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História da anatomia humana

Michelangelo

ETAP - Escola Técnica de Aplicação Profissional

Alunos: Davi Garcia, Felipe Cardoso, Raiany Santo e Robert Monteiro


Turma: Necrópsia 18.1

Cabo Frio 2019


Linha do tempo da anatomia
Introdução
A Renascença foi um período marcado por uma intensa produção artística e
também pelo choque entre ideais humanistas e os dogmas da igreja. Os
artistas deste período trazem a ideia do ser humano valorizado, ressaltando o
corpo e exaltando o belo.
Neste período surge Michelagniolo Buonaroti (1475-1564), “Michelangelo”,
universalmente conhecido por seus magníficos afrescos e esculturas, foi
arquiteto, escultor, pintor e poeta. Nasceu em Caprese na Itália e com apenas
13 anos contra a vontade de seu pai Ludovico, ingressou no atelier de pintura
do renomado Domenico Ghirlandajo em Florença onde efetuou o seu
aprendizado artístico.
Com seu notável talento destacou-se frente aos outros aprendizes sendo
indicado por Domenico para estudar na escola mantida por Lorenzo de Médice,
no palácio dos Médice, local onde se concentravam artistas de toda a Itália,
filósofos e médicos renomados que despertaram em Michelangelo através das
sessões de dissecação, o interesse pela Anatomia. Esta ciência por sua vez, o
acompanharia o restante de sua vida, podendo ser visualizada em seus
afrescos e suas esculturas. Vale a pena ressaltar que, as dissecações eram
proibidas pelo clero, desde a antiguidade, eram permitidas apenas com
autorização do Papa a alguns catedráticos apadrinhados por nobres ou
autoridades do clero. A sua transgressão era geralmente punida com prisões,
torturas e a morte.
Com 18 anos já artista formado, conhecedor da Anatomia e das técnicas de
dissecação, na busca incessante pela perfeição em suas obras, resolve fazer
uma imersão profunda em seus conhecimentos anatômicos e passa a dissecar
clandestinamente cadáveres de criminosos executados, indigentes e oriundos
de hospitais, o que proporcionou a Michelangelo um profundo conhecimento da
Anatomia Humana.
Em suas obras podemos encontrar uma série de indicações e referências a
algumas “estruturas anatômicas”, que por sua vez encontram-se “ocultas” em
suas pinturas e esculturas. Algumas são evidentes e facilmente identificáveis,
enquanto outras necessitam de um olhar “anatômico” mais apurado para que
possam ser identificadas.

Desenvolvimento

No período grego, embora dissecações já fossem realizadas, grande parte


teria se limitado à abertura de corpos de animais, embora registros mencionem
em geral o contrário, é de se imaginar que a Grécia houvesse aglutinado um
vasto repertório de Anatomia Humana, dado o domínio técnico de suas
produções, aliado a um raro nível de elegância formal. Mas esses
conhecimentos não teriam, em sua maioria, chegado até nós. O primeiro
grande momento da história da anatomia parece ter se dado, de fato, na Escola
Médica do Museu de Alexandria, fundada em 290 a.C. Quando Tolomeo Sóter
(conhecido como o “Salvador” e um dos principais generais de Alexandre, o
Grande) assume o reinado do Egito entre 305 e 284 a.C., funda junto à
Biblioteca de Alexandria, o Museion – ou “Templo das Musas”, sediado na
Escola Médica, onde se empreenderam diversas dissecações, dando um
importante passo ao estudo da Anatomia Humana.
A maioria das dissecações, contudo, limitava-se a corpos de animais, em
especial do macaco africano, uma vez que a abertura de cadáveres humanos
era considerada profanação religiosa, rigorosamente proibida por lei. A
ditatorial tutela que a igreja Católica exerceu sobre o conhecimento no período
escolástico fomentou explicações divinas à origem das doenças, sendo uma
das maiores causas adversas ao desenvolvimento consciente e sistemático
dos estudos médicos (e das ciências em geral), essa cristalização
paradigmática medieval paralisou o estudo anatômico por alguns séculos.
Apenas no início de 1400 as dissecações voltam a aparecer, o que estimulou,
por fim, estudos mais completos e o início da especialização da medicina como
disciplina autônoma do conhecimento.
Esses fatores movem-se dialeticamente no processo de ascensão da
burguesia europeia. O desenvolvimento econômico desta classe associado à
sistematização da medicina criou imediatamente uma enorme demanda por
cadáveres, cuja obtenção foi facilitada com a dissecação pública de
condenados à morte – único meio legal de disponibilização de corpos no
período. Este recurso não supria, porém, a exigência das escolas de Medicina,
o que encetou o tráfico de corpos. A proibição impingida à dissecação e a
perseguição daqueles que o tentavam gerou efeitos verdadeiramente
desastrosos.

Embora gerando enorme desenvolvimento à Anatomia, apenas corpos de


condenados à morte por enforcamento eram destinados aos estudos médicos –
o que gerou uma onda de execuções. Nos últimos anos do reinado, a média
anual de condenados à morte subira para 560 por ano. Relatos históricos
afirmam que a dissecação pública como penalidade, destinada apenas a
crimes como assassinato e traição, estendera-se também a criminosos
comuns. (Para termos ideia de quão longe foi a barbárie envolvendo as
dissecações, já em 1828 se registrou 16 assassinatos com a finalidade de
venda de corpos para uma escola privada em Edinburgh, na Inglaterra).

Na Renascença advindo de uma atitude objetiva diante da natureza e dos


fenômenos houve a iminente necessidade da criação de novos mercados e
técnicas. Neste momento, as artes visuais assumiram protagonismo na nova
conformação do mundo, que se reescrevia sob a batuta científica e artística.

Conciliando os interesses científicos e estéticos, os artistas do Renascimento


proporcionaram uma síntese das áreas em produções ainda hoje admiradas. O
corolário desse interesse emergente foi a publicação do tratado De Humani
Corporis Fabrica de Andreas Vesalius (Bruxelas, 1514. Zante, Grécia, 1559),
no ano de 1543, em Basiléia, na Suíça. Com abundantes ilustrações
desenvolvidas por artistas, e apresentando um estudo sistemático da Anatomia
Humana, essa publicação superou definitivamente o que até então se conhecia
por Anatomia Humana, estabelecendo as bases da Anatomia moderna.

Um fator importantíssimo
que possibilitou a prática
efetiva desse progresso
foram as investigações
realizadas pelos artistas, e
faz-se quase desnecessário
aqui o destaque a
Michelangelo Buonarroti
(Florença, 1475. Roma,
1564)

Michelangelo di Lodovico
Buonarroti Simoni, um
italiano nascido em seis de
março de 1475, numa
pequena localidade chamada
Caprese, próxima da cidade
toscana de Arezzo, foi aluno
do pintor Domenico
Ghirlandaio na cidade de
Florença quando era ainda
criança, no ano de 1488.
Com a ajuda do mecenato de Lourenço de Médici passou a estudar escultura
com Bartoldo di Giovanni, percebendo o talento de Michelangelo, o famoso
mecenas pediu autorização para a família do jovem artista para que o mesmo
fosse morar no palácio dos Médici. Quando na cidade de Florença, recebeu
influências artísticas de vários escultores, pintores e médicos que estimulavam
a curiosidade do garoto, levando-o a sessões de dissecação. Desta maneira,
quando completou 18 anos já era um artista formado, seu entusiasmo fez com
que se aprofundasse no assunto tornando-se assim pleno conhecedor da
anatomia humana, conhecimento tamanho que se pode notar em suas obras.

Exemplo de tal conhecimento destaca-se a obra “Crucificação” que esculpiu


em madeira na cidade de Florença e doou a uma igreja em agradecimento por
lhe terem permitido estudar os cadáveres ali conservados

Os artistas da época perceberam que para atingir a perfeição em suas obras


seria necessário conhecer todos os componentes corporais que dão origem
aos movimentos. Para tal, não bastavam às informações e o saber adquiridos
através de observação de modelos vivos ou do estudo das obras dos grandes
mestres. Era necessário estudar a parte não visível do corpo: o seu interior.
Sendo assim, ambos se utilizaram da técnica de dissecação de cadáveres para
estudar anatomia. Michelangelo, ao contrário dos outros artistas não se
interessou por outro tema senão o do corpo humano, suas obras: esculturas,
pinturas e desenhos; apresentavam o corpo em ângulos e movimentos nunca
vistos antes. As diversas posturas em que o corpo passa a ser representado, e
que só se tornaram possíveis graças à incorporação exata da anatomia
humana, fazem com que ele deixe de ser um objeto distante do observador e
ganhe “vida”.
Michelangelo se dedicou à dissecação de corpos humanos apoiados nos
estudos do médico italiano Realdo Colombo, e seu intento era exclusivamente
o de melhor compreender a estrutura do corpo humano. Seus estudos sobre
anatomia compreenderam cerca de doze anos vividos entre Florença e Roma.
Assim como o grande artista, um anatomista chega ao mesmo aprendizado
de maneira muito semelhante, ou seja, através da compreensão da forma e a
função das diferentes partes corporais e anatomia subjacente. A partir dos
procedimentos de dissecação retomados pelos artistas renascentistas e de
modo especial por Michelangelo, a renascença é considerada a época em que,
de fato, nasce a anatomia moderna.

Conclusão

O artista Michelangelo foi uma das maiores expressões renascentistas do


mundo. Michelangelo dedicou-se a figura humana tanto em suas obras quanto
ao estudo da anatomia, para ele não havia movimento que não pudesse
reproduzir. Realizou durante sua vida obras magníficas as quais demonstram
seu profundo conhecimento sobre as estruturas anatômicas.
Concluímos, portanto que, ainda falta muito para compreender este gênio do
Renascimento e que sem sobra de dúvidas, a obra de Michelangelo, foi a mais
importante e admirável aula de Anatomia de todos os tempos.

A anatomia oculta de Michelangelo

A edição de Agosto (2004) da revista Aventuras na História traz uma


reportagem que chama-se “Lição de Anatomia” e traz o seguinte cabeçalho :
“Pesquisadores brasileiros acreditam ter desvendado um mistério de quase 500
anos, envolvendo uma das obras mais conhecidas de Michelangelo. Eles
afirmam que os afrescos da Capela Sistina, no Vaticano, escondem partes do
corpo humano dissecadas pelo mestre do renascimento”.
A teoria diz que Michelangelo escondeu nos afrescos verdadeiras lições de
anatomia vinculadas a diversas simbologias.
Abaixo algumas delas:
A CRIAÇÃO DE
ADÃO - O criador
está dentro de um
corte sagital do
crânio. Podem ser
observados a
calota craniana
com as três
camadas - Osso
compacto interno,
externo e díploe
(a), o lobo temporal
(b), a hipófise (c) e
o tronco cerebral
(d).

(A) o detalhe do
pescoço no afresco
da Capela Sistina e
(B) um tronco
encefálico ao vivo

Bibliografia

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS

BALL, M. J. Nursing informatics: Where caring and technology meet. Springer, 2000.

BUSSAGLI, M. Anatomia artística. Roma: Giunti, 2001.

CLARK, K. Michelangelo di lodovico Buonarroti Simoni: bibliografia ilustrada. São Paulo:

Ediouro, 2004.

ELLIS, H. A history of surgery. Cambridge University Press, 2001.

GONZÁLEZ, M. A. S. História, Teoria y método de la Medicina: introducción al pensamento

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LOPERA, J. A. História geral da arte. Madrid: Del Prado, 2004.

WOLFFLIN, H. A arte clássica. São Paulo: Martins Fontes, 347p. 1990

SCHIDER, F. An atlas of anatomy for artists. Courier Dover Publications, 1957.


Sites:

https://gustavotdiaz.com/2016/04/09/pequeno-historico-da-anatomia-artistica/

www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2004/ju256pag12.html

https://grazieate.com.br/o-artista-michelangelo/

http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/w0WGtRfsDBVK61p_2013-
6-13-15-51-18.pdf
http://medicineisart.blogspot.com/2010/05/o-anatomista-michelangelo-revelado-no.html

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