Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Livro IBC160 - A Voz Da Mulher
Livro IBC160 - A Voz Da Mulher
na poesia do
Instituto
Benjamin
Constant
VENDA PROIBIDA
Organizadoras:
Elcy Maria Andrade Mendes
Maria da Gloria de Souza Almeida
Valeria Rocha Conde Aljan
Revisão
Bruna Maria Vasconcellos Trindade
Hylea de Camargo V. F. Lima
Projeto gráfico e editoração eletrônica
Ana Luísa Mello de Araújo
Wanderlei Pinto da Motta
Capa
Ampersand Design
Fotos
Naiara Miranda Rust
10
11
12
13
14
Benedicta de Mello
A poesia 19
A cidade de Vicência 20
Meu quarto de banho 21
Mãe 22
Um presépio 23
Bendito encontro 24
Evangelho negativo 25
Alma ferida 26
Sempre a saudade 27
Confissão 28
O coração e os olhos 29
O algodoeiro 30
As duas gotas 31
Cartas 32
Aparência 33
A gravata 34
Abandono 35
Deixa-me só 36
Escondida 37
Vergonha 38
Mayá Devi de Oliveira
Desejos 41
Embaraço e controle 42
Perguntas e respostas sobre uma união frustrada 43
História de uma palavra 44
Súplica 45
Natureza piedosa 46
Defesa religiosa 47
Pedidos 48
Não ser banal 49
15
16
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
41
Chegaste na sutileza
Daquela tarde azulada,
E eu fiquei fria, parada,
A duvidar da certeza.
E já refeita e segura,
Tirei da voz a ternura,
Para esconder-te a verdade.
42
43
44
45
Vi.
46
E ninguém me lamenta...
E ninguém me consola...
Vou rezar terços por todos.
48
49
50
51
52
53
54
O azul do céu,
O vinho do bar,
O verde das folhas,
A inspiração dos artistas.
Ninguém perguntou,
Ninguém respondeu,
Ninguém lamentou,
Ninguém compreendeu.
O azul do céu,
O vinho do bar,
55
56
57
58
59
60
61
Amo-te;
amo-te quando o dia amanhece;
quando o clarão travesso da alvorada
brinca de avermelhar num riso ardente
a escuridão do céu, do mar, da terra.
Amo-te;
amo-te quando o sol vem surgindo;
quando a relva desperta umedecida
num verde suspirar que fala de esperança.
Amo-te;
amo-te quando a vida começa;
quando a cidade fica fervilhando
num burburinho quente de trabalho.
Amo-te;
amo-te sem querer amar-te, o dia inteiro;
e, até quando anoitece, amo-te ainda;
na carícia rosada do crepúsculo;
no cintilar mimoso das estrelas;
e na ternura azul que vem da lua.
Amo-te;
amo-te tanto e tanto,
que, mesmo ao ser vencida pelo sono,
já não te posso ter de mim ausente
e vou viver contigo, adormecida.
62
65
66
Chamava-se João
Ou seria José
A mãe era Maria
O pai ninguém sabia
Analfabeto ou quase
Garatujava o nome
Médico nunca viu
Catador de papel
Servente de obra
Sem qualificação
Sem carteira assinada
67
68
69
70
Sou dúvida
Sou pânico
Sou quase incoerência
A vida cintila
Oscila e vacila
O agora é só uma bolha
Frágil e breve
O próximo passo um risco
O depois uma tela escura
Nem certezas, nem saberes
Só ausência
Só distância
A cada passo
Em cada esquina
Nojo e medo nos enredos
71
A noite se enfeita,
Se enfeitam as gentes...
Estrelas e deuses
Escutam apelos...
Quem são esses crentes?
72
73
74
75
76
77
78
Há um momento no amor
Em que o mundo não há.
Em que o universo
É síntese de dois corpos
Que comungam no altar da mesma ânsia.
Há um momento no amor
Em que o espaço
Cabe todo num abraço,
Em que o tempo é minuto e eternidade...
E Deus, Deus esquece as Tábuas da Lei
Para que o pecado deixe de ser pecado.
79
80
81
82
83
84
85
86
89
90
91
92
93
94