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GAUCHISMOS DO PRATA
E GAUCHISMOS DO BRASIL
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espiritual nas célebres uniformizações, com que se nos acenam, numa có
pia servil dos 1SMOS, que, em última análise, nada mais representam que a
vitória das concepções e filosofias da vida de povos ou nações, tomados co
mo unidade, mas que, no que diz respeito às expressões de individualidade
e originalidade dos demais, passam a atuar nefastamente, destrutivamente
e, até mesmo, imperialisticamente.
Com efeito, a imitação cega e desordenada das coisas estran
geiras, acarreta, por sem dúvida, o transporte de traços e complexos cul
turais, por vêzes, perfeitamente dispensáveis, sem falarmos nos péssimos
resultados das padronizações bruscas, rasteiras e acentuadamente dissolven
tes, donde, prontamente, o sufocamento das autênticas tradições nacionais,
das variedades e opulentas realizações do povo, compreendido como parte
do "ecúmeno", enfim, de tôdas aquelas manifestações do espirito da terra,
em que as instituições providenciais costumam divisar o sentido do uno no
m úitipio.
Indiscutivelmente, sem que transponhamos os próprios iimites
da literatura, ninguém ousará negar o sentimento de justificado orgulho
nacional, que de todos se apodera, diante da riqueza de formas, sonidos e
colorações, que as literaturas regionais ostentam, em muitos países.
Lembremos a França, a Espanha, a Suiça, a própria Argentina,
onde até línguas diversas aparecem, lado a lado, sem que, no entanto, se
debilite, de maneira alguma, a unidade nacional. Para existir um povo, em
certos casos, como sabemos, não é essencial mente necessário que haja iden
tidade de raça, costumes, religião ou, mesmo língua. Os exemplos aí es
tão numa eloquência irretorquível, através da geografia e da história.
E, assim ponderando, que nos deixamos, insensivelmente, em
polgar peia estupenda experiência histórica da gente sul-riograndense, tão
pródiga em gestos nobres quanto iírica em repentes de preocupação nitida
mente iocalista, dos PAGOS, da querência incomparável . ■
Mas, o homem que, acima de tudo, sabe amar o rincão dos
pampas infindáveis, mostra, igualmente, iniludíveis inclinações para outras
expansões afetivas, traduzidas em arroubos de desprendimento, conciliação
inconfundivelmente brasileira, consciência continental própria dos países
novos e miscigenados.
Donde, então, o podermos estabelecer, a propósito do Rio
Grande do Sui, que, embora tenha lá a colonização (bem entendido, da
costa ou parte orienta!) surgido, um tanto mais tarde, e a despeito das im
posições várias, de índole 'mesológica e mesmo hum ana.......... em virtude
de tratar-se de região lin d e ira .......... , nem por isso o filho dos pampas sen
te menos o Brasil, condição psicológica, de que, bastas vêzes, tem dado
prova, em seus admiráveis atos de bravura.
Já vai longe o tempo, de um João Ribeiro, em seus compên
dios de História do Brasil, de diferentes graus, pretender considerar COR
POS ESTRANHOS, no sentido da luso-brasilídade, os pontos extremos, da
Amazónia, e do Rio Grande do Sul, por demasiado indígena, a primeira,
tanto quanto irremediàvelmente acastelhanado ou híbrido, o úítimo.
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na do Livramento-Rtvera,
Mas, para isso, sem dúvida alguma, é preciso que ocorram fato
res e elementos de diversas índoles; circunstâncias e condições de todo espe
ciais; em suma, a convergência de traços e complexos culturais que, atra
vés da ação eficiente do meio, juntamente com tendências e inclinações de
cada unidade participante, possam, ao cabo de algum tempo, transformar-
se em síntese providencialmente harmónica, suscetível de responder, ade
quadamente, às exigências do nôvo habitat e, iguaimente, gerar outros va
lores e outras riquezas espirituais e materiais ou, como se diz em antropo
logia, criações anímoiógicas e ergoiógicas, respectivamente,
Dêste modo, assistimos a uma como prodigiosa adaptação ou
reajustamento de realidade, conteúdos culturais e propensões psico-étni-
casou características de cada povo, tudo em função do nôvo meio e respec-
tivas imposições.
Ninguém pode negar, por exemplo, — e não vai nisso nenhu
ma crença ilimitada no poder drástico dos determinismos geográficos, —
que o papei dos PAMPAS é dos mais relevantes na etno-gênese do tipo gaú
cho, como o das estepes o é, em relação ao aparecimento do cossaco, e as
sim, indefinidamente, pelo mundo inteiro.
Mas, é também verdade que o homem REAGE contra o meio
físico ou geográfico e ihe impõe, muitas vêzes, algumas de suas inconfun
díveis marcas, tremendamente desfigurantes ou transformadoras, tanto no
sentido positivo como no negativo, tal o caso dos canais, obras de barragem
e sistemas de cultivo por transplantações, de um lado, e coivaras, monocul
turas de caráter efémero e devastações florestais em geral, de outro.
Além disso, ninguém pode esquecer-se dos contactos, interfe
rências e conflitos de ordem cultural, de que resuitam aculturações, absor
ções e até destruições de uma das culturas em confronto, embora disso res
te um saldo de sobrevivências ou SUBSTRATOS (substratum).
Assim sendo, no caso do gaúcho, verificamos que as culturas
indígenas (charrua, tape, guarani, minuana, etc,) deixaram vestígios bem
fortes na ocidental (dos portugueses e espanhóis), a qual, por sua vez, vi
nha recheada de elementos mouriscos ou muçulmanos, mas que, no final
do longo drama da conquista e colonização da América Meridional, acabou
por predominar, incontestàveimente.
Entretanto, não houve propriamente aniquilamento ou, mes
mo, destruição branda: o terceiro fator tentou o possível extermínio, aju
dado pelas condições do meio fisico e conjunturas de fundo histórico, co
mo iremos ver.
Êsse terceiro fator foi o racial, antropológico ou da miscigena-
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cão dos troncos da espécie humana, sem excluir o negróide, mais tarde.
De inicio, porém, o gaúcho resultou do cruzamento do espa
nhol e do português com a mulher indígena ou "china" e, multas vêzes, da
mulher espanhola com o índio, que costumava raptá-la, nas estâncias de
Sul e Oeste argentino,
O negro, a princípio, hão era tão comum nas fazendas e zonas
de gado, precisamente por ser mais CARO, mercadoria pouco acessível pa
ra as condições gerais do meio, portanto, próprio de regiões mais bem
aquinhoadas, tanto agrícolas como de mineração, Souza Docca, J, 8. Maga
lhães e outros, em seus valiosos livros, bem que nô-lo elucidam, com muita
cautela e objetivismo, {2}.
A esta aitura, cumpre mencionarmos o quarto fator, que pode
bem ser incluído num dos precedentes ou, então, em doses desiguais, em
todos êles.
É, na verdade, uma decorrência da convergência de elementos,
condições e necessidades, de natureza económica, histórica, sociológica e
até política,
Trata-se da caça ao gado selvagem ou CIMARRON, abando
nado no ermo ou deserto pelos espanhóis, e que passou a ser perseguido pe
los índios e mestiços, por causa do preço elevado que os brancos paga
vam pelo utilíssimo couro, fonte também de inúmeras comodidades, para
o habitante do pampa.
Semelhante serviço, poréoi/era realizado clandestinamente ou
de contrabando, mas, certamente, com a benevolência ou cumplicidade
das autoridades castelhanas da região, pois ninguém ignora o ponto de cor
rupção atingido pela récua administrativa daquelas priscas eras, mesmo em
terras do Brasil.
Pois bem, o preço compensador que os estrangeiros pagavam
pelo couro, coajuvado pelo espírito de fronteira ou "marginalismo" socio
lógico, pelo nomadismo tipicamente indígena (com sobrevivências do be
duíno na tradição tanto espanhola como portuguesa), até, pela acima refe
rida tolerância das autoridades, tudo isso contribuiu para que surgisse, so
cial e regionalmente, um tipo inconfundível de latino americano, que iria
realizar feitos extraordinários, quando das lutas externas e internas das no
vas nacionalidades.
Ora, diante do que se viu, cabe perguntarmos, agora, sé o tipo
gaúcho ou gaúcho sempre apresentou as mesmas características ou "ras
gos , em todos êsses países, e se êle, apesar da rusticidade e pretensa falta
de escrúpulos dos primórdios, deve, não obstante, merecer o nosso respei
to e irrestrita admiração.
Porque, é de todos os dias êsse hábito de o equipararmos ao
que existe de mais esplendoroso e cavalheiresco, em tons imarcessíveis de
franca e clangorosa epopeia, enfim, como um privilégio^ criador de mitos e
legendas, e sábia filosofia da vida, por igual.
Sim, aquele gaúcho soberbo, expansivo, amante de festas e os
tentações, mas, sempre leal, cumpridor da palavra empenhada e incapaz de
ação menos honesta. Aquele gaúcho que todos imaginamos tão sobrancei
ro e magnânimo, contraposto ao jagunço manhoso e traiçoeiro das caatin
gas do Nordeste, no clássico contraste, de vigorosa e sugestiva passagem de
"Os Sertões".(3)
É precisamente isso que tem sido estudado, nestes últimos tem
pos, e é, por meio de tais trabalhos, serenos e objetivos, que tentaremos
responder à interrogativa acima.
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Conforme vimos, no capítulo anterior, a etnogênese do tipo
gaúcho é das mais complexas.
Pressupõe a convergência de agentes e elementos das mais va
riadas índoles e procedências: ântropogeográficas, económicas, raciais e até
políticas.
Portanto, muito longe está daquela simplicidade duns quantos
sociológos ou polígrafos apressados, sem nos referirmos aos talentosos re
presentantes da literatura regional, que nem sempre sabem sentir ou intuir,
exatamente, o modo de ser gauchesco, o que, nem por isso, lhes dim inui o
valor beletrístico dos escritos; ou aos fecundos românticos das diferentes
fases, como é o caso de José de Alencar, ainda hoje, lidos com deleite e in-
terêsse.
Vejamos, agora, como o assunto tem sido tratado pelos estu
diosos, e quais os principais nomes que devem ser lembrados, nas três pá
trias vizinhas.
A bibliografia, na verdade, é enorme, Abrange tratados espe
ciais, em que se relacionam monografias, pesquisas, ensaios e outros gêne
ros, em mais de um idioma.
Na Argentina e Uruguai, por exemplo, temos: Acevedo Díaz,
Juan Álvarez, Orestes Araújo, V. Arrequíne, Emílio Corbiére, E, Dairreaux,
Enrique de Gandfa, Augustin Garcia, Martiniano Leguizamó, Lehmann-Ni-
tsche, V, Lynch, Bartolomé Mitre, Mariano Pelizza, Alberto Zum Felde,
Estanisiao Zebalios, Arturo Scarone, Vicente Rossi, G. Eudaldo Montes,
Juiio S. Storni, Domingo Sarmiento e muitíssimos outros, sem contarmos
os viajantes estrangeiros, antigos e modernos, Mas, o livro mais completo,
cientificamente falando, é o de uma socióloga norte-americana: Mrs. Ma-
daline Wallis Nichols, da Universidade da Carolina do Norte.
É o já clássico "O Gaúcho", que conhecemos em bela tradu
ção brasileira, de Castilhos Goycochêa,
Constituí magnífica síntese, com farta bibliografia e referên
cias documentais, que credenciam sobremodo a autora.
Após mais de decénio, num trato dignificante com milhares de
livros, ensaios e escritos vários, conseguiu ela brindar-nos com uma das
mais portentosas obras de penetração histórico-sociológica, que representa
guia seguro e imprescindível, por igual.
E lógico que nem tudo aí é objetivo, congruente ou, mesmo.
suficientemente claro; mas, o que se pode exigir, em matéria de abundân
cia, autenticidade e sistematização, no assunto, ela o abrange, incontesta
velmente, com muita capacidade e brilhantismo.
Por outro lado, a figura do gaúcho na literatura é das mais co
nhecidas. Autores como Del Campo, Ascasúbi, Echeverría, Hidalgo, Lusich,
Lynch, Lugones, Guiraldes, Gonzále2 Barbé, E. Gutiérrez, Carlos Reyies,
Rivarola, R, Rosas, J. Superville, M, Ugarte, S. Blixen, W. H. Hudson e in
finidade de outros, enchem as estantes dos leitores hispano-americanos. En
tretanto os maiores livros são: “FACUNDO QUIROGA1', de Sarmientò, e
"MARTIN FIERRO ", de Hernández. (41
O primeiro foge ao comum dos romances, por ser de d ifícil
classificação: histórico, político, geográfico, folclórico, etc., etc., ao passo
que, o segundo, é um legítimo desabafo gauchesco, concebido emtêrmos
de agradável versificação popular. A í, tudo se move, ingenuamente, mos
trando as vicissitudes e injustiças, com que tem sido agraciado o imortal t i
po dos pampas, Mas, simultaneamente, vamos travando conhecimento com
pitoresco linguajar, magníficas evocações trovadorescas, inesquecíveis qua
dros de autêntica observação etnográfica, enfim, mil e um aspectos daquela
linha divisória, que se estendia, então, entre a civilização (precária, na ver
dade) e a bárbarie, nem sempre merecedora de tal designativo.
Ê por isso que iremos servir-nos dêste livro, para final confron
to entre os linguajares gauchescos brasileiro e platino, nos próximos capí
tulos.
No Brasil, os estudiosos não têm faltado, igualmente.
Caberia mencionar os nomes de: Manoel ito de Ornei las, Casti-
ihos Goycochêa, Dante de Laytano, Dantede Moraes, Augusto Meyer, Au
rélio Pôrto, Álvaro Pôrto-Alegre, Cunha Echenique, Waiter Spalding, J. B.
Magalhães, Sílvio Júlio, Tenório Albuquerque, Olyntho Sanmartin, Rubens
de Barcelios, Guilhermino César, Simões Lopes Neto, Roque Callage, Ce-
zimbra Jacques, Gai-Souza Docca, Padre Teschauer, Luís Carlos de Moraes,
Romaguera Corrêa, Antonio Coruja, Alcides de Lima, Vieira Pires, Aurélio
Buarque de Hoilanda, Beaurepaire-Rohan, Holanda Ferreira, Tales de Aze
vedo e grande número de outros,
A literatura gauchesca brasileira, por sua vez, compreende: Si
mões Lopes Neto, Vargas Neto, Darcy Azambuja, Ciro Martins, Erico Ve
ríssimo (de certo modo). Amaro Juvenal, Contreiras Rodrigues, Reinaldo
Moura, Mário Fontana, Alcides Maya, Jorge Cafruni e muitos mais, embo
ra nem sempre se dediquem apenas ao gênero guasca.
Vastíssima é, pois, a literatura ligada à vida dos pampas, tanto
no Brasil como nos países piatinos
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§ O que se observa, porém, é crescente preferência, principal
mente nos lugares de afinidades marcantes com a gente das estâncias, co
mo é o caso dos nossoscamposgerais, que foram ininterruptamente percor
ridos por tropeiros e peões, num vai-e-vem de mais de século, rumo a Soro
caba (então, célebre por suas feiras de animais de montaria, como Feira de
Santana, na Bahia} e de lá, novamente, de retorno aos pagos. (5)
31 Poetas e prosadores gauchescos, têmo-los inúmeros aqui, no
l Paraná chamado antigo, de Guarapuava ao Litoral.
De todos os autôres citados acima, o de trabalho mais sério e
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denso, no que se refere às origens do gaúcho, é, sem dúvida, o ensaísta MA-
NOELiTO DE ORNELLAS, É preciso que se acentue, porém, que, nas edi
ções mais recentes de seu belo "Gaúchos e Beduínos", taivez movido por
algum lirismo explicável, ou pelo desejo de demonstrar espírito democrá
tico, interpôs, de maneira exagerada, a influência do afronegro, que, nas
$ primeiras tiragens, estava, adequadamente, restrita a um modesto papei, só
mais tarde tornado apreciável, com o aumento do intercurso de mercado
9 rias.
§ De qualquer modo, aí, êle vai ès próprias plagas norte-africa
% nas, em busca do maragato berbérico, que se iria perpetuar, através da Es
panha., numa estranha metamorfose pol ítica, em terras do Brasii,
1 Manoelito não trepida em atribuir ao beduíno ou nómade mou
§* ro-arábico alguns dos grandes rasgos de caráter do riograndense do interior.
Seja como fôr, não podemos deixar de, mais uma vez, acentuar
H o papei notabilíssimo que a mistura de raças e culturas, de par com o meio
§ físico, exerceu na etnogênese do habitante do pampa,
Em termos limpos, podemos reconhecer ou identificar a pro
t
cedência de quase todos os traços culturais e complexos relativos, que se
i nos deparam na vida física e espiritual do gaúcho.
§ Do indígena (sem discriminação), é lícito mencionarmos a se
guinte participação: boleadeiras ou bolas para laçar os animais (alguns, até,
9 incluem o laço), chiripá, erva mate (chimarrão, etc), churrasco ( a princí
m pio, de corpo inteiro, num processo giratório, de forquilhas), ponche ou
pala (origem andina), mandioca, etc. Percebe-se, facilmente, a natureza
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providencial dos empréstimos, dado o perfeito entrosamento índio-solo,
9 com a respectiva sabedoria de milénios,
Do índio, também, se pode dizer que herdou a mobilidade in
crível, a sobriedade, a inconstância, etc.
Já dissemos que o gaúcho original era quase que exclusivamen
te euro-amermdio, isto é, resultado do consórcio indo-português ou indo-
espanhol. Mesmo nos dias de hoje, é patente a presença do missionefro ou
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indiático, em numerosos pontos do Rio Grande do Sul, É questão, apenas,
de observação detida. Figuras como as de Plácido de Castro, Marechal José
de Abreu (Barão de Sêrro Largo), Érico Veríssimo, Darcy Azambuja, Lou
reiro da Silva (Charrúa), Honórío de Lemes (o aguerrido revolucionário)
e muitos mais, atestam que o indígena não foi aniquilado, nem expulso do
Brasil, mas simplesmente entrou no caldeirão da mestiçagem.
Da outra parte, o nosso gaúcho tiraria: o uso do cavalo (já co
nhecido do índio, nos úitimos sécu(os), as rédeas e jaez em geral, a faca
{que, à moda da tromba do elefante, servia para tudo), as botas, as bomba-
chas, o lenço de cobrir a nuca, etc.
Note-se que êstes últimos representam inegável sobrevivência
árabe ou mourisca. Aliás, a terminologia portuguesa está cheia de vozes ará
bicas, no que tange ao cavalo: alazão, alferes, aiveitar, zarco, jaez, ginete,
argola, zaino, alforge, almocreve, algema (dos pés do cavalo), acicate, azê-
mula, albarda, alarife (no sentido de guia), baraço (corda), arrêto, etc.
E a própria mobilidade ou nomadismo, segundo vimos, não po
derá explicar-se apenas pela presença dò índio.
Bem assim, a proverbial hospitalidade,
É claro que, no referente à formação das psiques, muitas coisas
são, às vezes, omitidas, e, assim, o maior simplismo passa a imperar.
Mas a vida, nos primeiros anos, não iria lembrar absolutamente
a opulência das relações europeias de então.
Ao contrário, a pobreza circunstante denunciava tão somente a
presença do gado bovino: desde a bota até os berços das crianças, tudo era
feito de couro. Uma autêntica civilização do couro, portanto, como nô-lo
sugere Mestre Capistrano de Abreu, para o seu ensolarado Ceará, onde can
ta a jandaia nas frondes da carnaúba. Adiante, veremos quais as conse
quências, em relação à vida espiritual, com especialidade de natureza lin
guística.
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DÉRÍO para a decifração do enigma.
De qualquer modo, não se dave perder de vista a relação gaucho-
quasca, em língua castelhana,
BOLEADORAS, boleadeiras ou bolas são uma espécie de laço com esferas
ligadas à ponta, para caçar emas. São, na verdade, três pedras,
retovadasem couro e presas por pequenas cordas. Não me cons
ta sejam usadas fora dos pampas,
PINGO, no sentido de cavalo bom, vistoso e fogoso, só tem curso na re
gião a que estamos referindo, A literatura se encarregou de di
fundir a expressão, nestes últimos anos,
TOLDO quer dizer aldeiamento de índios, barracas ou postos em que vi
vem, em condições semi-civilizadas (página 122),
CRIOLLO ou Crioulo tem a acepção denaturai de ou filho de algum lugar:
"Es criollo de Córdoba". A significação de homem de côr é
mais de outros Estados, princípalmente da antiga Guanabara e
adjacências,
RINCÓN ou RINCÃO, por sua vez, tem tanto o sentido de torrão natal co
mo o de lugar indeterminado: "Los pobrecitos tal vez no ten-
gan ande abrigarse, ni um rincón anda meterse, , , . (Página
48),
CHUCO se usa como tremor de frio, calefrio (página 183), Mas,
QUERENCIA OU Querência, hoje, de projeção inter-estadual, aplicava-se,
antes, a animais, passando, mais tarde, a significar o mesmo que
pago, O têrmo veio da Argentina.
CHIMANGO é nome de ave de rapina, maior que caracará. Designa, tam
bém, uma dança em que as mulheres tiram os homens para dan
çar. É neste sentido que o conhecemos no Paraná,
MILONGA, espécie de dança, de toda dolente, com influências africanas,
mas de proveniência visivelmente platina. Em certos pontos do
Brasil, é sinónimo de fofoca, mexerico, etc. (página 40).
CHIRIPÁ é velho conhecido nosso, vestimenta primitiva, feita de baeta«
usada abaixo da cintura, Era indumentária barata e providen
cial. Mais tarde, passou a ter sentido de avental de couro, neces
sário nas laçadas ao gado vacum e cavalar. É, ainda, uma voz
quíchua, da língua dos incas. (Página 130).
BOMBERO ou BOMBEIRO, na expressão, "é um bombeiro, veio das li
nhas inimigas", quer dizer espião e se limita à zona gauchesca.
Em "M artin Fierro", à página 99, está: "N ostom aron por
bomberos y nosquisieron lanciar".
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Finalmente,
MIGA, é claramente abreviação de migalha ou migaja, em castelhano "M ar
tin Fierro", página 207: "sólo ilegaban ias migas que habían
quedado en los lienzos".
Por incrível que pareça, Miga existe, também, em certos pon
tos do Brasil, o que nos faz pensar s® trate antes de abreviação antiga.
O vocabulário de "M a rtin Fierro" é, pois, uma fonte inesgotá
vel de gauchismos. Ao lado das palavras que são usadas apenas na zona ga-
uchesca, com determinado sentido, podemos, agora, mencionar outro tan
to de expressões que são conhecidas no Brasil Meridional, Isto é, também,
em Santa Catarina, Paraná e sul de S. Paulo: pelear, ou peliar, baquiano (va-
queano), bagual (baguá), Barbaridá :(qué barbaridáj, peón (peão), carniar
(carnear), ternero (terneiro), matambre, Siviano (leviano), de yapa (de nha-
pa), estancia (estância), guacho, aporriar, rengo, carancho, rechoncho, gua-
yaca, cancha, chácara (chacra), poncho, puchal (la puchal),etc, (7)
PELIAR ou pelear é lutar, pelejar: , DE PELIAR HASTA MOR IR "
(Página 137).
BAQUIANO (vaqueano), conhecedor de caminhos, homem experimenta
do: "CUANDO ERA GAÚCHO BAQUEANO", (Página 21)
Ê têrmo aimará,
BAGUAL ou BAGUÃ,cavaio nôvo e arisco, Parece de origem castelhana,
vindo do árabe "baghel", mesmo sentido, e que se disseminou
pela América Latina.
QUÉ BAR BAR ID Á ou, como dizemos: QUE BARBARIDADE! Exclama
ção de espanto, admiração, etc, É hoje conhecida até no Rio de
Janeiro (Página 23), (8)
PEÓN ou Peão, no sentido de empregado de fazenda ou estância, O caste
lhano diz PEÓN; (Página 40), Como soldado de infantaria ou
peça de xadrez, o uso é generalizado,
CARNEAR ou CARNIAR: charquear, preparar a carne para tal: "PUES
OTROS PODIAN VENiR Y CARNIARME A L L l'E N T R E 0-
TROS" (Página 128).
TERNERO, ternerito ou terneiro, nome dado ao bezerro (Página 64 e 105).
MATAMBRE ou mata-hambre: carne que cobre as costelas do boi. É assado
m uito saboroso, A tradução é maía-fome.
LIVíAN O ou leviano, no sentido fisico, de leve: "D E ESE MODO ANDA
L1VIANO, NO FATIG A EL MANCARRON" (Página 108).
DE YAPA, de nhapa, de bonificação, como prémio de compra: ", . , .Yde
yapa, cuando vá, todo parece estudiao" (Página 201) . . , É voz
qufchua.
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ESTANCIA o li estância, fazenda de gado; "YO H é VISTO EN ESTA MI-
LONGA A MUCHAS JEFES DE ESTANCIA Y PSONES EN
ABUNDANCI A " (Página 40).
GUACHO, muda de erva mate, animal amamentado por outra mãe, pás
saro que desova em ninho alheio: "QUE HABIA SIDO PA EL
AMOR COMO GUACHO PA LA LECHE" (Página 70).
APORRIAR, aperrear ou aporrinhar, espancar, domar um cavalo vicioso,
apoquentar, aborrecer: "L A GAUCHADA . . . . NO SE LE VE
APO R R IAD A" (Página 28),
RENGO, no sentido de manco, tanto para cavalos como seres humanos:
"YO SÉ HACÊRME EL CHANCHO RENGO,CUANDO LA
COSA LO ESIGE" (Página 67).
CARANCHO, ave de rapina, pessoa de nariz adunco: "LOS CARANCHOS
LO COMI AN PERO LOS PAGABA Y O " (Página 18),
RECHONCHO, abreviação de rechonchudo;: "A LC IM A R R Q N LE PREN
D IA, HASTA PONERSE RECHONCHO, M IENTRASSU CHI
NA DORMIA, TAP AD ITA CON SU PONCHO" (Página 20).
GUAYACA, CINTO PARA GUARDAR DINHEIRO. Hoje, é de emprego
generalizado (Página 39).
CANCHA, têrmo quíchua, primitivamente privativo das estâncias, char-
queadasou estabelecimentos para o beneficio da erva m ate.. ,
Hoje, é usado nos esportes.
CHÁCARA ou chacra, palavra aimará, espécie de quinta, depois, pomar
mais ou menos extenso, e hoje significa até sítio sem árvores
frutíferas (Norte do Brasil).
PONCHO, capa de lã, quadrada, com abertura na parte superior. Veio,
também, das línguas indígenas dos Andes (Página 20).
PUCHA! (ou La Pucha! ), exclamação de admiração ou espanto, Nada tem
a ver com o verbo PUXAR. É de uso corrente no Brasil intei
ro, na forma errada. A sua origem é castelhana e tem sentido
chuio, embora cordial: "L A PUCHA! QUE SÊ BAJA, SIN QUE
SE LARGUEM NI UM R IA L !" |Página)29).
Agora, tentaremos analisar os gauchismos que têm curso por
todo o te rritó rio nacional, ou seja, a zona brasileira total, até à A M A
ZÔNIA.
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Como temos verificado, um exame detido do vocabulário de
"M a rtin Fierro", de José Hernández, nos mostra que aí existem, também,
termos usados em todo o Brasil e que conservam a mesma significação do
texto argentino ou quase tal.
Por exemplo, GRINGO, que tanta coisa representa, conforme
a região em que estejamos, aqui, sem dúvida alguma, quer dizer "elemento
humano de iíngua bem diferente: "E R A UN GRINGO TAN BOZAL, QUÊ
NADA SE LÉ EN TEN D IA " (Página 41 e também Páginas 42 e 146),
Quanto à origem da palavra, uns dizem que vem de GRIEGO
(como em "parece grego, não entende patavina"). Outros, como Mestre
Gilberto Freyre, acham que êsse substantivo representa o começo da can
ção inglesa: “Let the Green Go Ashore"l” ou seja; "Que os Verdes Desem
barquem!" Refere-se aos marinheiros ingleses. De qualquer modo, porém,
temos uma expressão de larga difusão pelo Brasil e, mesmo, pela América
Latina tôda,
Outra palavra que se usa, igualmente, no Brasil inteiro, é PI
TAR, convergência de PITO, castelhano e português, e PETO ou PYTYMA,
tupi-guarani (Página 28): "LO HAREMOS PITAR DEL JUERTE".
TAPERA é de origem visivelmente indígena. Vem de TABA mais ERA, ou
aldeia abandonada (Página 43).
TOPAR é, de fato, um verbo de muito uso, na língua portuguesa, Mas, no
sentido de aceitar desafio, proposta -^ou" ir com a cara de al
guém", pode ser considerado privativo do Brasil e região plati
na: "En cuanto me enderece, nos volvimos a TOPAR", no se
podia descansar y me chorriaba el sudor: en un apuro mayor
jamás me he vuelto a encontrar" (Página 131).
"COBRES", no sentido de dinheiro, é de muita amplitude, sem dúvida al
guma: "Nosotros, de cuando en cuando, soliamos ladrar de
pobres: nunca ilegaban los cobres, que se estaban aguardando"
(Página 35; igualmente, página 200).
ESPICHAR tem vários sentidos em português e espanhol, Mas, na acepção
de ESTICAR ou de MORRER, é mais brasileiro e principal
mente do Sul. Em "M a rtin Fierro", temos: "Y e! indio es co
mo tortuga, de du‘ro para espichar; se lo llega a destripar, ni si-
quiere se le encoge; luego sus tripas recoge y se agacha a dis
parar" (Página 31).
Que bruto preconceito do suposto civilizado! E não nos esque
çamos de que Josá Hernández era mestiço de indio com espa
nhol .........
TABA é aldeia de índios (Página 36),
CURANDERO ou CURANDERA (em português,curandeiro) representa al
go muito nosso conhecido: "A las mujeres que curan, se las
liama CURANDERAS" (Página 166),
CAMPEAR ou CAMPIAR, por sua vez, expressa muita coisa: acampar, mar
char garbosamente, fazer ostentação, lutar, etc, Todos se lem
bram de CIO, el Campiador. Entretanto, no sentido de andar à
procura de gado (a cavalo) ou bater o terreno, em busca de coi
sa perdida em geral, é brasileirismo puro, como o é, por afini
dade ou paralelismo, da região gauchesca: "Dentre a CAMPIAR
en seguida al viejito enamorao” (Página 71),
BOZAL constitui, evídentemente, voz de influência da escravidão, embo
ra a origem seja castelhana, usada, píimitivamente, para desi
gnar o africano que ainda não entendia português ou castelha
no, Assim, opunha-se a LADINO (do laíin LATINO) Hoje, é
termo depreciativo e não sòmente explicativo ou distintivo, Já
foi citado acima, juntamente com GRIEGO,
FACÓN e, como facilmente se depreende da forma (começada por F), um
brasileirismo entre os piatinos: "SiN MÁS AMPARO QUE EL
CIELO; NI OTRO AMIGO QUE EL FACÓN" (Página 60), (9)
— Em Buenos Aires, há muitos brasiieirismos, com especialidade
nas baixas camadas: bonde, rua, tapor (metãtese deporta), ca
rioca, etc. Em compensação, daí nos vieram: encanar, (pren
der), alambrado, bacana (que a televisão tanto preza), alcague-
te, mala (no sentido de dinheiro, como abreviação de maia gra
na), etc.
PAMPA devia ser feminino; mas, o português o transformou em masculino.
Trata-se de vocábulo quíchua, Cumpre, porém,esciarecermos
que, quando significa espécie de esvaio ou homem raiente, ele
é masculino em castelhano:
"QUE TODO PAMPA VALENTE AN D A SIEMPRE BIEN-
M ONTAO" (Página 109),
RANCHO, como outras palavras da nossa língua, apresenta inúmeras a-
cepções. Pode ser magote de carnavalescos entusiastas; fazen
da ou granja para diversos fins, principalmente para a criação
de gado; comida para soldados; lugar na proa, onde dormem os
marinheiros; casa provisória na zona rural; e, finalmente, caba-
- 21 -
na rústica ou miserável, nos campos, nas selvas, etc. Em "Mar
tin Fierro", está:
"Y sí es lejos dei camino.
Como manda la prudência,
Mas siguro que en su rancho,
Uno ronca a pierna sueíta (pagina 230).
VI I
-23-
dango, ma colé hacíendome bola, mas metió em diabio la cola,
y todo se volvíó pango". (página 76).
DESEMBUCHAR, no sentido de dizer tudo, falar sem constrangimento, a-
parece na página 94: "EI que va por esta senda cuanto sabe de
sembucha
No inglês, éTO SPEAK OUT ou, mais popularmente, TO SPIT
OUT, cuspir tudo.
MATREROou matreiro; em português, quer dizer astuto, sabido, experiente.
Entretanto, no sul do país, toma a acepção de arisco, selvagem,
insubmisso, etc, É assim que se depara no livro de HERNÁN-
DE2: "Juyeron los más matreros y lograron escapar" (página
26), E na página 81: "Andaremos de matreros, si es precisoí pa
salvar".
Aqui, no Paraná, o têrmo é usado como MATUTO. Influência
da analogia, como em tantos outros vocábulos.
Como estamos vendo, pois, há muita afinidade entre platinose
sul-brasileiros, como ainda entre os primeiros e o restante dos nossos pa
trícios, até certo ponto. A esta altura, já. podemos faiar em catalogar outras
expressões, existentes nos pampas e pontos outros do país, conquanto nem
sempre haja coincidência ou identidade geral, nos casos apontados,
Assim é qus relacionaremos vocábulos como os seguintes: chim-
bé, embicar, furungar, fuxicar, guenzo, mambira, malhar, manguarf, mara-
timba, mombuca, muçum, nicar, pechada, pínchar-se, pixuá, reimoso, suro
ou surú, tararaca, tarugo, teiró, troncho, teatinar ou tatinar, esgruvinhado,
novilho, alcaide, retovar, etc. etc.
Vocábulos de várias origens, e que serão mencionados em li
vro especial, existem no Paraná, como êstes: guri ou piá, tongo, embira,
9anJa, guapeca, jaguara, taimbé, jinjibirra, jaguatirica, macana e bacana,
mamangava, mandruvá ou maranduvá, maxixo, mondrongo, óigale, êigale
e e|9ate!, piquira, pindoca, piroca, samora, sambiquira, solito (guapito), ta-
P®jara, tiguera, tocaio (xará), tubuna, arapuca e urupuca, buava, miquim-
ba, tabacudo, mucuto, etc, (10).
Vl!l
-25-
nn/Hin* MfiisiiíhysES
♦
surt, ema.
TARARACA, indivíduo confuso, tonto, ou que anda às apalpadelas. È
» gauchismo característico.
TARUGO, indivíduo baixo e grosso; cigarro grosso, feito de fumo macáio.
»
Nesta acepção, é gaúcho e sul brasileiro. No sentido de peça
§ ou prego de madeira.,,passa a ser de todo o BRASIL e mais
PORTUGAL.
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I
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i
-26-
N OT AS
EXPLICATIVAS
- 27-
ainda restem poucos indígenas propriamente ditos, o seu sangue cal-
deado prevalece, no entanto, em milhões de indivíduos, que ocupam
todos os cargos, conforme atestamos em "Cepa Esquecida": Eucli-
des da Cunha, Plácido de Castro, Sylvio Roméro, Capistrano de A-
breu, Floríano Peixoto, Café Filho, Pedro Américo, Almeida Júnior,
Pereira Passos, Coelho Neto, Marcos de Macedo (época colonial), Ge
neral Carneiro, General Tíbúrcio, Cardeal Arcoverde, Diogo Feijó,
Benjamin Constant, Érico Veríssimo, Rocha Pombo, Marechal Hum
berto de Castelo Branco, Joaquim Murtinho, Conselheiro João A l
fredo, Campos Saltes, Hugo Carvalho Ramos, Augusto de Mendonça
e muitíssimos outros.
-28-
7) - Sôbre a genealogia de "Martin Fierro", existe um valioso e bem con-
. densado trabalho do escritor mexicano, Dr. Fortino Ibarra de Anda:
"E I Periquillo Sarniento" V "M a rtin Fierro" (Sendas Semblanzas So
ciológicas de México y Argentina", México, 1,966. Não deve faltar
em nenhuma biblioteca de estudiosos continentais.
- 29-
SÕBRE
O AUT OR
-31 -
2 1 _ Academia Piracicabana de Letras-Piracicaba - Estado de S. Pauto.
22 -• Ordem dos Advogados do Brasil, Rio.
2 3 - Academie Ansaldi-Paris - França.
24 - American International Academy-Nova York - Estados Unidos.
2 5 - International Counci! oí Museums, Londres - Inglaterra.
26 — Academia de Cultura Guarani-Assunção - Paraguai.
27 — Instituto de Historia, Etnologia y Folclore, Tucumán, Argentina.
2 8 — Instituto Argentino de Críticos Literários, Buenos-Aires - Argentina.
2 9 _ Academia Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro - Brasil.
3 0 — Casa de Cultura, Lima, Perú,
31 — Academia de Letras de Uruguaiana, Uruguaiana - Rio G, do Sul
32 — Faro dei Titánici ■ Nápoles - Itália.
3 3 — Accademia Letteraria Scientífica Internazionale, Nápoles - Itália,
3 4 — Accademia di Paestum, Salerno - Itália.
3 5 — Accademia dei Magnati ed Autori, Roma - Itália.
3 6 — Accademia dei Magnati B ib lió fili, Nápoles - Itália.
37 — Union Cultural Americana, B. Aires - Argentina,
3 8 — Instituto de Cultura Americana, La Piata - Argentina,
3 9 — Accademia Letteraria Araldica Scientífica-Treviso - Itália.
4 0 — Instituto y Biblioteca Panamericana-B, Aires - Argentina.
41 — Órdende los Insignidos de América-B, Aires - Argentina.
4 2 — Asociación de los Escritores de la Provinda de B. Aires, La Piata
Argentina,
4 3 — Legión Espiritual Americana, La Piata - Argentina.
4 4 — Confraternité Universelie Balzacienne, Paris - França.
4 5 — Asociación Paramertcana de intercâmbio Cultural, La Paz - BolivSa.
4 6 — União dos Trovadores do Brasil, Rio - Estado do Rio.
4 7 — Academia Universal de Humanidad, B. Aires - Argentina.
4 8 — Institut Nord-Africaín d'Etudes Metapsychiques, Argei - Argéiia,
49 — Grupo Americanista de Intelectuales y Artistas, Montevideo - Uruguai.
5 0 — Asociación Internacional de imprensa, Montevideo - Uruguai.
51 — Academia Filosófica Psicomentesof ía, B. Aires - Argentina.
52 — Centro Literário Filosófico "Arca dei Sur", Montevideo - Uruguai.
53 — Sociedad Naturalista Colombiana, Medelín - Colombia.
5 4 — Academia Andronosófica, San Marino
5 5 — Centro Cultural de Filgueiras, Fiigueíras- Portugal.
5 6 — Asociación de los Derechos dei Negro, B. Aires - Argentina.
57 — Centro Cultural Humberto de Campos, Espírito Santo
5 8 — Associação Intercâmbio intelectual, Guiratínga, Mato Grosso -Brasil,
- 32-
m
OBRAS
INÉDITOS
Cepa Esquecida.
0 Direito entre os índios do Brasil.
Dicionário de Provérbio e Frases Feitas da Língua inglesa.
Inéditos e Esparsos,
-33-
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Endereço de Correspondência:
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35
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