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INSTITUTO IPEC

CURSO DE GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA

RELATÓRIO ACADÊMICO: GERENCIAMENTO DE CRISES NO CONTEXTO


DA SEGURANÇA PÚBLICA

ALAN CRISTIAN DINALI

RELATÓRIO ACADÊMICO

DIVINÓPOLIS
2018
ALAN CRISTIAN DINALI

GERENCIAMENTO DE CRISES NO CONTEXTO DA SEGURANÇA PÚBLICA

RELATÓRIO ACADÊMICO

Relatório acadêmico supervisionado


apresentado ao curso de Gestão em
Segurança Pública do Instituto IPEC
para obtenção de nota no TCC.

DIVINÓPOLIS
2018

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FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO

Instituição de Ensino

Nome da Instituição: Instituto IPEC


Endereço: Rua 13 de Junho, 207. Sala 615 Edifício Galeria GG, Bairro Centro.
CEP: 78005- Cuiabá- MT
Telefone: (65) 3057-7793
Discente Nome: Alan Cristian Dinali
Endereço: Rua Itambé, 217. Apt 101, Bairro Ipiranga, CEP: 35502041 –
Divinópolis-MG
Telefone: (32) 49910846
E-mail: alandinaliacd@gmail.com
Curso: Gestão em Segurança Pública

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO..................................................................................................5
2.OBJETIVO........................................................................................................6
2.1 Geral...................................................................................................6
2.2 Expecíficos.........................................................................................6
3. GERENCIAMENTO DE CRISES NO CONTEXTO DA SEGURANÇA
PÚBLICA.............................................................................................................7
3.1 Conceito de Crise................................................................................7
3.2 Conceito de Gerenciamento de Crises...............................................8
3.3 Objetivos do Gerenciamento de Crises..............................................8
3.3.1 Preservar vidas.....................................................................9
3.3.2 Aplicar a Lei..........................................................................9
3.4 Critérios de
ação................................................................................10
3.4.1 Necessidade........................................................................10
3.4.2 Validade do
risco..................................................................10
3.4.3 Aceitabilidade......................................................................10
3.5 Grau de risco.....................................................................................11
3.6 Nível de
Resposta..............................................................................11
4. CONCLUSÃO................................................................................................12
5. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS..............................................................13

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DINALI, Alan Cristian 1.

1. INTRODUÇÃO

O relatório acadêmico aqui apresentado é exercido pelo aluno Alan


Cristian Dinali do Curso de Gestão em Segurança Pública oferecido pelo
instituto IPEC com o intuito de apresentar informações relativas a um estudo
bibliográfico referente ao curso de Gestão em Segurança Pública.
Este relatório tem por finalidade, mostrar as atividades desenvolvidas
durante o período do curso, usando o conhecimento absorvido em sala de aula,
por conseguinte, aplicada no dia a dia no ramo da área da Segurança Pública.
O relato feito neste documento contém as experiências adquiridas nas aulas
que foram ministradas com o objetivo de desenvolver os conhecimentos do
Curso de Gestão em Segurança Pública. Durante o período da realização
desse relatório, apliquei o conhecimento repassado e aprendido da maneira
mais eficaz e segura possível de modo que eu esteja pronto para desenvolver
as atividades exercidas na área da segurança.

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1 Discente do curso. Email: alandinaliacd@gmail.com

2. OBJETIVOS

2.1 GERAL

Este relatório tem como objetivo apresentar os desafios do gerenciamento de


Crise no contexto da segurança pública, bem como as ferramentas e atitudes a
serem tomadas pela força policial na resolução de conflitos diversos.

2.2 ESPECÍFICOS

 Descrever o que são crises na segurança pública.


 Apresentar os métodos utilizados para o Gerenciamento de Crises
 Definir os objetivos do gerenciamento de Crises e os critérios de ação.
 Demonstrar os graus de risco e os níveis de resposta

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3. GERENCIAMENTO DE CRISES NO CONTEXTO DA SEGURANÇA
PÚBLICA.

3.1 CONCEITO DE CRISE


O termo “crise” – origina-se do grego κρίσις,-εως, ἡ - Krisis - krinein, que
quer dizer “decidir” ou, mais apropriadamente, “a capacidade de bem julgar”.
Tratam-se de situações onde a vida humana é exposta a riscos, seja em
decorrência de tentativas de suicídio, de homicídio, de sequestro, de atentados
terroristas, etc.
Monteiro (1994, p. 5), e De Souza (1995, p. 19), em suas respectivas
obras, citam o conceito de crise adotado pela Academia Nacional do FBI
(Federal Bureau of Investigation) dos Estados Unidos da América, sendo,
então, definido como: “Um evento ou situação crucial que exige uma resposta
especial da Polícia, a fim de assegurar uma solução aceitável.
O próprio Monteiro (1994), ao estudar o gerenciamento das situações de
crise, com base a doutrina emanada da Academia Nacional do FBI (EUA), que
estuda basicamente as ocorrências com reféns, enumera três características
principais desta modalidade de ocorrência:
• Imprevisibilidade – Toda crise é inesperada e não seletiva, isto é,
qualquer pessoa ou instituição pode ser atingida a qualquer instante, em
qualquer local, a qualquer hora. Sabemos que ela vai acontecer, mas não
podemos prever quando ou como será.
• Compressão do tempo – Embora as crises possam durar vários dias,
os processos decisórios que envolvem discussões para a adoção de posturas
no ambiente operacional devem ser realizados, em um curto espaço de tempo.
As ocorrências de alta complexidade impõem às autoridades policiais
responsáveis pelo seu gerenciamento: urgência, agilidade e rapidez nas
decisões.
• Ameaça à vida – Segundo Monteiro (2001) a ameaça à vida é uma das
características mais importante, configura-se como um componente essencial
do evento critico, até mesmo quando a vida em risco for do próprio causador da
crise. Explica ainda que, por exemplo, se uma pessoa que está ameaçando
atirar a própria vida, com objetivo de suicidar, tal situação é considerada como
crise, mesmo não havendo outras vidas em perigo.

De acordo com a Secretaria Nacional de Segurança Pública


(SENASP,2008) em seu manual ressalta que dentro da doutrina de

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gerenciamento de crises há necessidade de adotar os seguintes
procedimentos:
 Postura organizacional não-rotineira: A necessidade de uma postura
organizacional não-rotineira é de todas as características essenciais,
aquela que talvez cause maiores transtornos ao processo de
gerenciamento. Contudo, é a única que os efeitos podem ser
minimizados, graças a um preparo e a um treinamento prévio da
organização para o enfrentamento de eventos críticos.

 Planejamento analítico especial e capacidade de implementação:


Sobre a necessidade de um planejamento analítico especial é
importante observar que a análise e o planejamento, durante o
desenrolar de uma crise, são consideravelmente prejudicados por
fatores, como a insuficiência de informações sobre o evento crítico, a
intervenção da mídia e o tumulto de massa geralmente causado por
situações dessa natureza.

 Considerações legais especiais: Finalmente, com relação às


considerações legais especiais exigidas pelos eventos críticos, cabe
ressaltar que, além de reflexões sobre temas, como: estado de
necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal,
responsabilidade civil, etc., o aspecto da competência para atuar é
aquele que primeiro vem à cabeça, ao se ter notícia do
desencadeamento de uma crise.

3.2. CONCEITO DE GERENCIAMENTO DE CRISE


A doutrina de Gerenciamento de Crises no Brasil é considerada nova
nas instituições de segurança pública, ainda não é adotada por algumas delas.
Há duas décadas, o tema era tratado de forma amadora no improviso pelas as
policias brasileira, por não existir uma doutrina, técnicas de trabalho que desse
ao problema uma resposta de cunho científico.
Gerenciamento de Crises, é o processo de identificar, obter e aplicar os
recursos necessários à antecipação, prevenção e resolução de uma Crise,
segundo a Academia Nacional do FBI. É uma metodologia que se utiliza de
uma sequência logica para resolver problemas que são fundamentados em
possibilidades.
Monteiro (1994, p.6) e De Souza (1995, p23), - apresentam como
conceito: o processo de identificar, obter e aplicar recursos necessários à
antecipação, prevenção e resolução de uma crise.
Qualquer situação de crise exige um gerenciamento, e para que o
mesmo seja realizado dentro de uma doutrina especialmente estabelecido para
este fim, buscando uma solução aceitável, deve-se atender a determinados
procedimentos.

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3.3. OBJETIVOS DO GERENCIAMENTO DE CRISES
A doutrina do FBI (Monteiro 2000 p 1 O), define dois princípios
fundamentais que norteiam todas as ações, rotinas e procedimentos em um
gerenciamento de crise. Estes princípios, que constituem verdadeiros preceitos
dogmáticos que orientam as ações, foram representados em dois objetivos
fundamentais.
Como objetivos fundamentais, destacam-se a preservação da vida de
todos os envolvidos na situação, inclusive do próprio causador da mesma e a
aplicação da Lei, nessa ordem. Se for necessário postergar a aplicação da Lei
para preservar vidas humanas, essa deverá feita.
Esses objetivos seguem uma hierarquia rigorosa quanto ao seu grau de
importância e prioridade. Isto quer dizer que a preservação de vidas deve estar,
para os responsáveis pelo gerenciamento de uma crise, acima da própria
aplicação da lei.
3.3.1 – PRESERVAR VIDAS
Preservar vidas, antes de qualquer dispositivo normativo inserido no
ordenamento jurídico, é um conceito aplicado à proteção de um bem
personalíssimo, inestimável e inalienável, objeto e fundamento principal de
qualquer preceito ou fundamento ligado à proteção e garantia dos direitos
humanos. A ONU publicou em 10 de dezembro de 1948, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, onde destaca-se:" ... Art. 3° - Todo o Homem
tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoa l ... "A amplitude deste
princípio encontra acolhida também na Constituição Federal de 1988, que
expressa a prevalência dos direitos humanos nas suas relações internacionais;
também o Título II que trata dos direitos e garantias fundamentais aborda: " ...
Art. 5°, XLVII - não haverá penas: de morte, salvo em caso de guerra nos
termos do Art. 84, XIX .. "

3.3.2 – APLICAR A LEI


Aplicar a lei é um aspecto ligado ao próprio princípio constitucional da
legalidade, ou seja, os atos praticados pelos agentes públicos deverão estar
consentidos em pleno pelo ordenamento jurídico. O fato de um perpetrador
estar cometendo um ilícito penal não implica em conceder ao Estado a
possibilidade de praticar atos que não estejam revestidos de previsão legal. Por
certo, em determinados momentos haverá conflitos entre princípios
constitucionais onde a força maior e os casos fortuitos poderão fundamentar a
adoção de alguma medida sustentada nos excludentes de criminalidade.
No gerenciamento de crises, o equilíbrio na aplicação dos objetivos
fundamentais ampara posições adotadas pelo Gerenciador da crise, e neste
particular, há que se levar em conta que qualquer decisão é passível de

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resultados não esperados, contudo esta decisão fundamenta-se em elementos
consistentes.

3.4 CRITÉRIOS DE AÇÃO

De acordo com Monteiro (2001) durante do processo do gerenciamento de uma


crise, o gerente da crise, mais alta autoridade presente no teatro de operações,
tomará decisões das mais diversas espécies e pertinentes aos mais variados
assuntos. Para balizar e facilitar o processo decisório no decorrer de uma crise,
a doutrina estabelece o que se chamam critérios de ação, que se traduzem em
referenciais para nortear a tomada de decisões. Esses critérios foram
estabelecidos pela doutrina de gerenciamento de crises, chamados de critérios
de ação;
3.4.1 NECESSIDADE

É necessário fazer isso agora? Em que melhoraremos o processo com


a medida? O critério da necessidade indica que toda e qualquer ação
somente deve ser implementada quando for indispensável. Caso não
houver necessidade de se tomar determinada decisão, não se justifica a
sua adoção. Uma sugestão, por melhor intencionada que seja, deve ser
submetida a esta avaliação, uma vez que toda e qualquer medida
adotada pode gerar efeitos que depois terão de ser enfrentados
(Monteiro 2000 p12).

3.4.2 VALIDADE DO RISCO

Vale a pena correr esse risco agora? Essa reflexão evitará que se
cometam ações precipitadas e inconsequentes. O critério da validade do
risco preconiza que toda e qualquer ação tem que levar em conta se os
riscos dela advindos são compensados pelos resultados.
Na busca de um parâmetro mais preciso para esse critério de ação, a
Academia Nacional do FBI recomenda que a validade do risco é
justificada "quando a probabilidade de redução da ameaça exceder os
perigos a serem enfrentados e a continuidade do status quo" (Monteiro
2000 p12).

3.4.3 ACEITABILIDADE

A aceitabilidade significa que o ato deve ser amparado em lei, com


respaldo também moral e ético.

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Mesmo considerando que o policial responde pelos seus atos, civil,
penal e administrativamente, fica claro que qualquer decisão ou ação
tomada de forma em desacordo com as normas em vigor, a
responsabilidade recai sobre ele, mas mesmo assim existe o
comprometimento do bom nome da corporação que fica maculado.

3.5 GRAUS DE RISCO

Na eclosão de uma Crise, em primeiro instante deve-se atentar para que


tipo de evento o responsável pelo gerenciamento vai se deparar.
Dessa forma, a Doutrina empregada pelo FBI, (Monteiro 2000 p 17)
estabelece uma classificação da crise em quatro graus:

1º Grau - ALTO RISCO;


2º Grau - ALTÍSSIMO RISCO;
3° Grau - AMEAÇA EXTRAORDINÁRIA;
4º Grau·- AMEAÇA EXÓTICA

3.6 NÍVEIS DE RESPOSTA

1.- NÍVEL UM
A crise pode ser debelada com recursos locais. A ocorrência pode ser
controlada com os próprios recursos da unidade afetada. Estes recursos
poderão ser de maior poder ofensivo, tais como patrulhas especiais e
pelotões de operações especiais;

2. - NÍVEL DOIS
A solução da crise exige recursos especializados. Nestas crises será
empregado o grupo tático (COE) da Polícia Militar, que é um efetivo
especializado nestes tipos de ações;

3. - NÍVEL TRÊS
A crise exige recursos especializados e também recursos de apoio (outros
meios necessários). Nas ocorrências deste nível, além do grupo tático
serão empregados outros recursos disponíveis na polícia, tais como:
pessoal e meios especializados em comunicações, e em informática,
informações e outros que a corporação dispuser e;

4. -NÍVEL QUATRO
A solução da crise requer o emprego dos recursos do nível três e também
recursos exógenos. Nas ocorrências de nível quatro, além dos recursos da
organização policial, serão empregados recursos externos para a solução
da crise, que poderão ser técnicos

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4. CONCLUSÃO

Podemos concluir que todas as questões tratadas no gerenciamento de


crise, podem ser utilizadas em qualquer situação de crise que o policial ou
agente de segurança pública possa enfrentar.
Em nosso cotidiano, enfrentamos diversas situações de crise, seja na
esfera pessoal, como na profissional. Os objetivos do gerenciamento da crise
são alterados, por óbvio, mas as medidas básicas a se adotar, que é de conter,
isolar e negociar, inserem-se perfeitamente em qualquer uma delas.
Em qualquer situação de crise, devemos em primeiro lugar, conter a
mesma, evitando seu alastramento. Na sequência, isolar, isto é, focar qual é
efetivamente a situação, identificando-a. Posteriormente, negociar, ou seja,
buscar a solução técnica, a solução negociada, aquela que menor risco traz a
todos os envolvidos.
Como ponto mais importante devemos conhecer os aspectos gerais do
gerenciamento de crises para que as medidas necessárias sejam tomadas e os
riscos e consequências minimizados.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Basser, Donald A. Tactical Concepts. Quantico, VA, FBI Nacional Academy.


Suaru,1983
BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Curso de Gerenciamento de Crises. Brasília, 2008.

MESQUITA, João Batista Lopes. Plano de gerenciamento de crises: uma real


necessidade no sistema prisional do estado de São Paulo. Universidade
Tecnológica Federal do Paraná. Monografia de Pós-Graduação em Gestão
Pública. Pato Branco,2014
GAIA, José Américo de Souza. Gerenciamento de Crises da polícia militar do
Acre. Universidade Federal do Paraná. Monografia para obtenção do título de
Especialista em Administração Policial do curso de Ciências Sociais Aplicadas.
Curitiba, 2003.
MONTEIRO, Roberto das Chagas, Tradução e adaptação do tema "What every
negotiator would like his chiefto know" de Fuselier, Dwaine Gary. - Curso de
Gerenciamento de Crises. da PMPR, s.d. 2000
MONTEIRO, Roberto das Chagas. Curso de Controle e Resolução de Conflitos
e Situações de Crises Curso - Ministério da Justiça. Academia Nacional de
Polícia. Departamento de Polícia Federal. Brasília, 2001.
DE SOUZA, Wanderley Mascarenhas. Gerenciamento de Crises: negociação e
atuação de grupos especiais de polícia na solução de eventos críticos.
Monografia do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais - CAO-II/94. Polícia Militar
do Estado de São Paulo. Centro de Aperfeiçoamento de Estudos Superiores.
São Paulo, 1995

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