Você está na página 1de 16

FCE- FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

NÚCLEO DE PÓS - GRADUAÇÃO

GESTÃO ESCOLAR
O presente conteúdo enfatiza a importância da
formação do Gestor no contexto de seu fazer
profissional, da sua profissionalidade e de seu
comprometimento enquanto agente formador nos
espaços escolares. Contextualiza o panorama e
aspectos legais intimamente ligados às atribuições e
competências da gestão.

ORIENTAÇÃO ESCOLAR
Introdução
Formação de Gestores e Gestores Formadores
Panorama e Aspectos Legais
Constituição da República Federativa do Brasil 1988
Princípios da Administração Pública
ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente-Lei 8069/90
LDB-Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96
Bibliografia
INTRODUÇÃO

A História e os Caminhos da Gestão Escolar

INTRODUÇÃO

1
INTRODUÇÃO

Não basta atrelar a Gestão escolar a princípios técnicos e inócuos diante


as novas demandas exigidas por uma sociedade em franca transformação.

O exercício da Gestão Educacional implica em múltiplas facetas,


portanto ligado à formação do gestor para atuar além do profissionalismo, mas
com profissionalidade, ou seja, um profissional que desenvolva habilidades e
delas saibam fazer uso no seu cotidiano.

A visão da gestão apesar de múltipla não pode ser compreendida como


multifacetada, mas como ações inter-relacionadas e complementares.

Sob esta ótica a formação destes profissionais em cursos de graduação


e pós - graduação deve estar enfocada em currículos que privilegiem a
formação global dos estudantes visando não só as áreas organizacionais,
metodológicas, do desenvolvimento cognitivo e ou tecnológica, mas atentar
para a transversalidade da área de conhecimento de gestão e coordenação
dos trabalhos pedagógicos utilizando-a como elo entre as demais áreas que
compõem os cursos que licenciam para o exercício da Gestão.

Vale ressaltar que o egresso na graduação de Pedagogia ou Pós –


Graduação em Gestão Educacional ou Escolar são alunos potenciais para
prover os cargos e ou funções de Gestores, serão, pois formadores também e
necessitam desta consciência aliada ao entendimento que o papel da Gestão
não se finda em meras atividades burocráticas e sim esta muito, além disso,
passa pelas questões organizacionais e burocráticas, e perpassa pela seara do
fundamentalmente pedagógico, portanto ser um gestor requer liderança
pedagógica, exige conhecimento, competência e habilidades que vão ao cerne
da questão educacional que é a aprendizagem dos alunos e
consequentemente a melhoria do ensino.

Se por um lado o futuro Gestor necessita desta consciência pedagógica,


por outro o Ensino Superior na figura de seus Coordenadores de curso ou
áreas e docentes necessitam questionarem qual ou quais concepções de
gestor que consideram esta concepção esta adequada filosoficamente,
epistemológica e metodologicamente ao currículo proposto pela instituição, que
alunos estão formando, para quais demandas estes licenciados vão atuar, qual
o papel formador do Gestor no contexto atual?

Quem forma o “formador”? E aqui explicito que ambos se formam


quando pelo conhecimento se reconhecem, mas, sobretudo a responsabilidade
é do docente das instituições superiores, a quem é atribuído o papel de
formador não apenas técnico, mas acima de tudo crítico e consciente que suas
ações refletem em futuros licenciados, imprimindo ao futuro formador

2
conhecimento que lhe será o viés de sua competência, ora lhe apresentando
panoramas legais, ora metodológicos, ora estatísticos, ora aspectos
fundamentais de teorias cognitivas, mas jamais se furtando de explicitar a
importância das ações pedagógicas como instrumento legítimo para a
condução dos aspectos educacionais.

Não é admitida formação descontextualizada, pois é na significação que


se constroem conteúdos e desenvolvem-se habilidades além das limitações
dos espaços escolares.

Desmistificar a figura do gestor enquanto e meramente um centralizador


burocrático é reduzir a grandeza de relevante função enquanto líder
pedagógico integrador das esferas, administrativa, pedagógica e financeira que
estão presente no seu provimento de cargo.

Quando nos referimos à liderança pedagógica, não podemos deixar de


ressaltar a importância convergente desta dimensão no fazer do Gestor , ainda
que pensemos na formação ideal para a real , temos que ter em mente que o
ideal é o real concretizado e portanto múltiplas possibilidades de ação , não
podemos nos limitar aos ransos e vícios do pragmatismo e pelo viés do
tradicionalismo é necessário pois a concepção de novos paradigmas
educacionais e a busca incessante pela qualidade de ensino.

Sabemos que a qualidade educacional é aspecto ligado intimamente a


função social da escola, ter um novo olhar, um olhar que permeia o rigor para a
aprendizagem é garantir direto subjetivo de fato, já legitimado, a todos os
cidadãos, furta-se disso é excluir o direto a educação de qualidade e
consequentemente a transformação social.

Quando discutimos a respeito destas questões o Ensino Superior é pilar


responsável, pois é na Educação Superior que não se finda, mas que se
consuma o exercício do pensar, a pesquisa, a produção de novos saberes e é
nela que se assenta com mais segurança e propriedade a formação e inserção
do individuo no mundo do trabalho.

3
FORMAÇÃO DE GESTORES E GESTORES FORMADORES

Conceituar Gestão Escolar principalmente atrelando-a as novas


demandas e sintonizada com os princípios da Gestão democrática não é tarefa
apenas de cunho teórico é necessário se despir da mesmice e do senso
comum, características que acompanham muitas vezes o fazer escolar , seja
pela rotina que se impõem, pelos entraves políticos advindos da inconstante
roda administrativa , carregada na maioria das vezes por interesses que não os
necessários para a implantação de uma política educacional a luz da real
qualidade tão almejada por todos

Refletir sobre a formação do profissional Gestor é investir em novos


paradigmas, não sem claro levar em consideração o instituído, mas pensar no
instituinte enquanto inovação para alimentar o fazer necessário a função de tal
profissional.

Gestão é uma expressão que ganhou corpo no contexto


educacional, acompanhando uma mudança de paradigma no encaminhamento
das questões desta área. Em linhas gerais, é caracterizada pelo
reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das
pessoas nas decisões sobre a orientação e planejamento de seu trabalho.
Pensemos, pois em que será o egresso ao curso de Gestão Escolar, o perfil do
profissional que estamos formando, suas expectativas enquanto aluno, suas
perspectivas enquanto futuro Gestor Escolar, sua formação inicial enquanto
docente, seus paradigmas contextuais, seus limites de atuação, suas
concepções legais e teóricas Este exercício nos leva a elucidar
diagnosticamente quem de fato estamos formando e para que estamos
formando ,sem esquecermos do desenvolvimento de habilidades fundamentais
para o exercício da Gestão Escolar fundamentalmente democrática .

Considerando que o a formação desse profissional não é estanque, que


o mesmo já possui uma história de vida que entrelaça com as histórias de vida
nos espaços escolares que por sua vez constituem-se dinâmicos e, portanto
em constante permear de mudanças e ávido pela participação coletiva para se
retro alimentar, caracterizando este profissional em sua maioria como um
elemento em formação, mas também como um elemento formador, cabe então
4
as Instituições de Ensino Superior valer-se em seus diversos instrumentos, PDI
(Plano de Desenvolvimento Institucional), Currículos, Projeto Pedagógico,
Plano de Cursos, Plano de Aulas e demais insumos, resignificar seu campo de
atuação nos cursos de Gestão Escolar, inserindo assim paradigmas
consoantes com os apelos de uma sociedade globalizada, dinâmica e em
constante troca de informações.

Se a contemporaneidade trouxe a facilidade do mundo moderno, as


escolas em seus diversos níveis ficaram aquém de seu tempo, estagnadas no
ranso obsoleto da mesmice , seja por receio do novo , seja pela inatividade de
seus atores, ou por fatores diversos aquém de sua atuação.

Dentro deste prisma, não podemos deixar de considerar as


particularidades e especificidades da Educação que não se encerra apenas no
profissionalismo, mas que se processa na profissionalidade de seus
responsáveis, enquanto agentes de produção do conhecimento e
incentivadores de novos saberes.

Observamos que as instituições de Ensino Superior muitas vezes se


desvinculam da concepção de formador do aluno dos cursos de Gestão
Escolar, mesmo sendo este um aspecto primordial, pois sabemos que aquele
aluno será um futuro formador, necessitando em sua formação de conteúdos /
instrumentos para seu pleno desenvolvimento, seu fazer emancipátorio e
autônomo.

Conceituar qualidade na perspectiva da Educação Superior não e


meramente teorizar um conceito inatingível, mas sim procurar na reflexão ativa
à concretude desta qualidade nas ações vinculada a formação integral do
futuro profissional de Educação , assim como um movimento cíclico no seu
fazer local, referindo-nos ao espaço de sua formação, bem como no seu local
de trabalho, enquanto agente multiplicador / formador.

Primeiramente consideremos que ao referirmo-nos a Educação de


qualidade do Ensino Superior no Brasil, temos que conceituar o que é
qualidade, sob a perspectiva também da quantidade, ou seja, acesso e

5
permanência situam-se lado a lado, e devem caminhar complementarmente
rumo a qualidade.

Qualidade é um conceito amplo aliado a melhores condições de vida,


perpassando pelo conceito histórico relativo às variáveis vinculadas ao macro
sistema, possuindo também dimensões intra e extraescolares, além de também
ser conceituada como social.

Assim como educação a qualidade possui caráter dinâmico e em


constante transformação uma vez que consideremos ambos os processos de
cunho emancipatório tendo por finalidade a equidade, não sendo, pois de
caráter único, já que são alicerçados pelos princípios e finalidades de respeito
à diversidade.

É indissociável educação adjetivada por qualidade, educação de


qualidade para todos articulando todos os níveis de ensino, tendo como
fundamento, múltiplas ideias de processos de aprendizagem, mas um ideal de
educação, o de qualidade.

Quando especificamos a questão da qualidade no Ensino Superior,


temos aí, todas as questões de cunho legal que perpassam pelo direito a
educação até a qualidade desta educação, não podemos deixar de citar que a
educação em todos os níveis esta vinculada a quem queremos formar, para
qual sociedade formamos, portanto as principais características são: educar
para o exercício da cidadania, para construção de uma sociedade
emancipatória capaz e através da educação transformar o contexto ao qual
estamos inseridos, para o respeito à diversidade, para a equidade, enfim para o
aperfeiçoamento humano em prol da construção de uma vida de qualidade.

Observamos ao longo da história desde seus primórdios e não muito


distante que a Educação Superior possuía características reducionistas
voltadas para questões classistas e elitistas, sempre atendendo aos interesses
das classes dominantes, percebemos então que a educação em termos de
qualidade atendia aos interesses de poucos sendo utilizada como instrumento
de manipulação social, totalmente desigual, intencionalmente conteudista e
reprodutiva, reduzindo o saber a reles instrucionismo.

6
Com os avanços tecnológicos e informações que exigem domínio e
rapidez a sociedade necessita de cidadãos que sejam capazes de serem
lideres em suas funções, que compreendam e interpretem com celeridade os
problemas e proponham soluções criativas, e, para tanto exigi-se cada vez
mais indivíduos que desenvolvam habilidades e competências necessárias
para atender estes novos apelos e organização social .

Vivenciamos a necessidade de compreendermos como os saberes


são produzidos, ou seja, aprender a conhecer (adquirir instrumentos de
compreensão); aprender a fazer (agir sobre o meio); aprender a viver junto
(participar, cooperar); aprender a ser (elemento integrador). (DELORS, 2001,
p.90.)

Algumas questões são inquietantes: primeiramente a falta de incentivo à


pesquisa uma vez que os espaços de Ensino Superior por mais que incentivem
os alunos para tal não observamos a pesquisa como aspecto central deste
nível de ensino, outra questão é: inúmeros profissionais graduados e com
defasagem de formação, muitos deles futuros Professores e Gestores que
atuarão nos diversos espaços escolares e consequentemente reproduzirão
este círculo de defasagem, outra questão é a velha roupagem dos conteúdos
de pura reprodução sem vínculo algum com o método, desconsiderando a
importância de levar o estudante a pensar sobre seu fazer considerando a
produção dos saberes.

Todos esses aspectos perpassam pela formação do futuro Gestor,


aquele que dá construção coletiva faz de suas ações a Gestão genuinamente
democrática, aquele que de seu saber forma e é formado, aquele que não
sucumbe a um conceitual de gestão simplesmente imposto, mas reflete a
respeito e é capaz de interpretar e adequar a sua realidade o conceitual que
mais respeita seu contexto profissional considerando seu papel como líder
formador e respeitando os princípios da Educação que não se encerra em
tarefas, mas que faz do aprender o norte da educação de qualidade.

7
PANORAMA E ASPECTOS LEGAIS

Princípios da Administração Pública – Artigo 37 da Constituição Federal

Como regra geral, a Administração direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, Estados, Distrito Federal, Municípios. Assim, as Autarquias,
Fundações Públicas, Agências reguladoras e executivas, Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista também estão submetidas a esses princípios:

Princípios Conceito descritivo

A Administração Pública somente pode agir autorizada por lei.

A Administração Pública deve agir conforme o ordenamento jurídico,


Legalidade ou seja, respeitando todo o Direito vigente.

Respeito aos princípios da igualdade e isonomia nas ações da


Administração Pública.

Impessoalidade A Administração Pública busca o interesse público.

Veda que o agente público busque fins de interesse pessoal (agir em


proveito pessoal).

Exige a conduta ética da Administração Pública (boa-fé,


honestidade, probidade, etc).
Moralidade

A Administração tem o dever de manter plena transparência de


todos os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações
que estejam armazenadas em seus bancos de dados, quando sejam
Publicidade solicitadas, em razão dos interesses que ela representa quando
atua.
Admite o sigilo quando este preservar o interesse público. Ex:
investigações policiais, assuntos de segurança nacional, questões
de um concurso público, propostas de preço na licitação, etc.)

Princípio acrescentado ao texto constitucional pela EC n. 19/98.


Marca a mudança de uma Administração Pública burocrática para
uma Administração Pública gerencial.
Eficiência
Busca de resultados satisfatórios na prestação dos serviços
públicos e equilíbrio entre custo/benefício.

8
Contextualização

A Constituição Federal prevê em seus dispositivos (artigos 203, 227,


205, 229) a responsabilidade da família e do Estado com a educação.

Outras fontes legais ratificam e explicitam esta obrigatoriedade, como o


Código Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assegurando
assim não só um direito, mas também um princípio de coercibilidade, já que
prevê sanções para o eventual não cumprimento, tanto por parte da família
quanto por parte do poder público.

A LDB, ao atribuir a responsabilidade da educação à família e ao


Estado, o faz retratando o Artigo 205 da Constituição Federal e igualmente o
faz, ao abordar a dimensão tecnológica da educação, a qualificação para o
trabalho.

Constituição Federal – 1988

... Art.205- A educação direito de todos e dever do Estado e da família será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.

Estatuto da Criança e Adolescente - ECA 8069/90 de 13/07/1990

... Art.4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do


poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.

... Art.53 A criança e o adolescente têm direto a educação, visando ao pleno


desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
qualificação para o trabalho.

LDB – 9394/1996-Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

DA EDUCAÇÃO

Art.1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na


vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade
civil e nas manifestações culturais.

§ 1º Esta lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,


predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

§ 2º A educação deverá vincular-se ao mundo do trabalho e a pratica


social....

9
LDB- Artigo 2º... A finalidade da Educação está explicitada envolvendo
três questões:

• O pleno desenvolvimento do educando que representa a educação, como


processo intencional, e deve contribuir para que a dimensão psicológica do
desenvolvimento da criança transcorra de maneira harmoniosa e progressiva e
que o nível cognitivo em evolução, esteja voltado para a assimilação de certos
conhecimentos e de certas operações mentais.

Enfoca: - dimensão psicológica;

- educação processo intencional;

- respeito ao nível cognitivo.

• Preparo para o exercício da cidadania que reafirma a condição básica de


ser cidadão, isto é, titular de direitos e de deveres a partir de uma condição
universal assegurada na Carta de Direitos da Organização das Nações Unidas
e de uma condição particular porque assegurado na Constituição Federal, onde
“todos são iguais perante a lei”.

Enfoca: - dimensão social;

- dimensão política;

- educação é condição para se chegar à cidadania

• Qualificação para o trabalho que, se de fato, pretende resgatar a sala de


aula como um ambiente funcional para a sociedade em transformação,
necessita fazer do trabalho socialmente produtivo um elemento gerador de
dinâmica escolar. Aprender é, portanto, conhecer e aprender a fazer, onde as
potencialidades humanas se concretizam. A qualificação para o trabalho está
aqui como formação humana do aluno que, pela ação do trabalho, contribui
como cidadão, para a humanização das estruturas sociais, econômicas e
políticas da vida real.

Enfoca: - dimensão econômica;

- sociedade em transformação necessita de trabalho produtivo;

- pela ação do trabalho o cidadão contribui socialmente.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Os Princípios

Art.3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I. Igualdade de condição para o acesso e permanência na escola;

10
II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;

III. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV. Respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V. Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII. Valorização do profissional da educação escolar;

VIII. Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação


dos sistemas de ensino;

IX. Garantia de padrão de qualidade;

X. Valorização da experiência extra-escolar;

XI. Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

Os princípios aqui explicitados na LDB, de fato, constituem matéria


constitucional (CF - Art. 206) e, para tanto a sua aplicação ao ensino ministrado
nas escolas brasileiras é norma.

Garante-se que, quando oferecida sob a forma de ensino sistematizado,


a educação esteja norteada por princípios básicos que sustentam o mundo dos
valores e as significações da organização escolar. Assim, os princípios devem
ser entendidos como elementos presentes no diálogo pedagógico e na prática
de ensino de cada curso, de cada Escola, de cada sistema de Ensino, de cada
projeto educativo, de modo que o ser, o valer e o refletir sejam vividos como
elementos integradores nas diferentes circunstâncias da sala de aula.

A igualdade de condições para o acesso e permanência na escola vai


além de se proclamar que a educação é direito de todos.

A liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, divulgar


o pensamento, divulgar a arte e divulgar o saber é, além de mais uma vez se
constituir em norma constitucional, princípio implícito do processo de uma
aprendizagem com autonomia.

Quanto ao pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, significa


que o espaço escolar e o ensino nele ministrado devem estar em sintonia e ser
vivenciados a partir do conceito de heterogeneidade cultural.

O respeito à liberdade e o apreço à tolerância são manifestações


avançadas da evolução democrática.

11
Quanto à gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais,
entende-se que o contribuinte quando paga seus impostos, paga a escola.

A valorização do profissional da educação escolar é tema frequente em


todas as discussões sobre educação, porém, como se trata de uma questão
política, entende-se que cabe à sociedade brasileira exigir que os
representantes políticos estabeleçam os mecanismos para a concretização
deste princípio por meio de legislação.

Na gestão democrática, a ideologia da burocracia, que tem como eixo a


hierarquia autoritária, é substituída pela vontade comum, pela construção
coletiva de um projeto político-pedagógico que cria a identidade da escola e
que tem em todos os participantes a representatividade na execução, no
acompanhamento e na avaliação desse mesmo projeto.

Não se pode falar em qualidade da educação sem que façamos uma


vinculação entre educação escolar, trabalho e práticas sociais. O texto legal
propõe um ensino ativo, enriquecido pelo dinamismo interno do “trabalhar” e
fecundado pelas vibrações transformadoras das práticas sociais.

LDB - Da Organização da Educação Nacional: Dos Níveis e Modalidades


de Educação e Ensino

Por meio de uma retrospectiva histórica das Leis de Diretrizes e Bases


da Educação do Brasil, vamos perceber que a expressão Educação Básica é
recente.

A expressão Educação Básica começa a ser incorporada ao discurso da


política educacional a partir dos anos de 1980. Na realidade, o contexto
histórico do momento já apontava para a necessidade da universalização da
educação básica, inclusive com observações em documentos oficiais.

Para a apreciação do tema da educação básica na Lei nº 9.394/96,


entende-se que algumas observações sejam feitas. O Título V trata: “Dos
Níveis e Modalidades de Educação e Ensino”, compreendendo
desdobramentos assim expressos:

12
Capítulo Seção Artigo(s)

I - Da Composição dos 21
Níveis Escolares

II - Da Educação Básica I Das Disposições Gerais 22 a 28

II Da Educação Infantil 29 a 31

III Do Ensino Fundamental 32 a 43

IV Do Ensino Médio 35 a 36

V Da Educação de Jovem e 37 a 38

Adultos

III - Da Educação 39 a 42
Profissional

IV - Da Educação Superior 43 a 57

V- Da Educação Especial 58 a 60

LDB – Da Organização Básica Nacional

As incumbências dos Estados estão explicitadas no Artigo 10 da lei.

Repare que no texto da Lei 9394/96, o Parágrafo Único que consta


desse artigo se refere às competências do Distrito Federal que, conforme o
texto são as referentes aos Estados e Municípios.

É no Artigo 11 que você vai encontrar as incumbências dos Municípios.

A lei possibilita aos municípios a criação de seus próprios sistemas de


ensino ou por se integrarem ao sistema estadual de ensino ou ainda, compor
com ele um sistema único de educação básica.

13
Instâncias / Atribuições / Competências

UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS DISTRITO ESTABELECIMENTO DOCENTES


FEDERAL DE ENSINO ART. 13
ART. 8 A 9 ART. 10 ART. 11
ART. 10 ART. 11

- Coordenação - Organizar seus -Organizar seus Parágrafo - Elaborar e executar - Participar da


da política sistemas de sistemas de único a proposta proposta
nacional; ensino; ensino pedagógica; pedagógica;
- Ao Distrito
- Exerce função - Definir com os - Oferecer a Federal - Assegurar dias - Elaborar e
normativa, Municípios educação aplicar-se-ão letivos e hora/aula; cumprir o plano
distributiva e oferta do ensino infantil em as de trabalho;
supletiva; fundamental creches e pré- competência - Articulação com a
escolas, e com s referentes comunidade; - Zelar pela
- Elaboração do - Assegurar o prioridade, o aos Estados aprendizagem;
Plano Nacional; ensino ensino e Municípios. - Frequência e
fundamental e fundamental; rendimento dos - Estabelecer
- Assistência oferecer como alunos; estratégias de
técnica e prioridade, o - Poderão optar recuperação;
financeira; ensino médio. por sistema -Notificar o Conselho
único de Tutelar quando - Ministrar dia
- Currículo; educação necessário. letivo e hora-
(diretrizes); básica. aula articulação
escola e
- Avaliação; comunidade.
(rendimento);

- Educação
Superior.

LDB – Dos Recursos Financeiros

Trataremos de um assunto que embora muitos educadores não tenham


grande conhecimento da questão dos recursos financeiros da educação, este é
um fator que deve merecer de todos os educadores muita atenção.

É no Título VII da LDB, em dez artigos, que se encontra um dos pontos


em que a educação básica brasileira mais evoluiu nos últimos três anos: a dos
recursos financeiros.

Há quatro tipos de fonte de recursos para a educação: a constitucional


ampla (receita de impostos), a constitucional restrita (recursos vinculados,
do tipo salário-educação, cotas federal e estadual), a constitucional
compensatória (incentivos fiscais) e as fontes alternativas (recursos diversos
previstos em lei).

14
A constitucional ampla foca a receita de impostos, decorrente dos
tributos arrecadados em cada uma das esferas da administração pública. A
Constituição Federal define, no Artigo 18, quais são as esferas da organização
político-administrativa do País: a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios. As transferências constitucionais também estão definidas na
Constituição Federal.

A constitucional restrita é assim denominada em razão da aplicação


vinculada do salário-educação. Esta é uma contribuição social, criada em 1964,
com o objetivo de “suplementar as despesas públicas com a educação
elementar”, cujo objetivo inicial foi o combate ao analfabetismo. A origem do
salário-educação encontra-se no desconto de 2.5% da folha de
pagamento dos empregados, sendo que deste montante, 1% fica no INSS,
órgão encarregado de arrecadar recursos.

Outra fonte de recurso, a constitucional compensatória, é constituída


dos incentivos fiscais que, de fato, nada mais são do que mecanismos de
amortização de impostos (imposto de renda) ou de isenções fiscais, previstas
em lei. O processo garante que pessoas físicas ou pessoas jurídicas que
financiem programas escolares ou bolsas de estudo, com recursos próprios,
podem ter estas despesas abatidas do imposto de renda a pagar.

15
Bibliografia

AMARAL, Antonio Marco. Formação Do Gestor Escolar: Da Inicial À


Continuada.<http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/formacao-do-
gestor-escolar-da-inicial-a-continuada-884718.html>.Acesso em: 29 jul.2013.

BARROSO,João. Automonia e gestão das escolas.Ministerio da


Educação,1997.

Brasil. Estatuto da criança e do adolescente 1990.Estatuto da criança e do


adolescente. – 7.ed.Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de diretrizes e bases da educação


nacional nº 9.394/96. Brasília: Secretaria da Educação, 1996. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 26 Jul. 2013.

BRASIL, República Federativa do. Constituição da República Federativa do


Brasil. Brasília, Senado, 1998.

DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. 6.ed. São Paulo: Cortez;


Brasília,DF: MEC: UNESCO, 2001.

DI PIETRO, Mara Sylvia Zanela. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo:
Atlas, 1999.

FERREIRA.Naura Syria Carapeto. Gestão da Educação.3. ed.São Paulo,


Corte,2001..

LUCK,Heloísa. Dimensões da gestão escolar e suas


competências.Curitiba.Editora Positivo, 2009.

_____.Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação


de seus Gestores.In:Em Aberto.Brasilia,v.17,p.6.Disponível em
<http//www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/em_aberto_72.pdf>.Acesso em: 29
jul.2013.

16

Você também pode gostar