Você está na página 1de 32

Análise Fundamentalista

Material Complementar
Olá!
Este material complementar se resume a um compilado de artigos que achei super
detalhados, ainda que introdutórios.

Nele você vai aprender:


• Introdução à Análise Fundamentalista
• Metodologias de Análise: Vertical e Horizontal
• Indicadores: Financeiros e de Mercado
• Preço Justo e Valuation
• Tipos de Valuation e Exemplos
• Ferramentas de Análise
• Como se aprofundar ainda mais

Alguns artigos apresentam hiperlinks para outros artigos de temas mais específicos,
que também podem ser úteis.

Importante: Por se tratar de um conteúdo que foge do escopo do curso e por ser de
autoria de terceiros (com a devida fonte ao final), eventuais dúvidas devem ser
enviadas acessando as fontes e escrevendo diretamente no campo de comentários ao
final de cada artigo.
Análise fundamentalista: saiba o que é e como
utilizá-la
por Tiago Reis

Dentre as diversas escolas de investimentos, a análise fundamentalista se caracteriza por ser


uma das mais coerentes e sustentáveis ao longo dos anos.
Devido à sua grande relevância dentre o mercado [...] o conceito básico de uma análise
fundamentalista se faz de bastante importância para aqueles que pretendem investir com o foco
voltado para o longo prazo.

O que análise fundamentalista de ações?


Muitos investidores podem ter dúvida sobre o que é análise fundamentalista e é isso que
vamos explicar agora. O conceito de análise fundamentalista pode ser definido como aquele que
leva em consideração a situação financeira, econômica e setorial de uma empresa com a finalidade
de determinar o preço justo de suas ações e quais são as perspectivas para o para seu futuro.
Em geral, esse tipo de estudo define o valor intrínseco para um determinado ativo. Isso é
feito com base em dados econômicos, indicadores financeiros, balanços e resultados da empresa.
Dessa forma, é possível compreender o histórico de determinada companhia e estipular qual o seu
potencial de geração de valor.
Dessa maneira, se costuma dizer que a análise fundamentalista estuda o valor de uma
companhia e não o preço de suas ações naquele momento. Sendo assim, o investidor, ao se utilizar
dessa metodologia, procura por empresas as quais tenham o preço de suas ações abaixo do seu valor
naquele momento.
Portanto, a ideia principal da análise fundamentalista de ações é buscar lucro a partir da
diferença entre o preço de compra e o preço de venda com foco no longo prazo. Isso é feito por
meio do estudo dos indicadores da empresa e perspectivas para cenários futuros.

Como surgiu a análise fundamentalista?


O pioneiro dessa técnica foi Benjamin Graham. Segundo ele, o preço de uma ação deveria
representar a expectativa de lucros futuros considerando o seu fluxo de caixa em determinado
período.
Segundo um de seus alunos e um dos maiores estudiosos da análise fundamentalista de
ações de todos os tempos, Warren Buffett, “valor é o que se leva, preço é o que se paga” por um
papel.
Esse pensamento tem real sentido quando relacionado à essa escola de investimentos. A
partir desse ponto, podemos dizer que o preço de uma ação é definido pelo próprio mercado, no
ambiente da bolsa de valores, enquanto o seu valor é determinado pelas perspectivas e os resultados
desta empresa.
Nesse sentido, levar a ideia de preço e valor em consideração numa análise pode ser uma atitude
bastante sensata, sobretudo para investidores com objetivos de longo prazo.

Como funciona a análise fundamentalista?


Para tomar decisões a respeito da compra e venda de ativos, a análise fundamentalista
oferece um conjunto de instrumentos que determinam o cenário microeconômico e cenário
macroeconômico em que a empresa está inserida.
O estudo desses cenários permite que se possa fazer projeções a respeito da empresa para
determinar se o preço de determinado ativo está acima ou abaixo, do seu valor intrínseco e, assim,
definir qual deve ser a trajetória futura da cotação.
Em geral, os dados macroeconômicos, ou seja, os fatores ligados diretamente à empresa são
os mais relevantes. Contudo, a análise fundamentalista de empresas não desconsidera fatores
macroeconômicos.

Fatores microeconômicos e a análise fundamentalista


Os fatores microeconômicos são aqueles não afetam diretamente a economia como um todo.
Em geral, eles estão ligados diretamente à um empresa ou setor.
Um exemplo de fator microeconômico pode ser o preço de uma commoditie, como o preço
do minério de ferro.
Entre outras variáveis microeconômicas que a análise fundamentalista de ações pode
considerar; estão:

1. Gestão da empresa
É extremamente importante que uma análise fundamentalista de ações leve em consideração
a capacidade de gestão de uma empresa. Afinal são os gestores que tomam as principais decisões de
qualquer companhia.
Nesse sentido, analisando o histórico da companhia, o investidor pode observar se a gestão
tem ou não uma boa capacidade de entregar bons resultados ao longo do tempo.

2. Insumos e bens de produção


Toda empresa necessita de insumos para sua produção. Logicamente, quanto menor o custo
desse insumos, maior a margem de lucro.
Nesse sentido, empresas mais bem fundamentadas possuem preços de compra de insumos
menores.

3. Análise de concorrência
O ambiente concorrencial no qual uma companhia está inserida é considerado pela maior
parte das análises fundamentalistas.
O estudo desse fator é fundamental para avaliar o desempenho de uma empresa na
comparação com suas principais concorrentes e assim definir qual a melhor dentro do setor.
Fatores macroeconômicos e a análise fundamentalista
Já os fatores macroeconômicos são aqueles que estão relacionados à economia como um
todo. Por isso, eles têm impacto em todas as empresas presentes em determinado país.
Entre os principais fatores macroeconômicos considerados pela análise fundamentalista estão:

1. Taxa de Juros
Por conta da alavancagem operacional, a taxa de juros é uma das variáveis que mais afetam
as empresas. Essa estratégia [de alavancagem] consiste na captação de recursos por parte das
empresas no mercado de dívidas a uma determinada taxa para aplicação em projetos rentáveis.
Por exemplo, suponha que uma empresa captou recursos a uma taxa de 2%. A partir disso,
ela usou o que foi captado para aplicar em uma operação com retorno de 10%.
Nesse caso o resultado da operação seria um lucro de 8%. No entanto, se a taxa de juros da
economia subir para 5%, a companhia terá queda no retorno que passará a ser 5%.
Em contrapartida existem empresas que operam com caixa líquido, o que significa que elas
não usam alavancagem operacional. Nesses casos, as empresas possuem dinheiro sobrando pra
investir e, portanto, deixam esse montante aplicado no mercado de juros.
Dessa forma, as empresas são prejudicadas por uma baixa na taxa de juros e beneficiadas
pela alta da variável.

2. Inflação
Inflação é o processo no qual há perda do poder de compra de uma determinada moeda.
Apesar disso, em alguns casos, o aumento da variável pode ser benéfico para determinadas
empresas.
Companhias de transmissão elétrica, por exemplo, podem se beneficiar de elevação na
inflação. Por outro lado, empresas de consumo acabam por serem prejudicadas uma vez que o poder
de compra das famílias é reduzido.

3. Taxa de desemprego
A taxa de desemprego é uma das variáveis mais importante para a economia. Quanto maior
for essa taxa, menor será o consumo. Logo, isso que tende a prejudicar as empresas, sobretudo
aquelas com demanda mais sensível a variações.
Além disso, o desemprego numa economia pode gerar impactos sobre outras variáveis como
a inflação, por exemplo.

Metodologias da análise fundamentalista


Cabe ressaltar ainda que existem várias maneiras de se obter resultados através análise
fundamentalista.
Em primeiro lugar, pode-se realizar um estudo da evolução dos balanços e resultados da
companhia em questão. Nesse caso, atenta-se para como se demonstra a evolução desses números
no decorrer do tempo. Para esse tipo de avaliação, dá-se o nome de Análise Horizontal.
Além disso, existe também a Análise Vertical. Nela, o investidor procura comparar como se
encontra a relação entre dois campos do balanço patrimonial da empresa. Isso acontece, por
exemplo, a relação entre o lucro líquido e a receita líquida numa observação de três anos
subsequentes.
Outra maneira bastante usual de se obter os resultados da análise fundamentalista é através
dos Indicadores Financeiros.
[Nos próximos artigos serão detalhados os 3 assuntos]

Fonte: suno.com.br/artigos/analise-fundamentalista/
Análise vertical e horizontal: aprenda na
prática como fazer
por Tiago Reis

As análises vertical e horizontal são essenciais para compreender a evolução de um


negócio e são utilizadas tanto por empresários quanto por investidores de ações.

O que são as análises vertical e horizontal?


As análises vertical e horizontal consistem em análises que buscam entender a dinâmica das
operações de uma empresa. A análise vertical busca entender qual o percentual de cada setor da
empresa em seus resultados. Enquanto que a análise horizontal foca na evolução dos resultados da
empresa ao longo do tempo.

Exemplo de análise vertical e horizontal


Considere e imagem abaixo:
Para que o conceito de uma análise horizontal e vertical das demonstrações financeiras
fica claro é importante realizar um exemplo prático.
Para isto, será utilizada a demonstração de resultado da Alpargatas, a empresa produtora das
sandálias Havaianas.
Para realizar essa análise será considerada a receita líquida, que é o primeiro item na
imagem acima.

Análise vertical
A análise vertical consiste na análise em um mesmo período de tempo.
Através dos dados da imagem acima é possível perceber qual o percentual de cada região na
receita líquida da Alpargatas.
Para isso, basta dividir a receita da região pela receita total e multiplicar por 100.
• Percentual do Brasil: 483,5 / 890,6 = 0,5428 * 100 = 54,28%
• Percentual de vendas internacionais: 247,4 / 890,6 = 0,2777 * 100 = 27,77%
• Percentual da Argentina: 159,7 / 890,6 = 0,1793 * 100 = 17,93%
A partir dessa análise é possível tirar algumas conclusões. Dentre as quais:
1. As vendas da Alpargatas são dependentes sobretudo da economia brasileira. Isso deriva do
fato de que mais de 50% da receita líquida da empresa vem do Brasil.
2. A empresa apresenta uma diversificação em moedas fortes. Isso advém do fato de quase
30% das vendas da empresa se dão em mercados internacionais. Isso gera um hedge
[proteção] para em caso de valorização do dólar e do euro.
3. A empresa tem um percentual relevante da sua receita na Argentina, um país muito
suscetível a crises financeiras. Isto pode impactar negativamente a receita da companhia.

Análise horizontal
Ao realizar a análise horizontal novamente será considerada a receita líquida.
A análise horizontal já vem apresentada na demonstração de resultado da Alpargatas, não
sendo necessário fazer nenhum cálculo.
Essa análise é apresentada tanto na comparação trimestral quanto na comparação semestral.
Para diminuir o impacto da sazonalidade, serão considerados os números a respeito da
variação semestral.
Ao observar o resultado é possível ver que:
• A receita no Brasil cresceu 15,9%
• A receita no mercado internacional ficou praticamente estagnada
• A receita na Argentina caiu mais de 6%
Uma vez observado esses números é possível, novamente, realizar uma análise dos
resultados da empresa.
A receita no Brasil cresceu, sobretudo, pela retomada do consumo no país. O Brasil no
período iniciou, embora ainda que timidamente, a sua saída de uma das mais graves recessões na
história do país.
Este crescimento representa ainda o forte posicionamento das marcas da Alpargatas no
Brasil.
Também é possível observar o forte impacto que a crise econômica na Argentina teve sobre
as vendes neste país, com a receita caindo mais que 6%.
Fica claro, portanto, que ao realizar a análise vertical e horizontal de uma DRE é possível
tirar conclusões que ajudam o investidor a compreender a dinâmica de uma empresa.

[Mais informações sobre DRE: suno.com.br/artigos/demonstracao-resultado-exercicio/]

Fonte: suno.com.br/artigos/analise-vertical-e-horizontal/
Os indicadores mais importantes em uma
análise
por Tiago Reis

Neste momento, é importante deixar claro que não existe uma maneira correta, ou uma
maneira única de se analisar uma ação.
Cada analista costuma ter a sua própria metodologia de análise, onde ele enxerga melhor as
suas alternativas e tira suas próprias conclusões para sua tomada de decisões. Porém, para se
entender melhor o que está se passando em determinada empresa, existem alguns indicadores
fundamentalistas que são importantes de se ter conhecimento.
[...]
[A avaliação dos indicadores da empresa é um dos passos mais importantes e mais
amplamente usados pelos analistas nas tomadas de decisão em relação a compra e venda de ativos
do mercado financeiro.
Por meio de alguns índices é possível encontrar empresas que sejam negociadas abaixo do
seu valor intrínseco, ou seja, que estejam sendo subavaliadas no mercado e, assim, garantir
oportunidades de comprar ações mais baratas.
Além disso, esse tipo de avaliação também permite que o analista tenha uma boa ideia a
respeito da percepção de mercado para com o ativo em questão.
Toda empresa, por lei, deve divulgar sua informações operacionais e é nesses relatórios que
se encontram os dados das demonstrações financeiras fundamentais para a análise fundamentalista
de empresas.
Nesse sentido, os documentos financeiros mais importantes para a análise fundamentalista são:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstrativo de Resultado do Exercício;
• Demonstrativo do Fluxo de Caixa.
Será partir deles que serão encontrados os indicadores que ajudam a delinear o
comportamento da empresa, valor justo, potencial de valorização, entre outras informações
importantes para os investidores.
Fonte: suno.com.br/artigos/analise-fundamentalista]
Dividimos os indicadores em duas partes: os indicadores de mercado e os indicadores
financeiros.
Porém, antes do entendimento dos indicadores, é preciso que se enfatize de maneira bem
clara que jamais esses indicadores devem ser usados individualmente no critério de análise de
uma ação, e sim a conjuntura total do cenário e da situação que se encontra o ativo naquele
momento, de maneira bem ampla e aberta.
Indicadores de Mercado mais importantes em uma análise
Dentre os indicadores de mercado, alguns que consideramos muito importantes são:
• P/L (Preço/Lucro);
• DY (Dividend Yield);
• P/VPA (Preço/Valor Patrimonial por Ação);
• EV/EBITDA (Enteprise Value/Earnings Before Taxes Interest Depreciation and
Amortization).

Preço/Lucro (P/L)
É um índice que revela o preço de mercado de uma ação naquele momento (sua cotação),
dividido pelo seu lucro por ação nos últimos 12 meses (LPA).
Na teoria, quanto menor o valor deste índice quando comparado a outras ações melhor as
expectativas do mercado em relação à mesma.
Porém, se este índice estiver muito baixo (geralmente menor que 3x), isto poderia indicar
risco ao investidor, visto que tal empresa poderia representar baixa expectativa de manter esse lucro
no futuro. Este índice pode ser conhecido também como múltiplo de lucros ou P/LPA, e no inglês,
P/E Ratio (Price-Earnings Ratio).

Dividend Yield (DY)


Soma-se os dividendos e os Juros Sobre Capital Próprio dos últimos 12 meses e depois
divide-se esse valor pelo preço do papel naquele momento. Normalmente é usado para medir a
rentabilidade dos dividendos de uma empresa em relação ao preço de suas ações.

P/VPA
Em inglês P/BV (Price per Book Value), este indicador relaciona o preço da ação ao valor
patrimonial proporcional a ela. Indica quanto os acionistas aceitam pagar pelo patrimônio líquido da
companhia. É obtido através da divisão entre o preço da ação e Valor Patrimonial por Ação (VPA).
Em épocas de crise, a utilização do múltiplo também passa a ser um importante métrica de
avaliação, pois não é raro ver ações negociando abaixo do ativo circulante líquido nesses
momentos.
Na teoria, P/VPA = 1 pode significar que a ação está sendo negociada pelo equivalente a seu
patrimônio líquido, P/VPA < 1 o mercado está pagando pelas ações da empresa um preço inferior ao
do seu patrimônio líquido e P/VPA > 1 que o mercado está aceitando pagar mais pela ação do que
todo o patrimônio líquido da empresa.
Não necessariamente, pagar acima do patrimônio é um mal negócio. Ações como Ambev e
Weg sempre negociaram acima do patrimônio, e isso não impediu uma forte valorização ao longo
do tempo. Empresas com alta rentabilidade geralmente negociam com prêmio em relação ao seu
patrimônio.
EV/EBITDA
O Ebitda é a sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.
Ela é uma medida simplificada da geração de caixa da companhia.
Já o EV discorre do inglês “enterprise value”, que compreende o valor de mercado da
companhia (cotação atual da ação multiplicado pelo total de ações) somado com a dívida líquida
(dívida bruta menos o caixa).
Quanto menor o múltiplo EV/Ebtida, mais atraente se encontra a ação. Mas essa comparação
normalmente faz mais sentido quando feita entre empresas do mesmo setor devido às peculiaridades
existentes nos diferentes ramos de atuação das companhias.

Indicadores Financeiros mais importantes em uma análise


Os indicadores financeiros medem a saúde financeiras de uma empresa, assim como sua
rentabilidade. Podem ser utilizados para fazer uma analise de empresas de capital fechado também.
Os principais indicadores são:
• ROE (Return on Equity);
• ROIC (Return on Invested Capital);
• Dívida Líquida;
• Dívida Líquida sobre Patrimônio Liquido;
• Margem Bruta;
• Margem Operacional;
• Margem Líquida;

Return On Equity (ROE)


O ROE, Retorno sobre Patrimônio Líquido ou Return on Equity (em inglês), é calculado
através da divisão do Lucro Líquido na DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) pelo
Patrimônio Líquido, declarado no Balanço Patrimonial do período contábil imediatamente anterior
ao atual, de uma determinada empresa.
Este indicador financeiro serve para medir o quanto que a empresa gera de lucro para cada
real aplicado pelo acionista na empresa.
Isto é, a capacidade da empresa de agregar valor (gerar retorno) para o capital próprio
investido.
Nós entendemos como regra de bolso que o ROE de uma empresa sólida apresenta valor
superior a 10%, mas preferencialmente gostamos de negócios que apresentem ROE acima de 15%.
Todos os negócios que indicamos em nossa carteira de dividendos possuem esta característica.
[Mais detalhes aqui]

Return on Invested Capital (ROIC)


Do inglês Return Over Invested Capital, é o Retorno Sobre o Capital Investido, isto é, o
capital próprio somado ao capital de terceiros. É um método muito utilizado para determinar o
desempenho financeiro de uma empresa e apresenta, em termos percentuais, quanto dinheiro a
organização tem capacidade de gerar com o capital investido.
O ROIC é similar ao ROE, porém o segundo refere-se apenas ao retorno sobre o capital
próprio, enquanto o ROIC refere-se ao retorno sobre o capital total investido – soma do capital
próprio e do capital de terceiros.
O cálculo do ROIC é feito depois de se subtrair os dividendos pagos durante o ano do lucro
líquido e dividir a diferença pelo capital investido. Logo, a fórmula do ROIC é:
• ROIC = Resultado Operacional / Valor Contábil do Capital Investido.
[Mais detalhes aqui]

Dívida Líquida (DL)


É a Dívida Bruta descontada das disponibilidades e aplicações da empresa. Em outras
palavras, é a Dívida Total da companhia menos o caixa (do Balanço).

Dívida Líquida sobre Patrimônio Liquido (DL/PL)


Este índice é definido como Dívida Líquida sobre Patrimônio Líquido e, resumidamente,
serve para medir o quanto do patrimônio líquido da empresa equivale a sua dívida líquida.
Ou seja, ele indica o equivalente que uma empresa possui do seu patrimônio em dívidas e,
teoricamente, quanto menor este indicador melhor.
Por exemplo, um índice DL/PL de 0,5 para determinada empresa significa que a mesma
possui 50% do patrimônio em dívidas.
É importante que esse indicador esteja abaixo de 100% e de preferência seja menor que
50%.
Temos como “regras de bolso” que acima desses patamares, em geral, o endividamento
começa a pesar sobre as operações da empresa, no entanto, podem existir exceções.

Margem Bruta
Representa o Lucro Bruto divido pela Receita Líquida e indica a porcentagem de cada
R$1,00 de venda que sobrou após o custo dos produtos e/ou serviços vendidos. Este é um indicador
que mede a rentabilidade após os custos, mas antes das despesas (administrativa e vendas). Logo, a
Margem Bruta fornece assim a indicação mais direta de quanto a empresa está ganhando de
resultado imediato da sua atividade.
[Mais detalhes aqui]

Margem Operacional
É a divisão entre o resultado operacional (resultado após custos e despesas) da empresa
sobre a receita líquida, e mostra qual o lucro operacional obtido por uma companhia para cada
unidade de venda realizada.
Normalmente, margens operacionais maiores indicam maior lucratividade. Entretanto, em
alguns momentos, as empresas podem reduzir sua margem para ganhar mercado.
[Mais detalhes aqui]

Margem Líquida
Basicamente é o Lucro Líquido dividido pela Receita Líquida (ambos indicadores são
observados na DRE). Em outras palavras, mede a fração de cada real de vendas que resultou em
lucro líquido.
A importância de se procurar negócios com margens elevadas se destaca em tempos de crise.
Negócios com margens altas geralmente operam com folga de lucro, e se ocorre uma crise e a
empresa perde vendas, ela dificilmente apresentará prejuízos mesmo com menores vendas.
Negócios com margens apertadas, são os primeiros a sofrer prejuízo quando o ambiente econômico
se deteriora.
Para nós, uma “regra de bolso” é que esse indicador seja superior a 10%, no entanto, deve-se
levar em consideração o negócio que a empresa está inserido.
[Mais detalhes aqui]

Como conseguir as informações sobre a empresa?


Para o investidor que ainda não está familiarizado com o mercado, não consegue ou não se
sente à vontade para buscar essas informações diretamente com as empresas de sociedade anônima,
uma alternativa gratuita e bastante eficiente para essa pesquisa é o Suno Analítica, que compila as
informações fundamentalistas da das empresas de capital aberto e as distribui no seu portal.
O acesso é bastante simples e pode ser feito por qualquer indivíduo, investidor ou não.
Segue abaixo como exemplo os dados do Suno Analítica para as ações Ordinárias da Gerdau
(GGBR3):
Como pode-se observar, a maioria dos dados que mencionamos anteriormente e julgamos
ser relevantes para o investidor como critério de análise são disponíveis de maneira bem clara e
direta.
Cabe ao investidor ir à busca e estudar os números.
Agora, além dos dados e resultados passados, é importante também se analisar a conjuntura
atual do empreendimento e suas pretensões para o futuro. Nem sempre margens elevadas no
passado garantem rentabilidade elevada no futuro.
[Mais adiante há um artigo focado exclusivamente em apresentar ferramentas para consulta
de informações]

Como analisar a gestão de uma empresa?


Além dos indicadores, é importante ao investidor que analise também a gestão de uma
companhia. É importante para o investidor se atentar para quem são as pessoas chave daquele
empreendimento e se esses nomes são confiáveis.
Ter essa informação é importante porque serão essas pessoas (os gestores) que irão trabalhar
na missão de multiplicar o capital que irá ser investido ali.

Qual a qualidade da gestão?


É importante saber se a gestão apresenta bons projetos e boas estratégias para a empresa no
médio/longo prazo, assim como se apresentou algum trabalho relevante no passado (obviamente o
passado não necessariamente garante o sucesso no futuro, mas um histórico satisfatório dos gestores
pode sim ser um fator de influência no processo de decisão).
A gestão esta comprando ações e aumentando o seu alinhamento e confiança na empresa?
Neste artigo você pode compreender melhor a participação dos gestores, diretores, conselheiros e
controladores, também conhecidos como “insiders”, e a sua importância num empreendimento.

Qual o posicionamento da empresa no setor de atuação?


Existem alguns fatores que são muito importantes para que se saiba como a empresa se situa
na sua área.
É importante se conhecer a postura da empresa diante o setor em que atua, saber a sua
estratégia de mercado, conhecer os produtos com os quais trabalha, o seu nível de inovação, quem
são os seus clientes e fornecedores.
Certamente uma empresa que se destaca no que se propõe a fazer merece uma atenção
especial perante investidores que buscam associação em sua participação.
A conclusão a que chegamos é que é muito importante sim, na análise fundamentalista, o
conhecimento dos números da empresa e seus principais indicadores.
Mas também é importante a o investidor ter em mente que os resultados futuros são
consequência das decisões da gestão. Muitas vezes os indicadores passados são bonitos, mas a
gestão tomou decisões que irão comprometer o futuro. Portanto, não basta apenas analisar o
passado.
Você deve ir não aonde a bola está, mas para aonde ela vai!

Outros indicadores importantes


Além dos indicadores citados acima, o investidor deve estar atendo aos indicadores
econômicos. Isso vale tanto para os dados da economia brasileira e também de outras economias,
como a dos Estados Unidos, China e da Zona do Euro.
Alguns exemplos desses indicadores são:
• Decisão de Política Monetária do FED;
• Livro Bege do Fed;
• Relatório do Payroll;
• IBC-Br;
• Preços de commodities.
Por fim, vale destacar que, ainda no âmbito dessa escola de investimentos, uma análise
setorial também pode ser bastante pertinente. Porém, é preciso esclarecer que as notícias servem
somente como artifício complementar à análise e nunca como principal objeto de estudo.

Fontes:
suno.com.br/artigos/indicadores-financeiros/
suno.com.br/artigos/os-indicadores-mais-importantes-em-uma-analise/
Preço justo: Veja como é determinado o preço
justo para uma ação
por Tiago Reis

Você sabe como é feito para determinar o preço justo de uma ação?
O preço justo é o valor intrínseco de um ativo e é determinado principalmente através das
técnicas de valuation. Obviamente, este valor é uma opinião de quem está o avaliando. Muitas vezes
este preço justo é consideravelmente maior ou menor do valor pelo qual o ativo é negociado. São
nessas ocasiões, então, que surgem as oportunidades de comprar e vender ativos.
O valuation, é importante salientar, está longe de ser uma ciência exata. É normal as
pessoas possuírem valores justos diferentes para um mesmo ativo.
A avaliação depende de inúmeras premissas, muitas delas subjetivas, tais como a taxa de
crescimento do lucro da empresa nos próximos anos.
Por isso, é praticamente impossível precisar o valor justo de uma ação com 100% de
precisão.
No entanto, através do correto uso das técnicas de valuation, é possível estimar o valor
justo. E, caso este valor justo forneça uma boa margem de segurança, é possível comprar uma ação
e obter lucro no mercado.
Por exemplo, suponha que através de um valuation um investidor determinou que o valor
justo de uma ação é de R$ 15. E, suponha também, que esta ação é negociada no mercado por
apenas R$ 10.
O investidor está, portanto, diante de uma oportunidade de compra. Considerando, claro, que
o seu valuation foi bem feito.
No entanto, se a ação estivesse custando R$ 14,50 no mercado o investidor não teria uma
margem de segurança adequada para realizar a compra. Pois este valor é muito próximo do valor
justo estimado.
A margem de segurança é de acordo com grandes investidores um dos conceitos mais
importantes do mundo dos investimentos.

Como determinar o preço justo para uma ação?


Foi dito que o preço justo para uma ação é determinado através do valuation. Mas como é
feito o valuation?
É importante dizer que o valuation é um assunto muito complexo. No próximo artigo será
apresentada apenas uma introdução sobre o tema.
Fonte: suno.com.br/artigos/preco-justo/
Como fazer valuation de empresas? Veja 3
relevantes exemplos práticos
por Tiago Reis

Um ponto muito importante que deve sempre ser avaliado no momento de comprar uma
ação, é o valuation da empresa. Afinal, pode não ser muito vantajoso comprar uma boa companhia,
mas que esteja sendo negociada por um preço muito elevado.
Nesse sentido, um dos focos principais dos investidores deve ser procurar por bons
empreendimentos que estejam sendo negociadas a preços justos. Para auxiliar o investidor nessa
busca uma boa opção pode ser fazer uma bom valuation.

O que é valuation?
Valuation, em português “Avaliação de Empresas”, é o processo de estimar o valor real de
uma empresa – ou seu valor intrínseco – determinando seu preço justo e o retorno de um
investimento em suas ações.
Com base no resultado encontrado para o Valuation e o preço atual da ação, os analistas
fazem recomendações de compra ou venda do ativo.
Dentro da metodologia do valuation, existem diversas técnicas de avaliações que podem ser
utilizadas para fazer conjecturas a respeito do valor de uma companhia. Nesse sentido, a mais
conhecida entre elas o Fluxo de Caixa Descontado – FDC.
No entanto, outras técnicas também são bastante utilizadas. É o caso da análise
comparativa de múltiplos e a avaliação do histórico de múltiplos.
É muito importante ressaltar, entretanto, que essa metodologia de se atribuir um valor a uma
companhia diz respeito a estimativas futuras. Nesse sentido, em decorrência de um acontecimento
fora do esperado, o resultado observado no futuro pode trazer consigo resultados divergentes
daqueles previamente esperado pelos cálculos
Ademais, a depender das premissas utilizadas e os números utilizados no Fluxo de Caixa
Descontado, por exemplo, o valor justo de uma ação definido por um investidor pode ser totalmente
diferente do valor encontrado por outro.
Dessa forma, podemos dizer que o valuation não é apenas uma fórmula matemática, mas
sim uma metodologia que envolve diversos fatores subjetivos que variam de acordo com cada
investidor.
Por fim, vale destacar que o valuation é uma ferramenta valiosa para estimar ou ter uma
ideia do valor justo de uma ação, mas que deve ser utilizado com bastante cautela. Isso porque os
resultados são muito subjetivos e dependem intimamente das premissas e métodos utilizados.
Portanto, apesar de muito relevante, o valuation de empresas não deve ser o único critério
utilizado pelo investidor. Antes de aplicar capital em um ativo, o investidor deve buscar mesclar
diferentes tipos de análise.
Por que fazer o valuation?
Você, como consumidor, aceitaria pagar R$ 50 em um cacho de bananas? Ou R$ 10 em uma
bala? Provavelmente não. No mercado de capitais as coisas são semelhantes: ninguém quer ou
deveria querer pagar um preço maior do que vale um ativo.
No caso das balas, o consumidor deveria procurar o preço desses produtos em outros
comércios ou também pesquisar por produtos similares e comparar seus preços. Se a média de
preços das balas está em torno de R$ 0,15, então pode-se concluir que R$ 10,00 é extremamente
caro.
Ele também poderia levar em conta o custo de produção desses produtos. Sabe-se que para
produzir uma bala alguns centavos são suficientes. Além disso, mesmo que se assuma que a
fabricante e o comerciante trabalhe, com margens mais elevadas, ainda assim o preço da bala não
ficaria em muito mais que R$ 0,20 ou R$ 0,30.
Portanto, R$ 10 em uma única bala é um absurdo, é algo fora da realidade. O consumidor, ao
comparar preços, e identificar os custos envolvidos neste produto, estimando uma margem de lucro,
poderá reconhecer facilmente e identificar se um produto está sendo vendido por um preço justo, ou
muito caro.
Ao comparar preços e tentar identificar o valor justo de um produto, o consumidor está
fazendo uma espécie de valuation. Comprar um produto por um preço justo, ou barato, garante a ele
uma economia de capital, e uma margem de segurança na compra.
Paralelamente o mercado de ações também funciona assim. Por exemplo, se temos duas
empresas com fundamentos e histórico semelhantes que operam num mesmo setor, e a primeira
negocia por 10 vezes o lucro, e a segunda negocia por 15 vezes, nitidamente a primeira empresa, a
que negocia com um Preço/Lucro (P/L) de 10, é a mais barata.
Comprando essa empresa por um P/L menor, deverá também, geralmente, garantir
dividendos maiores para o investidor, e obviamente, um maior potencial de valorização no longo
prazo.
Além disso, comprar ativos que estejam com valuation atrativos gera também uma maior
margem de segurança ao investidor, o que é uma das principais vantagens de se comprar ativos
descontados.
A margem de segurança gerada pela compra de um ativo com um bom valuation é
extremamente importante. Isso porque, caso algo de errado ocorra com aquela empresa, ou seus
lucros e resultados cresçam menos que o esperado, o investidor estará naturalmente mais protegido
do que aqueles que compraram ativos em preços caros.
Comprar uma ação por um valuation caro, estimando um crescimento muito elevado para o
futuro, pode ser muito perigoso, e coloca o investidor em uma situação de grande risco de perdas, já
que ele pode estar assumindo premissas que nunca irão se concretizar.

Tipos de valuation
Para avaliar uma empresa existem diversos métodos disponíveis. Alguns dos mais usados
pelos analistas são:
• Fluxo de Caixa Descontado (FDC) ou Discounted Cash Flow (DCF);
• Múltiplos de Mercado;
• Valuation Contábil;
• Valuation de Liquidação;
• Valuation Pré-Investimento;
• Valuation Pós-Investimento;

Fluxo de Caixa Descontado – FDC


A análise a partir do Valuation calculado pelo modelo de fluxo de caixa propõe uma
abordagem de valor intrínseco para a empresa com projeções de lucro futuro aplicando o desconto
do risco associado ao investimento.
A tendência é de que o fluxo de caixa de uma companhia apresente resultados decrescentes
ao longo do tempo. Nesse sentido, o Fluxo de Caixa Descontado calcula uma taxa que corrige o
superavit de maneira proporcional ao longo dos anos.
Quanto maior o espaço de tempo analisado, mais complicadas e menos precisas se tornam as
projeções. Afinal, é naturalmente mais fácil fazer uma prognóstico para o próximo ano do que para
daqui a 10 anos. Nesse sentido, a base de cálculo do FDC usa entre cinco anos (mínimo) e dez anos
(máximo) para fazer suas projeções.
A principais vantagens desse modelo são a apresentação dos riscos à companhia e
capacidade de mostrar uma avaliação de caixa no médio prazo. Além disso, um modelo FDC
permite que o analista possa prever o valor com base em diferentes cenários.
Para empresas de porte maior, o valor de FDC é comumente uma análise de soma das peças,
em que unidades de negócios diferentes são modeladas individualmente e adicionadas juntas.
No entanto, paralelamente ao bons resultados, essa metodologia é mais dispendiosa e exige
mais esforço e tempo de trabalho.

Múltiplos de Mercado
O Valuation calculado a partir do método de Múltiplos de Mercado permite uma avaliação
através da comparação relativa de indicadores de empresas que atuam em determinado setor.
Entre os valores referenciais mais usados normalmente está o Ebitda ou Lajida que expressa
o lucro da empresa antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.
Apesar de consistir em uma metodologia bastante usada, sobretudo pela facilidade de ser
aplicada, o método de valuation de múltiplos de mercado pode exibir alguns problemas. Isso porque
é bastante difícil encontrar empresas que atuem no mesmo setor e possuam modelo de negócio
idêntico.
Nesse sentido, ao usar o modelo comparação, algumas especificidades podem ser
desconsideradas. Além disso, o modelo não analisa o momento da empresa, mas o período como um
todo.

Valuation Contábil
No método de valuation contábil é considerado unicamente a contabilidade da empresa, ou
seja, seu patrimônio líquido.
Contudo, mesmo que haja descontos referentes a depreciação e amortização do período, essa
metodologia costuma ser insuficientes para estabelecer uma valor real de uma empresa.
O ponto fraco do modelo contábil é que ele desconsidera os bens intangíveis de uma
empresa incluindo a marca, patentes, franquias, entre outros.

Valuation de Liquidação
O método de liquidação consiste basicamente em somar todos os ativos e subtrair os
passivos. Ele é usado amplamente quando as empresas em situações em que as empresas estão
sendo fechadas, por isso o termo liquidação.
Outra variável considerada para essa metodologia de cálculo do valuation é o tempo. Nesse
caso, os analistas buscam estimar um curto prazo para calcular por quanto os proprietários podem
vender o que sobrou do patrimônio.

Valuation Pré-Investimento
Como já sugere o nome, o Valuation Pré-Investimento está relacionado ao valor de
mercado da empresa antes da entrada de um aporte financeiro.
Suponha, por exemplo, que antes de receber um investimento de R$ 1 bilhão, a empresa
tinha um valor estimado de R$ 5,7 bilhões. Esse último era o valor do valuation pré-investimento.

Valuation Pós-Investimento
Já o valuation pós investimento, como pode ser facilmente deduzido é o valor que considera
o montante total após a injeção do aporte.
Essa modalidade de Valuation é a usada para definir a participação de um investidor, na
empresa. Os cálculos sempre devem ser realizados após o aporte. Além disso, com o valuation pós-
investimento também possível realizar cálculos sobre o crescimento das empresas.

Passo a passo para fazer o valuation de uma empresa


Saber como fazer valuation é um dúvida bastante pertinente e comum entre os investidores.
Tendo isso em vista, trataremos à frente, num passo a passo detalhado, como fazer valuation usando
o método de Fluxo de Caixa Descontado.
O modelo FCD é o modelo considerado como o mais completo e indicado para investidores
que querem fazer uma avaliação com o máximo de precisão possível.

1. Projeção de fluxo de caixa


A primeira a coisa a se fazer para a avaliação de empresas, segundo o modelo FCD, é
projetar o fluxo de caixa (montante recebido – montante total gasto) em um determinado período.
Para uma boa análise, um período considerado razoável é de cinco anos. Porém, esse tempo
será determinado pela estabilidade da empresa em questão.
Alguns setores ligados à energia, construção e petróleo, por exemplo, tendem a ser mais
estáveis o que permite, portanto, uma avaliação mais fácil. Assim, nesses casos é possível usar um
período de tempo ainda maior sem perder a qualidade dos dados.
Por outro lado, companhias menores, startups e empresas ligadas à setores mais dinâmicos
como tecnologia, por exemplo, tendem a exibir resultados com maiores oscilações. Por isso, nesses
casos os dados são menos confiáveis.
Portanto, para obter resultados mais confiáveis a sugestão é diminuir a estimativa de tempo e
acrescentar as taxas de crescimento nas contas de fluxo de caixa para os próximos anos.

2. Definir a taxa de desconto


O segundo passo, e também o mais complexo do método FDC, é encontrar um parâmetro
para estabelecer a taxa de desconto. Apesar de não tem uma lógica miraculosa por trás, a definição
taxa não é consensual entre os analistas.
A taxa de desconto tem como finalidade representar a desvalorização do dinheiro ao longo
do tempo, gerado pelas incertezas.
Esse valor, que deve ser maior do a Taxa Selic, precisa estar baseado no risco da empresa
conforme outras possibilidade de investimento disponíveis, como a bolsa de valores, por exemplo.
Aqui começam as divergências: De um lado, muitos analistas sugerem que para calcular a
taxa de desconto, deve-se utilizar o rendimento médio de empresas na Bolsa de Valores. Do outro
lado, existem os analistas que defendem que a média de rendimentos em renda fixa é que deve ser
usada.
Para complicar ainda mais, existe uma terceira corrente que defende uma composição mais
complicada, que leva em conta o custo de capital da empresa, além dos riscos médios do setor no
qual ela atua.
Diante desse impasse, uma solução interessante e também a mais usada é a base de
rendimentos médio da Bolsa.

3. Somar todos os fluxos descontados


O valor encontrado a partir da soma de todos os fluxos de caixa subtraídas as taxas de
desconto é o valuation atual da empresa analisada.
Uma vez que a base para o cálculo principal já é conhecida é importante também conhecer
outras possibilidades mais particulares de Valuation.

Exemplos de valuation
Diante do exposto, é possível perceber claramente como é importante o investidor adquirir
ativos que estejam sendo negociados com um valuation barato, porém, entendemos que,
principalmente para aqueles que estão iniciando no mercado, fazer um valuation ou reconhecer as
grandes oportunidades pode não ser tão simples.
Deste modo, resolvemos trazer três exemplos de valuation de ações [dados de 2018]:
Valuation do Itaú Unibanco (ITUB4)
O Itaú é uma das maiores empresas nacionais e o maior banco privado do Brasil, além de ser
um dos bancos mais rentáveis do mundo. Apesar disso, o Itaú não deve exibir nos próximos anos o
mesmo nível de crescimento exibido no passado.
No últimos anos o crescimento do Itaú se deu em decorrência do ganho de market share e
aquisição de novas empresas. No entanto, o banco já ocupa a posição de liderança no mercado
nacional o que deixa pouca margem para uma expansão.
Além disso, aquisições de outros grandes bancos, que poderiam mudar o cenário, não devem
ser permitidas pelos órgãos de defesa da concorrência, como o CADE, por exemplo. Nesse cenário
a perspectiva é de que crescimento do Itaú caminhe em linha com o crescimento do Produto Interno
Bruto – PIB.
Além disso, em relação ao cenário concorrencial, as expectativas são de que não hajam
mudanças significativas. Mesmo que novos concorrentes possam surgir no mercado, a tendência é
de que eles sejam incorporados por grandes empresas como ocorreu em outros momentos no
passado.
Nesse sentido, as premissas adotadas para análise foram:
Taxa de desconto:
• Beta: 0,95 (mensal, 120 meses, x Ibov
• Taxa de Risco: 7,5%
• Prêmio de Risco: 4,5%
Período de Alto Crescimento
• ROE: 20% (ROE histórico)
• Payout: 60%
Período de Crescimento Estável
• Taxa de crescimento: 6%
• Payout: 66,67%
• ROE: 20$%
Substituindo esses valores em uma planilha de valuation, o valor justos encontrado para as
ações ITUB4 usando como base uma período de dez anos é de R$ 52,33. Comparando o valor atual
que é de R$ 33,60 com o valuation encontrado para o ativo, é possível perceber que ação está sendo
negociada abaixo do seu valor justo.
Contudo, vale ressaltar que após a análise realizada em abril de 2018, as ações do Banco Itaú
passaram por desdobramento nos preços, o que afastou o valor de negociação do seu valuation.

Valuation da Transmissão Paulista (TRPL4)


A Transmissão Paulista, é maior a companhia de energia elétrica do Brasil. Sozinha a
empresa é responsável por 30% de toda energia distribuída no país todo, 60% do total transmitido
na região sudeste e 100% do que é consumido no estado de São Paulo.
Para atender sua demanda a companhia conta com cerca de 13 mil quilômetros de linhas de
transmissão, 18,7 mil quilômetros de circuitos e 2,5 mil quilômetros de cabos de fibra ótica.
Mesmo sendo uma empresa de excelência operacional, com um dos maiores ROE (17%) do
segmento de distribuição, e boas margens, a Transmissão Paulista era negociada no momento desta
análise a um preço ainda atrativo de acordo com o seu valuation.
As ações TRPL4 negociavam com um P/L de cerca de 6,58 vezes e um EV/Ebitda de apenas
6,21 vezes, ambos múltiplos bastante atrativos se comparados à média do segmento energético,
demonstrando que a empresa se encontra claramente num valuation muito atrativo.

Valuation da Guararapes (GUAR3)


A Guararapes foi fundada em Recife no Pernambuco em 1956. Com sede em Natal, a
Guararapes atingiu o posto de maior rupo com atuação no setor de varejo e confecção da América
Latina
Além de possuir três unidades fabris em Fortaleza e cinco fábricas em Natal, o grupo é dono
das marcas Wolens, Pool Original, Midway Financeiras, do Shopping Midway Mall, do Teatro
Riachuelo e controla ainda a gigante rede varejista, Lojas Riachuelo.
No momento desta análise as ações do grupo Guararapes GUAR3 eram negociadas com um
P/L 15,87 vezes, sendo o mais baixo se comparado à outras empresas do setor. Já o EV/Ebitda da
companhia era de 8,57 vezes, ficando em segundo lugar em ordem crescente.
Além disso, o P/VPA de 2,13 vezes da Guararapes, indica que a ação está sendo negociada
acima do valor do patrimônio líquido da empresa o que é comum em empresas cujas expectativas
são positivas.
No entanto, o valor 2,13 vezes, um dos menores no setor, indica que ação ainda está sendo
negociada a um preço justo. Ou seja, não está cara.
Segue a tabela comparativa entre algumas empresas do setor de Consumo Cíclico e
segmento de Tecidos, Vestuário e Calçados.

Guararapes Lojas Renner Lojas Marisa


Indicador/ Ação Hering (HGTX3)
(GUAR3) (LREN3) (AMAR3)
Preço/Lucro 15,87 19,62 30,10 43,39
EV/Ebitda 8,57 16,87 17,98 4,43
P/VPA 2,13 3,56 7,77 1,26

Como aprender mais sobre o valuation?


Como é possível perceber, definir o valor justo de uma empresa é essencial e pode ajudar o
investidor a identificar momentos oportunos para entrada e saída de investimento em ações e
Fundos Imobiliários, por exemplo.
No entanto, dominar a técnica do Valuation não é uma tarefa fácil. Por mais essencial que
possa ser esse tipo de análise, muitos investidores podem ter dúvidas sobre como fazer valuation.
Além disso, existem diversas metodologia que podem ser usadas para a avaliação de
empresas e cada uma delas é recheada de especificidades. Dessa maneira, é muito importante e
totalmente necessário que o investidor busque o máximo possível de informações a respeito do
tema.
Uma boa saída pode ser procurar um bibliografia completa sobre o tema, ou mesmo fazer
um curso de valuation. Assim, será possível aprofundar os conhecimentos acerca dessa ferramenta
tão útil no mercado. Pensando nisso, a Suno Research desenvolveu um [...] minicurso gratuito
Valuation e Precificação de Ativos.
Fonte: suno.com.br/artigos/como-fazer-valuation-empresas/
Quais ferramentas usar para facilitar a análise
de fundamentos?
por Tiago Reis

Para quem investe ou pretende ingressar no mercado financeiro, estar bem informado é
fundamental. Muitos investidores desconhecem, mas existem inúmeras ferramentas gratuitas que
podem auxiliar o investidor na hora de fazer suas análises, ou mesmo para simplesmente coletar
dados sobre as empresas.
Por isso, abaixo sugerimos algumas ferramentas de busca de dados, todas elas gratuitas, que
nos são muito úteis em nossas análises, e acreditamos que possa ajudar a qualquer pessoa que se
envolva no mercado.

Quais ferramentas utilizar?


Muitos investidores, sobretudo aqueles que estão começando no mercado, ficam na dúvida
sobre como analisar e como pesquisar mais sobre os seus investimentos.
Para isso, listaremos abaixo algumas das principais ferramentas gratuitas de análise de
investimentos disponíveis para encontrar informações e indicadores das ações negociadas no
mercado.
Todas essas plataformas servem para auxiliar o investidor a conhecer, entender e analisar os
seus investimentos com mais minúcia. Por isso, é aconselhável que todo investidor conheça e saiba
utilizar de todas as funcionalidades dessas ferramentas.

Status Invest
A primeira, e certamente uma das completas ferramentas de consulta e análise de
investimentos disponíveis no mercado brasileiro é o site Status Invest.
Isso porque, nesse site, o investidor é capaz de encontrar praticamente todas as informações
de ativos negociados no mercado, sejam eles de renda fixa ou de renda variável.
Ou seja, além das ações das empresas e dos seus indicadores contábeis e financeiros, a
plataforma também oferece informações completas sobre Fundos Imobiliários e Títulos do Tesouro
Direto.
Na página inicial do Status Invest é disponibilizada uma visão atualizada da cotação dos
principais ativos negociados no mercado. Entretanto, a plataforma não se limita a mostrar apenas a
alta e baixa das ações e fundos de investimento na bolsa — mas também apresenta indicadores
como CDI, índices de inflação e os preços de negociação dos principais títulos do Tesouro Direto.
Porém, a grande vantagem dessa plataforma é que o investidor consegue encontrar diversas
informações e com muita profundidade sobre os ativos do mercado. Por exemplo, ao pesquisar
sobre determinada ação da bolsa, a ferramenta disponibiliza inúmeros indicadores fundamentalistas.
Entre eles, estão indicadores que auxiliam na avaliação do preço, da alavancagem, da
rentabilidade ou do dividendo de determinada empresa. Esses dados são fundamentais de serem
utilizados em uma primeira análise fundamentalista, porque filtram aquelas companhias ou fundos
que não se encaixam no perfil desejado pelo investidor.
E além da disponibilização desses indicadores, o Status Invest também se destaca por
apresentar algumas informações que a maioria das plataformas não disponibiliza para os
investidores. Sendo que entre essas informações estão:
• Balanço patrimonial consolidado da empresa;
• Calendário de eventos da companhia ou do fundo imobiliário:
• Existência, ou não, de programas de recompras de ações;
• Taxa de aluguel média praticada para o ativo no mercado;
• Histórico de dividendos completo por períodos.
Essas informações podem ser conferidas nas seções: geral, contábil e mais.
A disponibilização dessas informações acima faz com que o investidor economize tempo em
sua análise e pesquisa sobre determinado ativo. Afinal, não será preciso consultar esses dados em
diferentes fontes, como no site da B3 ou no de Relações com Investidores.
[...]

Fundamentus
Outra ferramenta frequentemente lembrada para a análise de indicadores financeiros é o site
Fundamentus.
Segundo descrito no próprio portal, o “Fundamentus é um sistema on-line que disponibiliza
informações financeiras e fundamentalistas das empresas com ações listadas na Bovespa.
Possuímos um completo banco de dados apresentado de forma acessível para auxiliar o investidor
a encontrar as melhores opções de investimento”.
Para exemplificar, usemos os dados das ações ordinárias (ON) do Pão de Açúcar (PCAR3).
Para acessá-los, basta digitar o nome da empresa no canto superior direito da tela, clicar na ação
correspondente e depois em “Exibir”, conforme abaixo:

A interface que o usuário encontrará será essa:


[...]
Além dos indicadores tabelados, ainda existem outras disponibilidades, como gráficos,
dados de lucratividade, endividamento, evolução do patrimônio líquido, e cotações históricas do
papel referido:
Em cada uma das opções disponíveis o investidor encontrará uma riquíssima base dados,
que é essencial em qualquer análise e tomada de decisões. Também há na opção “Dados históricos”
uma sólida base de dados com os pagamentos de proventos realizados pela empresa. Assim, caso o
investidor queira ter conhecimento dos pagamentos de dividendos realizados por cada empresa, essa
opção pode auxiliar bastante.

Suno Analítica
Outra plataforma que os investidores têm à disposição para consultar e analisar ações é o
Suno Analítica. Nele, é possível conferir de maneira compilada os principais indicadores de
companhias de capital aberto da bolsa brasileira.
Nesse sentido, entre os principais indicadores apresentados pelo Suno Analítica estão:
• Indicadores de preço e valor: P/VP, P/L, P/Ebit; P/Ativos e EV/Ebit;
• Indicadores de rentabilidade: ROE, ROIC e ROA;
• Indicadores de margem: margem bruta, margem líquida e margem ebit;
• Indicadores de alavancagem: Dív. Líquida/Ebitda, Dív. Líquida./PL.
Todos esses indicadores podem ser consultados logo no início da página do Suno Analítica para
cada ação. Sendo que eles são apresentados juntamente com a cotação do ativo em tempo real,
como pode ser observado na imagem abaixo sobre a ação ENBR3 (EDP – Energias do Brasil):

Além de todos esses indicadores, o Suno Analítica também possui outra funcionalidade
muito interessante para investidores. Sendo esta uma seção que apresenta um pouco sobre o
histórico e sobre a atividade da companhia.
Em outras palavras, essa sessão do Suno Analítica serve para apresentar como e quando a
empresa surgiu e também quais são as suas principais atividades. Sendo que ao final dessa descrição
a plataforma também apresenta as principais vantagens competitivas e desvantagens da companhia.
Por fim, ao final da página de consulta há também disponível as últimas e principais notícias
apuradas pelo Suno Notícias relacionados à companhia. Assim, o Investidor pode ficar atualizado
com relação aos últimos eventos envolvendo a empresa.
[...]

B3 e sites das empresas


Existe ainda, além dos portais que já referenciamos acima, o próprio site da B3, onde são
disponíveis informações e notícias atualizadas diariamente a respeito da ações negociadas na bolsa.
Além disso, o site da bolsa também oferece ofícios, comunicados, boletins, informações
sobre corretoras de valores, cursos online e presenciais, e outros conteúdos valiosíssimos para o
investidor que deseja aprender mais sobre o mercado.
Esses conteúdos são muito importantes para se obter fundamentos para tomada de decisão
em relação a investimentos.
Porém, para finalizar, o investidor pode ainda buscar essas informações diretamente com o
RI (relação com investidores) das empresas, o que pode tornar a experiencia ainda mais rica, visto
que, com o tempo, o investidor vai pegando prática e gosto por aquilo, criando até vínculos pessoais
com os colaboradores das empresas, tornando esse hábito agradável e rotineiro, facilitando
naturalmente a compreensão da dinâmica do mercado como um todo.

Qual a melhor ferramenta para analisar investimentos?


Cada uma dessas plataformas servem para analisar indicadores e fundamentos de diferentes
tipos de investimentos. Cabe ao investidor escolher a mais adequada para os seus objetivos e ativos
a serem analisados.
De forma resumida, as ferramentas citadas atenderão os investidores da seguinte maneira:
1. Status Invest: ferramenta para a análise completa de ações, Fundos Imobiliários e Tesouro
Direto;
2. Fundamentus: banco de dados que oferece informações financeiras e indicadores das
empresas;
3. Suno Analítica: site dedicado exclusivamente para analisar cotações, gráficos e indicadores
financeiros ações da bolsa de valores;
4. B3: site da própria bolsa brasileira, que disponibiliza informações sobre todos os ativos nela
negociados;
5. Setor de RI das empresas: oferecem informações e documentos financeiros, corporativos e
contábeis das próprias empresas, além de ser um canal de comunicação da companhia com o
mercado.

Fonte: suno.com.br/artigos/quais-ferramentas-usar-para-facilitar-analise-de-fundamentos/
Para se aprofundar ainda mais
A Suno ainda disponibiliza diversos e-books e minicursos gratuitos. Caso seja do seu
interesse, seguem os links:
• E-books - sendo o mais relevante o “Aprenda como analisar uma ação”
• Minicursos - sendo o mais relevante o de Valuation e precificação de Ativos

Reitero que, por se tratar de um conteúdo que foge do escopo do curso e por ser de autoria de
terceiros (com a devida fonte ao final), eventuais dúvidas devem ser enviadas acessando as fontes e
escrevendo diretamente no campo de comentários ao final de cada artigo.

Um grande abraço e bons investimentos!

Você também pode gostar