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MECÂNICA GERAL
ESTÁTICA
CONTEÚDO
1. INTRODUÇÃO
Esta monografia resume as notas de aula deste autor na disciplina de Mecânica I (PME3100),
elaborada ao longo do seu aprimoramento didático junto a equipe de dinâmica do Departamento
de Engenharia Mecânica (PME) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EP-USP).
O texto pressupõe que o aluno domine os conhecimentos elementares de álgebra vetorial, álgebra
linear e de cálculo diferencial e integral, adquirido nas disciplinas dos primeiros anos básicos
(biênio) do curso de engenharia.
1º Parte – ESTÁTICA
2º Parte – CINEMÁTICA
3º PARTE – DIMÂMICA
O conjunto de notas de aula se inicia pelo trato da ESTÁTICA de sistemas estruturais que serão
modelados e analisados. Na CINEMÁTICA, os movimentos e composição de movimentos são
tratados. Em DINÂMICA os teoremas de energia (Teorema da Energia Cinética - TEC), Newton
(Teorema da Resultante - TR) e Euler (Teorema da Quantidade de Movimento Angular -
TQMA) são apresentados e utilizados. A notação vetorial é utilizada sistematicamente ao longo
deste texto (Boulos, 1997).
2. REFERENCIAIS
V1 V1 V2
p ; q e r pq (1)
V1 V1 V2
Um sistema de coordenadas pode ser fixo Ee1e2e3, ou móvel Oxyz, conforme apresentado na
Figura 1. O sistema de coordenadas pode estar “solidário” a um corpo rígido e, portanto se
movimentando junto com ele.
A posição de um ponto P no espaço 3 pode ser descrita por um vetor r a partir da origem da
base móvel, segundo os versores unitários i , j e k (vetor unitário representado por uma seta
sobre a letra) da base móvel Oxyz ou, representado no sistema de coordenadas fixo, segundo os
versores e1 , e 2 e e3 (letras em negrito identificando vetor).
P O r x i y j z k (2)
P O x Oe1 e1 y Oe2 e2 x Oe3 e3
P
e3
r
k
z
y
O
j
x
i
e2 y
E
e1
O sistema de coordenadas móvel pode ser movimento retilinear (aquele onde a direção dos
versores não se altera) ou curvilinear (aquele que incorpora a direção da trajetória que a origem
do referencial móvel descreve). O movimento de um corpo rígido e, portanto de um sistema de
coordenadas móvel Oxyz, pode ser retilinear ou curvilinear. Pode ter orientação invariante ou ter,
por exemplo, um de seus eixos acompanhando uma trajetória (sistema de coordenadas intrínseco
- base de Frenet). A descrição da distribuição de massa de um corpo é facilitada quando se
utiliza de uma sistema de coordenadas solidário ao corpo (a matriz de inércia torna-se constante).
Entretanto, quando se utiliza uma sistema de coordenadas móvel, deve-se ter um cuidado
especial no cálculo da derivada de vetores. Deve-se distinguir a derivada local, feita com
respeito a um referencial móvel, da derivada total (ou global) que é calculada em relação ao
referencial inercial fixo.
3. FORÇAS
Verifica-se que a força pode ser adequadamente representada por uma grandeza vetorial, pois
tem magnitude, direção e sentido. Tipicamente a interação entre corpos rígidos convexos ocorre
idealizadamente em um ponto de contato. Num sistema de coordenadas tri-ortogonal, a forças F
que tem ponto de aplicação P é descrita na base de coordenadas Oxyz por um vetor do tipo:
F Fx i Fy j Fz k onde P O x i y j z k (3)
Um sistema de forças S é composto por conjunto de Fi forças aplicadas em Pi pontos específicos
sendo i = 1, 2, 3, ..., n, conforme ilustrado na Figura 2.
Fi Fxi i Fyi j Fzi k e Pi O xi i yi j zi k (4)
Fn
P1 F1 F5
P4
P5
Pn F4
P2
F2
Pi
F3
P3
Sistema de
Forças
Fi
3.3. Resultante
A RESULTANTE R de um sistema de forças S formado por ( Fi , Pi ) sendo i = 1, 2, 3, ..., n ,
conforme ilustrado na Figura 3a, é determinada pelo vetor R obtido da soma das forças:
n
R Fi (5)
i 1
Fn
P1 F1 Pi
F2
F2y
R
Fi
Pn P2
F2 F1y
O
Pi F1
R
F3 O F1x F2x
P3
Sistema de
Fi Resultante
Forças
n n n
Rx Fxi ; R y Fyi e Rz Fzi (6)
i 1 i 1 i 1
Exemplo Elementar:
Determinar a Resultante R do sistema de forças S dado por Fi , Pi para i = 3:
F1 1 i 2 j 3 k P1 0, 2, 0
F2 4 i 0 j 0 k aplicadas em P2 1,1, 0
F3 0 i 5 j 1 k P3 1, 0,1
R 5i 7 j 4k
Exemplo Espacial:
Calcule a resultante R do sistema de forças S, Fi , Pi , indicado na Figura 4:
P
a
F1
F2
O
a y
R
x
Resolução: Sistema: forças e pontos de aplicação: F1 F i aplicada em P1 a, 0, a e F2 F j
aplicada em P2 0, a, 0
F1 F i F2 F j R F i j (7)
n
Portanto basta somar as componentes em cada direção das forças ( Rx Fxi ) e obter cada
i 1
componente da resultante ( R Rx i R y j Rz k ).
Quando dois corpos rígidos se tocam a interação entre eles, restringe a penetração através de
forças ATIVAS e REATIVAS. Considere um bloco pressionado pelo cotovelo contra uma
parede. As forças externas ao bloco, o mantém em equilíbrio.
B N
B F R
FAT
mg
SISTEMA DFCL
No caso da cotovelo, a força ativa percebida (pelo tecido da mão), tem seu par reativo aplicado
no bloco e são sempre forças externas aos corpos e sempre associadas aos pares ativos e reativos
de forças iguais e opostas, conforme a terceira lei de Newton. Existem dois grandes grupos de
forças:
FORÇAS DE CONTATO e
FORÇAS DE CAMPO.
Forças de contato são decorrentes da ação entre corpos e forças de campo são devido à ação a
distância entre corpos, portanto sem contato. Dois exemplo de forças de campo são a ação de
atração gravitacional e força de interação magnética.
4. MOMENTO
O Momento de uma força F aplicada no ponto P em relação a um pólo O é definido por:
M O P O F (8)
Note que o vetor momento M O é ortogonal ao plano formado pelo força F e o vetor
Pi O , conforme ilustrado na Figura 6. Portanto o momento de uma força se altera em função
da magnitude da força F e posição do pólo Pi O considerado.
O modulo do vetor M O considerando as características do produto vetorial (ver item 12.8) é
dado por:
M O P O F sen F b (9)
onde d é chamado de braço de momento dado por b M O / F , conforme ilustrado na Figura 6.
k
O F
b
Q P
u
Note ainda que se a força for aplicada no ponto Q contido na linha de ação da força ( u ), o
momento não se altera:
Q O F Q P P O F P O F M O (10)
Q a
F
O
P y
Resolução: Sistema: ( F , P ) F F j Pa j
i j k
M Q P Q F a j a k F j 0 a a aF i
0 F 0
Proposição:
Considere uma força F aplicada no ponto P. Qual o lugar geométrico dos pólos (pontos) para os
quais o módulo do momento dessa força não se altera (invariante)?
MO
u
F
d
O
P
Demonstração: O momento da força F em relação ao pólo O é: M O P O F e tem
módulo igual à: M O P O F sen ; mas para = tem-se que P O sen d que
é um circulo em torno do ponto P. Como o momento não se altera para pólos ao longo da linha
de ação da força F , resulta em um cilindro de raio d (c.q.d.), conforme ilustrada na figura. O
valor do momento será mínimo quando d = 0 ou seja pólos coincidentes com a linha de ação da
força geram momento nulo.
Proposição:
Para um conjunto S de forças aplicadas ( Fi , Pi ), o Momento em relação ao pólo O é dado por:
n
M O Pi O Fi (11)
i 1
Note que o momento de cada força, com ponto de aplicação próprio deve ser calculado e depois
somado.
Exercício de Momento:
Determinar a Resultante R do sistema de forças S dado por Fi , Pi e o Momento de S em
relação a O(1, 1, 0).
F1 1 i 2 j 3 k P1 0, 2, 0
F2 4 i 0 j 0 k aplicadas em P2 1,1, 0
F3 0 i 5 j 1 k P3 1, 0,1
R 5 i 7 j 4 k Resultante
n
Cálculo do Momento em relação a O(1, 1, 0) utilizando M O Pi O Fi e a regra da mão
i 1
Exercício de Momento:
Calcule o momento M O do sistema de forças S em relação ao pólo O, indicado na Figura 7:
Q a
P1
a
F1
F2
O
a P2 y
Resolução: Sistema: forças e pontos de aplicação: F1 F i aplicada em P1 a, 0, a e F2 F j
Portanto a mudança de pólo pode alterar a magnitude do momento como também pode mudar a
sua direção.
PARALELAS;
CONCORRENTES;
REVERSAS.
O momento de um sistema de forças S concorrentes ( Fi , Pi ), em relação a um pólo O qualquer,
é igual ao momento, em relação ao mesmo pólo, da resultante do sistema de forças R , aplicada
no ponto de concurso das forças (Ponto A). Considere o sistema de forças concorrentes no ponto
A, conforme ilustrado na Figura 8a. O momento em relação ao pólo O é dado por:
n
M O Pi O Fi (12)
i 1
P2
R
F1
P1
F2
O (A – O)
A
A
F3 O
Pn Fi P3
Fn
Sistema de Forças
Pi Resultante
Concorrentes
Note ainda que o momento não se altera quando o ponto de aplicação da força permanece sobre a
linha de ação da força, por exemplo sobre o ponto de concorrência A. Portanto, conforme
ilustrado na Figura 8b, obtêm-se:
n n
M O A O Fi
M O A O Fi M O A O R (13)
i 1 i 1
c.q.d.
Pode ser necessário determinar o Momento do sistema de forças em relação a outro pólo
distinto. Considere outro pólo Q qualquer, tal que:
n n
M O Pi O Fi e M Q Pi Q Fi (14)
i 1 i 1
n n
M Q M O Pi Q Fi Pi O Fi
i 1 i 1
n n n
M Q M O Pi Q Fi Pi Q Fi Q O Fi
i 1 i 1 i 1 (15)
n
M Q M O 0 Q O Fi Q O R
i 1
M Q M O O Q R
M Q M O O Q R Fórmula de Mudança de Pólo (16)
Exercícios
Considere o momento em relação ao pólo O (0, 0, 0), M O a F j do sistema de forças ( Fi , Pi )
com resultante R F i j apresentado na Figura 7. Determine o momento M Q em relação ao
M Q M O O Q R
(17)
M Q a F j a k F i j a F j j i a F i
Considera-se um eixo passando por um ponto O e orientado pelo versor u . Defini-se como
momento do sistema de forças Fi , Pi em relação ao eixo O u (ou torque) o escalar Mu tal que:
Mu MO u (18)
a) Uma força paralela ao eixo O u não acrescenta momento ao eixo.
b) O valor absoluto do momento de uma força ortogonal a um eixo é o produto do módulo
da força vezes a distância da linha de ação da força ao eixo.
c) Só fornecem momentos em relação ao eixo, forças ortogonais ao eixo e reversas com ele.
d) O sinal do momento em relação a um eixo pode ser identificada pela regra da mão direita.
Exemplo: Considere o Momento do sistema de forças Fi , Pi calculado em relação ao outro
ponto Q pertencente ao eixo u . Utilizando a fórmula de mudança de pólo, obêm-se:
M Q u M O O Q R u M O u 0 (19)
Note que O Q // u portanto O Q R u
Existe um par especial de forças ( F1 e F2 ) aplicadas em pontos ( P1 e P2 ) chamado de BINÁRIO
DE FORÇAS, que tem resultante nula e momento diferente de zero (torque). São
obrigatoriamente forças colineares idênticas e opostas, mas não alinhadas, conforme ilustrado na
Figura 9. O momento do binário de forças tem direção perpendicular ao plano formado pelas
forças e independe do pólo selecionado (verifica-se pela fórmula de mudança de pólo).
Fi Fxi i Fyi j Fzi k aplicadas em: Pi O xi i yi j zi k (20)
2 2
R Fi 0 e
M O Pi O Fi 0 (21)
i 1 i 1
M P2 P1 F2 ou M F2 P2 P1 sen F2 d dM /R (22)
k
O
F2 P2
d F1
P1
Propriedades:
R 0 e M O 0 O sistema é equivalente a um binário de forças.
M M O M Q O momento do binário não depende do pólo selecionado.
( F1 , O) F1 a j
O O 0
( F2 , A) F2 a j A O b i
2
R Fi F1 F2 a j a j 0
i 1
2
M O Pi O Fi O O F1 A O F2 0 b i a j ab k
i 1
M Q O Q F1 A Q F2 c j a j b i c j a j ab k
O momento de forças portanto é uma entidade que pode ser observada apenas de forma indireta.
O ATO DE MOVIMENTO decorrente de um binário de força é uma ROTAÇÃO.
5. SISTEMAS EQUIVALENTES
Considere o Sistema de Forças A Fi para i = 1, 2,..., n, aplicadas em pontos Pi, conforme
ilustrado na Figura 10:
Fi Fxi i Fyi j Fzi k e Pi xi i yi j zi k (23)
Fn
P1 F1 P4
F5
RB
P5
F4
Pn P2 M
B
O
F2
O O
Pi
F3
P3
Sistema A Sistema B
Fi
n n 2
R A Fi e M OA Pi O Fi M (24)
i 1 i 1
Note que as forças F4 e F5 formam um binário de Resultante nula e Momento
M P4 P5 F4 com módulo M P4 P5 F4 d F .
RB RA e M OB M OA (25)
A resultante RB deve ser aplicada no ponto O chamado de pólo de redução do sistema de forças.
Propriedades:
a) O ato de movimento de um corpo não se altera, se substituirmos as forças aplicadas em um
mesmo ponto pela resultante delas aplicada nesse mesmo ponto, e reciprocamente.
b) O momento de binário de forças não é alterado se o ponto de aplicação da força for
transportado ao longo de sua direção de atuação (note que o braço d do binário não se altera).
c) Teorema: Todo sistema de forças é equivalente a uma única força aplicada num ponto e um
momento de binário.
k R=0
k
M=0
O
O
F2 P1
F1 F F
P2
R=0
Sistema A Sistema B M=0
Aplique forças similares alinhadas com os dedos sobre o seu celular apoiado sobre a mesa. O
que acontece?
k R=0
M k
M=dF
O
O
P2
d F1
F2
P1
R=0
Sistema A Sistema B M=dF
Agora aplique forças similares com os dedos não alinhados (afastados de d) sobre o seu celular
apoiado sobre a mesa. O que acontece? Qual o ato de movimento?
k R = F1 i k k
MO
MO = r F1 k
P1
F1
F1 r
r r
O F2 O O
F3 F3
Sistema A Sistema B
Reduzir um sistema de forças corresponde à obter outro sistema equivalente, que tenha um
número mínimo de forças. Da definição de sistemas equivalentes, constata-se que o sistema
reduzido mínimo consiste de uma única força (Resultante) aplicada num ponto O qualquer e um
momento idêntico ao momento das forças do sistema original, em relação ao mesmo pólo.
a) R 0 e M O 0 O sistema é equivalente a zero.
b) R 0 e M O 0 O sistema é equivalente a um binário de momento M O .
c) R 0 e I 0 O sistema é equivalente a uma única força aplicada em ponto específico.
( F1 , C ) F1 ai aj ak
C O a k
( F2 , G ) F2 ai
G O a i 2a j a k
( F3 , A) F3 ai 2aj ak A O a i
D
C F2
B G
a
F3
k
O y
F1
i P2 E
j a
A 2a F
x
RESOLUÇÃO: Sistema de forças Fi , Pi . Diagrama de forças: conforme a figura, Referencial
e pólo: Oxyz. Teoremas: R Fi , M O Pi O Fi , I M O R .
MO C O F1 G O F2 A O F3
MO
a k a i a j a k a i 2a j a k a i a i a i 2a j a k
MO a 2 j a 2 i 2a 2 k a 2 j 2 a 2 k a 2 j
MO a 2 i a 2 j 4a 2 k
c) Para que o sistema de forças seja redutível a uma única força o Invariante Escalar deve ser
nulo:
I M O R a 2 i a 2 j 4a 2 k a i a j a 3 a 3 0
Portanto o sistema original S é redutível a uma única forças R desde que aplicada no local Q tal
que M O Q O R M O
Q O R M O
q x i q y j q z k a i a j a 2 i a 2 j 4a 2 k
aq z a 2 qz a
aq z a
2
qz a para qy = a Q O 5a i a j a k
a q q 4a 2 q q 4 a
x y x y
6. CENTRO DE MASSA
Um sistema de forças paralelas S é composto por conjunto de forças Fi , aplicadas em pontos Pi ,
todas com direção u tal que:
Fi hi u (26)
Uma partícula pode ser idealizada como um corpo sem dimensões físicas com massa não
desprezível. Isso implica em ter toda sua massa concentrada em um único ponto. Um partícula
ideal é portanto um ponto material com massa não nula. Negligenciar sua dimensão significa
também ignorar seu movimento de rotação. Um conjunto de partículas forma um corpo extenso e
deformável. Se entretanto as deformações forem, numa primeira aproximação, consideradas
desprezíveis face aos movimentos globais do corpo, constitui-se um corpo indeformável.
Portanto um agregado de partículas com distâncias entre elas invariante, constitui-se um corpo
rígido. Neste caso o corpo rígido deve ter obrigatoriamente sua atitude, descrita por seu
movimento de rotação, considerada.
O corpo rígido homogêneo tem a distribuição de massa relacionada com sua forma. Desta
distribuição duas propriedades são destacadas:
O centro de massa corresponde a posição do pólo onde o momento de forças paralelas associadas
com as partículas do corpo, tem seu valor nulo.
n
M O Pi O Fi (27)
i 1
Vamos localizar o ponto C tal que o momento do campo de forças paralelas Fi hi u em relação
a esse pólo seja nulo. Utilizando a formula de momento de forças em relação ao pólo C:
n
n
M C Pi C hi u 0 i i h P C u 0 (28)
i 1 i 1
Para que a direção u seja qualquer, exige-se que:
n n h P O
i i
hi Pi C 0 hi Pi O C O 0 ou C O i 1
n
(29)
i 1 i 1
h i 1
i
Pi:
n
m P O
i i
G O i 1
n
(30)
m
i 1
i
Para a localização do centro de massa G O ri xG i yG j zG k conforme ilustrado na
Figura 15, ter-se-á
G O
m r i i
(31)
m i
G
Pi
ri
zi
k
O
i xi
j y
yi
x
Para um corpo de massa total m a posição do centro de massa (G – O), descrito num sistema de
coordenadas cartesianas Oxyz , é obtida pelo somatório em cada coordenada independente:
xG
m x i i
; yG
m y i i
e zG
m zi i
(32)
m m m
P2
u G
L
P1
Resolução: adotando o sistema de coordenadas P1 u tem-se do somatório do momento de
primeira ordem das partículas P1 e P2 de massas m1 = 1m e m2 = 4m, medido a partir o ponto P1
na direção u :
G O mi ri
u m u m
uG 1 1 2 2
0 m L 4m 4
L
mi m1 m2 5m 5
Exemplo: Integração
Determinar a posição do centro de massa de uma placa no formato triangular com densidade de
área , conforme dimensões mostradas na figura à esquerda.
y y
h =b – x b / a
b
dx
b
yG G
h
x x
O a O xG x a
a a a a
xG
mi xi xG
0
dm x dx h x 0 h x dx 0 b x b / a x dx
0
m m 0.5 a b 0 .5 a b 0.5 a b
2 a a
2 b 2 a b 3 a 2 b a 2 b a3 1
xG b x dx b / a x 2
dx x x a
a b 0 0
a b 2 0 3a 0 a b 2 3a 3
1
O mesmo vale para a outra direção onde obtêm-se por similaridade: yG b
3
Considere a placa triangular AED com massa 3m, as barras AB e CD tem massa m (cada uma) e
a barra BC tem massa 2m. Todos os sólidos são homogêneos.
a) Determine as coordenadas do baricentro da placa triangular AED.
b) Determine as coordenadas do baricentro da barra ABCD.
c) Determine as coordenadas do baricentro do sólido composto pela placa AED e pela barra
ABCD.
y
B
b E x
A
a C
c
a
D
G O
m ri i
Resolução: Utilizando a expressão da posição do centro de massa: e a
m i
c 3b
3m 4m 0 3m 0 4m
3 mc c 4 3mb 3b ; z 0
c) Conjunto: xS ; yS S
3m 4m 7m 7 3m 4m 7m 7
Caso uma das placas tenha um furo, pode-se considerar uma parte adicional com massa negativa.
Determinar a posição do centro de massa G de uma barra esbelta homogênea na forma de arco de
circunferência de raio R com ângulo central 2, conforme ilustrado na figura à esquerda.
y y L
R ds
R
O O
x x
x
m L L
xG
0
dm x ds x 0 ds R cos
0
m L
dm ds L
0 0
7. ESTÁTICA
O equilíbrio estático vem do principio proposto por Issac Newton (1687) sobre a variação da
quantidade de movimento para corpos de massa invariante:
d d d d d
dt
p
dt
m V
dt
p m V m V m a F
dt dt
(33)
para o caso particular do Sistema Estático (sem movimento), a aceleração deve ser nula e
portanto o somatório de forças será nulo:
F 0
i
i (34)
Note que para o caso de um agregado de partículas, como veremos mais a frente
( H O J O M Oext ), para que não haja movimento angular, exige-se também que o momento
seja nulo:
O
i
M 0 (35)
( P1 O) r1 x1 i y1 j z1 k e (36)
z P3
k
P1
r G
O y
P2
x
Posição e Atitude
Note que o angulo (phi) do corpo foi definido no plano Oxy sobre a projeção do corpo,
denominado “ângulo de direção”. A “elevação” do plano do corpo (versor k ) é quantificada
pelo ângulo (teta) formado pela linha média do corpo, medido em relação a linha projetada no
plano Oxy. Finalmente a rotação própria descrita pelo angulo (psi) em torno do eixo
longitudinal do corpo (linha G P3 da Figura 16).
7.3. Vínculos
Corpos em contato realizam interação de forças ativas e reativas de contato. Para corpos
convexos pode haver pelo menos um ponto de contato comum aos dois corpos. Esse tipo de
vínculo é chamado de apoio simples, conforme ilustrado na Figura 17a. Para corpos confinados a
movimento em um plano, interligados por um vínculo do tipo anel (pino) pode haver apenas
movimento relativo de rotação, conforme ilustrado na Figura 17b. Esta restrição de movimento é
realizada por uma força contida no plano (ou suas componentes ortogonais).
Engastamento Guia
Articulação Articulada
FB FBy
B FBx
B
m G
YA
y
L
mg g
A
A
XA
x
Sistema O DFCL
Observe que as incógnitas decorrentes do vínculo em A, são identificadas com valores positivos
na base de coordenadas selecionada. Pode-se escrever a partir do DFCL a Resultante das forças
n
externas como R Fi e suas componentes para a condição de equilíbrio:
i 1
Rx X A FBx 0 X A FBx
n
R Fi 0 R y YA FBy mg 0 YA FBy mg (37)
i 1 R 0 R 0
z z
n
Note ainda que para o corpo permanecer em equilíbrio tem-se que: M O Pi O Fi 0 .
i 1
n
M A Pi A Fi A A RA B A RB G A mg 0
i 1
L cos i sen j FBx i FBy j L / 2 cos i sen j mg j 0 (38)
L FBy cos FBx sen k mgL / 2 cos k 0
Um sistema em equilíbrio estático tal que as equações sejam suficientes para determinar as
reações vinculares incógnitas é chamado de sistema ISOSTÁTICO ou estaticamente
determinado. Caso contrário é chamado de Sistema HIPERESTÁTICO (ou estaticamente
indeterminado). Existe sistema que tem um grau de liberdade indeterminado chamado de sistema
HIPOSTÁTICOS.
Dois casos importantes de sistemas em equilíbrio submetidos a forças devem ser destacados:
Para o primeiro caso conclui-se imediatamente que as duas forças devem ser iguais e opostas
(sistema plano).
Para o segundo caso as forças devem ser coplanares pois caso uma delas esteja fora do plano não
haverá componente de resultante nula naquela direção. Portanto sendo coplanares podem ser
paralelas ou concorrentes. Sendo duas forças concorrentes num ponto P, a terceira forças deve
passar também por P para resultar em momento nulo.
B B B
FB
FB FB
FA
A
Barra Articulada A DFCL FA A TRELIÇA
n n
R Fi 0 e M O Pi O Fi 0 (39)
i 1 i 1
Da primeira equações obtêm-se que: FA FB 0 , portanto iguais e contrárias. Da segunda
equação, considerando o pólo em A têm-se: M A B A FB 0 , portanto, para B A 0 os
vetores B A e FB devem ser alinhadas e portanto contidas no plano.
Uma barra com extremidades articuladas é chamada de BARRA DE TRELIÇA e suporta apenas
forças iguais e contrárias aplicadas na sua extremidade.
Na mecânica é comum haver sistemas formados com múltiplos tipos de elementos. Os sistemas
podem ser planos ou tridimensionais. Pode conter Placas, Barras, Fios e Polias. O sistema pode
ser suportado ou acoplado por apoios, pinos, articulações, engastamentos, etc. O sistema pode
ser formado por triades de barras articuladas nas extremidades formando o que é chamado de
treliça. Eventualmente o sistema pode ser constituído por mais de um pórticos rígidos, conforme
ilustrado no sistema de barras de treliça apresentado na Figura 28.
O sistema ideal mostrado na figura tem 3 barras e uma polia de massas desprezíveis, o vínculo
em A é uma articulação, e o vínculo em B é um apoio simples. As barras são articuladas em C. O
fio que passa pela polia está fixado em E e tem na outra extremidade um peso P. Determine:
a) as forças que a polia e o fio aplicam nas barras.
b) as reações vinculares em A e B.
c) as forças na conexão C entre as barras.
d) Desenhe as barras indicando todos os esforços atuantes.
a
D a a
C a A
P
E
M 0 D Pa T a 0 T P
F 0 x Dx 0
F 0y Dy P T 0 Dy 2 P
FB
M 0 A 2 P 3a P 2a FB a 0 FB 4 P
Cy
c) Isolando a barra ACD e utilizando valores obtidos Ay
F 0 C A 0 C A C 4P
x x x x x x
2P
F 0 C A 2P 0 A C 2P
y y y y y
M 0 2 P 3a C a 0 C 6 P A
A y y y 4P
d) Analisando o nó A, obtêm-se:
FAB FAy
F x 0 Ax FAx 0 Ax 4 P
Ax
F y 0 Ay FAy FAB 0 FAx
Ay
FAB Ay FAy 4 P P FAB 5 P
e) Analisando o nó B:
By
F x 0 FB Bx 0 Bx FB Bx 4 P
Bx
F y 0 FAB B y 0 B y FAB B y 5P FB
FAB
RSB LDSV POLI-USP
ESTÁTICA 46
Cx = 4P
C
A P
Cy = 6P
FAB = 5P
E
7.8. Treliças
Treliças são estruturas rígidas formadas por sequências triangulares de barras retas interligadas
por articulações, conforme ilustrado na Figura 21. Em geral as forças externas são aplicadas nos
vértices dos triângulos (nós). As barras articuladas nas extremidades são chamadas de barras de
treliça e só recebem forças iguais e contrárias alinhadas com ela, conforme apresentado no item
7.6. Neste texto apenas as treliças planas estáticas serão abordadas.
D
B F
nó
barra
A G
C E
FC TRELIÇA FE
Para análise estática de uma treliça, faz-se inicialmente o DFCL da treliça como um todo (corpo
rígido estático único) para determinação das forças nos apoios. A subseguente determinação das
forças internas das barras da treliça em equilíbrio, pode ser realizada por dois métodos:
MÉTODO DOS NÓS: O nó (ou pino) é o centro de um sistema de forças concorrentes cujo
momento em relação a este ponto é nulo, conforme ilustrado na Figura 22a. Desta forma um nó
(ou pino) está em equilíbrio quando a resultante das forças for nula (veja o DFCL na Figura
22b). Note que o pino transmite as forças entre a articulação e as barras.
RSB LDSV POLI-USP
ESTÁTICA 48
B Barra
FAB FAB AB
pino/nó A FAB
barra
X’A
Y’A FAC FAC
Barra
nó AC
YA
A FAC A XA
articulação
C
TRELIÇA a) b) DFCL
Convenção: quando uma barra for submetida a forças de tração, convenciona-se a força com
sinal positivo. De maneira similar, as forças nos nós, devido as barras (ação e reação), tem sinal
positivo sempre para fora do nó.
B B
FBD FBD
barra
FCD FCD
nó
YA
A FCE XA FCE
A C
C DFCL
MÉTODO DAS SEÇÕES: Uma seção da treliça deve no máximo cortar três barras, conforme
ilustrado na Figura 23a o que resultam 3 forças incógnitas para três equações no sistema estático
no plano mostrado no DFCL da Figura 23b.
Determine as forças nas barras da treliça, submetida à força FB FBx i aplicada no ponto B,
conforme mostrado na Figura 24a, utilizando o MÉTODO DOS NÓS.
Resolução: Sistema: Treliça. Referencial: Oxy e Pólo conveniente A. Teoremas: Equilíbrio
Estático: R Fi 0 e M O Pi O Fi 0
B B
FB FB
L L
YA YC
60°
A XA
C
L A C
DFCL
Para determinar as reações nos vínculos de apoio A e C, isola-se a treliça como um único corpo
rígido, conforme ilustrado no DFCL da Figura 24b, e para R Fi 0 escreve-se as seguintes
expressões:
X A FBx 0 X A FBx
YA YC 0 YA YC
M A A A RA B A FB C A RC 0
M A 0 Lcos 60º i sen 60º j FBx i L i YC j 0
M A FBx L sen 60º k YC L k 0 YC FBx 3 / 2 YA FBx 3 / 2
Portanto os valores de força para a treliça como um corpo rígido único são:
Isolando o nó A, conforme ilustrado no DFCL da Figura 25, utilizando novamente R Fi 0
e os valores já determinados (note que as reações nos nós são opostas as ações na treliça
determinadas acima), obêm-se as seguintes expressões:
1
FAC X A FAB 2
X A FAB cos 60º FAC 0
3
YA FAB sen 60º 0 FAB YA
2
Barra
FAB AB
pino/nó A FAB
X´A
Y´A FAC FAC
Barra
AC
YA
A XA
articulação
DFCL
Figura 25 – Detalhe do Nó A
1 1
FAC FBx 2 FBx 2 FBx
3 2
FAB FBx FBx Portanto a barra AC e AB estão sob tração (sinal positivo).
2 3
Resolva o mesmo problema anterior considerando agora a força externa aplicada no ponto B,
mas com sentido para baixo: FB FBy j .
FB FD FF FH FJ FL
B D F H J L
L
L
60º L
A M
C E G I K
PONTE EM TRELIÇA
Para determinar as reações nos vínculos de apoio A e M, isola-se a treliça como um único corpo
rígido, submetido a Fi n Fy j cargas verticais e escreve-se as seguintes expressões para n =
6 segmentos:
XA 0 XA 0
YA YM n Fy 0 YA YM 6 Fy
M A A A RA B A FB D A RD ... M A RM 0
M A 0 Lcos 60º i sen 60º j FBy j ... 6 L i YM j 0
L 3L
M A FBy k FDy k ... 6 L YM k 0
2 2
L L
2n 1 2 Fy 6L YM 36 Fy 6 L YM
2
YM 3 Fy YA 3 Fy
FB FD FF
B D F FFH
L
L FGH
60º L FGI
A
C E G
DFCL
Portanto os valores de força para a seção de treliça como um corpo rígido, conforme apresentado
na Figura 27, para o pólo em G são:
M G A G RA B G FB D G FD F G FF F G FHF i 0
5 3 1 3
3L i YA j L i FB j L i FD j L i FF j L j FFH i 0
2 2 2 2
FFH 3 F
Considere o sistema constituido por duas treliças formando pórticos rígidos planos distintos,
conforme ilustrado na Figura 28a. Note que o anel de articulação em E une os corpos rígidos 1 e
2.
H I H FHI I
H
FIH FHI
L 2
G
XE
G E YE 4P
4P
YE
F P XE F
1
P
L
y
C D C D
L x
L A B
A B
DFCL XA YB
YA
Para determinar as reações nos nós do sistema isola-se os corpos rígidos: Barra HI, treliça EGH
(corpo rígido nº 2) e portico ABEF (corpo rígido nº 1) conforme ilustrado nos sistemas de
treliças apresentado na Figura 28b.
Resolução: Sistema: Barra de treliça HI, treliça EGH (corpo rígido nº 2) e treliça ABEF (corpo
rígido nº 1) . Referencial: Oxy. Teoremas: Equilíbrio Estático:
R Fi 0 e M O Pi O Fi 0
Iniciando pelo corpo rígido nº 2 (treliça EGH) verifica-se de imediato, utilizando a equação de
momento em relação ao pólo E que FHI é igual a P. Por decorrencia, utilizando a fórmula da
resultante, obtêm-se: XE = - FHI = -P e YE = P.
Finalmente, tomando o pólo em A obtêm-se:
RSB LDSV POLI-USP
ESTÁTICA 54
M A Pi A Fi 0
A A RA B A RB E A RE F A 4 P i 0
0 L i YB j 2 L j X E i YE j L i 2 L j 4 P i 0
YB 6 P
Experimente abrir a treliça ABEF utilizando o método das barras e determinar a força na barra
BD.
8. EIXO CENTRAL
Resolução do Produto Vetorial: Determinar a incógnita x do produto vetorial:
xa b (40)
com x , a e b não nulos e 3 ; que é um espaço vetorial de ordem 3 (3 dimensões).
Observe que o vetor b é ortogonal ao plano formado pelos a E
vetores x e a quaisquer, devido as propriedades do (a ^ b) x
produto vetorial, então b x e também b a , conforme
b
ilustrado na figura. Portanto a b 0 (perpendiculares) e
a
contidos no plano . O
Pode-se representar x ( E O) no plano x e a , como a soma de dois vetores: um na direção
de a e outro perpendicular a a (e ortogonal a b , como já estabelecido), conforme ilustrado
na figura. Então:
x a b a com e . (41)
a b a a b a b a b (42)
Tomando o módulo dos termos da equação anterior e como os vetores são perpendiculares,
determina-se o valor para o escalar :
1
a b a b 2 (43)
a
a b
x 2 a (44)
a
com o escalar qualquer que são as soluções da equação do produto vetorial com uma
incógnita em x . Tal solução correspondente à reta a (linha pontilhada mostrada na figura) que
passa pelo ponto E. Note ainda que a solução particular quando = 0 , resulta em x a .
Considere o sistema de forças S com resultante não nula e momento M O . O lugar geométrico
dos ponto E para os quais o momento do sistema é paralelo à resultante ( M E h R ) é uma reta
paralela à R . Tal reta é única e chamada de EIXO CENTRAL do sistema S.
Demonstração: Utilizando a fórmula de mudança de pólo e impondo que M E h R :
M E M O O E R E O R M O h R (45)
a b
xa b x 2 a (46)
a
E O
R MO h R E O
R MO h R R MO
(47)
a
R2 R2
x b
que é o ponto E para o qual o momento é mínimo. Portanto os pontos do eixo (E – O) paralelo
para a resultante são:
R MO
E O R (48)
R2
que é a equação do reta paralela à R (EIXO CENTRAL) descrita na forma paramétrica como:
R MO
E O 2
R
(49)
R
R MO I
R E O R R M O h R 0 h
R 2
2
R
(50)
M E M O O E R (51)
Utilizando novamente a fórmula de mudança de pólo para outro pólo P, fora do eixo central, terá
momento:
M P M E E P R (52)
No eixo central vale M E h R portanto qualquer ponto P fora do eixo central:
M P h R E P R (53)
que mostra que M P não é mais paralelo com R pois à ele é somada uma componente ortogonal.
Portanto para qualquer ponto P fora do eixo central, o momento M P não é mais o valor mínimo.
Exemplo:
Considere o sistema de forças S, composto de Fi , Pi de mesmo módulo, conforme indicado na
Figura 29. Calcule a resultante R do sistema e o momento M O em relação ao pólo O.
Determine a posição do eixo central onde o momento é mínimo. Qual o ato de movimento que o
sistema de forças induziria a um corpo?
Q a
P1
a
F1
F2
O
a P2 y
Resolução: Sistema: forças e pontos de aplicação: F1 F i aplicada em P1 a, 0, a e F2 F j
aplicada em P2 0, a, 0 . Resultante e Momento em relação ao pólo Q (0, 0, a):
n
R Fi F i F j F i j
i 1
n
M O Pi O Fi a i a k F1 i a j F2 j a F j (54)
i 1
n
M Q Pi Q Fi a i a k a k F1 i a j a k F2 j a F i
i 1
Eixo Central: Tomando a Resultante e o Momento em relação ao pólo O (0, 0, 0), tem-se:
R MO F i j aF j
E O 2
R O
i j
R 2F 2 (55)
a
E k i j
2
Note que o invariante escalar não é nulo ( I aF 2 ) e portanto o sistema não pode ser reduzido a
uma única força. O sistema equivalente será portanto ( R, Q ) e M Q . Calculando o momento em
n
M E Pi E Fi a i a / 2 k F1 i a j a / 2 k F2 j Fa / 2 i j (56)
i 1
Verifica-se que o momento em relação ao pólo E pertencente ao eixo central, tem a mesma
direção da resultante ( i j ) e valor mínimo ( M E Fa / 2 i j ). O ato de movimento que o
sistema de forças induziria a um corpo pode ser composto por uma roto-translação conforme
ilustrado na Figura 30.
z z
Q a F1
O z
a/2 ME
P1
a a E a
E y
x
F1 F2 F2
O a a
P2 F1 F2 O
a y x y
R
x Eixo Central Planta Frontal
9. HIDROSTÁTICA
Adotando por simplicidade uma superfície plana π com sistema de forças Fi aplicando em cada
um dos seus pontos Pi. Sendo as forças normais ao plano tem-se que F h n aplicada no ponto
Pi da área S do plano π representado pelo versor n normal a superfície, conforme ilustrado na
Figura 31.
dV Volume
h p(S)
n
S
P
ds
Seja p(S) uma função contínua de pontos genéricos Pi ao longo da área S com intensidade:
h
p (57)
ds
é uma função escalar positiva e contínua de S que é chamado de PRESSÃO no ponto Pi . Então a
força que age na área elementar ds pode ser descrita por:
F h n p n ds (58)
A resultante R do sistema de forças paralelas que agem sobre o plano π de área S, decorrente
das pressões hidrostáticas será:
R Fi p n ds V n (59)
S
S
aplicada num ponto qualquer do eixo central (sistema do tipo 3 onde: I 0 ; RC 0 e M C 0 )
onde p é a pressão hidrostáticas do liquido ideal e V é o volume das pressões ( p R / S ).
De acordo com a lei fundamental da hidrostática dos líquidos perfeitos a pressão hidrostáticas p
num ponto a uma profundidade h de um líquido em repouso de peso específico (gama) é igual:
p h (60)
onde é o peso específico em [Newton/m3]. Note que a massa específica é (rho) em [kg/m3]
portanto = ρ g e portanto p g h .
Seu líquido é perfeito a pressão que ele exerce em cada ponto da superfície é normal a essa.
Assim para uma superfície planar de área ab a Resultante do sistema é de forças paralelas com
volume V decorrente da pressão hidrostática p é um prisma com base retangular a b de altura p,
aplicada no eixo central da superfície.
Nível do Líquido
h
Volume Área: a b
p
n largura: b
A força total Resultante é dada pelo volume do prisma de área ab e largura b multiplicada pelo
peso específico e sua linha de ação passa pelo centro de massa do mesmo:
p h
R V n p a b n (61)
R a b h n
No caso de uma superfície inclinada, conforme ilustrado na Figura 32a, tem-se que a pressão p
varia linearmente, formando um volume trapezoidal. Para determinar a forças resultante do
campo de pressões hidrostáticas sobre a face lateral inclinada, que tem o formado de um
trapézio, é conveniente decompor a pressão em um triângulo e um retângulo, conforme ilustrado
na Figura 32b.
Volume
Área: L b
L L
h2 h2
largura: b largura: b
p2
n
a) b)
A pressão tem seus valores definidos pela profundidade h1 e h2 e o volume dado pela soma de
um retângulo e um triangulo conforme ilustrado na Figura 32b:
p1 h1 ; p2 h2
R V n V n V n
V p1 L b ; V p2 p1 L b / 2
R L b h1 h2 / 2 n
Exemplo: Comporta
Considere uma comporta AB de comprimento L submersa no fluido em repouso a uma
profundidade h1 instalada em um canal de profundidade h2. Considerando o canal com largura d,
determinar a força resultante normal equivalente do volume das pressões na comporta e a reação
no apoio em B.
Nível do Líquido
p1
h1 B
B
Volume
Bn
Volume
Comporta de
comprimento: L Área: L b
Rn
L
h2 L
Canal de largura: b
largura: b p2
A
n An DFCL
A
p1 h1 ; p2 h2
R V n V n V n
V p1 L b ; V p2 p1 L b / 2
R L b h1 h2 / 2 n
m r V L / 3 V L / 2 p2 p1 L b / 2 L / 3 p1 L b L / 2
G A i i
m i V V p2 p1 L b / 2 p1 L b
G A h2 h1 L b / 2 L / 3 h1 L b L / 2 2h1 h2 L
h1 h2 L b / 2 3h1 h2
M A G A R B A B 0
2h1 h2 L L b h h / 2 n L B n
1 2 n
3h1 h2
Bn
2h1 h2 Lb n
3
Para o caso de superfícies não planas o conceito de Volume das Pressões pode ser utilizado
facilitando a solução do problema. Considere um tubo cilíndrico de comprimento L que tem
como seção uma semicircunferência de raio R e está submetido, na sua face externa, à pressão da
água a partir da profundidade h1, conforme indicado na Figura 34a. Determinar o vetor
Resultante das pressões sobre a calota semi-cilindrica. É dado o peso específico da água: = ρ g.
h p
2R 2R
2R
a) b) n c)
Princípio de Arquimedes:
"Todo corpo mergulhado num fluido em repouso sofre, por parte do fluido, uma força vertical
para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo."
Considere um cubo de aresta a mergulhado integralmente num fluido em repouso de peso
específico: = ρ g, conforme ilustrado na Figura 35a.
mg
a h a Volume
a
a p
n p
a) b) c)
Exemplo: Barragem
A Figura 36a mostra a seção transversal de uma barragem de gravidade com altura D, projetada
para suportar uma lâmina d´água de altura h (2014). Sabe-se que não há infiltração de água entre
o solo e a barragem e o coeficiente de atrito nessa interface é . São dados os pesos por unidade
de volume da água, A, e do material da barragem B. A largura da barragem é L (perpendicular
ao plano da figura). Determinar o mínimo valor que deve ter a dimensão a da barragem para que
ela não escorregue, sabendo que o coeficiente de atrito entre a barragem e o solo é ; e o mínimo
valor que deve ter a dimensão a da barragem para que ela não tombe.
Volume DFCL
Nível do Líquido largura: L
a
D p y
h h
G R G
3a mg O x yB mg OFat
n
N
a) b) c)
Figura 36 – Barragem
xG
aD2a a / 2 2aD / 2 2 2a / 3 23 a
aD 2aD / 2 12
yG
aDD / 2 2aD / 2D / 3 5 D
aD 2aD / 2 12
b) a Resultante das pressões hidrostáticas sobre a barragem conforme a Figura 36c;
R V n p Area A h hL / 2 A h 2 L / 2
c) a posição do baricentro dessas pressões, em relação ao sistema Oxy indicado;
xB 3a ; y B h / 3
d) o mínimo valor que deve ter a dimensão a da barragem para que ela não escorregue, sabendo
que o coeficiente de atrito entre a barragem e o solo é ;. Para essa condição R Fat sendo o
10. ATRITO
Movimento de Escorregamento;
Movimento de Rolamento;
Movimento de Pivotamento.
Para cada caso de tendência ao movimento uma relação específica é identificada e relatada a
seguir.
Quando o corpo em repouso apoiado sobre o plano for submetido a uma força tangencial
aplicada F com direção definida, haverá uma força de retenção na direção oposta que impede o
movimento (princípio da ação e reação – 3ª Lei de Newton). Tal força é chamada de força de
atrito Fat. Uma relação linear entre a força ativa e a força de atrito é observada, conforme
apresentado na Figura 37. Note entretanto que a relação linear ocorre apenas até o limite de
aderência a partir do qual o movimento se inicia e a força tende a ficar constante.
Fat
k
|Fat| N
F
Fat
|F|
N
Conforme proposto por Coulomb (1736-1806) a força de atrito não ultrapassa um valor
proporcional a força normal N de contato de forma que:
Fat N (62)
Fat N (63)
Cone de atrito – Para uma reação normal N, o valor máximo da forças de atrito é N. Isso
significa que se a força aplicada F for interior ao cone (abertura = arctan ) conforme
ilustrado na Figura 38, não haverá escorregamento ( Fat N ).
k
F mg
P
Fat
R
Nk
Plano inclinado – o valor máximo de inclinação de um plano para o que um corpo não
escorregue para baixo é dado por: MAX = arctan .
Quando um cilindro é propelido a rolar sobre uma superfície, surge um binário reativo cujo
momento se opõe à tendência ao movimento de rotação. Este binário chama-se de binário de
atrito de rolamento Matr. Considere um disco submetido a uma força F que tenta induzir o
rolamento sobre um superfície plana, conforme ilustrado na Figura 39a. A explicação física do
aparecimento do binário restritivo supõe que a superfície de apoio se deforme, de maneira que o
ponto de contato C se dá a uma distância a frente do ponto que seria de contato se a superfície
não se deformasse, conforme ilustrado na Figura 39b (Giacaglia, 1982). Neste caso o coeficiente
de atrito de rolamento é definido como uma distância . Note que no caso real, mesmo materiais
duros (por exemplo: roda de aço do metrô) haverá sempre um deformação mesmo que muito
pequena.
R G F G F
P
C C
Fat
R DFCL N
Antes de iniciar o movimento, verifica-se pelas fórmulas de equilíbrio ( R 0 e M C 0 ),
utilizando o diagrama de forças sobre o corpo livre, conforme ilustrado na Figura 39b, verifica-
se que:
F Fat 0 Fat F
P N 0 N P (64)
M R F P 0 R F P
C
M atr N (65)
Na iminência do movimento o momento de atrito de rolamento Matr atinge seu limite máximo a
partir do qual o movimento de rolamento se inicia:
M atr N (66)
Considere um disco de raio R e peso P, apoiado sobre um plano com inclinação ., conforme
ilustrado na Figura 40a. Qual o máximo valor de compatível com o equilíbrio (Giacaglia,
1982). Considere os coeficiente de atrito de escorregamento e coeficiente de atrito de
rolamento .
R
G G
z
P
C
C
x Fat
N DFCL
As forças externas aplicadas ao disco em equilíbrio são obtidas do DFCL, ilustrado na Figura
40b, incluindo a força de atrito Fat aplicada no ponto C e momento de atrito de rolamento
De maneira genérica, dois corpos convexos em contato elástico com tendência ao movimento
relativo angular devido a forçamentos ativos, desenvolvem forças e momentos reativos de
contato aplicadas mutuamente na superfície comum de contato. Sendo os corpos convexos,
haverá um plano tangente no ponto de contato. Quando o corpo é propelido a pivotar sobre um
superfície do outro, surge um binário cujo momento se opõe à tendência ao movimento de
pivotamento. Este binário chama-se de binário de atrito de pivotamento Matp. Esta hipótese é
baseado na existência de uma área de contato do corpo elástico deformado onde há distribuição
da força ativa normal de contato e reações tangenciais de atrito formando binário.
Quando um corpo tende a girar em direção definida z k , conforme ilustrado na Figura 41
ocorre o binário de atrito de pivotamento M atp M atp k . Este valor é obtido pela integração das
forças tangenciais que se opõem à tendência ao pivotamento (França, 2011) resultando em:
2R
M atp N (67)
3
z k
k
Area
i
j
R
Mz k
2R
M atp N (68)
3
DFCL
2a 2a
F F
G
h z h
mg
A B A B Fat
N x
x
F Fat 0 F Fat
N mg 0 N mg
M h F a mg x N 0 h F a mg
B
Da primeira equação considerando a iminência da tendência ao deslizamento, obtêm-se:
F mg . Da equação de momento, considerando a tendência ao tombamento, a reação normal
N do plano sobre o bloco resulta aplicada na extremidade tal que x = 0, obtêm-se: Fmax mg / h .
Portanto a valor da força máxima na iminência do movimento será o mínimo entre os dois casos:
Fmax min mg / h, mg
Exemplo: Carretel
Considere um carretel com raio interno menor r, rolando sobre uma guia AB, conforme ilustrado
na Figura 43a. O carretel está submetido a uma força ( F , E ) no fio ideal, que se enrola na parte
externa do carretel de raio R, a partir de D. Considerando o coeficiente de atrito suficiente para
não escorregar (R > r) determinar para qual lado ocorre o movimento?
DFCL
r r
R R
G G
mg
z
A B Fat C
N
F F
D E D E
x
As forças externas aplicadas ao carretel em equilíbrio são obtidas do DFCL, ilustrado na Figura
43b, resultam na seguintes equações:
F Fat 0 F Fat
N mg 0 N mg
M R F r F R F r F 0
G at at
Considerando que não há escorregamento F = Fat e sendo (R > r) a equação de momento terá
valor positivo portanto tendência à rotação anti-horária ou movimento do carretel para esquerda,
rolando em torno do ponto C de contato.
Fx 0 e M 0 VCx 0 Fat 0
(69)
F
x 0 e M 0 VCx 0 Fat 0
M
VGx
R F R
G G
mg mg
z z
C C
Fat Fat
x
x N a) N b)
Quando o corpo está submetida simultaneamente à força ativa externa F, G e o momento de
binário M , valem as seguintes relações:
Fx M / r VCx 0 Fat 0
Fx M / r VCx 0 Fat 0 (70)
F M / r V 0 F 0
x Cx at
a) França, L. N. F., Matsumura, A. Z. (2011) Mecânica Geral. Editora Blücher, 3ª edição, São
Paulo, p. 235.
Existem grandezas físicas que tem intensidade e podem ser descritas por um único valor, por
exemplo 70 kg de massa. Estas grandezas são denominadas grandezas ESCALARES. Por outro
lado existem grandezas com intensidade, direção e sentido. Estas grandezas são denominadas
grandezas VETORIAIS, como por exemplo uma força.
12.1. Vetor
Dois pontos A e B com posições definidas formam a reta B A que tem direção e magnitude,
conforme ilustrado na Figura 45. Tal reta constitui um vetor r descrito como:
B A r u (71)
onde u é o vetor unitário (chamado de versor) que caracteriza a direção da reta B A , é a
magnitude ou comprimento da reta e o sinal “+” caracteriza o sentido do vetor r .
B
r
u
A
12.2. Reta
Uma reta r é definida a partir de um ponto A com direção definida u . Qualquer ponto B
pertencente a esta reta é identificado pela seguinte equação:
B A u (72)
onde é um escalar , dado por r com magnitude r x 2 y 2 z 2 na direção
unitária do versor u r / r .
12.3. Plano
Um plano é definido por uma reta r (dois pontos A e B) e um ponto adicional (C) conforme
ilustrado na Figura 46. Tomando as duas retas concorrentes o plano tem orientação definida
pelo produto vetorial:
k B A C A r v (73)
k
C
u B
A
r
Por uma reta passam infinitos planos. Dois segmentos de retas podem ser:
12.4. Versores
k
y
O
j
i
PARALELOS;
CONCORRENTES;
REVERSOS.
P O r x i y j z k ou
r x, y, z x y z
T
(74)
P
r
k
z
y
O
i j x
outras formas de representação podem ser utilizadas. Por exemplo espessar o vetor na forma
matricial (que considera implicitamente uma determinada base) ou em outra base:
x
P O x, y , z T
y ou P O r ex E1 e y E2 ez E3 (75)
z
O MAGNITUDE do vetor, que corresponde ao seu comprimento, é obtido por sua norma:
r x2 y2 z 2 (76)
Note que o norma ou módulo do vetor r é invariante e independe da base que o descreve.
Se o vetor posição r for expresso em outra base, apenas suas componentes se alteram (o módulo
permanece inalterado). Considerando por simplicidade apenas um movimento plano, na base
Ee1e2 e na base Oxy rotacionada do ângulo . Pode-se expressar a posição do ponto P como:
rE r cos e1 sen e2 P O xy r x i y j r cos i sen j (77)
e2
P
y
r
x
j
i
e1
EO
Observe que as coordenadas em cada base são distintas para o mesmo vetor. Representa-se a
conversão dos versores das bases na forma matricial como:
i cos sen e1
(78)
j sen cos e2
Na geometria analítica o PRODUTO ESCALAR de dois vetores u e v , é um escalar que
corresponde a projeção de um vetor sobre o outro, sendo obtido por:
u u1 i u2 j u3 k e v v1 i v2 j v3 k
3
u v u1 v1 u 2 v2 u3 v3 u v ui vi (79)
i 1
u v u v cos
O PRODUTO VETORIAL dos vetores u e v , nesta ordem, é o vetor único u v 3
(Carmo, 1976) caracterizado por:
w u v det ( w, u, v) (80)
para qualquer sistema de coordenadas unitário w 3 . O determinante det ( w, u , v) significa
3 3 3
w wi ei ; u ui ei e v vi ei
i 1 i 1 i 1
w1 w2 w3
det( w, u , v) u1 u2 u3 (81)
v1 v2 v3
u2 u3 u1 u3 u1 u2
u v e1 e2 e3
v2 v3 v1 v3 v1 v2
onde: w w1 e1 w2 e2 w3 e3 é uma base unitária: w1 w2 w3 1 .
Propriedades:
a) u v u v (produto vetorial ou cruzado);
b) u v v u (ordem dos termos afeta o produto);
c) a u b w v a u v b w v (propriedade distributiva);
d) u v 0 (somente se u e v forem linearmente dependentes - alinhados);
e) u v u u v v 0 (pois u v u u u v u 0 pois são paralelos);
Decorre de e) que o produto vetorial não nulo é normal ao plano gerado por u e v . O produto
vetorial tem modulo idêntico à área do paralelogramo formado pelos dois vetores u e v e tem
direção perpendicular ao plano formado por eles, sendo obtido por:
u v u 2 v3 u3 v2 i u3 v1 u1 v3 j u1 v2 u 2 v1 k
(82)
u v u v sen
Finalmente se os vetores u(t) = (u1(t), u2(t), u3(t)) e v(t) = (v1(t), v2(t), v3(t)) variáveis no tempo,
são diferenciáveis no intervalo (a, b) do 3 , com t (a, b) decorre que:
d du dv
u (t ) v (t ) v (t ) u (t ) (83)
dt dt dt
REGRA DA MÃO DIREITA: O produto vetorial pode ser apreciado no espaço e realizado de
forma facilitada utilizando a regra da mão direita, conforme ilustrado na Figura 50.
i
+
j k
a) b)
Note que o produto vetorial é um vetor perpendicular ao plano formado pelos outros dois
vetores, conforme ilustrado na Figura 50a. Deste forma tem-se que o produto vetorial dos
versores ortogonais a i b j ab k (veja na Figura 50a) resultando o sentido anti-horário como
positivo conforme ilustrado na Figura 50b. Utilizando novamente o determinante confirma-se
que:
i j k
i j 1 0 0 0 i 0 j 1k 0 i 0 j 0 k k e j k i e k i j (84)
0 1 0
O PRODUTO MISTO de três vetores a , b e c é um escalar que corresponde ao volume do
paralelepípedo com área da base formada pelo produto vetorial (termos entre parêntesis) vezes a
altura (produto escalar):
a b c c a b b c a (85)
A sequência dos vetores pode ser permutada e basta que dois vetores sejam alinhados (produto
vetorial nulo) para que o produto misto seja nulo.
a b c a c b a b c (86)
Note que o produto vetorial b c será um vetor perpendicular ao plano formado por eles. Ou
seja, não terá componentes na direção deste plano. Portanto o produto vetorial a b c não
terá componentes na direção de a , conforme o lado direito da equação.
Na forma matricial:
a b c ã ã c (87)