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UNIVALI

OLAVO GONZAGA DE OLIVEIRA JUNIOR

INDÚSTRIA 4.0: Desafios e tendências na perspectiva organizacional

ITAJAÍ
2018
INDÚSTRIA 4.0: Desafios e tendências na perspectiva organizacional

OLIVEIRA1, Olavo Gonzaga de Junior 1


MELLO, Romeu Zarske de ²

RESUMO

A Indústria 4.0 atualmente está gerando mudanças significativas na forma de


produção, pois através do avanço tecnológico surge a possibilidade de
personalização da linha de produção e como consequência, a inovação dos modelos
de negociação. Os desafios e as tendências no ambiente organizacional estão
ligados de forma direta aos conceitos da Indústria 4.0 e à constante atualização e
desenvolvimento tecnológico. Através de uma pesquisa bibliográfica, foi possível
identificar que as empresas de forma constante terão que se adaptar e conviver com
a revolução conhecida como Indústria 4.0, para que consigam se manter no
mercado de forma competitiva. Outro ponto que se destaca, é a gestão do capital
humano, onde surge a necessidade de capacitação e desenvolvimento contínuo dos
colaboradores em todos os campos de atuação, possibilitando um melhor
conhecimento técnico dos trabalhadores. O presente trabalho é decorrente de um
estudo bibliográfico sobre o tema da Indústria 4.0, suas características e reflexos no
mundo social e organizacional. Com isso, este estudo classifica-se quanto a
pesquisa, como uma abordagem qualitativa, sendo também considerado um estudo
descritivo.

Palavras-chave: Indústria 4.0 , quarta revolução industrial, tecnologia

1
Pós-graduando do curso de especialização em Logística e Comércio Exterior pela Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. E-mail:
olavojuniorrj@gmail.com
2 Orientador do artigo: Romeu Zarske de Mello
1. INTRODUÇÃO

Atualmente os processos de produção estão sendo denominados como


sendo a quarta revolução industrial, impulsionados pela utilização da internet como
meio de comunicação entre as pessoas e máquinas. O desenvolvimento da Indústria
4.0 busca um alto índice operacional, produtivo e de automação dos sistemas de
produção, com isso destaca-se a importância da compreensão e entendimento
sobre o tema e a influência que o mesmo terá perante a sociedade. Considera-se
relevante para o meio organizacional a relação entre a Indústria 4.0, a
sustentabilidade e a globalização constante.
A quarta revolução industrial, ou comumente denominada Indústria 4.0, tem
ocasionado a integração entre o mundo real e o virtual. De acordo com Schwab
(2016) esta revolução pode ser encarada como uma conexão entre os mundos
digitais, físicos e biológicos, criando a oportunidade de produção personalizada em
massa.
A quarta revolução industrial vai além das tecnologias inovadoras e
revolucionárias, de acordo com Stevan, Leme e Santos (2018) a principal
característica e desafio da Indústria 4.0 é conseguir otimizar a convergência das
tecnologias, melhorando assim a produtividade e consequentemente a qualidade
dos produtos, considerando a possibilidade de produzir de forma sustentável
evitando os desperdícios.
Atualmente as indústrias vêm apresentando níveis cada vez maiores de
eficiência quanto aos processos e procedimentos, evitando falhas e desperdícios.
De acordo com Vargas (2017) isso pode ser atribuído principalmente à evolução
sistêmica obtida pelas empresas, possibilitando uma interação entre o mundo real e
o mundo virtual. Conforme apresentando por Jazdi (2014), o Cyber Physical
Systems (CPS) é um exemplo dos sistemas que permitem a conexão entre o físico e
o virtual, sendo um sistema automatizado computacional e comunicacional.
A pesquisa em questão se justifica pelo fato das empresas necessitarem de
adaptação as mudanças do mercado, possibilitando assim o aumento de sua
competitividade. De acordo com Silva, Filho e Miyagi (2015) pode-se considerar a
Indústria 4.0 como sendo a quarta etapa da revolução industrial, tendo como
principal desafio a integração do homem com a máquina, visando o aumento da
produção com qualidade, gerando desta forma uma cadeia de valor. Para o meio
acadêmico e profissional, o presente estudo se tornará fonte de consulta e
referência para novos estudos e análises.
Com base nas informações citadas e nos materiais científicos estudados,
define-se como objetivo geral demonstrar como a Indústria 4.0 está mudando o
modo de trabalho dentro das organizações; tem como objetivos específicos
identificar as principais características da Indústria 4.0 e com isso obter um
comparativo entre as etapas das revoluções e suas origens e compreender qual a
relação da Indústria 4.0 com a gestão do conhecimento, destacando os impactos
sociais importantes e relevantes na indústria contemporânea.
O presente trabalho é decorrente de uma análise bibliográfica de autores, que
desenvolveram pesquisas e estudos científicos sobre o tema da Indústria 4.0, suas
características e reflexos no mundo social e organizacional. Este estudo classifica-se
quanto a pesquisa, como uma abordagem qualitativa, por se tratar do entendimento
do fenômeno e sua delimitação, permitindo com isso a ampliação das relações
descobertas e dos estudos realizados; quanto à natureza, classificamos a pesquisa
como básica. E, quanto aos objetivos da pesquisa podemos classificá-la como um
estudo descritivo, pois serão descritas as características de um acontecimento,
conseguindo assim, estabelecer algumas variáveis do estudo analisado.
Portanto, destaca-se que o presente trabalho está subdividido em três
Capítulos, sendo considerado conforme segue: (1) Introdução, onde serão
apresentados os conceitos iniciais sobre o tema; (2) Revolução Industrial:
Contextualização histórica das etapas ; (3) Quarta Revolução Industrial; (4)
Conclusão.

2. Revolução Industrial: Contextualização histórica das etapas

Para uma compreensão histórica dos fatos que desencadearam cada etapa
marcante das revoluções, neste primeiro momento apresenta-se de forma sucinta as
principais características do período e os aspectos que originaram as Revoluções
Industriais.
Em meio a um período de crises e transformações no decorrer dos séculos
XVII e XVIII, devido a razões econômicas, políticas e sociais, o capitalismo passa
por um período de estímulos, ocasionados pela Revolução Inglesa e mais tarde pela
Revolução Francesa. Através de importantes transições como o fim do absolutismo,
que possibilitou o surgimento do liberalismo na área política e o surgimento do
iluminismo em substituição aos ideais renascentistas, teve fim o então conhecido
como Antigo Regime onde predominava o princípio monárquico (HUBERMAN,
1984).
De acordo com Vilar (1988), ao consideramos a estrutura econômica e as
mudanças na área, surgiu em primeiro momento a necessidade de novos mercados
para comercialização dos produtos e mercadorias, valorizando assim, a questão do
aumento e acúmulo de riquezas, sendo esta uma característica predominante do
capitalismo. Outro fator de destaque, está ligado ao crescimento das cidades; com a
saída do produtor rural em direção as áreas urbanas, surgiram as chamadas
“massas humanas”, que não eram considerados escravos e nem camponeses,
porém estando nas cidades, este grupo de pessoas precisavam trabalhar, este
grupo mais tarde ficou conhecido como sendo os proletários, o período em questão,
ficou conhecido como pré-Revolução Industrial.
Diante das diversas alterações sociais durante este período histórico, a
classe burguesa deu início às mudanças do estilo de produção e contribuiu para o
surgimento de um novo mercado consumidor, o de produtos que mais tarde tiveram
sua produção em massa (HOBSBAWN, 1988).
Considerando o relato de Miranda (2012), o processo de industrialização no
continente europeu era limitado devido a questões tecnológicas, pois a linha de
produção tinha como base a força motriz humana e animal. A partir do momento que
o conhecimento do homem deu origem ao surgimento das máquinas, em especial a
máquina a vapor, explodiu a chamada primeira Revolução Industrial.
É certo que a Revolução Industrial se desenvolveu primeiramente na Grã-
Bretanha, onde foram desenvolvidas as primeiras máquinas a vapor e,
consequentemente, as primeiras fábricas que iniciaram a produção em
massa de bens de consumo. Desta forma, o capitalismo e a produção
industrial em massa foram implementados e desenvolvidos na Grã-Bretanha
e, logo depois, em alguns outros países europeus e nos Estados Unidos da
América, de uma forma avassaladora. (MIRANDA, 2012, p.12)
De acordo com Tadeu e Santos (2016) a primeira revolução industrial surgiu
no século XVIII, mais especificamente entre os anos 1760 e 1840, sendo os
destaques tecnológicos da época o motor a vapor e as linhas de transporte
ferroviário.
As evoluções e descobertas durante o período inicial da Revolução Industrial
foram responsáveis por gerar o aumento da produção e o acúmulo da renda per
capita. Está evidenciado que as características principais desta primeira Revolução
ocorrida na Inglaterra devem-se principalmente ao espírito empreendedor, às
inovações e invenções, ao avanço da ciência e as novas formas e métodos de
comércio (CONCEIÇÃO, 2012).
A mudança institucional e o capitalismo prevalecendo na economia, permitiu
a indústria se tornar a responsável pelo desenvolvimento e crescimento econômico
dentro da sociedade, isto devido a mudança de mentalidade na sociedade inglesa,
que ao desenvolverem técnicas e processos de industrialização permitiram a
transformação do método ARTESANAL de produção, para um processo
industrializado (VEBLEN, 1966).
No entanto, deve-se observar que esse desenvolvimento industrial se
caracterizou como um processo de crescimento desequilibrado entre as
indústrias. Ou seja, a dinâmica do crescimento se deu com o rápido e
excepcional crescimento de poucas indústrias e setores, as quais passaram
a liderar o processo de crescimento econômico do período. As indústrias
líderes da primeira revolução tecnológica e que deram origem a Revolução
Industrial na Inglaterra estiveram centradas nos avanços da indústria têxtil e
da indústria do ferro (CONCEIÇÃO, 2012, p.93)
Considerando a evolução ocorrida no período, desenvolve-se a segunda
onda da Revolução Industrial, que basicamente foi responsável por fazer a ligação e
ou transição entre a Primeira e a Segunda Revolução Industrial. De acordo com
Freeman e Louçã (2001), este período de transição para uma nova revolução se
caracterizou pelo rápido crescimento das indústrias, serviços e tecnologias, sendo
ponto de destaque também a agitação social e o desemprego que assolava a
sociedade no período.
A primeira Revolução Industrial, tem como característica principal as duas
ondas, sendo a primeira com base em tecnologias mecânicas e energia hidráulica e
a segunda caracterizou-se pela mecânica da energia a vapor (CONCEIÇÃO, 2012).
De acordo com Miranda (2012):
A principal característica das novas constelações de crescimento rápido do
período foi o surgimento da nova infraestrutura (ferrovias), de uma nova
fonte de energia (energia a vapor) e de novas máquinas (máquinas-
ferramenta e outras máquinas) que tiveram o efeito de propagar a
Revolução Industrial para novas regiões, países e indústrias que até então
haviam sido menos afetadas pela primeira onda longa e, dessa forma, foram
impedidas de alcançar o nível de desenvolvimento da Inglaterra.
Já a segunda Revolução Industrial surge no século XIX, com destaque para a
utilização da energia elétrica como principal recurso. Alguns pontos de destaque
para a fase considerada como a segunda Revolução Industrial, está na questão da
fase da industrialização em MASSA, tendo como exemplo típico o ferro, que já era
utilizado como insumo durante a Primeira Revolução, porém neste segundo período
destacou pelo uso deste material na construção das ferrovias e na criação de novas
máquinas (CONCEIÇÃO, 2012). De acordo com Freeman e Louçã (2001) as
características principais do período foi a expansão da malha ferroviária no território
inglês, o que ocasionou maior fluxo de passageiros e aumento de volume de cargas
e a possibilidade do uso de carvão para impulsionar os novos motores
desenvolvidos e considerados de alta pressão.
[...] o carvão e o vapor, portanto, não foram os agentes da Revolução
Industrial; mas permitiram seu extraordinário desenvolvimento e difusão.
Seu uso, comparado ao das fontes de energia substitutas, foi uma
consideração de custos e de conveniência. A vantagem da força hidráulica e
do vento consistia em que a energia empregada era gratuita; sua grande
desvantagem resumia-se que, muitas vezes, não era suficientemente
abundante e estava sujeita a variações que fugiam o controle humano.
(LANDES, 2005, p.94)
Com a constante evolução dos países europeus e dos Estados Unidos, a
Inglaterra deixou de ser considerada a propulsora de novas tecnologias, perdendo
inclusive no comparativo de produção e crescimento econômico, o que acabou
tornando os Estados Unidos a liderança da economia mundial. (CONCEIÇÃO,
2012).
Freeman e Louçã (2001) relatam que o desenvolvimento das ferroviárias foram
responsáveis pelo surgimento de novos padrões financeiros, trabalhistas,
administrativos e governamentais.
Devido às várias aplicações em diversos tipos de indústrias, ocorreu um
impacto profundo no sistema econômico originando uma nova revolução
tecnológica, marcando a idade do aço, da engenharia pesada e da eletricidade
(CONCEIÇÃO, 2012).
O surgimento da terceira Revolução Industrial é reflexo da constante evolução
e desenvolvimento científico, destaque para o surgimento do computador, a máquina
da terceira onda, que possibilitou o surgimento de novas técnicas e equipamentos
na área industrial, em paralelo com a descoberta e utilização do aço nos processos
industriais. Freeman e Soete (1997) definem como sendo a primeira e a segunda
Revolução Industrial a era do ferro e caracterizam a terceira Revolução industrial
como a era do aço. Conceição (2012) relata que as mudanças na organização e nas
filosofias organizacionais tiveram grande importância no processo da terceira fase
da revolução, onde o acompanhamento das inovações tecnológicas, possibilitou a
utilização das produções e operações consideradas de grande escala.
A Terceira Revolução Industrial pôde invocar em nosso imaginário uma
paisagem arrojada e futurista: robôs, máquinas de comando numérico,
manufaturas e desenhos ajudados por computador, programas de controle
de qualidade, ISO 9000 e reengenharia. Ela, no entanto, é mais que o
fetiche tecnológico, é um processo econômico, político e cultural em curso,
de grande dinamismo e alta complexidade e está acontecendo em escala
planetária e em ritmo intenso, exigindo a inserção de todos. (SILVA, SILVA
E GOMES, 2002, p.4)

Figura 1: Evolução das Revoluções Industriais.


Fonte: http://www.industria40.gov.br/

Na Figura 1, destaca-se a evolução das Revoluções Industriais ao longo da


história e seus respectivos pontos de destaque. Durante as três primeiras
Revoluções Industriais apresenta-se um ponto de destaque para cada momento,
sendo que na quarta Revolução Industrial surge um impacto profundo, pois é
caracterizado pela fusão tecnológica no ambiente físico, digital e biológico.
3. Quarta Revolução Industrial

De acordo com Schwab (2016) pode-se considerar a primeira revolução


industrial, entre os séculos XVII e XIX, caracterizada pela máquina a vapor, com o
uso da água e o vapor, substituindo a produção artesanal. A segunda Revolução
Industrial, ocorrida entre o século XIX e XX, foi caracterizada pela utilização da
energia elétrica, o que facilitou o uso das linhas de produção e consequentemente a
produção em massa. Já a terceira Revolução Industrial, ocorrida durante o século
XX, teve como característica principal a automação do processo de produção.
A indústria 4.0, considerada como a quarta revolução industrial, chegou ao
mundo com uma velocidade jamais vista. A indústria 4.0, ou quarta
revolução industrial teve seu surgimento na Alemanha em 2011, é
conhecida também nos EUA e na China como manufatura avançada.
Baseada em um sistema de alta tecnologia onde máquinas podem tomar
suas próprias decisões sem que seja necessário a intervenção humana,
decisões estas de como saber o momento exato de aumentar ou reduzir o
ritmo de uma produção por exemplo. As maiores potências mundiais já
estão se estruturando e buscando o conhecimento total para esta nova fase
de evolução. (RODRIGUES, ARAUJO E SIQUEIRA, 2017, p.5)

A Indústria 4.0 inicia na primeira década do século XXI, caracterizada pela


produção digitalizada, com uma produção em massa personalizada e inteligência
artificial altamente evoluída, possibilitou profundas mudanças tanto na produção
quanto na forma de consumo, possibilitando o surgimento de novos métodos de
comercialização e ou negócios. (SCHWAB, 2016).
Considerado um ponto importante da terceira Revolução Industrial, o
surgimento do computador, com a capacidade de processar dados e de fornecer
mecanismos de controle automático mais eficiente e com melhor desempenho,
destaca-se na Indústria 4.0, que de acordo com Stevan, Leme e Santos (2018) um
processo de comunicação entre os diferentes dispositivos e níveis industriais,
buscando ser responsável pelo aumento da produtividade, mudanças na economia,
promoção do crescimento industrial e modificação do perfil da força de trabalho, com
consequente transformação da competitividade entre empresas e regiões.
O termo Indústria 4.0 originalmente estava ligado a revolução apenas no
setor relacionado à manufatura, porém de forma continua as indústrias estão
evoluindo cada vez mais em nível tecnológico, possibilitando alcançar um patamar
de automatização quase completo e inteligente, com a capacidade de adaptação às
adversidades que possam surgir (Stevan, Leme, Santos, 2018).
Atualmente a Indústria 4.0 refere-se a diversos outros segmentos e não
apenas a manufatura, com objetivo de um melhor desempenho e eficiência da
organização. Estes setores ou instâncias, quando atendem aos princípios globais da
Indústria 4.0 acabam por herdar o sufixo 4.0 dentro de cada cenário. Entre eles,
podemos citar a Manufatura 4.0 que se refere aos componentes (maquinários,
produtos e pessoas) do processo de fabricação. A Manutenção 4.0 onde a mesma
refere-se ao setor que prove suporte ao sistema de manufatura, interligando a
cadeia de suprimento e logística.
Já o Suprimento 4.0 refere-se a toda cadeia de suprimentos. A Logística 4.0
está ligada a todo sistema responsável pela gestão de toda cadeia de transportes e
rastreio de produtos, focando no armazenamento e distribuição. A Energia 4.0
refere-se a todo sistema de gestão de energia que envolve a indústria. Os Projetos
4.0 (ou Engenharia 4.0) tem referência com o setor responsável pelos projetos da
indústria, desde produtos até o desenvolvimento de maquinas para a melhoria no
processo de manufatura. Os Serviços 4.0 refere-se a cadeia de pós-venda, para
qual todos os elementos e ou produtos são identificados e rastreados durante o ciclo
de vida e por fim, a Gestão 4.0: refere-se ao sistema global de gestão, que tem
acesso a todos os níveis industriais, além de interagir com todas as instâncias
identificadas. (STEVAN, LEME E SANTOS, 2018).
Considerando a Indústria 4.0 e seu intuito, Vargas (2017) destaca que esta
revolução tem como principal objetivo melhorar os sistemas de produção, cadeias de
valor e modelos de negócio na indústria, sendo necessário as organizações
repensarem os processos produtivos e a interação com os colaboradores. Ainda
Stevan, Leme e Santos (2018) destacam que esta constante evolução em busca da
eficiência através de sistemas ciber físicos compostos de inteligência artificial, deve
ser um ponto de atenção, sendo necessário estratégias, ações e políticas que
tenham o objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas.
A constante transformação no mundo da indústria está ocorrendo desde a
primeira revolução industrial, sendo que estas adaptações e transformações não são
opcionais, mas uma necessidade do mercado competitivo. Atualmente as potências
mundiais estão inseridas de forma dedicada nos conceitos da Indústria 4.0,
possibilitando o alcance de resultados positivos diante o mercado. No Brasil,
algumas empresas encontram-se aplicando o conceito da Indústria 4.0, mas ainda é
necessário desenvolvimento tecnológico e conscientização organizacional para um
melhor resultado diante o mercado competitivo (RODRIGUES, ARAÚJO E
SIQUEIRA, 2017).
Ponto de dificuldade e atenção em todos os níveis de atuação da Indústria
4.0, está relacionada a capacitação constante dos colaboradores. De acordo com
Vargas (2017), as novas formas de produção decorrentes da Indústria 4.0 exigem
profissionais com formação distinta das existentes. A integração de diversas formas
de conhecimento, características desse modo de produção, exigirá equipes
multidisciplinares, com elevado nível de conhecimento técnico e com capacidade de
interação de diferentes áreas de conhecimento.

4. Conclusão

Deve-se encarar a Indústria 4.0 como uma nova Era Industrial, sendo uma
revolução inovadora em vários setores. Podendo proporcionar a sociedade em geral,
um bem-estar e qualidade de vida ainda maiores. Pois considerando que as
máquinas estão se tornando mais inteligentes e assumindo muitas tarefas, surge a
possibilidade de as pessoas investirem seu tempo em outras atividades e projetos
pessoais.
Muitas organizações empresariais ainda não perceberam a importância da
gestão do conhecimento no desenvolvimento das atividades e no aumento da
produtividade. Porém o novo conceito da indústria 4.0 vem provocando mudanças
significativas nos processos de gestão e organizacionais, gerando novos desafios
para as empresas. Com isso destaca-se a importância da Gestão do Conhecimento
nas organizações que pretendem melhorar os resultados (VARGAS, 2017).
De acordo com Stevan (2018) as indústrias inseridas no processo da
Indústria 4.0 ou quarta Revolução Industrial, sua capacidade de inovação será um
importante diferencial no mercado, sendo que as abordagens da gestão tradicional
não irão se aplicar a esse novo cenário. Pois se as organizações precisam trabalhar
de forma inteligente, será necessário encontrar pessoas inteligentes e também a
criação de um clima organizacional com uma estrutura inteligente (máquinas e
equipamentos), sendo que para isso serão necessárias práticas de gerenciamento
adequadas.
Um dos pontos de impactos da Indústria 4.0, está relacionado à mudança do
mercado em geral, estando ligadas a criação de novos estilos e modelos de
negócios. Observa-se a necessidade de adaptação das empresas às exigências dos
mercados e clientes, personalizando seus produtos de acordo com as necessidades
do consumidor e se adaptando cada vez mais às preferências.
A quarta Revolução Industrial tende a gerar abalos e dificuldades no campo
da Tecnologia da Informação e na confiança do cliente com a empresa. Pois será
sempre necessário um constante desenvolvimento e atualização das tecnologias,
possibilitando maior adaptabilidade aos novos padrões organizacionais. Está
questão de adaptação e desenvolvimento profissional, também será necessária por
parte dos profissionais no mercado de trabalho.
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