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Material Complementar
Olá!
Este material complementar se resume a um compilado de artigos que achei super
detalhados, ainda que introdutórios.
Alguns artigos apresentam hiperlinks para outros artigos de temas mais específicos,
que também podem ser úteis.
Importante: Por se tratar de um conteúdo que foge do escopo do curso e por ser de
autoria de terceiros (com a devida fonte ao final), eventuais dúvidas devem ser
enviadas acessando as fontes e escrevendo diretamente no campo de comentários ao
final de cada artigo.
Análise fundamentalista: saiba o que é e como
utilizá-la
por Tiago Reis
1. Gestão da empresa
É extremamente importante que uma análise fundamentalista de ações leve em consideração
a capacidade de gestão de uma empresa. Afinal são os gestores que tomam as principais decisões de
qualquer companhia.
Nesse sentido, analisando o histórico da companhia, o investidor pode observar se a gestão
tem ou não uma boa capacidade de entregar bons resultados ao longo do tempo.
3. Análise de concorrência
O ambiente concorrencial no qual uma companhia está inserida é considerado pela maior
parte das análises fundamentalistas.
O estudo desse fator é fundamental para avaliar o desempenho de uma empresa na
comparação com suas principais concorrentes e assim definir qual a melhor dentro do setor.
Fatores macroeconômicos e a análise fundamentalista
Já os fatores macroeconômicos são aqueles que estão relacionados à economia como um
todo. Por isso, eles têm impacto em todas as empresas presentes em determinado país.
Entre os principais fatores macroeconômicos considerados pela análise fundamentalista estão:
1. Taxa de Juros
Por conta da alavancagem operacional, a taxa de juros é uma das variáveis que mais afetam
as empresas. Essa estratégia [de alavancagem] consiste na captação de recursos por parte das
empresas no mercado de dívidas a uma determinada taxa para aplicação em projetos rentáveis.
Por exemplo, suponha que uma empresa captou recursos a uma taxa de 2%. A partir disso,
ela usou o que foi captado para aplicar em uma operação com retorno de 10%.
Nesse caso o resultado da operação seria um lucro de 8%. No entanto, se a taxa de juros da
economia subir para 5%, a companhia terá queda no retorno que passará a ser 5%.
Em contrapartida existem empresas que operam com caixa líquido, o que significa que elas
não usam alavancagem operacional. Nesses casos, as empresas possuem dinheiro sobrando pra
investir e, portanto, deixam esse montante aplicado no mercado de juros.
Dessa forma, as empresas são prejudicadas por uma baixa na taxa de juros e beneficiadas
pela alta da variável.
2. Inflação
Inflação é o processo no qual há perda do poder de compra de uma determinada moeda.
Apesar disso, em alguns casos, o aumento da variável pode ser benéfico para determinadas
empresas.
Companhias de transmissão elétrica, por exemplo, podem se beneficiar de elevação na
inflação. Por outro lado, empresas de consumo acabam por serem prejudicadas uma vez que o poder
de compra das famílias é reduzido.
3. Taxa de desemprego
A taxa de desemprego é uma das variáveis mais importante para a economia. Quanto maior
for essa taxa, menor será o consumo. Logo, isso que tende a prejudicar as empresas, sobretudo
aquelas com demanda mais sensível a variações.
Além disso, o desemprego numa economia pode gerar impactos sobre outras variáveis como
a inflação, por exemplo.
Fonte: suno.com.br/artigos/analise-fundamentalista/
Análise vertical e horizontal: aprenda na
prática como fazer
por Tiago Reis
Análise vertical
A análise vertical consiste na análise em um mesmo período de tempo.
Através dos dados da imagem acima é possível perceber qual o percentual de cada região na
receita líquida da Alpargatas.
Para isso, basta dividir a receita da região pela receita total e multiplicar por 100.
• Percentual do Brasil: 483,5 / 890,6 = 0,5428 * 100 = 54,28%
• Percentual de vendas internacionais: 247,4 / 890,6 = 0,2777 * 100 = 27,77%
• Percentual da Argentina: 159,7 / 890,6 = 0,1793 * 100 = 17,93%
A partir dessa análise é possível tirar algumas conclusões. Dentre as quais:
1. As vendas da Alpargatas são dependentes sobretudo da economia brasileira. Isso deriva do
fato de que mais de 50% da receita líquida da empresa vem do Brasil.
2. A empresa apresenta uma diversificação em moedas fortes. Isso advém do fato de quase
30% das vendas da empresa se dão em mercados internacionais. Isso gera um hedge
[proteção] para em caso de valorização do dólar e do euro.
3. A empresa tem um percentual relevante da sua receita na Argentina, um país muito
suscetível a crises financeiras. Isto pode impactar negativamente a receita da companhia.
Análise horizontal
Ao realizar a análise horizontal novamente será considerada a receita líquida.
A análise horizontal já vem apresentada na demonstração de resultado da Alpargatas, não
sendo necessário fazer nenhum cálculo.
Essa análise é apresentada tanto na comparação trimestral quanto na comparação semestral.
Para diminuir o impacto da sazonalidade, serão considerados os números a respeito da
variação semestral.
Ao observar o resultado é possível ver que:
• A receita no Brasil cresceu 15,9%
• A receita no mercado internacional ficou praticamente estagnada
• A receita na Argentina caiu mais de 6%
Uma vez observado esses números é possível, novamente, realizar uma análise dos
resultados da empresa.
A receita no Brasil cresceu, sobretudo, pela retomada do consumo no país. O Brasil no
período iniciou, embora ainda que timidamente, a sua saída de uma das mais graves recessões na
história do país.
Este crescimento representa ainda o forte posicionamento das marcas da Alpargatas no
Brasil.
Também é possível observar o forte impacto que a crise econômica na Argentina teve sobre
as vendes neste país, com a receita caindo mais que 6%.
Fica claro, portanto, que ao realizar a análise vertical e horizontal de uma DRE é possível
tirar conclusões que ajudam o investidor a compreender a dinâmica de uma empresa.
Fonte: suno.com.br/artigos/analise-vertical-e-horizontal/
Os indicadores mais importantes em uma
análise
por Tiago Reis
Neste momento, é importante deixar claro que não existe uma maneira correta, ou uma
maneira única de se analisar uma ação.
Cada analista costuma ter a sua própria metodologia de análise, onde ele enxerga melhor as
suas alternativas e tira suas próprias conclusões para sua tomada de decisões. Porém, para se
entender melhor o que está se passando em determinada empresa, existem alguns indicadores
fundamentalistas que são importantes de se ter conhecimento.
[...]
[A avaliação dos indicadores da empresa é um dos passos mais importantes e mais
amplamente usados pelos analistas nas tomadas de decisão em relação a compra e venda de ativos
do mercado financeiro.
Por meio de alguns índices é possível encontrar empresas que sejam negociadas abaixo do
seu valor intrínseco, ou seja, que estejam sendo subavaliadas no mercado e, assim, garantir
oportunidades de comprar ações mais baratas.
Além disso, esse tipo de avaliação também permite que o analista tenha uma boa ideia a
respeito da percepção de mercado para com o ativo em questão.
Toda empresa, por lei, deve divulgar sua informações operacionais e é nesses relatórios que
se encontram os dados das demonstrações financeiras fundamentais para a análise fundamentalista
de empresas.
Nesse sentido, os documentos financeiros mais importantes para a análise fundamentalista são:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstrativo de Resultado do Exercício;
• Demonstrativo do Fluxo de Caixa.
Será partir deles que serão encontrados os indicadores que ajudam a delinear o
comportamento da empresa, valor justo, potencial de valorização, entre outras informações
importantes para os investidores.
Fonte: suno.com.br/artigos/analise-fundamentalista]
Dividimos os indicadores em duas partes: os indicadores de mercado e os indicadores
financeiros.
Porém, antes do entendimento dos indicadores, é preciso que se enfatize de maneira bem
clara que jamais esses indicadores devem ser usados individualmente no critério de análise de
uma ação, e sim a conjuntura total do cenário e da situação que se encontra o ativo naquele
momento, de maneira bem ampla e aberta.
Indicadores de Mercado mais importantes em uma análise
Dentre os indicadores de mercado, alguns que consideramos muito importantes são:
• P/L (Preço/Lucro);
• DY (Dividend Yield);
• P/VPA (Preço/Valor Patrimonial por Ação);
• EV/EBITDA (Enteprise Value/Earnings Before Taxes Interest Depreciation and
Amortization).
Preço/Lucro (P/L)
É um índice que revela o preço de mercado de uma ação naquele momento (sua cotação),
dividido pelo seu lucro por ação nos últimos 12 meses (LPA).
Na teoria, quanto menor o valor deste índice quando comparado a outras ações melhor as
expectativas do mercado em relação à mesma.
Porém, se este índice estiver muito baixo (geralmente menor que 3x), isto poderia indicar
risco ao investidor, visto que tal empresa poderia representar baixa expectativa de manter esse lucro
no futuro. Este índice pode ser conhecido também como múltiplo de lucros ou P/LPA, e no inglês,
P/E Ratio (Price-Earnings Ratio).
P/VPA
Em inglês P/BV (Price per Book Value), este indicador relaciona o preço da ação ao valor
patrimonial proporcional a ela. Indica quanto os acionistas aceitam pagar pelo patrimônio líquido da
companhia. É obtido através da divisão entre o preço da ação e Valor Patrimonial por Ação (VPA).
Em épocas de crise, a utilização do múltiplo também passa a ser um importante métrica de
avaliação, pois não é raro ver ações negociando abaixo do ativo circulante líquido nesses
momentos.
Na teoria, P/VPA = 1 pode significar que a ação está sendo negociada pelo equivalente a seu
patrimônio líquido, P/VPA < 1 o mercado está pagando pelas ações da empresa um preço inferior ao
do seu patrimônio líquido e P/VPA > 1 que o mercado está aceitando pagar mais pela ação do que
todo o patrimônio líquido da empresa.
Não necessariamente, pagar acima do patrimônio é um mal negócio. Ações como Ambev e
Weg sempre negociaram acima do patrimônio, e isso não impediu uma forte valorização ao longo
do tempo. Empresas com alta rentabilidade geralmente negociam com prêmio em relação ao seu
patrimônio.
EV/EBITDA
O Ebitda é a sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.
Ela é uma medida simplificada da geração de caixa da companhia.
Já o EV discorre do inglês “enterprise value”, que compreende o valor de mercado da
companhia (cotação atual da ação multiplicado pelo total de ações) somado com a dívida líquida
(dívida bruta menos o caixa).
Quanto menor o múltiplo EV/Ebtida, mais atraente se encontra a ação. Mas essa comparação
normalmente faz mais sentido quando feita entre empresas do mesmo setor devido às peculiaridades
existentes nos diferentes ramos de atuação das companhias.
Margem Bruta
Representa o Lucro Bruto divido pela Receita Líquida e indica a porcentagem de cada
R$1,00 de venda que sobrou após o custo dos produtos e/ou serviços vendidos. Este é um indicador
que mede a rentabilidade após os custos, mas antes das despesas (administrativa e vendas). Logo, a
Margem Bruta fornece assim a indicação mais direta de quanto a empresa está ganhando de
resultado imediato da sua atividade.
[Mais detalhes aqui]
Margem Operacional
É a divisão entre o resultado operacional (resultado após custos e despesas) da empresa
sobre a receita líquida, e mostra qual o lucro operacional obtido por uma companhia para cada
unidade de venda realizada.
Normalmente, margens operacionais maiores indicam maior lucratividade. Entretanto, em
alguns momentos, as empresas podem reduzir sua margem para ganhar mercado.
[Mais detalhes aqui]
Margem Líquida
Basicamente é o Lucro Líquido dividido pela Receita Líquida (ambos indicadores são
observados na DRE). Em outras palavras, mede a fração de cada real de vendas que resultou em
lucro líquido.
A importância de se procurar negócios com margens elevadas se destaca em tempos de crise.
Negócios com margens altas geralmente operam com folga de lucro, e se ocorre uma crise e a
empresa perde vendas, ela dificilmente apresentará prejuízos mesmo com menores vendas.
Negócios com margens apertadas, são os primeiros a sofrer prejuízo quando o ambiente econômico
se deteriora.
Para nós, uma “regra de bolso” é que esse indicador seja superior a 10%, no entanto, deve-se
levar em consideração o negócio que a empresa está inserido.
[Mais detalhes aqui]
Fontes:
suno.com.br/artigos/indicadores-financeiros/
suno.com.br/artigos/os-indicadores-mais-importantes-em-uma-analise/
Preço justo: Veja como é determinado o preço
justo para uma ação
por Tiago Reis
Você sabe como é feito para determinar o preço justo de uma ação?
O preço justo é o valor intrínseco de um ativo e é determinado principalmente através das
técnicas de valuation. Obviamente, este valor é uma opinião de quem está o avaliando. Muitas vezes
este preço justo é consideravelmente maior ou menor do valor pelo qual o ativo é negociado. São
nessas ocasiões, então, que surgem as oportunidades de comprar e vender ativos.
O valuation, é importante salientar, está longe de ser uma ciência exata. É normal as
pessoas possuírem valores justos diferentes para um mesmo ativo.
A avaliação depende de inúmeras premissas, muitas delas subjetivas, tais como a taxa de
crescimento do lucro da empresa nos próximos anos.
Por isso, é praticamente impossível precisar o valor justo de uma ação com 100% de
precisão.
No entanto, através do correto uso das técnicas de valuation, é possível estimar o valor
justo. E, caso este valor justo forneça uma boa margem de segurança, é possível comprar uma ação
e obter lucro no mercado.
Por exemplo, suponha que através de um valuation um investidor determinou que o valor
justo de uma ação é de R$ 15. E, suponha também, que esta ação é negociada no mercado por
apenas R$ 10.
O investidor está, portanto, diante de uma oportunidade de compra. Considerando, claro, que
o seu valuation foi bem feito.
No entanto, se a ação estivesse custando R$ 14,50 no mercado o investidor não teria uma
margem de segurança adequada para realizar a compra. Pois este valor é muito próximo do valor
justo estimado.
A margem de segurança é de acordo com grandes investidores um dos conceitos mais
importantes do mundo dos investimentos.
Um ponto muito importante que deve sempre ser avaliado no momento de comprar uma
ação, é o valuation da empresa. Afinal, pode não ser muito vantajoso comprar uma boa companhia,
mas que esteja sendo negociada por um preço muito elevado.
Nesse sentido, um dos focos principais dos investidores deve ser procurar por bons
empreendimentos que estejam sendo negociadas a preços justos. Para auxiliar o investidor nessa
busca uma boa opção pode ser fazer uma bom valuation.
O que é valuation?
Valuation, em português “Avaliação de Empresas”, é o processo de estimar o valor real de
uma empresa – ou seu valor intrínseco – determinando seu preço justo e o retorno de um
investimento em suas ações.
Com base no resultado encontrado para o Valuation e o preço atual da ação, os analistas
fazem recomendações de compra ou venda do ativo.
Dentro da metodologia do valuation, existem diversas técnicas de avaliações que podem ser
utilizadas para fazer conjecturas a respeito do valor de uma companhia. Nesse sentido, a mais
conhecida entre elas o Fluxo de Caixa Descontado – FDC.
No entanto, outras técnicas também são bastante utilizadas. É o caso da análise
comparativa de múltiplos e a avaliação do histórico de múltiplos.
É muito importante ressaltar, entretanto, que essa metodologia de se atribuir um valor a uma
companhia diz respeito a estimativas futuras. Nesse sentido, em decorrência de um acontecimento
fora do esperado, o resultado observado no futuro pode trazer consigo resultados divergentes
daqueles previamente esperado pelos cálculos
Ademais, a depender das premissas utilizadas e os números utilizados no Fluxo de Caixa
Descontado, por exemplo, o valor justo de uma ação definido por um investidor pode ser totalmente
diferente do valor encontrado por outro.
Dessa forma, podemos dizer que o valuation não é apenas uma fórmula matemática, mas
sim uma metodologia que envolve diversos fatores subjetivos que variam de acordo com cada
investidor.
Por fim, vale destacar que o valuation é uma ferramenta valiosa para estimar ou ter uma
ideia do valor justo de uma ação, mas que deve ser utilizado com bastante cautela. Isso porque os
resultados são muito subjetivos e dependem intimamente das premissas e métodos utilizados.
Portanto, apesar de muito relevante, o valuation de empresas não deve ser o único critério
utilizado pelo investidor. Antes de aplicar capital em um ativo, o investidor deve buscar mesclar
diferentes tipos de análise.
Por que fazer o valuation?
Você, como consumidor, aceitaria pagar R$ 50 em um cacho de bananas? Ou R$ 10 em uma
bala? Provavelmente não. No mercado de capitais as coisas são semelhantes: ninguém quer ou
deveria querer pagar um preço maior do que vale um ativo.
No caso das balas, o consumidor deveria procurar o preço desses produtos em outros
comércios ou também pesquisar por produtos similares e comparar seus preços. Se a média de
preços das balas está em torno de R$ 0,15, então pode-se concluir que R$ 10,00 é extremamente
caro.
Ele também poderia levar em conta o custo de produção desses produtos. Sabe-se que para
produzir uma bala alguns centavos são suficientes. Além disso, mesmo que se assuma que a
fabricante e o comerciante trabalhe, com margens mais elevadas, ainda assim o preço da bala não
ficaria em muito mais que R$ 0,20 ou R$ 0,30.
Portanto, R$ 10 em uma única bala é um absurdo, é algo fora da realidade. O consumidor, ao
comparar preços, e identificar os custos envolvidos neste produto, estimando uma margem de lucro,
poderá reconhecer facilmente e identificar se um produto está sendo vendido por um preço justo, ou
muito caro.
Ao comparar preços e tentar identificar o valor justo de um produto, o consumidor está
fazendo uma espécie de valuation. Comprar um produto por um preço justo, ou barato, garante a ele
uma economia de capital, e uma margem de segurança na compra.
Paralelamente o mercado de ações também funciona assim. Por exemplo, se temos duas
empresas com fundamentos e histórico semelhantes que operam num mesmo setor, e a primeira
negocia por 10 vezes o lucro, e a segunda negocia por 15 vezes, nitidamente a primeira empresa, a
que negocia com um Preço/Lucro (P/L) de 10, é a mais barata.
Comprando essa empresa por um P/L menor, deverá também, geralmente, garantir
dividendos maiores para o investidor, e obviamente, um maior potencial de valorização no longo
prazo.
Além disso, comprar ativos que estejam com valuation atrativos gera também uma maior
margem de segurança ao investidor, o que é uma das principais vantagens de se comprar ativos
descontados.
A margem de segurança gerada pela compra de um ativo com um bom valuation é
extremamente importante. Isso porque, caso algo de errado ocorra com aquela empresa, ou seus
lucros e resultados cresçam menos que o esperado, o investidor estará naturalmente mais protegido
do que aqueles que compraram ativos em preços caros.
Comprar uma ação por um valuation caro, estimando um crescimento muito elevado para o
futuro, pode ser muito perigoso, e coloca o investidor em uma situação de grande risco de perdas, já
que ele pode estar assumindo premissas que nunca irão se concretizar.
Tipos de valuation
Para avaliar uma empresa existem diversos métodos disponíveis. Alguns dos mais usados
pelos analistas são:
• Fluxo de Caixa Descontado (FDC) ou Discounted Cash Flow (DCF);
• Múltiplos de Mercado;
• Valuation Contábil;
• Valuation de Liquidação;
• Valuation Pré-Investimento;
• Valuation Pós-Investimento;
Múltiplos de Mercado
O Valuation calculado a partir do método de Múltiplos de Mercado permite uma avaliação
através da comparação relativa de indicadores de empresas que atuam em determinado setor.
Entre os valores referenciais mais usados normalmente está o Ebitda ou Lajida que expressa
o lucro da empresa antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.
Apesar de consistir em uma metodologia bastante usada, sobretudo pela facilidade de ser
aplicada, o método de valuation de múltiplos de mercado pode exibir alguns problemas. Isso porque
é bastante difícil encontrar empresas que atuem no mesmo setor e possuam modelo de negócio
idêntico.
Nesse sentido, ao usar o modelo comparação, algumas especificidades podem ser
desconsideradas. Além disso, o modelo não analisa o momento da empresa, mas o período como um
todo.
Valuation Contábil
No método de valuation contábil é considerado unicamente a contabilidade da empresa, ou
seja, seu patrimônio líquido.
Contudo, mesmo que haja descontos referentes a depreciação e amortização do período, essa
metodologia costuma ser insuficientes para estabelecer uma valor real de uma empresa.
O ponto fraco do modelo contábil é que ele desconsidera os bens intangíveis de uma
empresa incluindo a marca, patentes, franquias, entre outros.
Valuation de Liquidação
O método de liquidação consiste basicamente em somar todos os ativos e subtrair os
passivos. Ele é usado amplamente quando as empresas em situações em que as empresas estão
sendo fechadas, por isso o termo liquidação.
Outra variável considerada para essa metodologia de cálculo do valuation é o tempo. Nesse
caso, os analistas buscam estimar um curto prazo para calcular por quanto os proprietários podem
vender o que sobrou do patrimônio.
Valuation Pré-Investimento
Como já sugere o nome, o Valuation Pré-Investimento está relacionado ao valor de
mercado da empresa antes da entrada de um aporte financeiro.
Suponha, por exemplo, que antes de receber um investimento de R$ 1 bilhão, a empresa
tinha um valor estimado de R$ 5,7 bilhões. Esse último era o valor do valuation pré-investimento.
Valuation Pós-Investimento
Já o valuation pós investimento, como pode ser facilmente deduzido é o valor que considera
o montante total após a injeção do aporte.
Essa modalidade de Valuation é a usada para definir a participação de um investidor, na
empresa. Os cálculos sempre devem ser realizados após o aporte. Além disso, com o valuation pós-
investimento também possível realizar cálculos sobre o crescimento das empresas.
Exemplos de valuation
Diante do exposto, é possível perceber claramente como é importante o investidor adquirir
ativos que estejam sendo negociados com um valuation barato, porém, entendemos que,
principalmente para aqueles que estão iniciando no mercado, fazer um valuation ou reconhecer as
grandes oportunidades pode não ser tão simples.
Deste modo, resolvemos trazer três exemplos de valuation de ações [dados de 2018]:
Valuation do Itaú Unibanco (ITUB4)
O Itaú é uma das maiores empresas nacionais e o maior banco privado do Brasil, além de ser
um dos bancos mais rentáveis do mundo. Apesar disso, o Itaú não deve exibir nos próximos anos o
mesmo nível de crescimento exibido no passado.
No últimos anos o crescimento do Itaú se deu em decorrência do ganho de market share e
aquisição de novas empresas. No entanto, o banco já ocupa a posição de liderança no mercado
nacional o que deixa pouca margem para uma expansão.
Além disso, aquisições de outros grandes bancos, que poderiam mudar o cenário, não devem
ser permitidas pelos órgãos de defesa da concorrência, como o CADE, por exemplo. Nesse cenário
a perspectiva é de que crescimento do Itaú caminhe em linha com o crescimento do Produto Interno
Bruto – PIB.
Além disso, em relação ao cenário concorrencial, as expectativas são de que não hajam
mudanças significativas. Mesmo que novos concorrentes possam surgir no mercado, a tendência é
de que eles sejam incorporados por grandes empresas como ocorreu em outros momentos no
passado.
Nesse sentido, as premissas adotadas para análise foram:
Taxa de desconto:
• Beta: 0,95 (mensal, 120 meses, x Ibov
• Taxa de Risco: 7,5%
• Prêmio de Risco: 4,5%
Período de Alto Crescimento
• ROE: 20% (ROE histórico)
• Payout: 60%
Período de Crescimento Estável
• Taxa de crescimento: 6%
• Payout: 66,67%
• ROE: 20$%
Substituindo esses valores em uma planilha de valuation, o valor justos encontrado para as
ações ITUB4 usando como base uma período de dez anos é de R$ 52,33. Comparando o valor atual
que é de R$ 33,60 com o valuation encontrado para o ativo, é possível perceber que ação está sendo
negociada abaixo do seu valor justo.
Contudo, vale ressaltar que após a análise realizada em abril de 2018, as ações do Banco Itaú
passaram por desdobramento nos preços, o que afastou o valor de negociação do seu valuation.
Para quem investe ou pretende ingressar no mercado financeiro, estar bem informado é
fundamental. Muitos investidores desconhecem, mas existem inúmeras ferramentas gratuitas que
podem auxiliar o investidor na hora de fazer suas análises, ou mesmo para simplesmente coletar
dados sobre as empresas.
Por isso, abaixo sugerimos algumas ferramentas de busca de dados, todas elas gratuitas, que
nos são muito úteis em nossas análises, e acreditamos que possa ajudar a qualquer pessoa que se
envolva no mercado.
Status Invest
A primeira, e certamente uma das completas ferramentas de consulta e análise de
investimentos disponíveis no mercado brasileiro é o site Status Invest.
Isso porque, nesse site, o investidor é capaz de encontrar praticamente todas as informações
de ativos negociados no mercado, sejam eles de renda fixa ou de renda variável.
Ou seja, além das ações das empresas e dos seus indicadores contábeis e financeiros, a
plataforma também oferece informações completas sobre Fundos Imobiliários e Títulos do Tesouro
Direto.
Na página inicial do Status Invest é disponibilizada uma visão atualizada da cotação dos
principais ativos negociados no mercado. Entretanto, a plataforma não se limita a mostrar apenas a
alta e baixa das ações e fundos de investimento na bolsa — mas também apresenta indicadores
como CDI, índices de inflação e os preços de negociação dos principais títulos do Tesouro Direto.
Porém, a grande vantagem dessa plataforma é que o investidor consegue encontrar diversas
informações e com muita profundidade sobre os ativos do mercado. Por exemplo, ao pesquisar
sobre determinada ação da bolsa, a ferramenta disponibiliza inúmeros indicadores fundamentalistas.
Entre eles, estão indicadores que auxiliam na avaliação do preço, da alavancagem, da
rentabilidade ou do dividendo de determinada empresa. Esses dados são fundamentais de serem
utilizados em uma primeira análise fundamentalista, porque filtram aquelas companhias ou fundos
que não se encaixam no perfil desejado pelo investidor.
E além da disponibilização desses indicadores, o Status Invest também se destaca por
apresentar algumas informações que a maioria das plataformas não disponibiliza para os
investidores. Sendo que entre essas informações estão:
• Balanço patrimonial consolidado da empresa;
• Calendário de eventos da companhia ou do fundo imobiliário:
• Existência, ou não, de programas de recompras de ações;
• Taxa de aluguel média praticada para o ativo no mercado;
• Histórico de dividendos completo por períodos.
Essas informações podem ser conferidas nas seções: geral, contábil e mais.
A disponibilização dessas informações acima faz com que o investidor economize tempo em
sua análise e pesquisa sobre determinado ativo. Afinal, não será preciso consultar esses dados em
diferentes fontes, como no site da B3 ou no de Relações com Investidores.
[...]
Fundamentus
Outra ferramenta frequentemente lembrada para a análise de indicadores financeiros é o site
Fundamentus.
Segundo descrito no próprio portal, o “Fundamentus é um sistema on-line que disponibiliza
informações financeiras e fundamentalistas das empresas com ações listadas na Bovespa.
Possuímos um completo banco de dados apresentado de forma acessível para auxiliar o investidor
a encontrar as melhores opções de investimento”.
Para exemplificar, usemos os dados das ações ordinárias (ON) do Pão de Açúcar (PCAR3).
Para acessá-los, basta digitar o nome da empresa no canto superior direito da tela, clicar na ação
correspondente e depois em “Exibir”, conforme abaixo:
Suno Analítica
Outra plataforma que os investidores têm à disposição para consultar e analisar ações é o
Suno Analítica. Nele, é possível conferir de maneira compilada os principais indicadores de
companhias de capital aberto da bolsa brasileira.
Nesse sentido, entre os principais indicadores apresentados pelo Suno Analítica estão:
• Indicadores de preço e valor: P/VP, P/L, P/Ebit; P/Ativos e EV/Ebit;
• Indicadores de rentabilidade: ROE, ROIC e ROA;
• Indicadores de margem: margem bruta, margem líquida e margem ebit;
• Indicadores de alavancagem: Dív. Líquida/Ebitda, Dív. Líquida./PL.
Todos esses indicadores podem ser consultados logo no início da página do Suno Analítica para
cada ação. Sendo que eles são apresentados juntamente com a cotação do ativo em tempo real,
como pode ser observado na imagem abaixo sobre a ação ENBR3 (EDP – Energias do Brasil):
Além de todos esses indicadores, o Suno Analítica também possui outra funcionalidade
muito interessante para investidores. Sendo esta uma seção que apresenta um pouco sobre o
histórico e sobre a atividade da companhia.
Em outras palavras, essa sessão do Suno Analítica serve para apresentar como e quando a
empresa surgiu e também quais são as suas principais atividades. Sendo que ao final dessa descrição
a plataforma também apresenta as principais vantagens competitivas e desvantagens da companhia.
Por fim, ao final da página de consulta há também disponível as últimas e principais notícias
apuradas pelo Suno Notícias relacionados à companhia. Assim, o Investidor pode ficar atualizado
com relação aos últimos eventos envolvendo a empresa.
[...]
Fonte: suno.com.br/artigos/quais-ferramentas-usar-para-facilitar-analise-de-fundamentos/
Para se aprofundar ainda mais
A Suno ainda disponibiliza diversos e-books e minicursos gratuitos. Caso seja do seu
interesse, seguem os links:
• E-books - sendo o mais relevante o “Aprenda como analisar uma ação”
• Minicursos - sendo o mais relevante o de Valuation e precificação de Ativos
Reitero que, por se tratar de um conteúdo que foge do escopo do curso e por ser de autoria de
terceiros (com a devida fonte ao final), eventuais dúvidas devem ser enviadas acessando as fontes e
escrevendo diretamente no campo de comentários ao final de cada artigo.