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] O maior obstáculo para os estudos da cor talvez seja a sua natureza efêmera; não
podendo ser considerada matéria (pigmento), já que depende da luz e dos nossos olhos
para existir. -pag.16

I-BAUHAUS

“Essa democratização da arte, por meio da sua aplicação na produção industrial, requeria
completa modificação na formação do artista, exigindo novas concepções de ensino-pág.29

“[...]Segundo Rainer Wick, a Bauhaus se afasta dos seus objetivos iniciais, na medida em
que abandona a ideia de uma escola de artes e assume uma função de caráter puramente
social-utilitário-funcional.” -pag 32

“A base de formação desses profissionais, que podemos considerar como os primeiros


designers da história, constituiu-se a partir das teorias da composição, da noção dos
elementos formais abstratos e da cor como ferramenta de criação.” -pag 36

O VORKURSE E AS CORES SUBJETIVAS DE JOHANNES ITTEN

“O Vorkurse de Itten, concebido para receber os alunos que ingressavam na escola,


apresentavam algumas metas que se resumiam em libertar as forças criativas individuais
para um trabalho genuíno e autônomo."

“Esse objetivo de libertar a criatividade e a subjetividade dos alunos traduzia-se nos


exercícios que Itten propunha em suas aulas. Entre suas propostas, há exercícios físicos
(coreografias) cuja pretensão era unir corpo e mente, desenhos rítmicos e desenhos livres
de observação onde o traço de cada estudante, preciso, firme ou suave, era respeitado
como um indicador de sua personalidade.”

"A Descoberta das cores subjetivas representava para ele um passo a direção do
autoconhecimento.”-pag 43

“Segundo Wick, o curso preliminar assumiu um caráter de ritual de iniciação dentro da


Bauhaus. Além de purificar o aluno das concepções acadêmicas da arte, propunha a livre
expressão da personalidade, levando ao autoconhecimento, ao mesmo tempo que
apresentava aos estudantes uma “linguagem formal que transcendesse ao individualismo”,
compreendida por todos os membros da escola.” -pag 44

KLEE: A COR COMO PROCESSO DINÂMICO DE TRANSFORMAÇÃO

“Aos 42 anos, ao ingressar na Bauhaus como mestre convidado, Klee viu-se obrigado a
traduzir sua intuição estética num sistema teórico que pudesse ser transmitido aos alunos.
Isso representou para ele a conscientização dos seus próprios métodos de trabalho e dos
objetivos de sua pintura [...]. Para Argan, é na Bauhaus que Klee “transforma sua poética
em teoria, a teoria em método didático.” -pag 46
“Os pares de cores complementares (em contraste) são apresentados como pólos, entre os
quais o pintor descreve um movimento pendular, cujo equilíbrio acontece no ponto central
do círculo- o cinza.” -pag 48

KANDINSKY: GRAMÁTICA DOS ELEMENTOS BÁSICOS DA CRIAÇÃO

“Sua preocupação foi detectar os elementos formais abstratos a partir dos quais se inicia
qualquer processo criativo. Analisou a cor e forma como equivalentes emocionais de uma
linguagem universal.” - pag 50

ALBERS E SUA METODOLOGIA DE ENSINO INDUTIVA

“[...] A metodologia adotada por Albers para o desenvolvimento de um pensamento


construtivo em seus alunos baseava-se no método de tentativa e erro. Os exercícios eram
propostos como desafios aos estudantes, sem prévia teorização, de forma que eles
procurassem as respostas pela própria experimentação.” -pag 53

“[...] A livre manipulação desses materiais, sem a limitação de normas, a priori, visava ao
surgimento espontâneo de questões e a uma atitude dinâmica de experimentar várias
possibilidades para a solução do problema.” -pag 54

II- Johannes Itten

“[...] Ele me mostrou que crianças na sua simplicidade natural, podem inventar incríveis
desenhos originais, histórias e canções. Quando lecionei pela primeira vez em 1908, na
escola elementar de uma vila na Suíça, tentei evitar qualquer coisa que perturbasse a
ingenuidade das crianças. Quase instintivamente notei que qualquer crítica ou correção
ofendia e destruía a autoconfiança delas, ao passo que o encorajamento e o
reconhecimento aumentavam o crescimento de suas habilidades." m- pag 60

“Itten cria uma metodologia didática que valoriza a expressão individual. Para ele, o
verdadeiro educador deve ter talento para reconhecer e desenvolver as habilidades naturais
de cada estudante.” -pag 64

“1) Libertar as forças criativas para o trabalho genuíno e autônomo


2) Incentivar a orientação vocacional por meio de exercícios.
3) Integrar os princípios objetivos e subjetivos dos elementos do design. “ -pag 65

“[...] seguem as principais características da metodologia de Itten:

1)propunha o destravamento da postura corporal como preparação para o destravamento


da mente criativa. objetivo desses exercícios eram unir corpo e mente

2)necessidade de introspecção no processo de assimilação: Itten compreendeu a


necessidade de introspecção no processo de assimilação pelo estudante e que o
desenvolvimento individual acontece fora da sala de aula, a partir de lições de casa que
exercitavam a assimilação das ideias desenvolvidas em aula.
3)importância do trabalho individual e do consenso grupal: o mestre valorizava o trabalho
individual e também a sua discussão em relação a todo trabalho do grupo, deixando que o
consenso grupal elegesse as qualidades objetivas para as soluções apresentadas,

4)qualidades subjetivas do trabalho individual: esse autoconhecimento seria justamente a


consciência das tendências pessoais direcionadas a determinadas cores, revelando não
apenas o gosto subjetivo do estudante, mas também suas habilidades, seu temperamento e
suas limitações.” -pag 66-67

“Os elementos do design indicadores do potencial criativo

IMPRESSIVO-NATURALISTA: apresentavam um desenho preciso nos mínimos detalhes,


resultado de observação cuidadosa. Esses alunos representavam a natureza
realisticamente, sem contribuições muito expressivas.
CONSTRUTIVO-INTELECTUAIS: construíam os objetos de forma clara.
ESPIRITUAL-EXPRESSIVOS: eram aqueles que se guiavam por sentimentos intuitivos,
negligenciando a forma construtiva estudando os valores tonais com cuidado especial”.
-pág. 71

“A física da cor

Todas as cores dos pintores são pigmentos, ou corpóreas. São cores que absorvem luz, e
suas misturas são governadas pelas regras da subtração. Quando cores complementares
ou combinações primárias são misturadas em determinadas proporções, a resultante
subtrativa é o preto. A mesma mistura de cores prismáticas, não corpóreas, levará ao
branco como resultante aditiva.” -pág. 72

“Agente da cor e o efeito cromático


[...]Itten quer dizer com isso que o que chamamos de cor é aquilo que distinguimos por meio
do nosso aparelho visual e psíquico e não equivale necessariamente à à composição do
pigmento, já que a nossa percepção sofre adaptações por causa dos contrastes (refere-se
aos efeitos dos contrastes simultâneos

“efeito cromático= efeito que a cor tem em nós


agente cromático= sua realidade físico-química ”-pag 74

“Timbre subjetivo e domínio objetivo das cores


Ao estimular seus alunos a buscar um conjunto de cores harmônicas, Itten percebeu que
essas preferências individuais na escolha das cores também revelavam qualidades dos
seus temperamentos, da mesma forma que observava a expressividade do traço em seu
desenho. [...] Itten chamou essas paletas individuais de timbre subjetivo.” -pag. 77

“Ele observa que ninguém nunca se equivocou ao interpretar sua representação das quatro
estações, pois cada paleta guiou-se pelo reconhecimento universal, e não pelo timbre
subjetivo.” -pág. 84

“E conclui que, embora o timbre subjetivo seja uma chave para o conhecimento do
indivíduo, revelando muito a respeito do seu modo de pensar, sentir e agir, não é suficiente
para a solução de todos os problemas relativos à cor. “O conhecimento dos princípios
objetivos é essencial para a correta avaliação e uso das cores” “- pág.86

"Harmonia: concordância das cores


A harmonia é para Itten, a avaliação do efeito da justaposição de duas ou mais cores.-pag.
86

A harmonia objetiva, para Itten, deve buscar satisfação do olho humano, evitando que este
produza (fisiologicamente/ilusoriamente) as cores que estão faltando na composição.

Chamamos de pós-imagem ou contraste sucessivo ao fenômeno de ilusão de óptica que


ocorre em razão da estrutura do nosso aparelho visual. Dizemos que o olho humano é
tricromático, somos aptos a identificar as três cores primárias em luz e em pigmento.
Quando estimulamos apenas um tipo de cone por determinado tempo, ocorre uma espécie
de saturação, causando a sensação de enxergarmos a cor complementar, que, a grosso
modo, é a soma das cores que faltam à cor observada para completar o quadro das três
primárias. -pag. 89

Como podemos perceber, as fontes de Itten para o conceito da harmonia cromática provêm
da fisiologia da visão. Ele faz referência ao fisiologista Ewald Hering e compara as
definições de harmonia defendidas por Goethe e Ostwald. -pag. 90

O cinza médio é o único tom que não incita nossos olhos a criar ilusões de óptica, sendo
assim, uma cor que provoca sensação de equilíbrio. Em síntese, toda composição de cores
cuja mistura produza a anulação de seus matizes, alcançando um cinza médio, representa
uma composição harmônica. “- pag. 91

“Portanto, para Itten duas ou mais cores são mutuamente harmônicas se suas misturas
produzem um cinza neutro.”

“Podemos imaginar uma regra geral segundo a qual todos os pares de complementares,
todas as tríades cujas cores formam triângulos equiláteros e isósceles no Círculo de 12
cores, e todos os tetraedros que formam quadrados ou retângulos sejam harmônicos. [..]”
-pag 94

“A teoria dos sete contrastes cromáticos


[...] Para ele, os contrastes ocorrem ‘ quando diferenças distintas podem ser percebidas
entre dois efeitos comparados’. denomina o grau máximo dessas diferenças de contraste
polar ou diametral e complementa: ‘Nossos órgãos sensitivos só podem funcionar por
comparações[...]" -pag 96

Sete contrastes da teoria de Itten


1)Cores Puras: contraste de cores vivas, puras e saturadas destaca-se quando o branco e o
preto participam da composição de cores.
2) Claro-escuro: explora o uso da luminosidade e o valor tonal das cores. Todas as cores
podem ser clareadas com branco e escurecidas com preto. Itten recomendava aos seus
alunos a construção de escalas de valores tonais para cada cor, tendo como referência
uma escala do brnco ao preto, dessa forma fica fácil reconhecer as qualidades que algumas
cores puras têm.
3)Quente-frio: alcança seu efeito mais intenso quando a oposição se faz entre as cores
laranja-vermelho e azul-verde.
4)Complementar: ocorre ao juntarmos os matizes diametralmente opostos no círculo
cromático. Cores complementares quando justapostas se intensificam ao máximo.
5)Simultâneo: ‘ se tal cor estiver faltando, o olho a produzirá simultâneamente.
6)Saturação (qualidade da cor): trata-se do contraste entre cores vivas e cores
acinzentadas. Também podemos entender as cores acinzentadas como cores dessaturadas
7)Quantidade/ extensão: refere-se às áreas ocupadas por duas ou mais cores. Representa
as relações quantitativas das cores numa composição. ” -pag. 99

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