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4a EDIÇÃO
HERMENÊUTICA E
UNIDADE AXIOLÓGICA
DA CONSTITUIÇÃO
Del Rey
EDITORA
GLAUCO BARREIRA
MAGALHÃES FILHO
HERMENÊUTICA E UNIDADE
AXIOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO
4a edição
DelRey
EDITORA
Belo Horizonte
2011
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ARRYAGARRADERA DEDATOS PROGRAMS
SOUTMUTTAA.
Copyright © 2011 Editora Del Rey Ltda.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, sejam quais forem os meios
empregados, sem a permissão, por escrito, da Editora.
Impresso no Brasil Printed in Brazil
EDITORA DEL REY LTDA.
www.livrariadelrey.com.br
224p
ISBN 978-85-384-0199-5
)
|
A meu pai, Glauco Barreira Magalhães,
mestre e exemplo no Direito,
no estudo da língua portuguesa e na
prudência peculiar aos que são justos.
Ao professor José de Albuquerque Rocha
(in memoriam), que ergueu a sua pena,
em luta incansável, por uma reforma ética
no Poder Judiciário.
V
“Por homem honrado entendo aqui aquele que, em to
das as ocasiões e em todos os seus atos, sem exceção,
dá testemunho de um comportamento integro, leal e
justo e que, por conseguinte, age sempre de boa-fé,
sem falsidade ou segundas intenções e interesses, in
diferente à lisonja e ao medo”
vii
Agradeço
Ao professor Arnaldo Vasconcelos,
meu orientador e amigo, com quem tenho
aprendido desde o curso de bacharelado.
À professora Maria Magnólia Lima Guerra
(in memoriam), pelo grande estímulo
e apoio recebido durante as minhas
primeiras pesquisas em Direito.
ix
SUMÁRIO
PARTE I: PRELIMINARES
HERMENÊUTICO-METODOLÓGICOS
1. HERMENEUTICA FILOSÓFICA 3
1.1 Introdução 3
1.2 Schleiermacher.... 6
1.3 Dilthey..... 7
1.4 Heidegger. 10
1.5 Gadamer. 11
x1
2.2 Savigny e a Escola Histórica........ 19
3.1 Introdução 73
xü
4. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.......... 93
4.1 Introdução 93
CONCLUSÃO 187
BIBLIOGRAFIA.......... 191
x111
PREFÁCIO À 1º EDIÇÃO
xvi
Esse seria um dos métodos pedagógicos mais aptos, sem
duvida, à formação dos sentimentos político e jurídico dos
cidadãos, tão necessários à proteção e ao aperfeiçoamento
da sociedade e do Estado democrático. Sem o despertar des
se duplo processo de conscientização, não possui nenhum
país nem Direito e nem justiça confiáveis, por mais e muitas
e belas leis que nele existam. Transformar leis em Direito
não é tarefa prioritária do Poder Judiciário, mas da socie
dade. Não existe absolutamente nada que possa substituir o
acatamento espontâneo do Direito, a natural realização de
sua plena eficácia. Só assim poder-se-ia garantir que o Di
reito aí existente seria sempre justo e legítimo.
Como se viu, a atenta leitura dos originais do livro de
Glauco Filho trouxe-me à lembrança a significativa passa
gem de D. Quixote sobre a natureza dos valores intelectuais
e. as duas coisas juntas, as reflexões que acabo de fixar nos
parágrafos anteriores. Se valer tirar disso algum significado,
não pode deixar de ser senão este: um texto começa a mos
trar suas virtudes a partir do momento em que é capaz de
fertilizar o pensamento do leitor.
II
xvii
boa parte dos jovens saídos de nossas universidades. Ocorre
que, justamente do fato negativo de operar a redução da rea
lidade a uma só de suas dimensões o mundo quotidiano
dos fenômenos -, o positivismo consegue transmitir a boa
impressão de segurança e certeza na atividade humana, va
lores tão apreciados na quadra juvenil.
Com esses títulos em distinção, insere-se a obra de Glau
co Filho na vigorosa corrente dos jovens constitucionalistas
brasileiros que, a partir do texto da Carta Magna de 1988,
têm buscado a formação de uma teoria constitucional no ní
vel dos melhores existentes nos países de tradição democrá
tica, sem deixar de ter sempre em consideração a realidade
sociocultural brasileira. Vê-se manifestar, outra vez, a ten
dência já identificada no prefacio que escrevi, em 1995, para
o valioso livro de Marcio Diniz, Controle de Constituciona
lidade e Teoria da Recepção, publicado nesse mesmo ano
por Malheiros Editores.
III
IV
xxi
+
APRESENTAÇÃO
xxiii
tibilidades existentes no sistema interno, daí porque a real
unidade do ordenamento jurídico é a unidade interior, uma
unidade axiológica e teleológica.
A Constituição, através das fórmulas ideológicas, dos
valores básicos e dos direitos fundamentais, é o ponto de
erupção do sistema interno. Sua proximidade da sociedade
faz com que os seus preceitos apareçam como lavas no mo
mento de maior calor. Essas lavas vão esfriando e solidifi
cando na medida em que descem da cratera do vulcão, da
Constituição, para os vales que são os demais ramos do Di
reito Positivo. A discussão de temas constitucionais é mais
viva e mais compreensível para a sociedade, a qual poderá
manifestar-se, de modo a contribuir, ainda que indireta
mente, para a orientação dos outros ramos do Direito Posi
tivo, isto é, participando do dimensionamento dos valores
que vão coordenar a elaboração de preceitos jurídicos.
A unidade da Constituição é uma exigência racional e
pragmática. É exigência racional, porque a razão decompõe
(análise) para, em seguida, compor (síntese) através da in
teligência. É exigência pragmática, porque a Constituição se
ria inaplicável se não encontrasse sua harmonização prática.
A nossa perspectiva da unidade da Constituição é hu
manista, ou seja, está ligada à dignidade da pessoa humana.
Procuramos temperar o pragmatismo da nova hermenêutica
constitucional com os limites deontológicos impostos pelo
valor da pessoa humana. A nossa visão do homem, portanto,
não poderia deixar de ter uma influência considerável na
maneira de entendê-la ou interpretá-la. Não há ciência sem
pressupostos, nem ideologicamente neutra. Assim como os
matemáticos partem de axiomas, os demais cientistas par
tem de paradigmas, os hermenêutas dizem que não é pos
sível a interpretação sem uma prévia compreensão. Cremos
que o que mais influencia o cientista do Direito é a sua com
xxiv
preensão da natureza humana, pois toda definição genérica
de Direito faz referência ao homem ou a sua liberdade. A
natureza humana é a fonte última do Direito.
2
O filósofo Jacques Maritain afirma que "é preciso que a criatura seja
verdadeiramente respeitada em seu relacionamento com Deus, porque
dependente inteiramente dele: humanismo, mas humanismo teocêntrico,
humanismo integral, humanismo da encarnação ”(MARITAIN, Jacques.
Por um humanismo Cristão. São Paulo : Paulus, 1999, p. 87)
3
O ilustre professor Arnaldo Vasconcelos, com muita lucidez intelectual,
ao tratar do Direito Natural, expressou-se : "...deve-se concluir-se que
o pensamento teológico a autêntica ciência do Medievo e na Renas
cença – tem tanto legitimidade teórica para a formular suas versões do
Direito Natural, como qualquer outro de cunho filosófico ou cientifico.
Mesmo porque, tentar negar a dimensão espiritual do homem, na qual
se insere sua religiosidade, parece coisa tão absurda como procurar
fazê-lo relativamente a qualquer dos outros elementos integrantes de
sua natureza" (VASCONCELOS, Arnaldo. Direito, humanismo e de
mocracia. Malheiros : São Paulo, 1999, p. 36)
XXV
mudanças de paradigmas e de foco das atenções do Direito
Privado para o Direito Constitucional.
HERMENÊUTICO-METODOLÓGICOS
1 HERMENÊUTICA FILOSÓFICA
1.1 INTRODUÇÃO
1
Primeira Epístola do Apóstolo S. Paulo aos Coríntios 2: 13
6 GLAUCO BARREIRA MAGALHÃES Filho
1.2 SCHLEIERMACHER
1.3 DILTHEY
1.4 HEIDEGGER
1.5 GADAMER
BIBLIOGRAFIA
2.1 INTRODUÇÃO
BIBLIOGRAFIA
3.1 INTRODUÇÃO
3
Arnaldo Vasconcelos afirma que o Direito é um ser-acidente que existe em
um ser-substância (fato). Assim, o fato, antes de ser jurídico, é humano,
social, econômico e moral. Observa, no entanto, o mestre cearense que “...o
fato de ter o Direito a natureza de ser-acidente não lhe acarreta, em abso
luto, nenhuma inferioridade. Muito ao contrário, por sua transcendência,
confere-lhe inequívoca superioridade”(VASCONCELOS, Arnaldo. Direi
to, humanismo e democracia. São Paulo : Malheiros, 1998, p. 21)
4
Marcelo Neves, ao explicar a autopoiese do Direito, admite que, no
fenômeno da constitucionalização simbólica, o meio social inviabili
za a concretização do programa normativo. “...Pode-se afirmar que a
realidade constitucional, enquanto meio ambiente do Direito Constitu
cional, tem relevância 'seletiva', ou melhor, destrutiva, em relação a
esse sistema. "(NEVES, Marcelo. A constitucionalização simbólica. São
Paulo Editora Acadêmica, 1994, p. 85).
:
HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO 39
BIBLIOGRAFIA
Assim,
“a interpretação adequada é aquela que consegue con
cretizar, de forma excelente, o sentido da proposição
normativa dentro das condições reais dominantes numa
determinada situação”2
1
54 Glauco Barreira MAGALHÃES FILHO
BIBLIOGRAFIA
5
A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1992, p. 118
6
Peso de glória, 2º ed., São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida
Nova, 1993, pp. 43 e 44
HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO 67
9
Ouça o Espírito, ouça o mundo, São Paulo: ABU EditoraTeo, 1997, p. 57
10 GLauco BARREIRA MAGALHÃES FILHO
BIBLIOGRAFIA
3.1 INTRODUÇÃO
1
HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA ConsTITUIÇÃO 75
oa:
na “pólis” (premissa), enquanto, na idade média, só recebia
proteção quem se encontrava no feudo
Durante a fase liberal do velho Estado de Direito, predo-
minou o individualismo, sendo afirmada a liberdade humana
perante o Estado. A organização política seria fruto do con-
senso e, logo, da manifestação da vontade dos indivíduos. As-
sim, o ente estatal deveria recuar diante da esfera de liberdade
de cada um, assegurando apenas a ordem e a segurança, ou
simplesmente, a não intervenção da liberdade de um na liber-
dade do outro. Nesta época, adotava-se a indução como mé-
todo científico, consistindo esse meio de cognição na obser-
vação dos casos PARTICULARES para se concluir uma lei,
mediante um salto do particular para o geral. A validade de
uma explicação estava no grau de satisfação alcançado pela
sua correspondência aos casos. No plano político, afirmava-
se que o Estado(geral) era fruto da manifestação de vontade
dos indivíduos e que sua legitimidade decorria do fato de ele
estar a serviço da liberdade dos particulares.
À luz da distinção, hoje feita, entre ciências naturais e ciên-
cias culturais, o ato intelectivo próprio das ciências culturais
resulta de um processo dialético, que consiste na busca de
uma síntese proveniente da confrontações das diversas com-
preensões possíveis de um objeto, o qual possui um substra-
to (suporte) e um sentido(projeção do espírito humano). O
sujeito cognoscente é, por sua vez, visto não mais como um
ente autônomo que vê o objeto de um ângulo que lhe permite
desfrutar de neutralidade, mas sim, como alguém que deter-
mina o objeto, enquanto é por este determinado. No caso, o
objeto cultural seria contemplado não apenas como produto
de um autor individual, mas como uma realidade histórica em
movimento, € o intérprete, por sua vez, como membro de uma
determinada sociedade, o consideraria em seu próprio contex-
to condicionante de valores. O padrão de verdade estaria não
78 GLauco BARREIRA MAGALHÃES FILHO
e Democracia. São
* VASCONCELOS, Arnaldo. Direito, Humanismo
Paulo: Malheiros Editores, 1998, p. 26
82 GLauco BARREIRA MAGALHÃES FILHO
tado, onde também afirma que “a idéia do direito por principal escopo
do Estado é, segundo Gierke, um dos fundamentos do jusnaturalismo.
E como o Estado deriva do individuo, qual deliberada criação de sua
vontade, não poderão buscar-se-lhe fins à margem da esfera individual”
(Teoria do Estado. 3º ed., São Paulo: Malheiros, 1995, p. 30)
0 REALE, Miguel. O Estado Democrático de Direito e o Conflito das Ideo-
logias. São Paulo: Saraiva, 1998, p. 3
HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO 85
BIBLIOGRAFIA
4.1 INTRODUÇÃO
1
KIERKEGAARD, Soren. Temor e Tremor, Rio de Janeiro: Ediouro, [s.d.],
p. 84 ss
104 GLauco BARREIRA MAGALHÃES FILHO
13
MUIRHEAD, H. H. O Cristianismo através dos séculos. Vol. II, 3º ed,,
Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1951, p. 240
106 GLauco BARREIRA MAGALHÃES FILHO
«4
Vl.
Jg
FELIPE, Márcio Sotelo. Razão jurídica e dignidade humana. São Pau-
lo: Max Limonad, 1996, p. 67
GLauco BARREIRA MAGALHÃES FILHO
10
BIBLIOGRAFIA
19
Apud CHEVALLIER, Jean-Jacques. As grandes obras políticas de Ma-
quiável a nossos dias 7º ed., Rio de Janeiro: AGIR, 1995, p.259,
FiLHO
14 GLauco BARREIRA MAGALHÃES
itos Humanos.
HERKENHOFF, João Batista. Curso de Dire
1994.
Volume I. São Paulo: EDITORA Acadêmica,
de Assis
SANTO AGOSTINHO. O livre arbítrio. Trad. Nair
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TACIANO, o Sírio. Padres Apologistas. Trad. Ivo Starniolo
e Euclides M. Balancin. São Paulo: Paulus, 1995
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José da Silva Brandão. 2º ed., Campinas: Papirus, 1997.
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Ana Keil. Porto: rés-Editora
KIERKEGAARD, Soren, Temor e Tremor. Trad. Torrien
Guimarães. Rio de Janeiro: Ediouro, [s.d.]
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NUNES, Luiz Antônio, Liberdade: Norma, Consciência e
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BOBBIO, Norberto, 4 Era dos Direitos. Trad. Carlos Nel-
son Coutinho. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1992
HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO 115
(E. L. Woodward)!
" ApudRIZZO, Jorge. Deus não existe. Rio de Janeiro: Jorge Rizzo, 1998,
p. 11
118 GLauco BARREIRA MAGALHÃES FILHO
ea ad
HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO 127
15
ULLMANN, Reinholdo Aloysio. O ESTOICISMO ROMANO. Cole-
ção FILOSOFIA — 45, Porto Alegre: Edipucrs, 1996, p.28
16
ULLMANN, Reinholdo Aloysio, op. cit., p.lI4
Apud. ULLMANN, Reinholdo Aloysio. EPICURO, O FILÓSOFO DA ALE-
GRIA, Coleção FILOSOFIA - 35, Porto Alegre: Edipucrs, 1996, p. 62
Grauco BARREIRA MAGALHÃES FILHO
132
icos do Pensa-
3 MARSÍLIO DE PÁDUA. DEFENSOR MENOR. Cláss
mento Político. Petrópolis: Editora Vozes, 1991, p. 93,
HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA ConsTITUIÇÃO 139
“2 HOF, Ulrich Im. 4 Europa no século das luzes. Lisboa : Editora Presença,
1995,
p. 209
45 HOF, Ulrich Im, op. cit., p. 226
“s HOF, Ulrich Im, op. cit., p. 16]
“Segundo os historiadores, John Wesley modificou o curso da história
inglesa. Como disse Rattenbury: “Há na verdade, pouca dúvida, de que
o cidadão inglês do século dezoito, de maior importância para o mun-
do não era um político nem poeta, nem soldado ou marinheiro, mas o
pequeno itinerante a cavalo — o Grande Cavaleiro, como eu o chamaria
— que ainda está cavalgando para novas conquistas”. RATTEMBURY,
J. Ernest. Wesley: legacy to the World. London: The Epworth Press,
1928, p.53.
HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA ConsTITUIÇÃO 151
mento, exortando-o
a continuar a sua luta contra o mal da
escravidão. Eis o conteúdo da carta:
“Prezado senhor: A não ser que o poder divino tenha levan-
tado você para ser um “ Athanasius contra mundum” (Ata-
násio contra o mundo), não vejo como você pode cumprir
sua gloriosa tarefa em combater aquela execrável vilania
que é o escândalo da religião, da Inglaterra e da natureza
humana. A não ser que Deus tenha levantado você para
esse propósito, será exausto pela oposição de homens e de-
mônios. Mas se Deus estiver com você, quem será contra
você? São todos eles mais fortes que Deus? Não canse em
fazer o bem! Vá em frente, em o nome de Deus e na força
do seu poder, até que mesmo a escravidão americana (a
mais vil que já viu o sol) desapareça ante ele...”**.
ao 00 0 «q «q gi
HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA ConsTITUIÇÃO
153
$3
VIEIRA DE ANDRADE., José Carlos. Os direitos fundamentais na
Constituição portuguesa de 1976, Coimbra: Almedina, 1987
156 GLauco BaRrREIRA MAGALHÃES FILHO
BIBLIOGRAFIA
6.1 INTRODUÇÃO
O Sistema jurídico é formado por diversos institutos jurídi-
cos organizados harmoniosamente, com a coerência que con-
siste na adequação das partes com o todo e das partes entre si.
Os institutos jurídicos, elementos formadores da ordem
jurídica, resultam do agrupamento organizado e coordenado
de um complexo de normas de Direito Positivo.
Determinar a natureza de um instituto jurídico é encontrar o
seu lugar próprio no sistema, do que resulta a melhor compreen-
são das regras que o definem. O instituto jurídico é caracterizado
por dois elementos: o teleológico e o estrutural. O primeiro diz
respeito ao fim que a ordem jurídica pretende alcançar através do
instituto. O segundo refere-se ao modo de formulação, articula-
ção e aplicação dos preceitos a ele concernentes.
Este capítulo inclui o tema da natureza jurídica da proprie-
dade, bem como o da continuidade do direito de propriedade,
em torno do qual se intensifica a controvérsia em nossos dias,
principalmente, com o reconhecimento da função social da
propriedade.
4 4 OT comi
HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO 167
6.4 A PROPRIEDADE
2
Apud FOSTER, Richard J. CELEBRAÇÃO DA DISCIPLINA, 6º ed.
Trad. Luiz Aparecido Caruso. Editora Vida, Florida, 1983, p. ll
GLauco BARREIRA MAGALHÃES FILHO
170
7
HABERMAS, Jurgen. DIREITO E DEMOCRACIA: entre facticidade
e validade, 1, Biblioteca Tempo Universitário 101, tempo brasileiro. Rio
de Janeiro, 1997, p. 120.
174 GLauco BARREIRA MAGALHÃES FILHO O
BIBLIOGRAFIA
7.1 INTRODUÇÃO
BIBLIOGRAFIA
A CONSTITUIÇÃO REINVENTADA
PELA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL
José Adércio Leite Sampaio
DIREITO CONSTITUCIONAL
ANT TorTo)
Kildare Gonçalves Carvalho
DIREITO CONSTITUCIONAL
Rino Toro)
Raul Machado Horta
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
E CONTROLE DA
CONSTITUCIONALIDADE |
Leila Maria Bittencourt da Silva
“HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
“ Laurence Tribe:
“* Michael Dorf
O GUARDIÃO DA CONSTITUIÇÃO
OT EST o atino
TRANSFORMAÇÃO DO DIREITO
CONSTITUCIONAL
Nós. o Povo Soberano
Bruce Ackerman
www.delreyonline.com.br