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CONCEITO DE MEIO AMBIENTE

Neste Conceito do Meio Ambiente, o Homem deve ser visto como o


Principal na analise das interações meio Ambiente e Sociedade.
CONCEITO SOCIOLOGIA
Ao conceituar as ciências socias, a primeira preocupação é
estabelecer noções sobre ciência e, a seguir distinguir as
ciências denominadas sociais ou humanas das demais ciências.
Cont.
Assim, a Sociologia é a área das ciências sociais que se dedica ao
estudo das relações socias, das formas de associação, destacando-se
os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenómenos sociais,
fenómenos que se produzem nas relações de grupos entre seres
humanos.
Desta forma, a Sociologia estuda o homem e o meio humano em suas
interações recíprocas, ou seja, estuda o conhecimento objectivo da
realidade social.
A sociologia não é normativa, nem emite juízos de valor sobre os
tipos de associação e relações estudados, pois se baseia em estudos
objectivos que melhor podem revelar a verdadeira natureza dos
fenómenos sociais.
CONCEITO E ORIGENS DA AMBIENTAL
A Sociologia Ambiental é fruto das transformações Sociais
ocorridas na Europa entre os seculos XVIII e XIX (momento da
dessegregação da sociedade feudal e consolidação de modo de
produção capitalista).
A Sociologia Ambiental, enquadra-se na Sociologia especial,
que segundo Fernando de Azevedo, estuda as categorias
específicas de factos socias.
Enquanto produção científica e académica, a Sociologia
Ambiental emergiu a reboque dos movimentos de contestação
social surgidos no início dos anos 1960 e da constatação da
degradação acelerado dos recursos naturais e do
desenvolvimento industrial.
Cont.
A Sociologia Ambiental como um campo de pesquisa é uma área
relativamente nova. Encontra-se em fase de consolidação,
possuindo uma diversidade de orientações teórico-metodológicas
em disputa.
No final dos anos 60 e início dos 70, motivados pela atenção
crescente que os temas ambientais estavam ganhando na
sociedade, alguns sociólogos, passaram a estudar assuntos como:
Opinião pública sobre as questões ambientais;
As características sociais dos ambientalistas;
As formas de organização e transformações nas políticas
públicas, etc.
Quando Surge a Sociologia Ambiental? O autor Riley Dunlap (2002), um
dos pioneiros da área, relata este início.
A Sociologia Ambiental teve como factores de emergência
como ciência os seguintes:
Instabilidade politica e
económica que refletiu em
grandes problemas sociais no
período pois revolução francesa;
Crescimento Populacional nos
centros urbanos no período pós-
revolução industrial que se
traduziu em: aumento de taxas de
desemprego, prostituição, miséria
criminalidade, suicídio, etc;
Ascensão do racionalismo e
Empirismo (razão e
experimentação) e declínio do
Teocentrismo
As controvérsias emergiram rapidamente, diante da resistência da
comunidade acadêmica em tratar os fenômenos ambientais em
Sociologia.

Respondendo as críticas, Catton e Dunlap desenvolveram uma


crítica substantiva dos problemas e limitações na Sociologia
clássica para poder entender uma nova proposta de analise dos
Problemas Ambientais ( Novo Paradigma Ambiental)
A CONSTRUÇÃO DA SOCIOLOGIA AMBIENTAL
Segundo Herculano (2000:2), em referência a Buttel (1996), a
Sociologia Ambiental não seria “tão nova”, se tivermos por
parâmetro um amálgama de áreas e “subdisciplinas” já
sedimentadas há décadas. Entre as que teriam contribuído para a
formação da sociologia ambiental contemporânea, estaria:
A Ecologia Humana - Surgiu como estudo da mudança entre
o rural e o urbano, porém, “nunca chegou a dar importância
aos fatores ambientais em sentido estrito”, “tratava de ver
como o meio físico da cidade actuava no comportamento das
pessoas”;
 A Sociologia Rural - Embasada na geografia e na
antropologia, estuda as “comunidades directamente
dependentes de recursos naturais”, tais como: pescadores,
agricultores, etc.
Cont.
A Sociologia dos Recursos Naturais- Seria mais uma que, “estudando
a gestão do meio ambiente, enquanto recursos naturais”, abarcaria os
estudos sobre política de terras públicas, planeamento de usos da terra, a
gestão das unidades de conservação, incluídos parques e áreas de lazer.
A Psicologia Social e a Antropologia Cultural, “com estudos sobre
atitudes e valores”;
A Sociologia dos Movimentos Sociais e a Sociologia do
Desenvolvimento. Esta última na sua vertente marxista, questionadora
do mito do desenvolvimento e a Sociologia Urbana, “sobre o meio
ambiente construído”.
Trajetória Histórica da Sociologia Ambiental
Buttel (1996 apud FERREIRA, 2006) sintetiza a trajetória da
Sociologia Ambiental em três momentos distintos: O período da
formação, da constituição de um núcleo teórico e o da
incorporação no campo teórico da sociologia geral.
1º - Foi marcado pela ação da Sociologia Ambiental como um
subcampo em outras áreas de estudo sociológico. Cabia a essa disciplina
cobrir lacunas conceituais desses campos, ou seja, “a sociologia
ambiental não surgiu como uma nova disciplina, mas dentro de
disciplinas já existentes”
Cont.
2º - Dominado pelos trabalho de renomados intelectuais como Buttel
(1992; 1996; 2000; 2002), Catton (1979; 1998), Hannigan (2009),
Dunlap (1979; 1993; 1998) e Yearley (1996), como críticos ao modelo
de desenvolvimento predatório vigente, serviu para a formação de um
referencial teórico específico da questão ambiental.
3º - Encontramos a incorporação dos conceitos da Sociologia
Ambiental nos trabalhos da teoria sociológica contemporânea. O
assunto passa a ser pauta de novas discussões de vários teóricos sociais,
como Giddens (1991) e Beck (1995; 1998).
O 3º momento da trajectória da sociologia ambiental visa
essencialmente discutir as correntes de pensamento em sociologia
Ambiental, tendo em conta o debate estabelecido por: Giddens (1991) e
Beck (1995; 1998). Assim, segue uma breve explanação sobre as

correntes teóricas da Sociologia Ambiental presentes em Ferreira


(2002; 2006):
Materialismo Durkheimiana- Esta corrente teórica é considerada a pioneira
dos estudos da interface entre a temática ambiental e a Sociologia e tem como
os principais representantes os pesquisadores W. R. Catton (1979; 1998) e R. E.
Dunlap (1979; 1993; 1998), que, ao longo dos anos 1960 e 1970, divulgaram
diversos artigos enfatizando a necessidade de uma mudança nas bases
sociológicas para os estudos das questões ambientais.
Para esta corrente, muitos paradigmas sociológicos nasceram para valorizar as
questões nacionais, como a cultura, as relações de poder e características sociais
dos grupos humanos, esquecendo o substrato material oferecido pelo meio
biofísico para que tudo isso desenvolvesse-se.
Esses autores defendem que deveria ser abandonada a visão na qual o homem é
o único foco, o chamado Paradigma da Excepcionalidade Humana (PEH), em
benefício de uma visão em que o Homem é parte importante, mas não única,
dividindo a ênfase e atenção com o meio biofísico, no chamado Novo Paradigma
Ecológico (NEP).
Materialismo marxista - Esta corrente teórica tem como principal expoente
Schnaiberg (1996), fundamenta-se numa base na tradição marxista. Assim
como o Materialismo durkheimiano, parte da importância do caráter material
das sociedades .
O Estado funcionaria como uma “esteira de produção” da seguinte forma: Só
teria a manutenção segura do seu poder, favorecendo determinados grupos e,
em especial, estimulando a acumulação de capital e o crescimento econômico.
E esse crescimento econômico e acumulação do capital têm origem na
automação, no estímulo à produção industrial, aumentando o desemprego e a
precarização do trabalho para a classe operária. Que por sua vez, estimula a
extração excessiva dos recursos naturais e consequentemente, o surgimento de
“acréscimos” (poluição) e outros problemas ambientais, abrindo espaço para
uma intervenção social.
Pós-materialismo - Este enfoque vêm ganhando espaço dentro da
teorização ambiental nos últimos anos, em especial graças aos trabalhos de
R. Inglehart (1990), no trabalho “meios naturais” sai de uma perspectiva
material para uma análise que o autor chama de pós-material.
Cont.
Segundo esta Teoria, em muitos países desenvolvidos, não se têm mais
preocupações básicas como a sobrevivência e a subsistência, pois seja por uma
melhor equidade social (centrais), seja pela concentração de capital (classes
média e alta dos emergentes). Estes já teriam assumido uma condição
materialmente confortável, focando em outras questões que passam a ser
relevantes.

Isso significa que, após um determinado progresso material, algumas


sociedades ou grupos, focaram-se na necessidade de buscar a proteção
ambiental como uma urgência não materialista. Dentre esses aspectos pós-
materialistas mais cultivados por esses grupos, estariam as relações com o
meio natural e a sua proteção.
Construtivista - Liderados pelos textos dos pesquisadores J. Hannigan
(2009) e S. Yarley (1996), este enfoque teórico reveste a questão ambiental
de um caráter social pouco discutido nas outras correntes. Sem negar a
obviedade da existência dos impactos ambientais, no enfoque construtivista
questiona-se a quem ou a que grupos a degradação ambiental acfeta. O
construtivismo, parte-se do principio de que o discurso ambiental pode ser
socialmente construído e como outros podem ser minimizados; não pela sua
pouca influência ou impacto, mas, sim, por não agradar grupos de pressão
em específico ou outros poderosos que contestem o impacto explorado pela
Ciência.
Sociedade de Risco - Esta corrente teórica, liderada pelo pesquisador U.
Beck (1998), parte de uma crítica ao industrialismo para chegar à noção de
“sociedade de risco”. Por risco, entende- se a “maneira sistemática de lidar
com perigos e incertezas introduzidas pela própria modernização”
Modernização ecológica - O enfoque da “modernização ecológica” parte
das premissas de que essa concepção de industrialismo levou à degradação
ambiental. Essa interessante corrente teórica tem como pano de fundo os
estudos dos holandeses A. P. J Mol (2000) e G. Spaargaren (2000), em
especial quando estes analisaram a criação de novas tecnologias ecológicas
na aplicação industrial na Europa Ocidental. A ideia básica seria buscar uma
fusão entre a proteção ambiental, algo necessário para a sobrevivência dos
ecossistemas, e a modernização industrial, uma condição que é atual e não
deixará de existir nas sociedades contemporâneas.
Enfoques teóricos contemporâneos na Sociologia Ambiental
Hanningan (2009) faz um excelente apanhado sobre enfoques teóricos
contemporâneos na Sociologia Ambiental. O autor menciona:
A queda do determinismo geográfico e biológico;
E a relação entre a teoria sociológica clássica e o meio ambiente.

Em direção a uma sociologia ambiental contemporânea (1970-2005)


algumas produções foram marcos históricos importantes, como é o caso
do livro: A Primavera silenciosa (CARSON, 1962), o relatório Os
limites do crescimento (MEADOWS, 1972) e o Movimento pela
Justiça Ambiental (TAYLOR, 2000).
Na Sociologia Ambiental contemporânea existem ao menos nove (9)
paradigmas distintos em competição: a ecologia humana, a economia política,
o construcionismo social, o realismo crítico, a modernização ecológica, a
teoria da sociedade de risco, a justiça ambiental, a teoria actor-rede e a
ecologia política.
Hannigan (2009) aponta dois (2) principais enfoques teóricos contemporâneos
para a sociologia ambiental: As “funções de competição ambiental”, Catton e
Dunlap (1978) e a “dialética socioambiental” e “cadeia de produção”, Alan
Schnaiberg (1980), ambas enfocam a estrutura e a mudança social.
No correr do tempo estes objectos teriam evoluído para duas perspectivas
contrastantes: a “modernização reflexiva” e a “modernização ecológica”.
CONTEXTUALIZAÇÃO
É difícil precisar o momento exacto do surgimento da
problemática ambiental. E é evidente que esse problema sempre
existiu, mas essa problemática se tornou, na actualidade, muito
mais aguda.
Pergunta-se, por que só agora nos últimos sessenta anos, mais ou menos, é
que ela tem sido revelada com muita intensidade nas universidades e,
principalmente nos órgãos de comunicação social?

Os problemas ambientais constituem,


actualmente uma das maiores preocupações
do Homem, figurando-se nas prioridades da
Agenda Política Mundial
Entre os vários problemas ambientais que o mundo enfrenta na
actualidade, o destaque vai para as Mudanças Climáticas Globais.

O Que são?

De acordo com ZOLHO (2010) “Mudanças Climáticas são


as mudanças no estado do clima que podem ser
identificadas pelas mudanças da média e/ou variedade das
suas propriedades das suas propriedades e que persistem
por um longo período de tempo.
Moçambique é o terceiro país africano mais propenso aos impactos das
mudanças climáticas. Os efeitos causados pelos desastres naturais
retardam o desenvolvimento económico de Moçambique em cerca de 1
a 2% anualmente, e o terceiro país mais exposto aos efeitos negativos
causados pelas mudanças climáticas. Causas naturais ou antropogênicas
têm sido mencionadas na explicação do fenómeno.
Causas naturais: Os principais processos e forças naturais responsáveis
pelas mudanças climáticas incluem movimentos das placas tectónicase
vulcanismos, variação da orbita terrestre e as variações oceânicas.

Causas antropogénicas: Aumento das emissões de gases efeito estufa do


tipo CO2 (gás carbónico), Metano, etc. Grande parte da comunidade
científica acredita que aquecimento observado se deve ao aumento da
concentração de poluentes antropogénicas na atmosfera que causa um
aumento do efeito estufa.
IMPACTOS DA MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Ciclos de desvantagens sobre o bem-estar das pessoas ao longo do
tempo.
Os choques climáticos a produtividade das pessoas fica
restringida.
Mudanças climáticas podem agravar doenças nos trópicos
Desertificação
Alterações na biodiversidade e regimes hídricos
Rápida urbanização (Associada à saída para o campo)
Migração
Fome
Eventos climáticos catastróficos
Desflorestamento e Degradação Florestal
 O desflorestamento e a degradação florestal são presentes em todo o
país. O consumo da lenha, a agricultura itinerante e a agricultura,
corte madeireira, queimadas descontroladas, etc. São as principais
causas do desflorestamento em Moçambique. Parte do derrube de
florestas também está associada com a mineração, exploração ilegal
da madeira.
CRESCENTE ESCASSEZ DE ÁGUA POTÁVEL
A superfície do planeta é ocupada com cerca de 71% de água, um
recurso natural indispensável a vida. Quase toda a água do planeta está
nos oceanos (cerca de 97,5 % do volume de água da terra são de água
salgada), geleiras e calotes polares, restando, portanto, somente uma
pequena parcela de água doce em estado líquido propícia a diversos
tipos de uso que, contudo, não é totalmente aproveitada por questão de
inviabilidade técnica, económica e financeira.

As crescentes demandas de água estão ocasionando problemas aos


recursos hídricos em muitas partes do mundo: Redução do leito dos
rios, lagos e aquíferos subterrâneos; poluição da água potável;
redução cada vez crescente da água potável, etc.
 O perfil da ciência apresentado até agora
parece sugerir que as descobertas científicas
reflectem a realidade física do mundo natural
de uma forma relativamente directa. A ciência
parece, portanto, ser uma das exigências
interpretativas culturais tentam desenvolver o
apoio ideológico para os gastos com
ainvestigação científica e para a autonomia
da ciência
 Em alguns casos, o reconhecimento científico
internacional permite ao investigador uma
plataforma exclusiva a partir da qual ele pode
esboçar preocupações políticas e sociais mais
abrangentes.
 As exigências de problemas sociais
interpretativos alegam a existência de um
problema social queapenas uma
especialidade científica particular está
equipada para resolver.
 Aronson identificou três tipos decondições
sob as quais os cientistas têm tendência para
fazer tais exigências.
 A primeira é quando uma nova disciplina não
tem nenhuma base no mundo acadêmico e
terá, portanto, de apelar a zonas externas
para obter fundos e apoio político para o seu
trabalho. Até certo ponto,isto tem sido o caso
da ciência ambiental que tem sido
continuamente criticada por muitos cientistas
dacorrente principal por fazerem investigação
que é defensiva e de baixa qualidade (Rycroft
1991).
 A segunda condição é quando cientistas de
empresas, sempre na procura de novos fundos
deinvestigação obtidos publicamente, tentam
mostrar que a sua investigação em curso contribui
para a soluçãode um problema social reconhecido
ou de que resolverá com êxito um problema não
reconhecido anteriormente.
 Uma terceira condição no âmbito da qual existem
possibilidades da formulação das exigências
relativamente aos problemas ambientais terem
lugar, é quando os cientistas são confrontados
com movimentos sociais que procuram restringir a
sua investigação
 Uma área importante em que a ciência interage
com a política é o processo regulador. A «ciência
reguladora» que se encontra aqui difere da ciência
de investigação ambiental de diversas formas
(jasanoff 1990). Em primeiro lugar, é muito mais
feita à margem do conhecimento existente onde
as linhas de orientação podem, muitas vezes,
estar indisponíveis. Em segundo lugar, envolve
geralmente um grausuperior de «síntese de
conhecimento» do que a ciência de investigação
que incide muito mais sobre aoriginalidade das
descobertas.
 Em terceiro lugar, a regulação baseada na ciência
requer um elemento de«previsão» de peso,
especialmente no que diz respeito à criação do
risco.Jasanoff (1990: 230) argumenta que um
modelo negociado e construído do conhecimento
científico«capta de perto as realidades da ciência
reguladora».
 as agências reguladoras procuram o input
científico nas suas decisões como meio de
legitimação. Isto toma, muitasvezes, a forma de
comitê de aconselhamento científico
 A realidade científica é claramente construída
socialmente, por forma a estar de acordo com o
significado social.
 a perspectiva construcionista deve começar por
examinar aestrutura conceitual das definições
sociais de risco. Tais definições, reafirma ele,
incluem três elementosconceituais principais: um
objeto considerado como colocando riscos; um
prejuízo reconhecido; um sistema articulado
formando supostamente alguma relação causal
entre o objeto e o dano. Presumir que os objetos
estão simplesmente à espera de serem
percepcionados ou definidos como perigosos é
«fundamentalmente insocíológico
 Freudenburg e Pastor (1992) afirmaram que a
abordagem de formulação social do risco
sugere uma atenção mais cuidada para com
as variáveis que os sociólogos descobriram
estar associadas ao exercício dopoder.
 Finalmente, a formulação do risco varia em
termos transnacionais segundo um número
de diferentesfactores: a organização das
estruturas políticas e administrativas,
tradições históricas e crenças culturais.
 Uma característica fundamental dos riscos
ambientais é sua extensão catastrófica como
aqueles advindos da tecnologia na era nuclear,
genética e química. Uma vez que os riscos
tendem a se intensificar, eles criam um
fenómeno que Beck denomina de o fim do
“Outro”, o que significa que os riscos
ecológicos de grandes consequências podem
provocar situações em que não há
regulamentação que possa restringi-los a
grupos sociais específicos.
 A característica dos novos riscos ecológicos se
refere à sua tendência universalizante e
globalizante, acompanhando a globalização do
processo industrial e tornando-se independente
da região geográfica em que esta sendo gerado.
Por esta razão a sociedade de risco seria também
uma sociedade mundial e a “comunidade de
perigo” transcenderia as fronteiras políticas e
geográficas, além das sociais (BECK, 2007).
 À Educação Ambiental cabe, portanto, enfocar
os diferentes interesses que têm causado,
intensificado e/ou perpetuado o cenário de
degradação ambiental de nossa época. Para
Hannigan (1995, p. 43), “na investigação sobre
as origens das reivindicações ambientais, é
importante questionar de onde surge a
reivindicação, quem a produz ou a administra,
que 45
 interesses económicos e políticos os
reivindicadores representam e que tipo de
recurso eles trazem para o processo de
produção de reivindicações”.
 Assim, a historicidade, a complexidade e a
contextualização são estratégias requeridas
do educador ambiental, o que lhe implica
atitude de investigação atenta, curiosa, aberta
à observação das múltiplas inter-relações e
dimensões da realidade e muita
disponibilidade e capacidade para o trabalho
em equipa.
 Esse conceito de meio ambiente que hoje faz parte
de nosso senso comum ─ou pelo menos alguns de
seus pressupostos ─ nasceu na ecologia; mais
exactamente, (em primeiro lugar) nas ciências a
partir das quais se pode construir uma história da
ecologia (…)
 Ecologia é a ciência que estuda as relações entre os
seres vivos e o meio ambiente que eles vivem. A
ecologia é uma ciência e não um simples discurso
ou exercício de retórica.
 A Ecologia é uma ciência empírica e não pode
existir sem a nossa experiência sensorial e
serve para que possamos descrever explicar e
prever eventos no mundo em que vivemos. A
Ecologia é uma ciência natural, assim como a
biologia, a física e a química e trata da
história da vida dos organismos e dos
ambientes em que vivem.
 A Ecologia é uma ciência muito complexa
porque tem que explicar o papel de cada
factor do meio desempenha sobre os seres
vivos: quais as interacções dos diversos seres
vivos, uns com os outros, e, por fim, quais as
interacções dos inúmeros seres vivos com os
inúmeros ambientes em que podem viver.
 O sociólogo Manuel Castells, assim definiu o
ambientalismo: “formas de comportamento
colectivo que em seus discursos como na
prática, visam corrigir formas destrutivas de
relacionamento entre o homem e seu
ambiente natural, contrariando a lógica
estrutural e institucional predominante”
(CASTELLS, 2001:143). Neste aspecto, o
ambientalismo desempenha um papel de
construtor de utopias.
 A história do movimento ambientalista mundial é
narrada por McCormick (1992) de forma clara,
contextualizada e profunda, trazendo informações
completas e precisando datas e acontecimentos,
motivo pelo qual a sua obra foi escolhida como a
principal referência teórica para o presente
trabalho. Para o autor o ambientalismo é percebido
em três momentos diferentes:
 i. Proteccionismo;
 ii. Conservacionismo e
 iii. Novo ambientalismo/ Ecologia política.
 Gestão articulada (1968-1983) e
 • Gestao de sutentabilidade (1983 até aos nossos
dias).

 Importância do Ambientalismo
 A criação de órgãos ambientais foi, e ainda é,
muito importante para o ambientalismo no
estado, porque fortaleceu e incentivou as
entidades ambientalistas e, também,
despertou no restante da sociedade a
necessidade de acompanhar e participar das
decisões que envolvem o uso e a fiscalização
do meio ambiente, cobrando desses órgãos
responsáveis medidas preventivas e/ou
correctivas.
 Uns dos instrumentos que permitem essa
participação são as audiências públicas e
discussões técnicas dos Relatórios de
Impactos Ambientais - RIMA aberta às
comunidades, para avaliação dos impactos a
serem causados por obras públicas e os
conselhos municipais e estaduais de meio
ambiente que tem a sociedade civil
representada com poder de voz e voto.
 Fim e Boa sorte.

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