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30/05/2023
Número: 1019978-09.2022.4.01.0000
Classe: CONFLITO DE COMPETÊNCIA CÍVEL
Órgão julgador colegiado: 1ª Seção
Órgão julgador: DESEMBARGADOR FEDERAL DERIVALDO DE FIGUEIREDO FILHO
Última distribuição : 13/09/2022
Valor da causa: R$ 573.179,57
Processo referência: 1040123-06.2020.4.01.3800
Assuntos: Gratificações de Atividade
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
JUIZO FEDERAL DA 3ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
MINAS GERAIS - MG (SUSCITANTE)
JUÍZO FEDERAL DA 7ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
MINAS GERAIS (SUSCITADO)
Ministério Público Federal (FISCAL DA LEI)
SINDICATO TRAB. ATIVOS APOSENTADOS E MARIA DA CONCEICAO CARREIRA ALVIM registrado(a)
PENSIONISTAS DO SERV. PUBL. FEDERAIS NO ESTADO civilmente como MARIA DA CONCEICAO CARREIRA ALVIM
DE MINAS GERAIS (TERCEIRO INTERESSADO) (ADVOGADO)
UNIÃO FEDERAL (TERCEIRO INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
27449 26/05/2023 18:09 Acórdão Acórdão
3134
JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 6ª Região
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 6ª Região
Gab. 03 - DESEMBARGADOR FEDERAL DERIVALDO FILHO
Processo Judicial Eletrônico
RELATÓRIO
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23/04/2014, DJe 17/06/2014); que o entendimento firmado pelo STJ no Resp nº 1.243.887, no
sentido de afastar a prevenção entre processo de conhecimento da ação coletiva e de execução
individual quando este é aforado no foro do domicílio do exequente, diverso daquele, também se
aplica na hipótese em que ambos os feitos são ajuizados no mesmo Juízo; e que, do contrário,
há risco de desequilíbrio na própria distribuição, congestionamento processual, inviabilidade da
boa administração e da efetividade das ações coletivas (id. 225368034).
É o relatório.
Relator
VOTO - VENCEDOR
PODER JUDICIÁRIO
Processo Judicial Eletrônico
Tribunal Regional Federal da 6ª Região
Gab. 03 - DESEMBARGADOR FEDERAL DERIVALDO FILHO
VOTO
O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL DERIVALDO DE FIGUEIREDO BEZERRA
FILHO (RELATOR):
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qual não há direito subjetivo a ser tutelado, incabível a intervenção de terceiros interessados no
feito. Nesse sentido, AgInt nos EDcl no CC n. 180.847/MS (relator Ministro Luis Felipe Salomão,
Segunda Seção, julgado em 24/8/2022, DJe de 30/8/2022.)
Passo ao cerne.
Observe-se que, além de não haver falar em dependência entre os feitos coletivo e
de cumprimento individual (art. 286 do CPC), o deslinde do presente conflito negativo deve se dar
orientado pelos princípios do microssistema processual coletivo, prestigiando-se a busca pela
efetiva tutela jurisdicional ao maior número possível de jurisdicionados beneficiados pelo título da
ação coletiva e real acesso ao Judiciário – o que não ocorreria pela aplicação literal e irrestrita do
art. 516, II, do CPC. Da incidência desse, ter-se-ia tão somente congestionamento processual e
maior óbice à tramitação regular das execuções individuais.
- No presente caso, cuida-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal
da 16ª Vara do Rio de Janeiro em face do Juízo Federal da 1ª Vara do Rio de Janeiro, que
determinou a remessa dos autos ao Juízo suscitante, em ação de execução de sentença
coletiva proposta por Sonia Maria Santos Rangel, Patricia Simone de Araujo Santos e
Rosângela Santos Pojô, em face da União Federal, com base no título judicial transitado em
julgado nos autos de Mandado de Segurança Coletivo n.º 2005.51.01.016159-0, impetrado por
entidade representativa de classe.
- "Trata-se de uma divisão interna que determina a competência do juízo por critérios
combinados. Portanto, de natureza absoluta, ainda que o critério a prevalecer seja o da
territorialidade. Estabelece-se dentro do mesmo foro, ou seja, dentro da mesma circunscrição
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territorial que, na Justiça Comum, recebe o nome de Comarca e, na Justiça Federal, o de Seção
Judiciária", concluindo-se que "se percebe que o critério de fixação da Seção Judiciária é
territorial, porém a sua divisão interna é funcional. Não se trata de divisão de foro, mas de juízo.
Sendo sua natureza absoluta, é declinável de ofício" (Conflito de Competência n.º
2010.02.01.004366-5, Rel. Des. Fed. POUL ERIK DYRLUND, decisão unânime, E-DJF2R de
25/08/2010)
- "A competência para as execuções individuais de decisões proferidas em ações coletivas deve
ser definida pelo critério da livre distribuição, para impedir o congestionamento do juízo
sentenciante da referida ação, esmorecendo a 1 efetividade das demandas coletivas e
inviabilizando as execuções individuais." (Precedentes deste Egrégio TRF-2ª Região e do
Colendo STJ)
- Conflito de Competência conhecido para declarar a competência do Juízo suscitado, qual seja,
o Juízo Federal da 01ª Vara do Rio de Janeiro.
Cabe pontuar que, consoante Resolução PRESI 9/2022, ocorreu reestruturação das
unidades jurisdicionais da Seção Judiciária de Minas Gerais localizadas na Subseção Judiciária
de Belo Horizonte. Em virtude dessa, a 3ª Vara Cível (Juízo suscitante) passou à 1ª Vara Cível
(nova numeração; anexo da Resolução). Quanto à 7ª Vara Federal da Subseção Judiciária de
Belo Horizonte/MG (Juízo suscitado), essa foi extinta nos termos do art. 1º e 2º da Portaria n.º
423-CJF de 15/8/2022, e seu acervo foi redistribuído, conforme art. 4º da Resolução PRESI
9/2022, de modo que a ação coletiva passou a tramitar perante o juízo da 10ª Vara Cível.
É o voto.
DEMAIS VOTOS
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Processo Judicial Eletrônico
E M E N T A
II - Além de não haver falar em dependência entre os feitos coletivo e de cumprimento individual,
o deslinde do presente conflito negativo deve se dar orientado pelos princípios do microssistema
processual coletivo, prestigiando-se a busca pela efetiva tutela jurisdicional ao maior número
possível de jurisdicionados beneficiados pelo título da ação coletiva e real acesso à Justiça – o
que não ocorreria pela aplicação literal e irrestrita do art. 516, II, do CPC. Da incidência desse,
ter-se-ia tão somente congestionamento processual e maior óbice à tramitação regular das
execuções individuais.
III - A jurisprudência mitigou a regra da vinculação da execução ao juízo que decidiu a causa em
primeiro grau, excepcionando o próprio foro da ação coletiva para os cumprimentos individuais de
sentença genérica (STJ, tema repetitivo n. 480). No caso, embora se esteja diante de causas que
tramitam na mesma seção judiciária, com igual razão se aplicam os fundamentos balizadores da
tese da Corte Superior, segundo os quais “(...) os efeitos e a eficácia da sentença não estão
circunscritos a lindes geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi decidido,
levando-se em conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a qualidade dos interesses
metaindividuais postos em juízo (arts. 468, 472 e 474, CPC e 93 e 103, CDC).” Os dispositivos
mencionados do diploma processual correspondem, respectivamente, aos arts. 503, 506 e 508 do
CPC/2015.
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IV - "A competência para as execuções individuais de decisões proferidas em ações coletivas
deve ser definida pelo critério da livre distribuição, para impedir o congestionamento do juízo
sentenciante da referida ação, esmorecendo a 1 efetividade das demandas coletivas e
inviabilizando as execuções individuais." (Precedentes deste Egrégio TRF-2ª Região e do
Colendo STJ) – julgado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região no Conflito de Competência n.
0008066-15.2016.4.02.0000 (TRF2 - 8ª Turma Especializada).
A C Ó R D Ã O
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