Você está na página 1de 68

ESTRATÉGIA VESTIBULARES

EXTENSIVO

ENEM
2023
Aula 13 – Geometria Plana - Parte 1.

Exasi
u
Prof. Andrew Cazé

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 1


vestibulares.estrategia.com
ESTRATÉGIA VESTIBULARES

SUMÁRIO

1. GEOMETRIA EUCLIDIANA PLANA 6

1.1. Noções Primitivas 6

1.2. Ponto 6

1.3. Reta 6

1.4. Plano 7

1.5. Postulados de Euclides 7

2. RETAS 8

2.1. Retas concorrentes 8

2.2. Retas paralelas 8

2.3. Retas reversas 9

3. SEGMENTO DE RETA 9

3.1. Segmentos Congruentes 10

3.2. Segmentos Colineares 10

3.3. Segmentos Consecutivos 11

3.4. Segmentos Adjacentes 11

3.5. Ponto Médio de um Segmento 11

4. ÂNGULOS 12

4.1. Região Convexa e Região Côncava 12

4.2. Definição de Ângulo 13

4.3. Ângulo Adjacente 14

4.4. Ângulos Consecutivos 15

4.5. Ângulos Opostos pelo Vértice 16

4.6. Ângulo Reto, Agudo, Obtuso e Raso 17

4.7. Ângulo Complementar, Suplementar, Replementar e Explementar 17

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 2


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

5. MEDIDAS ANGULARES 18

5.1. Grau 19

5.2. Grado 19

5.3. Radiano 20

5.4. Conversão de unidades de medida 22

5.5. Bissetriz 23

6. TRIÂNGULOS 27

6.1. Classificação dos Triângulos quanto aos lados 27

6.2. Classificação dos Triângulos Quanto aos ângulos 28

7. CEVIANAS 28

7.1. Altura 29

7.2. Mediana 29

7.3. Bissetrizes interna e externa 29

7.4. Condição de Existência do Triângulo 30

8. CONGRUÊNCIA DE TRIÂNGULOS 30

8.1. Postulado 𝑳𝑨𝑳 (lado-ângulo-lado) 31

8.2. Teorema 𝑨𝑳𝑨 (ângulo-lado-ângulo) 31

8.3. Teorema 𝑳𝑳𝑳 (lado-lado-lado) 32

8.4. Teorema 𝑳𝑨𝑨𝟎 (lado-ângulo adjacente-ângulo oposto) 32

9. CONSEQUÊNCIAS DAS CONGRUÊNCIAS 32

9.1. Triângulo Isósceles 32

9.2. Teorema do Ângulo Externo 33

9.3. Desigualdades no Triângulo 34

9.4. Retas Paralelas 34

9.5. Teorema Angular de Tales 35

9.6. Relações Métricas no Triângulo Retângulo 36

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 3


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

10. LUGAR GEOMÉTRICO (LG) 46

10.1. Circunferência 46

10.2. Mediatriz 46

10.3. Bissetriz 47

10.4. Retas Paralelas 47

10.5. Arco Capaz 48

11. TEOREMA DE TALES 51

12. SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS 52

12.1. Teorema Fundamental 53

13. CRITÉRIOS DE SEMELHANÇA 54

13.1. AA (dois ângulos congruentes) 54

13.2. LAL (lado-ângulo-lado) 56

13.3. LLL (lado-lado-lado) 57

14. PROPRIEDADES DOS TRIÂNGULOS 58

14.1. Base Média 58

14.2. Razão de Proporção 60

15. CONSIDERAÇÕES FINAIS 68

16. VERSÕES DAS AULAS 68

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 4


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

INTRODUÇÃO
Começamos aqui uma série de aulas destinadas ao estudo das Geometrias.

Nesta aula, veremos muitos tópicos da Geometria Plana que estão todos interligados.

Ao fortalecer sua base teórica, você terá, ao final, mais condições de enfrentar os
exercícios de geometria – tanto plana quanto espacial ou analítica – pois o entendimento de
forma ampla e prática ajuda muito na hora de interpretar o enunciado e, consequentemente,
encontrar um caminho para a solução.

Nosso foco é na aplicação dos teoremas, postulas e base dentro dos problemas que
você irá enfrentar no vestibular.

Você perceberá que estudar Geometria tem suas peculiaridades e a estratégia de


resolução é um pouco distinta da que utilizamos até agora com a Álgebra. Não que a
Geometria não se apodere de elementos algébricos, muito pelo contrário, mas estes acabam
sendo, por si só, não suficientes para as resoluções geométricas.

Por fim, deixe que os exercícios orientem você sobre o que deve ou não ser
memorizado. A aula é longa e, se você ficar preso em memorizar tudo o que veremos, pode
comprometer seu cronograma de estudos sem que isso seja um diferencial competitivo no
vestibular.

Por ser um assunto muito longo, dividiremos o tema em duas aulas, Parte 1 e Parte 2.

Nesta primeira parte, excepcionalmente, não teremos o bloco de questões de vestibulares


e deixaremos isso para o encerramento da Parte 2, pois é nesse ponto que teremos nossa
teoria alinhada para a resolução problemas de forma mais ampla.

Até lá, teremos uma concentração maior de questões de fixação durante a teoria, para
que você consiga absorver paulatinamente as características peculiares da Geometria Plana.

Dúvidas? Já sabe, não as deixe sem solução. Se precisar de ajuda com elas, poste-as no
fórum. Estamos aqui para auxiliá-lo.

Boa aula!

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 5


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

1. Geometria Euclidiana Plana

A geometria euclidiana, também conhecida como geometria plana, é a parte da


matemática que estuda a construção e propriedades de figuras planas como triângulos,
circunferência, quadriláteros etc.
Antes de iniciar, devemos aprender as noções primitivas de ponto, reta e plano e os
postulados que relacionam esses entes geométricos.

1.1. Noções Primitivas


As noções primitivas são conhecimentos comuns, apresentados sem uma
definição formal ou prova elementar. Veremos, em nosso curso, três itens dessa categoria:
ponto, reta e plano.

1.2. Ponto
Representamos o ponto por letras maiúsculas do alfabeto: 𝐴, 𝐵, 𝐶, 𝐷, 𝐸, …
Devemos entender o ponto como a menor parte dos entes geométricos. Ele é adimensional.

1.3. Reta
Usamos as letras minúsculas do alfabeto para representar uma reta: 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑, … A reta é
o ente geométrico cujas extremidades não possuem limites, ela é contínua em ambos os lados.
Por esse motivo, podemos usar setas para indicar a continuidade da reta nos dois sentidos.
̅̅̅̅ é um segmento de reta.
No exemplo abaixo, temos as retas 𝑟, 𝑠, 𝑡. No caso da reta 𝑡, 𝐴𝐵

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 6


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

1.4. Plano
Usualmente, representamos o plano com letras minúsculas gregas: 𝛼, 𝛽, 𝛾, … Assim
como a reta, ele deve ser entendido como um plano ilimitado sem bordas que o limite.

1.5. Postulados de Euclides


Postulados, também conhecidos como axiomas, são proposições também primitivas,
portanto, são independentes de demonstração. Para o andamento de nosso curso, precisamos
conhecer, especificamente, os Postulados de Euclides, pois são necessários para a nossa
construção de conhecimento para resolver os exercícios de vestibular que enfrentaremos.
Postulados de Euclides:

Postulado I: Dados dois pontos distintos, existe uma única reta que os une.
Postulado II: Qualquer segmento de reta pode ser prolongado a uma reta.
Postulado III: Dados um ponto qualquer e uma distância qualquer, pode-se
construir uma circunferência cujo centro é o ponto dado e o raio é a distância dada.
Postulado IV: Todos os ângulos retos são iguais.
Postulado V: Se uma reta, interceptando duas outras, forma ângulos internos de
um mesmo lado cuja soma é menor do que dois ângulos retos, então estas duas

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 7


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

retas, se prolongadas indefinidamente, se encontram no lado onde estão os ângulos


cuja soma é menor do que dois ângulos retos.

2. Retas
Já vimos o que é uma reta e como essa ideia e aceita como uma noção primitiva.
Vejamos, a partir de agora, algumas situações especiais e a nomenclatura correspondente.

2.1. Retas concorrentes


Duas retas distintas são concorrentes se, e somente se, elas têm um único ponto
comum.

𝑟 ∩ 𝑠 = {𝑃}

2.2. Retas paralelas


Se as retas 𝑟 e 𝑠 são paralelas entre si, então 𝑟 ∩ 𝑠 = ∅. Simbolicamente, 𝑟//𝑠 representa
que a reta 𝑟 é paralela à reta 𝑠. Temos duas possibilidades para 𝑟//𝑠:
1) 𝑟 e 𝑠 são coincidentes:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 8


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

2) 𝑟 e 𝑠 são distintas:

2.3. Retas reversas


Duas retas são reversas se, e somente se, não pertencem a um mesmo plano.

(𝑟 e 𝑠 são reversas) ⇔ (∄𝛼 tal que 𝑟, 𝑠 ⊂ 𝛼 e 𝑟 ∩ 𝑠 = ∅)


Perceba que retas reversas não se interceptam e não podem ser paralelas entre si.

3. Segmento de Reta
Vimos que um segmento de reta é uma parte de uma reta e que a reta é infinita por
definição. Vamos estudar as notações usuais para os diferentes tipos de retas:
⃡ :
Reta 𝐴𝐵

̅̅̅̅ :
Segmento de reta 𝐴𝐵

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 9


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Semirreta 𝐴𝐵 :

Semirreta 𝐵𝐴:

Usualmente, representamos a medida do segmento ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ ) ou simplesmente


𝐴𝐵 por 𝑚𝑒𝑑(𝐴𝐵
𝐴𝐵.

3.1. Segmentos Congruentes


Dois segmentos de reta são congruentes quando eles possuem as mesmas medidas.
Usamos o símbolo ≡ para indicar a congruência.
Exemplo:
̅̅̅̅
𝐴𝐵 ≡ ̅̅̅̅
𝐶𝐷

3.2. Segmentos Colineares


Dois segmentos de reta são colineares quando eles pertencem a uma mesma reta
suporte.
Exemplo:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 10


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

3.3. Segmentos Consecutivos


Dois segmentos de reta são consecutivos quando eles possuem uma extremidade
comum.
Exemplo:
̅̅̅̅ ̅̅̅̅ são consecutivos
𝐴𝐵 e 𝐵𝐶

3.4. Segmentos Adjacentes


Dois segmentos de reta são adjacentes quando são colineares e consecutivos e
possuem apenas uma extremidade comum.
Exemplo:

̅̅̅̅ ̅̅̅̅ são adjacentes, pois possuem apenas o ponto 𝐵 comum:


𝐴𝐵 e 𝐵𝐶
̅̅̅̅ ∩ 𝐵𝐶
𝐴𝐵 ̅̅̅̅ = {𝐵}

𝑀𝑁 e 𝑁𝑃 não são adjacentes, pois possuem mais de uma extremidade em comum:

̅̅̅̅̅ ∩ 𝑁𝑃
𝑀𝑁 ̅̅̅̅ = 𝑁𝑃
̅̅̅̅

3.5. Ponto Médio de um Segmento


̅̅̅̅ quando 𝐴𝑀
Um ponto 𝑀 é chamado de ponto médio de um segmento 𝐴𝐵 ̅̅̅̅̅ ≡ 𝑀𝐵
̅̅̅̅̅ e 𝑀
está entre 𝐴 e 𝐵.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 11


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Atenção, o ponto médio do segmento ̅̅̅̅


𝐴𝐵 é único.

1. 𝑃, 𝑄 e 𝑅 são pontos colineares, determine 𝑃𝑅, sendo 𝑃𝑄 = 20 𝑐𝑚 e 𝑄𝑅 = 12 𝑐𝑚.


Comentários:
Temos duas possibilidades:
1)

𝑃𝑅 = 20 + 12 = 32
2)

𝑃𝑅 = 20 − 12 = 8

Gabarito: 𝑷𝑹 = 𝟑𝟐 𝒐𝒖 𝟖

4. Ângulos

4.1. Região Convexa e Região Côncava


Um conjunto de pontos é convexo se, e somente se, para todo par de pontos 𝐴 e 𝐵 do
̅̅̅̅ está inteiramente contida no conjunto. Caso contrário, esse conjunto
conjunto, o segmento 𝐴𝐵
de pontos é côncavo.
Exemplos:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 12


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝑹 é 𝒄𝒐𝒏𝒗𝒆𝒙𝒂 ⇔ (∀𝑨, 𝑩 ∈ 𝑹 𝒆 𝑨 ≠ 𝑩 → ̅̅̅̅


𝑨𝑩 ⊂ 𝑹)

Perceba que para os conjuntos 𝑅1 e 𝑅2 , todos os pontos 𝐴 e 𝐵 dentro desses conjuntos


estão inteiramente contidos no conjunto. Isso não ocorre para os conjuntos 𝑅3 e 𝑅4 . Logo, os
conjuntos 𝑅1 e 𝑅2 são convexos e os conjuntos 𝑅3 e 𝑅4 são côncavos.
Usando símbolos matemáticos:

̅̅̅̅ ⊄ 𝑹)
𝑹 é 𝒄ô𝒏𝒄𝒂𝒗𝒂 ⇔ (∃𝑨, 𝑩 ∈ 𝑹 𝒆 𝑨 ≠ 𝑩 → 𝑨𝑩

4.2. Definição de Ângulo


Chamamos de ângulo a figura formada por duas semirretas não colineares de mesma
origem.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 13


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

O ponto 𝑂 é o vértice do ângulo e as semirretas 𝑂𝐴 e 𝑂𝐵 são os lados do ângulo.


Perceba que, caso as semirretas não sejam opostas, o ângulo determina duas regiões
angulares, um convexo e um côncavo.
A região interna do ângulo 𝑅1 é convexa e a região externa 𝑅2 é côncava. 𝛼 é a notação
usada para representar o ângulo da região convexa e 𝛽 é o ângulo da região côncava.
Também podemos usar a notação 𝛼 = 𝐴Ô𝐵 = Ô.

4.3. Ângulo Adjacente


Dois ângulos são adjacentes se, e somente se, não tem pontos internos comuns.
Exemplos:

𝐴Ô𝐵 e 𝐵Ô𝐶 são adjacentes

𝐴Ô𝐵 e 𝐴Ô𝐶 não são adjacentes, pois 𝐴Ô𝐵 possui pontos internos comuns com 𝐴Ô𝐶

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 14


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

4.4. Ângulos Consecutivos


Dois ângulos são consecutivos se, e somente se, um lado de um deles coincide com o
lado do outro.
Exemplos:

𝐴Ô𝐵 e 𝐵Ô𝐶 são consecutivos, pois possuem o lado 𝑂𝐵 em comum

𝐴Ô𝐷 e 𝐵Ô𝐶 não são consecutivos, pois não possuem lado em comum

𝐴Ô𝐶 e 𝐴Ô𝐵 são consecutivos, pois possuem o lado 𝑂𝐴 em comum.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 15


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

4.5. Ângulos Opostos pelo Vértice


Dois ângulos são opostos pelo vértice quando os lados de um deles são as semirretas
opostas dos lados do outro. Consequentemente, esses ângulos são iguais.
Exemplos:

𝐴Ô𝐵 e 𝐶Ô𝐷 são opostos pelo vértice

Como 𝑂𝐷 é o oposto de 𝑂𝐵 e 𝑂𝐶 é o oposto de 𝑂𝐴, temos 𝐴Ô𝐵 + 𝐴Ô𝐷 = 180° e 𝐶Ô𝐷 +


𝐴Ô𝐷 = 180°, logo 𝐴Ô𝐵 = 𝐶Ô𝐷.

𝐴Ô𝐵 e 𝐶Ô𝐷 não são opostos pelo vértice, pois o lado 𝑂𝐷 não é a semirreta oposta de 𝑂𝐵

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 16


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

4.6. Ângulo Reto, Agudo, Obtuso e Raso

Tipo de Ângulo Condição

Ângulo Agudo < 90°

Ângulo Obtuso > 90°

Ângulo Reto = 90°

Ângulo Raso = 180°

4.7. Ângulo Complementar, Suplementar, Replementar e


Explementar
Aqui, não trataremos de um ângulo em si, mas de uma relação entre dois ângulos, que
chamaremos 𝛼 e 𝛽.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 17


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Classificação para 𝜶 e 𝜷 Condição


Complementares 𝛼 + 𝛽 = 90°
Suplementares 𝛼 + 𝛽 = 180°
Replementares 𝛼 + 𝛽 = 360°
Explementares 𝛼 − 𝛽 = 180°

5. Medidas angulares
Atualmente, temos três unidades de medidas mais famosas: grau, grado e radiano.
Vamos estudar cada uma delas:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 18


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

5.1. Grau
Um grau (1°) é a unidade de medida determinada pela divisão de uma circunferência em
360 partes iguais. Assim, se dividimos uma circunferência no meio, cada arco que obtemos terá
a medida de 180°.

O grau pode ser subdividido em duas outras:


Definimos um minuto por 1′ e ele equivale a 1/60 do ângulo de um grau.
Um segundo é representado por 1′′ e equivale a 1/60 do ângulo de um minuto.
Dessa forma, temos as seguintes relações:

1° 1′
1′ = 𝑒 1′′ =
60 60

1° = 60′ (60 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠)

1′ = 60′′ (60 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠)

As medidas acima são conhecidas como sistema sexagesimal.

5.2. Grado
Um grado (1 𝑔𝑟) é a unidade de medida determinada pela divisão da circunferência em
400 partes iguais. Dessa forma, se dividimos a circunferência no meio, cada arco terá a medida
de 200 𝑔𝑟.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 19


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

5.3. Radiano
Um radiano (1 𝑟𝑎𝑑) é a unidade de medida igual ao comprimento do raio da
circunferência. O comprimento total de uma circunferência é dado por:
𝐶 = 2𝜋𝑟
Onde 𝑟 é o raio da circunferência e 𝐶 é o seu comprimento total.
𝜋, lê-se “pi”, e seu valor numérico é aproximadamente:
𝜋 ≅ 3,14
Então, usando a fórmula:

̂
𝒄𝒐𝒎𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝑨𝑩
̂ =
𝑨𝑩
𝒄𝒐𝒎𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒂 𝒖𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆

̂ como o arco de uma volta completa na circunferência, temos:


E tomando 𝐴𝐵
2𝜋𝑟
̂ =
𝐴𝐵 = 2𝜋
𝑟
Assim, o arco de uma volta completa corresponde a 2𝜋 𝑟𝑎𝑑.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 20


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Veja o exemplo:

2. ̂ mede 10 cm e o raio da circunferência mede 5 cm.


Um arco de circunferência 𝐴𝐵
Calcule a medida do arco em radianos:
Comentários:
Temos a seguinte figura:

Vamos usar a fórmula da medida do arco:


̂
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐴𝐵
̂ =
𝐴𝐵
𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑎𝑖𝑜
10 𝑐𝑚
𝐴𝑂̂𝐵 = = 2 𝑟𝑎𝑑
5 𝑐𝑚

Gabarito: 𝟐 𝒓𝒂𝒅.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 21


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Vimos os três principais tipos de medidas usadas para os ângulos. Podemos estabelecer
a seguinte equivalência entre elas:
2𝜋 𝑟𝑎𝑑 = 360° = 400 𝑔𝑟
A tabela abaixo esquematiza essas relações:

Grau Grado Radiano

360° 400𝑔𝑟 2𝜋 𝑟𝑎𝑑

180° 200𝑔𝑟 𝜋 𝑟𝑎𝑑

5.4. Conversão de unidades de medida


Para converter ângulos em sistemas de medidas diferentes, podemos aplicar a regra de
três. Sendo 𝐺 a medida em graus e 𝑔 a medida em grados, a conversão de graus em radianos
é dada por:
360° − 400 𝑔𝑟
𝐺−𝑔
Aplicando a regra de três, temos:
360𝑔 = 400𝐺
10
𝑔= 𝐺
9
Para converter graus em radianos, podemos usar a mesma ideia. Sendo 𝑟 a medida em
radianos:
360° − 2𝜋 𝑟𝑎𝑑
𝐺−𝑟
360𝑟 = 2𝜋𝐺
𝜋
𝑟= 𝐺
180
Vejamos um exemplo:
Vamos fazer a conversão de 240° em grado e em radianos:
Chamando de 𝑥 e 𝑦 os valores que queremos calcular, temos:
360° − 2𝜋 𝑟𝑎𝑑

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 22


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

240° − 𝑥
Aplicando a regra de três:
360𝑥 = 240 ∙ 2𝜋
4
𝑥= 𝜋 𝑟𝑎𝑑
3
Analogamente para grados:
360° − 400𝑔𝑟
240° − 𝑦
360𝑦 = 240 ∙ 400
800
𝑦= 𝑔𝑟
3

5.5. Bissetriz
Uma semirreta 𝑂𝐶 interna ao ângulo 𝐴Ô𝐵 é bissetriz de 𝐴Ô𝐵 se, e somente se, 𝐴Ô𝐶 ≡
𝐵Ô𝐶. Na prática, a bissetriz é a semirreta localizada internamente na metade do ângulo.
Exemplo:

3. Determine o complemento, suplemento e replemento do ângulo de 37°32′15′′.


Comentários:
Esse ângulo está no sistema sexagesimal.
Seja 𝛼, 𝛽 e 𝛾 o complemento, suplemento e replemento do ângulo dado,
respectivamente.
Dessa forma, temos:
𝛼 = 90° − 37°32′15′′
Escrevendo 90° no sistema sexagesimal:
𝛼 = 89°59′ 60′′ − 37°32′ 15′′

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 23


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝛼 = 52°27′ 45′′
Calculando o suplemento:
𝛽 = 180° − 37°32′15′′
𝛽 = 179°59′ 60′′ − 37°32′15′′
𝛽 = 142°27′ 45′′
Calculando o replemento:
𝛾 = 360° − 37°32′15′′
𝛾 = 359°59′ 60′′ − 37°32′15′′
𝛾 = 322°27′ 45′′

Gabarito:
𝑪𝒐𝒎𝒑𝒍𝒆𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟓𝟐°𝟐𝟕′ 𝟒𝟓′′
𝒔𝒖𝒑𝒍𝒆𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟏𝟒𝟐°𝟐𝟕′ 𝟒𝟓′′

𝒓𝒆𝒑𝒍𝒆𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟑𝟐𝟐°𝟐𝟕′ 𝟒𝟓′′

4. Determine a medida sexagesimal do suplemento do complemento do ângulo de


28,75 𝑔𝑟.
Comentários:
Inicialmente, vamos converter o ângulo de grado para graus:
28,75 𝑔𝑟 − 𝑥
200 𝑔𝑟 − 180°
180
𝑥= ∙ 28,75°
200
𝑥 = 25,875°
Escrevendo 𝑥 no sistema sexagesimal:
1° − 60′
0,875° − 𝑦
𝑦 = 60 ∙ 0,875′ = 52,5′
1′ − 60′′
0,5′ − 𝑧
𝑧 = 60 ∙ 0,5′′ = 30′′
⇒ 𝑥 = 25°52′30′′
Seja 𝛼, o complemento de 𝑥, então:
𝛼 = 90° − 25°52′ 30′′
𝛼 = 89°59′ 60′′ − 25°52′ 30′′

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 24


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝛼 = 64°7′ 30′′
Seja 𝛽, o suplemento de 𝛼:
𝛽 = 180° − 64°7′ 30′′
𝛽 = 179°59′ 60′′ − 64°7′ 30′′
𝛽 = 115°52′ 30′′

Gabarito: 𝟏𝟏𝟓°𝟓𝟐′ 𝟑𝟎′′

5. Determine o menor ângulo formado pelos ponteiros de um relógio às 5ℎ 10𝑚𝑖𝑛.


Comentários:
Temos a seguinte situação:

O ponteiro das horas percorre 30° quando completa 1 hora e o ponteiro dos minutos
percorre 360° quando o ponteiro das horas completa 1 hora. Então, quando o ponteiro das
360
horas percorre 1°, o ponteiro dos minutos percorrerá ( 30 ) ° = 12°.

𝜃 é o ângulo que o ponteiro das horas percorre quando o ponteiro dos minutos percorre
60°.
Usando uma regra de três, temos:
ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 − 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
1° − 12°
𝜃 − 60°

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 25


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

60
𝜃=( ) ° = 5°
12
O menor ângulo formado pelos ponteiros do relógio é dado por:
𝜃 + 90° = 95°

Gabarito: 𝟗𝟓°

6. 𝑂𝑋 e 𝑂𝑌 são as bissetrizes de dois ângulos adjacentes, 𝐴Ô𝐵 e 𝐵Ô𝐶 ambos agudos,


e tais que 𝐴Ô𝐵 − 𝐵Ô𝐶 = 36°. 𝑂𝑍 é a bissetriz do ângulo 𝑋Ô𝑌, calcular o ângulo 𝐵Ô𝑍.
Comentários:
Supondo que 𝑂𝑋 seja bissetriz de 𝐴Ô𝐵 e 𝑂𝑌, bissetriz de 𝐵Ô𝐶, temos:
(Poderia ser o contrário, com 𝑂𝑋, bissetriz de 𝐵Ô𝐶 e 𝑂𝑌, bissetriz de 𝐴Ô𝐵. O resultado
seria o mesmo.)

Sejam 𝛼 e 𝛽 os ângulos de 𝐴Ô𝑋 e 𝐵Ô𝑌, respectivamente. Assim, temos:


𝐴Ô𝑋 = 𝐵Ô𝑋 = 𝛼
𝐵Ô𝑌 = 𝐶Ô𝑌 = 𝛽
De acordo com o enunciado:
𝐴Ô𝐵 − 𝐵Ô𝐶 = 36° ⇒ 2𝛼 − 2𝛽 = 36° ⇒ 𝛼 − 𝛽 = 18°
Queremos calcular 𝐵Ô𝑍. Como 𝑂𝑍 é bissetriz de 𝑋Ô𝑌:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 26


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝑋Ô𝑍 = 𝛼 − 𝑥 (𝐼)
𝑋Ô𝑍 = 𝑌Ô𝑍 = 𝛽 + 𝑥 (𝐼𝐼)
Fazendo (𝐼) − (𝐼𝐼):
0=𝛼−𝑥−𝛽−𝑥
𝛼−𝛽
𝑥=
2
18°
𝑥=
2
∴ 𝑥 = 9°

Gabarito: 𝑩Ô𝒁 = 𝟗°

6. Triângulos
Dados três pontos 𝐴, 𝐵 e 𝐶 não colineares, os segmentos ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ e ̅̅̅̅
𝐴𝐵 , 𝐵𝐶 𝐴𝐶 definem o
triângulo 𝐴𝐵𝐶.
Dizemos que 𝐴, 𝐵 e 𝐶 são os vértices do triângulo e os segmentos formados por esses
pontos são os lados do triângulo.

𝑎, 𝑏 e 𝑐 são os lados opostos dos ângulos 𝐴̂, 𝐵̂ e 𝐶̂ , respectivamente.

6.1. Classificação dos Triângulos quanto aos lados


Um triângulo é classificado em:
• Equilátero se, e somente se, todos os seus lados são congruentes.
• Isósceles se, e somente se, possui dois lados congruentes.
• Escaleno se, e somente se, nenhum lado é congruente.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 27


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

6.2. Classificação dos Triângulos Quanto aos ângulos


Um triângulo é classificado em:
• Retângulo se, e somente se, possui um ângulo reto.
• Acutângulo se, e somente se, todos os ângulos internos são agudos.
• Obtusângulo se, e somente se, possui um ângulo obtuso.

7. Cevianas
Definimos como ceviana qualquer reta que passa pelo vértice do triângulo.
Vamos estudar as principais:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 28


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

7.1. Altura
Usualmente, usamos a letra ℎ para denotar a altura de um triângulo. Ela é um segmento
que passa pelo vértice do triângulo e forma um ângulo reto com o lado oposto desse vértice.

̅̅̅̅
𝐴𝐻 é a altura do vértice 𝐴.

7.2. Mediana
A mediana de um triângulo é o segmento que passa pelo vértice e pelo ponto médio do
lado oposto ao vértice.
Na figura abaixo, ̅̅̅̅̅
𝐴𝑀 é a mediana do vértice 𝐴.

7.3. Bissetrizes interna e externa


A bissetriz interna de um triângulo é o segmento que divide o ângulo interno em dois
ângulos congruentes. A bissetriz externa é o segmento que divide o ângulo externo em dois
ângulos congruentes.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 29


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

̅̅̅̅̅
𝐴𝐵𝑖 é a bissetriz interna do Δ𝐴𝐵𝐶 e ̅̅̅̅̅
𝐴𝐵𝑒 é sua bissetriz externa.

7.4. Condição de Existência do Triângulo


P um triângulo 𝐴𝐵𝐶, temos:

𝑎 <𝑏+𝑐

𝑏 <𝑎+𝑐 ⇒𝑏−𝑐 <𝑎

𝑐 <𝑎+𝑏 ⇒𝑐−𝑏 <𝑎

|𝒃 − 𝒄| < 𝒂 < 𝒃 + 𝒄

Essa desigualdade é conhecida como desigualdade triangular e, traduzindo, diz que um


lado não pode ser maior que a soma dos outros dois.

8. Congruência de Triângulos

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 30


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Podemos afirmar que dois ou mais triângulos são congruentes se, e somente se, todos
os lados e ângulos internos deles forem congruentes na mesma ordem.

8.1. Postulado 𝑳𝑨𝑳 (lado-ângulo-lado)


Esse postulado diz que se dois triângulos tiverem dois lados e o ângulo entre esses
lados congruentes, podemos afirmar que esses triângulos são congruentes.

 ≡ Â′
̅̅̅̅̅̅ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′
̅̅̅̅ ≡ 𝐴′𝐵′
{𝐴𝐵
̅̅̅̅ ≡ ̅̅̅̅̅
𝐴𝐶 𝐴′𝐶′

8.2. Teorema 𝑨𝑳𝑨 (ângulo-lado-ângulo)


Se o lado e os ângulos adjacentes de dois triângulos forem congruentes
ordenadamente, podemos afirmar que os triângulos são congruentes.

𝐴𝐶 ≡ ̅̅̅̅̅
̅̅̅̅ 𝐴′𝐶′
̅̅̅̅ ≡ ̅̅̅̅̅̅
{𝐴𝐵 𝐴′𝐵′ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′
̅̅̅̅̅̅
̅̅̅̅ ≡ 𝐵′𝐶′
𝐵𝐶

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 31


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

8.3. Teorema 𝑳𝑳𝑳 (lado-lado-lado)


Se os três lados de dois triângulos são ordenadamente congruentes, esses triângulos
são congruentes.

 ≡ Â′
𝐴𝐵 ≡ ̅̅̅̅̅̅
{̅̅̅̅ 𝐴′𝐵′ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′
̂
𝐵̂ ≡ 𝐵′

8.4. Teorema 𝑳𝑨𝑨𝟎 (lado-ângulo adjacente-ângulo oposto)


Se dois triângulos tiverem o lado, ângulo adjacente e ângulo oposto desse lado
congruentes, então esses triângulos são congruentes.

 ≡ Â′
{ 𝐵̂ ≡ 𝐵′̂ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′
̅̅̅̅̅̅
̅̅̅̅ ≡ 𝐵′𝐶′
𝐵𝐶

9. Consequências das congruências

9.1. Triângulo Isósceles

Sabemos que um triângulo 𝐴𝐵𝐶 é isóscele se, e somente se, possui dois lados iguais.
Seja Δ𝐴𝐵𝐶 isósceles com 𝐴𝐵 = 𝐴𝐶. Traçando-se a bissetriz no vértice 𝐴, temos:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 32


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Como 𝐴𝐷 é a bissetriz do vértice 𝐴, temos 𝐵Â𝐷 = 𝐶Â𝐷.


Como ̅̅̅̅
𝐴𝐷 é mediana e altura ao mesmo tempo, temos por definição que ̅̅̅̅
𝐴𝐷 é mediatriz
̅̅̅̅ são equidistantes
do triângulo 𝐴𝐵𝐶. Perceba que todos os pontos da mediatriz do segmento 𝐵𝐶
das extremidades 𝐵 e 𝐶. Então, se não soubéssemos que o triângulo 𝐴𝐵𝐶 era isósceles, pelo
fato do segmento 𝐴𝐷 ser mediatriz, poderíamos afirmar que ele é isóscele.
Isso pode ser provado pelo postulado 𝐿𝐴𝐿:
𝐵𝐷 ≡ 𝐷𝐶
̂ 𝐴 ≡ 𝐶𝐷
{𝐵𝐷 ̂ 𝐴 ⇒ Δ𝐵𝐷𝐴 ≡ Δ𝐶𝐷𝐴 ⇒ 𝐴𝐵 = 𝐴𝐶
𝐷𝐴 ≡ 𝐷𝐴

9.2. Teorema do Ângulo Externo


O Teorema do Ângulo Externo diz que:
Um ângulo externo de um triângulo é maior do que qualquer um dos ângulos internos
não adjacente.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 33


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝛾′ > 𝛼

𝛾′ > 𝛽

9.3. Desigualdades no Triângulo


Dado o triângulo 𝐴𝐵𝐶 abaixo, temos:

𝒂>𝒃>𝒄⇔𝜶>𝜷>𝜸

Podemos afirmar que o maior ângulo possui o maior lado oposto.

9.4. Retas Paralelas


Sejam as retas 𝑟, 𝑠, 𝑡 dadas tal que 𝑟//𝑠 e 𝑡 cruza as outras duas. Os ângulos formados
pelo cruzamento de 𝑡 com 𝑟 e 𝑠 possuem uma relação entre eles, veja:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 34


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Os ângulos 𝛼1 , 𝛼2 , 𝛼3 , 𝛼4 são congruentes e os ângulos 𝛽1 , 𝛽2 , 𝛽3 , 𝛽4 são congruentes.


𝛼1 ≡ 𝛼2 ≡ 𝛼3 ≡ 𝛼4
𝛽1 ≡ 𝛽2 ≡ 𝛽3 ≡ 𝛽4
Esses ângulos recebem as seguintes denominações:

Par de
Classificações
ângulos
𝛼2 𝑒 𝛼3
Alternos internos
𝛽2 𝑒 𝛽3
𝛼1 𝑒 𝛼4
Alternos externos
𝛽1 𝑒 𝛽4
𝛼2 𝑒 𝛽3
Colaterais internos
𝛽2 𝑒 𝛼3
𝛼1 𝑒 𝛽4
Colaterais externos
𝛼4 𝑒 𝛽1

9.5. Teorema Angular de Tales


I) A soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180°.

𝜶 + 𝜷 + 𝜸 = 𝟏𝟖𝟎°

II) O ângulo externo de um triângulo é igual à soma dos dois ângulos internos não
adjacentes a ele.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 35


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝜽=𝜶+𝜷

9.6. Relações Métricas no Triângulo Retângulo

Relações métricas no triângulo retângulo

(𝐼) 𝑏 2 = 𝑎𝑛

(𝐼𝐼) 𝑐 2 = 𝑎𝑚

(𝐼𝐼𝐼) ℎ2 = 𝑚𝑛

(𝐼𝑉) 𝑏𝑐 = 𝑎ℎ

(𝑉) 𝑏ℎ = 𝑐𝑛

(𝑉𝐼) 𝑐ℎ = 𝑏𝑚

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 36


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

(𝑉𝐼𝐼) Pitágoras 𝑎2 = 𝑏 2 + 𝑐 2
1 1 1
(𝑉𝐼𝐼𝐼) 2
= 2+ 2
ℎ 𝑏 𝑐

7. Sabendo-se que 𝑟//𝑠//𝑡, calcule 𝑥.

Comentários:
Usando a propriedades dos ângulos de retas paralelas e ângulos opostos pelo vértice,
temos:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 37


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Pela figura, podemos ver que:


127° − 𝑥 = 35°
𝑥 = 92°

Gabarito: 𝟗𝟐°

8. Dada a figura abaixo e sabendo que 𝑟//𝑠, demonstre que 𝑥 = 𝛼 + 𝛽.

Comentários:
Podemos traçar a reta 𝑡 tal que 𝑡//𝑠//𝑟:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 38


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Usando a propriedade dos ângulos opostos pelo vértice:

Podemos ver pela figura que:


𝑥 =𝛼+𝛽

Gabarito: Demonstração

9. Sabendo que 𝑟//𝑠. Determine o valor de 𝑥.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 39


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Comentários:

Escrevendo os ângulos correspondentes na figura, temos:

Somando os ângulos, temos:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 40


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

2𝑥 + 3𝑥 + 100° = 360°
5𝑥 = 260°
𝑥 = 52°

Gabarito: 𝟓𝟐°

10. Determine 𝑥 e 𝑦:

a)

b)

Comentários:
a)

Usando as relações métricas do triângulo retângulo, temos:


𝑥𝑦 = 3 ∙ 4
Pelo Teorema de Pitágoras:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 41


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝑥 2 = 32 + 42 ⇒ 𝑥 = 5
Substituindo 𝑥 na equação:
5𝑦 = 12 ⇒ 𝑦 = 12/5

b)

Δ𝐴𝐵𝐷 é retângulo
Usando o Teorema de Pitágoras no Δ𝐴𝐵𝐷:
82 = 𝑥 2 + 𝑦 2 ⇒ 𝑥 2 + 𝑦 2 = 64 (𝐼)
Δ𝐴𝐵𝐷~Δ𝐵𝐷𝐶
𝑥 𝑦
= ⇒ 𝑦 2 = 12𝑥 (𝐼𝐼)
𝑦 12
Substituindo (𝐼𝐼) em (𝐼):
𝑥 2 + 12𝑥 − 64 = 0
𝑥 = (−6 ± √100) = −16 𝑜𝑢 4
Como 𝑥 > 0, temos 𝑥 = 4.
Substituindo 𝑥 em (𝐼𝐼 ):
𝑦 2 = 12 ∙ 4
𝑦 = 4√3

Gabarito: a) 𝒙 = 𝟓 𝒆 𝒚 = 𝟏𝟐/𝟓 b) 𝒙 = 𝟒 𝒆 𝒚 = 𝟒√𝟑

11. Determine 𝑥:

a)

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 42


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

b)

Comentários:
a)

Fazendo 𝐴𝐷 = 𝑦 e aplicando o teorema de Pitágoras nos triângulos 𝐴𝐵𝐷 e 𝐴𝐷𝐶:


32 = 𝑥 2 + 𝑦 2 (𝐼)
62 = 𝑦 2 + (𝑥 + 4)2 (𝐼𝐼)
Subtraindo (𝐼𝐼) − (𝐼):
36 − 9 = (𝑥 + 4)2 − 𝑥 2
27 = (𝑥 + 4 − 𝑥)(𝑥 + 4 + 𝑥)
27
= 2𝑥 + 4
4
27 9
𝑥= −2=
8 8

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 43


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

b)

Fazendo 𝐴𝐷 = 𝑦 e aplicando o teorema de Pitágoras:


Δ𝐴𝐵𝐷:
2
(2√5) = 𝑥 2 + 𝑦 2 (𝐼)
Δ𝐵𝐷𝐶:
52 = 𝑥 2 + (5 − 𝑦)2 (𝐼𝐼)
Subtraindo (𝐼𝐼) − (𝐼):
25 − 20 = (5 − 𝑦)2 − 𝑦 2
5 = (5 − 𝑦 − 𝑦)(5 − 𝑦 + 𝑦)
1 = 5 − 2𝑦
2𝑦 = 4
𝑦=2
Substituindo 𝑦 em (𝐼):
20 = 𝑥 2 + 22
𝑥 2 = 16
𝑥=4

Gabarito:
a) 𝒙 = 𝟗/𝟖
b) 𝒙 = 𝟒

12. O Δ𝐴𝐵𝐶 é retângulo em 𝐵 e 𝐶𝐷 = 2 ∙ 𝐵𝐷. Calcule 𝑥.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 44


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Comentários:
Fazendo 𝐴𝐵 = 𝑏 e 𝐵𝐷 = 𝑎, temos 𝐶𝐷 = 2𝑎. Perceba que os triângulos 𝐴𝐵𝐷 e 𝐴𝐵𝐶 são
semelhantes, pois possuem todos os ângulos internos congruentes:

Assim, calculando as razões entre os triângulos:


Δ𝐴𝐵𝐷~Δ𝐶𝐵𝐴
𝐵𝐷 𝐴𝐵
=
𝐴𝐵 𝐵𝐶
𝑎 𝑏
=
𝑏 3𝑎
𝑏 2 = 3𝑎2
𝑏 = √3𝑎
O ângulo 𝑥 é dado por:
𝑎 𝑎 √3
𝑡𝑔𝑥 = = =
𝑏 √3𝑎 3

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 45


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝑥 = 30°

Gabarito: 𝒙 = 𝟑𝟎°

10. Lugar Geométrico (LG)


Lugar Geométrico (LG) é o conjunto de pontos de um plano com uma determinada
propriedade. Nesse capítulo, estudaremos vários desses LGs.
Essa definição de LG também será muito explorada quando estudarmos a Geometria
Analítica, então, fique atento.

10.1. Circunferência
Circunferência é o lugar geométrico dos pontos 𝑃 de um plano que distam 𝑅 de um
ponto fixo 𝑂. Sejam 𝜆, 𝛼, 𝑂 e 𝑅, a circunferência, o plano, o centro e o raio, respectivamente.
Em símbolos, o LG da circunferência pode ser escrito como:
𝜆 = {𝑝 ∈ 𝛼|𝑂𝑃 = 𝑅}

10.2. Mediatriz
Mediatriz é o lugar geométrico dos pontos de um plano que equidistam das
extremidades de um segmento.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 46


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

10.3. Bissetriz
É o lugar geométrico dos pontos de um plano que equidistam de duas retas
concorrentes. Consequentemente, esse LG divide o menor ângulo entre as retas concorrentes
em duas partes iguais.

10.4. Retas Paralelas


Já até utilizamos esse conceito, informalmente. É o lugar geométrico dos pontos que
equidistam 𝑑 de uma reta.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 47


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

10.5. Arco Capaz


É o lugar geométrico dos pontos que “enxergam” o segmento ̅̅̅̅
𝐴𝐵 sob um ângulo 𝛼 dado.

Todos os pontos 𝑃 pertencentes à região vermelha da circunferência são pontos do arco


capaz. Perceba que quando 𝑃 ≡ 𝐴 ou 𝑃 ≡ 𝐵, temos que os segmentos de reta 𝐴𝐴′ e 𝐵𝐵′
tangenciam a circunferência nos pontos 𝐴 e 𝐵, respectivamente. Nesses pontos, eles também
enxergam o segmento ̅̅̅̅
𝐴𝐵 sob um ângulo 𝛼.
Outro ponto a se notar é que toda reta tangente a uma circunferência forma um ângulo
reto com o segmento de reta que liga o ponto de tangência ao centro da circunferência.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 48


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

̂.
Podemos encontrar uma relação entre 𝛼 e o menor arco de 𝐴𝐵
Sabemos que o ângulo do centro da circunferência é igual ao ângulo formado pelo arco
̂.
𝐴𝐵
̂.
Já o ângulo do ponto da circunferência é igual ao ângulo formado pelo arco 𝐴𝐵

̂
𝑨𝑩
𝜶=
𝟐
Além desse caso, temos outros dois:
𝑃 pode estar localizado no interior da circunferência ou 𝑃 pode estar no exterior da
circunferência.
Para o caso de 𝑃 interno à circunferência:

Nesse caso, podemos traçar um segmento de reta paralelo ao segmento ̅̅̅̅


𝐵𝐷 e que
passe por 𝐶:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 49


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Como 𝐸𝐶//𝐵𝐷, temos 𝐸𝐶̂ 𝐴 ≡ 𝐵𝑃̂𝐴 e a medida dos arcos 𝐵𝐸


̂ e 𝐶𝐷
̂ são iguais. Assim,
podemos ver que:
̂ + 𝐵𝐸
𝐴𝐵 ̂
𝛼=
2
̂ + 𝑪𝑫
𝑨𝑩 ̂
∴𝜶=
𝟐
Para o caso de 𝑃 externo à circunferência:

̅̅̅̅ paralelo ao segmento ̅̅̅̅


Vamos construir o segmento de reta 𝐶𝐸 𝐴𝐸 :

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 50


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Como 𝐶𝐸//𝐴𝐷, temos 𝐸𝐶̂ 𝐵 ≡ 𝐴𝑃̂𝐵 e 𝐴𝐸


̂ ≡ 𝐶𝐷
̂ . Desse modo:
̂ − 𝐴𝐸
𝐴𝐵 ̂
𝛼=
2
̂ − 𝑪𝑫
𝑨𝑩 ̂
∴𝜶=
𝟐

11. Teorema de Tales


O Teorema de Tales afirma que dado um feixe de retas paralelas, os segmentos de
retas transversais a estas retas são proporcionais entre si.
Sejam as retas 𝑟1//𝑟2 //𝑟3 //...//𝑟𝑛 e 𝑘 ∈ ℝ∗+ , então:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 51


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝒙𝟏 𝒙 𝟐 𝒙𝒏−𝟏
= =⋯= =𝒌
𝒚𝟏 𝒚 𝟐 𝒚𝒏−𝟏

𝑡1 e 𝑡2 são as retas transversais ao feixe de retas paralelas.

12. Semelhança de Triângulos


Antes e começar, atenção à diferença que existe entre congruência e semelhança.
Quando dois triângulos são congruentes, seus lados têm, além de ângulos internos
congruentes, também seus lados, e na mesma ordem.
Para a semelhança, não há a necessidade referente aos lados e estes passam a ser, em
vez de iguais, proporcionais.
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os ângulos internos são congruentes
e os lados opostos a esses ângulos congruentes são proporcionais entre si. Usamos o símbolo
~ para indicar que dois triângulos são semelhantes.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 52


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝑨 ≡ 𝑨′ , 𝑩 ≡ 𝑩′ , 𝑪 ≡ 𝑪′
′ ′ ′
𝚫𝑨𝑩𝑪~𝚫𝑨 𝑩 𝑪 ⇔ { 𝒂 𝒃 𝒄
= = = 𝒌 ∈ ℝ∗+
𝒂′ 𝒃′ 𝒄′

Definimos 𝑘 como a razão de semelhança dos triângulos semelhantes.

12.1. Teorema Fundamental


Dado o seguinte triângulo 𝐴𝐵𝐶 e a reta 𝑟 que passa por ele nos pontos 𝐷 e 𝐸, temos:

𝒓//𝑩𝑪 ⇔ 𝜟𝑨𝑫𝑬~𝜟𝑨𝑩𝑪

Se a reta 𝑟 for paralela a um dos lados de um triângulo 𝐴𝐵𝐶, o Δ𝐴𝐷𝐸 que ele determina
é semelhante ao Δ𝐴𝐵𝐶.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 53


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Como 𝑟 é paralelo ao lado 𝐵𝐶, temos 𝐵̂ ≡ 𝐷


̂ , 𝐸̂ ≡ 𝐶̂ e  é um ângulo comum aos Δ𝐴𝐵𝐶 e
Δ𝐴𝐷𝐸.
Vamos construir a reta paralela 𝑠 ao lado 𝐴𝐵:

Aplicando o Teorema de Tales nas retas paralelas 𝑟 e 𝐴𝐵:


𝐴𝐷 𝐴𝐸
=
𝐴𝐵 𝐴𝐶
Aplicando o Teorema de Tales nas retas paralelas 𝑠 e 𝐴𝐵:
𝐴𝐸 𝐵𝐹
=
𝐴𝐶 𝐵𝐶
Como 𝐵𝐷𝐸𝐹 é um paralelogramo, temos 𝐵𝐹 = 𝐷𝐸, desse modo:
𝐴𝐷 𝐴𝐸 𝐷𝐸
= =
𝐴𝐵 𝐴𝐶 𝐵𝐶
Portanto, os lados correspondentes dos triângulos são proporcionais e os ângulos
internos são ordenadamente congruentes. Logo, são semelhantes.

13. Critérios de Semelhança

13.1. AA (dois ângulos congruentes)


Se dois triângulos tiverem dois ângulos congruentes, eles serão semelhantes.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 54


ESTRATÉGIA VESTIBULARES


{ Â ≡ Â ′ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴′ 𝐵 ′ 𝐶 ′
𝐵≡𝐵
Supondo que 𝐴𝐵 > 𝐴′𝐵′, podemos construir um triângulo 𝐴𝐷𝐸 no triângulo 𝐴𝐵𝐶 tal que
̂ e 𝐴𝐷 ≡ 𝐴′𝐵′:
̂ ≡ 𝐵′
𝐷

Pelo critério de congruência ALA, podemos afirmar que Δ𝐴𝐷𝐸 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′.


Como 𝐵 ≡ 𝐵′ ≡ 𝐷, temos que ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ , portanto, Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴𝐷𝐸.
𝐷𝐸 //𝐵𝐶

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 55


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Como Δ𝐴𝐷𝐸 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′, temos Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴′𝐵′𝐶′. Logo, são semelhantes.

13.2. LAL (lado-ângulo-lado)


Se dois triângulos tiverem dois lados proporcionais e o ângulo compreendido entre eles
for congruente, então esses triângulos são semelhantes.

 ≡ Â′
{𝑐 𝑏 ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴′ 𝐵 ′ 𝐶 ′
=
𝑐 ′ 𝑏′
Supondo 𝐴𝐵 > 𝐴′𝐵′, vamos traçar o segmento de reta ̅̅̅̅
𝐷𝐸 no triângulo 𝐴𝐵𝐶 tal que 𝐴𝐷 ≡
𝐴′𝐵′ e 𝐴𝐸 ≡ 𝐴′𝐶′:

𝑐 𝑏
Pelo Teorema de Tales, como 𝑐 ′ = 𝑏′, temos que ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ . Então, 𝐷
𝐷𝐸 //𝐵𝐶 ̂ ≡ 𝐵̂ e 𝐸̂ ≡ 𝐶̂ .

̂ e 𝐸̂ ≡ 𝐶′
̂ ≡ 𝐵′
Usando o critério de congruência LAL, temos Δ𝐴𝐷𝐸 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′. Logo, 𝐷 ̂.

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 56


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

̂ e 𝐵̂ ≡ 𝐵′
Portanto, pelo critério de semelhança AA, podemos ver que 𝐴̂ ≡ 𝐴′ ̂ implica

Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴′ 𝐵 ′ 𝐶 ′ .

13.3. LLL (lado-lado-lado)


Se dois triângulos tiverem os lados correspondentes proporcionais entre si, então eles
são semelhantes.

𝑎 𝑏 𝑐

= ′ = ′ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴′𝐵′𝐶′
𝑎 𝑏 𝑐

Supondo que 𝐴𝐵 > 𝐴′𝐵′, podemos traçar o segmento de reta ̅̅̅̅


𝐷𝐸 , tal que 𝐴𝐷 ≡ 𝐴′𝐵′ e
𝐴𝐸 ≡ 𝐴′𝐶′:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 57


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Usando o Teorema de Tales:


𝑐 𝑏
= ⇒ 𝐷𝐸//𝐵𝐶
𝑐 ′ 𝑏′
Então:
̂ ≡ 𝐵̂ e Ê ≡ 𝐶̂ ⇒ Δ𝐴𝐷𝐸~Δ𝐴𝐵𝐶
𝐷
𝑎 𝑏 𝑐
= ′= ′
𝑥 𝑏 𝑐
Da hipótese, temos:
𝑎 𝑏 𝑐
= =
𝑎′ 𝑏 ′ 𝑐 ′
Portanto:
𝑎′ = 𝑥
Δ𝐴𝐷𝐸 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′
∴ Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴′𝐵′𝐶′

14. Propriedades dos triângulos


As seguintes propriedades decorrem da semelhança de triângulos.

14.1. Base Média


Seja 𝐴𝐵𝐶, um triângulo qualquer. Se 𝑀 é o ponto médio do lado 𝐴𝐵 e 𝑁 é o ponto médio
do lado 𝐴𝐶, temos:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 58


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Pelo Teorema de Tales, sendo 𝐴𝑀 = 𝑀𝐵 e 𝐴𝑁 = 𝑁𝐶:


𝐴𝑀 𝐴𝑁
= ⇒ 𝑀𝑁//𝐵𝐶
𝑀𝐵 𝑁𝐶
Desse modo:
𝑀 ≡𝐵e𝑁 ≡𝐶
Pelo critério de semelhança AA, temos:
Δ𝐴𝑀𝑁~Δ𝐴𝐵𝐶
A razão de proporção entre eles é 1/2:
𝐴𝑀 𝐴𝑁 𝑀𝑁 1
= = =
𝐴𝐵 𝐴𝐶 𝐵𝐶 2
Se 𝐵𝐶 é a base do triângulo 𝐴𝐵𝐶, então 𝑀𝑁 é chamado de base média do triângulo
𝐴𝐵𝐶.
Tomando-se 𝑃, o ponto médio do lado 𝐵𝐶 e formando o triângulo 𝑀𝑁𝑃, encontramos:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 59


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Vimos que 𝑀𝑁 é paralelo ao lado 𝐵𝐶, analogamente, para os outros lados, podemos
provar que 𝑁𝑃//𝐴𝐵 e 𝑀𝑃//𝐴𝐶. Então, o triângulo 𝑀𝑁𝑃 é semelhante ao triângulo 𝐴𝐵𝐶 e possui
razão igual a 1/2.

14.2. Razão de Proporção


Se a razão de proporção de dois triângulos é 𝑘, então a razão entre seus elementos
lineares correspondentes é 𝑘. Assim, a razão entre:
- suas alturas é 𝑘;
- suas medianas é 𝑘;
- seus perímetros é 𝑘;
- os raios das circunferências inscritas é 𝑘;
- os raios das circunferências circunscritas é 𝑘;
- dois elementos lineares e homólogos é 𝑘.
Chamamos de perímetro a soma de todos os lados de um triângulo, então para um
triângulo 𝐴𝐵𝐶:

2𝑝 = 𝑎 + 𝑏 + 𝑐

𝑝 é o semiperímetro do triângulo 𝐴𝐵𝐶 e 2𝑝 é o seu perímetro.


Uma circunferência inscrita em um triângulo é uma circunferência que tangencia
internamente os lados do triângulo:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 60


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝐷, 𝐸, 𝐹 são os pontos de tangência da circunferência inscrita ao triângulo 𝐴𝐵𝐶.


𝑟 é o raio da circunferência inscrita.
Perceba que os segmentos de reta que ligam o centro da circunferência aos pontos de
tangência sempre formam um ângulo reto.
Uma circunferência circunscrita a um triângulo é uma circunferência que passa por todos
os vértices do triângulo:

𝑅 é o raio da circunferência circunscrita.


Dizemos que dois elementos são homólogos quando ambos são correspondentes um ao
outro. Por exemplo, tomando-se dois triângulos semelhantes, podemos afirmar que os lados
opostos aos ângulos congruentes são homólogos.

13. Sendo 𝑟, 𝑠, 𝑡 retas paralelas. Calcule o valor de 𝑥:

a)

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 61


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

b)

Comentários:
a)

Pelo teorema de Tales, temos:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 62


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝑥 2
=
3 4
3
𝑥=
2
b)

3 𝑥
=
4 𝑥+3
3𝑥 + 9 = 4𝑥
𝑥=9

Gabarito:
a) 𝒙 = 𝟑/𝟐
b) 𝒙 = 𝟗 c) 𝒙 = 𝟏𝟐

14. Sendo 𝑀𝑁//𝐵𝐶, calcule o valor de 𝑥 na figura abaixo:

Comentários:
Aplicando o teorema de Tales:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 63


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝐴𝑀 𝐴𝑁
=
𝑀𝐵 𝑁𝐶
𝑥 3
=
8 5
24
𝑥=
5

Gabarito: 𝒙 = 𝟐𝟒/𝟓

15. Calcule o valor de 𝑥:

Comentários:
20 𝑥
=
10 15
𝑥 = 30

Gabarito: 𝒙 = 𝟑𝟎

16. Sendo 𝑀𝑁//𝐵𝐶, calcule o valor de 𝑥 na figura abaixo:

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 64


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Comentários:
Como 𝑀𝑁//𝐵𝐶, temos que Δ𝐴𝑀𝑁~Δ𝐴𝐵𝐶:
𝐴𝑁 𝐴𝐶
=
𝑀𝑁 𝐵𝐶
2 2+3
=
𝑥 𝑥+4
2𝑥 + 8 = 5𝑥
8
𝑥=
3

Gabarito: 𝒙 = 𝟖/𝟑

17. (CGTMG/2015) Na figura a seguir, as retas 𝑟, 𝑠, 𝑡 e 𝑤 são paralelas e, 𝑎, 𝑏 e 𝑐


representam medidas dos segmentos tais que 𝑎 + 𝑏 + 𝑐 = 100.

Conforme esses dados, os valores de 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são, respectivamente, iguais a

a) 24, 32 e 44.

b) 24, 36 e 40.

c) 26, 30 e 44.

d) 26, 34 e 40.
Comentários:
Pelo teorema de Tales, temos:
18 24 33 18 + 24 + 33
= = =
𝑎 𝑏 𝑐 𝑎+𝑏+𝑐

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 65


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

18 24 33 75
= = =
𝑎 𝑏 𝑐 100
18 24 33 3
= = =
𝑎 𝑏 𝑐 4
⇒ 𝑎 = 24
⇒ 𝑏 = 32
⇒ 𝑐 = 44

Gabarito: a)

18. (UERJ/2019) Os triângulos 𝐴1 𝐵1 𝐶1 , 𝐴2 𝐵2 𝐶2 , 𝐴3 𝐵3 𝐶3 , ilustrados abaixo, possuem


perímetros 𝑝1 , 𝑝2 , 𝑝3 , respectivamente. Os vértices desses triângulos, a partir do segundo,
são os pontos médios dos lados do triângulo anterior.

Admita que 𝐴1 𝐵1 = 𝐵1 𝐶1 = 7 e 𝐴1 𝐶1 = 4.

Assim, (𝑝1 , 𝑝2 , 𝑝3 ) define a seguinte progressão:

a) aritmética de razão −8.

b) aritmética de razão −6.

c) geométrica de razão 1/2.

d) geométrica de razão 1/4.


Comentários:
Como os vértices dos triângulos internos são os pontos médios de outros triângulos, temos que
cada triângulo terá razão igual a 1/2 do triângulo externo. Desse modo, temos:
𝑝1 = 7 + 7 + 4 = 18
𝑝1 18
𝑝2 = = =9
2 2

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 66


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

𝑝2 9
𝑝3 = =
2 2
Portanto, a sequência (𝑝1 , 𝑝2 , 𝑝3 ) é uma PG de razão 1/2.

Gabarito: c)

19. (IFCE/2016) O triângulo 𝐴𝐵𝐶 tem lados medindo 8 cm, 10 cm e 16 cm, enquanto o
triângulo 𝐷𝐸𝐹, semelhante a 𝐴𝐵𝐶, tem perímetro 204 cm. O maior e o menor dos lados de
𝐷𝐸𝐹 medem, respectivamente,

a) 64 cm e 32 cm.

b) 60 cm e 48 cm.

c) 48 cm e 24 cm.

d) 96 cm e 48 cm.

e) 96 cm e 64 cm.
Comentários:
O enunciado nos diz que os triângulos 𝐴𝐵𝐶 e 𝐷𝐸𝐹 são semelhantes, logo, os lados e os seus
perímetros possuem a mesma razão de proporção. Vamos calcular o perímetro 𝑝𝐴𝐵𝐶 do Δ𝐴𝐵𝐶:
𝑝𝐴𝐵𝐶 = 8 + 10 + 16 = 34
Vamos calcular a razão de proporção entre os triângulos:
𝑝𝐴𝐵𝐶 34 1
= =
𝑝𝐷𝐸𝐹 204 6
Logo, a razão de proporção entre os triângulos é 1/6. Os lados do triângulo 𝐷𝐸𝐹 são dados
por:
8 𝑐𝑚 ⇒ 48 𝑐𝑚
10 𝑐𝑚 ⇒ 60 𝑐𝑚
16 𝑐𝑚 ⇒ 96 𝑐𝑚
Portanto, o maior lado é 96 cm e o menor é 48 cm.

Gabarito: d)

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 67


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

15. Considerações Finais


Nossa, vimos muita coisa nesta aula, não?
No entanto, muito do que vimos você já trazia como bagagem, como definições de
algumas figuras planas e área.
Em nossa próxima aula, daremos seguimento a estes conceitos dentro da Geometria
Plana.
Pratique sempre que possível e revise os conceitos.
Se surgir aquela dúvida, é só perguntar no fórum, ok?
Grande abraço e bons estudos.

Até mais!

16. Versões das Aulas

Caro aluno! Para garantir que o curso esteja atualizado, sempre que alguma
mudança no conteúdo for necessária, uma nova versão da aula será disponibilizada.

28/04/2022: Versão Original

AULA 13 – GEOMETRIA PLANA - PARTE 1. 68

Você também pode gostar