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SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO SECRETARIA MUNICIPAL

COORDENADORIA GERAL DE GESTÃO DE TALENTOS DE SAÚDE E DEFESA CIVIL

PROCESSO SELETIVO DE ACADÊMICO BOLSISTA

CADERNO DE QUESTÕES

Estágio: PSICOLOGIA

ATENÇÃO

1. A prova terá duração de 3 (três) horas, considerando, inclusive, a marcação do CARTÃO-RESPOSTA.


2. Quando autorizado o início da prova, confira atentamente este caderno que contém 40 (quarenta) questões objetivas de
múltipla escolha, cada uma com 4 (quatro) alternativas (A,B,C,D).
3. Observe as seguintes recomendações relativas ao CARTÃO-RESPOSTA:
→ verifique, no seu cartão, o seu nome, o número de inscrição e o número de seu documento de identidade;
→ o cartão-resposta será o único documento válido para correção eletrônica através de leitura ótica, e seu preenchimento
e respectiva assinatura são de inteira responsabilidade do candidato;
→ a maneira correta de marcação das respostas é cobrir, fortemente, com caneta esferográfica de tinta azul ou preta,
o espaço correspondente à letra a ser assinalada, para assegurar a perfeita leitura ótica;
4. Não haverá substituição do CARTÃO-RESPOSTA, por erro do candidato.

5. O candidato será automaticamente excluído do certame se for surpreendido:


→ utilizando-se, no decorrer da prova, de qualquer tipo de consulta a material impresso, anotações ou similares, ou
em comunicação verbal, escrita, ou gestual, com outro candidato;
→ utilizando aparelhos eletrônicos, tais como: bip, telefone celular, walkman, agenda eletrônica, notebook, palmtop, receptor/
transmissor, gravador, agenda eletrônica, máquina de calcular, máquina fotográfica, relógio digital com receptor; e o
telefone celular deverá permanecer desligado, desde o momento da entrada no local de prova, até a retirada do
candidato do respectivo local;

6. Somente após decorrida 1 (uma) hora do início da prova, o candidato poderá entregar o CARTÃO-RESPOSTA devidamente
assinado e retirar-se do recinto de realização da prova, levando seu caderno de questões.
7. Os três últimos candidatos deverão permanecer em sala, sendo liberados somente quando todos tiverem concluído
a prova ou o tempo tenha se esgotado e após o registro dos seus nomes na ata das provas pela fiscalização.
8. O fiscal não está autorizado a alterar quaisquer dessas instruções.
9. O gabarito da prova será publicado no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro, no segundo dia útil seguinte ao de
realização da prova, estando disponível também, no site www.rio.rj.gov.br/concursos.

Boa Prova!

2010
Acadêmico Bolsista - 2010 PSICOLOGIA

01. Segundo Peter Pál Pelbart, no prefácio à Clínica Peripatética, 05. A clínica peripatética, tal como a concebe Lancetti, se refere
de Antonio Lancetti, Deleuze e Guattari “combateram a idéia a experiências:
de um inconsciente de profundidade, reterritorializado sobre
a memória, vetorializado pela origem, centrado sobre a re- (A) destinadas a toxicômanos, levando em conta o déficit
lação sujeito/objeto”. Essas críticas dirigem-se: mental provocado pelas drogas
(A) às práticas corporais e à tomada do sujeito como um (B) direcionadas a pacientes violentos, permitindo ao
objeto-corpo
terapeuta, que atua em espaços abertos, maior pos-
(B) à psicanálise e ao centramento na noção de Édipo
sibilidade de fuga frente ao perigo
(C) às práticas comportamentais e à redução do sujeito a
um objeto (C) voltadas para pessoas que apresentam dificuldade
(D) à psicologia analítica e à proposição de um inconscien- em se adaptar aos protocolos clínicos tradicionais
te arquetípico (D) diretamente vinculadas aos jovens, sempre irre-
02. No âmbito dos grupos de ajuda mútua, tais como Alcoóli- quietos e hiperativos, necessitando de constantes
cos Anônimos e Narcóticos Anônimos, a abordagem aos deslocamentos
usuários de drogas é pensada em torno da noção de:
(A) território 06. Um dos princípios da redução de danos consiste em:
(B) transferência (A) lutar contra os traficantes de drogas
(C) redução de danos (B) fazer com que as pessoas reconheçam suas fra-
(D) desintoxicação quezas
03. A nomadização da clínica, segundo Lancetti, está relaciona- (C) transformar os usuários em redutores de danos
da à falência das instituições de reclusão. Tal afirmação sig-
(D) aceitar as pessoas do jeito como elas são
nifica que:
(A) é preciso construir práticas terapêuticas que deem conta 07. Por internação invertida, entende-se:
dos perigos sociais ocasionados pela falência do siste-
ma prisional (A) a clausura do fora de que nos fala Peter Pál Pelbart
(B) frente à desterritoralização generalizada, é preciso pen- (B) a internação do analista com os pacientes, fazendo uma
sar outras modalidades clínicas que se relacionem com observação em campo das angústias que os afligem
os efeitos dos diferentes modos de subjetivação con-
temporâneos (C) uma estratégia de desterritorialização de contextos
(C) é necessário um ecletismo conceitual no campo da marcadamente pedagógicos, psiquiátricos, psicana-
clínica para lidar com os efeitos do fim dos manicômi- líticos, psicológicos
os, que é uma das diretrizes da Reforma Psiquiátrica
(D) um processo contratransferencial, em que o analista
(D) os hospitais psiquiátricos, diante das novas políticas de
se coloca na cena, frente ao paciente
defesa dos direitos humanos, resgatam a clínica como
dispositivo de cuidado, de acordo com as diretrizes da
Reforma Psiquiátrica 08. A consideração de Domiciano Siqueira de que os Alcoóli-
cos Anônimos e os Narcóticos Anônimos não servem para
04. Segundo Lancetti, a idéia de basear o tratamento na absti- todo mundo deve-se ao fato de que, em sua opinião:
nência parece não trazer mudanças para a vida das pesso-
as. Tal situação pode ser justificada pela seguinte assertiva: (A) os 12 passos preconizam os princípios da redução de
(A) a pessoa aprende a ficar abstinente por um tempo, danos
mas não está preparada para a vida (B) a grande maioria dos usuários de drogas precisa cri-
(B) na redução de danos, a abstinência não pode ser pen- ar e percorrer o próprio caminho
sada como alternativa de tratamento para usuários de
drogas (C) os princípios dos Alcoólicos Anônimos são muito
(C) a abstinência é condição para que o sujeito se trate em flexíveis e, por isso, inúteis para usuários de drogas
um CAPSad, mas não muda sua relação com a droga pesadas
(D) o impacto da droga na vida do sujeito é tão grande, que (D) os modelos de tratamento importados dos Estados
só podemos pensar em iniciar um tratamento quando
Unidos são inadequados à nossa realidade
ele troca uma droga por outra

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09. A Pedagogia da Surpresa foi uma estratégia de intervenção 13. Uma crítica que Lancetti faz à denominação Apoio Matricial,
e metodologia de trabalho caracterizada por: dada pelo Ministério da Saúde à discussão sistemática de
(A) surpreender meninos e meninas viciados no momento casos das equipes de saúde mental com as equipes de
do consumo de drogas, configurando o flagrante que saúde da família, é:
garantiria a possibilidade legal de prendê-los (A) a referência à maternidade, o que restringe o campo de
(B) deixar-se surpreender pelos conteúdos oníricos pre- atuação das equipes, não favorecendo a integralidade
sentes nos delírios, de modo a dar lastro aos devires do cuidado
(C) utilizar recursos psicodramáticos, de forma não-diretiva, (B) a alusão que a noção de matriz faz a um mecanis-
mo fixo, não contemplando aquilo que se faz em
na abordagem de meninos e meninas em situação de
movimento
risco psicossocial
(C) a hierarquização que a noção de apoio introduz, fazen-
(D) ir ao encontro de meninos e meninas de rua, usuários
do crer que se trata de estratégias constituídas previa-
de drogas, no momento e no lugar em que eles menos
mente, e não de relações construídas em ato
esperavam
(D) o fato de essa denominação não contemplar o caráter
10. A proposta da redução de danos valoriza a possibilidade de: intersetorial das estratégias sanitárias em questão
(A) vitória
14. Lancetti destaca o conceito de “ampliação da vida” no traba-
(B) fracasso lho com usuários de drogas porque possibilita:
(C) abstinência (A) ao usuário ficar longe das drogas e aderir ao tratamen-
(D) dependência to, seja em um CAPSad ou em um ambulatório
(B) ao usuário reconhecer sua dependência e ampliar sua
11. O Acompanhamento Terapêutico – AT – é uma das fontes autonomia através da entrada no mundo produtivo
de inspiração da clínica peripatética. Nessa perspectiva,
(C) constituir processos transferenciais envolvendo os
um dos efeitos obtidos com o AT é:
usuários dos CAPSad
(A) o acolhimento afetivo do paciente junto ao meio familiar,
(D) fugir da posição de derrota e impotência provocadas
partilhando o convívio em sua moradia e junto a seus pelas campanhas antidrogas e pela ideologia da absti-
pertences nência
(B) a supervisão da situação psíquica do paciente, permi-
tindo acompanhar a evolução de seu quadro, identifi- 15. Lancetti, no livro Clínica Peripatética, reproduz o seguinte diá-
cando recaídas e melhoras e, assim, potencializando, logo, ocorrido entre o diretor de um hospício sob intervenção
os efeitos da intervenção clínica em Santos e uma psicóloga recém-chegada ao serviço.
(C) a passagem de certo sedentarismo, que muitas ve- – Sou psicóloga, aceito trabalhar aqui no hospital. Onde é a
zes marca o paciente psicótico ou com alterações minha sala?
psíquicas graves, ao nomadismo da transição pela – Não tem sala.
cidade, resultando em conexões com pessoas, ativi-
– E, então, o que faço?
dades e locais
– Vá ao pátio do hospital e invente alguma coisa.
(D) o auxílio psiquiátrico como uma estratégia que compõe
o quadro de múltiplas intervenções de que se deve À luz da situação de intervenção, o diálogo referido suscita a
fazer uso para atingir o conforto psíquico do paciente seguinte questão:
(A) o desconhecimento de suas funções naquela situação
12. Lancetti considera que o corte repentino no uso de drogas, de intervenção evidencia a falta de capacitação da pro-
que às vezes é feito em ambiente hospitalar, pode ser enten- fissional
dido como: (B) a resposta surpreendente do gestor mostra que o tra-
(A) um princípio da redução de danos balho clínico do psicólogo é pouco valorizado no cam-
(B) um operativo de salvamento, sem constituir um funda- po da saúde mental
mento para a clínica (C) frente à situação de desconstrução manicomial,
(C) um equívoco que pode levar o sujeito a desistir do trata- revela-se a inutilidade das ações marcadas pelo
mento especialismo psi
(D) uma opção a ser descartada quando se trabalha com (D) a omissão por parte do diretor, a quem caberia orientar
redução de danos a profissional, demonstra seu despreparo gerencial

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16. Segundo Freud, a transferência negativa é comum em 20. Considerando o que Lancetti propõe com referência à clíni-
instituições e pode ser causa de: ca cartográfica, pode-se afirmar que o trabalho clínico deve:
(A) abandono do tratamento (A) buscar os impasses e conflitos edípicos na história de
(B) piora no quadro sintomatológico vida do paciente, por meio de encontros semanais com
(C) engajamento no tratamento duração limitada, que permitam estabelecer os mapas
de territorialização-desterritorialização
(D) fragmentação egoica
(B) ser realizado de forma multidisciplinar, pois a interação
17. Segundo Benevides, a contribuição da Psicologia ao com diferentes profissionais possibilita um acesso mais
SUS pode estar no entrecruzamento do exercício de efetivo ao inconsciente familialista e territorializado
três princípios: (C) estimular o paciente a construir seu próprio mapa exis-
(A) neutralidade, objetividade/lógica e cientificidade tencial, de modo a restabelecer a normatização social,
(B) inseparabilidade, autonomia/corresponsabilidade e condição indispensável para obtenção da cidadania
transversalidade (D) traçar uma avaliação dos deslocamentos, compondo
(C) causalidade, circularidade/retroalimentação e novos territórios subjetivos, sem se fixar em objetivos
globalização estreitos, como o de simplesmente suprimir o delírio
(D) equidade, singularidade / unicidade e acesso ou suspender imediatamente o consumo de drogas
pelo paciente
18. Lancetti considera que as ações de produção de saúde
mental devem ser pensadas à luz do relacionamento 21. Lancetti considera que “um CAPS turbinado é um CAPS
com o Programa de Saúde da Família, porque: paradoxal”. Esse paradoxo reside no fato de que:
(A) há grandes investimentos – financeiros e de recursos (A) os procedimentos medicamentosos se conjugam com
humanos – no PSF, o que pode ajudar na consolida- os de clínica psi para atender ao princípio de integralidade
ção dos CAPS (B) a manutenção de leitos de internação coexiste com
(B) ao se aproximar das famílias, a saúde mental tende a práticas alternativas
se fortalecer, rompendo os vínculos que ainda a pren- (C) sua prática ocorre, ao mesmo tempo, dentro e fora das
dem ao campo da saúde como um todo unidades de saúde, no território geográfico e existenci-
(C) a estratégia de saúde da família é uma práxis na qual al, no domicílio e no serviço
a saúde e a saúde mental se articulam (D) o CAPS é ordenador da demanda no território, o que
(D) a saúde mental da população decorre das relações inclui a triagem e o encaminhamento para as
que têm lugar no interior das famílias internações psiquiátricas

19. Segundo Lancetti, um dos efeitos da associação entre equi- 22. Para Freud, nas instituições, a transferência erótica pode
pes de trabalhadores de saúde mental e profissionais de manifestar-se como:
saúde atuantes na estratégia de saúde da família é: (A) resistência ao restabelecimento
(A) o atendimento psicológico aos profissionais de saúde (B) fomentadora de desejo de desospitalização
que atuam junto às famílias, como suporte ao trabalho
(C) fomentadora de alucinações
intersetorial
(D) retorno do recalcado
(B) a recolocação dos trabalhadores de saúde mental no
território, ou seja, em contato direto com o campo 23. Segundo Freud, na neurose não faltam tentativas de subs-
existencial a partir do qual se dará a ação terapêutica
tituir uma realidade desagradável por outra. Isso é possi-
(C) a ampliação do número de encaminhamentos para bilitado pela existência de:
os ambulatórios de saúde mental, adequando-se a
(A) um superego
demanda à oferta existente
(B) um ego
(D) a ampliação do número de encaminhamentos para
os dispositivos vinculados à estratégia de saúde da (C) uma fixação narcísica
família, despsicologizando-se as demandas (D) um mundo de fantasia

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24. Segundo Bateson, citado por Lancetti em Clínica Peripatética, 28. Dois fatores que marcaram o início da Reforma Psiquiátrica
a enunciação do primeiro passo dos Alcoólicos Anônimos: no Brasil são:
“admitimos que éramos impotentes perante o álcool, que (A) o fim da Segunda Guerra Mundial, com a decorrente
tínhamos perdido o domínio de nossas vidas”, não significa necessidade de recomposição da força de trabalho, e
uma rendição, mas uma: as denúncias de maus tratos aos pacientes internados
nos hospitais psiquiátricos
(A) retificação do sujeito
(B) a crise do modelo de assistência centrado no hospital
(B) autorização de tratamento psiquiátrico e a eclosão dos esforços dos movimentos
(C) mudança epistemológica sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos
(D) demonstração de maturidade psicológica (C) o fim do Milagre Econômico, com a consequente crise
no setor saúde, e o aumento da escolarização em nível
25. Segundo Freud, tanto a neurose quanto a psicose são de pós-graduação, com abertura dos primeiros cur-
expressão de uma rebelião do id contra o: sos de Doutorado na área de saúde
(A) superego (D) a crise do petróleo, com a convergência para a saúde
de parte do empresariado siderúrgico, e o enfraqueci-
(B) mundo externo
mento da ditadura militar, possibilitando ares
(C) ego democratizantes
(D) princípio do prazer
29. Benevides considera que colocar o desejo como algo da
26. Segundo Freud, na psicose se distinguem duas etapas. A ordem do individual, ou como questão do sujeito, e a polí-
primeira arrasta o ego para longe da realidade, e a segunda tica como algo da ordem do social, ou como questão do
coletivo, produz:
destina-se a:
(A) um efeito despolitizador e faz com que as práticas
(A) criar fantasias adaptadas
psi passem a se ocupar de sujeitos abstraídos de
(B) elaborar a realidade rejeitada seus contextos
(C) efetuar uma modificação do superego (B) neutralidade necessária ao trabalho de qualquer profis-
(D) reparar a realidade pela criação de uma nova realidade sional da área de saúde pública
(C) uma prática psi mais apropriada ao trabalho no con-
27. Entre os aspectos para os quais se voltava o chamado texto do SUS e da Reforma Psiquiátrica
Movimento Sanitário, do qual a Reforma Psiquiátrica no (D) a condição necessária para a produção de conheci-
Brasil é contemporânea, está: mento no campo da saúde pública
(A) o fortalecimento dos modos de gestão então vigentes; e
30. Segundo Benevides, a separação entre processo de
o privilegiamento da competência gerencial, com atua-
subjetivação e sujeito tem como consequência:
lização dos currículos de administração hospitalar
(A) a produção do sujeito psicótico
(B) a privatização dos sistemas locais de saúde das gran-
(B) a distorção da realidade e a criação de uma nova
des metrópoles urbanas; e a intensificação das ações
(C) a captura da realidade em uma forma dada, tida
de controle de vetores e vigilância sanitária
como natural
(C) a mudança dos modelos de atenção e gestão nas prá- (D) a reinvenção do sujeito pós-moderno
ticas de saúde; e o protagonismo dos trabalhadores e
usuários dos serviços de saúde nos processos de 31. Benevides entende a experiência clínica como:
gestão e produção de tecnologias de cuidado (A) processo que acontece entre dois sujeitos
(D) a higienização do espaço urbano, com interiorização (B) processo de adequação das condutas
das ações em saúde; e a capacitação do pessoal de (C) experiência intersubjetiva
ensino médio (D) devolução do sujeito ao plano de subjetivação

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32. Em Clínica Peripatética, Lancetti e Domiciano Siqueira 35. Em 2004, o Ministério da Saúde aprovou o Programa Anual
relatam a situação de usuários de drogas (moradores de Reestruturação da Assistência Hospitalar no SUS (PRH),
das favelas onde o tráfico de drogas atua), que buscam de modo a reduzir o número de leitos. Definiu limites máxi-
os agentes de redução de danos para solicitar cuidados mos e mínimos de diminuição anual desses leitos, segundo
de saúde, ao invés de buscar o posto de saúde.Essa cada classe de hospital, com o objetivo de:
atitude se deve ao fato de que: (A) manter a sustentabilidade da rede hospitalar contra-
(A) os técnicos que atuam nos postos de saúde dessas tada, garantindo o repasse financeiro aos donos de
comunidades geralmente adotam uma atitude hospitais
preconceituosa com relação aos usuários de drogas (B) garantir a redução progressiva do número de leitos
sem o risco da desassistência das pessoas internadas
(B) o posto de saúde funciona em horários predetermina-
dos, incompatíveis com a vida da favela (C) respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que de-
termina um repasse mínimo da arrecadação aos
(C) os usuários de drogas que vivem nas favelas negli-
hospitais da rede
genciam cuidados de saúde porque seu envolvimento
(D) padronizar o perfil da assistência hospitalar de acordo
com a droga é muito intenso
com o protocolo proposto na Declaração de Caracas
(D) os usuários de drogas que vivem em favelas são
impedidos pelo tráfico de drogas de buscar serviços 36. Lancetti afirma que a potência terapêutica dos agentes co-
de saúde munitários de saúde reside na articulação entre o comuni-
tário e o comum. Comum, neste caso, significa:
33. Segundo o documento Reforma Psiquiátrica e política de (A) uma dimensão específica do comunitário, referente
saúde mental no Brasil, do Ministério da Saúde, as tare- às realidades psicossociais que partilham o mesmo
fas às quais o SUS vem se dedicando com especial universo simbólico e afetivo, potencialmente capazes
empenho nos últimos anos são: de dissolver o individualismo contemporâneo
(A) a implantação de enfermarias psiquiátricas em hos- (B) uma exacerbação da dimensão coletiva e comunitá-
pitais gerais e a criação de CAPSi ria, necessária à implantação das estratégias de saú-
(B) a ambulatorização dos pacientes até então entregues à de da família e de reabilitação psicossocial no território
assistência manicomial e seu retorno aos lares (C) o conjunto de recursos – afetivos, assistenciais, sani-
(C) a transinstitucionalização de grandes segmentos de tários – capazes de produzir laços de pertencimento
pacientes de longa permanência e criação de CAPSad e cooperação entre a equipe de saúde e a população
local
(D) a desinstitucionalização e a efetiva reintegração na co-
munidade das pessoas com transtornos mentais gra- (D) a afirmação das singularidades, por meio de proces-
ves e persistentes sos sociais de cooperação e produção, constituindo
redes sociais de alto poder terapêutico
34. Um dos maiores problemas enfrentados pelas pessoas com
37. Segundo o Ministério da Saúde, trabalhar no território
longo histórico de hospitalização é a reintegração social.
significa:
Buscando promover essa reintegração, o Programa de Volta
(A) promover uma assistência que não fique restrita à ins-
para Casa, uma estratégia potencializadora da emancipa-
tituição de cuidados, mas que se dê na comunidade, a
ção de pessoas com transtornos mentais, prevê um auxílio-
partir de monitoramento e supervisão continuada de
reabilitação na forma de um pagamento mensal diretamente todos os aspectos da vida do paciente, independente-
ao beneficiário, que deve atender às seguintes condições: mente de sua permissão
(A) ser dependente de drogas ou álcool e estar inserido em (B) mapear os recursos existentes no bairro onde está
um programa de redução de danos da sua comunida- inserido o serviço, a fim de estabelecer parcerias, com
de ou próximo a ela vistas à readaptação social do usuário de saúde mental
(B) estar com no mínimo 65 anos e ter respaldo familiar (C) resgatar os saberes e as potencialidades dos recursos
para a gerência do auxílio da comunidade, construindo coletivamente as soluções,
a multiplicidade de trocas entre as pessoas e os cuida-
(C) ser egresso de Hospital Psiquiátrico e ter indicação
dos em saúde mental
para inclusão em programa municipal de reintegração
social (D) ter acesso aos dados epidemiológicos atualizados do
distrito sanitário onde está localizado o serviço, para
(D) frequentar regularmente um CAPS e morar em um melhor intervir sobre os determinantes do processo
Serviço Residencial Terapêutico saúde-doença

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38. Considerando-se o conceito de rede, proposto pelo Ministé-


rio da Saúde, caberia à equipe de saúde mental:
(A) articular diferentes equipamentos, instituições e espa-
ços da cidade, em busca da emancipação das pesso-
as com transtornos mentais
(B) estabelecer contato com os outros equipamentos de
saúde da sua área de abrangência, para ampliar a
acessibilidade dos usuários de saúde mental
(C) realizar um mapeamento da rede familiar do usuário, a
fim de identificar seus pontos frágeis e atuar de forma
mais efetiva, antecipando a ocorrência de crises
(D) criar um espaço de acolhimento permanente, que fa-
voreça a vinculação do usuário ao serviço e a adesão
ao projeto terapêutico

39. Sobre o comprometimento dos psicólogos com o mundo e


com o país em que vivemos, Benevides considera que:
(A) é importante que os psicólogos não se envolvam em
questões sociais ou políticas
(B) os psicólogos devem se preocupar com o país em que
vivem, mas não podem misturar as questões sociais
com suas práticas
(C) a psicologia social deve se ocupar das questões soci-
ais e não da subjetividade, campo da psicologia clínica
(D) é impossível pensar em práticas dos psicólogos que
não estejam comprometidas com as condições de vida
da população brasileira

40. Benevides considera que, no campo das práticas psi, o


discurso sobre o sujeito:
(A) vem garantindo a sustentação do trabalho dos psicólo-
gos na rede pública
(B) tem dado sustentação à produção científica na área da
saúde pública
(C) tem vindo acompanhado de um processo de
despolitização dessas práticas
(D) tem possibilitado o surgimento de novas práticas em
saúde pública

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