Leonardo Junkes Nascimento Lucas Adriano de Oliveira
INJEÇÃO DE PEÇAS EM PP COM CAVIDADES FABRICADAS POR IMPRESSÃO 3D
1. RESUMO que possam ser impressas outras cavidades com
perfis diferentes para a injeção de novos produtos Nos últimos anos, a impressão 3D tem se posteriormente, utilizando o mesmo porta molde tornado cada vez mais popular e acessível, conforme as figuras Figura 2 e Figura 3. permitindo a criação de objetos complexos com grande precisão e rapidez. Com essa tecnologia, é possível produzir objetos em diversos materiais, como plástico, metal e até mesmo tecidos humanos. Uma das aplicações mais interessantes da impressão 3D é a criação de cavidades, que podem ser utilizadas em diversas áreas, como medicina, engenharia e arquitetura. Com essa técnica, é possível criar cavidades personalizadas e adaptadas às necessidades específicas de cada projeto. Além disso, a impressão 3D também tem se Figura 2 - Vista Superior Projeto Porta-Molde mostrado muito útil na produção de protótipos e peças de reposição, reduzindo significativamente o tempo e o custo envolvidos nesses processos. Com essa tecnologia, é possível criar objetos que seriam muito difíceis ou mesmo impossíveis de produzir com as técnicas tradicionais. Figura 3 - Vista Lateral Projeto Porta-Molde Dessa forma, a impressão 3D tem transformado a forma como as pessoas criam e produzem objetos, abrindo novas possibilidades em diversas áreas e contribuindo para a evolução da tecnologia. 3. OBJETIVO GERAL 2. INTRODUÇÃO Desenvolver um método para injeção de peças em PP com cavidades feitas por impressão 3D. No início da discussão do projeto, o intuito era injetar peças em formato de “osso de cachorro” como corpo de prova para ensaio de tração conforme a Figura 1. Entretanto, pela limitação dimensional da injetora manual, teríamos que realizar a injeção com o canal no centro da peça, na região onde haveria a ruptura, o que faria com que essa região ficasse mais frágil, logo, os resultados que seriam obtidos no ensaio não seriam condizentes com o material Figura 4 – Vista Isométrica de Projeto do Porta-Molde e injetado. Produto Final
4. OBJETIVO ESPECÍFICO
Baseado em um estudo realizado pelos discentes
do curso técnico em mecânica do IFSC, onde foi Figura 1 – Corpo de Prova realizada a tentativa de injetar peças diretamente em uma cavidade impressa em uma impressora 3D, foi Outra alternativa seria estender o canal de possível constatar, que a alta temperatura no bico de injeção para que o preenchimento da cavidade injeção fez com que a cavidade se degradasse. iniciasse pela ponta do produto. Mas dessa maneira Portanto, com o intuito de otimizar este processo, de o canal não trocaria calor com a cavidade e com isso, forma que não venha a trazer danos a cavidade provavelmente não preencheria a cavidade durante a injeção de material, chegou-se ao consenso completamente. de estudar a injeção em cavidades impressas em 3D, porém com o porta-molde (região em contato com o Portanto direcionou-se o estudo para a obtenção bico de injeção) fabricado com um material com de um porta molde com cavidade insertada maior resistência a temperatura elevada. possibilitando assim, a troca do inserto fazendo com Após a fabricação do porta-molde padrão, foi fabricado também os modelos em impressora 3D, de 5. JUSTIFICATIVA cavidades em PETG, PLA e ABS, afim de observar o Desenvolver um método para injeção comportamento durante a injeção de PP nas cavidades de peças em PP com cavidades feitas por impressão que seriam montadas no porta-molde padrão. 3D é uma tarefa importante para diversas indústrias, como a automotiva, de eletrônicos e de embalagens. A impressão 3D permite a criação de cavidades complexas e precisas, que seriam impossíveis ou muito difíceis de serem produzidas com as técnicas tradicionais. A injeção de peças em PP é um processo de fabricação comum, utilizado para a produção de uma ampla variedade de peças e produtos. No entanto, a criação de cavidades precisas em peças de PP pode Figura 6 - Cavidades em PETG e PLA ser um desafio, especialmente quando se trata de geometrias complexas. As cavidades foram impressas com a deposição do seu Nesse contexto, desenvolver um método para material resultando em um núcleo vazio, apenas com injeção de peças em PP com cavidades feitas por filamentos formando uma estrutura, para se obter uma impressão 3D pode trazer diversas vantagens, como otimização tanto no tempo de impressão, como na a redução de custos e o aumento da eficiência na quantidade de material utilizado na fabricação de cada produção de peças com geometrias complexas e cavidade. Abaixo, na Figura 7, temos um corte de uma precisas. Além disso, essa técnica permite a criação das cavidades, mostrando a formação de seu núcleo. de peças personalizadas e adaptadas a cada necessidade, o que pode ser muito útil em diversas áreas, como a medicina e a engenharia. Portanto, o desenvolvimento de um método para injeção de peças em PP com cavidades feitas por impressão 3D pode trazer benefícios significativos para diversas indústrias, aumentando a eficiência e a qualidade da produção de peças com geometrias complexas e precisas. 6. METODOLOGIA Figura 7 - Corte Cavidade em ABS Primeiramente foi desenvolvido um porta molde padrão em alumínio, conforme a Figura 5, Tendo todas as cavidades já fabricadas, bem onde foi utilizado técnicas de usinagem. como o porta-molde padrão, iniciou-se o processo de Empregamos para isso, o uso de máquinas CNC injeção, utilizando uma máquina injetora manual, (Controle Numérico Computadorizado) para cortar, conforme Figura 8. perfurar e moldar o alumínio de acordo com o projeto previamente desenvolvido. O porta-molde em alumínio precisou ser cuidadosamente acabado para garantir superfícies suaves e sem imperfeições, a fim de evitar qualquer interferência durante o processo de injeção.
Figura 8 - Máquina Injetora Manual
Figura 5 - Porta-Molde Padrão
O processo de injeção se inicia com a inserção de uma das cavidades impressas dentro do porta-molde padrão, seguido pelo fechamento do porta-molde através da fixação por dois parafusos posicionados diagonalmente, garantindo dessa forma um bom fechamento do molde a fim de se evitar rebarbas devido a pressão de injeção. Após isso, é ligada a injetora manual para que a mesma aqueça até atingir sua temperatura ideal de trabalho de 190°C. Assim que atingida essa temperatura, a matéria prima (neste caso, PP) é colocada, e então necessita-se que aguarde cinco minutos para que o material atinja seu ponto de fusão, possibilitando assim a injeção dentro das cavidades. Figura 9 - Injeção em cavidades de PETG e PLA Após isso, posicionou-se o porta-molde previamente Conforme a Figura 9, pode-se observar que a montado no bico de injeção da injetora, e realizou-se a cavidade em PETG (esquerda na foto), sofreu injeção de maneira manual por meio de uma alavanca. degradação já em sua entrada de material, devida a falta Com o objetivo de analisar se o tempo de de troca de temperatura da cavidade. resfriamento do produto interferia no resultado final, em algumas injeções aguardou-se cerca de um minuto antes da abertura do porta-molde.
Após a retirada das peças injetadas do molde,
foram feitas análises tanto dos produtos finais, como das cavidades. E então foram anotadas as principais observações e realizado os registros fotográficos dos produtos e das cavidades.
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.1 PETG E PLA
O intuito inicial era fazer a injeção em cavidades de Figura 10 - Cavidade em PLA
mesmo material, porém, devido a inconsistências na impressão das cavidades em PETG e PLA, se fosse E seguindo a Figura 10, observamos que a usado a cavidade de mesmo material, as duas não cavidade em PLA, também sofre com degradação em tinham material suficiente para fazer o fechamento ideal sua entrada, também devida a falta de troca de calor, do molde, ocasionando em utilização excessiva de porém, a sua resistência a temperatura foi um pouco material na injeção, além de um sobreaquecimento das superior ao PETG, visto que os defeitos sofridos pela cavidades, causando uma possível degradação. cavidade foram menores. Por este motivo, foi decidido utilizar as cavidades 7.2 ABS em materiais diferentes, pois como o intuito era analisar o comportamento do material durante a injeção, as Nas cavidades em ABS, foi a que obteve um cavidades serem de materiais diferentes, impactaria melhor desempenho, tendo resistido a três ciclos de minimamente no resultado final. injeção, conforme método descrito anteriormente, sendo que variamos o tempo de abertura do molde para Então utilizando a metodologia de injeção já retirada da peça. descrita anteriormente, foi feita a injeção de polipropileno (PP) nas cavidades, e feito a extração da Tanto tirando a peça logo após a injeção ou peça já em seguida após a injeção. deixando cerca de um minuto para resfriamento e troca de calor, as cavidades reagiram bem, sendo que somente as peças injetadas sofrem com essa variável. também de polímeros apresentou um resultado positivo. Entretanto possui limitações relacionadas às condições de injeção e extração do produto das cavidades.
A resistência do molde em ABS para a injeção de
alguns produtos comprova uma significativa eficiência nesse método de injeção. Porém, as cavidades feitas nesse material não suportaram mais que três injeções antes do início da degradação do molde.
Para PETG e PLA a proximidade das temperaturas
de fusão entre o material injetado e o material da cavidade fizeram com que não fosse possível injetar Figura 11 - Peça injetada na cavidade em ABS peças funcionais. Pois a cavidade se deformou na região próxima da entrada do material injetado. Através Figura 11 podemos ver que a peça injetada em cavidade em ABS teve rebarba devido a Logo, observa-se que a utilização de um porta- irregularidades na superfície de fechamento do molde e molde padrão trouxe resultados positivos diminuindo a um pouco devido a contração do material. degradação da cavidade e possibilitando a obtenção de uma variedade de produtos sem a necessidade de técnicas de usinagem. Entretanto, poderia ser realizado um estudo com o objetivo de estender a vida útil das cavidades feitas em ABS, por meio da inserção de um postiço metálico que possibilitasse a troca de calor da cavidade para a região externa do molde. Ou então fazer testes com a impressão de cavidades com parâmetros de preenchimento maiores que 60%, para analisar se ocorre Figura 12 - Peça injetada na cavidade em ABS a diminuição da infiltração de material do produto na cavidade, diminuindo assim, sua degradação e Conforme a Figura 12 podemos ver que as possibilitando a extração de mais produtos. cavidades sofreram muito pouco com a degradação após seguidos ciclos de injeção, se mostrando muito mais resistente a este tipo de injeção em relação aos outros dois materiais. 7.3 DISCUSSÕES
Após os resultados obtidos pode-se perceber que é
possível utilizar a impressão 3D em pequenos moldes de injeção de plástico. No entanto, é necessário evoluir as técnicas e parâmetros para a construção dos insertos impressos para que melhore o ajuste da rugosidade das impressões, como também para que o funcional do molde tenha uma vida útil superior. Esses pontos se destacaram ao longo dos testes e são notáveis nas amostras ou cavidades insertadas. A peça injetada com uma grande quantidade de material sobressalente da parede do produto, o que é definido como rebarbas e também todas as cavidades insertadas sofreram algum tipo de degradação devido ao material não trocar calor.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, pode-se observar que a injeção de
produtos em Polipropileno (PP) em cavidades feitas