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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE LETRAS
DISCIPLINA: LIBRAS
PROFESSOR: PAULO ROBERTO

GIOVANNIA ELAINE SANTOS DA SILVA


JULIANA MARIA DE JESUS
VALDETE MANGABEIRA

FILOSOFIAS EDUCACIONAIS APLICADAS À EDUCAÇÃO:


Oralismo, comunicação total e bilinguismo

NATAL
2011
O Oralismo

O Oralismo, ou Filosofia Oralista, de acordo com Goldfeld (1998), é


caracterizado pela idéia de que o deficiente auditivo necessita aprender a língua oral
paterna, para assim se integrar e interagir com a comunidade ouvinte. Isto ocorre
pela despreparação social em aceitar e receber um indivíduo que utilize apenas a
linguagem dos sinais para se comunicar. O Oralismo acredita que a apropriação de
uma língua de sinais, de fácil acesso, possa acarretar no desinteresse em aprender
a linguagem oral. Sendo assim, a linguagem escrita é fundamental neste método,
pois segue a um treinamento tradicional, onde se aprende as vogais e depois
concebe-as visualmente, para que o indivíduo com esta deficiência possa se adaptar
a uma leitura orofacial.
No entanto, o processo de aprendizagem, pelo deficiente, da linguagem oral é
bastante longo, podendo durar de oito a doze anos, dependendo de vários fatores e
isso acarreta em uma grande perda de tempo, uma vez que eles poderiam estar
aprendendo outras coisas mais importantes.
O Oralismo pode compreender vários métodos:
 Método Universal  Trata-se de um método de reabilitação para o surdo,
onde o objetivo é o treinamento auditivo sem nenhum ensino de leitura
orofacial.
 Método da língua natural  Método em que o objetivo é ensinar a criança
surda a falar através de atividades, onde tudo o que for envolvido deve ser
cercado de linguagens e jamais por gestos.
 Método multissensorial  Método semelhante ao oralismo puro,
acrescentando-se a esse a escrita das formas ortográficas da língua.
 Oralismo puro  No fundo trata-se de um método que tenta ensinar a
criança surda como se ela não possuísse nenhuma limitação. Inclusive
utilizando-se de amplificadores para que ela seja exposta à língua falada e
aos sons.
Todos esses métodos e a sua própria abordagem, o oralismo, tenta forçar uma
inexistência de limitação aos surdos, pois é mais fácil forçá-los a se tornar
socialmente iguais do que fazer com que a sociedade aceite as diferenças e passe a
adotar uma postura de aceitação e de adaptação à limitação dos mesmos.
Comunicação Total

Em 1968, Roy Holcon dá origem ao método de Comunicação Total. Trata-se


de uma proposta flexível no uso de meios de comunicação oral e gestual. Com a
expansão da Comunicação Total, a proposta inicial é transformada e se consolida
não como método, mas como uma filosofia educacional. Por não explicitar
claramente procedimentos de ensino, a Comunicação total é incorporada, em
diferentes lugares, em versões muito variadas, caracterizando-se, basicamente pela
aceitação de vários recursos comunicativos, com a finalidade de ensinar a língua
majoritária e promover a comunicação.

A Comunicação Total tem por objetivo toda e qualquer forma de


comunicação, sem apropriar-se de regras, podendo ser usado a leitura labial,
escrita, português sinalizado e qualquer outra forma que o surdo possa receber ou
transmitir uma mensagem.

Para Damázio (2007, p. 19), “a comunicação Total considera as


características da pessoa com surdez utilizando todo e qualquer recurso possível
para a comunicação, a fim de potencializar as áreas cognitivas, linguísticas e
afetivas dos alunos”.

Ao contrário do que se prega na filosofia oralista que ver o surdo como um


deficiente, necessitando apenas de estimulação para sanar essa deficiência. A
Comunicação Total percebe o surdo como um indivíduo que sua necessidade
especial, dificulta a sua integração com a sociedade e por isso busca em todas as
formas diminuir essa dificuldade.

(...) Esta filosofia também se preocupa com a aprendizagem da


língua oral pela criança surda, mas acredita que os aspectos
cognitivos, emocionais e sociais não devem ser deixados de
lado em prol do aprendizado exclusivo da língua oral. Por este
motivo, essa filosofia defende a utilização de recursos espaço-
viso-manuais como facilitadores de comunicação (GOLDFELD,
2002, p. 38).

A Comunicação Total foi bastante importante para estabelecer uma


comunicação mais eficaz para ambos, professor e aluno, ao propor que qualquer
tipo de comunicação é relevante, antes restrita ao oralismo, permitindo ampliar a
comunicação e os alunos dessa forma mantêm uma comunicação mais natural,
expondo suas idéias e inquietações.

BILINGUISMO

O Bilinguismo é definido como “uma proposta de ensino usada por escolas


que se propõem a tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar. Os
estudos têm apontado para essa proposta como sendo mais adequada para o
ensino de crianças surdas, tendo em vista que considera a língua de sinais como
língua natural e parte desse pressuposto para o ensino da língua escrita” (SKLIAR et
al 1995, apud QUADROS 1997, p. 27).

Segundo SKLIAR (1998, apud BOTELHO 2010), a educação bilíngue é


definida pela UNESCO como “o direito que têm as crianças que utilizam uma língua
diferente da língua oficial de serem educadas na sua língua”. Essa educação
bilíngue propõe que os processos escolares aconteçam nas escolas de surdos. Não
se deve confundir Bilinguismo com educação bimodal, pois esta utiliza o português
sinalizado e desconsidera a língua de sinais.

A educação bilíngue propõe a exposição à língua de sinais, concebida como a


língua materna de pessoas surdas, o mais cedo possível, de modo a oportunizar os
processos cognitivos da linguagem. Também propõe a participação igualitária dos
surdos nas escolas, dividindo o controle, a administração e o ensino. E também que
funcionários da escola, surdos e ouvintes, e os pais aprendam a utilizem a língua de
sinais.

Tornar-se letrado numa educação bilíngue pressupõe a utilização de língua


de sinais para o ensino de todas as disciplinas, aprende-se por intermédio dela e
sobre ela. A língua escrita e a língua oral são ensinadas como línguas estrangeiras
no Bilinguismo, sendo dependentes da aquisição de língua de sinais.
REFERÊNCIAS

EDUCAÇÃO DE SURDOS. Disponível em:


<http://edsurdos.blogspot.com/2011/01/comunicacao-total.html >. Acesso em
14/09/2011 às 23:55

FILOSOFIASA APLICADAS À EDUCAÇÃO DOS SURDOS. Disponível em:


<http://www.ufpe.br/ce/images/Graduacao_pedagogia. Acesso em 15/09/2011 > às
14:13

QUADROS, Ronice Müller de. Educação de surdos: A aquisição da linguagem. –


Porto Alegre: Artmed, 1997.

BOTELHO, Paula. Linguagem e letramento na educação dos surdos –


Ideologias e práticas pedagógicas. 3ª ed. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

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