Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
de RH
Prof. Leonardo Bezerra
Objetivos
Módulo 1 Módulo 2
Da estratégia Planejamento de RH -
organizacional para o modelos e aplicação
planejamento de RH
Identificar aplicações atuais e futuras do
planejamento de Recursos Humanos.
Reconhecer a evolução do pensamento
estratégico da área de Recursos Humanos nas
empresas.
meeting_room Introdução
As empresas, desde a Revolução Industrial, no início do século
XX, estão em evolução, assim a forma de pensar organização
evoluiu de acordo com a necessidade de cada período. A partir
da segunda metade do referido século, com a globalização das
empresas, os processos começaram a ser pensados de forma
mais estratégica. Entre essas mudanças, podemos destacar a
área de Recursos Humanos (RH).
Primeira Revolução
Industrial
Graças ao exponencial desenvolvimento científico, na segunda
metade do século XVIII, ocorreu a Revolução Industrial inglesa,
também chamada de Primeira Revolução Industrial. Essa revolução
foi o marco para a formação do capitalismo, sendo o alicerce para a
formação de grandes corporações (HOBSBAWM, 1977). Esse período
foi marcado pela ruptura do modo de produção artesanal para o
modo de produção manufaturado. Assim, o trabalhador, que antes
entendia todo o processo de fabricação de uma mercadoria, agora
fica responsável por apenas uma parte da construção, ou seja, uma
nova forma de divisão do trabalho, impulsionada pela mecanização.
Foi um período de muita tensão entre patrões e empregados, pois as
condições de trabalho eram precárias.
As transformações da relação
do trabalho trouxeram
precarização do trabalhador,
resultando no surgimento de
sindicatos e movimentos
trabalhistas, com o objetivo de
combater os excessos das
empresas, tais como jornada
excessiva de trabalho, que podia
Tempos modernos, dirigido por Charles
chegar a 16 horas por dia, e a
Chaplin (1936).
mão de obra infantil.
Segunda Revolução
Industrial
Na segunda metade do século XIX, inicia-se a Segunda Revolução
Industrial, que surge impulsionada pelos avanços tecnológicos,
principalmente com a utilização da energia elétrica e petróleo nas
fábricas. Entretanto, essa época também foi marcada pelo
acirramento das brigas entre trabalhadores e patrões, por melhores
condições de trabalho.
Gerência sobre os
Definição clara dos Objetivos
objetivos
Evolução da área de
Recursos Humanos
As revoluções industriais foram inovadoras em diversas áreas das
organizações, não só nas linhas de produção, mas principalmente na
área de Recursos Humanos (RH). Esse setor tem como principal
objetivo gerenciar pessoas dentro das organizações. Durante anos, o
RH era chamado de Departamento de Pessoal (DP), exercendo
exclusivamente uma visão administrativa (BECKER; HUSELID, 1999).
Esse pensamento perdurou até a primeira metade do século XX. Com
o processo de globalização (Terceira Revolução Industrial), a
competição entre as empresas aumentou e percebeu-se que o
diferencial para o sucesso ou fracasso de uma instituição eram as
pessoas. Com o ambiente cada vez mais mutável, as organizações
entenderam o papel da gestão correta de pessoas para sua
sobrevivência.
Onda 1
Administração de RH
Onda 2
Práticas de RH
Onda 3
Estratégia de RH
Onda 4
RH de fora para dentro
Principais características de
cada onda
Trata-se do RH burocrático, também chamado de DP, pois foca
apenas na questão administrativa. Na onda 2, o RH já começa a
pensar mais em questões ligadas à remuneração, comunicação e ao
treinamento. Na onda 3, o RH já está mais alinhado à estratégia da
empresa, convertendo o planejamento estratégico em práticas. Por
fim, na onda 4, o RH procura olhar além da empresa para aplicar boas
práticas no mercado no contexto da empresa.
Onda 1
O RH cumpre apenas a função burocrática, sendo o empregado
apenas um custo. Para as empresas, os empregados eram
continuação das máquinas e o RH deveria desenvolver formas de
explorá-los ao máximo, com remunerações baixas e jornada de
trabalho longas. Um estudo clássico pertinente a essa onda é o
estudo de tempos e movimentos (TAYLOR, 1967), que analisava a
menor parte de uma tarefa e buscava soluções com o objetivo de
tornar a execução mais eficiente.
Cada detalhe era importante, o trabalhador era visto como uma máquina.
Onda 2
Nesse momento, o RH começa a pensar em outras áreas além do DP.
Com o surgimento de grandes corporações, foi constatada a
necessidade de se pensar em políticas de RH, principalmente na área
de remuneração, treinamento e comunicação.
Onda 3
Nesse momento, o RH começa a ter importante papel na estratégia
das empresas, sendo chamado agora de Gestão de Pessoas (GP). De
acordo com Guest (1987), essa nova abordagem apresenta quatro
componentes:
Onda 4
Nessa onda, o RH deve olhar de fora para dentro, ou seja, entender as
competências da área de atuação da empresa, olhar em sua
organização e aplicar políticas que se reflitam na melhoria do
desempenho de sua organização. Há diversas políticas na área de
Gestão de Pessoas que podem ser utilizadas, tais como: plano de
desenvolvimento individual e coaching. Essas ferramentas têm por
objetivo pensar no desenvolvimento dos colaboradores a longo
prazo.
Principais modelos
estratégicos nas
organizações
Vamos, agora, refletir sobre as ferramentas mais utilizadas para o
pensamento estratégico nas organizações. Todas as ferramentas
apresentadas têm foco na alta administração da empresa, entretanto
cada vez mais o RH, que está mais perto da direção, utiliza-se dos
mesmos instrumentos para estabelecer suas políticas.
Análise SWOT
Essa ferramenta lista os pontos fortes, fracos, as oportunidades e
ameaças para auxiliar na tomada de decisão. Observe a imagem a
seguir.
Essa técnica pode ser utilizada por diversos setores. Por exemplo,
imagine que seu chefe envia um e-mail solicitando que algum
funcionário possa ajudá-lo na elaboração de um dashboard. Vamos
fazer uma análise SWOT para essa situação:
Força expand_more
Fraqueza expand_more
Oportunidade expand_more
Ameaça expand_more
Atividade Atividades de
primárias suporte
Finalísticas da empresa, ou seja, Atividades que auxiliam a
seus principais processos. empresa a alcançar seus
objetivos.
Exemplo
Em uma empresa de vendas de passagens, a atividade primária será a venda de
passagens, seja presencial, pela internet ou por telefone. Já uma atividade de suporte
será a capacitação dos funcionários dessa empresa em cursos de boas práticas de
venda. Ao promover essa atividade, os funcionários irão se tornar mais capacitados e
vender mais pacotes, o que irá aprimorar o objetivo da empresa.
Situação prática
Digamos que uma empresa do ramo de aplicativos, muito envolvida
com inovação, está com problemas de caixa e seu lucro vem
diminuindo há um ano. Então, como dono da empresa, você deseja
contratar um novo gerente geral.
Gerente A Gerente B
Tem foco exclusivo na close Vai procurar equilibrar
questão financeira. o caixa de forma a não
Resolverá o problema prejudicar os
de caixa, diminuindo processos da
investimentos em empresa.
tecnologia.
Claro que o gerente B será mais saudável para a empresa, pois está
alinhado a Kaplan e Norton no desenvolvimento do BSC. Não adianta
somente focar em aspectos financeiros, outras dimensões também
devem ser consideradas na estratégia organizacional. Uma empresa
para continuar competitiva deve pensar do desempenho de seus
principais processos.
Mintzberg et al (2010)
apresentam diversas
abordagens utilizadas no
planejamento de organizações.
Além de apresentar diversas
ferramentas, o autor mostra o
quanto é difícil no meio do
“safari”, também chamado de
“mercado”, uma empresa se
firmar em apenas um tipo de
estratégia. Assim, o correto é o
tomador de decisão elaborar sua
própria estratégia com base em
diversas abordagens.
O RH estratégico
Vimos que o RH vem adquirindo novos níveis de importância nas
organizações, já que foram percebidas novas demandas
organizacionais com o aumento da competitividade no ambiente
(MASCARENHAS; VASCONCELOS, 2004). A área de RH, atualmente,
foi designada para ajudar empresas em diversos desafios. Ulrich
(2000) destaca cinco desses desafios:
1. globalização;
3. tecnologia;
4. capital intelectual;
5. gestão da mudança.
Comentário
A gestão de pessoas vem adquirindo novos níveis de importância dentro das
organizações devido à percepção de novas necessidades organizacionais em
ambientes de grande competição.
Novo papel do RH
Ulrich (2003) apresenta os novos papeis do RH, os quais
conheceremos com mais detalhes a seguir.
Administração estratégica
de RH
Essa tarefa está relacionada à clareza estratégica, ou seja, à
definição de objetivos de curto e longo prazo para criar significado
tanto para quem está de fora quanto para quem está dentro da
empresa. Para que esse papel possa ser desempenhado, a área de
RH deve estar alinhada e perto da estratégia da empresa.
Administração da
transformação e mudança
O ambiente é incontrolável e imprevisível. Logo, para sua
sobrevivência, é vital que a empresa se adapte às mudanças de
forma rápida. Segundo Ulrich (2003), as empresas devem permitir
que a mudança ocorra e o RH deve ser o agente desse processo,
desempenhando quatro principais funções:
Planejar mudanças.
Administração da
infraestrutura da empresa
Continuar a administração da infraestrutura da empresa é
fundamental. Isso porque, a partir de uma “base”, se criam processos
eficientes na área de RH. Para alcançar esse objetivo, o RH parte de
dois caminhos:
account_tree supervisor_account
Reengenharia Treinamento
dos processos com os gerentes
da empresa
Administração da
contribuição dos
funcionários
Essa atribuição é muito importante, pois o RH vai identificar seu
capital intelectual. Empresas que conseguem administrar seu capital
mostram-se competitivas, além de estarem mais preparadas para
mudanças.
Cabe à alta administração de
uma empresa permitir que o RH
assuma o papel de parceiro
estratégico, auxiliando a tomada
de decisão e ajudando a
empresa a responder às
demandas externas com rapidez
e eficiência.
video_library Estratégia e RH
Neste vídeo, a partir do relato de uma experiência pessoal,
apresentaremos a importância da estratégia no planejamento de RH.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 2
Capacidades
organizacionais, utilizando
a VBR
Dimensionar as capacidades de uma organização não é uma tarefa
trivial e cada vez mais vem se mostrando essencial para as
organizações. Diversas técnicas foram desenvolvidas para pensar as
capacidades empresariais.
Físicos expand_more
Humanos expand_more
Exemplo
A área de Gestão de Pessoas é responsável em grande parte por recursos intangíveis,
já que a competência da força de trabalho é um dos principais exemplos desse tipo de
recurso. Entretanto, cabe ao RH também promover ações na empresa relacionadas a
bens tangíveis, tais como: sistemas, treinamentos realizados.
Necessidades
organizacionais e modelo
VRIO
Você conhece os principais valores de sua empresa? Quais deles
valorizam seu negócio? São raros? Caso a resposta seja sim, a
organização sabe explorar esse recurso?
Saiba mais
O modelo VRIO auxilia a organização a responder essas e outras questões. Barney
também desenvolveu essa abordagem que tem por objetivo analisar se o recurso
apresenta ou não uma vantagem competitiva para a empresa.
Valor expand_more
Vantagem econômica que um recurso pode proporcionar para
a organização.
Raridade expand_more
Imitabilidade expand_more
Exemplo
Em uma empresa de mineração, há um setor com engenheiros altamente qualificados
em escavação de rochas densas. Entretanto, a alta administração não atribui atividades
complexas a esse setor, sendo subutilizado. Assim, ao fazer uma análise, à luz do VRIO,
podemos fazer as seguintes observações em relação ao tipo de recurso:
Vertical expand_more
Gestão da mudança
O que é mudança? E por que é
tão importante saber geri-la?
Existem diversas respostas para
essas perguntas. A seguir,
iremos nos aprofundar nesse
tema tendo como base uma
abordagem relacionada à área
de Recursos Humanos.
Mudança pode ser definida
como a passagem de um estado
para outro. Desse modo, toda
mudança vai implicar novos
caminhos e abordagens,
necessitando de novas
soluções.
Vamos a um exemplo
Com a crise sanitária do covid-19, muitas empresas viram-se
obrigadas a colocar seus trabalhadores em casa, desempenhando
suas atividades de forma remota. A diferença de sucesso e fracasso
de uma organização foi a capacidade de se adaptar a essa mudança
de cenário.
Empresa A Empresa B
A empresa não A empresa contratou
investiu em consultorias para
ferramentas explicar aos
integradas, não treinou funcionários as
sua equipe para o melhores práticas de
home office e não trabalho remoto,
promoveu campanhas investiu em
explicando as
close equipamentos e
melhores práticas de ferramentas
trabalho de forma gerenciais para
remota para suas nortear as tarefas,
lideranças e seus além de estimular
funcionários. lideranças a coordenar
suas equipes da
melhor forma possível,
com foco na
implementação de
uma nova cultura com
base em resultados.
Invista na comunicação
O futuro do RH
A atual realidade das organizações é de muita concorrência em um
ambiente cada vez mais competitivo. Essa mudança também refletiu
na área de RH, mas antes de pensar no futuro, vale conversar um
pouco sobre o presente do RH. A seguir, vamos destrinchar alguns
pontos de um famoso artigo que fala sobre essa área:
A paridade competitiva.
B desvantagem competitiva.
Por mais que um item seja valioso e raro, se ele for passível à
imitação, em breve, outra empresa conseguirá competir com sua
organização. Uma forma de se defender disso é sempre buscar um
novo recurso, por meio do investimento em tecnologias e
treinamento para os funcionários, para que a empresa sempre
desenvolva recursos com mais vantagem competitiva.
Questão 2
Considerações finais
Aprendemos que o RH estratégico apresenta diversas abordagens.
Ao longo de nosso estudo, buscamos nos focar em dois objetivos:
descrever a evolução do pensamento estratégico da área de
Recursos Humanos nas empresas e identificar aplicações atuais e
futuras do planejamento de RH.
headset Podcast
Para encerrar, ouça sobre os principais tópicos estudados.
Explore +
Sugerimos a leitura do livro Safari de estratégia, de Henry Mintzberg,
um dos maiores pensadores da administração da atualidade.
Referências
BARNEY, J. B. Firm resources and sustained competitive advantage.
Journal of Management, v. 17, n. 1, p. 99-120, 1991.
Download material
O que você achou do Relatar
conteúdo? problema