subdividem as metodologias específicas ao ensino de surdos, em termos de pressupostos básicos existem três grandes correntes: o Oralismo, a Comunicação Total e o Bilingüismo.
Vívian Caroline de Freitas Magalhães
Baseados nessas considerações e influenciados, segundo Hutzler (1989), pelo avanço tecnológico e pelas idéias eugenísticas, os participantes do II Congresso de Surdos, realizado em Milão (em 1880), recomendaram o Oralismo como o meio mais adequado de ensino dos surdos.
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Oralismo é o nome dado àquelas abordagens que enfatizam a fala e a amplificação da audição e que rejeitam, de maneira explícita e rígida, qualquer uso da língua de sinais. Assim, “o oralismo tanto é uma ideologia quanto um método”.
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Nessa metodologia de ensino, a aprendizagem da fala é ponto central. Para desenvolvê-la, algumas técnicas específicas às orientações orais1são utilizadas. Essas técnicas são, basicamente, as relatadas a seguir:
O treinamento auditivo: estimulação auditiva para
reconhecimento e discriminação de ruídos, sons ambientais e sons da fala: O desenvolvimento da fala: exercícios para a mobilidade e tonicidade dos órgãos envolvidos na fonação (lábios, mandíbula, língua etc), e exercícios de respiração e relaxamento (chamado também de mecânica de fala); A leitura labial: treino para a identificação da palavra falada através da decodificação dos movimentos orais do emissor.
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Para o máximo aproveitamento auditivo, o Oralismo tem como princípio a indicação de prótese individual, que amplifica os sons, admitindo a existência de resíduo auditivo em qualquer tipo de surdez, mesmo na profunda. Esse método procura assim, reeducar auditivamente a criança surda, através da amplificação dos sons juntamente com técnicas específicas de oralidade.
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A Comunicação Total trata-se de uma proposta flexível no uso de meios de comunicação oral e gestual (sinais). A proposta inicial é transformada e se consolida, não como método, mas como uma filosofia educacional. Sendo que essa filosofia possui uma maneira própria de entender o surdo, ou seja, longe de considerá-lo como portador de uma patologia de ordem “médica”, entende o surdo como uma pessoa, e a surdez como uma marca com significações sociais. Com a finalidade de ensinar a língua majoritária e promover a comunicação.
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Apesar da idéia generalizada de oposição entre Comunicação Total e Oralismo, devido à inclusão de sinais na prática daquela, Marchesi (1987) afirma que a Comunicação Total não está em oposição à utilização da língua oral, mas apresenta-se como um sistema de comunicação complementar. Os adeptos da comunicação total consideram a língua oral um código imprescindível para que se possa incorporar a vida social e cultural, receber informações, intensificar relações sociais e ampliar o conhecimento geral de mundo. Vívian Caroline de Freitas Magalhães Nessa perspectiva, essa filosofia educacional propõe como procedimento de ensino, a utilização simultânea de sinais e fala, uso de aparelhos de amplificação sonora, trabalho de desenvolvimento das pistas auditivas e trabalho com fala tanto em leitura orofacial como em produção.
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Assim, não se subentende o envolvimento de uma só língua, já que os recursos comunicativos se compõem a partir de uma língua falada e de uma língua de sinais.
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Diante das dificuldades dos surdos em terem acesso ao conhecimento, cultura e mundo, a partir de discussões dessa natureza, surge uma orientação educacional que considera a língua de sinais, na sua forma genuína, chamada Bilingüismo. Define o Bilingüismo como uma filosofia educativa que permite o acesso pela criança, o mais precocemente possível, a duas línguas: a língua brasileira de sinais e a língua portuguesa na modalidade oral (aqui no Brasil).
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Numa linha bilíngüe, o ensino do português deve ser ministrado para os surdos da mesma forma como são tratadas as línguas estrangeiras, ou seja, em primeiro lugar devem ser proporcionadas todas as experiências lingüísticas na primeira língua dos surdos (língua de sinais) e depois, sedimentada a linguagem nas crianças, ensina-se a língua majoritária, (a Língua Portuguesa) como segunda língua.
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Educar com bilingüismo é “cuidar” para que, através do acesso a duas línguas, se torne possível garantir que os processos naturais de desenvolvimento do indivíduo, nos quais a língua se mostre instrumento indispensável, sejam preservados. Isto ocorre através da aquisição de um sistema lingüístico o mais cedo e o mais breve possível, considerando a Língua de Sinais como primeira língua. Educação com bilingüismo não é, pois, uma nova forma de educação. É um modo de garantir uma melhor possibilidade de acesso à educação.