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17/11/2021
Número: 0719178-73.2020.8.07.0016
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: 1º Juizado Especial Cível de Brasília
Última distribuição : 12/05/2020
Valor da causa: R$ 40.000,00
Assuntos: Direito de Imagem
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
CHRISTIANO GAYO NASCIMENTO (AUTOR)
JULIANA DE OLIVEIRA BANDEIRA BUZINARO
(ADVOGADO)
METROPOLES MIDIA E COMUNICACAO LTDA (REU)
WICTOR YGOR LUCAS FIGUEIRA (ADVOGADO)
LUCAS BOLZAN VIEIRA (REU)
VIVIANE CARVALHO DE SOUZA (ADVOGADO)
ROBERTO WAGNER CORDEIRO ARAUJO JUNIOR (REU)
NATHALIA PAIVA DIAS (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
108286022 11/11/2021 Sentença Sentença
18:08
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
7JECIVBSB
1º Juizado Especial Cível de Brasília
SENTENÇA
Trata-se de procedimento submetido à Lei nº. 9.099/95, com as partes acima mencionadas.
Decido.
Li referida reportagem e ouvi o áudio. Não vejo que os réus excederam do limite de informar
o que ocorreu na partida e o que seu deu no vestiário. Os réus têm o direito do sigilo da fonte
quanto ao áudio.
Tendo os réus obtido o áudio e assistido a partida, a eles cabe informar e ao leitor julgar o
que entende adequado.
“Fica a questão sobre qual seria a motivação do quarto árbitro para interferir, e se
empenhar, na anulação do gol a ponto de comemorar a atuação dos colegas, como mostra
o áudio obtido pela reportagem. O resultado mais vantajoso nos sites de apostas seria,
justamente, o empate.”
Tal parágrafo não quer dizer que o autor apostou e se beneficiou com o resultado do empate.
Apenas levanta a questão para reflexão. Não extrapola o animus narrandi e o direito de
crítica.
O fato de Lucas Bolzan Vieira ter sido excluído da reportagem e ter sido assessor de
imprensa do Brasiliense não torna, por si só, ilícita a publicação.
Deve-se preservar a liberdade de imprensa e o rol de liberdades do art. 220 da CF, bem assim
os direitos fundamentais de livre manifestação do pensamento; de livre expressão da
atividade intelectual, artística, científica e de comunicação; de acesso à informação, todos
previstos no art. 5º, IV, IX e XIV da CF. Não houve o abuso previsto no art. 187 do Código
Civil.
A ira dos torcedores também não impõe a reponsabilidade sobre os réus porque eles devem
responder por si sós. Os réus não respondem pela conduta de terceiros.
Não bastasse isso, a dirigente do Brasiliense teria sido condenada em primeira instância por
acusações mais graves em relação ao autor. A turma recursal reformou tal sentença,
demonstrando, com mais razão, que não se justifica o pedido deste processo, em especial
contra órgão e profissionais de imprensa, que não utilizaram palavras duras em relação ao
requerente. Precedente:
Não há condenação em custas e honorários advocatícios, de acordo com o art. 55 da Lei nº.
9.099/95.
Não há litigância de má-fé, porque as partes puderam se defender e não foram preenchidos
os requisitos do art. 80 do CPC.
Passados 10 dias da intimação da sentença, sem manifestação das partes, arquive-se, com
baixa.
Registrada eletronicamente. I.