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Conservação da matéria
“A matéria não é criada nem destruída” deve haver um
balanço de massa entre a soma das massas entrando e
saindo de um processo. Em outras palavras “A” kg de
combustível combinados com “B” kg de ar, resultam sempre
em “(A + B)” kg dos produtos da combustão.
Conservação da energia
“A energia não é destruída nem criada” A soma das energias
(potência, cinética, térmica, química e elétrica) entrando no
processo deve ser igual á soma das energias deixando o
mesmo. Em combustão, a energia química é transformada na
forma de calor.
A lei do gás ideal
“O volume de um gás ideal é diretamente proporcional à sua
temperatura e inversamente proporcional à sua pressão
absoluta”. A constante de proporção é a mesma para um mol
de um gás ideal, logo essa lei pode ser expressa:
RT
Vm = ---------
P
Onde:
- Vm = volume de gás
- P = pressão absoluta, ata
- T = temperatura absoluta,
- R = constante universal dos gases
CO + ½ O2 CO2
Em peso 28 + 16 44
Em volume 22,4 L + 11,2 L 22,4 L
C + O2 CO2
Em peso 12 + 32 44
Em volume 22,4 L 22,4 L
H2 + ½ O2 H2O (líquido)
H2O (vapor)
Em peso 2 + 16 18
Em volume 22,4 l + 11,2 l 0 l (líquido)
22,4 l (vapor)
Essas são as equações para cálculos dos produtos da combustão obtidos em
peso e em volume, assim como das quantidades de oxigênio necessário.
Na realidade, para a combustão não usamos oxigênio puro, mas o ar. O ar é uma
mistura de oxigênio e nitrogênio nas seguintes proporções:
1 Kg de ar contém 232g de oxigênio e 768g de nitrogênio.
1 Nm3 de ar contém 210 l de oxigênio e 790 l de nitrogênio.
Kg M3 kg M3 kg M3
C CO 2201 2,333 1,867 1,333 0,933 4,4 3,51
C CO2 7837 3,667 1,867 2,667 1,867 8,8 7,02
CO CO2 2430 1,57 0,8 0,572 0,4 1,9 1,51
H H2O liq. 33900 9 - 8 5,6 26,4 21,1
8
H H2O vap. 28700 9 11,2 8 5,6 26,4 21,1
8
Convém lembrar, que com estas fórmulas não é possível calcular a energia
disponível num combustível qualquer de fórmula complexa. O exemplo abaixo
ilustrará isto:
PCI = PCS x H x 9
PCI = PCS – 6 x 9 x H ou
PCI = PCS – 54 x H
PCS = 13300kcal
A partir deste dado experimental, calculamos o PCI, admitindo-se um teor médio de hidrogênio da
fibra de 6,5%.
Além da fibra, no bagaço industrial, temos açúcar e impurezas orgânicas que serão também
queimadas.
AS CARACTERÍSTICAS DO AÇÚCAR SÃO:
PCS = 3955kcal
Podemos escrever:
Ou
S
Matérias orgânicas em solução = -------- = x 100 - cinzas
70
Tomando como valor das cinzas 27,5% das impurezas orgânicas, temos:
100 - 70
Cinzas % matérias em solução = (------------------) x 27,5 = 8,25%
100
donde
matérias orgânicas em solução:
100 8,25
S ------ (1 - -----) = S x 1,31
70 100
100
F = 100 – W – S ------ = 100 – W – 1,43s
70
donde:
1
PCS = [4600 x (100 – W – 1,43s) + 400 x S x 1,31] ------
100
1
PCI = [4250 x F + 3650 x S x 1,31 – 600W] ------
100
1
PCI = [4250 x (100 – W – 1,43) + 3650 x S x 1,31 – 600W] -------
100
BAGAÇO SECO
C H 0 outros
46,4 6,4 44,2 3,0
a) Oxigênio necessário – A partir da tabela 7.1, tiramos o oxigênio
necessário para a combustão.
O = 0,442kg ou 0,309Nm3
1,308kg ou 0,915Nm3
a) Ar necessário – sabendo-se a composição do ar, tiramos diretamente o ar
necessário.
1,308 0,914
------- = 5,64kg ou ------- = 4,35Nm3
0,232 0,21
100 – W 100 - W
1,308 (------------) kg ou 0,914 (--------------) Nm3
100 100
b) Ar necessário
100 – W 100 – W
5,64 (------------) kg ou 4,35 (---------------) Nm3
100 100
a) Produtos de combustão
100 – W 100 – W
CO2 = 1,70 (--------------) kg ou 0,860 (-------------) Nm3
100 100
100 – W 100 – W
H2O = 0,576 (--------------) kg ou 0,716 (----------------) Nm3
Formação 100 100
W W
H2O = ------- kg ou -------- 1,244 Nm3
Umidade 100 100
Ou seja:
W W
H2O total = 0,576 + 0,424 -------- ou 0,716 + 0,528 --------- Nm3
100 100
100 – W 100 - W
Nitrogênio = 4,33 (--------------) kg ou 3,43 (-----------------) Nm3
100 100
EXCESSO DE AR NECESSÁRIO
A quantidade do ar obtido no capítulo anterior, é a quantidade estritamente
(estequiométrica) necessária para a oxidação completa do bagaço. Desta
maneira seria preciso garantir-se o contato entre todas as moléculas de oxigênio
no ar com os átomos de carbono e hidrogênio do bagaço, para que ocorresse
a combustão completa. Isto não é possível na prática, uma vez que a mistura ar
– combustível não é perfeita. Devemos então, admitir uma quantidade de ar
excedente, reduzindo assim as probabilidades de uma oxidação incompleta. Sem
excesso de ar, teremos formação de monóxido de carbono, CO, com liberação de
2200kcal pôr kg de carbono, em vez dos 7837kcal se oxidado a CO2. Além disso
durante o início da combustão do bagaço há formação de hidrocarbonetos que se
não queimados promoveriam uma perda de aproximadamente 1200kcal pôr kg de
CH4.
Pôr outro lado excesso de ar, que entra no sistema á temperatura ambiente, será
lançado pela chaminé á uma temperatura relativamente elevada, traduzindo-se em
perdas de energia, além de reduzir as trocas térmicas nos tubos pela redução da
temperatura dos gases na fornalha.
a) Ar necessário
100 – W 100 – W
Ar = m x 5,64 (----------------) kg ou m x 4,35 (-----------------) Nm3
100 100
O peso dos gases é igual ao peso de ar admitido, mais o peso
do combustível, menos as cinzas, ou aproximadamente:
100 - W
Pg = m x 5,64 (------------) + 1
100
Cuja composição é a seguinte:
Em peso Em volume
100 – W 100 – W
CO 2 1,70 (------------) 0,860 (-----------------)
100 100
W W
H 2O 0,56 + 0,424 ------ 0.716 + 0,528 -------
100 100
100 – W 100 – W
N2 m x 4,33 (----------------) m 3,43 (-------------------)
100 100
100 - W 100 – W
O2 (m – 1) x 1,308 (-------------) (m – 1) x 0,915 (---------------)
100 100
Sendo o volume total dos gases a 0°C e 760mmHg:
W 100 - W
Vg = 0,66 + 0,58 ------- + m 4,35 (-----------------) Nm3
100 100
100 – W
Pgs = (0,42 + m 5,64) x (-----------------)
100
e da mesma maneira o volume dos gases secos
100 - W
Vgs = ( m 4,35 – 0,054 ) x (----------------)
100
Podemos agora fazer duas perguntas:
Se houver uma falta de ar veremos uma fumaça preta na chaminé pôr outro lado
se houver excesso demais não observaremos nada. O controle do excesso de ar é
feito pôr medidores de CO2 como o Fyrite ou Orsat dos quais falaremos adiante.
Estes aparelhos trabalhando na temperatura ambiente, promovem a condensação
do vapor de água nos gases, registrando portanto um teor de CO2 % volume de
gases secos.
Assim podemos relacionar o excesso de ar com teor de CO2 nos gases
100 – W
0,860 (-------------)
VCO2 100
-------- x 100 = Co2 % = ------------------------------------------------------- x 100
Vgs 100 – W
(m 4,35 – 0,054) (---------------)
100
De onde tiramos o excesso de ar
19,77
m = --------- + 0,0124
CO2%
O teor de oxigênio pode ser obtido pelas relações de volume:
O2 % = 1,06 x CO2 % x ( m – 1)
E o nitrogênio pela diferença
N2 % = 100 – CO2 % - O2 %
EFICIÊNCIA
Introdução:
A eficiência de combustão tem pôr objetivo determinar o
consumo de bagaço de uma caldeira, não devendo ser
confundido com o conceito da performance da caldeira que
envolve não apenas a eficiência de combustão mas também a
produção de vapor, pressão de operação, etc.
Assim poderemos Ter pôr exemplo duas caldeiras com a
mesma eficiência de combustão porém com performance
diferente. De uma maneira geral podemos considerar.
- Eficiência de combustão; como sendo a relação entre a energia
disponível no vapor e a energia disponível no combustível.
- Performance; como sendo a relação entre a energia disponível no
vapor e o total da energia fornecida (térmica, elétrica etc.. ).
Para uma análise mais profunda no sentido de se fazer comparação entre
caldeiras, devemos considerar também as mão–de-obra necessária para
operação, o tempo e as condições operacionais durante a limpeza.
CÁLCULO DA EFICIÊNCIA DA CALDEIRA
Designaremos pôr:
Q = vazão de vapor
Hv = entalpia do vapor
Hw = entalpia da água de alimentação
Vazão de vapor : Q
Vazão de combustível : Bg
Q (hv – hw)
N<i> = -------------------
Bg PCI
A medição de vazão de vapor é relativamente fácil, entretanto
não se pode dizer o mesmo com relação ao combustível
principalmente combustíveis sólidos.
Já existem caldeiras que medem a vazão de bagaço através
de balanças contínuas instaladas em esteiras de borracha.
No caso de se Ter apenas uma caldeira, o consumo de
bagaço pode ser obtido pelo balanço de massa da moagem e
a pesagem do bagaço excedente. Todos estes métodos de
medição de vazão de bagaço nem sempre são possíveis ou
de resultados confiáveis.
Assim lançamos mão de um artifício para obtenção da eficiência de combustão,
chamado método indireto ou método das perdas como veremos a seguir.
MÉTODOS DAS PERDAS
- Energia entrando
Bagaço de cana
Água de alimentação
Ar ambiente
- Energia saindo
Vapor
Gases pela chaminé
Águas de purgas
Cinzas
Poderemos pelo balanço térmico obter a eficiência de combustão e consumo
de bagaço.
b) Energia perdida
W
(0,576 + 0,424 ---------) x (h7 – 600) Kcal
100
onde 600 é a entalpia do vapor a 0°C
<qi> - Incombustos
(qp) – Purgas
S1
---------- x Q , onde:
S2-S1
Q = produção de vapor
S1
Qp = (---------------) x (Q/vazão de bagaço esperada) x (hp – Tal) kcal
S2 – S1
Não sendo possível obter as análises da água, podemos admitir uma purga de 2 a
5% obtendo-se:
Gases = Bg x kg/h
Ar = Bg x Ar kg/h
Generalidades
Muitas vezes, temos uma caldeira na qual desejamos saber sua produção de
vapor entretanto não dispomos de registrador de vazão, ou o mesmo não é
confiável.
Para determinarmos a vazão de vapor lançamos mão dos seguintes artifícios: