido. Mas a decisão fica sujeita a qualquer fundamento
jurídico.

Assinado eletronicamente por: ANTONIO CARLOS CEDENHO - 01/12/2023 17:40:29 Num. 283159043 - Pág. 8
https://pje2g.trf3.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23120117402913000000280800983
Número do documento: 23120117402913000000280800983
3. Na solução da causa, a adoção de fundamento jurídico diverso do exposto pela
parte não é omissão. É divergência de intelecção na solução da lide, circunstância
desqualificadora da interposição de embargos de declaração.

4. A Constituição Federal não fez opção estilística, na imposição do requisito da


fundamentação das decisões. Esta pode ser laudatória ou sucinta. Deve ser,
tão-só, pertinente e suficiente.

5. Embargos rejeitados.

(TRF 3ª Região, 7ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL -


5001553-13.2021.4.03.6120, Rel. Desembargador Federal VICTORIO GIUZIO
NETO, julgado em 24/04/2023, DJEN DATA: 28/04/2023)

Destacou-se.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO.


OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. OBSCURIDADE. INOCORRÊNCIA. EVIDENTE
NATUREZA INFRINGENTE. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO.

1 - Inexistência de obscuridade, contradição ou omissão na decisão embargada,


nos moldes do art. 1.022, I e II, CPC.

2 - Inadmissibilidade de reexame da causa, por meio de embargos de declaração,


para conformar o julgado ao entendimento da parte embargante. Natureza
nitidamente infringente.

3 - Embargos de declaração da parte autora desprovidos.

(TRF 3ª Região, 7ª Turma, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


5009505-70.2021.4.03.0000, Rel. Desembargador Federal CARLOS EDUARDO
DELGADO, julgado em 20/04/2023, DJEN DATA: 26/04/2023)

(..)

O julgado embargado não apresenta qualquer obscuridade, contradição ou


omissão, nos moldes disciplinados pelo art. 1.022, I e II, do Código de Processo
Civil, tendo a Turma Julgadora enfrentado regularmente a matéria de acordo com
o entendimento então adotado.

Com efeito, o v. acórdão expressamente consignou:

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.


LEGITIMIDADE RECURSAL EXCLUSIVA DO ADVOGADO. INEXISTÊNCIA
DE SUCUMBÊNCIA DA PARTE AUTORA. RECURSO NÃO CONHECIDO.

1 - De acordo com disposição contida no art. 18 do CPC/15 (anteriormente


reproduzida pelo art. 6º do CPC/73), "ninguém poderá pleitear direito alheio em
nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico".

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2 - Por outro lado, o art. 23 da Lei nº 8.906/94 é claro ao estabelecer que os
honorários "pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a
sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja
expedido em seu favor".

3 - Nesse passo, a verba honorária (tanto a contratual como a sucumbencial)


pertence ao advogado, detendo seu titular, exclusivamente, a legitimidade para
pleiteá-los, vedado à parte fazê-lo, na medida em que a decisão não lhe trouxe
prejuízo. Em outras palavras, não tendo a parte autora experimentado qualquer
sucumbência com a prolação da decisão impugnada, ressente-se, nitidamente, de
interesse recursal.

4 - Versando o presente recurso insurgência referente, exclusivamente, a


honorários advocatícios, patente a ilegitimidade da parte autora no manejo dos
presentes embargos. Precedente desta Turma.

5 - Embargos de declaração da parte autora não conhecidos”.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO.


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. LEGITIMIDADE RECURSAL EXCLUSIVA DO
ADVOGADO. INEXISTÊNCIA DE SUCUMBÊNCIA DA PARTE AUTORA.
OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO E OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. EVIDENTE
NATUREZA INFRINGENTE. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO DA PARTE
AUTORA NÃO CONHECIDO E RECURSO DO INSS DESPROVIDO.

1 – De acordo com disposição contida no art. 18 do CPC/15 (anteriormente


reproduzida pelo art. 6º do CPC/73), "ninguém poderá pleitear direito alheio em
nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico".

2 - Por outro lado, o art. 23 da Lei nº 8.906/94 é claro ao estabelecer que os


honorários "pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a
sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja
expedido em seu favor".

3 - Nesse passo, a verba honorária (tanto a contratual como a sucumbencial)


pertence ao advogado, detendo seu titular, exclusivamente, a legitimidade para
pleiteá-los, vedado à parte fazê-lo, na medida em que a decisão não lhe trouxe
prejuízo. Em outras palavras, não tendo a parte autora experimentado qualquer
sucumbência com a prolação da decisão impugnada, ressente-se, nitidamente, de
interesse recursal.

4 - Versando o presente recurso insurgência referente, exclusivamente, a


honorários advocatícios, patente a ilegitimidade da parte autora no manejo dos
presentes embargos. Precedente desta Turma. Registre-se, igualmente, que,
assentada a legitimidade recursal exclusiva do patrono, o que, de per si, conduz
ao não conhecimento do recurso, caberia ao mesmo o recolhimento das custas de
preparo, se o caso, máxime em razão de não ser a ele extensiva a gratuidade de
justiça conferida aos autores, na exata compreensão do disposto no art. 99, §5º,
do CPC.

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5 - Inexistência de obscuridade, contradição ou omissão na decisão embargada,
nos moldes do art. 1.022, I e II, CPC.

6 - Inadmissibilidade de reexame da causa, por meio de embargos de declaração,


para conformar o julgado ao entendimento da parte embargante. Natureza
nitidamente infringente.

7 - Embargos de declaração da parte autora não conhecidos e embargos de


declaração do INSS não providos

(TRF 3ª Região, 7ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL -


5225413-96.2020.4.03.9999, Rel. Desembargador Federal CARLOS EDUARDO
DELGADO, julgado em 20/04/2023, DJEN DATA: 26/04/2023)

Destacou-se.

APELAÇÃO CÍVEL. PREVIDENCIÁRIO. LOAS. HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS. LEGITIMIDADE RECURSAL EXCLUSIVA DO ADVOGADO.
RESSARCIMENTO AO ERÁRIO DE VALORES PAGOS INDEVIDAMENTE.
TEMA 979DO C. STJ. APELAÇÃO DO AUTOR PARCIALMENTE PROVIDA.
APELAÇÃO DA AUTARQUIA NÃO PROVIDA. SENTENÇA MANTIDA

- O Benefício Assistencial requerido está previsto no artigo 203, inciso V, da


Constituição Federal, e regulamentado pelas atuais disposições contidas nos
artigos 20, 21 e 21-A, todos da Lei 8.742/1993.

- Decisão apelada em razão da sucumbência ínfima da autarquia, condenou a


parte autora ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários
advocatícios, fixados em 10% do valor da causa, observando-se o previsto no
artigo 98, § 3º, do CPC, eis que se trata de beneficiário da justiça gratuita.

- Sucumbência recíproca - ambas as partes devem ser condenadas ao pagamento


de honorários advocatícios, na proporção de 50% para cada parte, sobre o
percentual de 10% do valor atualizado da causa.

- Indevida a majoração recursal (artigo 85, §§ 11, CPC).

– Sentença mantida. Apelação da autarquia não provida. Apelação da parte


autora provida em parte.

(TRF 3ª Região, 7ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL -


5069052-80.2022.4.03.9999, Rel. Desembargador Federal INES VIRGINIA
PRADO SOARES, julgado em 20/04/2023, Intimação via sistema DATA:
25/04/2023)

(...)

No caso vertente, verifica-se que a apelação manejada mostra-se inadmissível,


em razão da ilegitimidade da parte apelante, o que impõe o não conhecimento de
referido recurso.

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Considerando que a apelação foi interposta somente para a discussão de
honorários advocatícios, tem-se que apenas o advogado demonstra eventual
sucumbência em face da decisão apelada, de modo que, nesse caso, apenas ele é
que teria legitimidade e interesse recursal.

Destacou-se.

PROCESSO CIVL - PREVIDENCIÁRIO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO –


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – ILEGITIMIDADE – RECURSO NÃO
CONHECIDO.

1. “Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando


autorizado pelo ordenamento jurídico" (artigo 18, do Código de Processo Civil).

2. “Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência,


pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença
nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja
expedido em seu favor (artigo 23, da Lei Federal nº 8.906/94).

3. Apenas o advogado tem legitimidade ativa para postular a verba honorária.


Precedentes.

4. Embargos de declaração não conhecidos.

(TRF 3ª Região, 7ª Turma, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


5009623-46.2021.4.03.0000, Rel. Desembargador Federal MARCELO GUERRA
MARTINS, julgado em 08/11/2022, DJEN DATA: 17/11/2022)

Destacou-se.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. DESERÇÃO.


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. LEGITIMIDADE. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA CONCEDIDA AO SEGURADO NÃO EXTENSÍVEL AO
ADVOGADO. CUSTAS RECURSAIS DEVIDAS.

1- A fixação de honorários advocatícios interessa somente ao advogado da parte


autora, vez que se trata de direito autônomo, nos termos do Art. 23 da Lei
8.906/94.

2. A ninguém é lícito pleitear direito alheio em nome próprio, conforme prevê o


disposto no Art. 18, do CPC.

3. O Art. 99, § 5º, do CPC, traz regramento expresso quanto à extensão da


gratuidade da justiça nos casos em que o beneficiário é patrocinado por advogado
particular ao prever que o benefício não aproveita ao causídico, a quem incumbe
o ônus de comprovar que também faz jus à gratuidade a fim de ser dispensado do
preparo em recurso que verse exclusivamente sobre valor de honorários de
sucumbência.

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4. Agravo interno não provido.

(TRF 3ª Região, 10ª Turma, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


5000398-65.2022.4.03.0000, Rel. Desembargador Federal PAULO OCTAVIO
BAPTISTA PEREIRA, julgado em 05/10/2022, DJEN DATA: 07/10/2022)

Destacou-se.

Evidencia-se, como visto, que o tema não está pacificado, havendo efetiva controvérsia em
questão repetidamente submetida à análise do Judiciário Federal da 3ª Região, sobremaneira
em grau recursal.

O desalinho entre os entendimentos emanados sobre a matéria vertida nos autos, a qual é
claramente submetida à corriqueira (não circunstancial) análise judicial, tem o condão de
gerar risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

Assim, reputam-se demonstradas concorrentemente: i) a multiplicidade de ações envolvendo


questão unicamente de direito; ii) a controvérsia entre decisões proferidas por esta Corte
Federal. O requisito de “risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica” se faz presente eis
que consequência lógica e natural da efetiva controvérsia sobre o tema em âmbito judicial.

Não consta que o tema esteja afetado/com repercussão geral reconhecida para apreciação dos
Tribunais Superiores, restando satisfeita também a condição negativa prevista no artigo 976, §
4º, do Código de Processo Civil.

Destarte, dando azo ao primado da segurança jurídica e ao escopo pacificador inerente ao


Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), de modo a balizar, no âmbito desta
Terceira Região, a questão de índole processual posta à análise – interesse e legitimidade
concorrente da parte para discutir honorários advocatícios de sucumbência –
multiplicada no bojo de diversas ações judiciais e recursos decorrentes, voto pela instauração
do presente incidente.

Reputo presentes os requisitos autorizadores à suspensão do curso do Agravo de Instrumento


nº 5026704-71.2022.4.03.0000 uma vez que a decisão a ser adotada no mérito do presente
IRDR tem evidente repercussão no feito em destaque.

Deixo de determinar a suspensão dos processos pendentes, individuais ou coletivos, que


tramitam na Região e versam sobre a matéria haja vista que a controvérsia em questão se dá,
majoritariamente, em grau recursal e nas Turmas que compõem a Terceira Seção.

Nada impede, todavia, que os respectivos Relatores, se assim reputarem conveniente,


procedam ao sobrestamento dos feitos que versem sobre a matéria até ulterior decisão neste
Incidente.

Considerando a relevância do tema para a classe dos advogados, bem como a ausência de
subjetividade da questão e, ainda, o teor do artigo 23 da Lei 8.906/94, o qual dispõe que “Os
honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao
advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo

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requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor”, solicita-se a
intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB como amicus curiae, respeitadas as
disposições dos artigos 138 e 983 do Código de Processo Civil.

DO AMICUS CURIAE

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a


especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem


autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de
declaração e a hipótese do § 3º.

§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a


intervenção, definir os poderes do amicus curiae .

§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução


de demandas repetitivas.

(...)

Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas,


órgãos e entidades com interesse na controvérsia, que, no prazo comum de 15
(quinze) dias, poderão requerer a juntada de documentos, bem como as diligências
necessárias para a elucidação da questão de direito controvertida, e, em seguida,
manifestar-se-á o Ministério Público, no mesmo prazo.

Ante o exposto, satisfeitos os requisitos necessários, proponho a admissibilidade do


presente IRDR, bem como a suspensão do Agravo de Instrumento nº
5026704-71.2022.4.03.0000 até decisão final de mérito neste Incidente.

Intime-se a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB para dizer, no prazo de 15 (quinze) dias,
se tem interesse em intervir como amicus curiae, e, em caso positivo, que se manifeste quanto
ao mérito do IRDR.

Após, nos termos do artigo 982, III, do Código de Processo Civil, abra-se vista ao Ministério
Público Federal para parecer no prazo de 15 (quinze) dias.

Nos termos do artigo 979 do Código de Processo Civil, proceda-se às anotações e


comunicações necessárias interna e externamente.

Cumpra-se. Publique-se. Intimem-se.

É o voto.

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EMENTA

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. INTERESSE E


LEGITIMIDADE CONCORRENTE DA PARTE PARA DISCUTIR VERBA
HONORÁRIA ADVOCATÍCIA SUCUMBENCIAL. MATÉRIA COMUM A MAIS DE
UMA SEÇÃO DESTE TRIBUNAL. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO E
JULGAMENTO DO ÓRGÃO ESPECIAL. QUESTÃO PROCESSUAL
CONTROVERTIDA. MULTIPLICIDADE DE AÇÕES. CONTROVÉRSIA
VERIFICADA. RISCO DE OFENSA À ISONOMIA E À SEGURANÇA JURÍDICA.
ADMISSIBILIDADE. SUSPENSÃO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO ESPECÍFICO
QUE DEU ORIGEM AO PRESENTE IRDR. OAB. AMICUS CURIAE.
POSSIBILIDADE. IRDR ADMITIDO.

1. De saída, registre-se a competência deste Órgão Especial para processamento e


julgamento do presente feito. Com efeito, embora a requerente ilustre divergência,
no âmbito da Terceira Seção, na apreciação da matéria de fundo, o fato é que a
matéria processual de legitimidade para postular a fixação ou majoração de
honorários advocatícios é afeta a mais de uma Seção deste Tribunal. Em
homenagem ao artigo 978 do estatuto processual, bem como aos artigos 11, II,
parágrafo único, “k” e 106-B, I e II do RITRF3, reafirma-se a competência deste
Órgão Especial para julgamento da questão.

2. A legitimidade da parte para pedir instauração do Incidente de Resolução de


Demandas Repetitivas vem estampada no artigo 977, II, do Código de Processo
Civil.

3. Quanto à admissibilidade deste IRDR, destaque-se que, nos termos do artigo 976,
I e II, do Código de Processo Civil, a parte interessada demonstrou a presença dos

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pressupostos necessários e simultâneos ao processamento e julgamento do feito,
quais sejam, efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a
mesma questão e risco de ofensa à isonomia e segurança jurídica.

4. É inegável, ante a própria natureza do tema, que a fixação e majoração de


honorários de sucumbência, tanto na fase de conhecimento, quanto em cumprimento
de sentença, é matéria diária enfrentada judicialmente.

5. A efetiva repetição (multiplicidade) de processos que contenham a controvérsia


sobre a questão processual trazida ao debate, qual seja, interesse e legitimidade
da parte para discutir honorários de sucumbência, pode ser representada pelos
Julgados colacionados.

6. O desalinho entre os entendimentos emanados sobre a matéria vertida nos autos,


a qual é claramente submetida à corriqueira (não circunstancial) análise judicial, tem
o condão de gerar risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

7. Assim, reputam-se demonstradas concorrentemente: i) a multiplicidade de ações


envolvendo questão unicamente de direito; ii) a controvérsia entre decisões
proferidas por esta Corte Federal. O requisito de “risco de ofensa à isonomia e à
segurança jurídica” se faz presente eis que consequência lógica e natural da efetiva
controvérsia sobre o tema em âmbito judicial.

8. Não consta que o tema esteja afetado/com repercussão geral reconhecida para
apreciação dos Tribunais Superiores, restando satisfeita também a condição
negativa prevista no artigo 976, § 4º, do Código de Processo Civil.

9. Destarte, dando azo ao primado da segurança jurídica e ao escopo pacificador


inerente ao Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), de modo a
balizar, no âmbito desta Terceira Região, a questão de índole processual posta à
análise – interesse e legitimidade concorrente da parte discutir honorários
advocatícios de sucumbência – multiplicada no bojo de diversas ações judiciais e
recursos decorrentes, instaura-se o presente incidente.

10. Reputam-se presentes os requisitos autorizadores à suspensão do curso do


Agravo de Instrumento nº 5026704-71.2022.4.03.0000 uma vez que a decisão a ser
adotada no mérito do presente IRDR tem evidente repercussão no feito em
destaque.

11. Deixa-se de determinar a suspensão dos processos pendentes, individuais ou


coletivos, que tramitam na Região e versam sobre a matéria haja vista que a
controvérsia em questão se dá, majoritariamente, em grau recursal e nas Turmas
que compõem a Terceira Seção.

12. Nada impede, todavia, que os respectivos Relatores, se assim reputarem


conveniente, procedam ao sobrestamento dos feitos que versem sobre a matéria até
ulterior decisão neste Incidente.

13. Considerando-se a relevância do tema para a classe dos advogados, bem como
a ausência de subjetividade da questão e, ainda, o teor do artigo 23 da Lei 8.906/94,

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Número do documento: 23120117402913000000280800983
o qual dispõe que “Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou
sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a
sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja
expedido em seu favor”, solicita-se a intervenção da Ordem dos Advogados do
Brasil – OAB como amicus curiae, respeitadas as disposições dos artigos 138 e 983
do Código de Processo Civil.

14. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas admitido.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, O Órgão Especial, por
unanimidade, reconheceu a sua competência para processamento e julgamento do presente
feito e admitiu a instauração do IRDR, bem como suspendeu o Agravo de Instrumento nº
5026704-71.2022.4.03.0000 até decisão final de mérito neste Incidente, nos termos do voto do
Desembargador Federal ANTONIO CEDENHO (Relator). Votaram os Desembargadores
Federais NINO TOLDO, LEILA PAIVA, DAVID DANTAS, MARCELO SARAIVA, GISELLE
FRANÇA, NELTON DOS SANTOS (convocado para compor quórum), SÉRGIO NASCIMENTO
(convocado para compor quórum), ANDRÉ NEKATSCHALOW (convocado para compor
quórum), TORU YAMAMOTO (convocado para compor quórum), BAPTISTA PEREIRA,
ANDRÉ NABARRETE, MARLI FERREIRA, NERY JUNIOR, CARLOS MUTA e CARLOS
DELGADO. Ausentes, justificadamente, os Desembargadores Federais THEREZINHA
CAZERTA, MAIRAN MAIA, CONSUELO YOSHIDA, ALI MAZLOUM e MÔNICA NOBRE. , nos
termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

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