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Lembro de um ditado popular que diz: “Estar apaixonado é igual a estar hipnotizado”.
E quem nunca sentiu esse estado de apaixonado. Um paixão pelas artes, pelos animais, pela
natureza que nos retira mentalmente dos problemas da vida e nos foca no belo !
Desde tempos remotos, tanto no Egipto como entre os gregos, se praticava o sono profundo
como terapia.
Quantas vezes, entramos no sono com dor e saímos dele naturalmente, sem nem lembrar
que estávamos naquele estado dorido ? Algum estado mental se atinge nessa condição,
chamada sono, para o “milagre” acontecer.
Penso que podemos afirmar que a hipnose é um estado de consciência que envolve atenção
focada e consciência periférica reduzida, caracterizado por uma maior capacidade de
resposta à sugestão. natural e segura, que pode ser aplicada a toda a pessoa, que com seu
consentimento e auxilio, queira explorar o seu mundo interior. Isto de forma muito segura
visto ser, como dizia, um processo totalmente natural da mente do ser humano.
Os brasileiros usam uma expressão que já se tornou muito popular entre os portugueses e
que diz: “cair nos braços de Morfeu”, para expressar a queda num sono profundo ! Mas,
analisando bem, deveríamos falar em “Cair nos braços de Hipnos”. Pois na mitologia grega,
Morfeu era o deus dos sonhos enquanto Hipnos era o deus do sono !
Hipnose -Deriva de Hipno (Sono) e Osis (Ação) foi nome dado por James Braid, considerado
o pai da hipnose ocidenta, referindo-se ao estado de consciência reduzido a um ponto em
que a mente está aberta a seguir sugestões ou instruções de um emissor.
Considerado até os dias atuais como o pai da hipnose científica, Braid foi um dos pioneiros a
realizar experiências de indução do processo hipnótico na sociedade Ocidental. Contudo,
conforme os seus estudos avançaram, ele mesmo concluiu que tinha cometido um erro
quanto à nomenclatura aplicada ao procedimento. Pois a hipnose não adormece ninguém.
Mas talvez James Brain não estivesse totalmente equivocado na conexão que fez entre a
história de Hipnos e os tratamentos psicológicos. Afinal, o que é a hipnoterapia se não uma
tentativa de dialogar com seu subconsciente, assim como o deus grego Hipnos que
conversava com o eco da própria voz na caverna em que vivia?
Penso que daqui nasce a importância de explicar de forma simples e clara, os benefícios do
tratamento através da hipnose.
Se o profissional explicar que a hipnose permite que a pessoa consiga compreender a causa
do seu problema mais rapidamente, porque acede diretamente ao inconsciente e quebra as
barreiras defensivas, que existem quando está no seu estado consciente. E que, por
consequência, compreendendo as causas, a origem do problema, torna-se mais fácil lidar
com o mesmo, eliminando os prejuízos que isso causa psíquica e emocionalmente, então a
primeira e grande parte do tratamento já iniciou e o sucesso pode ser mais facilmente
observável porque se eliminou uma das mais difíceis objeções da pessoa: a morte do ego.
O Ego é essa parte consciente, responsável por interpretar a realidade, memória, emoções e
perceção – relação do indivíduo com o meio – e mediador ente o Id e o superego, na
conceção de Freud, o pai da psicanálise. Freud usou durante muito tempo a hipnose antes
de dar nascimento à psicanálise ! Ambas as praticas têm em comum reconhecer a existência
de um lado inconsciente da mente e se preocupa com interpretação de elementos
rememorados para compreender e superar traumas e outras causas dos sintomas.
Mas por serem técnicas distintas, uma vez que a psicanálise utiliza apenas a associação livre
e um estado de vigília , recomenda-se ao profissional escolha apenas uma dessas técnicas
como método para atendimento a pacientes, sem as misturar.
Cerca de 20 anos apos o falecimento de Freud, por volta dos anos 1960, pesquisas
reforçam o poder da Hipnose.
Portanto, qualquer profissional que busca genuinamente ajudar pessoas a viverem melhor
com elas e com o mundo deveria interessar-se pela hipnose.