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Brasil inter-Nivel-3-Libro
Brasil inter-Nivel-3-Libro
Coordenacao:
Edleise Mendes
As autoras
2o Edicáo Apresentacao
Autoras:
Cibele Nascente Barbosa
Isaure Schrágle
A Colecao Brasil Intercultural - Língua e Cultura Brasileira
Coordenacáo:
para Estrangeiros compóe-se de um conjunto de quatro volumes
Edleise Mendes
(livro do aluno e livro de exercícios) que cobrem os conteúdos de
Revisáo Ceral:
Greice Kelly Silva quatro ciclos de aprendizagem de portugués para talantes de
Direcáo Geral: outras línguas, com enfoque mals específico nos talantes de
Fabriclo Müller língua espanhola. Cada um dos cíelos que estrutura o curso pleno
Luiz Carlos Folster
em portugués organiza-se em doís níveís: Cíelo Básico; Ciclo
Diagramacao
e Desenho Gráfico: Intermediário; CidoAvancado e CidoAvancadoSuperior.
Mara Magaldi
Desse modo, cada um dos volumes da Colegio destina-se
M2 Bureau Creativo
adoisníveisdecurso.
constituem.
Brasil
intercultural
espaco sensível á cultura dos sujeitos que estao em interacao, no qual o contato entre línguas e culturas
diferentes é construido através do diálogo e da constante reflexáo crítica sobre as proximidades ediferencas que
as caracterizam. Nessa perspectiva, aprender portugués significa viver experiencias culturáis e lingüísticas em
urna nova língua, pensando sobre ela e sobre a própria língua materna do (a) aprendiz. Também significa
considerar o (a) aluno (a) sujeito ativo, que constrói a sua competéncia interacional juntamente com o (a)
professor (a), que exerce o papel de orientador (a) e mediador (a) no processo geral de ensino e aprendizagem.
Desse modo, professor (e) (a) (s) e aluno (a) (s) passam a ser mediador (e) (a) (s) culturáis, sujeitos ativos e
As diferentes unidades que compoem cada nivel da Colecao BrasilIntercultural sao organizadas a partir
de temas contemporáneos, que visam a desenvolver a formacáo nao só lingüística do (a) aluno (a), mas também
a sua formacáo cultural e humana, visto que abordam diferentes aspectos que revelam elementos sociais,
históricos e políticos que caracterizam a diversidade cultural brasileira. As atividades de cada Unidade, por sua
vez, sao desenvolvidas a partir de material auténtico, representado por urna diversidade de géneros textuais
(oráis, escritos e multimodais), voltados para o desenvolvimento de experiéncias com a língua em uso, em
Afocalizacáo dos aspectos formáis da língua está sempre relacionada as situacóes da língua em uso que
estao em foco, seja a partir dos textos e atividades propostas, seja a partir das necessidades, interesses, dúvidas e
questionamentos apresentados pelo (a) (s) aluno (a) (s), e, ainda, das observacoes do (a) professor (a) em sala de
aula.
Ao final de cada volume, há um apéndice gramatical, no qual o (a) aluno (a) pode fazer consultas e tirar
dúvidas, assim como o (a) professor (a) também poderá fazer uso dele para sistematizacóes e explicacoes sobre
aspectos adicionáis e relevantes do curso. Materiais de apoio adicionáis, como exercícios complementares,
arquivos de áudio e de vídeo, entre outros, podem ser encontrados no site da Colecao.
O Ciclo Intermediario tem como objetivo geral desenvolverás capacidades de comunicacáo e interacao
em nivel intermediário, na producáo e recepcáo de géneros oráis e escritos de média e alta complexidade, ou
seja, visa a preparar o (a) aluno (a) para interagir em portugués em diferentes situacóes do cotidiano em
diferentes contextos.
As Unidades que compoem este Ciclo sao as organizadoras das atividades e experiéncias de uso do portugués,
em sua variedade brasileira, conduzindo o (a) aluno (a) ao desenvolvimento das capacidades de ler, escrever,
Portugués e espanhol em
^ Fonética:[o]e[o]
contraste: Uso dos pronomes
^ Baile Popular Tela indefinidos "tudo" e “todo”
O Anúncios Anúncios
Unídade 2: Tolerancia
r ^
Unidade 4: Consciencia Coletiva
Campanha prato limpo Cartaz Vocabulário: Relativo a
realidades sociais, desperdicio
0 Bicho Poema
de comida, menores de rúa e 0
^ Hha das flores Vídeo trabalho de ONGs.
J
Sumário Ciclo Intermediario - Níveis 3 e 4
Unídade 5: Educacao
Interacáo
Pontos de Partida (Géneros textuais: leitura, compreensáo oral, Análíse Lingüística
producao oral e escrita)
o Immanuel Kant
Estudo Errado
Citando
Canudo
Vocabulario: Sobre o sistema
educacional brasileiro e
ditados populares
r
Unidade6: Cdades
V
Unidade 7: Comportamento e Tendencias
. interacáo 9
Pontos de Partida (Géneros textuais: leitura, compreensao oral, Análise Lingüística
producáo oral e escrita)
Unídade 8: Heranca
Língua Portuguesa Excertos Vocabulario: Relativo ao
multiculturalismo, diferencas e
^ Samba enredo, Mangueira 2007 Cañedo
semelhancas entre o
Imagens Aquarelas Portugués Brasileiro e o
^ 1808- A corte portuguesa no Brasil Vídeo Portugués de Portugal, vinda
da corte portuguesa ao Brasil,
^ Herancas presentes no cotidiano do Ouadro comparativo
o que herdamos e nosso
brasileiro
legado.
Como ser brasileiro em Lisboa sem dar Crónica
(muito) na vista
Discurso Indireto
Onde se fala o portugués Imagem
Leía o excerto do poema de Quinto Horácio Flaco, um dos maiores poetas da Roma
Antiga e comente:
u w ú U - a c f z x -y .
d Á stA M s
CU M M /Vts l/VU.A U W U W /
crtM/Mo' peyttrcr."
Tradueño:
“De inveja o tempo voa enquanto nósfalamos: trata, pois, de colher o día, o dia de hoje,
que nunca o de amanha merece confianca".
2 O que vocé opina sobre as pessoas que utilizam essafrase com o urna filo sofía de vida? Por qué?
Brasil Intercultural: língua e cultura brasilelra para estrangelros
Agora, responda ás perguntas do JOGO CARPE DIEM, divirta-se e conhe'ca a sua turma.
r >
Comente e justifique quais das
atividades, a seguir, vocé
Em seu país, há projetos de
preferefazer acompanhado (a):|
lazer e cultura para a Volte 2 casas.
ir ao cinema/teatro, viajar,
populacao? Ouais? passear em parques e pracas,
praticar esporte/ir á academia.
--------------------------------------------¿ ,
seis
»» Unidade 1
C iclo Intermediário
¡ Fale sobre o que vocéfez O que voce nao deixa d efazer Oue tipo de atividade voce
rías últimas férias. mesmo estando na correría? od eiafazer?
:
O u a lfo i o último livro
que vocé leu e por qué?
>
sete
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros i
Leia o texto a seguir e depois discuta-o com seus/suas colegas e professor (a).
i Ouando eu tinha doze anos, urna vizinha me emprestou o livro "Reinacóes de Narizinho", de Monteiro Lobato.
Fazia parte de urna colecao encadernada em verde, que enfeitava as paredes da sala. Confesso, embora multa gente vá
pensar que sou um dinossauro após oque vou dlzer: na minha infancia nao existia computador pessoal. Nem celular. E,
porincrível que pareca, na cidade do interior paulista onde morava nao havia televisáo! Só chegou depois que salde Id!
5 Nao sou tao velho. No espaco da minha vida o mundo mudou radicalmente. Eu mesmo, boje, tenho dificuldade em
imaginar como era possívelse virar antes da internet!
Devorei o livro. Ele me abriu as portas de um mundo novo efascinante. Em seguida, li todos os volumes da colecao.
Até hoje soufá absoluto de "A Reforma da Natureza". Pensó como a Emilia: muita coisa poderia ser consertada! A
centopeia, por exemplo! Para que tantas patas? Eu tenho só duas e me dou bem. Oual o objetivo de ter 100 pares? Se
10 essa espécie usasse sapatos,já pensou o tamanho da despesa? Eu gostava tanto da Emilia que adquirí parte de sua
personalidade. Passei a questionar oque ouvia. Minha mae quis descobrir o motivo da mudanca. Leu Lobato. A partir
daí reclamava:
— Ele era um menino tao bonzinho! Depois da Emilia, tem resposta para tudo!
Outros livros vieram. Meus pais nao eram letrados. Alguns professores me indicavam títulos. Outros, acabava
15 pegando na biblioteca pública, por curiosidade. Sem saber do que se tratava. Viajei pelos grandes clássicos, e um me
levou a outro. Inesquecívelfoi "Os Miseráveis", de Víctor Hugo. Já assisti ao musical e a variosfilmes inspirados na obra.
Nenhum se iguala ao texto, lindíssimo. Até agora me emociono com a cena em que, diante dos policiais, o abade
presenteia um castical de prata ajean Valjean, que roubara o outro.
Jean Valjean, egresso da prisáo, ia ser preso. Voltara a assaltar. Diante da palavra do abade, que afirma té-lo
20 presenteado, é solto nova mente. E nesse instante descobre que pode ser um homem melhor. Até hoje eu digo a quem
me conhece:
— Um gesto degenerosidade transforma urna pessoa.
Soterrado sob os livros, decidí ser escritor. Meu pai suspirava.
— Mas como vocé vai sobreviver?
2S — Escrevendo!
Meu pai tinha muito medo. Mas corrí atrás do meu sonho. E acho que valeu a pena!
Nunca me esqueci de urna afirmacáo de Lobato: para escreverbem épreciso ler muito.
Disparei pela literatura nacional e internacional. Devorei ¡números romances que hoje seriam considerados
inadequados para minha idade. Ouando ouco dizer que crianca nao pode ler isso, nao pode assistir áquilo, lastimo a
30 molecada de hoje. Meu horizonte ampliou-se por meio dos livros. Nenhum fo i inadequado. Apenas o meu
entendimento na época era um. Mais tarde, reli varios títulos e minha compreensáo fo i outra. Todos contribuíram
para minha formacdo. Recentemente,fiquei chocado ao ver um livro com um conto de Ignacio de Loyola Brandao,
comprado pela Secretaria Estadual de Educacao, ser vetado para escolares. Inclusivejudicialmente. Eu li toda a obra de
Jorge Amado quando era adolescente. Hummm... Nao negó que, para um rapazinho emfase de crescimento, era o
35 máximo. Mas mefazer mal? Nenhum título mefez! M al fa z a proibicáo.
Em certo Natal minha mae me deu urna colecao lindamente encadernada. Os livros
estavam repletos defadas... nuas! Eu adorei. Ela passou o ano inteiro reclamando. E daí?
Leio sem parar até hoje. Sempre me perguntam como me tornei escritor. Respondo:
— Ouando menino me apaixonei por Monteiro Lobato e resolví seguir o mesmo
4° caminho.
E sempre agradeco interiormente a amiga queme emprestou aquele primeiro livro.
Um livro pode mudar urna vida. Eu mesmo sou a prova disso.
1 De que m aneira a leitura influenciou a vida de W alcyr Carrasco? Justifique sua resposta com
passagens do texto.
2 Vocé lembra q u a lfo i o prim eiro livro que m arcou a sua relacáo com a leitura? Com ente sobre ele.
3 Vocé concorda que a prática da leitura pode m udar urna vida? Justifique.
4 Vocé tem o hábito de lerpor prazer? Oue tipo de leitura seria urna leitura prazerosa para vocé?
Substitua as palavras e expressóes grifadas por outras que apresentem o mesmo sentido.
a) Fazia parte de urna colecáo encadernada em verde, que enfeitava as paredes da sala.
f) Ouando ougo dizer que crianza nao pode ler ¡sso, nao pode assistir áquilo, lastimo a molecada de hoje.
I >
Ouando eu tinha doze anos, urna vizlnha me emprestou o livro "Reinagóes de Narizinho", de Monteiro Lobato.
Diante da palavra do abade, que afirma té-lo presenteado, é solto nova mente.
\________________________________________________________________________________________________ /
Brasil Intercultural: língua e cultura brasilelra para estrangeiros
Eu ME MIM, COMICO
O Pronome Oblíquo pode vir antes, no meio e depois do verbo. Há regras para sua colocado que, na linguagem
escrita, devem ser seguidas de acordo com a norma padráo. De modo geral, especialmente na linguagem talada no
portugués do Brasil, os pronomes sao usados antes do verbo.
dez
Unidade 1
C iclo Intermediário
^ Substitua, ñas frases a seguir, a expressáo em destaque pelo pronome oblíquo adequado:
a) [...] urna vizinha me emprestou o livro "Relnacoes de Narizinho", de Monteiro Lobato. [...] Devorei o Hvro.
b) Alguns professores me indicavam títulos. Outros, acabava pegando na biblioteca pública, por curiosidade. [...]
Mais tarde, reli varios títulos e minha compreensdofoi outra [...].
c) Eu li toda a obra de Jorge Amado quando era adolescente. Hummm... Nao negó que, para um rapazinho emfase
de crescimento, ler a obra de Jorge Amado era o máximo.
d) Em certo Natal minha máe me deu urna colecáo lindamente encadernada. Os livros estavam repletos defadas [...].
Eu adorei ganhar a colecáo.
e) [...] sempre agradeco interiormente a amiga que me emprestou agüele primelro livro.
b) Segundo Helena Castelo, coordenadora do projeto Livro Livre no Brasil, qual é o procedlmento utilizado para
formar urna comunldade de leltores?
Lendo a reportagem a seguir podemos observar que, apesar de haver projetos de incentivo
ao hábito de leitura, essa prática aínda vem perdendo espaco no lazer do brasileiro.
A partir dos índices apresentados, que comparam o período entre os anos de 2007 e 2011,
escreva um artigo de opiniáo, ressaltando as atividades que estáo mais bem colocadas na
pesquisa e dizendo por que vocé acha que a TV vem subindo na preferéncia nacional,
enquanto que a leitura segue o caminho inverso.
/ — - \
O que gostam de fazer em
seu tempo livre
Ler era a quarta atividade
2 0 11 2007
preferida dos brasileiros em seu
00
sps-
Assistir televisao
V/l
77 %
o
-►
tempo livre, segundo a pesquisa
Escutar música ou rádio 52 % 54 %
Retratos da Leitura no Brasil de
Descansar 51% 50 %
2 0 0 7 . N a edip ao de 2 0 11
Reunir-se com amigos ou familia 4 44% 3 1%
divulgada ontem, contudo, a
leitura caiu para sétimo lugar. Se Assitir vídeos/ filmes em DVD i f 3» % 29 %
Lendo a reportagem a seguir podemos observar que, apesar de haver projetos de incentivo
ao hábito de ieitura, essa prática ainda vem perdendo espaco no lazer do brasileiro.
A partir dos índices apresentados, que comparam o período entre os anos de 2007 e 2011,
escreva um artigo de opiniáo, ressaltando as atividades que estáo mais bem colocadas na
pesquisa e dizendo por que vocé acha que a TV vem subindo na preferencia nacional,
enquanto que a Ieitura segue o caminho inverso.
0rr>
leitura caiu para sétimo lugar. Se
0
antes ela perdía apenas para Sair com amigos 34% 33%
assistir TV, escutar música e Ler (¡ornáis, revistas, livros, textos na Internet) (*) 28 % 36 %
descansar, agora ela também Navegar na Internet ^ 24 % 18 %
fica atrás de se reunir comfam ilia Praticar esporte 23 % 24 %
e amigos, assistir DVDs e sair com Fazer compras 23 % 24 %
amigos. Passear em parques e pracas 19 % 19 %
A porcentagem de pessoas que Acessar redes sociais (Facebook / Twitter /Orkut) 18 %
afirma gostar de leitura como Escrever 18 % 21 %
lazer caiu para 28%, contra 36%, Ir a bares/restaurante 18 % 15 %
em 200/. ,
Jogar videogames 13 % 10 %
Dessas pessoas, 58 % afirmam
Viajar (campo /praia /cidade) 15 % 18 %
lerfrequentemente.
Desenhar /pintar 10 %
Na comparacáo entre as duas
Ir ao cinema /ao teatro / danca /concertos
edicoes da pesquisa, assistir 10 % 9%
Museus /exposicóes
televisáo continua em primeiro
Fazer artesanato e trabalhos manuais 6% 12 %
lugar - e subindo - com 85% na
preferencia nacional. Média de atividades por entrevistado 5.3 % 4.8 %
O artigo de opiniao é um texto em que o autor expóe seu posicionamento diante de algum tema atual e de
interesse da sociedade. É um texto que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o escritor
além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de ¡nformacóes coerentes e admissíveis. A leitura é
clara e objetiva, urna vez que a ¡ntencao é atingir todo tipo de leitor.
Veja um exemplo de Artigo de Opiniao:
j A televisao tem urna grande influencia na formacao pessoal e social das enancas e dos jovens. Funciona
como um estímulo que condiciona os comportamentos.
A televisao exerce urna influencia negativa, ao exibir modelos, cujas características sao inatingíveis pelas
criancas ejovens em geral.
5 As suas qualidades físicas sao amplificadas, criando-se a imagem do herói/heroína perfeitos. Esta
construedo produz sentimentos de insatisfacao do eu consigo mesmo e de menosprezo pelo outro. A violencia é
outro aspecto negativo da televisao, em geral.
As criancas/jovens tendem a imitar os comportamentos violentos dos heróis, oque pode colocar em risco a
vida dos mesmos. [...]
7o Em jeito de conclusao, é legítimo que se imponha as emissoras de televisao urna restricao de exibicao de
material violento ou desajustado áfaixa etária ñas suas grades de programacao, dado que a exposicao a estes
tipos de conteúdos é extremamente prejudicial no desenvolvimento das criancas e dosjovens, pois, tal como diz o
povo, “violenciasógera violencia".
Urna característica muito peculiar desse género textual é a persuasáo, que consiste na tentativa do escritor de
convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a compartilhar a opiniao apresentada.
No artigo de opiniao lido, o autor propóe um título provocador, expóe um ponto de vista negativo sobre a influéncia
da televisao, interpreta em quais contextos isso acontece e emite sua opiniao na tentativa de convencer/persuadir
o leitor.
treze
Brasil Intercultural: lingua e cultura brasileira para estrangeiros
i Alguma vez vocé sentiu umfriozinho gostoso na espinha enguanto ouvia um jazz ou um trecho retumbante de
urna sinfonía; enguanto dancava juntinho urna romántica balada ou guando ecoava os primeiros acordes do hiño do
seu time defutebol?
Está comprovado gue a música e a emocao podem caminhar juntas porgue os centros de prazer ativados no
5 cérebro (hipotálamo, por exemplo) sao os mesmos gue os estimulados guando há urna relacao sexual, ou guando há
ingestáo de chocolate. A música, além de provocar fortes reacóes emocionáis, como arrepio, riso e lágrimas; pode
diminuirá resposta tantofísica como psíguica ao estresse. Ou seja, ela pode provocar reducáo dos níveis de ansiedade,
diminuicáo da pressáo arterial e dafreguéncia cardíaca e modificacóes nos níveis de cortisol e adrenalina no sangue.
Nao resta dúvida gue a música é urna manifestando táo antiga guanto o homem. As primeiras referencias
jo humanas á músicaforam obtidas de inscricoes em pedra ougravuras de instrumentos musicais em esculturas, paredes
de cavernas e monumentos paleolíticos. Na Grécia antiga a música possuía grande ¡mportáncia na cura e prevencáo
de doencas físicas e mentáis. Hipócrates e Platáo valorizavam seu uso para o trata mentó das "perturbacóes do
espirito". Aristóteles acreditava gue a música seria a descricáo exata das emocóes humanas. Ele estova certo!
3 Na Grécia antiga, a música possuía grande ¡mportáncia na cura e na prevencáo de doencas físicas e
mentáis. Vocé conhece oujá ouviufalar sobre alguma terapia ou cura através da música? Comente.
a) Fale sobre o tipo de música que vocé costuma ouvir para relaxar;
A música, além de provocarfortes reacóes emocionáis, como arrepio, riso e lágrimas; pode diminuir a resposta
tantofísica como psíquica ao estresse. Ou seja, ela pode provocar reducao dos níveis de ansiedade, diminuicao da
pressao arterial e dafrequéncia cardíaca e modificacoes nos níveis de cortisoi e adrenalina nosangue.
í lói /D/ ^
V J
Q Assista ao vídeo “Por que só gostamos de certas músicas” e a seguir responda as
perguntas propostas.
h d
a) Segundo o vídeo, o que a música transmite através de palavras e/ou melodías?
b) De acordo com as explicacóes da neurologista, o que é urna música interessantepara nosso cérebro?
d) Segundo suas memorias, quais sao, para vocé, as músicas mais legáis e as mais chatas? A que momentos
vocé as associa?
e) Escreva um torpedo para ser enviado para urna pessoa especial, comentando que ouviu urna música e
lembrou-se déla. Diga qualéa música e por que pensou nessa pessoa.
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
3 Que relacóes vocé estabelece entre o nome do quadro e o que vocé conhece sobre a cultura brasileira?
dezesseis
ai
Unidade 1
C iclo Intermediário
Dance_________
Dance_________
dezessete
Brasil Intercuitural: iíngua e cultura brasileira para estrangeiros
© Leia a crónica “O que a danca ensina” de Martha Medeiros, e faca as atividades subsequentes. H*
i Reclamar do tédio é fácil, difícil é levantar da cadelra parafazer alguma coisa que nunca se fez. Pois dia desses
aceitei um desafio: flz urna aula de danca de saldo. Roxa de vergonha por ter que enfrentar um professor, um espelho
enorme, outros al unos emeu total despreparo. M asa graca da coisa é esta, reconhecer-se virgem. Com soberba nao se
aprende nada. Entrei na academia, rígida feito um membro da guarda real e sai de lá praticamente urna mulata
5 globeleza.
Exageros á parte, adanca sempre me despertoufascínio, tanto que mefez assistir aofilme que está em cartaz com
o Antonio Banderas, “Vem dancar”, em que ele interpreta um professor de danca de saldo que tenta resgatar a
autoestima de urna turma de alunos rebeldes. Oualquer semelhanca com urna dúzia de outros filmes do género,
inspirados no clásslco "Ao mestre com carinho", nao é coincidencia, é beber da fonte assumidamente. Excetuando-se
io os vários momentos clichés da trama, ofilm e tem o mérito de esclarecer qual é afuncdo didática, digamos assim, da
danca. Na verdade, o simples prazer de dancar bastaría para justificar a prática, mas vivemos num mundo onde todos
se perguntam o tempo todo "para que serve?". Para que serve um beijo, para que serve ler, para que serve um pór-do-
sol? É a síndrome da utilidade. Pois bem, dancar tem sim urna serventía. A danca nos ensina a ter confianza, se é que
alguém ainda lembra oqueé isso.
15 Hoje ninguém confia, é verbo em desuso. Vocé nao confia em desconhecidos e também em muitos dos seus
conhecidos. Nao confia que iráo Ihe ajudar, nao confia que iráo chegarna hora marcada, nao confia seus segredos, nao
confia seu dinheiro. Dormimos com um olho fechado e o outro aberto, sempre alertas,
feito escotelros. O lobo pode estar a seu lado, vestlndo a tal pele de cordeiro. Entáo, de
repente, o que alguém pede de vocé? Oue diga slm. Oue escute atentamente a música.
20 Que apoie seus bracos em outro corpo. Que se deixe conduzir. Que nao tenha vergonha.
Que libere seus movimentos. Que se entregue.
Oualquer um pode dancar sozinho. Aliás, deve. Meia hora por día, guando ninguém
estiver olhando, ocupe a sala, aumente o som e esqueca os vizinhos. Mas dancar com
outra pessoa, formar um par, é um ritual que exige urna espécie diferente de sintonía.
25 Olhos nos olhos, acertó de ritmo. Hora de confiar no que o parceiro está propondo,
confiar que será possível acompanhá-lo, confiar que nao se está sendo ridículo nem
submisso, está-se apenas criando urnaforma diferente e mágica de convivéncia.
Ouvi urna coisa linda ao sair do cinema: se os casais, hoje, dedicassem um tempinho
para dancar juntos, mesmo em casa - ou principalmente em casa - muñas dlscussóes
30 serlam poupadas. É urna espécie de conexáo silenciosa, de pacto, um outro jeito defazer
amor. Dancar étao bom que nem preclsava servirpra nada. Mas serve.
Fonte: MEDEIROS, Martha. O que a danca ensina. Disponívei em: http://artigoseretalhos.blogspot.com.ar. Acessado em maio de 2012.
■¡ Segundo a autora, qual é afuncdo didática da danca? Vocé concorda com essa ideia?
4 Em sua oplniáo, em que consiste a “síndrome da utilidade” a que se refere Martha Medeiros?
5 Oue relacáo podemos estabelecer, entre o texto “O que a danca ensina"e a música “Dancing Days”?
6 Em seu país, existe algum programa de TV que promova a danca de saldo? Oual?
Vocé tem o costume de assistir a esse tipo de programando?
Unidade 1
C iclo Intermediário
Pronomes Indefinidos
Reclamar do tédio éfácil, difícil é levantar da cadeira parafazeralguma coisa que nunca sefez.
[...] Vivemos num mundo onde todos seperguntam o tempo todo "para que serve?”.
Oualquerum pode dancarsozinho. Aliás, deve. Mela hora por día, quando ninguém estiver olhando [...].
J
Os Pronomes Indefinidos referem-se á terceira pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica, podendo
ser dassificados em variáveis e invariáveis:
r
VARIAVEIS INVARIÁVEIS
alguém
vários, várias
qualquer, quaisquer
qual, quais
cadaqual /qualquerum /qu alq ue rco isa/tale q u al/alg u m aco isa/q u em q u e r(q u e) /u m a o u o u tra /
de modo algum / todo aqueie (que) /ta is e tais
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¡S 5 ?
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Que semelhan$as/diferen$as vocé pode destacar quanto ao uso dos pronomes ñas “ ‘
duas línguas (portugués e espanhol)? Cite exemplos.
• W - 4V % - V i- f . V '—c C* \ } ' j S S á . V
vinte e um
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
Agora, com a ajuda de seu/sua professor (a), conheca outras palavras e/ou expressóes
relacionadas a cores.
r Ficar roxo
EXPRESSOES SIGNIFICADO
Imprensa amarela/Amarelar
Tudo azul
Preto no branco
Ovelha negra
Cor-de -rosa
v _ _
b) Pedro é asslm mesmo, se compromete com tudo, mas na hora em que tem quefazer realmente alguma coisa, 18h(
ele sempre--------------------------------------------------------------------------------
d) Nao posso nem pensar em compras neste mes. Gaste! mals do que deverla nasférlas e agora
e) Meus amigos assinam este jornal, mas eu nao, porque nao sou multo fd da _
Unidade 1
C iclo Intermediário
O Há algum tempo que vocé e seu/sua melhor amigo (a) estao querendo fazer um curso de
dan$a e vocé decidiu pesquisar algumas escolas e valores de mensalidades. De acordo com
as in fo rm ale s apresentadas nos anúncios a seguir, escolha o que mais combine com voces
e deixe um recado no mural do Facebook de seu/sua amigo (a), tentando convencé-lo (a) a
encarar esse desafio e a com ear a danzar.
www.leia.com .br
Leía
o seu jornal de todo día
Anúncios
4789-0921
BLOI
Unidade 2
Tolerancia
A
1 Oue sentimentos ele Ihe causa? Porqué?
2 Ouanto as ¡m agens e á Unguagem utilizada, em sua opinido, o que a empresa Bennetton alm eja
com esse tipo de cam panha?
3 Oue relacóes vocé estabelece entre a logom arca da empresa e o anúncio? Explique.
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
Lourinha Bombril
Os Paralam as do Sucesso
Olha como ela brilha Cachaca made in Carmo dando a volta no planeta
Trazendo a solucao
Essa crioula tem o _____________________ Livro pra comida, prato pra educacdo
A princesinha táfalando no pé
A italiana cozinhando o
Foto: divulgacao
i Em sua opiniáo, que estrategias o com positor utiliza para que possam os refletir sobre valores hum anos
e interculturais nos dias de hoje?
2 Embora sejam géneros textuais diferentes, vocé acha que o anuncio publicitario da Bennetton
e a música tém algo em com um ? Explique.
vinte e cinco
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
Após assistir a urna reportagem do “Jornal SBT Brasil”, responda as perguntas propostas.
Lembre-se de que vocé poderá fazer anotacóes ao longo do vídeo.
d) Por que a empresa decidiu retirar de circulacáo a imagem na qual aparece o Papa Bento XVI?
e) Oual a sua opiniao a respeito dessa decisao? Por qué?
f) Em seu país, há acoes do governo voltadas á pro moca o da tolerancia? Justifique e cite exemplos.
Imagine que vocé foi contratado (a) pela Bennetton para fazer o texto do cartaz da nova
campanha da empresa. Para isso, vocé poderá basear sua producáo nos textos trabalhados
anteriormente (anúncio, música) e ñas ¡nformacdes a seguir:
r Para elaborar um cartaz em urna campanha publicitária, é importante levarem consideracáo alguns aspectos:
• Propósito comunicativo: estabelecer a comunicacao entre sujeitos em interacáo, na qual ambos diaioguem sobre
um mesmo assunto. É transmitida a um público em massa, que, por intermédio de um discurso breve, aliado á
presenca de imagens, estabelece urna afinidade entre os envolvidos.
• Linauaaem: concisa e coesa; geralmente texto grafado com letras maiores, com vistas a despertar a atencáo do
leitor.
• Estética: há urna fusáo entre a linguagem verbal e nao verbal, pois em alguns casos, a imagem influencia de
maneira decisiva no discurso proferido.
Vam os ver oque vocé conhece sobre as m arcas culturáis de outros p aíses? Faca o teste abaixo
e verifique se vocé sábese virar em outros países sem com eter gafes culturáis.
vinte e seis
Unidade 2
C iclo Intermediário
Em Portugal, para dizer “OK”, A palavra ou expressao que nao deve ser dita 6
usa-se a expressao: ao se fazer um brinde no Japao é:
3 a) beleza Q a) saúde
3 b) ocapa O b) Paz
3 c) ocá (3 c) alegría
O d) i ° ia (3 d) felicidade
3 e) cert° Q e) tchim tchim
Resultado:
• Menos de 3 respostas corretas: Marinheiro de primeira vlagem
Vocé seria bem capaz de cometer algumas gafes fora do seu país e nem entender porque as pessoas nao foram
simpáticas com vocé. Essas dicas podem ser urna ótima oportunidade para vocé pesquisar um pouco mais sobre
diferentes culturas e costumes!
Leia a crónica “A vida é um eterno amanhá”, de Joáo Ubaldo Ribeiro, e a seguir responda
as perguntas:
r As traducóes sao muito mais complexas do que se imagina. Nao me refiro a locucóes, expressóes idiomáticas,
palavras de gíriajtexóes verbais, declinacóes e coisas assim. Isto dá para ser resolvido de urna maneira ou de outra, se
bem que, muitas vezes, á custa de intenso sofrimentó por parte do tradutor. Refiro-me á impossibilidade de encontrar
equivalencias entre palavras aparentemente sinónimas, unívocas e univalentes. Por exempio, um alemao que saiba
5 portugués responderá sem hesitacáo que a palavra portuguesa "amanhá" quer dizer "morgen". Mas coitado do
alemao que vá para o Brasil acreditando que, quando um brasileiro diz "amanhá", está realmente querendo dizer
"morgen". Raramente está. "Amanhá" é urna palavra riquíssima e tenho certeza de que, se o Grande Duden fosse
brasileiro, pelo menos um volume teria de ser dedicado a ela e outras, que partilham da mesma condicáo.
"Amanhá"significa, entreoutrascoisas, "nunca", "talvez", "voupensar", "vou desaparecer", "procureoutro", "náo
to quero", "no próximo ano", "assim que eu precisar", "um dia destes", "vamos mudar de assunto", etc. e, em casos
excepcionalíssimos, "amanhá" mesmo. Oualquer estrangeiro que tenha vivido no Brasil sabe que sáo necessários
vários anos de treinamento para distinguir qual o sentido pretendido pelo interlocutor brasileiro, quando ele
responde, com a habitual cordialidade nonchalante, que fará tal ou qual coisa amanhá. O caso dos alemáes é,
seguramente, o mais grave. Náo disponho de estatísticas confiáveis, mas tenho certeza de que nove em cada dez
75 alemáes que procuram ajuda médica no Brasil ofazem por causa de "amanhás" casuais que os levam, no mínimo, a
um colapso nervoso, para grande espanto de seus amigos brasiieiros - esses alemáes sáo uns loucos, éoque qualquer
um dirá.
A culpa é um pouco dos alemáes, que, vamos admitir, alimentam um número excessivo de certezas sobre esta
vida incerta, número quase táo grande como a quantidade exasperante de preposicóes quefrequentam sua língua
vinte e oito
20 (estou estudando "auf e "au" no momento, e náo estou entendendo nada). Sáo o contrário dos brasiieiros, a maior
parte dos quais náo tem a menor ideia do que estaráfazendo na próxima meia hora, quanto mais amanhá.
Unidade 2
C iclo Intermediário
Talvez tudo se reduza a urna questao filosófica sobre a ¡manéncia do ser, o devenir, o principio de identidade e
outros assuntos do quaisfingimos entender, em coquetéis desagradáveis onde mentimos a respeito de nossas ieituras
e nossos tempos na Faculdade. No plano prático, contudo, a coisafica gravíssima. Se o Brasil tivessefronteiras com a
Alemanha, nao digo urna guerra, mas algumas escaramuzas já teriam eclodido, com toda a certeza - e a Alemanha
perdería, notadamente porque o Brasil nao comparecería as batalhas nos horarios previstos, confundiría terca-feira
com sexta-feira, deixaria tudo para amanha, falsificaría a assinatura oficial no documento de rendicao, receberia a
Wehrmachtcom batucadas nos momento, mais inadequados e estragaría tudo organizando almogos as seis horas da
tarde.
Falo por experiencia própria. When in Rome do as the Romans do ditado que deve ter urna versáo latina muito
mais chique, mas, infelizmente, nao disponho aquí de meus livros de citacoes, para dar a impressao aos leitores de que
leio Ovidio e Florado no original. Mas, em inglés ou em latim, acho esse um pensamento de grande sabedoria e
procuro seguido á risca, na minha atual condicdo de beríinense, tanto assim que, nao fora minha tez trigueira e meu
alemao abestalhado, ninguém me distinguiría, fosse por traje ou maneiras, dos outros beríinenses bebericando urna
cervejinha ali naAdenauerplatz.
Fica tudo, porém, muito difícil em certas ocaslóes, como hoje mesmo. O telefone tocou, atendí, falou um alemao
simpático e cerimonioso do outro lado, querendo saber se eu estaría livre para urna palestra no dia 16 de novembro,
quarta-felra, as 2oh30. Sei que é difícil para um alemao compreenderque esse tipo de pergunta é ininteligível para um
brasileiro. Como alguém pode marcar alguma coisa com tanta precisáo e antecedencia, esses alemaes sao uns bucos.
Mas náoquisserindelicado e, comosempre, recorría minha mulher.
- Mulher - disse eu, depols de pedir que o telefonador esperasse um bocadinho. - Eu tenho algum compromisso
para odia 16 de novembro, quarta-feira, ás2oh30?
- Vocé está maluco? - disse ela. - Ouem éque pode responder a esse tipo de pergunta?
- Eu sei, mas tem um alemao aquí querendo urna resposta.
- Diga a ele que vocé responde amanha.
- E quando ele telefonar amanha? Ele é alemao, ele va i telefonar amanha, ele nao sabe oque querdizer amanha.
- Ah, esses alemaes sao uns bucos. Vocé é escritor, invente urna resposta poética, diz a ele que a vida é um eterno
amanha.
Achei urna ideia interessante, mas nao a usei, apenas disse que ele telefonasse amanha. Mas claro que nao sei o
que dizer amanha efui dormir preocupado, tanto assim que aínda incomodei minha mulher com urna cotovelada.
Afinal, os alemaes sao organizados, éuma vergonha a gente nao poder pía nejar as coisas tao bem quanto eles. Que é
queeufaco?
- Ora - respondeu ela, retribu indo já a cotovelada -, pergunte a ele se os alemaes planejaram a reunlficacáo para
agora. E, se elefor beríinense, pergunte se ele nao prefería deixá-la para amanha.
- Touché - disse eu, puxando o cobertor para cobrira cabeca e resolvendo que amanha pensaría no assunto.
Fonte: Ubaldo Ribeiro, J. Em: Um brasileiro em Berlim, 1993. A vida é um eterno amanha. Disponivel em:
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cg¡lua.exe/sys/start.htm?infoid=yo48is¡d=3i9&tpl=pr¡nterv¡ew.
Acessado em maio de 2012.
1 Porque um estro ngeiro pode terdificuldades de com unicacao com um interlocutor brasileiro?
Em que consistem as principáis diferencas culturáis entre brasileiros e alem aes? Cite exemplos.
4 No m om ento de se referir a situacóes form áis, como as pessoas em seu país costumam agir e/o u
dialogar? Cite exemplos.
6 O que vocé espera do seu fu tu ro ? O ual a relevancia dessa pergunta? O que vocé acha do modo como o
brasileiro se relaciona com “o am a n h a ”? Justifique.
virrte e nove
Brasil Intercultural: língua e cultura brasllelra para estrangeiros
e) [,..]falou um alemáo simpático e cerimonioso do outro lado, querendo saber seeu estarla livre para urna palestra no diait
de novembro [...].
A probabiUdade de vida dos brasileiros está aumentando. Essa é urna constatacdo do Instituto Brasileiro de
Geografía e Estatística, o IBGE. Segundo a pesquisa Tendencias Demográficas, do mesmo órgáo, em 60 anos os
brasileiros passaram a ter urna expectativa de vida quase 30 anos maior. Já a Organizacao Mundial da Saúde afirma
que as brasileiras vivem sete anos a mais que os brasileiros, ou seja, ambos chegam á septuagésima casa da existencia.
í Mas vocé já pensou quando chegar a urna idade, digamos assim, mais avancada? Vocé, em aigum instante, fez a
seguinte indagacao a si mesmo: como eu estarei quando eu tiver 70 anos?
Pois eu já. Em primeiro lugar, obviamente, quero ter saúde. Longe de mim qualquer tipo de doenca como
arteriosclerose, trombose, M al de Alzheimer, osteoporose, M al de Parkinson, diabetes, flebite, neurose, zóster
(varicela da veihice) e os demais "ites", “oses” e qualquer outra forma de moléstia. Na realidade, quero ser saudável
quando eu tiver 70 anos.
Desejo ser independente. Tomar o meu próprio banho, me vestir, servir o meu suco, refrigerante ou aínda urna
taca de vinho, aflnal de contas, velho também éfilho de Deus. Quero comer para viverede tudo um pouco. Intenciono
poder ter a extravagancia de alguma gulodice, como sefosse urna traquinice. Pretendo usufruir o meu direito de ir e
virem toda a sua plenltude, talqual na minha juventude, quando eu tiver 70 anos.
•5 Ouando eu ultrapassar 280 vezes as estacoes do ano, nao quero ser um ranheta, nojento, mal-humorado,
estressado. Ou, entáo, um preguicoso, desleixado, um plasta mesmo. Ver que nao vale a pena se irritar por táo pouco,
nem levar tudo a ponta de faca porque isso só iráfazer mal a mlm mesmo podendo provocar, inclusive, gastrite,
disenteria ou aumentar a pressáo arterial. Pretendo continuar tendo muita dlsposicáo, estar de bem com a vida, sorrir
mais e resmungar menos, aínda quando eu tiver 70 anos.
x Dinheiro? Sim quero o suficiente que dé para me bastar e me presentear com alguns luxos. Se puder, quero ter
urna pomposa aposentadorla, allás, mais de urna. Afinal, na septuagésima idade, posso e devo atender a alguns
caprichos como comprar alguma roupa, ir ao cinema, asslstira urna peca teatral, viajar. Tudo isso e mais um pouco
espero poder continuar realizando quando eu tiver meus 70 anos.
Porfim, quando eu conseguir ir além dos 25.550 dias de existencia, a única coisa que gostaria queficasse diminuto
2S fosse o desrespeito com as pessoas de mais Idade. Oue nem eu, nem ninguém sofréssemos com o descaso, o abandono,
o maltrato ou o desamor. Ao contrário, ao longo da minha caminhada eu possa ter a sabedoria deque, na vida, multo
mais do que conquistar novos amigos é inteligente preservar as saluta res e boas a miza des. De poder ser chamado de
pai, avó, bisavó ou, talvez, tataravó. De ter a franciscana percepcáo de amar e ser amado. De compreender que,
embora eu seja loquaz e esteja afrente de minha época, também gostaria de ser compreendido com relacáo as
JO minhas limitacóes impostas pelo tempo. Portanto, Deus me livre ser um
decrépito, um lamuriante e retrógrado humano. Pelo contrário, quero ser
sim um internauta inveterado, ter messenger, orkut, fotoblog e tudo o
mais.
Quero extravasar vitalidade efazercomo o pagodinho do Zeca, "delxa
JJ a vida me levar porque sou feliz e agradeco por tudo o que Deus me deu”,
mesmo quando eu tiver 70 anos.
PS.: Homenagem a minha máe, Telma, que completou nesta semana 70
anos.
Fonte: Figueiredo, Leandro. Quando eu tiver yo anos.
Disponivel em: http://www.atribunars.com.br/index.php?origem=not¡cia&¡d=6i2. Acessado em maio de 2012.
r 1 O autor do textofaz mencao áfalta de respeito com o idoso. Em sua opiniáo, a sociedade na qual
vocé vive respeita os idosos?
2 Oue expectativas vocé tem para quando tiver 70 anos?
No texto lido, podemos reparar que o autor, ao homenagear sua mae pelo fato de ter
completado 70 anos, projeta sua vida no futuro, planejando acoes possíveis de serem
realizadas, porém aínda nao concretizadas, conforme podemos observar nos exemplos a
seguir:
A esse tempo verbal, atribuimos o nome de Futuro do Subjuntivo. Vejamos sua formacáo:
Exemplo:
Note que os verbos regulares no Futuro do Subjuntivo equivalem ao infinitivo do mesmo verbo.
Ajudarei, quando puder; Ex. 1: Ouando eu FOR ao Brasil, visito o Rio de Janeiro;
Se eufor ao Brasil, vou comer feijoada; Ex. 2: Ouando eu FOR ao Brasil, vou visitar o Rio de Janeiro;
Aconteca o que acontecer, nao mudarei de ideia; Ex. 3: Ouando eu FOR ao Brasil, visitarei o Rio de Janeiro;
Ouem quiser comprar um computador, avise-me. Ex. 4: Ouando vocé FOR ao Brasil, visite o Rio dejaneiro.
Unidade 2
C iclo Intermediário
Logo que Logo que nós______________ (ver) Mariana, comentaremos o que aconteceu.
V.
Converse com seu/sua colega sobre suas expectativas, intencóes ou projecóes para o
futuro de acordo com as situares apresentadas a seguir. Depois, faca anotacóes sobre o
que ele/ela comentou com vocé e as apresente para o (a) professor (a) e os (as) colegas.
• O dia em que conseguir atingir seus objetivos; • O diaem que morarforado seupaís;
trinta etrés
Brasil Intercultural: língua e cultura brasilelra para estrangeiros
Veja a seguir quatro cartazes usados em diferentes lugares do Brasil com o intuito de
promover o respeito, a tolerancia. Após observá-los, responda ao que se pede.
Quaidaas
geracóes
seunem.
o amor
se amplia.
J 'M H N f llf i
fltIMUl
Sompre cuitando
de noce!
& *. S L
O IX » © IU * e m u lo A UM K A l A M EN TO
DIFERENCIADO E PRIORITARIO POR TOCAS
AS EMPRESAS DE TRANSPORTE COifTTi/O:
- I :ilw « t « v á u M l i c v rute*»* t a k i t v l n i t u p c i c «t
« t a j o >v l A M t t i w K b i e « t u p M t M d t (.o ta d a c
E x u o R c a e n ro rn n o n u aos acu» o m r t o j
fAC* VAIC9 O ESTATUTOM 0050»
W zzr* -fe
huiimiH _ » » (Yf m
De acordo com as ¡nformacóes dos cartazes, qual é o público-alvo a que se destlnam estas ¡nformacóes?
Justifique.
Ouais sao os beneficios que os idosos recebem por parte das iniciativas públicas em seu país?
O que mais vocé acha que eles deveriam receber?
1
4 Como vocé ve o convivio entre as geracóes mais novas e a geracáo mais ¡dosa no seu país? Justifique.
5 De que forma esses cartazes dialogam com o texto Ouando eu tíver jo anos?
Unidade 2
C iclo Intermediário
Segundo um relatório da OMS (Organizacao Mundial da Saúde) em 2050 haverá cerca de 400 milhóes de idosos com
mais de 80 anos, frente aos 14 milhóes que havia em meados do século 20. O envelhecimento da populacáo está
acontecendo em todos os países, embora cada um esteja em urna fase diferente desta transicáo, e o resultado é que
"em questao de anos"haverá mais idosos de 60 anos que criancas com menos de cinco.
i O namoro está bom demais: é tanto amor que parece nao caber dentro do peito. Voces se olham nos olhos e
concluem que chegou a hora de dar mais um passo no relacionamento - morar juntos. Vao dormir abracados toda
noite, cuidar umdo outro e dividir o mesmo teto. Por outro lado, enfrenta rao obstáculos como a convivencia diária e a
rotina. Nessa hora, é normal sentir um friozinho na barriga antes defazer a mudanza. Afinal, quais sao os pros e
5 contras dejuntaras escovas de dente?
Estabilidade. Seguranca. Cafuné antes de dormir. Dividir as contas. Pianejar ofuturo juntos. Estas sao alg urnas
das razoes que fazem o mulherio sonhar com o dia que vao juntar os trapinhos com o namorado, como fa z a
professora Cíntia G., 33 anos. "Nosso namoro está sólido, já conhecemos um ao outro profundamente e está na hora
de morarmos juntos para depois comecarmos a pensar em aumentar a familia", diz ela, que já usa alianca de
10 compromisso há mais de um ano. "Dizem que o lado ruim de morarjunto é a rotina, mas nao acredito que ¡sso vá ser
um problema para a gente: sabemos como espantá-la com viagens, saldas com amigos e multo romantlsmo", diz.
As mulheres pensam com o coracáo. Já os homens... Para o designer Paulo C , 33 anos, a melhor coisa de morar
junto é transar todo dia. "Sem dúvida, o sexo diário é a melhor parte. Mas tem também a amizade, a divisao das coisas,
as brinca deiras com as crian cas...", enumera ele, que tem doisfilhos. Sobre as dificuldades de dividir o mesmo teto,
>s Paulo diz que a maior délas é a falta de privacidade. "As vezes, quero ficar sozinho e nao tem como. Além disso, é
importante para o casal ter um distanciamento para que possa sentir saudade um do outro”, defende.
Para a tradutora Gisele V., de 31 anos, a maior mudanza no relacionamento depois quefoi morarjunto com o
namorado é que agora nao tem para ondefugirna hora da briga. "Ouando eu namorava, ele me aborreció e eu ia pra
minha casa, espairecer. Hoje em dia, estamos casados e nao tenho para onde ir quando brigamos", diz ela, que aínda
20 por cima mora em um quarto e sala. " 0 jeito é encarar o problema e tentar solucionar as coisas. Combinamos que nao
iríamos dormir brigados e até agora tem dado certo", conta Gisele, que está morandojunto há seis meses.
Enquanto uns estáo bucos para dividir um apé, há quem prefira aproveitar o namoro em casas separadas -
cada um na sua. É o caso da pesquisadora María Amélia, 2g anos, que na mora há tres anos e nao tem planos de morar
junto. "Nao se mexe em time que está ganhando. Acaba que dormimos direto na casa um do outro, mas, quando um
2s quer ficar sozinho, tem esse direito, sem dramas", explica ela, que aínda tira proveito da situando. “Se a minha
geladeira está chela,ficamos aqui. Se afaxineira deixou a casa dele cheirosinha, vamos para lá”, conta, dizendo ainda
que essa situacáo só deve mudar quando a fam ilia crescer. "Ouando vier um bebé, ai sim acho que vamos morar
juntos para dividirás tarefas e curtir o nosso baby”, planeja.
É importante saber quais sao os objetivos futuros um do outro para saber se eles podem ser conciliados. Além
30 disso, o casal deve se dar bem, ter interesses com uns, assim como os mesmos valores moráis efa miliares.
Segundo a psicólogo Karen Camargo a decisáo de morarjunto é um grande passo no relacionamento. “Mesmo
sem papel passado, tem as mesmas definicóes de um casamento formal. Morar junto pode ser um período de
experiencia em que o casal vai poder estar mais próximo, ganhar mais intimidade e ensaiar para um casamento
futuro”, afirma ela, lembrando que esse ganho de intimidade pode causar urna série de decepqóes, urna vez que o
55 casal entra em contato com um lado do outro que ainda nao conhecia e que pode ser considerado desagradável.
Unidade 2
C iclo Intermediário
Fonte: F., Rosana. Vamos morarjuntos? Homens e mulheres dizem os pros e contras de juntar os trapinhos.
Diponível em: http://www.anitamulher.com.br/anita/vamos-morar-juntos-homens-e-mulheres-dizem-os-pros-e-contras-de-juntar-os-trapinhos/.
Acessado em julho de 2012.
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
Sutilmente
Equ and oeu__________ Suplico que nao me mate, nao
Simplesmente me abrace
Equandoeu _________
Súbitamente_____
Equandoeu__________
Sutilm ente___________
divulgando
f [e] m ^
V J
No Brasil, existem algumas expressóes ou ditados populares usados geralmente para
referir-se a relacóes interpessoais. A seguir, apresentamos alguns deles. Discuta com
seus/suas colegas e professor (a) e tente descobrir em que situacóes podem ser usados.
ALO, /AAfclAH
f TÜt>0 Vttk.. \
A £R £A PO ^TA T>A
/AAS T>£SUG A LOGO QÜ£
GARAG£vA
T>£S1>£ OnJTLM,"Llí^lGIí^.
G>.0££0 TO C4l£GAMí>0...
0SAMt>0 G£LULARG0/A
f OM££ vV A -V 0;^£STÁ
V PROffcíLO. y
flOATRAMQÜlLA
GlO£ £0 £STOO fALAMPO
t>£0^£LUÁ0!
1 Oual é o propósito com unicativo desse texto? Oue reacóes ele provoca no leitor?
3 O que vocé entende por “jeitin h o brasileiro”? Oue relacóes podem os estabelecer entre o título e o
conteúdo da charge?
4 Em seu país, existe algum a lei que proíba ou restrinja o uso do celular? Comente.
quarenta
Brasil Intercultural: língua e cultura brasllelra para estrangelros
^ Vamos conhecer outras palavras e/ou expressóes formadas a partir da palavra jeito?
Em duplas, tente descobrir o significado de cada urna délas e, em seguida, faca frases
para exemplificarseu uso.
r Expressóes Significado
Ajeitar
Desajeitar
Dar um jeito em
Dar um jeito de
Daquele jeito
Jeitinho brasileiro
V J
Frases
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangelros
vJefflKWO ^ G O fcfcÜ K Á O
A autora afirma no prefácio da edicáo de 2005 do seu livro, que “a posicáoque se encontra ojeitinho está cada vez
mais próxima da corrupcáo".
No livro Dando um Jeito no Jeitinho Lou renco Stelio Rega propóe um modelo para se pensarojeitinho brasileiro.
Afirma que no Brasil existe um círculo vicioso cujo eixo motor seria ojeitinho. As afirmativasfeitas por Lourenco Stelio
Rega, Cuerreiro Ramos e Roberto DaMatta sobre o modo de operacáo e osfundamentos da prática dojeitinho nao se
baseiam em pesquisas de opiniáo e sim em observacóes e análises históricas. A hipótese central que está por trás da
teoría sería a de que o cidadáo dá um jeitinho porque o Estado/Coverno nao responde á demanda do cidadáo ou
porque a lei nao está em sintonía com a prática social. [...]
Membros da classe A e curso superior sao os que mais apontam o jeitinho como característica definidora do
brasileiro. Emfuncáo do perfil dos estratos que avaliam ojeitinho como urna característica a definir o brasileiro (classe
2S A, escolaridade superior) e dofato de ele nao figurar como um defeito e ou mesmo como um atributo genérico do ser
humano e apenas como urna característica própria do brasileiro pode-se inferir que o jeitinho é visto como urna
dimensao muito mais positiva do que negativa.
A título de ilustracáo e para reforear o argumento anterior, pode-se ver que na pesquisa qualitativa, também
realizada no estudo, predominou esta visáo positiva dojeitinho.
quarenta e dois
Unidade 3
C ic lo Interm ediário
• "Um jeito de resolver os problemas, manteado a alegría, • “O jeitinho é um resumo da brasilidade - da alegría, da
naoperdendoa fé. ” felicidade, do oti mismo. ”
Ambiguídade • "E dar um jeito para tudo. As vezes nao énemo correto,
mas..."
"Meios e métodos nao legáis que o povo busca para buscar “As vezes nao é seguir o procedimento correto, mas no
a tranquilidade.” final osfinsjustificam os meios. ”
• Sobrevivéncia - “Eu ocho que é malandragem, mas “Ao mesmo tempo em que é útil, algumas pessoas
também é urna coisa de sobrevivéncia". usam para beneficio próprio ou para a.maldade. ”
0 <áW °
As hipóteses, que estáo por trás das teorías apresentadas no texto, consistem no fa to de os cidadaos
“darem um je itin h o ” porque o Coverno nao responde as dem andas dos cidadaos ou porque as leis
nao estao em sintonía com as práticas sociais. Isso acontece tam bém em seu país?
O que vocé pensa sobre isso?
Existe algum a expressao em sua cultura que reflita a prática d ojeitinho? Comente.
Brasil Intercuitural: iíngua e cultura brasileira para estrangeiros
No artigo “O preco do Jeitinho Brasileiro”, deparamo-nos com algumas palavras que estáo
no plural, conforme podemos observar nos exemplos abaixo:
Aformacaodo plural das palavras terminadas em “ÁO” na Iíngua portuguesa parece complexa, contudo,é
muito parecida com o espanhol. Para descobrir qual a desinencia adequada, devemos contrastar as duas
línguas e, dessa forma, encontraremos a forma correspondente. Vejamos:
Portucy.
quarenta e quatro
Unidade 3
C iclo Intermediário
a) A hipótese central que está por trás da teoría seria a de que o cidadáo dá um jeitinho porque o Estado/Coverno
nao responde á demanda do cidadáo ou porque a lei nao está em sintonía com a prática social.
b) [...] para reforear o argumento anterior, pode-se ver que na pesquisa qualitativa também realizada no estudo
predominou esta visáo positiva dojeitinho.
A populacáo avalia o “jeitinho brasileiro” como atributo relevante mais exclusivo para definirá brasilidade (que
apresenta maior diferenca entre o ser humano em geral e o brasileiro). Ou seja, a diferenca mais significativa
entre os atributos apontados para o ser humano (e também amigo e i nimigo) e o brasileiro é o “jeitinho”.
V______________________________ _________________________________ J
D
V y
quarenta e cinco
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
Vocé vai assistir á entrevista do consultor Ricardo Perrone sobre o jeitin ho brasileiro no
exterior, podendofazeranotacóesenquantoassiste. A seguir, responda:
f
a) De que maneira o brasileiro chama a atencáo dos estrangeiros guando viaja como turista?
b) Por que o comportamento de intimidade do brasileiro pode nao ser bem percebido no exterior? Comente.
c) De acordo com o consultor, a criatividade e a capacidade de improviso jogam a favor ou contra o desempenho
de um profissional brasileiro no exterior? Justifique.
e) Por que o FMI (Fundo Monetário Internacional) considera o jeito brasileiro de criar solucóes sem planejamento
algo vantajoso? Ouai é o perfil dos profissionais designados para assumir cargos nessa organizando? Comente.
Com base ñas discussóes feitas até agora, podemos inferir que urna das características do
“famoso jeitinho” é a arte de improvisar através da criatividade. Ouando algo nao
funciona ou estraga, para resolver o problema do momento, sempre encontramos urna
forma de contornar a situacáo. Issofaz parte de nossa natureza jocosa e brincalhona.
Veja na galería de imagens a seguir as solucóes encontradas, utilizando apenas a arte do
jeitinho.
Unidade 3
rielo Intermediário
Após observar as imagens, tente encontrar urna solucao para as situacoes-problema a seguir.
3 Vocé acabou defazer um penteado e quando sal do cabeleirelro percebe que está chovendo e vocé náo levou
o guarda-chuva;
Vocé é assessor cultural efoi contratado por urna importante empresa para escrever o guia
de sobrevivéncia do executivo no jeitinho brasiieiro. Leia o post abaixo do blog Estadáo e
fundamente seu texto, explicando as diferentes possibilidades de acepfdes da palavra
je ito e evidenciando como estrangeiros podem driblar a "malemoléncia” do mundo dos
negocios no Brasil.
Fonte: RIBEIRO, Claudia. Jeitinho brasiieiro exige manual de sobrevivéncia. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br/executivo-s-
a/jeitinho-brasileiro-exige-%oE2%8o%ogCmanual-de-sobrevivencia%E2%8o%gD/. Acessado em junho de 2012.
U n id ad e 3
BLOCO 2 - Cada um do seu jeito C iclo Intermediário
Ouca um trecho da entrevista do cientista social Alberto Carlos Almeida para a CBN
Noticias e responda ás seguintes perguntas.
a) Segundo a comentarista, muitos temas foram abordados em sua mais recente pesquisa. Cite cinco.
e) O autor afirma nao usar a paiavra 'elite' em seu livro, mas atenta para um divisor importante no Brasil.
Oual é ele?
g) Se essa pesquisafossefeita em seu país, que assuntos deveriam ser abordados? Justifique.
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangelros
i Sempre pensei que ninguém batía o brasileiro no uso do diminutivo, essa nossa manía de reduzirtudo á mínima
dimensáo, seja um cafezinho, um cineminha ou urna vidinha. Só o que varia é a inflexáo da voz. Se alguém diz, por
exemplo, "Ó vidinha", vocé sabe que ele está se referindo a urna vida com todas asmordomias. Nem é urna vida, é um
comercial de cigarro com tonga metragem. Um vidao. Mas se disser "Ah vidinha..."o coitado está se queixando déla, e
5 com toda a razao. Há anos que o seu único divertimento é tirar sapatos efazerxixi. Mas nos dois casos o diminutivo é
usado com o mesmo carinho.
Ofrancés tem o seu "tout petit peu", que nao é um diminutivo, é um exagero. Um "pouco todo pequeño" é muita
explicacáopara táopouco. Os mexicanos usam o "poco", o "poquito"e —menos aínda que o "poquito"-o "poquetín".
Mas ninguém bate o brasileiro.
10 Era o que eu pensava até o dia, na Itália, em que ouvi alguém dizer que alguma coisa duraría um "mezzoretto".
Nao sei se a grafía é essa mesma, mas um povo que consegue, numa palavra, reduzir urna meia hora de tamanho —e
vocé nao tem nenhuma dávida de que um "mezzoretto" dura os mesmos trinta minutos de urna meia hora
convencional, mas passamuito mais depressa - é invencívei em materia de diminutivo.
O diminutivo é urna maneira ao mesmo tempo afetuosa e precavida de usar a iinguagem. Afetuosa porque
15 geraimente o usamos para designar o que é agradável, aquetas coisas tao afáveis que se deixam diminuirsem perder
o sentido. E precavida porque também o usamos para desarmar certas palavras que, na sua forma original, sao
ameacadoras demais.
"Operacáo", por exemplo. É urna palavra assustadora. Pior do que "intervencáo cirúrgica", porque promete urna
intervenido muito mais radical nos intestinos. Urna operacáo certamente durará horas e os resultados sao incertos.
20 Suas chances de sobreviver a urna operacáo... Sei náo. Meihorse preparar para o pior.
Já urna operacáozinha é urna meraformaiidade. Anestesia local e duas aspirinas depois. Urna coisa táo banal que
quase dispensa a presenca do paciente.
[...]
No Brasil, usa-se o diminutivo principalmente em retacáo á comida. Nada nos despertó sentimentos táo
25 carinhosos quanto urna boa comidinha.
- Mais umfeijáozinho?
Ofeijáozinho passou dois diasborbulhando num daqueles caldeiróes de antropófagos com capacidade para
trés missionários. Leva porcos inteiros, todos os miúdos e temperos condecidos e, parece, um missionário. Mas a
dona de casa o trata como um mingau de todos os dias.
30 - Mais umfeijáozinho?
- Um pouquinho.
- E umafarofinha?
- Ao lado do arrozinho?
- Isso.
35 - E quem sabe mais urna cervejinha?
- Obrigadinho.
O diminutivo é também urna forma de disfarcar o nosso entusiasmo pelas grandes porcóes. E tem um efeito
psicológico inegável. Vocé pode passar horas tomando "cervejinha" em cima de "cervejinha" sem nenhum dos
efeitos que sofrena depois de apenas duas cervejas.
40 - E agora, um docinho.
- E surge um tacho de ambrosia que é um porta-avióes.
Fonte: VERÍSSIMO, Luís Fernando. Diminutivos. Disponível em: http://intervox.nce.ufrj.br/~jobis/l-dimi.htm. Acessado em junho de 2012.
A 1 A crónica aponta para o uso que os brasileirosfazem do diminutivo. Vocé, alguma vez,já tinha reparado nisso?
Oue palavras no diminutivo vocé escutou ou escuta com frequéncia nafala dos brasileiros?
2 Com quais das finalidades apontadas no texto os diminutivos sáo usados em seu idioma? Dé exempios.
3 O autorfaz a seguinte afirmacáo: "O diminutivo é urna maneira ao mesmo tempo afetuosa e precavida de usar
Iinguagem.”. Vocé concorda com ela? Justifique.
cinquenta
U n id ad e 3
C iclo interm ediário
No texto lido, o autor chama nossa atencao para o uso dos diminutivos em portugués e, nao
só para sua frequéncia, mas também para a intencao com a qual é usado.
Veja nos exemplos a seguir:
"Se aiguém diz, por exemplo, "Ó vidinha", vocé sabe que ele está se referindo a urna vida com todas as
mordomias. Nem é urna vida, é um comercial de cigarro com tonga metragem. Um vidao. Mas se disser "Ah
vidinha..."o coitado está se queixando déla, e com toda a razáo. Há anos que o seu único divertimento é tirar
sapatos efazerxixi."
"Já urna operacáozinha é urna meraformalidade."
A formacao regular do diminutivo em portugués sedé através doacréscimodo"INHO” para o masculino e "INHA"
paraofeminino, mas aIgumas palavras, de acordo com sua terminacao, recebem"ZINHO”e "ZINHA”. Vejamos:
\
Palavra Terminacao Diminutivo
A casa A casinha
Vogal átona
0 carro 0 carrínho
0 café 0 cafezinho
A m ulher Sílaba tónica A m ulherzinha
0 hotel 0 hotel únho
0 pai 0 paízínho
Duas vogals
Boa Boazínha
Algumas outras palavras da língua portuguesa apresentam Diminutivos e/ou Aumentativos Irregulares como:
0 Vocé vai assistir duas vezes ao comercial da cerveja Nova Schin. Em seguida, responda
as perguntas:
a) Oue efeitos de humor a propaganda causa? Por qué? Oual é o objetivo desse comercial?
b) Oue interpretacóes podemosfazer sobre o emprego do diminutivo nesse comercial?
c) Oue elementos antagónicos estáo presentes nessa propaganda?
f
d) Cite algurnas palavras usadas no aumentativo e argumente sobre afinalidade de tal uso.
e) Em duplas, escolha um dos produtos abaixo e crie sua propaganda, fazendo uso dos graus aumentativo
e diminutivo:
livro / celular / carro / cerveja / perfume
O Escute a música “Coisinha do Pai”, complete as lacunas e cante com seus/suas colegas:
Coisinha do Pai
Beth Carvalho
Segundo o antropólogo brasileiro Roberto Da Matta, o que torna original a cultura brasileira é
o
precisamente a multiplicidade de imagens e representares que exprimem urna sociedade movida
pela mistura e pelo sistema que recusa a pureza e o isolamentó individual. A abertura para o outro e
para os motivos do outro como um estilo de educacao sentimental é a marca brasileira. "Vemos
melhordo que o resto do mundo que vivemos com os outros e nao contra eles."
r ^
cin q u e n ta e tré s
Brasil Intercultural: língua e cultura brasllelra para estrangeiros
0 Leía o texto a seguir e, em seguida, discuta-o com seus/suas colegas e professor (a).
' [...] Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vicio falar mal do
Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maxlmlzam os positivos, enguanto no
Brasil se maxlmlzam os negativos.
Aqui na Holanda, os resultados das eleicóes demoram horrores porque nao há nada automatizado. Só existe
5 urna companhia telefónica e pasmem: se vocé ligar reclamando do servico, corre o risco de ter seu telefone
temporariamente desconectado.
Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar
as máos antes de comer. Ñas podarlas, felras e acougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com a mesma
mao suja entregam o pao oua carne.
io Em Londres, existe um lugar,famosíssimo, que vende batatasfritas enroladas emfolhas dejornal - e temfila na
porta.
Na Europa, náofumante é minoría. Se pedir mesa de naofumante, o garcom ri na sua cara, porque nao existe.
Fu mam até em elevador.
[...]
15 Os brasileiros mals esclarecidos sabem que temos multas razóes para resgatarsuas raízes culturáis.
Os dados sao daAntropos Consulting:
1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate a AIDS e de outras doencas sexualmente
transmlssíveis, e vem sendo exemplo mundial.
2. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro fo i considerada a mals
20 solidarla.
3. Ñas eleicóes de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estova informatizado em todas as regióes
do Brasil, com resultados em menos de24 horas depols do ¡nielo das apuracóes. [...]
4 . 0 mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilltacóes a cada mes.
5. 0 Brasil é o i ° maior mercado dejatos e helicópteros executivos do mundo. [...]
A
1 Vocé concorda que, em alguns países, há a tendencia de afirmar que o outro é melhor? Justifique.
2 Ouais dos itens mencionados que exaltam o lado positivo do Brasil chamam mals sua atencao? Por qué?
4 Em sua opiníao, qual é a característica maís positiva do seu país? E a mals negativa? Justifique ambas.
^ Seguindo o exemplo do texto anterior, crie urna lista com os itens que, em sua opiniáo,
destacam o lado positivo do seu país e sao motivo de orgulho de sua gente no mundo
inteiro, mas que, muitas vezes, também passam despercebidos diante dos problemas do
diaadia.
cinquenta e quatro
Unidade 4
' *>»
Consciencia Coletiva
1 Vocé tinha conhecim ento dos números sobre o desperdicio de alim entos no Brasil?
2 Em seu país, quais cuidados sao usados em relacao a esse tipo de desperdicio?
3 Oue dicas vocé daría para as pessoas desperdicarem menos alim entos diariam ente?
cinquenta e cinco
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
O Bicho
7 Vi ontem um bicho
Na imundície do patio
Catando comida entre os detritos.
a) Oue assunto aborda o poema? De que maneira podemos perceber o seu caráter crítico?
b) Oue condicóes de vida apresenta o homem descrito no poema? A que ele é comparado?
c) Em sua opiniáo, por que o autor utiliza a expressáo "Meu Deus" para finalizar o poema?
Em que outros contextos essa mesma expressáo pode ser utilizada? Cite exemplos.
d) O texto é um poema, mas o seu estilo de iinguagem é também característico de outros géneros de textos.
Ouais seriam eles e por qué?
-imundície^
-catando:
-detritos: _
-cheirava:_
-engolia: _
U n id ad e 4
C iclo Intermediário
a) O título "llha das Flores”fa z jus a sua expectativa sobre o conteúdo do documentário? Justifique sua resposta.
c) Embora o documentário aborde elementos da cidade de Porto Alegre e tenha sido produzido em 1989,
pode-se dizer que essa é urna realidade também de outros lugares/países nos dias de hoje? Comente.
Escolha um dos temas abaixo e pesquise para apresentar para sua turma e professor (a):
Crianza Esperanza.
Brasil Intercultural: língua e cultura brasllelra para estrangeiros
Vocé vai escutar urna música de Seu Jorge. Preste ateneo na letra e depois a discuta com
seus/suas colegas e professor (a).
Problema Social
Seu Jorge
Foto: divulgando
1 A música cantada por Seu Jorge retrata urna realidade bastante comum. Como esse assunto e tratado
em seu país?
2 Em sua opíniáo, o que o compositor quer dizer com “ser um problema social”? Justifique.
3 O cantor Seu Jorge teve urna infancia multo pobre e passou por multas dificuldades antes de ser
famoso. Ouais personalidades de seu país passaram pela mesma mudanca?
cinquenta e nove
Brasil Intercultural: iíngua e cultura brasileira para estrangeiros
Na música de Seu Jorge, podemos notar que, quando ele fala de sua infancia, ele expressa
sua vontade de mudar algo que já aconteceu ou que nao pode ser modificado.
Vejaosexemplos:
f \
"Se eu pudesse, dava um toque ero meu destino
"Nao seria peregrino nesse ¡menso mundo cao"
“Mataría minhafome sem ter que matar ninguém”
"Se eu pudesse, eu nao sería um problema social”
\ __________________ ____________________ J
Neste tipo de projecóes a acóes passadas ou que nao podem ser modificadas, usamos, muitas
vezes, a combinacáo dos tempos Imperfeito do Subjuntivo (pudesse) e Futuro do Pretérito do
Indicativo (seria). Vejamos a construcáo desses tempos verbais:
Exemplo:
r
Pretérito Perfeito Imperfeito do Subjuntivo
se...
Eu tive tivesse
Vocé teve tivesse
E le /E la teve tivesse
A gente teve tivesse
Nós tivemos tivéssemos
Vocés tiveram tivessem
Eles / Elas tiveram tivessem
tiveste tivesses y
* V TU
Exempto:
Uso do Futuro do Pretérito
O idioma espanhol aceita duas formas de conjugacao verbal para o Pretérito do Subjuntivo, quando o
portugués aceita apenas urna. Veja o exemplo a seguir:
Além disso, em espanhol, é muito comum o uso do Pretérito do Subjuntivo com terminacao "RA" para fazer
pedidos, convites e solicitacoes. Em portugués, na mesma situacáo, usa-se o Futuro do Pretérito do
Indicativo. Acompanhe o exemplo:
"Costana que viesse jantarem minha casa.’’ "Quisiera que vengas a cenar a mi casa.
É frequente, também, nesse tipo de frases, o uso do verbo QUERER em espanhol, já em portugués o verbo
GOSTAR émaisusado nesses contextos.
r
sessenta e um ¡>5* i
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
Fonte: MANSO, Bruno Paes. Grandes cidades tém 23.973 crianzas de rúa; 63% vao pararla por brigas em casa. Disponível em:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,grandes-cidades-tem-23gy3-criancas-de-rua-63-vao-parar-la-por-brigas-em-casa,683816,o.htm
Acessado emjulho de 2012.
2 É possível comparar a situacáo das criancas de rúa no Brasil com as de seu país? Justifique.
3 Em sua opiniáo, além dos motivos citados no texto, que outros fatores podem levar as criancas as rúas?
4 Em seu país, existem iniciativas por parte do governo para modificar a situacáo das criancas de rúa? Exemplifique.
sessenta e dois
U n id ad e 4
C iclo Intermediário
7 Escreva urna carta para a redacáo do Jornal Estadáo, comentando o artigo publicado e
expressandosuaopiniáosobreoassunto. Naodeixede usarem sua producao os sinónimos
das palavras que aparecem destacadas notexto.
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
Observe a ¡magem a seguir, que é um dos 56 muráis que o Profeta Gentileza criou a partir
dos anos 1980 ñas pilastras do viaduto do Cajú, no Rio de Janeiro. A seguir, responda as
perguntas.
1L?EF
2 "Gentileza gera gentileza" é a frase mais conhecida do Profeta Gentileza. Vocé concorda com ela? Por qué?
3 Vocé acredita que, em sua sociedade, em determinados momentos e/ou situacóes a gentileza tem mais valor?
Ouais seriam estes momentos?
4 Em sua opiniao, de que maneira iniciativas como essa podem influenciar na transformando cultural de um povo?
9 Pesquise sobre a vida e os demais muráis feitos pelo Profeta Gentileza, bem como sobre a
repercussáo de suas mensagens na sociedade brasileira, e apresente para seus/suas
colegas e professor (a).
sessenta e quatro
U n id ad e 4
C iclo Intermediário
Estranhas gentilezas
Ivan Angelo
i Estáo acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas ñas graneles cidades nao tém o hábito da gentileza.
Nao é por ruindade, ¿falta de tempo. Casta m a paciencia nos ónibus, no tránsito, ñasfilas, nos mercados, ñas salas de
espera, nos embatesfamiliares, e depoiseconomizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante delicadeza. Já
í captava aquíe a lisinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase nada. A impressáo de que há algo
estranho tomou corpo mesmofoi na semana passada. Um vizinho, quejáfora meu amigo, telefonou-me desfazendo
o engano que nos afastava; intriga de pessoa que nem conheco e que afinal resolverá esclarecer tudo. Difícil
reconstruirá amizade, mas a inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de aigumas amabilidades. O episodio do vizinho fez surgir em
■o meu espirito a hipótese de urna trama, quejá mobilizava até pessoas distantes. E as próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonemafico aguardando o assunto
que estaría embrulhado nos enfeites da conversa, e ele nao sai. Um número inesperado de pessoas me cumprimenta
na rúa, com acenos de cabeca. Mulheres, antes esquivas, sorriem transitáveis ñas rúas dosJardins. Num restaurante
caro da Rúa Amauri, o maítre, com urna piscadela,fura a demoradafila de executivos á espera eme arruma rapidinho
T5 urna mesa para dois. Um homem de pasta que parecía impaciente a minha frente me cede o último lugar no elevador.
O jornaleiro larga sua banca na Avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que ojornal chegou. Os vizinhos de cima
silenciam após as 10 da noite. Caminhóes baixam a luz dos faráis quando cruzam comigo na Via Anhanguera.
Motoristas, mesmo mulheres, cedem-me a preferencia ñas esquinas. Vendedores de bugigangas nosfaráis de tránsito
passam direto pelo meu carro, sem me olhar. Até criancas me cumprimentam cómplices: o¡, tio.
X Oue está acontecendo? Ouem e por que está querendo me convencer de que as pessoas sao um doce? Pensó: nao
sáo gentilezas, sao homenagens aos meus cábelos broncos, por eu ter aguentado tanto, como sefosse um atleta de
maratona, daqueles retardatários que sáo mais aplaudidos na chegada que os vencedores.
A última manobra: botaram um pintassilgo a cantar para mim na árvore emfrente ájanela do meu apartamento
de 2 oandar.
2S Oue significa isso? Oue querem comigo? Oue compió é esse? Oue váo pedir em troca de tanta gentileza?
Aguardo meioapreensivo, meiofeliz.
Interrompo a crónica nesse ponto, saio para ir ao banco, deseo pelas escodas porque alguém segura o elevador lá
em cima, o segu ranea do bancofaz-me esvaziar os bolsos antes de entrar pela porta giratoria, enfrento afila do caixa,
náo aceitam cheques de outra pessoa para pagar contas, saio xingando do banco, atravesso a avenida arriscando a
30 vida entre bólidos, um caminháo respinga-me a água suja de urna poca, entro no apartamento, sento-me ao
computador e ponho-me de novo a sonhar.
Fonte: Angelo, Ivan. Estranhas gentilezas.
Disponivel em: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/vejasp/450_anos/textos/cronicas/gentilezas.html.
Acessado em julho de 2012.
O que há de estranho nofato de ser gentil nos dias de hoje? Cite exemplos.
Oue paralelo podemos trocar entre o texto do mural de número 3 do Profeta Gentileza e a crónica “Estranhas gentilezas"?
Justifique.
Em sua cultura, as pessoas costumam ser gentis e ajudar uns aos outros?
sessenta e cinco
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
As palavras em destaque, no texto lido, sao advérbios. Embora a gramática tradicional prescreva que os advérbios
sao invariáveis e que tém como principal funcao a de modificar um verbo, um adjetivo ou outro advérbio, alguns
lingüistas comprovaram que nem sempre isso acontece. A lingüista María Helena de Moura Neves, por exemplo,
ressalta que há urna discrepancia entreoconceito normativo e o comportamiento lingüístico dos advérbios no uso
da língua porfalantesde portugués brasileiro, como podemos observarem:
Nesses dois exemplos, aparece urna incongruéncia com o prescrito pela norma.
'No apéndice gramatical, vocé encontrará mais informafdes sobre Advérbios.
Fonte: NEVES, M.H. M. Gramática de usos do portugués. Sao Paulo: UNESP, 2000.
[■■■]A impressáo de que há algo estranho tomou corpo mesmo fo i na semana passada. [...]
f..J deseo pelas escodas porque alguém segura o elevador lá em cima [...]
Observe que as duas palavras destacadas sao pronunciadas com som de [ s ], embora sejam escritas de formas
diferentes. Isso ocorre porque em portugués o som de [ s ] é representado, também, pelos seguintes dígrafos:
Ouca o áudio e complete as palavras a seguir com a ortografía adequada dos dígrafos
SS, SC, SC e XC:
elente f) e éntrico
c) na a g) rejuvene o
d) intere____ ante
U nidad e 4
C iclo Intermediário
1/^SaiiuJP
Algumas pesquisas, conduzidas pelas Universidades de Michigan e Cornell, nos EUA, sugerem que individuos que
vém dedicando um longo período ao voluntariado vivem mais do que aqueles que nao partiápam de nenhuma acao
voltada a ajudaroutraspessoas.
A explicacao para tal longevidade seria a melhoria geral da qualidade de vida, fruto da interacdo social que o
comprometimento regular com atividades sociais propicia. "O altruismofa z com que a pessoa se sinta realizada, traz
bem-estar, especialmente quando ela pode ver os resultados dessa acao. Além disso, trata-se de algo que se está
fazendo por iniciativa própria, nao por obrigacao e por isso é prazeroso", explica o psicoterapeuta Ceraldo Possendoro,
da Universidade Federal de Sao Paulo (Unifesp).
Veja o que muitas organizacóes e cidadáos estáo fazendo para transformar nosso mundo
em um lugar melhor.
Leía a seguir algumas informacóes sobre organizacóes e projetos sociais desenvolvidos no
Brasil.
Missao/Visao
Missao: trabalhar sem descanso nos assentamentos precários para superar a extrema pobreza, através da
formando e da acao conjunta de seus moradores e jovens voluntónos, promovendo o desenvolvimento
comunitario, denunciando a situando na qual vivem as comunidades mais excluidas e incidindo, junto a
10 outros, em política.
Visao: Urna sociedade justa e sem pobreza, onde todas as pessoas tenham oportunidades para desenvolver
suas capacidades e exercerplenamente seus direitos.
Mais informafóes em: www.umtetoparameupais.org.br
V
r
i Nosso objetivo
A RECRIAR - Familia e Adocao é urna organizando que busca promover a Garantía dos Direitos de criannas e
adolescentes em situando de abrigo á Convivencia Familiar e Comunitaria, conforme o que prevé o Estatuto da
Crianna e do Adolescente (art. IV).
5 O Apadrinhamento Afetivo busca propiciar Ianos afetivos, pois estes tém o poder de modificar a realidade e o
futuro de criannas e adolescentes.
Comofunciona
»s Cada padrinho ou madrinha terá liberdade de escolher lugares para passear, ocasióes e demais atividades para
realizar com o afilhado, participando efetivamente da vida da crianna ou adolescente. Todos os envolvidos
participarao de Oficinas de Esciarecimento e receberao acompanhamento de urna equipe técnica, para poder
construiré estreitaros lanos afetivos deforma consciente e saudável.
Para saber mais acesse: www.projetorecriar.org.br/slte/apadrinhamento_afetivo.htm
V ___________________________________________________________ )
Há aproximadamente 20 anos um grupo de pessoas iniciou o trabalho da sopa. No comeco, apenas panelas e
fogao emprestados. Logo em seguida, como a noticia se espalhara, recebeu a doacao de um fogao de tres
bocas e duas panelas. A sopa na ocasiao era distribuida a catadores de papel que se encontravam
trabalhando pelas rúas. Em seguida, passou-se a atender moradores que viviam sob os viadutos do
Capa nema e Avenida das Torres. Com o passar do tempo, emfuncao das péssimas condicoes em que viviam
essas pessoas, a Prefeitura rem anejou-as para outro local com melhores condicoes de
moradia.
A Turma da Sopa passou entáo a atender moradores de Santa Ouitéria e Malvinas, sendo estes também, em
sua grande maioria catadores de papel.
Oatendimentohoje
Hoje atende a comunidades próximas á Uniandrade e no Liberaba. Sao servidos semanalmente 360 litros de
sopa para aproximadamente 600 pessoas. Mas o trabalho da Turma da Sopa nao se restringe a distribuicao
da sopa. Todos os sábados sao também distribuidos roupas, calcados, cobertores e cestas básicas (estas para
’S familias cadastradas). Também sao atendidas necessidades específicas, como camas, colchóes, enxovais para
bebés, leites especiáis para recém-nascidos, etc.
Contato:
E-mail-turmadasopa@gmail.com.br / turmadasopa2012@gmail.com / www.turmadasopa.org.br
V______________________________ _________________________________ J
Após a leitura, responda:
3 Discuta com seu/sua colega quais sao os aspectos positivos e negativos de cada um dos projetos apresentados.
sessenta e nove
Brasil Intercultural: língua e cultura brasileira para estrangeiros
Vocé vai assistir a urna reportagem do Jornal Hoje sobre a Missáo Calebe, desenvolvida no
Centro-Oeste e no Nordeste do Brasil. Durante a exibicao, vocé deverá fazer anotacoes
sobre os objetivos e sobre as áreas abrangidas pela Missao. Posteriormente, discuta com
seus/suas colegas e professor (a) os pontos principáis da reportagem e a viabilidade de
promover acóes desse tipo em seu país.
© Agora, em duplas, reflita sobre os principáis setores em seu país que precisam de acóes p p p ;
sociais a serem desenvolvidas e crie vocé também urna ONG ou projeto social para ser
apresentado para a turma. Nao se esqueca de criar a missao e o objetivo e dizer como
funciona a organizacáo.
setenta