Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FUNDAMENTOS DA
ADMINISTRAÇÃO
Com Adm. Alencar Medeiros
Este material foi criado para trabalhar o saber dos conhecimentos de conceito
de organização, tipologia das organizações, conceito de administração, processo
administrativo e as quatro funções da administração: Planejamento, Organização,
Direção e Controle e a Estruturas organizacionais.
O nosso objetivo é que o aluno do Técnico em Administração da Escola Senac
reconheça o funcionamento de uma organização e saiba identificar sua tipologia e o
processo administrativo, assegurando uma visão sistêmica da administração.
HABILIDADES DESENVOLVIDAS
Distinguir as organizações, diferenciando-as e compreendendo o processo
administrativo;
1) ADMINISTRAÇÃO
1.1) CONCEITO
Administração
Não se deve confundir a gerência de uma casa ou de nossa vida pessoal que
tem sua arte própria, porém empírica com a gerência de uma instituição,
considere aqui este termo como genérico para empreendimento, empresa.
Desenvolvimento do conceito
Como ciência é um ramo das ciências humanas, ditas sociais, pois trata dos
agrupamentos humanos, mas com uma peculiaridade que é o olhar holístico,
buscando a perfeita integração entre pessoas, estrutura e recursos.
Funções administrativas
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
- Tipos de Planejamentos
- O papel da Gerência
- Tipos de Organogramas
- Tipos de Departamentalização
A chave para tal, está na utilização da sua afetividade, na sua interação com o
meio ambiente que atua. Quando se fala de gerir pessoas é importante ter em
atenção ser competente, reconhecer competência e difundí-las. Trabalhar com
seres humanos exige conhecer, compreender para posteriormente se
desenvolver.
- Tipos de Liderança
- Indicadores
- Tipos de Controle
Segmentos
Estrutura Formal
Estrutura Informal
Desvantagens
Teorias da administração
Administração científica
Teoria clássica da administração
Teoria da contingência
Mapeamento ambiental
Desenho organizacional
Administração participativa
Administração japonesa
Administração holística
Benchmarking
Downsizing
Gerenciamento com foco na qualidade
Learning organization
Modelo de excelência em gestão
Reengenharia
Readministração
Terceirização
Áreas da administração
Administração financeira
Administração da produção
Administração pública
Administração de materiais
Marketing
Gestão de pessoas
Gestão sistêmica
Administração de sistemas de informação
Organização, sistemas e métodos
Comércio internacional
TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO
Filion elaborou sua teoria, conhecida como Teoria Visionária, que diz que
“o empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza
visões”,; para ele existe três tipos de visão : emergentes (idéias de
produtos que se quer lançar), central (Resultado de uma ou mais visões
emergentes ) e complementares (Atividades de gestão definidas para
sustentar a realização da visão central)
Filion também identificou alguns elementos que são o suporte à formação
da visão: Auto imagem, Energia, Liderança, dentre outros.
Ele também aborda: A Oportunidade – onde diz que é uma ideia que está
vinculada a um produto ou serviço que agrega valor ao seu consumidor;
A Criatividade – que seria a base instrumental das ideias; A Intuição –
como sendo a identificação da criatividade ou do julgamento para tomada
de decisão; O Reconhecimento de Padrões em virtude dessa capacidade
de reconhecimento o especialista pode responder com agilidade a
situações novas.
Organograma
Exemplo de um organograma
Tipos de organogramas
Referências Bibliograficas:
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Barney e Hesterly (2013) afirmam que, embora seja difícil afirmar qual a melhor
estratégia para uma empresa, os riscos dessa estratégia podem ser reduzidos através
de um planejamento cuidadoso e um acompanhamento da implementação da
estratégia e de seus resultados. Dessa forma, esses autores enfatizam que o processo
de administração estratégia é um conjunto sequencial de análises e escolhas que
podem aumentar a probabilidade de uma empresa escolher uma boa estratégia, isto é,
uma estratégia que gere vantagem competitiva e minimize a incerteza.
Referente a mudanças estratégicas são muito mais restritas do que em geral se supõe,
pois as empresas são “reféns” de sua história e dos processos já assimilados (o que
os estudiosos de estratégia competitiva chamam de path-dependence, algo como
“dependência do caminho percorrido”). Esta é, sem dúvida, a principal razão pela
qual os processos de reengenharia radical implementados nos anos 1980 e 1990
fracassaram em muitas empresas, mesmo com enormes investimentos.
Finalmente, o modelo de negócios para a expansão das atividades também deve ser
trabalhado astutamente pela empresa, pois, caso contrário, a inovação tecnológica
não resultará em sucesso comercial. Alguns pesquisadores de estratégia reconhecem
que, embora muitos modelos de negócios possam ser concebidos pela empresa,
apenas alguns poucos talvez possam se adaptar a seus processos, sendo que muitas
vezes as escolhas são bastante restritas, devido à path-dependence da empresa.
Assim, a seleção, ajuste ou melhoramento do modelo de negócio constituem parte de
uma arte complexa, que deve conciliar diversos aspectos conflitantes, tais como os
processos atuais da empresa e a implementação dos processos que o novo modelo de
negócio acarretará.
Um fator adicional que agrega ainda mais complexidade ao processo estratégico da
empresa é que essa estratégia deve buscar atingir objetivos através de melhorias e
mudanças não apenas em um único aspecto, mas em múltiplas dimensões.
Mas quais seriam as estratégias realmente factíveis para uma empresa e que a
possibilite sobreviver a tantos desafios simultâneos? Um dos pioneiros no estudo da
estratégia competitiva moderna, Michael Porter (1986), tentou responder a essa
pergunta e descreveu algumas possíveis estratégias “genéricas” que podem ser
adotadas pelas empresas para conseguir uma vantagem competitiva sustentável.
Finalmente, uma empresa pode se focar num nicho mercadológico, ou seja, decidir
atender às necessidades de um grupo muito específico de usuários. Essa estratégia é
muito adotada tanto no comércio quanto na indústria, em que a empresa se
especializa na produção ou na comercialização de bens para um nicho específico,
buscando a fidelização de clientes dentro desse nicho.
Embora comuns, essas estratégias são igualmente arriscadas e podem ser conflitantes
entre si (ou seja, a empresa pode ter problemas ao adotar mais de uma estratégia
simultaneamente).
Vantagem competitiva
O principal objetivo da estratégia é gerar vantagem competitiva. Mas como se
pode determinar que uma empresa possui vantagem sobre as demais, no mercado em
que atua?
A resposta mais óbvia é que a líder de seu segmento (a empresa com maior receita
ou que possua maior market share) seria a que possui vantagem competitiva.
Contudo, nem sempre essa análise é fiel à dinâmica competitiva de um mercado:
eventualmente ser líder acarreta ineficiências produtivas e na distribuição dos
produtos que a fazem ter um enorme custo associado à liderança. Dessa forma,
frequentemente as empresas menores são mais lucrativas (em termos relativos) que
as líderes de mercado. A longo prazo, muitas dessas organizações menores tendem a
ascender à liderança ou mesmo a adquirir o controle das atuais líderes.
Como o montante pago está diretamente associado ao valor percebido pelo cliente,
quanto maior a margem de lucro envolvida, mais benefícios os clientes associam ao
produto. Essa empresa tende a ter maior vantagem se as rivais não conseguem atingir
tal margem ao vender produtos similares.
O que é (e o que não é estratégia)
Segundo Michael Porter (1996), deve-se distinguir a busca da eficiência operacional
e a estratégia. Segundo ele, a procura de produtividade, qualidade e velocidade tem
provocado o aparecimento de inúmeras técnicas de gestão, mas essas técnicas em si
não se configurariam como uma estratégia. Para Porter a estratégia competitiva
“consiste em ser diferente. Significa escolher deliberadamente um conjunto diferente
de atividades para fornecer uma combinação única de valor”
b. Acirramento da competição.
c. Mudanças tecnológicas.
f. Instabilidade política.
g. Alterações fiscais.
h. Acontecimentos internacionais.
Geralmente, essas influências são sentidas pelo mercado (e não apenas por uma
única empresa), podendo se traduzir em mudanças produtivas e tecnológicas que
afetam significativamente a forma como os competidores atuam. Uma vez que uma
oportunidade, ou ameaça, for detectada pelos competidores, essa oportunidade deve
ser tratada por meio de novos produtos, processos ou serviços. Isso quase sempre
requer investimentos em desenvolvimento e comercialização de novos produtos.
Neste caso, a empresa adota uma estratégia baseada em um foco específico (nicho
mercadológico), buscando um segmento atraente ou inexplorado.
Outras empresas buscam a diferenciação não só por valor, mas por nicho,
como as montadoras (indústria automobilística). Cada modelo hoje tem
design bem pensado para ser atraente para determinado grupo de
consumidores (por exemplo, jovens executivos buscam automóveis
sofisticados e esportivos que trazem status, estudantes buscam modelos
que sejam econômicos, e pais de famíliia valorizam modelos confiáveis e
espaçosos, como os SUVs). Cada automóvel compete em um segmento e
busca ser o mais avançado tecnologicamente com melhor imagem dentro
desse segmento. Assim, raramente as escolhas sobre a compra de um carro são
apenas baseadas em preço.
Por outro lado, Porter enfatizou que alguns fatores externos à empresa habilitam
ou restringem sua capacidade de inovação, tais como a estrutura da indústria em que
a empresa atua e a distância geográfica em relação aos principais clusters, que
seriam arranjos produtivos de empresas especializadas tecnologicamente.
Por exemplo, os carros chineses ainda não são uma ameaça aos carros
japoneses, seja nos Estados Unidos ou no Brasil, mesmo sendo muito mais baratos.
Isso se dá porque os carros japoneses desfrutam da fama de serem confiáveis e
avançados tecnologicamente. Assim, mesmo sendo mais caros e atingindo um
segmento de mercado mais sofisticado, os japoneses têm um mercado fiel que
valoriza esses atributos. É contudo bastante possível que essa situação
mercadológica relativamente favorável aos japoneses (e a outras marcas de outros
países) mude ao longo do tempo. Como ocorreu com os carros coreanos, é possível
que os chineses gradualmente ganhem mercado e prestígio, ameaçando os japoneses
e os segmentos mais sofisticados, ao agregar mais valor a seus produtos.
Muitas empresas brasileiras têm percebido que o consumidor está mais exigente
e, portanto, que a competição por custo atinge apenas a base da pirâmide, que
valoriza produtos baratos e acessíveis. Os demais segmentos são mais exigentes e se
acostumaram a pagar por mais conforto e até por design. Essa mudança de
posicionamento estratégico para atingir segmentos mais sofisticados, entretanto, não
é fácil nem simples. Portanto, para que as empresas brasileiras se tornem mais
competitivas, através da diferenciação por valor, pode ser necessário um grande
esforço. De fato, diversos autores mapearam em seu trabalho alguns processos que
poderiam ser implementados por nossas empresas, estando claramente associados às
capacidades de “reconfiguração” da empresa para se agregar mais valor em sua
oferta:
O estudo das capacidades e dos recursos da empresa surgiu como uma tentativa de
explicar por que algumas empresas são muito mais competitivas que outras, mesmo
estando sujeitas ao mesmo ambiente externo. Essa visão seria complementar à
análise do ambiente externo. Portanto, a principal ferramenta para análise do
ambiente externo, o diagrama das cinco forças de Porter, permitiria entender de
forma sistemática como uma indústria (por exemplo, a automotiva) se estrutura e
como funciona a competição no mercado em que a empresa atua, mas falharia na
previsão das vantagens competitivas, pois as empresas seriam heterogêneas com
respeito às suas capacidades.
Mas qual seria a melhor análise para se fazer a criação de estratégias ? A análise do
ambiente competitivo externo ou das competências, capacidades e dos recursos
internos?
e. Capacidades (intangíveis)
São as capacidades derivadas das atividades realizadas cotidiana ou estrategicamente
pela empresa, tais como a capacidade de desenvolver tecnologia, produzir um bem
baseado nessa tecnologia, de vendê-lo a clientes, de divulgá-lo através de uma
campanha de marketing e de ser reconhecido no mercado como uma marca de valor.
Originam as competências-chave da empresa.
Raridade
O recurso é raro, isto é, controlado atualmente apenas por nenhuma outra empresa ou
um pequeno número de empresas concorrentes?
Imitabilidade
Qual é a possibilidade das concorrentes imitarem com sucesso esse recurso?
Organização
Os processos da empresa estão organizados especificamente para dar suporte à
exploração desse recurso?
Por outro lado, nem sempre os recursos permanecem como VRIN por
muito tempo. Devido à evolução tecnológica constante, cada vez menos
existem recursos que sejam inimitáveis ou raros por muito tempo. Um dos
aspectos problemáticos da análise interna é que esta considera que os
recursos são fontes de vantagens duradouras, embora a dinâmica do
mercado force a reconfiguração constante desses recursos. Portanto, o
atual ambiente de negócios, globalizado e altamente dinâmico, força a
constante reconfiguração dos recursos da empresa.
Por exemplo, se uma empresa busca atuar com uma estratégia baseada na
liderança em custo, ela deverá criar ou utilizar recursos que lhe possibilitem essa
vantagem. Portanto, o desenvolvimento das capacidades e dos recursos internos da
empresa deverá suportar a estratégia de negócios adotadaa imple, permitindo um
alinhamento entre os processos produtivos e a estratégia.
Contudo, a liderança em custo tem suas limitações, pois não se pode reduzir
indefinidamente o custo de produção sem afetar a qualidade do produto, ferir a
legislação trabalhista e reduzir o suporte pós-venda.
Os pesquisadores que buscam explicar por que algumas empresas são muito
mais agressivas em custo que outras geralmente encontram as explicações nos
processos produtivos internos tecnologicamente mais avançados e em vantagens de
localização, tais como fábricas situadas em regiões ou países onde a mão de obra e a
matéria-prima são mais baratas.
Em conclusão, a redução do custo tem seus limites, e muitas vezes não é algo
realista almejar grandes reduções a curto prazo sem efetuar alterações radicais nos
processos produtivos ou mesmo na terceirização da produção para empresas situadas
em países com custos muito mais reduzidos (o que tem sido a estratégia de empresas
como a Nike e Adidas, que terceirizam parte de sua produção para empresas de
países da Ásia e da América Latina).
Quais ações podem ser realizadas pela empresa para implementá-la? Se um produto
quer diferenciar-se dos demais, basicamente há que se aumentar o valor agregado
desse produto ou dos serviços que o suportam (por exemplo, melhorando o serviço
de suporte pós-venda).
Para que se aumente o valor agregado, diversas iniciativas são possíveis. Essas
iniciativas buscam atuar nos seguintes aspectos:
Concluindo: uma empresa que persegue a liderança em custo não poderá executar
ações estratégicas típicas de empresas que buscam a diferenciação por produto (por
exemplo, através do incremento do valor agregado do produto). Isso ocorre porque
que geralmente as ações estratégicas necessárias são incompatíveis.
IMPLEMENTANDO UMA ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO
Como vimos anteriormente, existem ações estratégicas que normalmente são
adotadas pelas empresas e estão associadas à implementação de uma estratégia de
negócios. Contudo, o sucesso comercial derivado da implementação dessas
estratégias pode ser mais difícil de obter do que aparentemente se previa. Por
exemplo, no caso da estratégia de liderança em custo, uma empresa pode focar
apenas na redução do custo de produção em detrimento da qualidade do produto e do
suporte pós-venda, podendo levar a empresa a ser mal vista pelos consumidores ou
mesmo a fabricar produtos que sejam rejeitados no mercado. Portanto, as estratégias
de negócios têm que ser bem planejadas e, se possível, as modificações no portfólio
de produtos devem ser testadas em pilotos com grupos de consumidores (ou mesmo
elaboradas em conjunto com estes, que se tornam cocriadores do produto).
Por exemplo, empresas como companhias aéreas de baixo custo e grandes redes de
varejo de vendas de produtos eletrônicos/eletrodomésticos são em geral orientadas à
liderança por custo. Não é raro que, em alguns períodos de sua história, essas
empresas tenham crescimento de vendas anual superior a 10%, podendo atingir
números ainda maiores. Contudo, a lucratividade das empresas nesses períodos de
crescimento de vendas em geral é muito baixa ou mesmo negativa. Geralmente após
um período de forte crescimento e baixa lucratividade há certa estabilização e
“racionalização” da oferta da empresa, dos canais de vendas e da estratégia
comercial, visando à manutenção de um melhor retorno sobre o investimento.
Acompanhamento dos resultados com base em vendas, mas também na entrega dos
projetos.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Portanto, diferentemente das antigas empresas, que eram sistemas bem fechados
e com limites de atuação bem definidos, as empresas atuais foram forçadas a se
tornar organizações abertas e adaptáveis.
A elaboração da estratégia deve, portanto, refletir essa nova dinâmica, pois criar
uma estratégia estática e imutável tornou-se inviável na prática, dadas as constantes
mudanças a que estão submetidas as empresas, hoje, mais do que nunca, é necessário
responder estrategicamente aos desafios e às ameaças do ambiente e a disciplina da
administração estratégica busca responder às questões geradas durante a elaboração
e a implementação estratégica.
Está claro, contudo, que não há estratégia infalível, uma vez que são muitos
os fatores ambientais externos à empresa e que influenciam a sua
performance.
Embora um dos resultados esperados da estratégia seja reduzir o
grau de incerteza sobre a condução de um negócio, mesmo com um
planejamento detalhado sabe-se de antemão que as ações estratégicas de
uma empresa envolvem risco, pois sempre há certo grau de
imprevisibilidade nos resultados.
Estratégia emergente
Segundo Viana (2011), a perspectiva tradicional e “racionalista” sobre
estratégia, fortemente baseada no trabalho de Porter, está concentrada na análise das
possibilidades de posicionamento levando em consideração, basicamente, os
competidores e as suas estratégias. Ainda segundo esse autor, a perspectiva
racionalista acredita que há sempre uma melhor resposta para aquele problema
competitivo e que o posicionamento, uma vez definido, deva ser mantido pela
empresa por um período significativo, de forma a que a estratégia adotada gere
frutos que só viriam com o tempo e seriam decorrentes da criação de uma cadeia de
valor.
Portanto, faz mais sentido criar uma estratégia “flexível“, com metas
claras e um plano de implementação, embora esse plano tenha de ser
permanentemente adaptado para reagir às mudanças de ambiente e superar
restrições imprevistas na implementação.
Por outro lado, do ponto de vista acadêmico, essa definição inaugurou uma linha de
pensamento estratégico que deu origem a várias outras tendências teóricas recentes,
como a “estratégia como prática” (Strategy as Practice, ou SAP em inglês), que
busca entender como a decisão estratégica realmente ocorre, ao analisar o dia a dia
de gestores e decisores nas empresas.
Análise de cenários
A utilização de cenários não é exatamente uma novidade no campo da gestão
estratégica. O planejamento por cenários tem uma longa história, sendo inicialmente
utilizado para objetivos militares durante a Segunda Guerra Mundial. A partir do
final da década de 1960, o planejamento por cenários foi adotado gradualmente no
mundo corporativo. A Shell foi uma das empresas pioneiras nesta abordagem
estratégica, uma vez que a empresa atua em um mercado ditado por grande incerteza
e necessitava desenvolver formas de se posicionar frente a variáveis econômicas,
sociais e políticas que poderiam afetar a produção e o preço dos combustíveis.
A ideia fundamental da análise baseada em cenários é que os cenários descritos não
são predições, mas um esforço consciente de se descrever situações futuras
possíveis, dentro de um contexto em que alguns fatores são assumidos como
claramente influenciadores para gerar as diversas situações futuras (os “cenários”).
Embora não sejam “infalíveis”, os cenários podem ser úteis para testar a estratégia
de uma empresa. Entretanto, a reelaboração dos cenários deve ser um processo
iterativo, pois necessitam serem readequados aos novos acontecimentos, fornecendo
novos inputs para a a estratégia da empresa. Assim, novas ações estratégicas seriam
necessárias, criando um mapa estratégico que “mesmo que equivocado, pode ser
refeito e aprimorado gradualmente, até que nos leve a um lugar mais próximo do
destino almejado” (VIANA, 2011).
Para ilustrar a técnica na prática, podemos analisar alguns cenários para uma
empresa fictícia. Vamos supor que essa empresa é de porte pequeno ou médio e que
recentemente se lançou em um novo segmento do mercado, no qual, após algum
tempo, está obtendo bastante sucesso.
Contudo, apesar de a empresa estar indo bem, os sócios estão preocupados com
seu futuro pois novos competidores podem entrar no negócio a qualquer momento,
uma vez que se trata de um segmento atraente. Surgem ainda outras preocupações
sobre a mudança do ambiente macroeconômico, com a elevação da taxa de juros
resultando da alta da inflação, num quadro que tende a se tornar recessivo e de pouco
crescimento das vendas.
Para analisar os cenários para essa empresa, pode-se utilizar duas variáveis
basicamente: o ambiente econômico e a competição no segmento. A ideia é tentar
esboçar algumas das ações estratégicas que serão necessárias caso essas variáveis se
alterem. Algumas das possíveis ações estratégicas são listadas como exemplo a
seguir, apenas para ilustrar como reagir às mudanças ambientais.
Cenário 3: “estagnação”
Neste cenário, a economia torna-se desfavorável, mas ainda há pouca
competição no nicho escolhido. Como há pouco crescimento, é recomendável apenas
investir em diferenciação e, se possível, cortar custos relacionados a atividades
acessórias.
Uma das razões para essa dificuldade prática é que, diferentemente das antigas
empresas, que tinham limites de atuação bem definidos, as empresas atuais foram
forçadas a trabalhar com limites de atuação mais incertos e “fluidos”, pois atuam
num ambiente muito mais complexo. A elaboração da estratégia deve, portanto,
refletir essa nova dinâmica, pois criar uma estratégia estática e imutável tornou-se
inviável na prática, devido às constantes mudanças a que estão submetidas as
empresas e à própria complexidade das organizações atuais.
Para ilustrar a cegueira estratégica, pode-se citar alguns casos recentes. Por
exemplo, após a crise de 2008, muitos bancos tradicionais dos EUA sofreram fortes
abalos. O Goldman Sachs, uma das instituições financeiras mais respeitadas no país,
foi à falência devido aos enormes prejuízos gerados por aplicações arriscadas e com
alavancagem excessiva, que expuseram a estratégia irresponsável da empresa,
quando o mercado de crédito imobiliário começou a apresentar problemas.
TESTE:
PERGUNTA 1
1 pontos
PERGUNTA 2
1. O que não está correto em relação aos recursos internos e às forças externas, que
conformam a estratégia da empresa?
1 pontos
PERGUNTA 3
1 pontos
PERGUNTA 4
1 pontos
PERGUNTA 5
1 pontos
PERGUNTA 6
PERGUNTA 7
1 pontos
PERGUNTA 8
1 pontos
PERGUNTA 9
1 pontos
PERGUNTA 10
Após testar seus conhecimentos, segue gabarito para a correção das atividades:
1. C
2. B
3. D
4. C
5. B
6. D
7. C
8. B
9. A
10. B
11.
O que é o Planejamento Estratégico Situacional?
Por JACKSON DE TONI
Economista, Técnico em Planejamento da Secretaria de Planejamento do Rio Grande do Sul e professor
universitário na ULBRA e UERGS
“Um governo não pode ser melhor que a organização que comanda.”
C. Matus (em “Adeus, Senhor Presidente”)
As reações dos demais agentes ou atores são previsíveis porque seguem leis e
obedecem a prognósticos de teorias sociais bem conhecidas. O Diagnóstico é
pré-condição para o planejamento, ele é verdadeiro e objetivo (segue do
comportamento social) , portanto, único possível, não explicações alternativas
dos demais atores.
O ator social que planeja não controla todas variáveis, mas as variáveis não-
controladas não são importantes ou determinantes, não tem um
comportamento criativo ou são controladas por outros atores.
O sujeito que planeja está incluído no objeto planejado. Este por sua vez
é constituído por outros sujeitos/atores que também fazem planos e
desenvolvem estratégias. Deste contexto surge o componente de incerteza
permanente e o cálculo interativo que exige intensa elaboração estratégica e um
rigoroso sistema de gestão. O caráter modular do enfoque estratégico deriva
desta necessidade de redimensionar, agregar, combinar diferentes operações
em diferentes estratégias.
[1] Chileno, Carlos Matus foi Ministro do Governo Allende (1973) e consultor do ILPES/CEPAL falecido em
Dezembro de 1998, ministrou vários cursos no brasil nos anos noventa (Escolas Sindicais, IPEA,
Ministérios, Governos Estaduais e Municipais). Criou a Fundação Altadir com sede na Venezuela para
difundir o método e capacitar dirigentes. Introduzido no Brasil a partir do final dos anos oitenta, o PES
disseminou-se e foi adaptado amplamente nos locais onde foi utilizado, particularmente no setor público.
[2] Sob a mesma filosofia inspiradora do PES várias outras adaptações metodológicas tem surgido: MAPP –
Método Altadir de Planejamento Popular - é um “resumo” do PES feito por C. Matus, PED – Planejamento
Estratégico e Democrático – aplicado por A. K. Sato no Governo Cristóvão Buarque em Brasília –DF, PEP -
Planejamento Estratégico Participativo, a partir da experiência do Governo do Rio Grande do Sul, etc...
Exemplos de variáveis –
Existe também uma variação do plano de ação que nada mais é do que o 5W2H,
mas sem o How Much (quanto custará) formando a sigla 5W1H.
Com as ideias, dados e o objetivo em mãos basta desenvolver uma planilha com os
5W e 2H para preenchimento e impressão.
PLANO DE AÇÃO
PORQUE FAZER (WHY) - META: