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PÓLO TERESÓPOLIS/RJ
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
ANÁLISE DO ARTIGO:
Capas, Espadas e Sandálias: o mundo antigo por meio
das telas
Revista Mundo Antigo – Ano V, V. 5, N° 10 – junho – 2016 – ISSN 2238-8788
TERESÓPOLIS/RJ - 2018
ANÁLISE DO ARTIGO: Capas, Espadas e sandálias: o mundo antigo por meio
das telas1
1 Menezes, Vitor Henrique da Silva - Revista Mundo Antigo – Ano V, V. 5, N° 10 – junho – 2016 – ISSN 2238-
8788, Pág. 1.
2 Ibidem, pág. 2.
3 Ibidem, pág. 1.
4 Ibidem, Pág. 2.
Dentro do primeiro período, que vai do início do século XX à década
de 1940, observamos que, “foram os italianos os primeiros a se
especializarem nas grandes construções cinematográficas sobre a
Antiguidade no geral, e acerca dos antigos romanos em particular
(ESPAÑA, 2013, p. 46)”5. Estes filmes tinham uma ideia meio nostálgica
de que o império romano antigo seria um patrimônio da cultura europeia,
e principalmente da Itália.
O autor, citando (PÉREZ & MORENO, 2004, p. 277), nos diz que
“os filmes aos poucos começaram a tomar características bélicas e
patrióticas e buscaram legitimar ou justificar a invasão do norte da África
e a participação italiana na Guerra Civil espanhola” 6 e nos dá como
exemplo o filme “... Cabiria que se utilizou da última Guerra Púnica e do
triunfo de Roma sob Cartago como metáfora do desejo italiano de criar
um novo império no norte da África”7.
Para auxiliar na construção da teoria de que os italianos do século
XX seriam os continuadores de uma missão civilizadora que inicialmente
fora levada a cabo pela Roma Antiga, os filmes Cipião, o Africano, e
Condottieri, surgem no contexto do imperialismo e fascismo italiano.
O fascismo exaltou o ditador italiano Mussoline por meio de
personagens da Roma Antiga e, em relação a cinematografia, o visual e
os roteiros, surgiram recheados de diálogos que lembravam os discursos
que este líder italiano pronunciava ao povo.
Após a era fascista de Mussoline, os filmes continuaram a exibir os
ideais políticos, ideológicos e culturais de seu tempo, constituindo assim
“um eficaz instrumento de propaganda política e ideológica destinados
em particular a aumentar a moral da população nos anos difíceis do pós-
guerra” Francisco Alonso (2013, p. 93). Destaca-se desta época os filmes
Fabíola e Os últimos dias de Pompeia.
5 Ibidem, pág. 2.
6
Ibidem, Pág. 4.
7 Ibidem, Pág. 4.
8 Ibidem, Pág. 6,7.
despotismo imperial romano com o imperialismo da extinta União
Soviética.
Para mais um exemplo de relação cinematográfica com o contexto
histórico deste período, podemos tomar o filme Spartacus que retrata a
revolta de escravos que ocorreu entre 73 e 71 a.C trazendo várias
referências da situação política dos Estados Unidos naqueles anos. O
filme apresenta uma suposta bissexualidade do general romano Crassus
para tentar provar uma sociedade romana decadente e como contraposto,
apresentar e retratar o cristianismo como o redentor de uma sociedade
pagã.
9
Ibidem. Pág. 12
10
Ibidem, Pág. 13
11
Ibidem, pág. 15.
serem perceptíveis, as novas produções possuem suas próprias
particularidades”12.
Como resultado de uma nova concepção na compreensão das
relações de gênero, os filmes desta época, ao contrário das décadas de
1950 e 1960, passaram a não mais apresentar mocinhas donzelas e sim,
passaram a apresentar mulheres “guerreiras (como a Genebra de O Rei
Arthur; Naevia de Spartacus), intelectuais (como Hipátia do filme
Alexandria), de grande perspicácia política (como a rainha Gorgo de 300;
Átia de Roma), e dispostas e lutarem para proteger sua família (como
Lucila de Gladiador)”13.
As mulheres sensuais, vilãs e pagãs de antes, agora são mostradas
usando dois novos “ingredientes”, força bélica e sabedoria. Da utilização
de força bélica, destaca-se: Etain de Centurião; Artemísia do filme 300 –
A ascensão do Império e como detentoras de sabedoria: Olímpia de
Alexandre e Lucretia de Spartacus. “As sexualidades dessas personagens
continuam presentes, mas as suas representações possuem diferenças
quando comparadas com as de outrora”14.
Pode-se entender que esta mudança aconteceu porque as
abordagens historiográficas sofreram duras críticas de historiadoras
feministas que, procuraram debater o papel das mulheres na História.
Outra mudança nestes novos pepluns se dá com os personagens
masculinos que não se tornaram em anti-heróis, mas, que como outrora
deixaram de ser os heróis perfeitos, ter atitudes nobres, virtuosas ou
sábias e também passaram a ser apresentados como homossexuais ou
bissexuais. Como destaque “Não sem muita polêmica, a título de
exemplo, o filme Alexandre trouxe insinuações de uma relação
homoafetiva entre o protagonista Alexandre (Collin Farrell) e seu amigo
Heféstion (Jared Leto)”15.
Outra mudança que o autor destaca, se encontra no fato de que os
protagonistas das décadas de 1950 e 1960 eram homens mais velhos e
duros que lutavam em favor de um bem maior. Os personagens dos anos
2000, são jovens, corpos sarados que lutam por vingança. A exemplo,
temos “Perseu de Fúria de Titãs, Dastan de Príncipe da Pérsia, Teseu de
Imortais, o Hércules de Renny Harlin, Spartacus de Spartacus, entre
outros)”16.
A individualidade destes personagens também contrasta com os
personagens de outrora que apresentavam um sentimento de
coletividade.
Outra analogia é traçada em filmes como Fúria de Titãs, Imortais,
Hércules, Pompeia e a série Spartacus, as quais os “críticos de cinema
atribuem o sucesso de tal gênero à popularidade do MMA (Artes Marciais
12
Ibidem, pág. 15.
13
Ibidem, pág. 17.
14
Ibidem, pág. 17
15
Ibidem, pág. 18,19.
16
Ibidem, pág. 20.
Mistas), lutas cuja ‘estilo’ remontaria aos tempos greco-romanos”17 e
muito sucesso nas tevês de hoje em dia.
17
Ibidem, pág. 21.