Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
COMUNICAÇÃO E MARKETING
CCM
Andressa Miranda
Arthur Lobo
Dezembro, 2023
Hollywood, uma das principais indústrias cinematográficas globais, viveu sua
época de ouro nas décadas de 30 e 40, impulsionada pelos grandes estúdios e pela
introdução do som. Além de ser um negócio lucrativo, o cinema serviu como forma
de entretenimento, veículo de propaganda ideológica e política. O "Star System"
consolidou-se, elevando estrelas a ícones que personificavam o prestígio de
Hollywood. Durante essa era dourada, foram produzidos clássicos como "Inimigo
Público", "King Kong", "O Picolino", "Ritmo Louco" e "Cidadão Kane". Na década de
50, apesar de filmes notáveis como "Sinfonia de Paris" e "Ben Hur", Hollywood
começou a declinar devido a fatores como as Leis Anti-Trust, o Macartismo, o
envelhecimento estético e temático do cinema, e a ascensão da televisão.
Então, durante a década de 60, Hollywood passou por um de seus piores
momentos na história do cinema. Apesar de haver pouquíssimos clássicos como
Psicose, Amor, Sublime Amor e A Noviça Rebelde, os filmes e suas formas já não
atraiam mais as pessoas, e consequentemente, a indústria passava por uma crise
de consumo. A indústria chegava a perder mais de 200 milhões de dólares por ano.
Reflexo disso também era a situação que o país passava nesta década de 60.
Guerra Fria, protestos contra a guerra do Vietnã, movimento hippie, luta pelos
direitos civis, movimento dos panteras negras, ondas feministas e ascensão de uma
nova esquerda estudantil, eram também fatores que agravaram esta crise na
indústria cinematográfica e mudavam a forma como as próprias pessoas encaravam
aspectos de suas vidas e da sociedade na qual estavam inseridos. Logo, as
pessoas não queriam mais ir para os cinemas ver as mesmas velhas histórias que
já estavam acostumadas e que nada agregam para eles.
Contudo, com este declínio de Hollywood e consequentemente, a perda de
dominância do mercado global, filmes de fora deste eixo, de alguns lugares
europeus, orientais e asiáticos ficaram em mais destaque no eixo comercial e social,
fazendo muito sucesso com a crítica e público, sendo que muitos deles surgiram
contra a indústria estadunidense. Itália, Inglaterra como refúgio dos filmes
estadunidenses, Japão, França com a nouvelle vague, República Tcheca com a
nouvelle vague tcheca, Suécia com os filmes do Bergman e a União Soviética com a
Nouvelle Vague Soviética.
Logo, é interessante perceber que este movimento que acontecia ao redor do
globo, veio a surgir só nos anos 70 nos Estados Unidos, conhecido como
movimento contracultura. Enquanto uma década antes, sua inimiga durante a
Guerra Fria, já havia passado por um movimento cinematográfico importante
chamado de Nouvelle Vague Soviética. Portanto, neste trabalho, buscamos analisar
o contexto histórico e político da União Soviética durante a década de 60 junto da
Nouvelle Vague Soviética, além de aprofundar no cinema de um dos cineastas mais
influentes da história do cinema, Andrei Tarkovski, que surgiu durante este mesmo
movimento.
Durante a Era Stalin, a indústria cinematográfica soviética passou por um
período que denominaram de malokartine, que era a fome de filmes, o cine anemia.
O qual, por conta de políticas e projetos culturais escassos durante o final da
década de 40 e início de 50, o número de filmes produzidos por ano não passava de
15 filmes. O próprio ministro do Cinema da época, Bolshakov, defendia a produção
de menos filmes para se ter uma maior qualidade neles. Entretanto, os filmes
produzidos durante a Era Stalin eram bastante propagandísticos e serviam o que
Stalin queria. Os filmes seguiam a cartilha do Realismo Socialista, imposto por
Stalin, que não passavam de biografias do Stalin, que o colocavam em um pedestal
como herói, intocável e salvador.
WELD, Sara Pankenier. The Child’s Eye View of War in Ivan’s Childhood (2020).
Oxford University.
https://academic.oup.com/edinburgh-scholarship-online/book/40129/chapter-abstract
/341329426?redirectedFrom=fulltext