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03 Promoção Da Saúde Fonoaudiológica
03 Promoção Da Saúde Fonoaudiológica
Este projeto de extensão tem como objetivo desenvolver e disseminar ações de prevenção, promoção
e manejo dos distúrbios da comunicação e da alimentação, em diferentes instituições da comunidade,
buscando promover a atuação profissional frente às necessidades da comunidade, calcadas em ações
interdisciplinares, na cidadania e na função social.
Constitui metas dos projeto promover a vivência e prática profissional de discentes em contextos de
instituições de ensino da comunidade, escolas, associação filantrópica e entidade de assistência social
e comunitária (Escola Estadual de Ensino Fundamental Gomercindo dos Reis; Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais APAE- Passo Fundo; Agentes do Amor Divino - ONG AMOR), bem como em
instituição de saúde filantrópica (Hospital São Vicente de Paulo) oportunizando aprendizagens signifi-
cativas e valorizando a cooperação na busca de solução para problemas comuns; expandir metodolo-
gias ativas de ensino-aprendizagem, fortalecendo a aprendizagem baseada em problema e a coarticu-
lação entre conteúdos teóricos com a prática e às necessidades da comunidade, buscando uma for-
mação crítica-reflexiva, além da assimilação consciente dos conhecimentos e do desenvolvimento das
capacidades cognoscitivas e operativas dos discentes; instigar as habilidades dos discentes de anali-
sar, avaliar, compreender e expressar seu posicionamento, em contexto interdisciplinar, tornando-o
centro do processo ensino-aprendizagem; disseminar ações que visem à prevenção e ao manejo dos
distúrbios da comunicação, bem como estratégias para melhorar a saúde vocal, o desempenho em
habilidades de linguagem (oral e escrita), de processamento auditivo e de funções vitais como respira-
ção, mastigação, sucção, deglutição.
A atuação fonoaudiológica, em sua história, tem recebido fortes influências de ciências da àrea da
saúde e, portanto, direcionado o seu “fazer clínico” para uma prática a serviço da “doença”, caracteri-
zando-se no sentido da avaliação e terapia fonoaudiológica que buscam a normatização das alterações
da comunicação oral e escrita.
Tal fato é compreensível, pois a fonoaudiologia “surgiu em resposta a uma necessidade de atendimento
a pessoas que apresentam uma série de problemas ligados à comunicação humana” (Zorzi, 1999).
Porém, a fonoaudiologia clínica, vem se interligando com a fonoaudiologia educacional, através de
pesquisas e atuações que enfocam os aspectos preventivos da comunicação.
A atuação fonoaudiológica na área educacional objetiva não somente detectar as alterações da lingua-
gem oral e escrita, mas sim, de dar possibilidades para a otimização do desenvolvimento, ou seja, “criar
condições favoráveis e eficazes para que as capacidades de cada um possam ser exploradas ao má-
ximo, não no sentido de eliminar problemas, mas sim baseado na crença de que determinadas situa-
ções e experiências podem facilitar e incrementar o desenvolvimento e a aprendizagem” (Zorzi, 1999).
Considerando estes pressupostos teóricos, o trabalho fonoaudiológico em escolas, não limita-se so-
mente na realização de triagens, mas em propiciar situações favorecedoras para o desenvolvimento
da comunicação oral e escrita.
- Grupo de fala: crianças com dificuldades na apropriação dos aspectos fonético-fonológico, porém sem
caracterizar uma alteração articulatória; que apresentam hábitos de sucção não-nutritiva; respiração
bucal;
- Grupo de linguagem: crianças com história familiar, ambiental e emocional que não favoressem o
processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem oral;
- Grupo de leitura e escrita: composto por crianças que apresentam dificuldades na apropriação da
língua escrita;
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PROMOÇÃO DA SAÚDE FONOAUDIOLÓGICA
O trabalho em grupo tem por objetivo favorecer o processo interacional entre criança-criança e criança-
adulto e proporcionar situações que otimizam o desenvolvimento da linguagem oral e o processo de
aprendizagem da escrita. Os grupos podem acontecer no espaço físico da escola, desde que haja
disponibilidade, e no período de permanência dos alunos nas mesmas.
Desta forma, o fonoaudiólogo neste trabalho preventivo proposto atua no sentido de desenvolver po-
tencialidades, não enfatizando somente os aspectos patológicos.
Sobre o Programa
Já são mais de vinte anos, desde o início do Programa, que foi implantado por conta do crescimento
da Fonoaudiologia em todo o país, especialmente na Região Sul. De acordo com a coordenadora,
Rosane Sampaio Santos, entre os anos de 2007 e 2015, foram concluídas cerca de quinze teses de
Doutorado. “A maioria dos doutores titulados atua em cursos de graduação e pós-graduação, em linhas
de conhecimento como Fonoaudiologia, Enfermagem, Educação, Fisioterapia, Psicologia, entre ou-
tras.”
• Produzir conhecimentos que privilegiam ações intersetoriais de promoção da saúde, abrangendo es-
tudos voltados aos processos da comunicação humana, envolvendo linguagem, motricidade oral e sa-
úde auditiva e vocal nos diferentes ciclos de vida;
• Promover ações para desenvolver projetos de pesquisa em áreas relacionadas aos Distúrbios da
Comunicação Humana que envolvam a graduação, especialização e pós-graduação em Fonoaudiolo-
gia.
Linhas de Pesquisa
1. Promoção da Saúde Auditiva nos diferentes ciclos de vida – direcionada aos estudos sobre a saúde
auditiva nos diferentes ciclos de vida.
Objetiva contribuir na sistematização e implementação das políticas públicas com relação a propostas
voltadas à promoção, prevenção, avaliação, diagnóstico e tratamento de aspectos relacionados à Fo-
noaudiologia e áreas afins.
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PROMOÇÃO DA SAÚDE FONOAUDIOLÓGICA
3. Diagnóstico e Tratamento da Deglutição, Voz, Motricidade e Dor Orofacial – direcionada aos estudos
sobre Deglutição, Voz, Motricidade e Dor Orofacial nos diferentes ciclos de vida, tendo em vista a aten-
ção da saúde vocal e da motricidade orofacial em função da promoção, da prevenção, da avaliação,
do diagnóstico e do tratamento de tais aspectos relacionados à Fonoaudiologia e áreas afins.
A comunicação humana pode ser diferenciada da comunicação das outras espécies animais de três
maneiras diferentes. A primeira e a mais importante é a possibilidade de simbolizar. Os símbolos lin-
guísticos são convenções sociais de significados, nos quais cada indivíduo compartilha sua atenção
com o outro, direcionando a sua atenção ou seu estado mental (pensamento) para alguma coisa no
mundo que os cerca. A segunda diferença é que a comunicação humana linguística é gramatical.
A linguagem é um importante fator para o desenvolvimento e aprendizagem. A língua oral seria uma
base linguística indispensável para que as habilidades de leitura e escrita se estabelecessem. As ha-
bilidades de linguagem receptiva e expressiva também foram consideradas por diversos autores como
bons sinais precoces da compreensão de leitura. Um dos achados em pesquisa foi o de que crianças
com desenvolvimento abaixo do esperado na alfabetização apresentam um desempenho insatisfatório
em compreensão da linguagem, produção sintática e tarefas metafonológicas.
Diante destas constatações, decidimos por realizar uma revisão bibliográfica da aquisição e desenvol-
vimento da linguagem, mais especificamente de 0 a 5 anos, assim como de alguns entraves que podem
ser encontrados no processo. Apesar de relevantes e, infelizmente, frequentes, alterações ligadas à
negligência grave e violência do meio não foram descritas, uma vez que demandariam outro tipo de
fundamentação teórica, deixando o artigo muito extenso.
Compreendendo Linguagem
Em outras palavras, apesar de longas discussões sobre o fato da linguagem ser inata (de nascença)
ou aprendida, hoje a maior parte dos estudiosos concorda que há uma interação entre o que a criança
traz em termos biológicos e a qualidade de estímulos do meio. Alterações em qualquer uma dessas
frentes pode prejudicar sua aquisição e seu desenvolvimento.
Para entendermos a aquisição e o desenvolvimento da linguagem, temos que considerar dois aspectos:
a linguagem ajuda na cognição e na comunicação.
• Linguagem e cognição: pensamos bastante por meio da linguagem depois que desenvolvemos esta
habilidade. A memória, a atenção e a percepção podem ter ganhos qualitativos com ela.
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PROMOÇÃO DA SAÚDE FONOAUDIOLÓGICA
Por exemplo, memorizamos melhor quando fazemos associações de idéias. Ela também ajuda na re-
gulação do comportamento. Na infância, podemos observar o desenvolvimento da linguagem como
apoio à cognição a partir dos dois anos, em média, principalmente por meio da forma como a criança
brinca.
• Forma: engloba a produção dos sons, como se emite o fonema, e também a estrutura da frase, se
tem todos os componentes e se a ordem é aceitável pela língua - níveis fonético-fonológico e morfos-
sintático.
• Conteúdo: diz respeito aos significados, que podem estar na palavra, na frase ou no discurso mais
amplo - nível semântico.
• Uso: refere-se ao uso social da língua; não basta emitir sons, estruturar uma frase e saber o signifi-
cado, tem que adequar tudo isso ao contexto em que está sendo empregado - nível pragmático.
• Comunicação não-verbal: desde muito cedo já pode ser observada, como as variações do tônus (con-
tração/descontração muscular) entre a mãe e o bebê, o olho no olho, as expressões faciais. O apontar
por volta dos 11 meses é um marco, podendo inicialmente ter a intenção apenas de "mandar" (apontar
para algo que quer) e depois pode ter a intenção de compartilhar a atenção com alguém (apontar para
que outra pessoa possa acompanhar aquele momento).
• Produção dos sons: os primeiros fonemas da língua são aqueles produzidos com os lábios, como /b/
/m/ /p/. Logo depois surgem /n/ /t/ /l/ , e, em seguida, /d/ /c/ /f/ /s/ e /g/ /v/ /z/ /R/ /ch/ /j/. Só mais tarde
observamos a produção adequada de alguns fonemas como /lh/ /nh/ /r/. A combinação destes fonemas
nas sílabas podem ser complicadores, como está exposto no próximo item.
• Estrutura das sílabas: as formações silábicas mais simples são consoante-vogal (CV), como PA, LO,
etc; ao se inverter essa ordem (vogal-consoante), já se tornam um pouco mais difíceis, como AR, US,
etc. Quanto maiores, mais difíceis se tornam. Para ilustrar, podemos apresentar palavras com sílabas
consoante-vogal-consoante LAR, RIS, etc. e consoante-consoante-vogal FRA, BRI, etc.
• Estrutura de frases: inicialmente as crianças usam uma única palavra funcionando com frase. Mais
tarde, surgem as frases telegráficas, com duas palavras em média. As frases vão se alongando, pas-
sando a ter cada vez mais elementos.
As frases mais complexas que exigem mais conteúdo como as orações com pronomes do tipo "que"
são possíveis a partir dos 3 anos.
• Diálogo: até atingir a capacidade de estabelecer um diálogo (com) alguém, a criança passa por fases
em que depende do adulto para que o mesmo seja possível.
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PROMOÇÃO DA SAÚDE FONOAUDIOLÓGICA
Em um primeiro momento, os adultos tentam adivinhar o que significam as produções pouco compre-
ensíveis da criança (especularidade). Esta fase inicial acontece quando a criança começa a emitir sons
e sílabas que podem ser compreendidas como palavras.
Posteriormente, quando as crianças falam mais, aumentando um pouco a quantidade sons e os adultos
podem complementá-las (complementaridade), é quando aparecem as primeiras combinações de pa-
lavras, juntando uma ou duas palavrinhas. Somente depois a criança poderá iniciar e manter um diálogo
sem um auxílio tão direto (reciprocidade).
Essa primeira estruturação da conversa em diálogo é gradual e, até o final dos 2 anos, a criança con-
segue desenvolver bem a troca dialógica destas três etapas.
Dificuldades No Percurso
Por que algumas crianças começam a falar as primeiras palavras entre o primeiro e o segundo ano de
vida e outras demoram a falar? Por que algumas quando começam a falar, falam claramente e outras
parecem falar outra língua? Existem transtornos que acometem a criança e causam atraso na aquisição
e no desenvolvimento da linguagem.
Esta seção visa à apresentação, com linguagem simples, de informações sobre algumas das alterações
na área da linguagem nesta fase do desenvolvimento. Quando são listados sintomas, deve-se ter a
clareza de entender que várias características fazem parte da evolução. Deve-se ficar atento quando
elas se tornam persistentes e passam a atrapalhar alguma área do desenvolvimento. Normalmente,
nem todas as características estão presentes em todas as crianças.
Seu padrão de linguagem é compatível com crianças mais novas (menor idade cronológica), mas se-
guindo a mesma ordem de aquisição. Algumas crianças podem recuperar o atraso inicial com orienta-
ção adequada. Algumas características:
• Trocas na fala;
• Boa compreensão.
Desvio Fonológico
Utilizamos esse nome para caracterizar crianças com idade igual ou superior a 4 anos, aproximada-
mente e que apresentam alteração no desenvolvimento da fala em diferentes graus. Os desvios na fala
não se limitam a alterações na força ou mobilidade dos órgãos responsáveis pela fala, mas são decor-
rentes de dificuldades na aquisição das consoantes da sua língua materna.
O nome Desvio Fonológico tem origem na dificuldade de formação desse arquivo de sons pelo cérebro
(sistema fonológico) e irá se caracterizar por trocas na fala inesperadas para sua idade e tipo de estí-
mulo recebido durante o seu desenvolvimento. As trocas mais frequentes são:
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• Alterações na ordem das sílabas ou nos sons das palavras: mánica (máquina), tonardo (tornado);
• Fala ininteligível
Cerca de 3 a 10% da população apresenta o Distúrbio Específico de Linguagem (DEL), que parece
acometer um maior número de meninos do que meninas.
O DEL refere-se a crianças que apresentam dificuldade em adquirir e desenvolver habilidades de lin-
guagem na ausência de deficiência mental, déficits físicos e sensoriais, distúrbio emocional importante,
fatores ambientais prejudiciais e lesão. Elas apresentam uma visível discrepância entre o desenvolvi-
mento global e o desenvolvimento de linguagem, mas a comunicação não-verbal costuma estar intacta.
Podemos encontrar na fala de parte destas crianças (já que existem variações do problema):
• Pouca memória para uma sequência de sons, por isso tendem a falar em um primeiro momento basi-
camente monossílabos;
• Vocabulário reduzido;
• Trocas na fala;
Fluência
Sinais de risco seriam o fato de perdurar ou de mostrar sinais muito intensos. A gagueira é involuntária,
não é possível controlar a sua ocorrência, e é de suma importância não chamar a atenção da criança
para os momentos de gagueira, não forçá-la a falar nem constrangê-la.
• Taquifemia - as principais características são: a velocidade de fala rápida que compromete o enten-
dimento da mensagem, hesitações e disfluências, e uma irregularidade, momentos de melhora e piora
no discurso.
• Taquilalia - é caracterizada pela velocidade de fala alta que compromete o entendimento da mesma,
porém não encontramos momentos de disfluências.
Alterações Semântico-Pragmáticas
Podem ser decorrentes de várias dificuldades, incluindo um subtipo de DEL, ou características do es-
pectro autístico. Diz respeito à competência comunicativa.
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Não basta falar todos os sons da língua e estruturar fases complexas (estes podem ou não estar pre-
judicados), deve-se falar o conteúdo certo para o momento exigido. Como exemplo de alguns compor-
tamentos linguísticos pode-se citar:
• leva o adulto como instrumento para conseguir o que deseja, no lugar de se manifestar verbalmente
ou por gestos ou expressões faciais;
• mesmo que se expresse bem, a troca de idéias é restrita (não há reciprocidade na comunicação);
• mais facilidade para listar palavras ou situações do que para contar histórias;
• ingenuidade em situações sociais, com dificuldade em se colocar no ponto de vista dos outros;
• tendência a superfocar em objetos ou assuntos em particular, em detrimento de uma visão mais global
sobre a situação ou assunto.
Espera-se que no primeiro ano de vida, as crianças iniciem a produção das primeiras palavras (“papá,
mamã, dá, qué, etc”) e a partir do segundo ano, as palavras são combinadas e as primeiras frases
começam a aparecer. Quando tais habilidades não aparecem ou demoram a aparecer, há motivos
justos de preocupação.
Os atrasos de linguagem não têm, todos, a mesma origem, a mesma evolução. Sob o rótulo “problemas
de linguagem” ou “atraso de linguagem” misturam-se problemas diversos em sua expressão, origem e
gravidade (Airmard, 1998). Crianças com atraso de linguagem, não apresentam necessariamente o
mesmo problema ou as mesmas dificuldades.
Algumas não irão precisar de atendimento terapêutico específico e apenas com orientações aos pais,
poderão superar o atraso.
Outras necessitarão de atendimento terapêutico para superarem suas dificuldades e por outro lado,
outras, mesmo com atendimento, não conseguirão superar totalmente as dificuldades que poderão
persistir até a idade adulta.
Trabalhando diariamente nesta área, é comum, ouvir dos pais os seguintes comentários: “achei que
com o tempo ele começaria a falar”; “fui orientado a colocá-lo na escola para este problema passar”; “o
pai dele também demorou para falar”; “ele não fala porque é acomodado e preguiçoso”; “ele ainda é
muito novinho, por isso não fala”; “me disseram que com 5 anos ele iria começar a falar”; “me disseram
que meninos demoram mesmo para falar”, dentre outros.
Infelizmente no Brasil, queixas relacionadas ao atraso de linguagem, ainda não são adequadamente
analisadas, interpretadas e valorizadas.
Um outro aspecto, que também é desconhecido por muitos pais e até por profissionais da área, é que
a linguagem oral está diretamente relacionada à aprendizagem. Crianças que apresentaram problemas
ou dificuldades na linguagem poderão apresentar futuramente dificuldades acadêmicas, por isso, o
diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais.
Muitas vezes, os pais procuram ajuda para os seus filhos que estão com dificuldades na escola, e
quando investigado, podemos constatar que tais dificuldades, já estavam presentes desde muito cedo
na linguagem oral e não foram diagnosticadas, e muito menos, tratadas.
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Pais, professores, outros profissionais da saúde, podem identificar ou suspeitar que o desenvolvimento
da linguagem de uma criança não está adequado, porém cabe ao Fonoaudiólogo diferenciar, diagnos-
ticar, e consequentemente, elaborar um programa de intervenção específico e eficiente para cada caso.
Diante da queixa trazida pelos pais ou pelos professores da criança, de “atraso na linguagem”, muitos
questionamentos são fundamentais, para chegarmos ao diagnóstico preciso e correto.
A criança apresenta habilidades linguísticas esperadas para sua idade cronológica? A criança apre-
senta dificuldade apenas na área da linguagem? É um atraso específico ou ela apresenta dificuldades
também em outras áreas do desenvolvimento, como por exemplo, na coordenação motora, no desen-
volvimento simbólico, na interação social, no comportamento?
É um atraso ambiental, por falta de estímulos adequados? Os pais ou a babá que passa o dia com a
criança estimulam-a de forma adequada? A criança vive em um ambiente bilíngüe? Qual é a língua
falada com a criança? Outras pessoas da família, também já apresentaram ou apresentam dificuldades
de linguagem ou de aprendizagem? A criança nasceu prematuramente? A criança ouve bem? A criança
freqüenta escola? A criança apresenta alguma intercorrência neurológica que justifique a dificuldade?
Lesões em áreas cerebrais específicas podem afetar o desenvolvimento da linguagem.
A criança apresenta algum déficit intelectual ou cognitivo? Crianças por exemplo, com Deficiência In-
telectual podem apresentar atraso na linguagem.
É uma criança que apesar de aparentemente não ter nenhum problema, que já realizou vários exames
com resultados normais, não está conseguindo desenvolver a linguagem da forma esperada? Como a
criança se relaciona com os pais? E com as outras crianças? Como a criança brinca? Dentre outros...
Além de investigar todos estes aspectos, a linguagem da criança também deve ser avaliada de forma
minuciosa. Ou seja, quando falamos em linguagem, várias habilidades estão envolvidas neste processo
dinâmico e complexo.
As alterações de linguagem e fala na infância são influenciadas por múltiplos fatores. Esses fatores
podem ser considerados como agravantes no processo de desenvolvimento da criança. Portanto, os
profissionais que acompanham a criança devem estar atentos, são eles:
Desnutrição;
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PROMOÇÃO DA SAÚDE FONOAUDIOLÓGICA
Gemelaridade
Intercorrências perinatais.
Síndromes genéticas
Além dos fatores de risco, os profissionais devem ficar atentos aos sinais de alerta que a criança pode
apresentar durante o desenvolvimento, que indicam um possível atraso no desenvolvimento da lingua-
gem, devendo esta ser encaminhada imediatamente para uma avaliação fonoaudiológica.
Não é possível entender 50% do que a criança fala por volta dos 3 anos;
Com 5 anos ainda faz trocas na fala que prejudicam entender o que diz;
Acalasia (Acalasia)
A motilidade esofágica também pode ser perturbada por doenças sistêmicas como
Muitas doenças generalizadas da função neuromuscular (p. ex., miastenia grave, esclerose lateral
amiotrófica, acidente vascular encefálico, doença de Parkinson) podem afetar a deglutição, mas nor-
malmente não são classificadas como distúrbios da motilidade esofágica.
Os sintomas dependem da causa, mas geralmente incluem dificuldade para deglutir (disfagia), dor to-
rácica e/ou azia.
A avaliação depende dos sintomas manifestados pelo paciente e pode incluir endoscopia GI alta, eso-
fagograma com bário, manometria esofágica e/ou testes relacionados com refluxo e ácido (Procedi-
mentos diagnósticos e terapêuticos gastrointestinais).
Todos os seres vivos realizam movimentos de maneira não voluntária. Este fenômeno é chamado de
motilidade. Trata-se de um termo apropriado da biologia que se relaciona aos movimentos espontâneos
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e automáticos que ocorrem em qualquer organismo vivo, como uma célula, um órgão interno como o
intestino de um mamífero ou um espasmo de tipo muscular.
O conjunto de movimentos que ocorrem no interior do tubo digestivo é conhecido como motilidade
digestiva. Existem dois tipos de contrações digestivas: as tônicas e as fásicas. As primeiras são con-
trações que se mantêm ao longo do tempo e podem ser de alta ou baixa pressão (o movimento do
esfíncter é um exemplo de alta pressão e o movimento do cólon ou dos sucos gástricos são exemplos
de baixa pressão). As contrações fásicas são variáveis e se produzem em vários períodos (o período
interdigestivo e a fase digestiva). A motilidade cerebral nos pacientes com Parkinson
O dano cerebral que ocorre entre as pessoas afetadas pelo Parkinson afeta negativamente a sua mo-
bilidade. Para reduzir estes efeitos existem tratamentos projetados para restabelecer a normalidade
dos movimentos corporais. Neste sentido, os neurologistas pesquisam técnicas para recuperar a moti-
lidade neuronal e reverter os processos degenerativos.
Nos Espermatozoides
Em seu percurso até o ovo, os espermatozoides realizam movimentos com intensidade variável. Aque-
les que têm baixa motilidade não podem alcançar o óvulo para ser fecundado. Neste sentido, a mobili-
dade do sêmen é um fator determinante para que ocorra a gravidez. Nas técnicas de fertilização in vitro
são analisados todos os fatores relacionados com os movimentos dos espermatozoides, como a mobi-
lidade progressiva, o tipo de movimento e a velocidade.
Em Relação À Vista
Com nossos olhos realizamos movimentos de maneira voluntária. No entanto, certos movimentos ocu-
lares ocorrem totalmente de maneira involuntária. Os dois tipos de movimentos dependem dos circuitos
neuronais do cérebro. Os movimentos oculares automáticos visam compensar os movimentos da ca-
beça.
Durante algumas fases do sono os olhos também se movem involuntariamente. Especificamente, isto
ocorre na REM assim chamada, cuja sigla em inglês se refere ao movimento rápido dos olhos durante
a fase de sono profundo (na fase não REM do sono não existe nenhum tipo de movimento ocular).
Motricidade orofacial é o ramo da fonoaudiologia responsável pelo tratamento de disfunções relaciona-
das à articulação temporomandibular, mastigação, sucção e deglutição, que são as chamadas funções
estomatognático.
Muitas vezes o paciente sente fortes dores de cabeça que irradiam para o ombro e pescoço, busca
diversos tratamentos e não obtém resultados.
A fonoaudiologia tem como um de seus objetivos o restabelecimento destas funções visando o equilí-
brio oromiofuncional. O trabalho da fonoaudiologia visa sobretudo prevenir, habilitar ou reabilitar as
funções estomatognáticas.
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PROMOÇÃO DA SAÚDE FONOAUDIOLÓGICA
Sendo assim, devemos sempre levar em consideração a tão discutida relação forma x função. Priori-
dade é a ortodontia, quando a forma está interferindo na função. Prioridade é o tratamento fonoaudio-
lógico, quando as funções estão interferindo na forma.
Por isso, a parceria entre fonoaudiologia e ortodontia é fundamental quando possibilita a discussão de
casos, cabendo aos profissionais envolvidos analisarem as prioridades de tratamento para cada paci-
ente.
A fonoaudiologia é, realmente, uma grande aliada da ortodontia, sendo que ambas as partes tem como
objetivo principal o resultado que pode ser resumido num sistema estomatognático equilibrado, estável
e uma face mais harmoniosa do ponto de vista estético.
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