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UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA

VAII - Hipnose na Saúde - Prof.: Lauro Pontes


Bruna Cristine Gomes de Souza
RESENHA DE TODAS AS AULAS

Começamos o estudo da hipnose na saúde a partir de seu histórico, sendo uma prática
quase tão antiga quanto a própria humanidade. Seu estudo foi ganhando forma ao longo dos
teóricos, base científica e comprovações na época do pensamento científico cartesiano e hoje
é uma prática regulamentada pelos conselhos individualmente (CFM, CFP, …), mas não
possui um conselho próprio e nem é uma prática exclusiva, podendo ser usada por diversos
profissionais, e inclusive pessoas com motivações antiéticas para a saúde, no caso do uso de
palco.
O estado hipnótico diz respeito ao estado de alteração da consciência a um nível, que
não entendemos completamente ainda, capaz de eliminar dor, fome, sede e baixar o
metabolismo do corpo. No seu início histórico foi relacionado à espiritualidade e tem seu
primeiro registro em papiro do ano de 1552 a.C. Em 1842 ocorreu o primeiro uso do termo,
por James Braid.
Franz Anton Mesmer (1734 - 1815) foi o pioneiro nas aplicações clínicas, era muito
carismático e reforçou a importância da sugestão no tratamento. Suas teorias foram
desdobradas em diversas disciplinas, mesmo sem ter recebido o devido crédito. Foi uma
figura polêmica, muito criticada, mas também muito importante para o desenvolvimento da
hipnose clínica.
Outros teóricos seguiram. Marquês de Puiségur (1751 - 1825) foi discípulo de
Mesmer e reconheceu o estado de sonambulismo artificial, hoje conhecido como transe
profundo. José Custódio de Faria acreditava que os passes mesméricos só tinham efetividade
por causa da receptividade dos pacientes, reforçando a importância da sugestão. James Braid
(1795 - 1860) se debruçou na fixação do olhar e na ideia fixa. Jean Charcot (1825 - 1893)
identificou uma semelhança entre os sintomas histéricos e os causados pelo transe hipnótico,
portanto defendeu que estes sintomas poderiam ser induzidos ou removidos por hipnose,
propondo o famoso tratamento da histeria, seguido por Freud.
Neste momento do auge do pensamento científico cartesiano, o estudo vai perdendo
sua alcunha de mistério e espiritualidade e começa a ser usado de forma médica. Hippolyte
Bernheim (1837 - 1919) cria a escala de estado de hipnose, Pierre Janet (1859 - 1947)
contribui com o dissociassionismo e o método da distração. Hoje um dos nomes mais
importantes é o psiquiatra Milton Erickson (1901 - 1980), reconhecido por ser um grande
conhecedor da comunicação humana e contador de histórias.
Quanto às medições e comprovações científicas, é possível medir a atividade do
cérebro a partir do consumo de oxigênio em determinadas áreas, o que permite comprovar
que a dor pode ser aliviada pela hipnose. O consumo de oxigênio no estado de hipnose é
muito alto, mais elevado que no estado de vigília e até mais que em situações de estresse, por
isso uma sessão de hipnose pode ser bastante cansativa. Já em relação às ondas cerebrais, a
hipnose se encontra na SMR (de 12 a 16 Hz), uma frequência maior que a Delta e Teta,
possíveis em estados de sono ou adormecendo, e Alfa, que possui uma sensação semelhante
de relaxamento, embora mais corporal.
Neste sentido, a hipnose é um estado híbrido entre o sono e a vigília capaz de
potencializar respostas terapêuticas. Pode ser usada em cirurgias (hipnocirurgia), reduzindo o
uso de anestesias, como uma alternativa a casos de alergia e que possibilita uma recuperação
pós operatória quase imediata. Também é usada em práticas odontológicas para a redução da
ansiedade, fobia e dor nos procedimentos. Existem diversas outras aplicações e indicações, e
é importante ressaltar a necessidade de se fazer um rapport, uma conexão entre paciente e
terapeuta e um conhecimento da história do paciente para que seja possível desenvolver uma
linguagem terapêutica e uma prática singular.
O processo hipnótico consiste em: primeiro uma respiração conduzida, logo uma
respiração somada a uma visualização de um lugar tranquilo, neste momento uma técnica
específica pode ser aplicada (existem diversas), após faz-se um retorno ao “aqui e agora”
retirando o estado de transe e finaliza, em vigília, com um feedback sobre os resultados.
Existe um mapa da sugestionabilidade de acordo com a personalidade de cada um, portanto
uma sugestão só vai ser efetiva se estiver dentro dos valores morais e conduta da pessoa
hipnotizada.
A hipnose no Brasil já foi uma prática exclusiva médica, de Jânio Quadros até o
governo de Collor, quando então deixou de ser exclusiva e ressurgiu a hipnose “de palco”,
associada a entretenimento ou publicidade e que pode ser desrespeitosa ao corpo do outro. Ao
mesmo tempo, apesar do preconceito, há outros braços da árvore do conhecimento a respeito
da hipnose nas áreas da saúde que usam sua prática com responsabilidade e resultados
terapêuticos. Cada conselho (da psicologia, medicina, enfermagem, fisioterapia e
odontologia) possui suas resoluções acerca de como cada profissional pode utilizar a hipnose
em sua prática profissional.

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