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1. Os símbolos nacionais, como a bandeira, provocam um sentimento de união que foi


socialmente construído ao longo do tempo. São, portanto, dotados de uma força agregadora,
constituindo um elo para a diversidade sociocultural que compõe o país.

2. Em situações de conflito ou de grandes mudanças políticas, em guerras ou revoluções, é


comum ver bandeiras nacionais serem queimadas ou pisadas. tanto em momentos
comemorativos quanto nos de protesto, ocorre a identificação entre a nação e seus símbolos.
Os símbolos são a forma visível da nação; por isso, tornam-se objeto de disputa política, sendo
contestados, mobilizados, negociados, alterados, abolidos e reinstituídos.

3. A imagem de abertura do Capítulo 5 representa o momento em que a nação independente


estava se constituindo. É a expressão de um esforço para construir uma identidade nacional,
vinculada ao projeto do Império Brasileiro.

A imagem de abertura do Capítulo 6 retrata um símbolo já consolidado (a bandeira do país)


que expressa a identificação da nação brasileira.

Explore Página 99 A ausência de personagens negros na tela revela o projeto político


excludente das primeiras décadas do período republicano. O perfil de nação imaginado pelo
pintor é dominado por mulheres laboriosas e crianças protegidas pela insígnia nacional. Ao
analisar de maneira crítica e reflexiva uma manifestação artística como a pintura A Pátria, de
Pedro Bruno, considerada uma importante fonte iconográfica,

Analisando Página 101 Ao utilizar conhecimentos historicamente construídos para


compreender como a figura de Tiradentes se tornou símbolo nacional, por meio da análise de
diferentes fontes – uma textual e outra iconográfica

1 Para José Murilo de Carvalho, Tiradentes era o mártir ideal, pois sua violência não foi
concretizada: o movimento do qual fez parte foi desarticulado antes de ser posto em prática.
Diferentemente de personagens como o Frei Caneca, que o historiador classifica como um
herói desafiador, agressivo, quase arrogante, Tiradentes morreu como vítima, com uma
narrativa que poderia facilmente ser aproximada da lógica do martírio cristão, já que foi traído
por Joaquim Silvério dos Reis. Ele encarnava, nesse sentido, a figura com a qual todos
poderiam se identificar no regime republicano, além de estabelecer a união indissociável de
ideais como a liberdade, a independência e a república.

2. A pintura de Aurélio de Figueiredo é uma representação idealizada do passado – pois o


evento em questão lhe antecedeu em mais de cem anos –, com o objetivo de reproduzir um
discurso de enaltecimento da figura de Tiradentes como herói nacional. 3. Além de aproximar
fisicamente a figura de Tiradentes da representação ocidental de Jesus, a pintura de Aurélio de
Figueiredo reforça a narrativa do martírio cristão ao incluir na cena a pomba branca, a cruz e as
vestes brancas. A cena, construída muito próxima ao cadafalso da forca, pode ser facilmente
relacionada à narrativa da crucificação. Outro elemento importante é o gestual: o carrasco
coloca as mãos no rosto, em sinal de arrependimento, o que reforça ainda mais a ideia de
injustiça. Em contraste, a postura resignada de Tiradentes reforça a lógica daquele que morre
em nome de um ideal maior ou que é capaz de reunir em si as dores de um povo, como explica
José Murilo de Carvalho em sua análise.

Explore Página 103 Os personagens representados são uma mulher negra (em pé, à esquerda),
uma mulher mestiça (sentada, no centro) com uma criança branca no colo e um homem
branco (sentado, à direita). A pintura de Modesto Brocos dialoga com as teorias do
“branqueamento”, segundo as quais o processo de miscigenação ao longo de gerações
apagaria o aspecto mais visível da escravidão: a pele escura de uma população
majoritariamente negra. Destaca-se o fato de que a personagem negra foi representada
olhando para o alto e com as mãos levantadas ao céu, como quem estivesse bendizendo o
processo que se desenrolava. Assim, a pintura encarna valores racistas da elite da época, que
via no “branqueamento” uma estratégia para o futuro da república. Ao analisar uma situação
cotidiana

Explore Página 107 A prática eleitoral representada na charge é a “bico de pena”. No diálogo
entre o Zé Povo e a República, são criticadas a urna eleitoral e as manipulações praticadas e
consentidas que impediam que as eleições expressassem a soberania eleitoral.

Reflita Página 113 Resposta pessoal. É importante conduzir o debate demonstrando que o
Estado e os cidadãos têm deveres e direitos. O Estado tem a função de realizar campanhas de
vacinação e suprir os postos de saúde com vacinas, conforme o artigo 196 da Constituição
Federal de 1988: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Explore Página 119 Para que o samba se tornasse um símbolo nacional, desenvolveu-se uma
indústria fonográfica e da comunicação via rádio, que ampliou o alcance dessa manifestação
cultural. Além disso, houve esforço da política nacional para utilizar esse gênero musical como
elemento de identidade nacional.

Atividades Páginas 120 e 121 1. a) Na charge são representados três personagens: a soberania,
uma alegoria feminina que identifica a República Brasileira; o político, um homem de chapéu e
casaca, chefe da oligarquia local representado na figura do coronel; o eleitor, caracterizado
como um burro, conduzido até a urna eleitoral para depositar o voto.

b) A charge denuncia o “voto de cabresto”. O cabresto indicava a ideia de que o voto era
direcionado mediante a troca de favores (clientelismo político) ou coerção (por meio de
ameaças e intimidações).

c) Os coronéis representavam o poder político nos municípios e o termo coronelismo passou a


significar um complexo sistema de negociação entre esses chefes políticos locais e as esferas
estadual (governo dos estados) e federal (Presidência da República). A base desse sistema de
negociações era o chamado “voto de cabresto”.

2. e.

3. a.

4. e

. 5.

a) Em O bonde de São Januário, por meio da apresentação da história de um “vadio


regenerado”, faz-se um elogio ao trabalho e uma crítica à vida de boemia. b) Durante o
governo de Getúlio Vargas, a apropriação e a transformação da cultura popular em símbolo
nacional se tornaram política de Estado. Vargas, por meio do DIP, buscava estabelecer a
censura e incentivar os compositores a produzir letras que exaltassem o trabalho. Se julgar
conveniente, compare a versão liberada de O bonde de São Januário, de Wilson Batista, com o
trecho da versão censurada reproduzido na página 119. Pode-se dizer, portanto, que a política
cultural, especialmente a voltada para as classes populares, centrava-se na ideia de criar um
trabalhador brasileiro ideal, como é possível observar na letra da canção transcrita na
atividade.

6. Em relação ao tema da miscigenação, a política varguista estabeleceu uma ruptura com a da


Primeira República. Na Primeira República, houve um esforço para apagar a presença de
africanos e de seus descendentes em razão das teorias raciais, da política de “branqueamento”
e da criminalização de práticas culturais de matrizes africanas, entre outros fatores. Entretanto,
durante o regime varguista, a miscigenação foi ressignificada. Vargas se apropriou desse
aspecto e, por meio de uma política dirigida, procurou forjar uma identidade nacional com
base em elementos da cultura popular, expressa na culinária, na música, na religião etc.
Convertidas em elementos originais da nacionalidade brasileira, essas expressões “foram
desafricanizadas” e deixaram de ser perseguidas. A capoeira, por exemplo, tipificada como
crime em 1890, passou a ser entendida pela política varguista como modalidade esportiva
legítima para representar a cultura brasileira.

7.. • Etapa 1 – Coletar e analisar as informações epidemiológicas sobre o sarampo.

• Etapa 2 – Definir o público-alvo e o prioritário, se for o caso.

• Etapa 3 – Coletar os dados a respeito da demografia e da quantidade de vacinas.

• Etapa 4 – Definir as estratégias de comunicação e elaborar as peças publicitárias. Nas etapas


1 e 2, os alunos podem coletar e analisar informações sobre a epidemiologia do sarampo em
diversas publicações científicas, mas é essencial que consultem o site do Ministério da Saúde,
em que são definidos os critérios de indicação da vacinação periodicamente. Na etapa 3, eles
devem utilizar as informações sobre as indicações de vacinação por faixa etária, consultadas no
site do Ministério da Saúde, e cruzá-las com os dados demográficos disponibilizados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimando a quantidade de vacina para
imunizar toda a população do estado. Eles devem selecionar as faixas etárias-alvo da
campanha de vacinação e somar os números relativos à população masculina e à feminina. Em
seguida, precisam observar os grupos que receberão duas doses e os que receberão apenas
uma para estimar a quantidade de vacinas. Veja a seguir uma proposta de tabela para organizar
os dados.

Na etapa 4, os alunos podem utilizar cartazes, blogs, sites, podcasts ou qualquer outro formato
que envolva a utilização de recursos multimídia como estratégia de comunicação para a
campanha.

8. a) A trajetória de Aloísio, o “menino 23”, o primeiro sobrevivente encontrado do grupo das


crianças escravizadas, revela o silenciamento da cidade sobre o assunto. O segundo
personagem abordado no documentário, Argemiro, fugiu antes de os meninos serem
mandados embora da fazenda. Diferentemente de Aloísio, durante a vida ele se afastou
daquelas memórias doloridas, e buscou abandoná-las. A terceira pessoa a aparecer no
documentário é um menino chamado “Dois”, que vivia no espaço doméstico, mais próximo da
família proprietária, em uma complexa situação de intimidade e, ao mesmo tempo, servidão.
b) As narrativas do filme evidenciam a presença profunda do racismo na sociedade brasileira
em elementos do cotidiano, como o ocultamento dos condutores de bondes negros nas
fotografias oficiais, em construções de estereótipos na cultura (por exemplo, no cinema), nas
teorias de eugenia e na escravização dos garotos. Percebe-se a contradição entre as tentativas
de construção de uma identidade nacional com elementos da cultura popular carregados de
simbologias oriundas de matrizes africanas e a marginalização dos afrodescendentes.

c) O documentário contribui para a discussão de temas delicados do passado, ligados a


desigualdades e violência, por meio de narrativas que contemplam diferentes sujeitos e
auxiliam compreender mecanismos de reprodução de segregações, como a racial, e sua
permanência até a contemporaneidade. A abordagem desses temas rompe com o
silenciamento, problematiza olhares estereotipados e concorre para a consolidação da
cidadania, pois fornece repertório para os alunos refletirem sobre o mundo a sua volta e
pautarem suas ações. Vale destacar o fato de que o documentário recupera, de maneira bem
contextualizada, elementos característicos da política nacional da década de 1930, como o
integralismo.

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