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2.1 Introdução
Observa-se que o ato de administrar está inserido em praticamente todas as
atividades humanas, desde o dia-a-dia pessoal até no desenvolvimento das grandes
organizações. Assim, em uma sociedade que busca o desenvolvimento, é necessário
formar pessoas altamente capacitadas para administrar. O ensino de administração deve
permitir a formação de um profissional extremamente capaz e dinâmico, com
conhecimento técnico e capacidade de relacionamento interpessoal. Morais (2002, p.60)
conclui que é preciso:
(...) entender que o acadêmico de Administração é um
usuário específico, com necessidades diferenciadas e especiais
que aprende, representa e utiliza o conhecimento de forma
diferente e que necessita ser efetivamente atendido em suas
postulações, ou seja, é preciso dar importância às diferenças e
particularidades de cada indivíduo.
A demanda para o curso de Administração é cada vez maior, uma vez que
fatores como competitividade e qualidade passam a ser requisitos para o sucesso das
organizações. A expansão do curso de Administração no Brasil foi expressiva a partir da
segunda metade da década de 1990. É possível observar que aproximadamente 17% dos
alunos matriculados no ensino superior atualmente estão fazendo um curso de
graduação em Administração (Dados do INEP). Tal expansão se deu tanto pela
necessidade de pessoas melhores capacitadas como pelo baixo investimento exigido no
desenvolvimento de uma faculdade de Administração.
9
Mestre em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
19
Ao analisarem o sistema de educação superior no Brasil, muitos estudiosos
concluem que o modelo tradicional é fragmentado, repetitivo, rotineiro e prescritivo.
Segundo Moraes (1997, p.84):
(...) a escola atual continua influenciada pelo universo
estável e mecanicista de Newton, pelas regras metodológicas de
Descartes, pelo determinismo mensurável, pela visão fechada de
um universo linearmente concebido. De acordo com esse
paradigma, contamos com um controle rígido, um sistema
paternalista, hierárquico, autoritário, dogmático, não percebendo
as mudanças ao redor e, na maioria das vezes, resistindo a elas.
20
pós-graduação e estratégias de educação continuada, através de um Modelo Integrado
de Formação Continuada Docente. Em linhas gerais, esse modelo envolve os seguintes
aspectos: Ser Professor no Ensino Superior, Didática e conhecimento pedagógico,
Tecnologia educacional, Habilidades Comunicativas, Saúde ocupacional do professor,
A formação do professor pesquisador.
Este capitulo de introdução traz um breve histórico do curso no Brasil e sua
evolução curricular,o perfil do profissional de Administração e por fim, o perfil dos
professores de Administração.
21
a administração pública, por meio de concursos de característica pública e universal
(CFA, 2008).
Após sua criação, o DASP foi autorizado pelo governo federal a constituir a
Fundação Getúlio Vargas (FGV), direcionada ao estudo de organizações e à
racionalização do trabalho, sendo responsável pela preparação de quadros profissionais
em nível superior.
Segundo Egoshi [20--], há grande polêmica quanto à determinação da primeira
escola de Administração no Brasil, sendo importante destacar que, segundo as fontes
pesquisadas, a Escola de Administração do Brasil e da América Latina (ESAN),
fundada no ano de 1941, por Roberto Sabóia de Medeiros, foi a primeira escola de
Administração do Brasil. É interessante considerar que o curso foi baseado no programa
da Graduate School of Business Administration, da Universidade de Harvard,
apresentando, inicialmente, uma duração de 2 anos, com mais 1 ano de especialização, e
aberto a alunos possuidores ou não do certificado de conclusão do curso secundário.
O ensino de Administração no Brasil, desde seu início, estabeleceu fortes
vínculos com o sistema de ensino norte-americano, incluindo bibliografia e modelos
curriculares, bem como a participação de docentes norte-americanos nos primeiros
cursos aqui instituídos (MARTINS, 1989).
No ano de 1948, iniciou-se a abertura de canais de comunicação entre
representantes da FGV e escolas de administração pública norte-americanas, visando à
criação de um curso de formação superior na área de administração pública. A abertura
desse canal de comunicação resultou na criação da Escola Brasileira de Administração
Pública (Ebape) no ano de 1952 (CFA, 2008).
Em 1952, enquanto o Brasil implantava o seu primeiro curso de graduação em
Administração na cidade do Rio de Janeiro, os Estados Unidos já formavam, em
Administração, aproximadamente cerca de 50 mil bacharéis, 4 mil mestres e 100
doutores por ano. É notável observar que a criação da FGV ocorreu em um momento de
transição do ensino superior brasileiro, deslocando-se de uma tendência
predominantemente europeia para uma tendência, eminentemente, norte-americana
(CFA, 2008).
Posteriormente, a FGV, no ano de 1954, promoveu a criação da Escola de
Administração de Empresas de São Paulo (EAESP). A escassez de recursos propiciou a
criação de um convênio com a United States Agency for International Development
(Usaid), que gerou um profícuo intercâmbio de profissionais: enquanto professores da
22
Universidade Estadual de Michigan viriam para o Brasil ajudar na construção do curso
de Administração, docentes brasileiros iriam realizar estudos de pós-graduação nos
Estados Unidos, para a geração de um quadro de docentes genuinamente brasileiros
(CFA, 2008).
O ensino de Administração se inicia, portanto, na região sudeste do país,
caracterizando tal região como pólo referencial para a construção dos demais cursos da
área no Brasil (COVRE, 1981). Em 1946, foi criada a Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA/USP, ministrando
cursos de Ciências Econômicas e Ciências Contábeis, mas, somente em 1963, a
FEA/USP passou a oferecer os cursos de Administração de Empresas e Administração
Pública.
Por meio das mudanças econômicas, ocorreu uma tendência de
profissionalização da profissão do administrador. A Lei nº 4.769, de 9 de setembro de
1965, estabeleceu, em seu artigo 3º, que o exercício da profissão de técnico em
Administração seria privativo aos bacharéis em Administração Pública ou de Empresas
(BRASIL, 1965).
A Lei nº 4.769/65 estabeleceu, em seu art. 2º, as atividades profissionais dos
técnicos em Administração:
23
Fato curioso é que, somente com a Lei nº 7.321/85, verificou-se a modificação
da denominação do profissional da área da Administração, antes denominado de
“Técnico em Administração”, de acordo com a Lei nº 4.769/65, para “Administrador”.
No ano de 1968, a Lei nº 5.540/68 estabeleceu novas diretrizes para o ensino
superior brasileiro, não exigindo mais a vinculação do curso a uma Instituição
Universitária, possibilitando o surgimento de faculdades isoladas (BRASIL, 1968). Tal
fato, por sua vez, propiciou a proliferação dos cursos de Administração desde então,
considerando a demanda reprimida por profissionais da área.
Segundo a Comissão de Especialistas de Ensino de Administração10 (1997, p. 25
apud NICOLINI, 2003, p. 47), um fator importante para a acelerada expansão do curso
de Administração no Brasil é o baixo dispêndio financeiro necessário, pois não são
necessários vultosos investimentos em laboratórios, nem outros refinamentos
tecnológicos.
A tabela 1 apresenta a evolução do número de cursos, de alunos matriculados e
concluintes do curso de Administração no Brasil.
10
COMISSÃO DE ESPECIALISTAS DE ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO DA SESu /MEC.
Biblioteca básica para os cursos de Administração. Florianópolis: UDESC, 1997
24
2.3 Evolução curricular do curso no Brasil
Inicialmente é importante destacar que o ensino superior na área de Administração
apresenta peculiaridades, sendo classificado como um curso de Ciências Sociais Aplicadas,
pois reúne em suas exigências curriculares aspectos técnicos e sociais (ALVARÃES;
LEITE, 2008).
Posteriormente à regulamentação da profissão de “Técnico de Administração” pela
Lei nº 4.769/65, fez-se necessário o estabelecimento de um currículo mínimo para a
formação do administrador.
Em 1966, o Conselho Federal de Educação, por meio do Parecer nº307,
estabeleceu as diretrizes básicas curriculares do ensino de administração no Brasil.
As diretrizes do Parecer se inspiram na análise das condições
reais da administração no país, e nos postulados que emanam da
lei e da doutrina fixada na experiência nacional e internacional.
Tivemos o cuidado de confrontar os currículos de todos os
nossos cursos de administração, e de ouvir os especialistas mais
autorizados. Não seria possível, nem conveniente, limitar-nos a
somar as sugestões, muitas vezes contraditórias, e não raro - em
que pese a autoridade do opinante no campo da administração -
carentes da perspectiva educacional (BRASIL, 1966).
25
Outro ponto de destaque no referido Parecer é a já existente preocupação em
relação à interdisciplinaridade do curso e a necessidade de integração entre as
disciplinas:
Seria ideal, ainda que de remota viabilidade, a existência de
matérias–síntese ou de professores polivalentes nos cursos de
graduação. O seu papel seria o de integrar as matérias afins que
partilham o mesmo campo do saber, de tal modo que cada uma
delas se enquadrasse no curso, na proporção e no espírito que a
unidade estrutural deste viesse a recomendar (BRASIL, 1966).
No ano de 1993, o Conselho Federal de Educação, por meio da Resolução nº2,
modificou o tempo útil de horas-aula de 2700, para 3000 horas-aula e reestruturou o
currículo mínimo do curso de Administração, que passou a apresentar três grupos de
disciplinas: Disciplinas de Formação Básica e Instrumental (720 horas), Disciplinas de
Formação Profissional (1.020 horas) e Disciplinas Eletivas e Complementares (960
horas), contendo os seguintes grupos de matérias (BRASIL, 1993):
• Formação Básica e Instrumental: Economia, Direito, Matemática,
Estatística, Contabilidade, Filosofia, Psicologia, Sociologia e Informática
(24% do curso);
• Formação Profissional: Teoria da Administração, Administração
Mercadológica, Administração da Produção, Administração de Recursos
Humanos, Administração Financeira e Orçamentária, Administração de
Materiais e Patrimoniais, Administração de Sistemas de Informação e
Organização, Sistemas e Métodos (34% do curso);
• Disciplinas Eletivas e Complementares (32% do curso);
• Estágio Supervisionado (10%).
No ano de 2004, o Conselho Nacional de Educação, por meio da Resolução nº1,
tornou obrigatória a existência do projeto pedagógico pelas faculdades de
Administração, devendo conter, obrigatoriamente, o perfil do profissional formado, as
competências e habilidades, os componentes curriculares, a atividade de estágio
supervisionado, o sistema de avaliação e a monografia (BRASIL, 2004).
A referida Resolução trouxe, genericamente, como perfil do formando em
Administração:
[...] o curso de Graduação em Administração deve ensejar, como perfil desejado do
formando, capacitação e aptidão para compreender as questões científicas, técnicas,
sociais e econômicas da produção e de seu gerenciamento, observados níveis
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graduais do processo de tomada de decisão, bem como para desenvolver
gerenciamento qualitativo e adequado, revelando a assimilação de novas
informações e apresentando flexibilidade intelectual e adaptabilidade
contextualizada no trato de situações diversas, presentes ou emergentes, nos vários
segmentos do campo de atuação do administrador (BRASIL, 2004).
27
• conteúdos de estudos quantitativos e suas tecnologias: contemplam
matemática, pesquisa operacional, teoria dos jogos, estatística e aplicação de
tecnologias na resolução de problemas administrativos;
• conteúdos de formação complementar: conteúdos de caráter interdisciplinar
e transversal, congregando várias disciplinas ou exigindo o conhecimento de
várias disciplinas para o desenvolvimento de determinado conteúdo.
O quadro 2 mostra a evolução da regulamentação do currículo mínimo do curso
de Administração, assim como a estruturação dos grupos de matérias ministradas ao
longo das regulamentações.
Quadro 2.2- Evolução curricular do curso de graduação em Administração
PARECER nº 307 de 1966 RES. nº2 de 1993 RES. nº1 de 2004
Grupos de Matérias Grupos de Matérias Grupos de Matérias
BÁSICAS E
CULTURA GERAL FORMAÇÃO BÁSICA
INSTRUMENTAIS
Economia Brasileira Economia Antropologia
Psicologia (aplicada) Direito Sociologia
Sociologia (aplicada) Matemática Filosofia
Inst. Dir. Públ. e Priv. Estatística Psicologia
Legislação Social Contabilidade Política
Legislação Tributária Filosofia Ética-Profissional
Teoria Econômica Psicologia Comportamento
Sociologia Economia
INSTRUMENTAIS Informática Contabilidade
Matemática Tecnologia da Comunicação
Estatística PROFISSIONAIS Direito
Contabilidade Teorias da Administração
Adm. Mercadológica FORMAÇÃO PROFISSIONAL
PROFISSIONAIS Adm. da Produção Teoria da Administração
Teoria Econômica Adm. de Recursos Humanos Adm. Fin. e Orçamento
Teoria Geral da Administração Adm. Fin. e Orçamento Adm. de Recursos Humanos
Adm. Financeira e de Orçamento Adm. de Materiais e Patrim. Adm. de Materiais
Adm. de Pessoal Adm. de Sist. de Informação Mercado e Marketing
Adm. de Material Org. Sistemas e Métodos Adm. da Produção e Logística
Teoria da Organização
Adm. de Sistemas de Informação
Planejamento Estratégico
Administração de Serviços
ESTUDOS QUANT. E TECN.
Matemática, (Pesq.Oper.), Teoria dos Jogos
Estatística
FORMAÇÃO COMPLEMENTAR
Disciplinas de caráter transversal e interdisciplinar
Fonte: elaborado pelo autor
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2.4 Perfil do profissional de Administração
De acordo com a pesquisa nacional feita pelo Conselho Federal de
Administração , na qual foi analisado o perfil, a formação, a atuação e oportunidades de
trabalho do administrador, pôde-se identificar os perfis dos administradores que vão
para o mercado e dos professores atuantes nas universidades (ANDRADE et. al., 2006).
Dos profissionais atuantes no mercado obteve-se que a maioria é do sexo
masculino, casado e sem dependentes, está na faixa etária de até 30 anos, é egresso de
universidades particulares e concluiu o curso de Administração entre 2000 e 2005.
No entanto, percebe-se um grande acréscimo de mulheres na carreira de
Administração. Em 1994 o percentual apurado de mulheres no mercado era de 21% em
relação aos homens, enquanto que em 2006 essa quantidade subiu para 32,6%, ou seja,
um aumento de 57%.
A pesquisa mostra que cerca de 80% dos egressos das faculdades possuem
carteira de trabalho registrada, é empresário ou trabalha como autônomo. Em relação à
sua área de atuação, 35,28% dos profissionais optaram pela Administração Geral (inclui
Planejamento Estratégico), 14,28% pela área financeira e 9,03% pelo setor de vendas,
seguidos por Recursos Humanos e pela área operacional.
Outro fato analisado consistiu na renda média destes profissionais. Apurou-se
um salário médio de 11,51 salários mínimos, o que representa em valores atuais uma
quantia equivalente a R$ 6.272,95, considerando o salário de R$ 545,00 mensais.
Em relação ao desemprego, houve pequeno acréscimo de 1,37% nos que se
declararam desempregados (4,89% em 2003 e 6,27% em 2006).
A maioria dos empregadores (63%) declarou que um dos requisitos principais
em um profissional da Administração é o domínio da língua inglesa. Outro dado
confirmado pelos empregadores foi quanto à alocação destes profissionais: 51,38% dos
empregadores afirmam que a Administração Geral é a área que mais empregados são
absorvidos em suas empresas.
Ao serem perguntados qual o requisito que o mercado de trabalho exige e que
obteve durante o curso de Administração, os administradores responderam que em
relação a um conhecimento específico, o mais exigido é a administração de pessoas e
equipes; quanto à competência, foi a identificação de problemas, a formulação e
implantação de soluções a mais citada; a visão do todo foi indicada como habilidade
mais utilizada e o comportamento ético como atitude mais importante (ANDRADE et.
al., 2006).
29
Em relação à análise das competências profissionais, vale destacar a elevada
demanda por competências descritas por Aubrum e Orofiamma (1993 apud
SANT’ANNA et. al 2005) como competências de terceira dimensão, as quais se
caracterizam não por serem habilidades manuais, nem conhecimentos técnicos, mas,
qualidades pessoais e relacionais.
Segundo outra pesquisa desenvolvida na área (ECHEVESTE et. al. 1998),
descobriu-se que entre os requisitos requeridos para atuação no mercado destacam-se os
seguintes apresentados nos quadros 3, 4 e 5:
Para outros autores como Pucik, Thichy e Barnett (1992), Prahalad e Hamel,
Bartlett e Ghoshal (1990, 1987 apud SANT’ANNAet. al. 2005), na medida em que
fontes tradicionais de vantagem competitiva, tais como tecnologia e mão-de-obra barata,
não mais se revelam suficientes para proverem uma posição competitiva sustentável, os
indivíduos e suas competências passam a ser enfatizados como elementos centrais de
diferenciação estratégica.
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Esta análise do mercado entra em convergência com a visão de outros autores
sobre o mesmo assunto. Conforme salientam Marquardt e Engel (1993 apud
SANT’ANNAet al., 2005), em nenhuma outra época na história das organizações, as
pessoas com suas competências e talentos foram tão valorizadas como atualmente.
Assim, as habilidades e atitudes adequadas ao mercado globalizado devem ser
identificadas e desenvolvidas para o alcance de uma administração eficaz e
contemporânea à nova ordem econômica (HESSELBEIN et al., 1996 apud
ECHEVESTE et. al, 1998).
Em relação à Formação Profissional, um fator importante que foi incluído na
pesquisa do CFA (ANDRADE et al., 2006) é a identificação de novos assuntos que
surgem no mercado de trabalho e que são ou não implantados na grade curricular do
curso. Os assuntos apresentados na para que integrassem os cursos.
.2 consistem naqueles que mais foram citados pelos estudantes entrevistados
para que integrassem os cursos.
Isto mostra que, mesmo a lista tendo alguns assuntos familiares ao mercado,
como, por exemplo, empreendedorismo, ainda não são absorvidos pelas faculdades em
geral, gerando um profissional deficiente em certos aspectos. O administrador está
diante de um ambiente de trabalho que prima pela competitividade, pela velocidade das
informações e pela busca de novos modelos de gestão, mais flexíveis e capazes de
reagir rapidamente às mudanças. Surge a necessidade então de adaptações da formação
oferecida a esse novo profissional.
31
Entendendo quais são as atitudes / valores, habilidades / competências,
conhecimentos e novos assuntos imprescindíveis aos futuros administradores, observa-
se a necessidade e importância de estudar o perfil dos professores de administração,
conforme apresentado no item a seguir.
Para Andrade et al.(2006), a pesquisa feita pelo CFA expõe que 56,08% dos
professores possuem mestrado, enquanto apenas 8,92% são doutores; isto mostra que,
mesmo longe do desejável, existe o interesse na capacitação e na atualização, pois há
também uma quantidade significativa de professores que fizeram especializações
(31,22%). Mesmo os números de doutores sendo baixos, os pesquisados mostraram
interesse em fazer esta pós-graduação dentro de cinco anos na área de Administração.
Quanto à formação acadêmica desses professores, a maioria é formada em
Administração (76,36%), seguido pelo curso de Engenharia (6,22%).
A formação complementar além do curso de graduação pode ampliar a visão
crítica do professor, pois conforme Souza-Silva e Davel (2005, p. 120):
(...) para contribuir com uma formação sofisticada, há de
se contar não com um mero instrutor, monitor ou transmissor de
conhecimentos isolados, porém com um profissional que esteja
continuamente refletindo sobre sua prática docente, sendo capaz
32
de contribuir com o aluno na ampliação de sua capacidade de
pensar criativamente, criticamente e de forma contextualizada.
2.6 Referências
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