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Para exemplificação da metodologia aplicada será apresentado a seguir a análise e geração de gráficos e
tabelas do serviço de alvenaria interna da Obra 2. Todos os serviços estudados foram analisados com a
aplicação da mesma metodologia e serão discutidos e comparados no Capítulo 5, mostrando as variadas
situações encontradas.
Serviços Gerais
Após a obtenção dos dados, inicia-se a fase de organização e formação de um banco de dados, que dará
origem aos gráficos e tabelas para análise do serviço apropriado. O banco de dados deve conter todos os
dados que a planilha de coleta de dados fornece. Um exemplo de banco de dados do serviço de alvenaria
interna, apresenta-se na Figura 3.
Esse banco de dados deve ser formado a cada novo serviço que se apropria e deve conter todas as
informações que a planilha fornecer. Deve-se também realizar algumas operações para obtenção das horas
totais trabalhadas no dia pela equipe, coeficiente de produtividade de serventes e oficiais, e todo e qualquer
parâmetro que posteriormente se deseja utilizar para a formação dos gráficos. A partir da formação do banco
de dados parte-se para a etapa de geração de gráficos.
Deve-se transferir para o banco de dados as informações anotadas nas planilhas de produção, entre elas: pav.
(pavimento), quant.exec.(quantidade executada), hh.ofic.(horas-homem oficial), hh.serv.(horas-homem
servente), dia mês(dia do mês), dia sem(dia da semana), of./serv.(equipe) e Obs.(observações). Esta última
identifica o acontecimento de alguma causa especial no desenvolvimento do trabalho, como chuvas, falta de
materiais e outros. A partir dos dados transferidos faz-se o cálculo de consumo e hora total:
Onde:
Observa-se que para o cálculo da produtividade emprega-se apenas as horas gastas pelo oficial, pois o
servente não contribui diretamente na execução do serviço, isto é, neste trabalho é considerado tempo
produtivo o tempo gasto para execução do produto final. Por exemplo, é considerado tempo produtivo o
tempo gasto para elevar a alvenaria e de tempo auxiliar a preparação da argamassa de assentamento pelo
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servente. Desta forma consideramos apenas o tempo gasto pelo oficial que elevou a alvenaria como tempo
produtivo.
Após a finalização do serviço é realizada a soma total da quantidade de serviço executada, indicadas na
planilha de produção como: horas gastas com oficiais (hh.ofic), serventes (hh.serv) e total (hh.tot) e calculada
a média da dos consumos para a obtenção do índice de produtividade médio do serviço.
Gráficos e Tabelas
Para geração dos gráficos e tabelas, é utilizado o banco de dados, através da confrontação dos seus dados. A
Tabela 12 apresenta os gráficos, tabelas e os dados confrontados para sua criação:
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Tabela 12 - Dados confrontados para formação dos Gráficos e Tabelas
Produtividade pelo custo por m2 "of./serv.", "prod." (média), "custo por m2"
(média)
Consumo de horas por pavimento "pav.", "cons.of."(média), "cons.serv."
(média) e "cons.tot.of." (média)
Consumo de horas ao longo da execução "dia mês", "cons.of."(média), "cons.serv."
do serviço (média) e "cons.tot.of." (média)
Tabela
A Tabela 13 apresentada a seguir é usada para o controle e certificação dos dados colhidos em obra, isto é,
para verificar se as quantidades executadas por pavimento estão de acordo com o projeto. Se houver grande
variação das quantidades indica que a coleta não foi realizada corretamente ou houveram algumas
particularidades, devendo os dados serem ignorados. A utilização dos croquis dos pavimentos propostos no
Capítulo 3, com as quantidades de serviço previamente especificadas, diminuem a margem de erro na
somatória da quantidade executada, pois facilita sua verificação na coleta de dados. Com esta tabela também
analisa-se a variação da quantidade executada por dia de serviço, e por pavimento, formando um histórico da
ordem de execução e período de tempo trabalhado.
Nota-se que serviços sem interrupções e que seguem uma ordem de execução por pavimento, são melhores
caracterizados quanto ao efeito de aprendizagem devido a repetição, ou seja, a produtividade melhora
gradativamente com o andamento do serviço. Isto ocorre em obras planejadas onde existe continuidade na
execução do serviço, não existem interrupções oriundas de falhas no método construtivo e da falta de
materiais e equipamentos.
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O gráfico da Figura 5 identifica a produtividade média por dia da semana durante a execução do serviço.
Ocorre grande variabilidade nos índices de produtividade durante os dias, apresentado menores
produtividades no início e no final da semana. Tendo estas estatísticas a gerência da obra pode intervir no
processo para tornar mais estável a produção.
Através deste tipo de gráfico é possível identificar a variação de utilização de diferentes equipes ao longo da
execução do serviço. É comum em obras de grande porte a utilização de diferentes tamanhos de equipes para
a execução de um mesmo serviço, devido a vários motivos como terceirização do serviço e atrasos no
cronograma. Esta variação de oficiais e serventes e do tamanho da equipe, traz uma significativa
variabilidade nos índices de produtividade. O gráfico da Figura 6 permite para visualizar a variação da
produtividade entre os diferentes tamanhos de equipes ao longo da execução do serviço. Percebe-se que cada
equipe trabalha em uma faixa de produtividade diferente, o que permite através deste estudo indicar a equipe
mais adequada para cada tipo de serviço.
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Figura 6 – Prod. das Equipes por pavimento do serviço de Alvenaria Interna da Obra 2.
O gráfico da Figura 7 apresenta como resultado a produtividade média das equipes na execução do serviço.
Como equipes de tamanhos diferentes apresentam diferentes índices de produtividade, através da análise
deste gráfico é possível identificar a equipe mais produtiva e a que melhor se adaptou à tarefa realizada, pois
apresenta uma média final da produtividade apresentada pelas diferentes equipes que executaram o serviço.
Este gráfico da Figura 8 nos fornece a quantidade de horas de oficiais e serventes gastas por pavimento, e
facilita a visualização das horas totais(hh.tot e hh.pond) para o cálculo do custo da mão de obra do serviço.
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Pode-se perceber que o número de horas despendidas decresce no decorrer da execução dos pavimentos em
função do efeito aprendizado.
O gráfico fornece a quantidade de horas gastas para execução de todo o pavimento, demonstrando assim, se a
quantidade de horas gastas esta de acordo com o esperado, ou existe alguma variação que exija uma analise
de suas causas. A obtenção de dados históricos, a partir deste tipo de gráfico, possibilita o ajuste do
cronograma da obra para cumprimento do prazo de entrega e auxilia no planejamento de obras futuras. Cabe
ressaltar que só é possível fazer comparação através deste gráfico se as quantidades executadas em cada
pavimento for a mesma em cada um dos serviços analisados.
Figura 8 - Consumo das horas gastas por pav do serviço de Alvenaria Interna da Obra 2.
O gráfico da Figura 9 demonstra a produtividade média, e o número de dias trabalhados em cada pavimento.
O número de dias gastos para execução do serviço é inversamente proporcional a produtividade média por
pavimento, assim se essa relação não se caracteriza no serviço em análise, existe algum fator alterando as
características do processo. O número de dias trabalhados depende do tamanho da equipe utilizada,
influenciando na produtividade média do pavimento.
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A variação da produtividade ao longo da execução do serviço é mostrada no gráfico da Figura 10. Em obras
de caráter repetitivo ocorre o efeito aprendizagem, que é o aumento gradativo dos índices de produtividade
com a repetição do serviço, portanto, com este tipo de gráfico é possível visualizar este efeito. Em muitos
serviço não há presença de efeito aprendizagem, devido a fatores como a falta de continuidade na execução
do serviço. No caso de obras repetitivas a presença do efeito aprendizagem em geral ocorre, se este não
ocorrer, o processo deve ser avaliado identificando as causas que impediram o sua presença.
Na Figura 11 o gráfico faz uma comparação entre o custo do serviço e o número de dias trabalhados por
equipe. Supondo que uma das equipes realize todo o serviço com a mesma produtividade que realiza uma
parcela deste, obtém-se o custo e número de dias gastos pela equipe para realização de todo serviço. Desta
forma obtemos um comparativo econômico entre as equipes, tendo-se idéia das equipes mais viáveis a serem
empregadas na execução do serviço. Através de dados históricos é possível planejar a obra de acordo com o
custo ou o cronograma, escolhendo a equipe mais adequada. Por sua vez deve-se comparar as equipes que
executaram semelhante quantidades de serviço para que o comparativo entre elas seja confiável.
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Figura 11 - Custo total e número de dias trab. por equipe do serviço de Alvenaria Interna da Obra 2.
O gráfico da Figura 12 mostra a produtividade das equipes e o custo por m2. Os dois parâmetros
relacionados, produtividade e custo, são inversamente proporcionais, ou seja, quanto maior a produtividade
menor o custo por m2, quando forem comparadas equipes de mesmo tamanho. Através deste gráfico pode-se
basear na escolha de equipes economicamente rentáveis, além de ter parâmetros de custo para orçar obras.
Equipes que trabalham poucos dias devem ser desconsideradas, pois seus dados não devem ser comparados
com equipes que trabalham maior tempo.
Este gráfico (Figura 13) apresenta o consumo de horas-homem por metro quadrado (hh/m2) por pavimento.
Através dos dados de consumo total oficial é possível calcular o custo por metro quadrado do serviço.
Observa-se que o consumo vai diminuindo no decorrer da execução do serviço, sendo o inverso da
produtividade. É importante ressaltar que só podem ser considerados os pavimentos com quantidade idênticas
de serviço.
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Figura 12 – Prod.. das equipes pelo custo por m² do serviço de Alvenaria Interna da Obra 2.
O gráfico da Figura 14 proporciona a média de horas gastas por metro quadrado durante um dia de serviço. É
inversamente proporcional ao gráfico da produtividade, com a vantagem de analisar o consumo de oficial e
servente separadamente.
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Estruturas
O estudo feito com os dados coletados dos serviços de estrutura foi realizado a partir da geração de diferentes
tipos de gráficos. Para compreensão da forma de geração e análise dos resultados, será mostrada a
metodologia seguida no trabalho, e como exemplo será apresentado os dados do serviço de estrutura da Obra
4.
A geração de gráficos e tabelas pode ser feita após e durante a execução do serviço. Através da geração de
gráficos e tabelas durante a execução do serviço é possível obter relatórios parciais de sua situação e
dependendo dos resultados, quanto ao planejado, pode-se ajustar o processo adotado. Ao término do serviço,
a análise realizada trás uma visão geral do comportamento das várias atividades desenvolvidas, podendo ser
utilizada como um banco de dados para consultas futuras e como histórico da obra executada.
O detalhamento da análise realizada dependerá do critério adotado na apropriação dos dados. Quanto maior a
divisão de tarefas dentro do serviço, maior a identificação de detalhes na análise dos dados. Por exemplo, o
serviço de forma pode ser dividido em: montagem, confecção e desforma; além de ser identificado para cada
peça da estrutura, facilitando a apropriação e análise dos dados.
Para a realização da análise proposta é necessário organizar os dados apropriados na obra, em forma de
tabelas. Essa organização deve proceder da seguinte maneira: criar-se duas tabelas de resultados finais
dividindo-se os dados, , uma para pilar e outra para laje, viga e escada, que são concretados juntamente.
Nestas tabelas encontram-se todos os dados referentes as tarefas realizadas por peça. Para cada tarefa faz-se a
soma de horas-homem gastas por pavimento. A Tabela 14 e Tabela 15 são exemplos destas planilhas.
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A partir dessas tabelas confrontam-se os dados a serem analisados para formação dos gráficos. Os gráficos
gerados fornecem o consumo de mão-de-obra por pavimento para a execução dos serviços de forma,
ferragem e concretagem. Com o consumo e quantidade executada em cada pavimento tem-se a produtividade
e o custo do serviço. Pode-se também gerar gráficos que demonstram consumo por pavimento
individualmente para cada serviço: forma, ferragem e concretagem; ou gráficos que apresentam o consumo
total do pavimento. Além disso esta análise pode ser feita para o consumo de oficiais, serventes, total ou total
ponderado, como visto na análise dos serviços gerais.
A seguir serão apresentados alguns exemplos de gráficos gerados do serviço de estrutura da Obra 4. O gráfico
da Figura 15 mostra o consumo de mão-de-obra total gasta para execução do serviço de forma de laje e viga
por pavimento, já o gráfico da Figura 16 proporciona uma análise do comportamento da concretagem de laje
e viga por pavimento. Outro exemplo é a Figura 17, que apresenta um gráfico de consumo para concretagem
de pilares.
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Considerando todos os serviço agrupados, obtemos o consumo total médio de horas-homem por pavimento,
considerando a média ponderada. Observa-se no gráfico da Figura 18 que, assim como nos gráficos
apresentados anteriormente, o consumo de horas cai com o decorrer da execução dos pavimentos. Esta queda
no consumo ocorre devido a repetição, surgindo então o efeito aprendizagem.
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Para uma melhor visualização e comparação da diferença do consumo de horas para pilares e para lajes, vigas
e escadas, na Figura 19, temos um gráfico que apresenta o consumo das diferentes peças e o consumo total
em cada um dos pavimentos.
Através do levantamento do consumo de mão-de-obra de cada serviço da estrutura é possível fazer uma
comparação, em porcentagem da relação entre eles. Observe na Figura 20, o gráfico obtido dos serviços de
estrutura da Obra 4, que é composta por dois blocos de cinco pavimentos. Observa-se que a concretagem de
pilares dura uma maior porcentagem de tempo comparando com a concretagem de lajes, vigas e escadas, pois
o concreto para pilar é executado no canteiro da obra e para s demais peças é utilizado concreto usinado.
Também é importante ressaltar que devido a maior complexidade na execução de formas e ferragem para
lajes, vigas e escadas, o período gasto para estas tarefas é superior quando comparado ao tempo gasto para as
peças de pilar.
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A partir dos dados coletados obtemos o tempo gasta em cada tarefa do serviço de estruturas, em cada peça
diferente, sendo possível desta forma visualizar as etapas de execução na ordem cronológica. Chamamos esta
ordem cronológica, que identifica o tempo gasto em cada tarefa, de ciclo da laje, pois a cada pavimento o
ciclo se repete. Exemplo de ciclo de laje na Tabela 16.
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