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GEOGRAFIA ECONÓMICA

DE ANGOLA
AULA Nº
UNIDADE I: A população Angolana
SUMÁRIO:
• Introdução
• Origem e composição
• O Crescimento populacional em angola
Introdução

As cidades concentram diferentes atividades


econômicas as principais atividades desenvolvidas na
cidade são a indústria, o comércio e a prestação de
serviços. geralmente, as indústrias se instalam nas
cidades. Nas indústrias, os operários transformam
matérias-primas em diversos produtos e acabam
desenvolvendo actividades socioeconómicas.
Introdução
As relações socioeconómicas, são responsáveis pelas
modificações no espaço geográfico, estruturando
determinados lugares de acordo com a actividade
económica desenvolvida, alterando o meio, produzindo
novos ambientes, criando espaços privilegiados,
influenciando os fluxos migratórios, interferindo na
geopolítica mundial, entre outros factores.
Objecto de estudo
Objecto de estudo
Diante desse contexto, a Geografia Económica tem como objecto:

• As transformações espaciais
desencadeadas pelas relações
económicas

• A localização e a organização
dessas actividades.
Objecto de estudo

Que motivos fazem com que determinada actividade


económica seja realizada em um local?

Um ponto importante, é a análise crítica dos motivos pelos quais


determinada actividade económica seja realizada em um local, tendo em
consideração os elementos da região como o clima, relevo, disponibilidade
de recursos naturais, etc.
A cadeira de Geografia Económica de Angola, ilustra a complexidade de
riquezas e potencialidades de Angola:

O actual momento de paz e


O período áureo, difícil e
(estabilidade) que o país tem
conflituoso que o país atravessou
atravessado.

É de suma importância ao discente desta cadeira, compreender,

assimilar todos estes momentos deforma a ter uma visão

holística e crítica da realidade.


A Geografia actual é uma ciência de investigação, cujos objectivos
assentam em:

Preservação Restauração

Transformação do ambiente Melhoraria


natural e as riquezas

Em benefício dos angolanos de hoje e das gerações futuras.


A Geografia actual é uma ciência de investigação, cujos objectivos
assentam em:

Como direccionar a investigação?


 O conhecimento do potencial humano

 O conhecimento do potencial natural

Constitui um dos pressupostos fundamentais para potenciar o futuro professor


de geografia, com conhecimentos sólidos da realidade local
AULA Nº
UNIDADE I: A população Angolana
SUMÁRIO:
• Introdução
• Origem e composição
• O Crescimento populacional em angola
1.1 - Origem e composição
1.1 - ORIGEM E COMPOSIÇÃO
Angola é um mosaico de diferentes
grupos étnicos e tipos humanos o
que acusa uma composição bastante
complexa.

Do ponto de vista sociolinguístico,


ela é uma sociedade heterogénea.

Essa sociedade é o resultado de


sucessivas vagas migratórios.
1.1 - ORIGEM E COMPOSIÇÃO

As populações autóctones de Angola são

constituídas por Bantu na sua


maioria e um número apreciável de não
– Bantus.
Os Bantu Angolano pertencem a
grande divisão dos Bantus
Ocidentais, cujas migrações
começaram no Século V ou seja
cerca de 5 000 anos, dirigindo –
se numa primeira fase para sul e
leste do continente Africano.
EXTENSÃO DOS BANTU EM
ÁFRICA
PROCESSO DE MIGRAÇÃO DOS BANTU

Até agora a ciência não dispõe de dados


exactos sobre o local ou zona de onde se
desencadeou o processo de migração dos
Bantu em geral e do grupo Bantu Angolano
em particular.
Admite-se que os Bantu vieram do vale de
Benué, na região compreendida entre a
Nigéria e os Camarões.
Os Bantu em Angola
No território Angolano as primeiras
penetrações Bantu deram – se no século
XIII, seguindo o curso do Rio Zaire até
atingirem o noroeste de Angola.

São “Os Bakongos” que teriam sido


reunidos por Nmi a Lukeni, constituindo um
dos maiores reinos que África já teve em
termo de extensão Geográfica, cuja capital
era Mbanza Congo.
As migrações só terminaram nos finais do
seculo XVIII e princípio do século XIX
com a chegada do último grupo que se fixou
entre o rio Cuando e Cubango, os
Cuangares.
A população angolana era estimada em 32 milhões de habitantes em
2019 e estima-se um total actual aproximado à 33 milhões).

Cerca de 95% dos angolanos são africanos bantu,


pertencentes a uma diversidade de etnias.

De entre estas várias etnias, a mais extensa é a dos Ovimbundu que


representam 1/3 da população, seguidos dos Ambundu com cerca de
um quarto, e os Bakongo com mais de 10%.

Menor peso demográfico têm os Lunda - Côkwe,


os Ovambo, os Nyaneka-Nkhumbi, os Ganguela e
os Xindonga.
Actividade
1- Ler todo o conteúdo sobre a origem e composição
etnolinguística
1.2- Crescimento populacional em Angola
1.2- CRESCIMENTO POPULACIONAL EM ANGOLA

Angola pode atingir até 2024, 35 milhões de habitantes, dos quais 64 % com
menos de 24 anos.

A taxa total de fecundidade de Angola, de acordo com o Inquérito de


Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) 2015-2016, é de 6,2 filhos por
mulher, tendo reduzido para 5,37 nascimentos por mulher em 2020.

Nas zonas rurais é de 8,2 e nas áreas urbanas é de 5,3, o que desempenha um
papel fundamental no crescimento da população e mudanças na estrutura
etária.
BREVE ANÁLISE DO CRESCIMENTO POPULACIONAL EM
ANGOLA

https://countrymeters.info/pt/Angola

25,4 milhões de habitantes em 2014 A densidade populacional


30.2 milhões para 2019 média de 19 habitantes/
km²
33.4 milhões para 2021

Considerada uma população jovem com 47% dos habitantes menores de 15 anos e

47,9% entre 16 à 59 anos, a esperança de vida aumentou de 42,75 para 52 anos e a


maioria da população vive em centros urbanos.
Os dados demográficos em Angola, mostram que a distribuição da população
em angola, não é regular, sendo que algumas províncias têm uma densidade
populacional consideravelmente maior comparando a outras respectivamente,
nomeadamente:

Luanda Benguela Uíge Bié


8,2 milhões

Huíla Huambo Cuanza Sul,


1- Que factores estão na
base do crescimento
populacional em
Angola?

2- Como explicar a
disparidade demográfica nas
províncias de angola?

https://countrymeters.info/pt
UNIDADE II – AGRICULTURA, PECUÁRIA E PESCA
A cadeira de Geografia Económica de Angola, ilustra a complexidade de
riquezas e potencialidades de Angola:

O actual momento de paz e


O período áureo, difícil e
estabilidade que o país tem
conflituoso que o país atravessou
atravessado.

É de suma importância ao discente desta cadeira, compreender,

assimilar todos estes momentos deforma a ter uma visão holística e


crítica da realidade.
UNIDADE II – AGRICULTURA, PECUÁRIA E PESCA

SUMÁRIO
 Agricultura
 Distribuição da produção agrícola em Angola
 Destaque de algumas actividades produtivas no país
A Agricultura

Segundo o Dicionário
Aurélio, agricultura é o
cultivo do solo, por meio de
procedimentos, métodos e
técnicas próprias, que buscam
produzir alimentos para o
consumo humano, como
legumes, cereais, frutas e
verduras, ou para serem usados
como matérias-primas na
indústria.
Agricultura em Angola

O potencial agrícola de Angola, o


coloca no contexto do grupo dos
países mais ricos da África subsariana.

Angola possui enormes extensões de


terras aráveis capazes de proporcionar
produção alimentar para auto-
suficiência e mesmo criar excedentes
para exportação.
Factores da diminuição da produção
agrícola em angola
Factor de diminuição da produção agrícola em Angola

Devido à guerra, os níveis de produção da agricultura baixaram consideravelmente a tal


ponto que são absolutamente insuficientes para cobrir ao mínimo as necessidades da
população, sobretudo a urbana, que vive essencialmente à base de importação de cereais,
óleos alimentares, farinhas, leite e derivados.
Distribuição da produção agrícola em
Angola
DESTAQUE DE ALGUMAS ACTIVIDADES PRODUTIVAS NO PAÍS

CAFÉ

Em 1946 o café destronou o diamante do primeiro lugar da lista das exportações de


Angola, passando a ser deste modo o principal produto de exportação.

Até 1975, Angola foi o 4º produtor mundial, com produções na ordem das 220 mil
toneladas, (sobre tudo da variedade Robusta). O café constituiu a principal exportação até
1973, altura em que foi substituído pelo petróleo.

Mais da metade do café de Angola (58% em 1973) seguia para os Estados Unidos. Eram
também compradores: Portugal, Holanda, França, Inglaterra, Alemanha Federal e Itália.
Cereais
Crise da actividade agrícola

Principais zonas agro-ecológicas

Variação do padrão e cultivo

Sectores e zonas de produção agrícola em angola

Classificação da culturas em angola


PRINCIPAIS ZONAS AGRO-ECOLÓGICAS

Agroecologia: Origem e Conceito

O novo conceito de produzir alimentos surgiu de forma gradual. A agroecologia


iniciou-se na Europa, um pouco antes do fim da 1º Guerra Mundial, com a
preocupação da população em consumir alimentos de qualidade.

A agroecologia é um modelo de agricultura alternativa baseada na


integração e aplicação de conceitos ecológicos e sustentáveis na produção
de alimentos.

Agroecologia é um termo genérico que cobre muitas práticas agrícolas com as quais
você pode estar mais familiarizado, como orgânica, biodinâmica e permacultura.
ZONAS AGRO-ECOLÓGICAS

São Zonas Agro-Ecológicas as áreas com características


naturais especificas e que as tornam particulares para o
desenvolvimento de certas actividades agrícola e a Pecuárias.

Há três zonas agro-ecológicas principais


correspondentes às principais características climáticas
e geográficas do país:

1) Norte, com um clima húmido;


2) Sul, semi-árido; seco
3) Planalto Central, com um clima sub-húmido, que é a zona
de transição entre o Norte húmido e Sul seco.
Distribuição da produção agrícola em Angola
VARIAÇÃO DO PADRÃO E CULTIVO
Mandioca
No Norte (Uíge, Kwanza Norte, Zaire,
Malange) e no Nordeste (área das
Lundas), há o predomínio da Mandioca,
milho, feijão e amendoim.

Amendoim
Milho (Jinguba)
VARIAÇÃO DO PADRÃO E CULTIVO

Milho e feijão predominam na área


do Planalto Central.
VARIAÇÃO DO PADRÃO E CULTIVO

No Sul predominam o milho e em outras áreas, o milho substituído


pela massambala, massango e feijão macunde.

Massambala Milho Massango


Na maioria das áreas rurais, a agricultura é a principal
fonte de sustento, excepto no sul, onde predomina a
pecuária.

Os mais vulneráveis sobrevivem através da recolha


de lenha, da caça e da pesca em águas e rios
interiores.
SECTORES E ZONAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA EM ANGOLA

Angola tem condições e potencial para


ambicionar uma produtividade agrícola e um
volume de produção mais elevados. Um dos
principais obstáculos tem sido a dificuldade de
acesso às novas tecnologias de produção, o que
faz com que ainda seja muito comum a prática
do pousio e que sejam utilizados poucos
equipamentos de tração animal ou mecânica.
Para desenvolver o sector agropecuário do país é importante conhecer as principais limitações produtivas,
permitindo que os investimentos sejam canalizados para acções que possam produzir resultados sustentáveis
para o país

1. Disponibilidade de terra para o 3. Máquinas e Equipamentos


2. Fertilidade dos Solos
cultivo Agrícolas

Apenas 28% do solo cultivado na


55 milhões de hectares da área Grande parte dos solos são
campanha 2018/2019 foi
territorial de Angola podem ser ácidos e com forte presença de
preparado com o auxílio de
utilizados para a produção ferro e alumínio, o que dificulta
equipamentos de tracção animal
agrícola e pecuária e apenas 5,7 a absorção de adubos por parte
ou mecânica.
milhões foram cultivados na das plantas se os solos não
campanha 2018/2019. forem corrigidos com calcário,
gesso ou matéria orgânica.
A realização manual do plantio e
da preparação do solo limitam o
aumento da produção de cereais
e leguminosas em Angola.
4. Sementes 5. Cooperativismo
agro-pecuário

5. Assistência técnica e
capacitação dos produtores 6. Armazenamento e
comercialização da
produção
CLASSIFICAÇÃO DA CULTURAS EM ANGOLA
Quanto a classificação dos grupos de culturas, é frequente
distinguir-se dois grupos nos quais se classificam os
agricultores:

I. O SECTOR TRADICIONAL II. O SECTOR EMPRESARIAL


(agricultura familiar) (agricultura comercial)

Deste sector fazem parte os grupos de culturas Deste sector fazem parte os grupos de culturas de
alimentares rendimento

(milho, mandioca, feijão, amendoim (café, milho, sisal, cana-de-açúcar, algodão,


algodão, tabaco e palmeira dendém) tabaco, palmeira dendém, e bananas)
2.1.9 - CLASSIFICAÇÃO DA AGRICULTURA QUANTO AS CLIMA

Em correlação estreita com os aspectos climáticos, nomeadamente quanto aos valores da


precipitação, sua distribuição e duração da estação das chuvas, o território angolano
poder-se-á repartir, no que respeita aos tipos de exploração agrícola, em três zonas
distintas e cujas características gerais são as seguintes:

Zona Zona
essencialmente de essencialmente de
Zona de transição exploração de
exploração de
sequeiro regadio
O ciclo vegetativo das culturas anuais coincide com a estação
Zona essencialmente
de exploração de
das chuvas, que é bem expressiva. O regadio torna-se
sequeiro necessário somente no período seco e em relação a certas
culturas perenes (pomares) ou à produção hortícola.

A exploração de sequeiro nesta zona restringe-se somente às


culturas resistentes à secura ou pouco exigentes em humidade
Zona de transição (algodão, massambala, massango), enquanto a exploração de
regadio, para além das culturas perenes, já é exigida para
muitas outras culturas de ciclo anual.

O regadio é condição primeira para a produção agrícola. O


Zona essencialmente
de exploração de sequeiro é apenas viável no caso de culturas bastante
regadio resistentes à secura e desde que se lhes proporcione condições
específicas de solos e topográficas.
2.2 PECUÁRIA

Conceito

Pecuária é uma atividade econômica voltada


para a criação de animais. A história da
pecuária está ligada aos primórdios do planeta,
quando os seres humanos domesticaram os
animais, principalmente para facilitar a
obtenção de alimentos e insumos.
2.2.2 - Sectores da Pecuária em Angola

A área de produção animal em Angola, à semelhança da agricultura, e de acordo com o


nível de consumos, é constituída por dois sectores: o tradicional e o empresarial.

O sector tradicional O sector empresarial

Compõe-se de explorações registadas


É essencialmente familiar e tem como (fazendas) as quais se dedicam
característica básica a utilização do leite predominantemente à criação
e produtos lácteos na dieta das extensiva e semi-intensiva de bovinos,
populações. intensiva de suínos e aves com fins
essencialmente comerciais.
UNIDADE II – AGRICULTURA, PECUÁRIA E PESCA

Sumário: PESCA
Conceito

Pesca é a extração de organismos aquáticos, do meio onde se desenvolveram para


diversos fins, alimentação, a recreação ou para fins Comestíveis industriais, incluindo o
fabrico de rações para o alimento de animais em criação e a produção de substâncias
com interesse para a saúde.
DISTRIBUIÇÃO DA ACTIVIDADE PESQUEIRA EM ANGOLA

A zona costeira, que se estende ao longo de 1 650 km, é inteiramente


tropical. As correntes existentes ao longo da costa criam uma zona de
distinta biodiversidade entre a parte Norte e Sul da costa de Angola.

Os habitats marinhos e costeiros são bastante diversificados, incluindo


zonas de oceano aberto, ilhas, baías, estuários, mangais, lagunas,
praias arenosas e rochosas de pouca profundidade. Estes ecossistemas
representam habitats especiais para diversas espécies de valor
económico e ecológico que, pela sua raridade e singularidade, têm
necessidades de protecção especial
Plataforma continental Angolana
A plataforma continental é larga a Norte,
com limites entre as 40 e 50 milhas
náuticas de Cabinda até Lobito; do Lobito
ao sul do Namibe torna-se mais estreita,
atingindo menos de 20 milhas náuticas

1 mi = 1,609 Km
1 nmi = 1,852 Km

74.08 Km – 92.6 Km
37.04 Km
Em oceanografia, geomorfologia e geologia, chama-se
Plataforma Continental à porção dos fundos marinhos
que começa na linha da costa e desce com um declive
suave até o talude continental. Em média, a plataforma
continental desce até uma profundidade de 200 metros,
atingindo as bacias oceânicas.
Em oceanografia, chama-se Talude
Continental à porção dos fundos
marinhos com declive muito pronunciado
que fica entre a plataforma continental e
Conceito: a margem continental, onde começam as
Milha náutica, ou milha marítima, é uma unidade de planícies abissais.
medida de comprimento ou distância, equivalente a 1
852 metros, utilizada quase exclusivamente em
navegação marítima e aérea e na medição de distâncias
marítimas.
Nas áreas do Norte e Centro o
declive continental tem limites de
120 – 140 milhas náuticas, e menos
de 60 milhas náuticas a Sul. As
profundidades atingem os 5 000 – 5
500 metros nas zonas Centro e Sul.
CLASSIFICAÇÃO DA ACTIVIDADE PESQUEIRA EM ANGOLA

A pesca industrial e semi-


Pesca artesanal
industrial

A pesca artesanal é um tipo A pesca industrial é a captura de pescado,


de pesca caracterizada principalmente pela mão utilizando navios de grandes dimensões,
de obra familiar, com embarcações pequenas, geralmente bem equipados, dispondo
como canoas ou jangadas, ou ainda sem de redes potentes.
embarcações, como na captura A pesca industrial e semi-industrial é permitida a
de moluscos perto da costa. Sua área de atuação partir de 2 milhas náuticas (3,7 km) da linha da
está nas proximidades da costa e costa, estendendo-se até as 200 milhas náuticas.
nos rios e lagos.
CONDICIONANTES À PRÁTICA DA ACTIVIDADE AGRO-PECUÁRIA

Clima

1. FATORES FÍSICOS
Fertilidade do solo OU NATURAIS Relevo

Recursos hídricos
CONDICIONANTES À PRÁTICA DA ACTIVIDADE AGRO-PECUÁRIA

2. FACTORES
Estratos vegetais BIÓTICOS florestas

Fungos e insectos
CONDICIONANTES À PRÁTICA DA ACTIVIDADE AGRO-PECUÁRIA

Influência histórica e social 3. FATORES Objetivo da produção


HUMANOS

Políticas agrícolas

 Influenciam as opções dos agricultores relativamente aos produtos cultivados;


 Regulamentam as práticas agrícolas; como a utilização de produtos químicos
 Criam incentivos financeiros;
 Apoiando a modernização, etc.
CONDICIONANTES À PRÁTICA DA ACTIVIDADE AGRO-PECUÁRIA

4. OS FACTORES SÓCIO-
ECONÓMICOS

• Fraca densidade populacional, principalmente na metade oriental e na região ao sul do Lubango;


• Baixo nível educacional e técnico;
• Falta de vias de acesso;
• Difícil acesso a créditos agrícolas atractivos;
• Condições de saúde precárias (elevada prevalência de malária, tripanossomíase e outras endemias,
VIH/SIDA).
CONCLUSÕES

Assim, os povos do sul apresentam um fácies nitidamente pastoril − possuem uma grande riqueza
em gado bovino –, ao passo que os do centro e norte são mais acentuadamente agrícolas.

Quanto aos meios de comunicação, a deficiência no sistema rodoviário constitui um entrave ao


desenvolvimento do sector agrícola. De igual modo, a insuficiência de meios de transporte
necessários para o escoamento dos produtos, a ausência de uma “rede de frio” e outros
sistemas modernos de armazenagem de produtos condicionam o desenvolvimento do sector.

A agricultura empresarial, fortemente influenciada pelas facilidades de comunicação, interessa-se


principalmente por culturas que asseguram um maior e mais rápido lucro, quer nas vendas no
mercado interno ou nas exportações.
UNIDADE III - INDÚSTRIA
3.1 - INDUSTRIA EXTRACTIVA
3.2 - IMPACTO DA INDÚSTRIA EXTRACTIVA NO AMBIENTE
3.3 - INDÚSTRIA TRANSFORMADORA
3.4 - PRINCIPAIS SECTORES DA ECONOMIA EM ANGOLA

Sumário: introdução

Objectivo:
Conhecer o percurso da industria como actividade econômica em Angola

https://www.cedesa.pt/2020/12/23/um-projeto-de-industrializacao-para-angola/
UNIDADE III - INDÚSTRIA
introdução
“Angola é um país subdesenvolvido”

Explorado pelo imperialismo que era e as


sucessivas instabilidades políticas que se foram
aglutinando, não podia deixar de ter um fraco nível
de industrialização.

Em 1912 surge a primeira industria digna desse nome, do


ramo extractiva, os diamantes cuja a exploração deu-se
apenas depois de 5 anos. Nos anos 50 surgem mais dois
produtos minerais importantes: o minério de ferro e o
petróleo.

https://www.cedesa.pt/2020/12/23/um-projeto-de-industrializacao-para-angola/
O arranque industrial angolano começou nos anos 1960, ainda
debaixo do domínio colonial. Na realidade, a partir dessa época,
enquadrada nas medidas gerais de liberalização e pró-europeias
que Portugal tomou, na criação de uma zona de comércio livre
lusitana e na expansão do mercado interno por via das tropas e
famílias deslocadas com a guerra ultramarina

A indústria transformadora era rudimentar, só


adquire alguma expressão nos anos 60…

“entre 1960 e 1970, o valor bruto da produção da indústria


transformadora cresceu à taxa média anual de 17,8 % e o PIB 10%
em termos nominais.”
Na verdade, nas vésperas da independência (1973) a indústria angolana (excluindo a
construção civil) representava 41% do PIB.

Indústria de alimentação, com 36% do valor bruto Seguia-se a indústria têxtil, com 32%,
da produção do sector transformador
Na verdade, nas vésperas da independência (1973) a indústria angolana (excluindo a construção civil)
representava 41% do PIB.

Industria de Bebidas com 11% Química, produtos minerais não metálicos e tabaco, com
5%,
Na verdade, nas vésperas da independência (1973) a indústria angolana (excluindo a construção civil)
representava 41% do PIB.

Pasta de papel,
papel e
derivados, com
3%.

Derivados de petróleo e produtos metálicos, com


4%,
Alimentação 36%

Têxtil 32%

Bebidas 11%

Química, produtos minerais não metálicos e tabaco 5%

Derivados do petróleo e produtos metálicos 4%

Pasta de papel, papel e derivados 3%


Este arranque liberalizador da indústria angolana foi objeto de
algumas críticas, e nos anos 1970, o governo de Lisboa começou a
impor uma perspetiva protecionista ao desenvolvimento industrial
angolano.

Tal não afetou o crescimento saudável da indústria. De facto, como anotam


Nuno Valério e Maria Paula Fontoura: “o VBP da indústria transformadora
cresceu à taxa média anual de 21% entre 1970 e 1973.”
Após o desencadeamento da luta armada. Quase não existia indústria
pesada e frequentemente as chamadas «indústrias» eram
simplesmente linhas de montagem.

Com a independência nacional deu-se uma retirada massiva dos


portugueses detentores de toda uma gama de conhecimentos para a
operacionalidade deste sector, o legado colonial aliada a guerra civil
que eclodiu, levou a destruição de grande parte das infra-estruturas
indústrias do país bem como a paralisação de muitas unidades fabris.
UNIDADE III - INDÚSTRIA
Sumário:
3.1 - INDUSTRIA EXTRACTIVA
3.2 - INDÚSTRIA TRANSFORMADORA

Objectivo:
Identificar os principais recursos da industria extrativa Angolana
Conhecer a forma como estão distribuídos os mesmos

https://www.cedesa.pt/2020/12/23/um-projeto-de-industrializacao-para-angola/
Indústria extrativa

Conforme o nome já indica, essa indústria se dedica à


extração de recursos naturais. Geralmente
eles são não renováveis, a exemplo de petróleo e
outros minerais, bem como vegetais e borracha da
seringueira.
A indústria extractiva é a que mais tem contribuído para a balança de pagamentos
do país, tendo sido responsável por mais 50% do PIB através de exportações
avaliadas em milhões de toneladas métricas de petróleo, e por cerca de 5% do PIB
correspondentes a quilates de diamantes, aos quais se podem somar pequenas
contribuições de granito e de outros minerais.

Estima-se que o subsolo de Angola alberga 35 dos 45 minerais mais

importantes do comércio mundial. Os recursos minerais predominantes em


Angola incluem o petróleo, substâncias betuminosas, gás natural, os minerais
metálicos (ouro, ferro, cobre e zinco), mineiras não-metálicos (granito, mármore,
quartzo, esmeraldas, turmalinas, granadas, águas marinhas e calcário), fosfatos e
água de mesa e minero-medicinais.
Contudo, até à data apenas 40% do território foi
objecto de levantamento geológico, sendo por
isso incipiente o grau de conhecimento dos
recursos minerais do país.
SECTORES DA INDUSTRIA EXTRACTIVA

Indústria Petrolífera

Petróleo é uma mistura inflamável de substâncias


oleosas e é usado como base para a produção de
combustíveis. Angola tem vastas reservas de petróleo e é
um dos maiores produtores de petróleo de África e do
mundo.

Importantes jazidas de petróleo foram descobertas em


1966, ao largo de Cabinda, e mais tarde ao largo da
costa até Luanda, tornando Angola num dos
importantes países produtores de petróleo, com um
desenvolvimento económico possibilitado e dominado
por esta atividade.
SECTORES DA INDUSTRIA EXTRACTIVA

Indústria Petrolífera

Durante a última década foram Apesar da maior parte dos


descobertos ao largo do litoral novos campos ainda não ter
angolano mais de 8 biliões de barris começado a ser explorada,
de petróleo em águas profundas, desde 1980 a produção de
tornando Angola numa das zonas de petróleo em Angola já
exploração petrolífera mais ricas do aumentou em mais de 550%,
mundo e uma das mais procuradas tendo atingido mais de 980 mil
pelas empresas petrolíferas. barris/dia em 2004.
Indústria de exploração de
diamantes

O conhecimento da existência de diamantes em Angola data de


1590, tendo a sua confirmação sido alcançada apenas em 1909.
Desde 1910 até meados da década de 1990 o país foi procedendo à
extracção directa de diamantes com maior ou menor intensidade,
tendo esta actividade chegado inclusive a ser interrompida por
causa da situação generalizada de guerra em todo o país – não
obstante ter sido também base da sua sustentação.

Angola é o quarto maior produtor de diamantes


do mundo, depois do Botswana, da Rússia e da
África do Sul.
A exploração deu-se inicialmente sobretudo
em três áreas mineiras, concentradas por
duas zonas:

Zona Oeste (a oeste do rio Luachimo), com o


Centro de Operações em Chissanda, onde era
explorada a rica área de Chinfungo que, mesmo
nos primeiros anos de exploração, entrava no
seu sexto bloco;

Zona Leste (a leste do rio Luachimo), com o


Centro de Operações em Luaco, onde eram
exploradas as áreas das bacias das ribeiras
Cassanguidi e Cartuxi, afluentes do rio Luembe
e da bacia da ribeira Luaco (afluente do rio
Luana).
Desde os tempos de exploração manual e, na década de 1920-1930, com máquinas a vapor,
tem havido uma evolução constante até aos níveis de hoje. Estima-se que as terras das Lundas
tenham um enorme potencial diamantífero, cuja exploração tem vindo a aumentar desde
2002. Os direitos de exploração são, no presente, exclusivos da empresa estatal ENDIAMA.

A contribuição da indústria diamantífera para o PIB, tem sido muito menor do que a da
indústria petrolífera. Com efeito cerca de um terço da produção tem sido vendido
através de redes de contrabando, o que diminui ainda mais a receita fiscal dos
diamantes (menos de 10% do valor das vendas oficiais), o que indica que o Estado
pouco ganha com esta indústria.
Contudo, em contraste com a indústria petrolífera, o sector
diamantífero é uma grande fonte de emprego, principalmente
nas minas informais ou artesanais, onde se calcula que
trabalhem mais de 200 000 mineiros garimpeiros.
Outros inertes
Ferro

O ferro chegou a ser um dos principais bens de exportação de Angola. Desde a década de 1950 até 1975, as
minas de ferro existiam nas províncias de Malange, Bié, Huambo, e Huíla, e a produção nos últimos anos
rondava os 6 milhões de toneladas por ano.

Após a independência foi estabelecida a Empresa Nacional de Ferro de Angola - Ferrangol, para a exploração,
mineração, processamento e comercialização do ferro.

A última mina de ferro em exploração foi a de Cassinga na Huíla, cuja actividade cessou devido à
dependência da linha de caminhos-de-ferro, que requeria reparações, por outro lado, os conflitos com as
forças militares tornavam o percurso arriscado; em simultâneo, o preço do aço no mercado internacional
estava em baixa. A capacidade da mina de Cassinga era de 1,1 milhões de toneladas por ano.
Rochas ornamentais

As províncias do Kwanza Sul e as do Sudoeste de Angola são ricas em quartzo. O sudoeste, nomeadamente a
província do Namibe, é igualmente rico em mármore, nomeadamente mármore ornamental e estima-se
que o recurso permita a extracção de 5 000 m3 por ano durante 20 anos. O granito é também abundante
nas províncias da Huíla e do Namibe.
IMPACTO DA INDÚSTRIA NO AMBIENTE EM ANGOLA

A importância das indústrias para a nossa sociedade é algo


indiscutível, no entanto, quando deixam de lado a preocupação
ambiental podem causar grandes impactos, principalmente na
natureza, por isso o relacionamento entre a indústria e o meio
ambiente deve ser estabelecido de uma forma muito transparente
para a sociedade e, principalmente, estabelecido com o objetivo de
promover o desenvolvimento sustentável.
Nos últimos anos o petróleo tem sido cada vez mais explorado por ser
um recurso energético e o maior gerador de divisas para a economia de
muitos países, incluindo Angola.

Já imaginou como seria a vida sem o


uso de pneus, calçados e cosméticos?

Pois bem, a indústria petrolífera é responsável pela produção destes e


muitos outros itens que utilizamos no nosso dia-a-dia, como os plásticos,
detergentes, medicamentos, insecticidas, tintas, explosivos, corantes e a
borracha sintética – tudo tendo como base o petróleo e derivados.
ÁRES MAIS AFETADAS PELA INDUSTRIA

1. Poluição do ar

2. Destruição da fauna e da flora

3. Contaminação da água

4. Aquecimento global
Nos últimos anos o petróleo tem sido cada vez mais explorado por
ser um recurso energético e o maior gerador de divisas para a
economia de muitos países, incluindo Angola.

No entanto, as actividades que envolvem a


exploração e utilização deste recurso têm elevados
impactos ambientais.

Os processos de transformação utilizados pela indústrias diariamente


causam impactos ambientais, poluem o ar, o solo e a água, por isso
ações de sustentabilidade devem ser tomadas para que esse impacto
seja, no mínimo, reduzido e controlado.
Esta enorme emissão contribui para o efeito
A utilização do petróleo e outros
estufa e consequente para o aquecimento global.
combustíveis fósseis são uma das
maiores causas das alterações
climáticas. Milhões e milhões de
toneladas de gases nocivos como o
dióxido de carbono (CO2), são
libertados para a atmosfera durante
a produção e utilização de Durante o processo de extracção de petróleo, é
combustíveis fósseis. comum também haverem derrames, causando
poluição marinha ou dos solos.
DERRAMES DE PETRÓLEO EM ANGOLA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

No ranking dos maiores produtores de petróleo de África, Angola encontra-se em segundo


lugar e situa-se numa importante zona de tráfego marinho. É importante falarmos que
Angola já teve vários derrames de petróleo ao longo da Costa mas estes não foram
reportados pela autoridades e órgãos de comunicação social e também casos em que as
autoridades não conseguiram identificar a origem destes derrames.

Cabinda já registou vários derrames graves de petróleo como foi em 2001, 2011 e 2015 pela Chevron e,
em 2019 pela Somoil.
Mais recentemente, no dia 1 de Fevereiro de 2020 foram detectadas manchas de petróleo nas praias da
Quinfuquena, no município do Soyo, província do Zaire, e que avançaram até a província de Cabinda. Estas
ocorrências têm afectado drasticamente o ecossistema do Parque Nacional do Maiombe nas mais variadas
vertentes. Segundo os pescadores e populares da região, os derrames provocaram a morte de algumas
espécies raras de animais marinhos em Cabinda, com destaque para as tartarugas e baleias, e podem ser um
dos factores causadores do desaparecimento dos mangais da foz do rio Chilongo.
OUTRAS CONSEQUÊNCIAS DERRAME DO PETRÓLEO

Redução a taxa de
O forte cheiro do
fotossíntese das plantas
petróleo
marinhas.

Provocam a morte de
aves marinhas

O consumo de animais
Esterilidade dos solos
contaminados
O Estudo da Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD)
denominado "Os Impactos da Exploração Diamantífera sobre as
Comunidades Locais nas Lundas Norte e Sul", divulgado em 11de
Março, em Luanda, revela que os populares vivendo ao redor das
zonas de exploração de diamantes continuam a ser vítimas
de violações dos direitos humanos.

Por sua vez, as autoridades tradicionais das Lundas Norte e Sul


reclamam a falta de serviços sociais nas duas regiões. Isso
porque as empresas de exploração de diamantes não
contribuem para o desenvolvimento das comunidades, e muito
menos garantem emprego para a população - na sua maioria,
desempregada.
O QUE É O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Desenvolvimento sustentável é um conceito sistêmico que se traduz num modelo de


desenvolvimento global que incorpora os aspectos de um sistema de consumo em massa no
qual a preocupação com a natureza, via de extração da matéria-prima, é máxima, ou seja, a
realização de atividades industriais prezando ao máximo os cuidados com o meio ambiente.

Em 1995, a Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável aprovou


um conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável, com o intuito de servirem
como referência para os países em desenvolvimento ou revisão de indicadores
nacionais de desenvolvimento sustentável, tendo sido aprovados em 1996, e revistos
em 2001 e 2007.
A Geografia actual é uma ciência de investigação, cujos objectivos
assentam em:

Preservação Restauração

Transformação do ambiente
Melhoraria
natural e as riquezas

Em benefício dos angolanos de hoje e das gerações futuras.

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