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Talionis apresenta:

Cenas Excluídas de:

Christine Feehan
Perigo Sombrio
Série Cárpatos 21

Disponibilização e Tradução: Desirée


Formatação e Finalização: MarciaDaltro©
Capa: Elica
Talionis
CENA 01

O “pequeno” gatinho rastejou silenciosamente através da densa folhagem, os olhos fixos na


parte de trás de sua presa. Aprender a caçar era mais divertido do que trabalhar. Ele usava a
perseguição sorrateira, lenta, uma polegada de cada vez, seu corpo flexível e forte, vinte quilos de
puro músculo e crescendo quase visivelmente a cada ascensão. Quando estava excitado, não
conseguia manter sempre sua forma e deslizava cada vez mais para o gato de sombra que ele era.
A mulher se movia silenciosamente pela floresta, aparentemente sem destino, avançando
lentamente, naquela maneira estranha, fluida, silenciosa que possuía. O batimento do coração
dela ressoava pelo corpo dele. Ele ouvia a forma como seu sangue fluía, correndo por suas veias,
como a maior tentação, uma chamada para a fome que não iria diminuir. Ela parou. Sua chance.
Ele se agachou, preparado para atacar.
Dominic pulou entre o gatinho de sombra e Solange, dando um tapa no gato, conforme ele
tentava atacá-la.
— Ele ainda tem instintos, Solange, e é perigoso, não importa o quanto você queria salvá-lo.
Solange se virou ao som do gatinho sibilando seu descontentamento. Instantaneamente o
silvo se tornou um ronronar e ele correu para ela, se esfregando com tanta força em suas pernas
que quase a derrubou. Ela deu um pequeno suspiro quando estendeu a mão para coçar entre suas
orelhas.
— Só para mim Dominic, ele nunca foi atrás de você ou alguém próximo a nós. Eu
deliberadamente o levei para perto dos outros e quando passamos por eles, ele não mostrou o
menor interesse.
Dominic se afastou dela. Ela poderia facilmente tocar os seus pensamentos, mas estava
envolvida na tentativa de decifrar a melhor forma de combater a necessidade do gatinho por seu
sangue, para se preocupar com a reação de Dominic... E era com isso que ela deveria estar mais
preocupada. O gato ia crescer muito e conforme o fizesse, a capacidade de se transformar em
sombra à hora que quisesse certamente melhoraria e o animal seria letal para Solange. Ele não
podia correr riscos com sua vida, não importava o quanto ela estava se apaixonando pelo gatinho,
sua vida era muito mais importante.
— Solange... — Ele começou.
Ela balançou a cabeça.
— Eu sei o que você vai dizer Dominic. Tenho pensado sobre os perigos também.
— Mais cedo ou mais tarde, se ele estiver separado de você, ele pode decidir tomar sangue
de outra pessoa e pode matá-los.
— Nós tomamos sangue. Precisamos dele para sobreviver, assim como ele faz, mas você
esteve dentro dele, assim como eu, a fim de tentar reparar todos os danos feitos a ele. Meu
sangue está preenchendo todos os espaços vazios, e talvez ele esteja necessitado por causa disso.
Nesse meio tempo, vamos treiná-lo.

** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. ** 2
— Você sabe que não é bem assim, Solange, — Dominic a corrigiu suavemente, — ele foi
criado para te encontrar, para tomar o seu sangue, especificamente. Ele é definitivamente uma
ameaça para você e ele está crescendo rápido.
Ela ficou em silêncio alguns momentos, acariciando o gatinho ronronando.
— Dominic, neste momento, posso dar sangue a ele e podemos mantê-lo conosco. Vou
trabalhar com ele. Nós simplesmente não podemos tomar uma decisão até ele estar um pouco
mais velho e mais forte. Ele precisa ter pelo menos uma chance de uma vida normal.
— Sívamet, — ele manteve sua voz tão suave quanto possível. — Você sabe que nunca
haverá uma vida normal para ele.
— Eu sei. Você está certo. — Ela abaixou a cabeça novamente, mordendo o lábio inferior. —
Não somos normais. Nenhum de nós. Vou cuidar dele Dominic, e se ele ficar fora de controle, me
afastarei dele se esse momento chegar.
— Olhe para mim, Solange. — Ele disse. Desta vez não havia gentileza em sua voz, só uma
suave e implacável autoridade. — Se chegar o momento em que eu considere este animal muito
perigoso para você, vou destruí-lo, e sem te consultar novamente. Eu não quero que você nunca
diga que eu não te avisei.
Ela rapidamente o encarou, fechando a cara para ele, mas quando ele tocou sua mente, ela
não recuou. Ele estava patinando na borda da capacidade dela de reconhecer a autoridade dele.
Pouco importava se ele que não gostava de fazê-la sentir-se desconfortável. Solange
definitivamente era sua companheira em todos os sentidos, mas quando se tratava de sua
segurança, ele não estava disposto a ceder. Viajar com um animal potencialmente perigoso como
um gato de sombra, que foi criado especificamente para tomar o sangue dela, estava empurrando
sua própria zona de conforto.
Ela umedeceu os lábios e ele quis se inclinar e beija-la. Ela estava tentando encontrar um
meio termo, ele podia ver isso em seu rosto transparente, e teve que dar a ela crédito por querer
chegar a um acordo com ele.
— Eu sei que isso é preocupante, Dominic. Eu não estaria tentando curá-lo se não achasse
que poderia. Olhe para ele, é tão carinhoso. Ele tem a capacidade de aprender.
Ele acenou com a cabeça.
— Isso é verdade, sívamet, mas ele ainda é um animal com instintos.
Solange caiu de joelhos ao lado da grande gatinho, ainda esfregando a cabeça dele entre as
orelhas. O gato ronronou até a floresta parecer ressoar com o seu prazer. Ele colocou a cabeça
para baixo e bateu contra ela repetidas vezes, tentando se aproximar. Dominic suspirou. Ele ia ter
que esperar e ver. Ele sabia que seria muito difícil para Solange se o gatinho não conseguisse. Ela
já estava muito encantada com a pequena criatura.
— Eu vou continuar tentando convencê-lo a aceitar o meu sangue também, — ele disse, a
título de concessão.
Seus olhos se encontraram. Ela sorriu para ele.
— Eu já disse que eu te amo? Porque eu o faço.
O coração dele pulou junto com a sua pulsação. Ele tinha que ter muito cuidado, porque
essa mulher poderia desarmá-lo apenas com o sorriso.

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CENA 02

Dominic olhou de relance para Solange enquanto se aproximavam da casa principal dos De
La Cruz. Ele enviou a sua chamada à frente para os irmãos e, como Solange, sabia que eles
estavam sendo cuidadosamente analisados à medida que se aproximavam do seu destino. Ela se
moveu um pouco longe dele, dando a ele espaço para combater se houvesse necessidade. Ela
estava vestida com sua armadura de combate, calça jeans e uma camiseta, com o cabelo puxado
para trás numa severa trança. Ela parecia totalmente séria, os olhos inquietos, constantemente à
procura de armadilhas escondidas. Dominic pensou que ela era absolutamente linda.
Ela se movia com uma graça e flexibilidade sobre todos os obstáculos, fluindo sobre o chão
em silêncio absoluto. O contraste entre a guerreira e a mulher era absoluto, e a coisa mais sexy do
mundo para ele. Solange era confiável numa luta... Tão confiável quanto qualquer caçador Cárpato
que ele havia se deparado. Seu poder podia não ser o mesmo, mas sua coragem e determinação
eram.
Você está nervosa.
Ele usou sua forma mais íntima de comunicação. Ela nem sequer olhou para ele. Não traiu
que ele havia falado com ela com qualquer mudança em sua expressão.
Você não tem ideia da gozação que eu vou conseguir de minhas primas. Juilette e Jasmine
estarão morrendo de rir quando souberem que eu tenho um homem. E aquela MaryAnn, ela é uma
conselheira para mulheres que trabalha com Jasmine. É a garota mais feminina que eu já vi. Ela
queria que eu pintasse minhas unhas das mãos... E dos pés. Você pode imaginar?
Mmm, ele especulou com uma voz sombria, aveludada.
As possibilidades são surpreendentes.
Aquilo lhe rendeu uma rápida censura com o canto dos olhos.
É melhor não as incentivá-las nisso, Dominic. Você se encontrará no chão chorando como
uma menina.
Eu só posso esperar ansioso por esse evento. Controle seu gatinho. Ele acha que vai perseguir
Manolito, que só poderá ficar com a impressão errada dele.
O olhar de Solange procurou seu gatinho.
Shadow, venha comigo agora.
— Whoa! Tio Manolito, olhe isso! — A voz de um jovem gritou.
Um macho jovem, esbelto, de idade indeterminada, correu para fora dos arbustos
diretamente para Shadow. O gatinho saltou no ar, rosnando um aviso, seu corpo ficando
insubstancial. Em um momento ele era sólido, e então no próximo, ele não passava de uma furtiva
sombra no meio do mato retornando para Solange e Dominic.

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— Veriak ot en Karpatiiak1. — Manolito amaldiçoou. — Josef, volte aqui onde eu posso te
proteger.
Era tarde demais, o menino já estava em campo aberto, e então desaparecendo atrás do
gato de sombra.
— Você viu isso? Sério, tio Manny, era uma espécie seriamente doente de gato.
Solange cravou os olhos no menino, sua mão deslizando para sua arma conforme a cabeça
dele balançava dentro e fora do mato, obviamente seguindo seu gatinho.
— Meu gato não está doente, — ela gritou. — Deixe-o em paz antes que se assuste e
machuque você. Você não sabe que não deve perseguir um pobre gatinho no meio do mato?
Tire a mão de sua arma, Solange.
Dominic a aconselhou.
Ela fungou seu desprezo por essa ideia.
— Manolito, — sua voz mudou, — Tio Manny, você me conhece muito bem. Se aquele idiota
tocar o meu bebê, eu vou revidar e será sangrento. Chame-o de volta.
— Como se eu tivesse qualquer autoridade sobre ele, — Manolito murmurou. — Gostaria de
fazer isso em seu lugar eu mesmo, mas MaryAnn diz que ele precisa encontrar a si mesmo. Vá em
frente e acerte nele, Solange. Que eu sou totalmente a favor.
— Este é o seu gênio, Dominic? — Solange exigiu enquanto um borrão cinza-negro se
apressava para ela, se escondendo atrás dela, seu corpo indo de transparente para sólido e
voltando, orelhas planas e cauda tremendo, indicando sua agitação. — Este menino imprudente
que persegue o meu gatinho?
Josef parou bruscamente na frente dela com folhas grudadas em sua camisa. Ele sorriu para
ela, seus olhos brilhantes, olhando além dela para o gatinho sibilando e cuspindo.
— Totalmente doente. Impressionante, Dominic. Onde você encontrou isso?
— Ele não está doente, — Solange reiterou. — Acontece que ele é um gato de sombra e é
esperado que tenha esta aparência.
— Doente é bom, tipo como legal, você sabe, — Josef disse, acenando com a mão com
desdém. Ele tentou dar um passo em torno de Solange, mas ela deslizou com ele, facilmente
bloqueando seu caminho. Ele piscou para ela como se realmente a visse pela primeira vez. Ele lhe
deu um sorriso encantador.
Solange nunca tinha visto ninguém como ele. Seu cabelo era espetado, olhos travessos, e ele
tinha uma orelha furada, um colar e pulseira com spikes2. Ela estreitou os olhos para ele, dando
seu o olhar mais intimidante, ignorando Dominic que tinha se movido um pouco para inserir o seu
corpo maior entre ela e o rapaz. Ela adivinhou que ele deveria estar em seus vinte e poucos anos,
mas parecia muito jovem. Apesar de sua aparência estranha, ele tinha uma aparência inocente.
— O que exatamente você é? — Ela perguntou.

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Veriak ot en Karpatiiak: Pelo sangue do Grande Cárpato.

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Manolito bufou. Os lábios de Dominic se contorceram. Ela olhou rapidamente para os dois e
colocou uma mão calmante sobre a cabeça de Shadow. O gato se esfregou na perna dela, a
empurrando com força suficiente para deslocá-la um passo para a frente.
Josef não parecia, nem um pouco chateado com a pergunta.
— Eu sou um homem dos Cárpatos. E você, quem é?
Dominic grunhiu baixo um aviso.
— Cuide de suas maneiras, rapaz.
— Acho que é legítimo perguntar, uma vez que eu fiz uma pergunta a ele, — disse Solange.
— Eu sou a companheira dele. Quem teria imaginado.
Manolito olhou assustado. Mais do que assustado. Chocado.
— Você está brincando, Solange? Você com um homem?
Ai vem. Se prepare...
Solange avisou Dominic.
Com certeza suas primas, Jasmine e Juliette saíram correndo da casa. Juliette era
companheira de Riordan De La Cruz.
— Fofoqueiro, — Solange sibilou para Manolito.
Ele sorriu afetado para ela.
— Você vê como todos eles são, Dominic, — Solange confidenciou em voz alta para Manolito
não poder deixar de ouvir a queixa.
— Agora, quem está mexericando? — Manolito brincou.
Solange se preparou enquanto Juliette se atirou em sua prima, a empurrando para trás.
Solange colocou uma perna para trás, para evitar que as duas caíssem, bateu no gatinho sibilante
e tropeçou, agarrou sua prima e ambas foram para o chão juntas, Solange aterrissando em sua
bunda. Juliette caiu sobre ela, e o gatinho pulou na cabeça dela.
Solange olhou para Dominic, que não alterou a expressão, mas ela podia ouvi-lo rindo em
sua mente.
Você poderia ter ajudado!
Ela acusou.
É verdade, mas eu nunca te vi assim.
Como?
Ela estreitou os olhos para ele.
Aturdida.
Lembre-se que eu estou armada.
Ela o alertou.
Ele deu um sorriso para ela e retirou o gatinho de Juliette para que ambas pudessem ficar de
pé. Solange levantou relutantemente o olhar para sua família, bastante extensa, reunida. Eles
estavam todos sorrindo como idiotas... Assim como Dominic. Ela desejou que a terra pudesse se
abrir e a engolir, e foi só vários minutos depois que se lembrou, que ela realmente poderia fazer
isso acontecer.

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CENA 03

Solange colocou a mão sobre o estômago arredondado da Jasmine.


— Não falta muito agora, Jasmine. Você teve algum problema? Eu deveria ter aparecido com
mais frequência. Juro, uma pessoa perde a noção do tempo na floresta.
Sua prima mais nova sorriu e balançou a cabeça.
— Eu estive bem. Chega de estar doente, graças a Deus. Todo mundo tem sido muito
prestativo, mas estávamos preocupadas com você.
Solange abaixou a cabeça. Juliette e Jasmine passaram suas vidas se preocupando com ela,
assim como ela tinha se preocupado com as duas. Talvez, ter Dominic como companheiro a fizesse
mais consciente das pessoas que a amavam, e de como devia ser para elas, quando ela
desaparecia por longos períodos de tempo sem absolutamente nenhuma palavra, e não havia
maneira de saber se estava viva ou morta.
— Sinto muito, Jasmine, eu deveria ter tentado encontrar uma maneira de avisar você que
eu estava a salvo.
O sorriso de Jasmine se tornou provocador.
— Ou pelo menos que você encontrou um bonito gato lá no meio da selva.
Solange olhou de relance para Dominic, desejando que ela tivesse tempo para brincar e
conversar com suas primas. Ela sempre estaria um pouco desconfortável dentro de uma casa,
sempre inquieta na presença de homens, mesmo a família de sua prima, o que tecnicamente a
fazia dela, mas ela queria passar um pouco de tempo ocioso com essas mulheres que amava. Ela
olhou ao redor, para todos eles, apertando os lábios com força. Parecia que nunca chegava com
boas notícias. Jasmine estava perto de seu parto, e no entanto, mesmo agora, ela não poderia
descansar e se sentir segura.
— O que foi? — Perguntou Nicolas. Ele veio silenciosamente por trás de sua companheira,
Lara, colocando suavemente uma de suas mãos em sua nuca.
A atmosfera na sala mudou de alegre celebração para sombria num instante. Solange
sacudiu a cabeça e apertou a mão de Jasmine, se mantendo perto dela. Juliette veio do outro lado
de sua muito grávida irmã. O companheiro Juliette, Riordan colocou a mão em cada um de seus
ombros num gesto de conforto.
— Trazemos notícias de um ataque, um ataque em grande escala, bem planejado, sobre sua
casa e as pessoas que trabalham aqui. Isto é para ser executado como um treinamento antes dos
Malinov enviarem seu exército contra o príncipe. Zacarias vai estar lá fora, — Dominic apontou
para a floresta, — onde ele vai obter melhores resultados. Eles virão em breve e vocês devem
preparar as pessoas leais a vocês para a luta, porque eles certamente estão em nossos
calcanhares.
— Você usou a palavra “exército”, Dominic, — disse Rafael. — Quantos virão atrás de nós?
Você tem alguma ideia dos números?
Dominic balançou a cabeça.

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— Minha sensação é que temos um problema em nossas mãos. Precisamos estar preparados
para as ondas de vampiros e talvez fantoches humanos durante o dia, se não os derrotarmos
imediatamente. A boa notícia é que eles não têm ideia de que estamos cientes da sua trama.
— Jasmine não pode ficar aqui, — disse Juliette. — Solange, você tem que levá-la para um
lugar seguro.
Jasmine balançou a cabeça.
— Não. Eu estou cansada de ser o elo mais fraco, Juliette. Solange é sempre a pessoa que
enfrenta os nossos inimigos. Posso lutar tão bem quanto qualquer outra pessoa, se precisar fazer
isso. Eu sou capaz de usar algumas das armas que Riordan desenvolveu para os trabalhadores
matarem os vampiros. Fazemos exercícios o tempo todo. Eu sei o que fazer.
— Mas... — Juliette virou o rosto para Riordan, que imediatamente a puxou para mais perto
dele. — Você está certa, Jasmine? Solange pode te tirar daqui, você sabe que ela pode.
Solange não estava tão certa quanto Juliette
— Aqui temos seis machos Cárpatos e seis fêmeas Cárpatos. Eu não perdi completamente
minha capacidade de enfrentar o dia e Dominic pode também.
Nicolas franziu o cenho para ela.
— Como isso é possível?
— Isso tem algo a ver com o sangue de Solange, — Dominic respondeu ciente de como
Solange ficava muito desconfortável sob os holofotes. — Eu não posso ficar tanto quanto Solange.
Nós fizemos algumas experiências, na verdade ainda somos atingidos pela fraqueza dos Cárpatos,
o nosso corpo fica pesado quando o sol está no seu pico mais alto. Mas temos mais horas no
período da manhã e à noite. Isso pode nos ajudar.
Nicolas continuou franzindo a testa, sua expressão ficando pensativa.
— Isso pode ser compartilhado por todos nós, se intercambiarmos sangue com você?
Solange tentou não se contorcer com a ideia. Ela se forçou a ficar reta, nunca mudando de
expressão. Não importava o quanto ela quisesse ficar confortável na presença esmagadora de
homens tão poderosos, ela sabia que nunca estaria.
Eu darei a eles o meu sangue, ao invés de ter você angustiada.
Cada nó, apertando com tanta força o seu estômago, se relaxou, acalmando. Lá estava ele,
esse tom aveludado que acariciava profundamente o seu interior, onde ninguém podia ver.
Dominic. Seu companheiro. Ela o provou em sua língua. Ele ficou com ela, ombro a ombro. Na sua
frente, ou atrás dela. Ele sempre estaria lá com ela.
— Estamos mais do que dispostos a compartilhar sangue com você, Nicolas, — Solange
disse, sabendo que com Dominic ela poderia fazer o que tinha que ser feito, incluindo a partilha de
seu sangue estranho com os outros homens. — Mas você não pode contar com ele te ajudando
sem antes testar as limitações.
— E os efeitos parecem ser acumulativos. Zacarias recebeu o sangue, mas pareceu ter pouco
efeito para ele, — acrescentou Dominic. — Então, nós não sabemos com quem vai trabalhar e
exatamente o que poderão ser capazes de fazer.
Nicolas segurou a mão de Lara.

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— Vamos falar com os trabalhadores e lhes dar a opção de decidir por si próprios se querem
ficar ou ir embora, sem repercussões mais tarde. Esta não é uma luta humana e, mesmo com todo
o treinamento que demos, eles serão uma terrível desvantagem. Em qualquer caso, eles devem
mover suas mulheres e filhos para fora do caminho do mal. Rafael, você e Dominic elaboram um
plano de batalha. Manolito obtenha as estruturas protegidas. Riordan você faz o seu melhor com
o gado. — Ele virou a cabeça, seus olhos encontrando os de Jasmine. — Irmãzinha, você vai fazer o
que for dito. Você é preciosa para todos nesta sala. Você tem um filho para proteger.
Jasmine balançou a cabeça, com lágrimas nos olhos.
— Não me mande para longe de todos que amo, Nicolas. Isso aconteceu muitas vezes na
minha vida e tudo é destruído, todos que importam mortos ou feridos. Preciso estar aqui. Posso
lidar com armas. Eu não sou um bebê.
— Ninguém disse nada sobre você ser um bebê, — Solange disse gentilmente. — Ele está
dizendo que precisamos saber pelo que estamos lutando, e você é a nossa razão.
— Luiz e Josef levarão Jasmine para dentro da sala cofre no momento em que estivermos
sob ataque. Nenhum vampiro pode entrar, — Nicolas ordenou. — Sem hesitação, Luiz. Se for
preciso, a carregue e mantenha lá. Josef, eu espero que você me obedeça nisso. Você deve
protegê-la.
Josef parecia rebelde.
— Eu sou Cárpato e hábil em batalha. Você está deixando os humanos combaterem os
vampiros e ainda espera que eu me esconda. Eu posso parecer um menino para você...
— Eu disse que você vai me obedecer nisto e eu quis dizer exatamente isso. Só o fato de
você brigar comigo, enquanto todo mundo está correndo para garantir o complexo é o suficiente
para me mostrar que você é jovem demais para se envolver numa batalha real.
Josef corou e abaixou a cabeça. Até as pontas das orelhas estavam vermelhas.
Dominic se aproximou dele.
— Você se esqueceu que é o único de nós capaz de decifrar o material criptografado que
recuperamos do laboratório Morrison? Precisamos desse material para proteger as mulheres
inocentes... Para assegurar que nenhum único homem que tenha uma potencial companheira
entre essas mulheres seja perdido. Isso é uma responsabilidade enorme, Josef, e se encontra
unicamente com você. Nunca se esqueça da sua importância para o seu povo. Bancar o herói e
conseguir ser morto seria uma tolice de acordo com as circunstâncias. Você não concorda?
Josef encolheu os ombros magros, mas pareceu muito mais feliz.
— Yeah. Esqueci-me por um momento como isso era importante. Estou nisso, Dominic, você
pode contar comigo.
— Estamos todos contando com você, Josef, — Dominic disse.
O garoto estufou o peito. Solange se encontrou sorrindo. Quando os irmãos De La Cruz eram
mais como ela, ficando irritados com o garoto por ter que explicar, Dominic foi paciente e tinha
reforçado a confiança do menino com algumas palavras simples. Ela realmente precisava aprender
esses truques dele.
Obviamente, você vai se tornar um ótimo pai, Dominic, — ela admitiu. — Isso foi legal da sua
parte.

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Tudo o que eu disse era verdade. Ele quer ser um caçador, mas sua verdadeira arma é o
cérebro e o fato de que ele abraça o mundo moderno como nenhum de nós realmente fez.
Precisamos dele. Ele precisa saber que ele é necessário.
Solange o amava ainda mais por essa observação.

FIM

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