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Introdução ao compliance
Noções introdutórias de
compliance
Contextualização. Conceito de compliance.
Contexto nacional e internacional do
compliance.
Bloco 1
André Castro Carvalho
Contextualização e reflexão inicial
• Para o bloco a seguir, propomos a seguinte reflexão:
• O que deu origem à preocupação com o tema do
compliance no plano internacional?
• A cultura do compliance poderia ter evitado grandes
escândalos corporativos?
• Recomendamos que os alunos assistam ao documentário
indicado sobre o caso Enron como uma forma de auxiliar
as reflexões.
Conceito de compliance
• Estar “em compliance” significa estar em
conformidade ou agir de acordo com as regras
• Compliance é um conjunto de standards preventivos.
O objetivo do compliance é alcançar as boas-práticas.
• Em um sentido mais amplo: mitigação de riscos,
preservação de valores éticos, da sustentabilidade e
continuidade da empresa, assim como o interesse dos
stakeholders, a confiança na tomada das decisões.
• É substancial a criação de uma cultura de compliance,
com o tone from the top, isto é, com uma mensagem
clara de comprometimento da alta administração.
Contexto do surgimento do compliance
• Crescimento do comércio internacional.
• Aumento do número de empresas multinacionais.
• Aumento da concorrência entre empresas no
âmbito global.
• Algumas empresas passaram a utilizar métodos
escusos para obter vantagens concorrenciais, em
especial a corrupção de agentes públicos.
Contexto do surgimento do compliance
Bloco 2
André Castro Carvalho
Contextualização e reflexões iniciais
• Para o bloco a seguir, propomos a seguinte reflexão:
• Como a preocupação internacional com
compliance foi recebida no Brasil? Houve maior
ou menor efetividade?
• No Brasil, a cultura do compliance poderia ter
evitado grandes escândalos corporativos? Em
que estágio se encontra a cultura do
compliance no Brasil?
• Qual a relação do compliance no Brasil com
escândalos de corrupção nas últimas décadas?
Contexto brasileiro
• Barreiras culturais – A cultura do compliance ainda
está em fase de implementação e aqui impacta o
conhecido “jeitinho brasileiro”.
• Transparência deficiente.
• Relações público-privadas comprometidas pelo
patrimonialismo.
• Perspectivas deturpadas sobre o tema da corrupção
• Os fins justificam os meios (é famoso o brocardo
do “rouba, mas faz”).
• Mal necessário.
• Único modo para se alcançar o sucesso.
Contexto brasileiro
• Discussão global sobre compliance e transparência.
• Sujeitos: agentes públicos e privados – a prevenção à
corrupção e outros ilícitos é tarefa para o setor privado
também, não se limitando à esfera dos agentes públicos
• São inúmeros os escândalos de corrupção no mundo,
cenário propício para a expansão do compliance
• São percebidos os impactos negativos na economia e na
sociedade.
• Há uma demanda pela diminuição dos casos de
corrupção e a concessão de incentivos, tanto de teor
político e quanto de teor econômico, para que seja feita
a “coisa certa”.
• Nesse contexto, o compliance surge como uma
alternativa de solução, ganhando destaque.
Estágio do compliance no Brasil
• No Brasil, o tema do compliance é recente.
• Em um passado não muito distante, o tema era mais
restrito:
• No âmbito corporativo, o compliance se limitava
a setores com alto grau de regulação.
• Compliance em indústrias financeiras.
• Compliance no setor da saúde.
• Compliance aplicável a multinacionais, as quais
se sujeitavam aos atos normativos anticorrupção
internacionais (FCPA, UKBA).
UKBA
Bloco 3
André Castro Carvalho
História do compliance
• Ideia de compliance vem do setor financeiro: conjunto de regras para
cumprir as exigências regulatórias do setor financeiro.
• Compliance posteriormente se desdobra por diversas outras áreas.
• Nos seus primórdios, o objetivo era lidar com ameaças à livre-
iniciativa, representadas por fusões que davam origem a oligopólios.
• Separação entre administração e propriedade acionária faz surgir a
preocupação sobre a conduta ética e social dos administradores –
administração é a face pública e alvo da responsabilização mediante a
pressão social e da pressão pela imprensa.
• Compliance surgiu como resposta a escândalos nos EUA, como os
escândalos Enron e Watergate.
• Produção das leis Sarbane-Oxley Act (SOx) e Foreign Corruption
Practice Act (FCPA).
• Confere-se uma dimensão moral ao combate à corrupção e esse
combate se torna uma pauta geopolítica internacional.
Programa ou sistema? Prática corporativa
• A ISO 37301 utiliza a terminologia de “sistema” de
compliance.
• No mercado, porém, utiliza-se o termo “programa” de
compliance.
• A discussão terminológica não é de grande relevância e a
utilização de ambos os termos é admissível.
• No início, o compliance competia a advogados e o
departamento de compliance se confundia com o
departamento jurídico.
• A evolução do compliance implicou em ganhos
progressivos de autonomia do departamento de
compliance e do encarregado de compliance.
Três ondas do compliance no Brasil
• Fase inicial – Compliance formal:
• Publicação da Lei Anticorrupção (LAC) e do Decreto n.
8.420/2015.
• Muitos documentos em papel e objetivo de
adequação aos atos normativos, com elaboração de
documentos extensos e com linguagem complexa e
técnica.
• Procedimentos burocráticos e pouca autonomia do
departamento de compliance, que se confundia com
o departamento jurídico.
• Comunicação é discreta e os treinamentos são
pontuais e rápidos.
Três ondas do compliance no Brasil
• Compliance de efetividade:
• Preocupação com as melhores maneiras de gerar
análise crítica, números e efetividade.
• Simplificação dos documentos e suavização da
burocracia.
• Transição do compliance de controle para um
compliance de prevenção.
• Autonomia maior conferida ao diretor de compliance.