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REDAÇÃO – Unidade 1

ÁREA DE CONHECIMENTO: Linguagens


COMPONENTE CURRICULAR: Produção Textual

SUMÁRIO

Alfabeto 2
Ortografia 4
Emprego de Hífen 7
Língua e Linguagem 8
Linguagem verbal e não verbal 11
Linguagem formal e informal 13
Linguagem conotativa e denotativa 14
Texto 16
Elementos de Comunicação17
Coesão e Coerência 20
Intertextualidade 22
Variações Linguísticas 26
Preconceito Linguístico 28
Funções de Linguagem 33
Figuras de Linguagem 40
Verificação 33
Interpretação de Texto 59
Discurso Direto e Indireto 64
Discurso Indireto Livre 66
ALFABETO

A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados – que são as letras que compõem o alfabeto –
que transcrevem os sons. A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos
especiais: K, W e Y.

Os primeiros Símbolos
Os primeiros símbolos surgiram na região da baixa Mesopotâmia e consistiam em ideogramas e
pictogramas que eram desenhos representativos de objetos.

https://ideiasesquecidas.com/2020/05/28/seria-possivel-eliminar-os-ideogramas-na-china-e-no-japao/
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Esse sistema facilitava o entendimento nos mais diversos idiomas, possibilitando registrar,
armazenar dados e representar a história. No entanto, com o passar do tempo, ficou complexo
representá-los devido ao grande número de pictogramas existentes. Foi, então, preciso a criação de um
modelo que comportasse a formação de palavras.
Em princípio, o modelo desenvolvido pelos semitas com base na escrita egípcia - hieróglifos -
foi utilizado durante 3 mil anos. Era um alfabeto silábico considerado prático, elaborado com base na
escrita cuneiforme com formas gráficas e desenhos.

https://conhecimentocientifico.com/escrita-cuneiforme/

Alfabeto Fenício

https://conhecimentocientifico.com/fenicia/

Para facilitar as atividades comerciais, os fenícios passaram a utilizar a escrita. A partir da escrita semita,
os fenícios desenvolveram as anotações fonéticas, passando a utilizar a escrita alfabética em meados do
século XV a.C. O alfabeto fenício arcaico originou todos os alfabetos atuais. O sistema é composto por
22 signos que permitem a elaboração da representação fonética de qualquer palavra. Como os fenícios
eram mercadores e precisavam anotar suas transações, o seu método de representação fonética foi levado
para o Oriente Médio e a Ásia Menor, além dos árabes, etruscos e gregos, chegando à Península Ibérica.
Como os fenícios eram mercadores e precisavam anotar suas transações, o seu método de representação
fonética foi levado para o Oriente Médio e a Ásia Menor, além dos árabes, etruscos e gregos, chegando à
Península Ibérica.
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Alfabeto Grego

https://www.infoescola.com/comunicacao/alfabeto-grego

A palavra alfabeto é de origem grega e representa a primeira letra (Alfa) e a segunda (Beta). Os
gregos adotaram por volta do século VIII a.C. e acrescentaram ao sistema mais sons vocálicos, passando
a ter 24 letras, entre vogais e consoantes. Foram os gregos os primeiros europeus a aprender escrever
com um alfabeto e seu sistema foi fundamental para o mundo moderno. Com a adoção de um sistema de
notação silábica, os gregos influenciaram em todo o alfabeto moderno. O alfabeto grego ainda é um
sistema de escrita aplicado na Grécia e nas comunidades gregas pelo mundo. As primeiras tentativas de
representação gráfica da pronúncia das palavras ocorreram por volta de 1500 a.C., mas os símbolos não
permitam o registro preciso dos sons. Assim, por volta do século 9 a.C., os gregos passaram a usar o
alfabeto fenício que, mesmo representando os sons, não continham vogais.

Alfabeto Latino/Romano
O latim é uma língua que pertence à família indo-europeia, assim como o grego, o sânscrito, o
escandinavo antigo e o russo. O alfabeto latino é originalmente constituído por 26 letras (A, B, C, D, E,
F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, X, Y, W, Z). As chamadas línguas românicas tardias
passaram a usar sinais diacríticos para a expressão de seus sons específicos. São o trema no alemão (ü),
o cedilha no português e francês (ç) e o til em português e espanhol (~).

Alfabeto Português
O alfabeto de representação gráfica da língua portuguesa é o latino. Os países de língua
portuguesa, que incluem o Brasil, aboliram as variações após a assinatura do Novo Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa e acrescentaram as letras que notam os sons de K, Y e W. Assim, esse alfabeto é
grafado pelas letras A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, X, Y, W, Z.

ORTOGRAFIA
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Uso das letras K, W e Y


• Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio).
• Antropônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kelly,
Darwin, darwinismo.
• Topônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kosovo,
Kuwait, kuwaitiano.
• Palavras estrangeiras não adaptadas para o português: feedback, hardware, hobby.
Uso do x e do ch
A letra x é utilizada nas seguintes situações:
• Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe.
• Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano.
• Palavras com origem indígena ou africana: xará, xavante, xingar.
• Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada, enxame.
Exceções:
1. A palavra "mecha" (porção de cabelo) escreve-se com ch.
2. O verbo "encher" escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele derivem:
enchente, encharcar, enchido.

X CH

Uso do h
A letra h é utilizada nas seguintes situações:
• No final de algumas interjeições: Ah!, Oh!, Uh!
• Por força da etimologia: habilidade, hoje, homem.
• Nos dígrafos ch, lh, nh: flecha, vermelho, manhã.
• Nas palavras compostas: mini-hotel, sobre-humano, super-homem.
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Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado.


O acidente geográfico "baía" é grafado sem h.

Uso do s e do z
A letra s é utilizada nas seguintes situações:
• Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso / -osa que indicam grande quantidade, estado ou
circunstância: bondoso, feiosa, oleoso.
• Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa, poetisa.

S Z

Uso do g e do j
A letra g é utilizada nas seguintes situações:
• Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio, relógio,
refúgio.
• Nos substantivos que terminem em -gem: alavancagem, vagem, viagem.

A letra j, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:


• Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica.
• Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço
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G J

EMPREGO DE HÍFEN

O Novo Acordo Ortográfico está em vigor desde 2009, mas muitas dúvidas sobre as novas regras,
como as do hífen, permanecem até hoje. Veja a seguir algumas das principais regras elencadas em
tópicos:

HIPER e INTER exigem hífen diante de palavras iniciadas pelas consoantes H e R.


Exemplos: Hiper-habilidade / inter-relação / hipermercado.

ALÉM, AQUÉM, BEM, EX, SUPER, PÓS, PRÉ, PRÓ, RECÉM, SEM, SOTA, SOTO, VICE e
VIZO sempre exigem hífen.
Exemplos: Recém-formado / além-túmulo / super-homem / ex-namorado / vice-diretor.

Os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI,
SUPRA, ULTRA, ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE exigem hífen diante de palavras iniciadas pela
consoante H ou por vogal idêntica à do prefixo.
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Exemplos: Auto-hipnose / contra-hegemonia / extra-atividade / proto-história / arqui-inimigo / sobre-


humano / sobreaviso.
Os prefixos CIRCUM e PAN exigem hífen somente diante de palavras iniciadas pelas consoantes H, M,
N ou por vogal idêntica à do prefixo.
Exemplos: Circum-navegação / circumponto / Pan-hispânico / Panamericano
Observação: Diante de outras consoantes, o prefixo CIRCUM se aglutina.

O prefixo SUB exige hífen somente diante de palavras iniciadas pelas consoantes B, H e R.
Exemplos: Sub-reino / Subatômico / Sub-humano

O prefixo CO exige hífen somente diante de palavras iniciadas pela consoante H, exceto em casos de
aglutinação.
Exemplos: Cooperação / Correpresentante / Coerdeiro /Co-hiponímia

Os falsos prefixos AERO, AGRO, BIO, ELETRO, ENTRE, GEO, HIDRO, MACRO, MAX,
MICRO, MINI, MULTI, PLURI, RETRO etc. exigem hífen somente diante de palavras iniciadas pela
consoante H ou por vogal idêntica à do prefixo.
Exemplos: Bio-óleo / entre-eixos / mini-horta.

Nos prefixos ou nos falsos prefixos terminados em vogal, diante de palavras iniciadas pelas
consoantes R e S, duplica-se a consoante. Nos prefixos ou nos falsos prefixos terminados em consoante
diante de palavras iniciadas pelas consoantes R e S, não se duplica a consoante. Já os prefixos SUB, IN e
MAL não dobram a consoante S.
Exemplos: Contrarreforma / pseudossábio / subsecretário.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Antes de iniciramos nosso estudo sobre linguagem, é interessante explanarmos alguns


conceitos. A começar por LÍNGUA. A língua é uma das características mais fundamentais e
distintivas da humanidade. Ela é um sistema complexo de comunicação verbal que permite aos seres
humanos expressarem seus pensamentos, sentimentos, ideias e interagirem uns com os outros. Ao
longo da história, diversos estudiosos têm oferecido diferentes conceituações sobre o que é a língua e
como ela funciona. Essas perspectivas variam desde abordagens estruturalistas, que enfatizam os
aspectos formais e sistêmicos da língua, até teorias sociolinguísticas, que consideram a língua como
um fenômeno social, influenciado por fatores culturais, históricos e contextuais. Compreender a
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natureza e a complexidade da língua é essencial para explorar os mecanismos de comunicação


humana e sua importância para a construção de significado e da identidade individual e coletiva.
Vamos analisar algumas conceituações de língua de diferentes autores. Lembrando que essas são
apenas algumas perspectivas sobre o conceito de língua. Cada um desses linguistas ofereceu
contribuições significativas para o campo da linguística, abordando a língua de maneiras distintas,
refletindo suas próprias teorias e preocupações de pesquisa.

Ferdinand de Saussure é conhecido por sua abordagem estruturalista da


linguística. Para ele, a língua é um sistema de signos linguísticos que são
compostos por um significante (a forma física da palavra, como os sons) e um
significado (a ideia ou conceito associado a essa forma). A língua é um sistema
abstrato e convencional, compartilhado por uma comunidade linguística
específica.

Noam Chomsky é conhecido por sua abordagem gerativista da linguística. Ele


vê a língua como uma faculdade mental inata presente nos seres humanos. A
língua é um sistema de regras e estruturas que permite a geração infinita de
sentenças gramaticais. Chomsky enfatiza a criatividade linguística e a
capacidade humana de produzir e compreender novas expressões linguísticas.

Mikhail Bakhtin é conhecido por suas contribuições na área da teoria da


linguagem e da linguística textual. Para ele, a língua é um fenômeno social e
interativo, que ocorre em contextos específicos de interação entre falantes. A
língua é permeada por diversas vozes sociais e discursos, refletindo a
diversidade e a heterogeneidade das interações humanas.

Roman Jakobson foi um linguista russo que contribuiu para diversas áreas da
linguística, incluindo a fonologia e a teoria da comunicação. Para ele, a língua é
uma estrutura comunicativa que serve a diferentes funções, como a expressão de
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emoções (função emotiva), a transmissão de informações (função referencial) e


a manutenção da coesão social (função social).

Já a LINGUAGEM é uma das características mais distintivas e complexas da experiência


humana. Ela é uma forma de comunicação que envolve a utilização de sistemas de signos e símbolos
para expressar pensamentos, sentimentos e ideias. Através da linguagem, os seres humanos podem
compartilhar informações, transmitir conhecimento, estabelecer conexões sociais e construir
significado. Além disso, a linguagem desempenha um papel crucial no desenvolvimento cognitivo, no
processo de aprendizagem e na formação da identidade individual e coletiva. Ao longo dos séculos,
estudiosos de diferentes campos têm oferecido diversas perspectivas e teorias sobre o conceito de
linguagem, buscando compreender sua natureza, estrutura e função na vida humana. Explorar e
analisar a linguagem é essencial para a compreensão da comunicação humana e de sua relevância para
a interação social, o pensamento e a expressão cultural. Vamos analisar algumas conceituações de
linguagem de diferentes autores. Lembrando que essas são apenas algumas perspectivas sobre o
conceito de linguagem. Cada um desses teóricos ofereceu contribuições significativas para a
compreensão da linguagem, abordando-a de maneiras distintas e enfatizando diferentes aspectos,
como estrutura, desenvolvimento, interação social e capacidade cognitiva.

Para Ferdinand de Saussure, a linguagem é um sistema estruturado de signos que


permite a comunicação e a expressão de pensamentos. Ele distingue a linguagem
em dois componentes: langue (a estrutura abstrata da língua) e parole (a
manifestação concreta da língua através da fala). A linguagem descreve a
capacidade humana de utilizar um sistema de signos para representar e comunicar
significados.

Lev Vygotsky considera a linguagem como uma ferramenta fundamental para o


desenvolvimento cognitivo e social dos indivíduos. Ele enfatiza a natureza
sociocultural da linguagem, argumentando que ela é adquirida por meio de
interações sociais e desempenha um papel central na formação do pensamento e
no processo de aprendizagem.
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John Searle aborda a linguagem como uma forma de comunicação que envolve
atos de fala. Ele destaca a função performativa da linguagem, ou seja, a
capacidade da linguagem de não apenas descrever a realidade, mas também de
realizar ações e influenciar o comportamento dos outros.

Mikhail Bakhtin vê a linguagem como um fenômeno social e interativo. Ele


enfatiza a natureza dialógica da linguagem, argumentando que ela é moldada por
múltiplas vozes e discursos sociais. Bakhtin considera a linguagem como uma
arena de interação, onde diferentes perspectivas e pontos de vista são expressos e
negociados.

Noam Chomsky aborda a linguagem como uma faculdade mental inata e


universal presente nos seres humanos. Ele argumenta que a linguagem é uma
estrutura gerativa, com uma gramática interna que permite a produção e a
compreensão de uma infinidade de sentenças gramaticais. Chomsky enfatiza a
criatividade linguística e a capacidade humana de gerar novas expressões.

Linguagem Verbal e Não Verbal

A linguagem, em sua essência, abrange tanto a forma verbal quanto a não verbal de
comunicação. A linguagem verbal refere-se ao uso de palavras, tanto faladas quanto escritas, para
transmitir significados. É por meio da linguagem verbal que expressamos ideias complexas,
compartilhamos informações, contamos histórias e nos comunicamos de maneira articulada. Ela
possui uma estrutura gramatical e utiliza vocabulário específico para transmitir mensagens claras e
precisas.

Por outro lado, a linguagem não verbal envolve o uso de elementos não verbais para transmitir
informações. Isso inclui gestos, expressões faciais, postura corporal, tom de voz, entonação,
proximidade física e até mesmo símbolos visuais, como imagens, ícones ou sinais. A linguagem não
verbal desempenha um papel crucial na comunicação, complementando e reforçando a linguagem
verbal. Ela pode transmitir emoções, atitudes, intenções e nuances de significado que muitas vezes
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não são expressas ou podem ser mal interpretadas pela linguagem verbal isoladamente.

Embora a linguagem verbal e não verbal sejam distintas, é importante destacar que elas estão
interligadas e frequentemente são usadas de forma integrada durante a comunicação. A combinação
adequada dessas duas formas de linguagem pode enriquecer a comunicação, tornando-a mais
completa, eficaz e compreensível. Ao reconhecer e interpretar tanto os aspectos verbais quanto os não
verbais da linguagem, podemos obter uma compreensão mais completa das mensagens transmitidas e
promover uma comunicação mais eficaz e significativa.

Observe ilustração:

 A linguagem verbal é aquela expressa por meio de palavras escritas ou falada, ou seja, a linguagem
verbalizada.
(...) “lugar de fala” tem sido uma ferramenta largamente usada nos últimos tempos, tanto
para reforçar os vínculos identitários de certos estratos da esquerda quanto para mobilizar
e engajar para a luta política, tanto para orientar a ação política dos mobilizados e
engajados como para oferecer justificativas de superioridade moral para ação praticada.”
https://revistacult.uol.com.br/home/precisamos-falar-sobre-o-lugar-de-fala/

 A linguagem não verbal utiliza dos signos visuais para ser efetivada: as imagens nas placas e as cores
na sinalização de trânsito, por exemplo.

https://brasilescola.uol.com.br/redacao/linguagem-verbal-linguagem-nao-verbal.htm

A língua representa um sistema de signos convencionais (de natureza gramatical) usados pelos membros
de uma determinada comunidade, no nosso caso, a Língua Portuguesa.
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A fala é a forma como o indivíduo se comunica oralmente. Ela está diretamente relacionada com a língua.
Entretanto, ela é considerada individual e comumente é afetada por vícios de linguagem, costumes locais
e sotaques.

Linguagem Formal e Informal

As duas variantes linguísticas da língua podem ser classificadas em linguagem formal – chamada de
linguagem culta – e a linguagem informal, também denominada de linguagem coloquial.
Assim, enquanto a linguagem formal é utilizada considerando as normas gramaticais, a linguagem
informal é aquela espontânea e despreocupada com as regras, utilizada, por exemplo, numa conversa
entre amigos.

Alexandre Beck. Disponível em: <https://tirasarmandinho.tumblr.com>.

 Linguagem informal, considerada menos prestigiada e culta, usada quando há familiaridade entre
os interlocutores da comunicação ou em situações descontraídas.

a) Fala, garoto! Beleza?


b) Rola um cinema hoje?
c) Cadê Pedro? Cê viu ele?

 Linguagem formal, considerada mais prestigiada e culta, usada quando não há familiaridade entre
os interlocutores da comunicação ou em situações que requerem uma maior seriedade.

a) Bom dia! Tudo bom com você?


b) Querem ir ao cinema hoje?
c) Onde está Pedro? Você o viu?

Linguagem Denotativa (ou denotação) e Conotativa (ou conotação)


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Denotação

Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu significado
original, independentemente do contexto em que aparece.
A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva,
assumindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como jornais,
regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros.

Apresenta as seguintes características:


 Transmite o significado original da palavra, normalmente associado ao primeiro significado que
aparece na definição do dicionário.
 Transmite o sentido mais comum da palavra, sendo aquele que é imediatamente reconhecido.
 Transmite o significado mais objetivo da palavra, independentemente do contexto frásico em que
ocorre.
 A principal função da mensagem é transmitir uma informação clara e objetiva.

Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta diferentes significados,
sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto em que aparece, quando se refere a sentidos,
associações e ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significação mediante a
circunstância em que é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, por meio da
expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na
literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários,
entre outros.

Apresenta as seguintes características:


• Surge em situações particulares de uso da língua, estando dependente do contexto frásico em que
ocorre.
• Transmite um significado subjetivo da palavra, sujeito à interpretação dos interlocutores.
• Apresenta um sentido simbólico da palavra, influenciado por associações e ideias que ampliam o
sentido original de uma palavra.
• A principal função da mensagem é ser expressiva para provocar sentimentos nos interlocutores.
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Observe que o tema dos dois textos acima é o mesmo. O primeiro foi elaborado em linguagem
denotativa, e o segundo em linguagem figurada.

Calvin e Haroldo, criação de Bill Watterson.

No terceiro quadrinho da tira, há uma expressão em seu sentido metafórico: “vai comer asfalto”. Não
se espera que a ameaça seja cumprida, no entanto sabemos que o sentido dado à expressão é negativo.
Moe usou o sentido figurado para dizer que Calvin vai passar por momentos desagradáveis no quinto ano.

TEXTO

O conceito de texto é fundamental para a compreensão e análise da comunicação humana. Um


texto pode ser definido como uma unidade comunicativa que possui uma estrutura organizada e
carrega significados. Ele pode se manifestar de diversas formas, como um conjunto de palavras
escritas, uma imagem, um discurso falado ou até mesmo uma combinação de elementos multimodais.
O texto não se limita apenas à linguagem escrita, abrangendo também outras formas de expressão
comunicativa. Através do texto, os indivíduos podem transmitir ideias, compartilhar informações,
evocar emoções e estabelecer conexões com os outros. A análise do texto envolve a exploração de seus
elementos estruturais, contextuais e semânticos, assim como a interpretação das intenções do autor e a
interação do leitor com o texto. Compreender o conceito de texto é essencial para uma melhor
apreciação e compreensão dos diferentes modos de comunicação utilizados pela humanidade.
Quando nos perguntamos o que é texto, devemos considerar que seu significado pode variar,
ganhando diferentes sentidos ao longo da história. Atualmente, o texto não é considerado uma
estrutura pronta, com unidade de sentido completa, uma vez que são considerados os processos de
planejamento, construção e recepção do texto. Dito em outras palavras, texto é uma produção verbal
(oral ou escrita) ou não verbal, que se caracteriza como uma prática social que utiliza estruturas
verbais, organizadas e caracterizadas por suas estruturas linguísticas, considerando sua função social,
com o intuito de cumprir um papel pessoal ou coletivo na vida humana (lembrar do papel dos gêneros
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textuais). É importante termos conhecimento sobre algumas conceituações de texto de diferentes


autores. Observe:
Roland Barthes aborda o texto como um conjunto de significados e estruturas que vão além da
ideia tradicional de um conjunto de palavras. Para ele, o texto é uma unidade de sentido que pode ser
encontrado em diferentes formas, como escritos, imagens, músicas, entre outros. Ele enfatiza a
natureza aberta e polissêmica do texto, que permite múltiplas interpretações por parte do leitor.
Mikhail Bakhtin considera o texto como uma unidade comunicativa que ocorre dentro de um
contexto social específico. Para ele, o texto é moldado pelas vozes e perspectivas sociais que
interagem nele. O texto é visto como um espaço de diálogo, onde diferentes pontos de vista são
expressos e debatidos, refletindo a diversidade e a multiplicidade de vozes presentes na sociedade.
Roman Jakobson aborda o texto como uma sequência organizada de signos verbais que visam a
comunicação. Ele enfatiza a função referencial do texto, ou seja, sua capacidade de transmitir
informações sobre o mundo. Jakobson também destaca outras funções da linguagem presentes no
texto, como a função emotiva (expressão de emoções) e a função poética (ênfase na forma e estética
do texto).
Michel Foucault adota uma abordagem mais ampla do texto, não se limitando à linguagem
escrita. Para ele, o texto abrange todas as formas de discurso que permeiam a sociedade, incluindo
práticas discursivas institucionais, manifestações culturais, políticas e científicas. Foucault vê o texto
como um local de poder, onde as relações de poder e conhecimento são negociadas e exercidas. Assim,
cada texto possui características individuais, a saber:
1. Função sociocomunicativa: como já citado, todo texto tem uma função social e comunicativa, que
interfere na sua estratégia de construção.
2. Contexto: também tem influência na estrutura do texto. Diferentes ambientes interferem na escolha
das palavras, na variação linguística, entre outros fatores.
3. Público-alvo: todo texto é elaborado para um leitor ou grupo específico de leitores.
4. Linguagem: um dos elementos básicos do texto. É a maneira de comunicação escrita, oral ou por
meio de sinais, sendo diferente e singular para cada espécie. Para ser considerada como tal, a
linguagem deve ter uma estrutura e contexto na qual pode ser utilizada.

ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO

Para melhor compreender alguns conceitos, torna-se necessário o estudo dos elementos da
comunicação.
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Fonte: https://sites.google.com/site/revolucaodosmeiosdecomunicacao/o-processo-de-comunicacao

o Mensagem - é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o conjunto


de informações transmitidas pelo locutor. É conteúdo transmitido pelo emissor.
o Emissor – também chamado de locutor ou falante, emite, codifica a mensagem para um ou mais
receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, por exemplo.
o Receptor - denominado de interlocutor ou ouvinte, recebe, decodifica a mensagem.
o Referente - contexto relacionado a emissor e receptor. Trata-se da situação comunicativa em que
estão inseridos o emissor e receptor.
o Canal - meio pelo qual circula a mensagem, corresponde ao local onde a mensagem será
transmitida: jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros.
o Código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem. Podem ser signos
gráficos, como palavras, ou ainda signos imagéticos, como representação de cores para significar
uma fala. O código utilizado no processo comunicativo pode vir de várias formas, verbal ou não
verbal. Esse código pode ser por sinais, gestos, sons, textos, desenhos, etc.
Atenção:

 Ruído na Comunicação: ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma correta pelo
interlocutor. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando o código utilizado pelo locutor é desconhecido
pelo interlocutor; barulho do local; voz baixa; dentre outros.
 Utilizamos dois elementos principais para que a comunicação se materialize de forma plena: a
linguagem e a língua.

TEXTUALIDADE

A textualidade é um conjunto de elementos necessários em toda produção textual. Ela é


composta por sete fatores (coerência, coesão, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade,
informatividade e intertextualidade) além de clareza, expressividade e originalidade, que, juntos, indicam
cada aspecto envolvido na comunicação do texto.
O texto é o produto final da textualidade e apresenta aspectos estruturais e pragmáticos —
textualidade — e aspectos ideológicos, como valores morais e culturais. Os elementos da textualidade são
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responsáveis por auxiliar na construção do sentido, garantindo a compreensão e interpretação do leitor, a


saber:
 Clareza das palavras: refere-se à escolha lexical. Toda palavra possui um significado denotativo, mas
também diversos outros significados conotativos. Na hora de escolher quais expressões utilizar, é
importante atentar aos sentidos que elas podem produzir, evitando toda escolha que for prejudicial ao
sentido. É importante que o vocabulário seja preciso e objetivo.
 Expressividade: é o complemento da clareza vocabular que permite que o sentido esteja acessível ao
leitor. Por exemplo: no texto jornalístico, a expressividade avalia aspectos como objetividade,
formalidade e impessoalidade no sentido do texto; em um texto literário, a expressividade se refere ao
aspecto estético utilizado para atingir o leitor.
 Originalidade: refere-se ao aspecto autoral das produções textuais. Nenhum texto é totalmente novo,
mas repetir informações conhecidas ou reproduzir ideias comumente relacionadas ao assunto não é
interessante ao texto.

Fatores de Textualidade
Os fatores da textualidade são os elementos essenciais a toda produção textual. São sete os fatores
da textualidade, dois linguísticos e cinco pragmáticos: coerência, coesão, intencionalidade,
aceitabilidade, situacionalidade, informatividade, intertextualidade.
 Coerência: trabalha no aspecto lógico, semântico e cognitivo do texto. Ele é o fator que garante a
construção de um novo sentido, a partir das relações entre diferentes ideias e conceitos utilizados.
Um texto coerente apresenta ideias relacionadas e explicadas, bem como evita contradições.
 Coesão: é a materialização da coerência, por meio dos elementos conectivos (conjunções, pronomes,
preposições, etc.), responsáveis por estabelecer e caracterizar a natureza das relações entre as ideias
do texto.
 Intencionalidade: refere-se ao esforço linguístico em expressar a mensagem, por meio de um texto
coerente e coeso. Todo texto é produzido com alguma intenção comunicativa. Quando organizamos
bem o sentido, a intenção do autor se faz mais evidente e contribui na compreensão do leitor/ouvinte.
 Aceitabilidade: é o fator referente ao interlocutor (ouvinte/leitor). Indica a expectativa do receptor
em compreender a mensagem do texto. O sentido se constrói pela intenção do autor e pela abertura e
conhecimento de mundo do leitor.
 Situacionalidade: indica o contexto no qual o texto está inserido, analisando a pertinência ou não da
produção textual para a situação comunicativa.
 Informatividade: avalia o equilíbrio entre as novas informações e as informações já conhecidas.
Nenhum texto produz um sentido totalmente novo, pois sempre considera conhecimentos já
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existentes. Entretanto, o texto que somente repete dados conhecidos não acrescenta nada de novo,
apresenta-se mais como cópia.
 Intertextualidade: refere-se à presença de marcas, semânticas ou formais, de textos produzidos
anteriormente no novo texto. Todo texto apresenta intertextualidade, mas nem sempre ela vem
indicada explicitamente.

COESÃO E COERÊNCIA

Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição
quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um
dando continuidade ao outro. Os elementos de coesão determinam a transição de ideias entre as frases e
os parágrafos. É fundamental na redação a apresentação clara das ideias, e para se alcançar isso as frases
devem estar bem articuladas. Essa articulação chama-se coesão textual, a qual é explicitada por meio de
elementos conectivos, normalmente conjunções, advérbios e pronomes.

Coerência é a característica daquilo que tem lógica e coesão, quando um conjunto de ideias
apresenta nexo e uniformidade. Para que algo tenha coerência, este objeto precisa apresentar uma
sequência que dê um sentido geral e lógico ao receptor, de forma que não haja contradições ou dúvidas
acerca do assunto.
Observe os conceitos dados pelos autores abaixo.
Halliday e Hasan consideram a coesão como um princípio textual que se refere à conexão e
continuidade entre as partes de um texto. Ela é alcançada por meio de recursos linguísticos, como
pronomes, conectores, repetição de palavras e substituição lexical. A coesão contribui para a clareza e
compreensão do texto.
Já a coerência, segundo eles, é o princípio que trata da interpretação global e lógica do texto. A
coerência envolve a organização e estruturação das ideias, a relação de sentido entre as informações
apresentadas e a construção de uma sequência coerente de eventos ou argumentos.
Van Dijk aborda a coesão como uma propriedade textual que envolve a relação entre as
unidades linguísticas dentro do texto. Ele destaca que a coesão pode ser alcançada por meio de
mecanismos como referência, substituição, elipse e conexões lógicas entre as sentenças. A coesão
contribui para a fluidez e compreensão do texto.
Quanto à coerência, Van Dijk a vê como um princípio cognitivo que diz respeito à
interpretação e compreensão global do texto. Ele enfatiza que a coerência é construída através da
ativação e integração de conhecimentos prévios do leitor, da estruturação das informações
apresentadas e da manutenção de uma linha temática consistente.
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Beaugrande e Dressler consideram a coesão como uma propriedade textual relacionada ao uso
de recursos linguísticos para conectar as partes do texto. Isso inclui elementos como referência,
substituição, elipse, conectores e marcadores discursivos. A coesão contribui para a organização e
estruturação do texto.
Em relação à coerência, eles a veem como uma propriedade semântica e pragmática do texto.
A coerência envolve a relação lógica e interpretativa entre as informações presentes no texto, a
progressão temática, a consistência de estilo e o atendimento das expectativas do leitor em termos de
sentido e propósito.
Para Ingedore Koch, a coesão é um princípio textual que se refere às relações formais e
gramaticais entre as partes de um texto. Ela envolve o uso de mecanismos linguísticos, como
pronomes, conectores, repetição de palavras e recursos de substituição, com o objetivo de garantir a
continuidade e a fluidez da leitura. A coesão contribui para a organização estrutural do texto,
facilitando a compreensão e a interpretação das informações apresentadas.

Já a coerência, segundo Koch, é um princípio que se refere à interpretação e à compreensão


global do texto. Ela diz respeito à conexão de sentido entre as partes do texto, à progressão temática e
à construção de relações lógicas e argumentativas. A coerência envolve a organização das
informações de forma lógica e a articulação coerente das ideias, garantindo a compreensão do texto
como um todo.
Para Koch, a coesão e a coerência são elementos fundamentais para a construção de um texto
coeso e coerente. A coesão contribui para a conexão e a continuidade entre as partes, enquanto a
coerência assegura a interpretação global e a compreensão dos sentidos veiculados pelo texto. Ambos
os princípios são essenciais para a produção e a recepção de textos claros e eficazes.

INTERTEXTUALIDADE

A intertextualidade é um fenômeno presente na linguagem que envolve referências, alusões ou


citações a outros textos. Ela ocorre quando um texto dialoga com outros textos, estabelecendo conexões e
relações intertextuais. A intertextualidade é uma característica comum na produção textual e está presente
em diversas formas de expressão, incluindo literatura, música, cinema e arte em geral. Ela enriquece a
experiência do leitor/ouvinte/espectador, permitindo diálogos entre diferentes textos e contribuindo para a
construção de significados mais amplos. Existem diferentes tipos de intertextualidade, entre os quais se
destacam:
Citação direta: Consiste na reprodução textual de uma passagem ou trecho de outro texto, de forma
explícita e com referência clara à fonte original. Geralmente, é indicada por aspas ou outros sinais de
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citação.
Paródia: Nesse tipo de intertextualidade, ocorre uma recriação ou imitação bem-humorada de um
texto conhecido, de modo a subvertê-lo ou satirizá-lo. A paródia pode envolver a imitação de estilo,
estrutura narrativa ou elementos temáticos de uma obra anterior.
Alusão: Consiste em fazer referência indireta a outro texto, sem citá-lo explicitamente. Pode ser
uma referência a uma obra literária, cultural, histórica ou até mesmo a uma expressão idiomática
conhecida.
Intertextualidade implícita: Nesse caso, não há uma referência direta a um texto específico, mas
há elementos que sugerem uma conexão com outras obras ou tradições literárias. Pode ser através de
temas, personagens, estruturas narrativas ou estilos similares.
Intertextualidade temática: Refere-se à presença de temas, assuntos ou tópicos semelhantes em
diferentes textos. Os temas podem ser explorados de maneiras diferentes, mas a conexão temática permite
uma relação intertextual entre as obras.
Intertextualidade intergêneros: Ocorre quando há uma conexão intertextual entre textos de
diferentes gêneros ou formas literárias. Por exemplo, um poema que faz referência a uma peça teatral ou
um conto que utiliza elementos de um ensaio.
A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
Na pintura: Observe abaixo as releituras de Monalisa, de Leonardo da Vinci.

Na música:
A música “Monte Castelo”, da banda Legião Urbana, cita os versículos bíblicos 1 e 4, encontrados no
livro de Coríntios, no capítulo 13:
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https://2.bp.blogspot.com/-9nCG_ip6-
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa
ou como o sino que tine” e “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com
leviandade, não se ensoberbece”. E ainda os versos do escritor português Luís Vaz de Camões (1524-
1580), encontradas na obra “Sonetos” (soneto 11):
“Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

Tipos de Intertextualidade

Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
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(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

 Paráfrase: O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), significa a “repetição de uma sentença”. É


a releitura de um texto já existente mantendo a mesma ideia contida no texto original, mas se valendo de
outras palavras.
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

 Paródia: Do grego (parodès) a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhante) e “odes”
(canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante à outra”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas
humorísticos. É uma releitura do texto original que conta geralmente com a crítica de caráter humorístico.
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

As variações linguísticas são as mudanças que a língua apresenta dentro do seu próprio sistema.
Nenhuma língua é estanque, uma vez que ela é um organismo vivo, que muda conforme o uso que os
falantes fazem dela. Ocorrem variações na língua porque a língua é usada por falantes inseridos numa
sociedade complexa, formada por diferentes grupos sociais, com diferentes hábitos linguísticos e
diferentes graus de escolarização.
Os falantes usam a língua de modo a suprir suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme
suas intenções e necessidades. Assim, as línguas estão em constante alteração, pois não são um sistema
estático e fechado.
 As variações linguísticas ocorrem principalmente nos âmbitos geográficos, temporais e sociais.

Variações diatópicas
As variações diatópicas, também chamadas de variações regionais ou geográficas, são variações
que ocorrem de acordo com o local onde vivem os falantes, sofrendo sua influência, uma vez que
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diferentes regiões têm diferentes culturas, com diferentes hábitos, modos e tradições, estabelecendo assim
diferentes estruturas linguísticas.

Exemplos:
 Diferentes palavras para os mesmos conceitos:
a) aipim, mandioca, macaxeira.
b) abóbora, jerimum, moranga.
c) sacolé, dindim, geladinho.

 Diferentes dialetos:
a) dialeto caipira.
b) dialeto gaúcho.
c) dialeto baiano.
 Reduções de palavras ou perdas de fonemas:
a) véio (velho).
b) muié (mulher).
c) escrevê (escrever).
d) cristar (cristal).

Variações diacrônicas

As variações diacrônicas, também chamadas de variações históricas, são variações que ocorrem de
acordo com as diferentes épocas vividas pelos falantes, sendo possível distinguir o português arcaico do
português moderno, bem como diversas palavras que ficam em desuso.

Observação:
Arcaísmos são palavras antigas, ou seja, palavras que perderam o seu uso ou o uso de algum dos seus
significados numa linguagem culta.

Exemplos:
 Palavras que caíram em desuso:
a) baeta: indicava os habitantes de Minas Gerai.
b) botica: sinônimo de farmácia.
c) carisma: sinônimo de epilepsia.
d) coitar: sinônimo de machucar.
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e) comprir: sinônimo de cumprir.


f) dada: sinônimo de doação.

 Grafias que caíram em desuso:


a) flôr.
b) pharmácia.
 Vocabulário e expressões típicas de uma determinada faixa etária:
a) Você é um chato de galocha!
b) Ele é maior barbeiro.
c) Vai catar coquinho.

Variações diastráticas

As variações diastráticas, também chamadas de variações sociais, são variações que ocorrem de
acordo com os hábitos e cultura de diferentes grupos sociais. Este tipo de variação ocorre porque
diferentes grupos sociais possuem diferentes conhecimentos, modos de atuação e sistemas de
comunicação.

Exemplos:
• Gírias próprias de um grupo com interesse comum, como os skatistas:
a) Prefiro freestyle.
b) O gringo tem um carrinho irado.
c) O silk do skate tá insano.
• Jargões próprios de um grupo profissional, como os policiais e militares:
a) Ele deu sopa na crista.
b) Vamos na rota dele.
c) Não mexe com meu peixe.
Variações diafásicas

As variações diafásicas, também chamadas de variações situacionais, são variações que ocorrem de
acordo com o contexto ou situação em que decorre o processo comunicativo. Há momentos em que é
utilizado um registro formal e outros em que é utilizado um registro informal.

PRECONCEITO LINGUÍSTICO
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O preconceito linguístico é, segundo o professor, linguista e filólogo Marcos Bagno, todo juízo
de valor negativo (de reprovação, de repulsa ou mesmo de desrespeito) às variedades linguísticas de
menor prestígio social. Normalmente, esse prejulgamento dirige-se às variantes mais informais e ligadas
às classes sociais menos favorecidas, as quais, via de regra, têm menor acesso à educação formal ou têm
acesso a um modelo educacional de qualidade deficitária.

Causas do preconceito linguístico


Segundo Bagno, na obra Preconceito Linguístico: o que é, como se faz (1999), o preconceito
linguístico deriva da construção de um padrão imposto por uma elite econômica e intelectual que
considera como “erro” e, consequentemente, reprovável tudo que se diferencie desse modelo. Além
disso, está intimamente ligado a outros preconceitos também muito presentes na sociedade, como:
Preconceito socioeconômico
Entre todas as causas, talvez seja a mais comum e a que traga consequências mais graves. Isso se
deve ao fato de membros das classes mais pobres, pelo acesso limitado à educação e cultura, geralmente,
dominarem apenas as variedades linguísticas mais informais e de menor prestígio.
Assim, são excluídos principalmente dos melhores postos no mercado profissional, e cria-se a chamada
ciclicidade da pobreza: o pai pobre e sem acesso à escola de qualidade dificilmente oferecerá ao filho
oportunidades (pela falta de condição), e este, provavelmente, terá o destino daquele.
Preconceito regional
Junto ao socioeconômico, é uma das principais causas do preconceito linguístico. São comuns
casos de indivíduos que ocupam as regiões mais ricas do país manifestarem algum tipo de aversão ao
sotaque ou aos regionalismos típicos de áreas mais pobres.
Preconceito cultural
No Brasil, há uma forte aversão por parte da elite intelectual à cultura de massa e às variedades
linguísticas por ela usadas. Isso fica evidente, por exemplo, na música.
Por muito tempo, o sertanejo e o rap foram segregados no cenário cultural por serem oriundos de classes
menos favorecidas (muitas vezes, sem acesso à educação formal) e que se utilizam de uma linguagem
bastante informal (a fala do “caipira” ou de um membro de uma comunidade em um grande centro, por
exemplo). É muito importante destacar que ambos são estilos musicais extremamente ricos e são parte
importantíssima da identidade cultural de milhões de pessoas.
Racismo
Infelizmente, no Brasil, elementos da cultura negra ainda são segregados por uma parcela da
população. Isso se reflete na linguagem, por exemplo, no significado de palavras de origem africana,
como “macumba”, que, no Brasil, é ligada à magia negra, satanismo ou feitiçaria; mas, na verdade, é um
instrumento de percussão usado em cerimônias religiosas de origem africana.
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Homofobia
É comum que gírias ou expressões sejam rotuladas como específicas da comunidade LGBT e,
consequentemente, repudiadas por aqueles que possuem aversão a esse grupo social. Basta se lembrar da
polêmica em torno de uma questão da prova do Enem de 2018 que versava sobre o pajubá (dialeto
criado pela comunidade LGBT).
Consequências do preconceito linguístico
A principal consequência do preconceito linguístico é a acentuação dos demais preconceitos a ele
relacionados. Isso significa que o indivíduo excluído em uma entrevista de emprego, por se utilizar de
uma variedade informal da língua, não terá condições financeiras de romper a barreira do analfabetismo
e, provavelmente, continuará excluído. O cidadão segregado por apresentar sotaque de uma determinada
região continuará sendo visto de forma estereotipada, sendo motivo de riso ou de chacota e assim por
diante.
Preconceito linguístico no Brasil

No Brasil, o preconceito linguístico é muito perceptível em dois âmbitos: no regional e no


socioeconômico. No primeiro caso, é comum que os agentes estejam nos grandes centros populacionais,
os quais monopolizam cultura, mídia e economia, como Sudeste e Sul. As vítimas, por sua vez,
normalmente, estão nas regiões consideradas pelos algozes como mais pobres ou atrasadas culturalmente
(como Nordeste, Norte e Centro-Oeste). Rótulos como o de “nordestino analfabeto” ou de “goiano
caipira”, infelizmente, ainda estão presentes no pensamento e no discurso de muitos brasileiros.
No segundo caso, o preconceito linguístico dirige-se da elite econômica para as classes mais pobres.
Segundo o professor Bagno, muitos usam a língua como ferramenta de dominação, visto que o
desconhecimento da norma-padrão, de acordo com essas pessoas, representaria um baixo nível de
qualificação profissional. Por essa razão, muitas pessoas permanecem nos subempregos e com péssima
remuneração. Resumindo, o preconceito linguístico é um dos pilares de manutenção da divisão de
classes no Brasil.
O preconceito linguístico surge porque nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo
prestígio. Algumas são consideradas superiores, mais corretas e cultas e outras são consideradas menos
cultas ou mesmo incorretas. Preconceito linguístico ocorre sempre que uma determinada variedade é
referida com um tom pejorativo e depreciativo, estando associada a situações de deboche ou até de
violência, o que contribui para a exclusão social de diversos indivíduos e grupos.
É urgente compreender e aceitar que todas as variedades linguísticas são fatores de enriquecimento e
cultura, não devendo ser encaradas como erros ou desvios.
https://brasilescola.uol.com.br/portugues/preconceito-linguistico.htm
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Dialeto
Dialeto é uma linguagem própria de determinadas comunidades e que existe simultaneamente à
outra língua. Como no Brasil existe dialeto caipira, um jeito de se expressar próprio do interior de São
Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Paraná, que coexiste com a Língua Portuguesa. O
dialeto tem suas próprias marcas linguísticas, estrutura semântica, léxico e características fonológicas,
morfológicas e sintáticas. É normalmente restrito a uma comunidade regional.
É uma variante linguística, que tem origem em uma outra língua. Não necessariamente é originada na
língua oficial do território em que se fala o dialeto. Por vezes, na comunidade, fala-se apenas o dialeto
local, sem o uso da língua oficial do país. Em alguns lugares de colonização italiana no Rio Grande do
Sul, por exemplo, existem vilarejos que falam apenas o dialeto do Vêneto, Norte da Itália, e internamente
não se fala português.
A sociolinguística defende que existem outros fatores além dos regionais que determinam um
dialeto. E que existem os chamados dialetos etários (com as diferenças marcadas entre as formas de
expressão de geração para geração) e dialetos sociais (entre diferentes grupos sociais).
Alguns linguistas entendem o português falado no Brasil como um dialeto brasileiro, em função das
grandes diferenças até mesmo estruturais entre a forma como se fala e escreve-se no Brasil e em Portugal.
A palavra “idioma” não é sinônimo exato de “dialeto”, pois o idioma é um termo caracterizado
politicamente, em referência à língua oficial de um país. São exemplos de dialetos no Brasil o dialeto
mineiro, o dialeto gaúcho, o dialeto baiano e o dialeto carioca.

Dialeto e Sotaque
Dialeto e sotaque não são sinônimos. O dialeto caracteriza-se pela estrutura de linguagem própria
de um grupo, sejam as palavras diferentes, a forma de construir as frases, e etc. O sotaque é a pronúncia, a
forma como se fala. É marcado pelo ritmo com que as palavras são expressadas verbalmente, os
diferentes sons na fala.

Exemplos:
a) Mineirin (mineirinho).
b) Quietin (quietinho).

Já no Rio de Janeiro, o sotaque é marcado pelo chamado chiado, o som de CH ou X:


a) Exquerda (esquerda).
b) Excola (escola).
Os diferentes sons são marcas do sotaque, e não um dialeto.
Jargão
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Jargão significa uma linguagem pouco compreensível, em muitos casos por ser específica de
determinado grupo profissional ou sociocultural. O termo tem sua origem na palavra francesa "jargon". O
uso do jargão provoca uma linguagem viciada e corrompida, demonstrando pouco conhecimento de uma
língua ou a intencionalidade de que a conversa não seja compreendida por quem não pertença ao círculo.
O jargão profissional representa um discurso de difícil compreensão para quem não faz parte do
meio onde é falado. É o caso das áreas ligadas ao Direito (jargão jurídico), Economia, Medicina, TI
(Tecnologias de Informação), entre muitas outras. A introdução de palavras desconhecidas ou que
pertencem a outros idiomas dificultam o entendimento. O jargão militar, por exemplo, são palavras
usadas no contexto das Forças Armadas.
Os jargões cheios de palavras difíceis, podem afugentar o interlocutor e, por isso, deve ser evitado.
Enquadram nesses casos o politiquês, o economês, o juridiquês, entre outros com sufixo "ês". Em alguns
casos, o jargão pode ser sinônimo de calão, indicando algumas palavras que são usados na linguagem
informal. O jargão também pode estar relacionado a um esporte, sendo que o jargão de futebol, por
exemplo, é composto por palavras que estão diretamente ligadas com o mundo do futebol.

Exemplos de jargão:
• Medicina
a) "Apresenta uma massa cística indeterminada e septos espessos irregulares mas com realce
mensurável."

• Informática
b) "O tweak pode ser feito no BIOS da motherboard".
c) " A mochila vem com um mouse ótico USB com scrolling de quatro direções e conexão Plug&Play".

Fonte: https://www.significados.com.br/dialeto/

FUNÇÕES DE LINGUAGEM

Todos os elementos da comunicação possuem uma função da linguagem que foi determinada pelo
linguista Roman Jakobson. Segundo Jakobson, cada elemento assume uma finalidade no ato
comunicativo. Tem-se seis funções de linguagem:
1. Fática
2. Referencial (ou denotativa)
3. Emotiva (ou expressiva)
4. Conativa (ou apelativa)
5. Poética
6. Metalinguística
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COMPONENTE CURRICULAR: Produção Textual

Função Fática
O objetivo é simplesmente estabelecer relação entre o emissor e o receptor, estabelecer, prolongar ou
interromper a comunicação. É a função responsável pelo primeiro contato entre emissor e receptor.

 Ênfase no contato.
 Palavra-chave: canal
 Linguagem das falas telefônicas, saudações, diálogos superficiais e similares.

https://br.pinterest.com/pin/733594226774901923/?lp=true

Função Referencial (ou denotativa)


Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade.

 Ênfase no contexto.
 Palavra-chave: referente.
 Objetiva, direta, denotativa.
 Prevalece a 3ª pessoa do singular.
 Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos.
Exemplo:

Coronavírus: com nova metodologia, número de mortes chega a 242 em um dia e registro de casos
triplica.

Ao menos 242 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus na província chinesa de


Hubei, epicentro do surto. Foi o maior número de mortes já registrado em um só dia. Houve também
um aumento significativo do número de casos registrados, mas grande parte se deu após a adoção de
uma metodologia mais ampla para definir se alguém está infectado ou não. A mudança, segundo as
autoridades chinesas, visa dar mais celeridade ao tratamento e ao isolamento dos pacientes infectados
com a doença, além de ampliar o escopo de quem precisa ser monitorado por eventuais sintomas.
Desde o início de fevereiro, o total de casos novos registrados diariamente na província não passava de
4 mil e parecia estável — à época, a confirmação dependia de um exame da secreção respiratória, cujo
resultado demorava ao menos dois dias e tinha uma acurácia baixa, segundo o jornal The New York
Times.

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51486221. Acesso em 12/02/2020

Função Emotiva (ou expressiva)


Quando o objetivo da mensagem é a expressão das emoções, atitudes, estados de espírito do emissor
com relação ao que fala.

 Ênfase no remetente.
 Palavra-chave: emissor
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COMPONENTE CURRICULAR: Produção Textual

 Presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de


exclamação

Exemplo:

Édipo: Oh, execrável nuvem de trevas, que colas sobre mim, monstruosa, invencível, que não posso
dissipar! Ai de mim! Ai de mim! Como sinto cravar-se juntamente a pontada destes aguilhões e a
memória de minhas desavenças.
Sófocles. Teatro Grego, Cultrix, tradução de Jaime Bruna.

Função Conativa (ou apelativa)


Quando o objetivo da mensagem é persuadir o destinatário, influenciando em seu comportamento.

 Ênfase no destinatário.
 Função muito usada nos discursos, nas propagandas., nos sermões.
 É comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo.

Exemplo:

Disponível em: https://s3.amazonaws.com/jgdprod-blogs-us/blogs/wp-content/uploads/sites/116/2019/08/Propaganda-


do-Bem-1.jpeg. Acesso em 14/10/2021

Poética
Embora seja própria da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em
geral, pois se encontra com frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na
publicidade.

 Ênfase na mensagem.
 Palavra-chave: mensagem
 Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor.
 Palavras usadas em sentido conotativo.
 Utilização de figuras de linguagem.
 É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas
etc.

Exemplo:
REDAÇÃO – Unidade 1
ÁREA DE CONHECIMENTO: Linguagens
COMPONENTE CURRICULAR: Produção Textual

https://redacaonocafe.files.wordpress.com/2012/02/poetica.jpg

Função Metalinguística

Quando o objetivo da mensagem é falar sobre a própria mensagem. Principalmente os dicionários


são repositórios de metalinguagem. Quando questionamos nosso interlocutor sobre algo que não
entendemos daquilo que ele nos falou, a resposta provavelmente será construída através de um texto
metalinguístico.

 Ênfase no código.
 A função metalinguística da linguagem está presente em diversos gêneros textuais, inclusive nas
artes plásticas.

Como exemplos de metalinguagem podemos citar:

 o autorretrato de um fotógrafo;
 a foto de uma câmera nas propagandas publicitárias;
 a pintura de um artista pintando;
 o filme que descreve sobre o cinema;
 o texto que fala da escrita;
 o desenho de alguém desenhando.

Observe:

a) No dicionário:

fis.ga s.f. 1. tipo de arpão 2. ponta de anzol ou arpão

Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.


b) Nas artes:
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COMPONENTE CURRICULAR: Produção Textual

La clairvoyance, ou A perspicácia, de René Magritte. Autorretrato do artista pintando um pássaro, 1936

c) Na música:

Samba de Uma Nota Só

Eis aqui este sambinha


Feito numa nota só,
Outras notas vão entrar
Mas a base é uma só.

Essa outra é consequência


Do que acabo de dizer
Como sou a consequência inevitável de você.

Quanta gente existe por aí


Que fala tanto e não diz nada,
Ou quase nada.
Já me utilizei de toda escala
E no final não sobrou nada,
Não deu em nada

E voltei pra minha nota


Como eu volto pra você
Vou contar com uma nota
Como eu gosto de você.
E quem quer todas as notas
Ré-Mi-Fá-Só-Lá-Si-Dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só.

Eis aqui este sambinha


Feito numa nota só,
Outras notas vão entrar
Mas a base é uma só.

Essa outra é consequência


Do que acabo de dizer
Como sou a consequência inevitável de você.
REDAÇÃO – Unidade 1
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COMPONENTE CURRICULAR: Produção Textual

Quanta gente existe por aí


Que fala tanto e não diz nada,
Ou quase nada.
Já me utilizei de toda escala
E no final não sobrou nada,
Não deu em nada

E voltei pra minha nota


Como eu volto pra você
Vou contar com uma nota
Como eu gosto de você.
E quem quer todas as notas
Ré-Mi-Fá-Só-Lá-Si-Dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só.

Compositor: Melodia de Tom Jobim e letra de Newton Mendonça

Como podemos perceber, a função metalinguística está presente nos dicionários, cujos verbetes
explicam a própria palavra; no filme que tem por tema o cinema; no poema que tem por tema o
fazer literário, e nos demais gêneros em que a linguagem está preocupada com o próprio código. A
metalinguagem não tem o objetivo de significar por si, mas sim tem o objetivo de dizer o que o
outro significa.

FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras de Linguagem são também chamadas de figuras de estilo. São recursos estilísticos usados
para dar maior ênfase à comunicação. Dependendo da sua função, elas são classificadas em:
 Figuras de palavras ou semânticas estão associadas ao significado das palavras: metáfora,
comparação, metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase.
 Figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias e pensamentos: hipérbole,
eufemismo, ironia, personificação, antítese, paradoxo, gradação e apóstrofe.
 Figuras de sintaxe ou construção interferem na estrutura gramatical da frase: elipse, zeugma,
hipérbato, polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora.
 Figuras de som ou harmonia estão associadas à sonoridade das palavras: aliteração,
paronomásia, assonância e onomatopeia.

Metáfora
De acordo com Aristóteles, a metáfora é “capaz de transportar para uma coisa o nome de outra”.
Trata-se, assim, de uma comparação subentendida, sem que haja a presença do nexo comparativo.

Exemplos:
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a) O poema é (como) uma bola de cristal. Se apenas enxergares nele teu nariz, não culpes o mágico.
(Mário Quintana).

b) “Eu quero ser pra você


A alegria de uma chegada
(como) Clarão trazendo o dia
Iluminando a sacada”
(“Pra você”, Paula Fernandes)

c)

Comparação
Tem função semelhante à metáfora, mas utiliza o conectivo como para ligar dois termos.
Exemplo:

a) Meus sonhos são como poeira no vento.

b)

Catacrese

Quando a metáfora deixa de ser momentânea e se cristaliza, ela recebe o nome de catacrese. Essa
figura é muito empregada na linguagem coloquial e geralmente se apodera de um substantivo que
significa outra coisa.

Cabeça do alfinete; dente de alho; pé da mesa; maçã do rosto; braço da


cadeira;
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Metonímia
Metonímia é o mesmo que transnominação. Ela propõe uma nova dimensão para uma palavra quanto
ao seu significado, indo muito além do nome ou do significado contido no dicionário.

Antonomásia
É uma variante da metonímia, ou seja, uma substituição de um nome por outro que com ele tenha
relação, isto é, designamos uma pessoa pelos seus atributos ou por uma qualidade, ou ainda por uma
característica (ou fato) que a distingue.
Exemplos:
Poeta dos Escravos - Castro Alves.
O Águia de Haia - Rui Barbosa.
O Herói de Tróia - Aquiles.
O Berço dos Faraós - Egito.

Observação: Na linguagem popular, apelido é uma forma de antonomásia.

Perífrase
Do grego perifrasis = em torno da frase, também conhecida por circunlóquio, rodeio; consiste em
substituir uma palavra por uma série de outras, de modo que estas se refiram àquela indiretamente,
Exemplo:
a) O rugido do rei das selvas (leão) é ouvido a uma distância de 8 quilômetros.

Observação:
Tendo em vista os exemplos dados, é de se notar que a perífrase é muito parecida com a
antonomásia; por esse motivo, muitos autores não fazem distinção entre essas duas figuras, ou
mesmo confundem uma com a outra. Em termos práticos, a antonomásia refere-se somente a nomes
próprios; e a perífrase serve para substituir qualquer palavra, seja ela um nome próprio ou não.

Outro exemplo:
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Elipse
Elipse é uma palavra que deriva do grego élleipsis, que quer dizer supressão. Portanto, elipse é a
omissão de um termo da oração, que pode ser identificado facilmente a partir da análise do contexto.
Exemplos:
a) (Eu) Levo uma pena leve de não ter sido bom.
b) Caberia mais um daqueles (filmes) na tela do cinema.

Zeugma
Nesse caso, um termo que já foi mencionado anteriormente é omitido.
Exemplos
a) Na casa dela havia uma jacuzzi; na minha, uma piscina. (omissão de “havia”)
b) Maria plantou uma laranjeira. Eu, limoeiro. (omissão de “plantou”)

Pleonasmo
"De origem grega, polys – pleon – pleonasein (muito), pleonasmo significa redundância. Esse vício
de linguagem acontece quando palavras redundantes são utilizadas sem função, uma vez que o
sentido da mensagem já foi alcançado antes com a apresentação de outras palavras."

Ele pode ser dois tipos: literário ou vicioso.


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 Pleonasmo literário – O pleonasmo literário consiste no uso de palavras redundantes com o


objetivo de enfatizar o que está sendo dito. É frequentemente empregado por escritores, poetas e
compositores como recurso estilístico.
a) E rir meu riso e derramar meu pranto. (Vinícius de Moraes)

 Pleonasmo vicioso – Acontece quando palavras redundantes são utilizadas sem nenhuma função,
já que o sentido completo da mensagem já foi expresso por outras palavras que vieram antes. É um
vício de linguagem.

subir para cima monopólio exclusivo voltar atrás

cego dos olhos amanhecer o dia suicidou a si mesmo

gritar alto criação nova comer com a boca

pessoa humana repetir de novo surdo do ouvido

hemorragia de sangue planejar antecipadamente países do mundo


Anáfora
Quando uma determinada palavra se repete uma vez ou mais no começo da frase, temos uma anáfora.
Exemplos:
a) “João que amava Teresa
que amava Raimundo
que amava Maria
que amava Joaquim
que amava Lili
que não amava ninguém”
(Carlos Drummond Andrade)

b) Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, aguenta
(Lenine, “Do it”)

Hipérbato
É a inversão da estrutura da frase, ou seja, a ordem direta deixa de existir. Essa figura é encontrada
com frequência nas poesias, já que facilita as rimas.
Exemplo:
a) A mocidade, dizem que não cria ferrugem. (Mario Quintana)
Na ordem direta, a oração acima ficaria assim: Dizem que a mocidade não cria ferrugem.
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b)

Na ordem direta, ficaria: As margens plácidas do Ipiranga ouviram um brado retumbante de um


povo heroico.

Polissíndeto
Quando a frase repete muitas conjunções, ela utiliza o recurso estilístico de polissíndeto.
Exemplos:
a) E o olhar estaria ansioso esperando
e a cabeça ao sabor da mágoa balançando
e o coração fugindo e o coração voltando […]
(Vinícius de Moraes)

Gradação
Expressa uma transformação gradual, de maneira crescente ou decrescente. É a apresentação de ideias
que progridem de forma crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax).

Exemplos:
a) A moça trabalhou dias, semanas, meses, anos.
b) Ela berrou, gritou, falou, sussurrou, murmurou, já não havia mais nada que pudesse fazer.
c) A famosa atriz já foi milionária, rica, classe média...

Silepse ou Concordância Ideológica


Nesse caso, a concordância é ditada pelo sentido e não pela forma gramatical. Há um compromisso
com o sentido figurado e ideológico.

Silepse de gênero: Ocorre silepse de gênero quando há uma discordância gramatical entre os gêneros
dos artigos, substantivos, adjetivos, pronomes.
Exemplos:
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a) A Rio-Santos está engarrafada. (a concordância é feita com a palavra rodovia, feminina, que está
subentendida)
b) A gente está cansado, precisando de férias. (a concordância é feita com o sexo do emissor e não
com a locução pronominal)

Silepse de número: Ocorre silepse de número quando o sujeito é uma palavra no singular que
transmite uma ideia de coletividade, havendo uma discordância gramatical entre o sujeito e o verbo
das orações que estão mais distantes do sujeito. O número indica o plural e o singular.
Exemplos:
a) O casal viajou e tiraram muitas fotos. (a concordância é feita com a ideia de plural transmitida pelo
substantivo casal)
b) A maioria das crianças gostam de chocolate. (a concordância é feita com a palavra no plural
crianças e não com o núcleo do sujeito: maioria, no singular)

Silepse de pessoa: Ocorre silepse de pessoa quando há discordância entre o sujeito e a pessoa verbal.
Existem três pessoas gramaticais: primeira (quem fala: eu e nós), segunda (com quem se fala: tu e
vós), terceira (de quem se fala: ele e eles).
Exemplos:
a) Todos preferimos viajar de avião. (a concordância é feita com nós e não com eles: preferem)
b) A situação é complicada porque os alunos queremos a anulação da prova. (a concordância é feita
com nós e não com eles: querem)

Antítese
Ao evidenciar a oposição, o contraste entre duas palavras ou ideias, temos uma antítese.
Exemplos:
a) Sei o que você está sentindo por dentro e por fora.
b) “Sou teu ego, tua alma
Sou teu céu, o teu inferno, a tua calma
Eu sou teu tudo, sou teu nada”
(“Meu eu em você”, da dupla Victor e Léo)

Paradoxo
O paradoxo se diferencia da antítese porque transmite uma ideia de contradição, não apenas de
contrastes.
Exemplo:
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Como explicar, por exemplo, que o fogo arde sem se ver? E como explicar que uma ferida dói se a dor
não é sentida? Eis o que caracterizamos como paradoxo.

Eufemismo
Figura que procura dizer algo de forma mais agradável, ou seja, aliviar uma expressão muitas vezes
pesada, ofensiva, pejorativa.
Exemplos:
a) “No dia seguinte, falou o diretor
"O aluno João Roberto não está mais entre nós
Ele só tinha dezesseis
Que isso sirva de aviso pra vocês"
(Renato Russo, Dezesseis)

b)
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Hipérbole
O objetivo dessa figura é usar o exagero para destacar uma expressão ou ideia.

Outros exemplos:
a) “Devia ter me importado menos
com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier”
(Epitáfio”, cantada pela banda Titãs)

b) “Um beijo fala mais que mil palavras


Um toque é bem mais que poesia
No seu olhar enxergo a sua alma
Sua fala é uma linda melodia”
(“Um beijo”, de Luan Santana)

Ironia
Quando você diz algo, mas na verdade está querendo dizer o contrário, está colocando em prática a
ironia.
Exemplos:
a) É tão feliz que nunca dá um sorriso.

b)

Prosopopeia ou personificação
Esta figura tem o propósito de personificar seres inanimados, dando características humanas a objetos
ou animais.
Exemplo:
Ô sol vê se não esquece e me ilumina
Preciso de você aqui
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Ô sol vê se enriquece a minha melanina


Só você me faz sorrir
(O Sol, Vitor Barbiero Kley)

Onomatopeia
Essa figura incorpora a carga de significado da sonoridade, ao transformar um determinado som em
palavra.
Exemplos:
a) Splish Splash!
Fez o beijo que eu dei
Nela dentro do cinema
Todo mundo olhou-me condenando
Só porque eu estava amando...
(Splish Splash, Roberto Carlos)

b)

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Aliteração
Quando a frase apresenta uma sequência de letras semelhantes, com repetição de consoantes para
criar um som, temos um caso de aliteração.
Exemplos:
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("Segue o Seco" de Marisa Monte)

“Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.” (Luís de Camões) – repetição da consoante “v”.
“O rato roeu a roupa do rei de Roma.” (provérbio popular) – repetição da consoante “r”.
“Quem com ferro fere com ferro será ferido.” (provérbio popular) – repetição da consoante “f”.

Assonância
Esse recurso se parece com a aliteração, exceto pelo fato de que é focado em vocais tônicas. Portanto
consiste na repetição de sons vocálicos.
Exemplo:
a) Repetição do fonema “a”.

QUINO, J. L. Toda Mafalda. São Paulo: Martins fontes, 2003.

"“Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina”
(Cecília Meireles)"
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"[…] Sou um mulato nato


No sentido lato
Mulato democrático do litoral […]
VELOSO, Caetano. Sugar Cane Fields Forever"

Paranomásia
Esse recurso busca aproximar palavras com sons iguais ou semelhantes, mas com significados
diferentes.
Exemplo:
Vendo (verbo olhar) e vendo (verbo vender) na tirinha a seguir.

Sinestesia
Outra figura de linguagem muito presente na escrita é a sinestesia, que procura misturar as sensações
dos sentidos (olfato, tato, paladar, audição e visão). Os escritores do Simbolismo utilizam muito esse
recurso.
Exemplo:

FacebookTwitteremailPinterestLinkedinTumblr

Assíndeto
Assíndeto (sem síndeto, sem conectivo) é a figura de linguagem usada quando há omissão de conjunções
coordenativas que ligariam elementos ou orações coordenadas, que são independentes entre si. Assim,
essas orações aparecem encadeadas, mas sem as conjunções que fariam a conexão entre elas.
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Exemplo:
Ela é querida, mas estranha; amada, mas perigosa.
Ela é querida, estranha; amada, perigosa.

Apóstrofe
A apóstrofe equivale, sintaticamente, ao vocativo. Apresenta frequentemente entonação apelativa e
exclamativa. Deve ser destacada com vírgulas ou com outro sinal que pontuação que transmita esse
destaque, como ponto de exclamação ou reticências.
Exemplos:
a) Venha, Filipe, está na hora de dormir.
b) Não coma tão depressa, menina!
c) Você viu a confusão no recreio, professora?

Catacrese
Uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na ausência de termo específico.
Exemplo:
"Distrai-se um deles a enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado
primitivamente para significar apenas colocar na terra.

Anacoluto
O anacoluto é uma figura de linguagem, geralmente observado em contextos de comunicação oral, cuja
base é a interrupção da estrutura da oração. Isso ocasiona o isolamento de determinadas palavras e
expressões, fazendo-as perder a função sintática.

Exemplos:
a) “Eu, porque fui demitido, fico o dia todo em casa”.
b) “Meu pai, as leituras deixavam-no acordado a noite toda”.
c) “Adolescentes, como são difíceis de controlar”.
d) “O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de relógio do que eu”.
(Rubem Braga).
e) ““Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura”. (Manuel Bandeira).
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Fonte dos exemplos: https://www.significados.com.br/figuras-de-linguagem/

QUADRO RESUMO DAS FIGURAS DE LINGUAGEM

FIGURAS DE FIGURAS DE FIGURAS DE FIGURAS DE SOM


PALAVRAS OU PENSAMENTO SINTAXE OU DE OU HARMONIA
SEMÂNTICAS CONSTRUÇÃO
Metáfora Hipérbole Elipse Aliteração
Comparação Eufemismo Pleonasmo Paronomásia
Metonímia Ironia Zeugma Assonância
Catacrese Prosopopeia Hipérbato Onomatopeia
Sinestesia Antítese Silepse
Perífrase e Paradoxo Polissíndeto
antonomásia Gradação Assíndeto
Anáfora

VERSIFICAÇÃO
VERSIFICAÇÃO

A versificação ou metrificação é um recurso estilístico relacionado à técnica de fazer versos, ao


estudo dos metros, pés, acento e ritmo, além de estabelecer normas para a contagem das sílabas de um
verso. Como é uma técnica, a versificação não está relacionada obrigatoriamente à noção de poesia.
Na literatura brasileira, Olavo Bilac e Guimarães Passos escreveram o Tratado de versificação,
tendo Bilac ficado conhecido por defender ardorosamente a métrica, produzindo diversos poemas
dedicados sobretudo aos elementos concernentes à versificação. Por isso a versificação não pode ser
confundida com poesia - que é capaz de despertar encantamento estético e está relacionada diretamente
com o campo das sensações. A versificação está para o poema, pois o poema refere-se à forma, ou seja,
aos versos, estrofes e sua disposição. O ritmo poético tem como principal característica e utiliza os
seguintes elementos:

a) Número fixo de sílabas: difere em muito da contagem de sílabas proposta pela norma
gramatical. Na recitação, o que importa é o que se ouve, e não a representação escrita da palavra;

b) Distribuição das sílabas fortes (ou tônicas) e fracas (ou átonas);

c) Cesura: pausa interna que pode ocorrer pela necessidade de destacar alguma palavra;
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d) Rima: igualdade ou semelhança de sons na terminação das palavras a partir da última vogal
tônica. Pode ser classificada como perfeita, quando a identidade dos fonemas finais é completa,
ou imperfeita, quando essa mesma identidade fonética não é completa;

e) Aliteração: está relacionada com o desejo de harmonia imitativa, repetindo fonemas em palavras
simetricamente dispostas. Observe a repetição do fonema /v/ no fragmento do poema “Violões
que choram”, do poeta simbolista Cruz e Sousa:

“Vozes veladas, veludosas vozes,


Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”

f) Encadeamento: repetição de fonemas, palavras, expressões ou um verso inteiro simetricamente


disposta;
g) Paralelismo: consiste na repetição simétrica das palavras dentro de seu conteúdo semântico, cuja
principal intenção é tornar o texto mais elaborado e requintado. Observe a ocorrência do
paralelismo no fragmento do poema “Baladas Românticas”, de Olavo Bilac:

Como era verde este caminho!


Que calmo o céu! que verde o mar!
E, entre festões, de ninho em ninho,
A Primavera a gorjear!...
Inda me exalta, como um vinho,
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Esta fatal recordação!


Secou a flor, ficou o espinho...
Como me pesa a solidão!

Carlos Drummond de Andrade certa vez afirmou sua identificação e filiação ao movimento
modernista brasileiro que ganhou voz sobretudo em São Paulo, no ano de 1922. Os poetas modernistas
prezavam maior liberdade à criação poética e uma forte ruptura com o modelo literário vigente, o
Parnasianismo. Contudo, já em sua maturidade como poeta, Drummond afirmou que a "liberdade que
não é absoluta, pois a poesia pode prescindir da métrica regular e do apoio da rima, porém não pode
fugir ao ritmo, essencial à sua natureza”.

“Lutar com palavras


é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.
Algumas, tão fortes
como o javali.
Não me julgo louco.
Se o fosse, teria
poder de encantá-las.
Mas lúcido e frio,
apareço e tento
apanhar algumas
para meu sustento
num dia de vida.
Deixam-se enlaçar,
tontas à carícia
e súbito fogem
e não há ameaça
e nem 3 há sevícia
que as traga de novo
ao centro da praça. (...)”
(Fragmento do poema “O lutador”, de Carlos Drummond de Andrade)

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
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O que é, afinal, interpretação de texto?


Precisamos entender, antes de responder a essa pergunta, a diferença entre entre compreensão e
interpretação de texto. A compreensão de um texto é a análise e decodificação do que está escrito no
texto, do que pode ser claramente identificado, sublinhado, destacado, seja das frases, seja das
ideias. Já a interpretação de texto está relacionada às conclusões a que podemos chegar ao conectar
as ideias do texto com a realidade. É o entendimento subjetivo do leitor sobre o texto. É possível
compreender um texto sem interpretá-lo, mas não é possível interpretá-lo sem compreendê-lo.

1. Compreensão de Texto:
 É a análise do que está escrito no texto, a compreensão das frases e ideias presentes.
 A informação está presente no texto.
 Trabalha com a objetividade, com as frases e palavras que estão escritas no texto.
 Significa decodificá-lo para entender o que foi dito.
 É a análise objetiva e a assimilação das palavras e ideias presentes no texto.

As expressões que geralmente se relacionam com a compreensão são:


 Segundo o texto…
 De acordo com o autor do texto…
 No texto…
 O texto informa que...
 O autor sugere…

2. Interpretação de Texto:

 É o que podemos concluir sobre o que está escrito no texto. É o modo como interpretamos o
conteúdo.
 A informação está fora do texto, mas tem conexão com ele.
 Trabalha com a subjetividade, com o que você entendeu sobre o texto.
Na interpretação de texto, as expressões geralmente utilizadas são:

 Diante do que foi exposto, podemos concluir…


 Infere-se do texto que…
 O texto nos permite deduzir que…
 Conclui-se do texto que...
 O texto possibilita o entendimento de...
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Passo a passo para interpretar

1. Leia o texto ao menos duas vezes;

2. Leia todo o texto pausadamente;

3. Busque compreender o que está sendo dito, sobre qual assunto está se falando;

4. Observe como o texto é construído, quais são as estratégias utilizadas para alcançar seu

objetivo, se há dados estatísticos, se há testemunho de autoridade, citação, referências a outras

áreas do conhecimento. Observe SEMPRE a fonte de veiculação do texto (jornal, revista,

blog...);

5. Sublinhe as ideias centrais e as secundárias;

6. Identifique as conjunções, os advérbios;

7. Observe os tempos verbais;

8. Verifique quais tempos verbais estão compondo o texto;

9. Escreva ao lado de cada parágrafo qual é a informação mais importante nele contida;

10. Releia o texto e marque todas as palavras que não sabe o significado;

11. Consulte o dicionário e anote os sinônimos ou a explicação do seu sentido;

12. Separe os parágrafos do texto e releia um a um e faça o seu resumo.

Extrapolação e Redução
A extrapolação ocorre quando o leitor foge daquilo que é dito no texto. Nesse caso, a interpretação
feita está além do que é permitido pelo texto. A redução consiste em atentar-se a um único
elemento do texto, desconsiderando sua totalidade. Assim, boa parte do tema abordado é
negligenciada, e o foco permanece em uma parte restrita dele.

Contradição
A contradição se refere a entender exatamente o contrário do que está expresso no texto. Para evitar
esse problema, deve-se ter muita atenção durante as leituras, sublinhando sempre as palavras
principais.

Inferência
Inferência é uma dedução feita com base em informações ou um raciocínio que usa dados
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disponíveis para se concluir uma ideia. Inferir é deduzir com base na interpretação de outras
informações, é chegar a uma conclusão a partir de outras percepções ou da análise de um ou mais
argumentos.

Exemplo:
Se eu estudar, serei aprovado. Se eu for aprovado, ficarei feliz. Portanto, se eu estudar, ficarei feliz.
As regras de inferência são métodos usados para fazer uma dedução e chegar a uma conclusão, a
partir de uma ou mais premissas conhecidas. São usados os argumentos básicos (premissas) para se
chegar a um valor (conclusão).
Exemplo:
Todas as pessoas são bonitas. Marla é uma pessoa. Logo, Marla é bonita.

 A inferência textual está relacionada à compreensão da leitura. Significa interpretar os


elementos que estão explícitos e implícitos no texto, analisando em conjunto tudo que foi
escrito e compreendendo a ideia central do texto. A inferência textual pode requerer algum
conhecimento prévio sobre o tema da leitura.

 A inferência estatística obtém conclusões a partir de dados de amostra coletados. Estes


dados são utilizados como base para se concluir sobre uma determinada situação ou
hipótese. É o que acontece, por exemplo, com a coleta de dados feita no censo demográfico.

Pressupostos
Pressuposto significa algo que se supõe antecipadamente, ou seja, aquilo que se imagina e pensa
sobre determinada coisa ou situação antes mesmo de ter contato ou conhecimento sobre ela. Os
pressupostos são marcados por advérbios, verbos, orações adjetivas e adjetivos. O pressuposto é um
dado apresentado como indiscutível, não permitindo que haja contestações.

Pressupostos e Subentendidos
Como vimos, um pressuposto consiste numa ideia clara que pode ser presumida, que seja possível
supor. Por outro lado, o subentendido é uma insinuação dentro do enunciado, algo que pode ser
deduzido a partir da informação que é fornecida.

Uma frase pode ter vários pressupostos e subentendidos, sendo que, neste último caso, os
subentendidos dependem da interpretação que cada indivíduo é capaz de fazer.

Na frase: “Marla agora não pode mais viajar", o pressuposto é que Marla antes viajava.
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Quanto ao subentendido, podem existir vários. Talvez Marla não possa mais viajar porque seu
passaporte venceu ou por algum outro motivo que o impede de viajar. São diversas as possibilidades
de interpretação neste caso.

Coesão
A coesão é a utilização de estruturas que conferem a linearidade das ideias do texto. Um texto coeso
facilita a leitura e estabelece um sentido interno ao texto. Para isso, lança-se mão de elementos de
referência dentro dos textos (endofóricos): as anáforas, que retomam alguma parte anterior do texto
e as catáforas, que antecipam o que ainda está por vir.

Exemplo de anáfora:

https://br.images.search.yahoo.com/search/images

Exemplo de catáfora:

1. Estudamos várias disciplinas como estas: história, geografia, física.

2. O poeta disse isto: “Navegar é preciso”.

 Coesão referencial

A coesão referencial se desenvolve por meio de três modos básicos:

 Pessoal: "A humanidade é masculina e o homem define a mulher não em si, mas
relativamente a ele; ela não é considerada um ser autônomo." (Simone de Beauvoir em “O
segundo Sexo”) - Os pronomes "ele e "ela" fazem referência aos termos anteriores "homem" e
"mulher" (referência pessoal anafórica).

 Demonstrativa: "Não sou nada. Nunca serei nada, não posso querer ser nada. À parte isso,
tenho em mim todos os sonhos do mundo." (Fernando Pessoa. Alberto Caeiro em “A
Tabacaria”) - "isso" faz referência à informação dada anteriormente (referência demonstrativa
anafórica).
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 Comparativa: "Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de
organização." (Sun Tzu em “A arte da guerra”) - "mesmo" faz referência a uma equivalência
ou igualdade em uma comparação entre os termos "comandar muitos" e "comandar poucos"
(referência comparativa endofórica).

 Substituição

A substituição de um termo por outro de mesmo valor auxilia na coesão e impede a repetição dos
termos. Pode se dar em relação aos nomes, como visto anteriormente na referência pessoal anafórica,
mas também pode ser:

 Verbal - Joana estudou para a prova do concurso. João fez o mesmo. (a ação de “estudar” é
realizada por ambas as pessoas; no entanto, na segunda oração, o verbo “fazer” é utilizado
como substituto do verbo “estudar”).

 Frasal - Ana foi à festa. João também. O termo "também" substitui "foi à festa".

 Elipse

A elipse é uma figura sintática que tem como objetivo evitar a repetição de um termo, atua como um
elemento de coesão. O termo da elipse é suprimido sem que o sentido se perca, fica subentendido.
Assim como a substituição, a elipse pode ser pessoal, verbal ou frasal.

 Pessoal – Marla não foi aprovada e ficou triste. Marla não foi aprovada e (ela) ficou triste -
ocorre a elipse do pronome pessoal "ela".

 Verbal - Marla foi para a casa e depois para a academia.


Marla foi para a casa e depois (foi) para a academia. - ocorre a elipse do ver "ir".

 Frasal - Essa tarde, os estudantes da escola estadual fizeram o vestibular e os da escola


particular também.
Essa tarde, os estudantes da escola estadual fizeram o vestibular e os da escola particular também
(fizeram o vestibular). - ocorre a elipse da frase "fizeram o vestibular".

 Conjunção

Conjunções são termos que conectam e estabelecem relações entre orações ou palavras. Atuam como
elemento de coesão por manter essa conexão entre partes do texto.

 Conjunções coordenativas - aditivas, adversativas, alternativas, explicativas e conclusivas.

 Conjunções subordinativas - integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais,


conformativas, consecutiva, temporais, finais e proporcionais.

DISCURSO DIRETO E INDIRETO

O discurso direto e o discurso indireto são duas formas diferentes de relatar o que alguém disse
ou falou. Vejamos as características e exemplos de cada um:
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Discurso Direto:
No discurso direto, as palavras exatas de uma pessoa são citadas ou reproduzidas. Geralmente,
é introduzido por verbos de elocução, como "disse", "afirmou", "perguntou", entre outros. As falas
diretas são colocadas entre aspas ou travessões para indicar que são as palavras exatas do falante. O
discurso direto mantém o uso dos tempos verbais originais.
Exemplo:
a) João disse: "Estou muito feliz com a minha promoção."
b) "Vou ao mercado agora", disse Ana.
c) O professor perguntou: "Qual é a resposta para a questão número dois?"
d) "Estou com frio", reclamou Pedro.
e) "Parabéns pelo seu novo emprego!", exclamou Maria.
f) João perguntou: "Você viu meu celular em algum lugar?"

Discurso Indireto:
No discurso indireto, o relato das palavras de alguém é feito de forma indireta, sem citar
exatamente o que foi dito. As palavras são relatadas em terceira pessoa e podem sofrer alterações no
tempo verbal e na estrutura da frase. Geralmente, é introduzido por verbos como "disse", "contou",
"afirmou", seguidos de conjunções como "que", "se" ou "seu/sua". O discurso indireto não utiliza
aspas ou travessões.
Exemplo:
a) João disse que estava muito feliz com a sua promoção.
b) "Vou ao mercado agora", disse Ana.
c) O professor perguntou: "Qual é a resposta para a questão número dois?"
d) "Estou com frio", reclamou Pedro.
e) "Parabéns pelo seu novo emprego!", exclamou Maria.
f) João perguntou: "Você viu meu celular em algum lugar?"

É importante observar que a escolha entre o discurso direto e o indireto depende do contexto,
do estilo e das intenções do autor. O discurso direto pode transmitir mais autenticidade e dar voz
direta às personagens, enquanto o discurso indireto pode ser usado para resumir, relatar informações
de forma mais objetiva ou integrar as falas dentro de um texto narrativo.
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ÁREA DE CONHECIMENTO: Linguagens
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DISCURSO INDIRETO LIVRE

Discurso indireto livre é uma técnica narrativa utilizada na literatura em que o discurso do
personagem é mesclado com a voz do narrador, criando uma fusão entre os dois. Nesse tipo de
discurso, o narrador incorpora os pensamentos, sentimentos e falas do personagem, mas sem usar as
marcas formais de citação direta ou indireta.

Ao usar o discurso indireto livre, o narrador permite que os pensamentos e falas do


personagem fluam diretamente na narrativa, sem interrupções ou sinalizações claras de que é o
personagem que está falando. Isso cria um efeito de imersão, aproximando o leitor da experiência
interior do personagem.

O discurso indireto livre geralmente se funde com a voz do narrador, não sendo identificável
de forma distinta como falas diretas ou indiretas. Pode-se dizer que é uma espécie de "estilo indireto
sem intermediação", em que os pensamentos e falas do personagem são filtrados pela voz narrativa,
sem a necessidade de marcações explícitas como "ele pensou" ou "ela disse".

Essa técnica literária é frequentemente utilizada para explorar a subjetividade dos personagens,
revelando seus pensamentos, emoções e pontos de vista de maneira mais imersiva e fluida. É uma
ferramenta que permite ao autor apresentar os pensamentos dos personagens de forma mais livre e
natural, criando uma maior proximidade emocional entre o leitor e a história.

Observe alguns exemplos de discurso indireto livre em obras literárias:

1. "Mrs. Dalloway" - Virginia Woolf:


 Exemplo: "Clarissa Dalloway disse que ela se casou com o primeiro-ministro para
comprar o tapete do salão, pois o político é muito rico e poderia lhe proporcionar essa
oportunidade. Ela ficou maravilhada com o resultado daquela união."
2. "Grande Sertão: Veredas" - João Guimarães Rosa:
 Exemplo: "Riobaldo pensava que Diadorim era a pessoa mais corajosa que já
conhecera. Ele admirava a maneira como o companheiro enfrentava os perigos do
sertão e protegia os demais membros do bando."
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3. "Ulisses" - James Joyce:


 Exemplo: "Leopold Bloom caminhava pelas ruas de Dublin, observando as pessoas ao
seu redor. Ele pensava que a vida era cheia de encontros fortuitos e que cada pessoa
tinha sua própria história, oculta para o mundo."
4. "A Hora da Estrela" - Clarice Lispector:
 Exemplo: "Macabéa sentia-se invisível na cidade grande. Ela pensava que sua
existência era insignificante, como uma pequena formiga perdida em um formigueiro
gigante."
5. "Madame Bovary" - Gustave Flaubert:
 Exemplo: "Emma Bovary suspirava enquanto olhava para o campo. Ela imaginava uma
vida cheia de paixão e aventura, longe da monotonia da vida provinciana que levava."
Esses exemplos ilustram como o discurso indireto livre é usado para mesclar os pensamentos e
as falas dos personagens com a voz narrativa, criando uma fusão entre ambos. Essa técnica literária
permite que o leitor acesse diretamente o mundo interior dos personagens, proporcionando uma
experiência mais imersiva na história.

Bibliografia
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ÁREA DE CONHECIMENTO: Linguagens
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CAMPEDELLI, Samira Youssef; SOUZA, Jésus Barbosa. Produção de textos & usos da linguagem:
curso de redação. 2 ed. São Paulo (SP): Saraiva, 1998.
COSTA VAL, Maria da Graça. Texto, Textualidade de Textualização. In: CECCANTINI, J. L.
Tápias; PEREIRA, Rony F;
FIORIN, José Luiz. Elementos de Análise do Discurso. 10a ed. São Paulo: Contexto, 2001.
GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,
1996.
KLEIMAN, Angela. Texto & Leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura. 8ª ed. Campinas: Pontes,
2002.
KOCH, Ingedore Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A Coerência Textual. 12ª ed. São Paulo:
Contexto, 2001.
LOCKS, Maria de Lourdes R. Krieger; OLIVEIRA, Salma Ferraz de Azevedo de; OLIVEIRA,
Sidneya Gaspar de (orgs.) Desmistificando a Redação. Florianópolis: Pallotti, 1997.
SANTOS, Volnyr. A Redação em Processo: Texto – Pretexto – Contexto. Porto Alegre: WS Editor,
2002.
INEP. A redação do ENEM 2020 - Cartilha do Participante. Brasília: Inep, 2020. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/
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MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 2000.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf.
MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM). [S. l.], [s. d.]. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/conaes-comissao-nacional-de-avaliacao-da-educacao-superior/195-
secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/12598-publicacoes-sp-265002211.
MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM+): linguagens, códigos e
suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, 2002. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/linguagens02.pdf. Acesso em: 21 Mar. 2021.

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