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LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE

ARQUITETURA E URBANISMO

PLANEJAMENTO E PROJETO URBANO, REGIONAL E ARQUITETÔNICO


II

ANA KARINA MACÊDO DE MEDEIROS

CESIANE CAROLINA ARAÚJO DE LIMA

PROJETO DE INTERVENÇÃO ARQUITETÔNICA NO SÍTIO HISTÓRICO


DE NATAL/RN

NATAL/RN

2020
ANA KARINA MACÊDO DE MEDEIROS

CESIANE CAROLINA ARAÚJO DE LIMA

PROJETO DE INTERVENÇÃO ARQUITETÔNICA NO SÍTIO HISTÓRICO


DE NATAL/RN

Relatório apresentado para o componente


curricular de “Planejamento e Projeto
Urbano, Regional e Arquitetônico II” no
curso de nível superior em Arquitetura e
Urbanismo, do Centro Universitário do Rio
Grande do Norte, em cumprimento às
exigências legais, para obtenção de nota
parcial do semestre.

Professor: Haroldo Maranhão.

NATAL/RN

2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3

2 LOCALIZAÇÃO ...................................................................................................... 4

3 ANÁLISE HISTÓRICA E ARQUITETÔNICA .......................................................... 5

4 LEVANTAMENTO ARQUITETÔNICO .................................................................... 7

4.1 DESENHOS TÉCNICOS ...................................................................................... 7

5 INTERVENÇÃO ...................................................................................................... 9

6 ESTUDOS DE REFERÊNCIAS ............................................................................ 10

6.1 PALACETE CHAVANTES.................................................................................. 10

6.2 LE PROCOPE .................................................................................................... 15

7 PROJETO ARQUITETÔNICO .............................................................................. 18

8 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 26

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 27
3

1 INTRODUÇÃO

Conservar o patrimônio histórico de uma cidade é resultado do reconhecimento


dos valores históricos da sociedade. No contexto contemporâneo, a conservação
patrimonial, é pensada em conjunto com o planejamento da cidade, e por isso, a
necessidade de se entender e se considerar os diversos aspectos que estão
relacionados aos bens culturais.
As premissas que fomentam este relatório têm como foco, uma intervenção,
realizada em uma edificação atribuída ao bairro de Cidade Alta, em Natal/RN, onde
se localiza o sítio histórico da cidade pelo valor que o mesmo possui, especialmente,
por o bairro ser o núcleo de formação da cidade.
Com base nas análises morfológicas realizadas do bairro de Cidade Alta
apresentadas no último relatório e de todo o embasamento histórico do local,
analisando as características físicas e específicas da cidade, quanto ao seu
patrimônio arquitetônico-urbanístico e a infraestrutura local, compreendendo as
condições de vida de seus moradores, dentro da subárea, além da apresentação do
projeto arquitetônico, faremos a identificação do edifício com uma breve análise
histórica e arquitetônica do mesmo, seu levantamento e um conjunto de estudos de
referências que serviram de inspiração e embasamento para o projeto.
4

2 LOCALIZAÇÃO

Visto a extensão do bairro da Cidade Alta, que foi tido como objeto de estudo, o
mesmo foi dividido em seis subáreas distribuídas entre grupos de trabalho, como
vistos a seguir:

Figura 1: Delimitação das subáreas.

Fonte: Daniel Vinícius, Maria Silvia, Victor Dantas e Yara Maria, 2020.

A subárea em análise, que serviu como área de estudo e localização para o


projeto arquitetônico de intervenção é a cinco, evidenciada em verde, na qual
compreende a área situada entre a Avenida Câmara Cascudo, a Rua Quintino
Bocaiúva e a Avenida do Contorno.

Figura 2: Delimitação da subárea de estudo cinco.

Fonte: Autoral a partir de imagem no Google Earth, 2020.


5

A edificação, mais precisamente, se localiza na Rua Padre João Manoel,


número 46, ao lado da Praça das Mães.

Figura 3: Praça das Mães, Cidade Alta.

Fonte: Blog Tok de Hiistória. Disponível em: <https://tokdehistoria.com.br/2013/10/03/401-fotos-


antigas-de-natal/>. Acesso em: 15 abr. 2020.

3 ANÁLISE HISTÓRICA E ARQUITETÔNICA

Após pesquisas em busca de produzir uma breve análise histórica sobre a


edificação, não conseguimos nada com órgãos responsáveis pelo patrimônio
histórico do RN. Em contrapartida, conseguimos o contato do senhor João Maria,
sobrinho do proprietário, onde ele nos passou que a mesma possui mais de 60 anos
de existência, sendo desde sempre, de uso residencial.

Figura 4: Edificação atualmente.

Fonte: Acervo pessoal, 2020.


6

Analisando a edificação atualmente, podemos observar que ela é eclética, por


não possuir características de apenas um estilo.
Por não haver registros fotográficos do início da edificação, fomos no Google
Maps, na tentativa de fazer comparações da arquitetura em mais de um momento da
história. A mais antiga foi registrada em novembro de 2011.
Figura 5: Edificação em diferentes momentos históricos.
NOVEMBRO DE 2011 MAIO DE 2014

NOVEMBRO DE 2017 JANEIRO DE 2018

Fonte: Imagens do Google Maps.


7

Em 2011, já era possível observar que algumas alterações haviam sido feitas,
na composição arquitetônica original, visto que há uma abertura fechada na lateral
da edificação e a locação de novas portas na parte mais recuada. Na imagem de
2014 é possível ver uma porta locada na parte de cima, mesmo não dando a lugar
algum na parte externa. Acreditamos também, que essa pequena grade na frente,
usada para controle de passagem, não faz parte da composição original.
Em novembro de 2017, é possível observar que foram acrescentadas grades
nas aberturas da janela e em 2018, parte das aberturas foram fechadas com
alvenaria. Hoje, como podemos ver na figura 4, essas aberturas foram
completamente fechadas e as grades colocadas em 2017, foram removidas.

4 LEVANTAMENTO ARQUITETÔNICO

A fim de darmos início aos nossos estudos preliminares de projeto, partimos


para fazer o levantamento arquitetônico da edificação. Devido a complicações
mundiais, parte do levantamento será por medidas reais e outras por estimativa. A
edificação, conta com 7,8 metros de largura na sua fachada e 23,35 metros
aproximadamente de profundidade e com uma área total do terreno de 182,13 m².

4.1 DESENHOS TÉCNICOS

Para melhor visualização, na pasta do arquivo, estarão anexadas pranchas


com todos os desenhos técnicos apresentados e suas respectivas cotas.
O primeiro desenho, a seguir, consta de uma planta de situação.

Figura 6: Planta de situação da edificação.1

Fonte: Autoral, 2020.

1
Consultar prancha 01 em anexo.
8

Nesta planta de situação, é possível analisar a localização do terreno em


vermelho, com as linhas hachuradas em maior evidência.
Já na planta baixa, a seguir, ela consta na forma da edificação atual e é
possível observar que existem 6 quartos, um banheiro e uma área de sala de estar
jantar e cozinha em conceito aberto.

Figura 7: Antiga planta baixa da edificação.

Fonte: Autoral, 2020.


Figura 8: Antiga fachada frontal da edificação.

Fonte: Autoral, 2020.

Na fachada frontal, é possível observar que há uma inclinação da topografia e


a edificação se ajusta com a mesma. Na imagem também, é possível encontrar os
diversos elementos arquitetônicos que o compõe, caracterizando-a como eclética.
9

5 INTERVENÇÃO

Alicerçada na teoria brandiana e na releitura dos aspectos de restauro,


seguiremos a nossa intervenção com a vertente “crítico-conservativa e criativa”
(CARBONARA, 2006), onde nela, a restauração e preservação assumem uma
posição conservativa, de forma prudente, que não significa o congelamento, e
propõe, quando necessário o uso de recursos criativos, respeitando a obra,
removendo, adicionando ou reintegrando lacunas, como pretendemos fazer para
trazer à edificação, suas aberturas originais.
A respeito dos condicionantes ambientais, podemos observar na imagem a
seguir, a posição solar (nascente e poente) na edificação, bem como a direção dos
ventos dominantes.

Figura 9: Condicionantes ambientais da edificação 01.

Fonte: Autoral, 2020. Com base em imagem do Google Maps.

Na imagem acima, podemos observar que o sol nascente, está voltado para a
fachada frontal e a lateral esquerda. Já o sol poente, se direciona para a fachada
lateral direita e para a parte posterior da edificação. Quanto à ventilação, os ventos
dominantes surgem voltados para a fachada frontal.
Ainda, segundo PACHECO (2016), o tipo climático estabelecido para a cidade
de Natal é o quente e úmido, ou seja, possui temperaturas elevadas e alta umidade
no ar o ano todo. Segundo a NBR 15220 (ABNT, 2005), as principais
recomendações para este tipo climático, são a ventilação cruzada permanente e o
10

sombreamento das aberturas. O uso de cores claras, de baixa absortância também


reduz a radiação solar.
Devido à problemática de abandono do bairro, buscamos elaborar uma
proposta para atender diversos públicos diferentes. Diante disso, será proposto para
o edifício que hoje encontramos de uso residencial, o “Café 084”, que disponibilizará
para o bairro um ambiente agradável para cafés, lanches e espaços individuais de
trabalho, como também salas para locação para trabalhos em grupo e/ou escritórios,
sem descaracterizar a edificação atual e permitir com que a sociedade possa
frequentar e respirar um pouco dessas edificações históricas e conhecer seus
valores.

6 ESTUDOS DE REFERÊNCIAS

Para iniciar o processo das propostas arquitetônicas e amadurecermos a


ideia da proposta de intervenção, tomamos dois estudos referenciais de auxílio,
sendo um deles de âmbito nacional e o outro internacional.

6.1 PALACETE CHAVANTES

O edifício Chavantes foi construído no final da década de 20, e fica localizado


na Rua Benjamin Constant, 171, na região do Centro da cidade São Paulo. Na
época ele foi um dos primeiros arranha-céus da cidade e continua sendo imponente
mesmo tendo “somente” 10 andares.

Figura 10: Fachada do edifício.

Fonte: Refúgios urbanos. Disponível em: <www.refugiosurbanos.com.br>; Acesso em: 19 abr. 2020.
11

Encomendado pelo cafeicultor paulista João Batista Mello de Peixoto aos


engenheiros Alexandre Ribeiro Marcondes Machado e Otávio Ferraz Sampaio, o
edifício leva o nome de Chavantes, pois foi o nome da cidade de onde vinha o café
que gerou a riqueza para construí-lo. Foi construído na segunda metade da década
de 1920, precisamente entre 1926 e 1930, sendo originalmente destinado para fins
residenciais. Apenas na década de 1940 é que o prédio sofre uma transição e passa
a ter suas unidades colocadas à venda com destinação comercial, sendo utilizada
para essa finalidade até os dias atuais.
O edifício possui 10 andares e é rico em detalhes tanto na fachada quanto em
seu interior, tem suas áreas comuns finalizas com boisserie em madeira de lei,
totalmente esculpida pelas mãos dos artesãos do Liceu de Artes e ofícios. O relevo
sobre o portão de entrada principal retrata a colheita do café. Sua fachada é em
estilo eclético, com muitos elementos mesclados.

Figura 11: Relevo sobre o portão de entrada que retrata a colheita do café.

Fonte: Refúgios urbanos. Disponível em: <www.refugiosurbanos.com.br>; Acesso em: 19 abr. 2020.

Os apartamentos eram casas suspensas, tendo apenas duas unidades por


andar, cada uma com 120 m². Hoje, ele é o único palacete comercial que ainda
preserva todas as suas características originais e que está disponível no mercado.
Foram totalmente restaurados pela imobiliária “Refúgios Urbanos”.
O edifício Chavantes foi escolhido, pois atende a todas as premissas que
adotaremos para o nosso projeto, como a preservação da sua característica original
e destinar o uso de residencial para comercial. Hoje, os escritórios que estão
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disponíveis para locação ou venda, atraem um grande número de pessoas, tornando


um atrativo para a região.

Figura 12: Sala de escritório.

Fonte: Refúgios urbanos. Disponível em: <www.refugiosurbanos.com.br>; Acesso em: 19 abr. 2020.
Figura 13: Sala de escritório.

Fonte: Refúgios urbanos. Disponível em: <www.refugiosurbanos.com.br>; Acesso em: 19 abr. 2020.
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Figura 14: Sala de escritório.

Fonte: Refúgios urbanos. Disponível em: <www.refugiosurbanos.com.br>; Acesso em: 19 abr. 2020.

Figura 15: Sala de escritório.

Fonte: Refúgios urbanos. Disponível em: <www.refugiosurbanos.com.br>; Acesso em: 19 abr. 2020.
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Figura 16: Cozinha do Palacete.

Fonte: Refúgios urbanos. Disponível em: <www.refugiosurbanos.com.br>; Acesso em: 19 abr. 2020.

Figura 17: Banheiro do Palacete.

Fonte: Refúgios urbanos. Disponível em: <www.refugiosurbanos.com.br>; Acesso em: 19 abr. 2020.
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6.2 LE PROCOPE

Em 1686, o italiano, nascido em Palermo, Francesco Procopio dei Coltelli,


inaugura, em Paris, aquele que é considerado o Café mais antigo da França.
Situado no 6º arrondissement de Paris na Rue de l’Ancienne Comédie, em meio a
uma região de Paris, O Le Procope é uma das grandes pérolas parisienses.

Figura 18: Fachada Le Procope 1939.

Fonte: Correio Gourmand. Disponível em: <www.correiogourmand.com.br>. Acesso em: 19 abr.


2020.

O Le Procope foi instalado numa antiga casa de banho turco, preservando o


estilo oriental e trazia amplas salas com o piso xadrez preto e branco, paredes
revestidas com tapeçarias e espelhos, objetos esses até então reservados apenas
às casas dos nobres. Com suas mesas de mármore com os pés ornamentados e os
lustres de cristal e luz de velas, o Le Procope se torna rapidamente um ponto de
encontro de pessoas da alta sociedade parisiense. Em 1687 uma feliz coincidência
leva o grupo de atores do Rei, a “troupe de Molière” a se instalar no edifício em
frente ao estabelecimento (ficou ali até 1770) e transformou o estabelecimento numa
espécie de antessala do teatro, garantindo-lhe, por mais de 200 anos, um excelente
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movimento. Com essa conexão com o público que frequentava o teatro, o ar


respirado no Le Procope passou a ser cheio de literatura e ciência.

Figura 19: Fachada Le Procope, 2019.

Fonte: Viajoteca. Disponível em: <www.viajoteca.com>. Acesso em: 19 abr. 2020.

O restaurante foi ponto de encontro de personalidades como Diderot,


D’Alembert, Molière, Robespierre, Danton, Voltaire, Rousseau etc. Durante o século
18, ele foi “casa” de ideias liberais e, também, a história da Enciclopédia. Os
encontros de Robespierre, Danton e Marat para discutir sobre a Revolução eram
feitos por lá. Até Bonaparte deixou um chapéu no Le Procope que fica em exposição
na entrada do restaurante à esquerda.
Após um período de decadência no final do século XVIII, o Le Procope
ressurgiu na primeira metade do século XIX, agora como restaurante. Em 1987, a
casa foi adquirida pelo grupo Les Frères Blanc, dos cozinheiros Pierre e Jacques
Blanc, conhecidos como embaixadores da vida parisiense, que com o conceito
“Brasserie de Luxo”, restauraram e revitalizaram diversos restaurantes históricos de
Paris. Depois de uma grande reforma, o Le Procope foi totalmente restaurado,
recuperando o esplendor de sua decoração original. Visitado por turistas do mundo
inteiro, o local continua a receber celebridades, sendo ponto de encontro de
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jornalistas, políticos, profissionais de teatro e artistas em geral. Em 1992, o Café Le


Procope foi tombado como Monumento Histórico pela prefeitura de Paris.
A decoração até hoje ainda remonta os séculos XVII e XVIII, com os seus
tetos altos cobertos de candelabros e paredes revestidas com pinturas antigas,
visitar este café é dar um passo atrás no tempo.

Figura 20: Interior do Le Precope.

Fonte: Paris sempre Paris. Disponível em <www.parissempreparis.com>. Acesso em: 19 abr. 2020.
Figura 21: Descrição na fachada.

Fonte: Viajoteca. Disponível em: <www.viajoteca.com>. Acesso em: 19 abr. 2020.

Escolhemos o Le Precope, pois, mesmo após tantos anos de sua construção


foi preservada a arquitetura original, considerando apenas algumas alterações como
cores e vegetação.
18

Como trabalharemos com a abordagem crítico-conservativa e criativa nos


atentaremos aos valores documentais do edifício, mas se permitindo a usar da
liberdade expressiva a partir de um juízo histórico-crítico, analisando o caso em
questão.

7 PROJETO ARQUITETÔNICO

Com base nas ideias abordadas no tópico de intervenções, associadas ao


que pudemos tirar de cada estudo de referência, tendo em vista a vertente adotada
para a abordagem projetual, na proposta de restauro da edificação, tentaremos
reforçar seu caráter e sua representatividade como edificação, tentando alterar o
mínimo possível da fachada trazendo de volta as características originais. Nela
pretendemos apenas adicionar alguns elementos que não a descaracterize, como o
uso de vegetação e alguns outros elementos verdes.
A cor da edificação nesses últimos anos esteve gasta, sendo modificada
apenas em 2020, como podemos analisar nas imagens da figura 5. Porém numa
figura antiga da Praça das Mães (Figura 3), é possível observar que a edificação já
chegou a ser na cor azul, com detalhes brancos, assim, iremos utilizar essas
mesmas cores para remeter a história do edifício. Porém, na tentativa de explorar
um lado criativo, vamos trazer de volta as aberturas originais da edificação, com
esquadrias semelhantes as que eram, e nela, iremos acrescentar cores mais vivas,
que estimulem a criatividade, tendo em vista que o local também será de trabalho
produtivo.
Em um estudo preliminar, elaboramos um programa de necessidades. Nele
constava:

Tabela 1: Antigo programa de necessidades do projeto.


AMBIENTE USO

6 SALAS CLIENTES

2 WC’s ACESSÍVEIS GERAL

BALCÃO CAFÉ FUNCIONÁRIOS

ESPAÇO DE COWORKING CLIENTES


Fonte: Autoral, 2020.
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Figura 22: Planta baixa de proposta – croqui.

Fonte: Autoral, 2020.

Figura 23: Perspectiva interna de proposta – croqui.

Fonte: Autoral, 2020.

Porém, ao executarmos a criação do projeto, vimos que também era


necessária a existência de uma cozinha, para dar suporte ao atendimento do café.

Logo, podemos observar o projeto final a seguir:


20

Figura 24: Planta baixa do projeto final.2

Fonte: Autoral, 2020.

Figura 25: Planta baixa de layout do projeto final.3

Fonte: Autoral, 2020.

Como observado no tópico 5 “Intervenção”, a ABNT 15220, recomenda que


para o tipo climático no qual a edificação está inserida, haja uma ventilação cruzada.
Como podemos observar na figura 9, os ventos dominantes chegam à edificação por
meio das aberturas da fachada frontal. Logo, na face posterior do edifício, onde se
localizam os lavatórios, fizemos uma parede verde onde, na parte de cima, podemos
observar um “rasgo” na parede. Podemos vê-lo mais em evidência no corte AA.

2
Ver prancha 02 em anexo
3
Ver prancha 02 em anexo
21

Figura 26: Corte AA do projeto final.4

Fonte: Autoral, 2020.

No corte, podemos observar que há uma viga e uma alvenaria se ergue sobre
ela até o limite da cobertura (Figura 27), deixando esse “rasgo”, com uma abertura
de 20 cm. Ainda na parte debaixo, foi deixado um rebaixo de 2 cm, com 50 cm de
largura de piso permeável.

Figura 27: Planta de cobertura do projeto final.5

Fonte: Autoral, 2020.


Na planta de cobertura, é possível observar o “rasgo” da parede que vem até
o topo, junto com a caixa d’água, que se localiza na parte de cima do WC acessível
01 e os caimentos das águas. No final de cada caimento, existem calhas
impermeabilizadas com manta asfáltica para o escoamento da água e no contorno
da estrutura das telhas existem rufos em concreto para proteger as paredes
expostas e evitar infiltrações nas juntas.

4
Ver prancha 03 em anexo
5
Ver prancha 01 em anexo
22

Na planta de reforma a seguir, vemos que as maiores intervenções se


concentrarão na fachada frontal.

Figura 28: Planta de reforma do projeto final.6

Fonte: Autoral, 2020.


Todas essas intervenções serão para trazer de volta à edificação, as
características originais, da mesma.

Figura 29: Fachada frontal de reforma e do projeto final.7

Fonte: Autoral, 2020.

Nela, onde havia janelas e, na figura 5, vimos que foram fechadas por volta
de 2018, no projeto elas serão reabertas com as mesmas características originais.
Ainda, por hoje haver uma rampa com uma inclinação maior do que a permitida,
para a acessibilidade, ela será demolida e dará lugar a degraus. Onde antes havia
uma espécie de patamar, deu lugar a uma plataforma elevatória para cadeirantes.
Vale salientar que todo o projeto foi pensado na acessibilidade também.

6
Ver prancha 01 em anexo
7
Ver prancha 03 em anexo.
23

Como também vimos no tópico 5, de intervenção, o uso de cores claras reduz


a radiação solar para a edificação. Logo, as cores escolhidas, que já foram usadas
antes na edificação, como explicado no início desse tópico, auxiliarão no conforto
térmico.
A seguir, contaremos com uma série de renderizações do projeto, para
melhor visualização.

Figura 30: Perspectiva externa da fachada 01.

Fonte: Autoral, 2020.


Figura 31: Perspectiva externa da fachada 02.

Fonte: Autoral, 2020.


24

Figura 32: Perspectiva interna 01.

Fonte: Autoral, 2020.

Figura 33: Perspectiva interna 02.

Fonte: Autoral, 2020.


25

Figura 34: Perspectiva interna 03.

Fonte: Autoral, 2020.

Figura 35: Perspectiva interna 04.

Fonte: Autoral, 2020.


26

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das análises feitas, realizadas diante do bairro da Cidade Alta e na


subárea específica abordada, se encontra a edificação para intervenção. Foi
possível observar o quanto esses estudos são importantes, para compreender
melhor o local onde as edificações estão inseridas e o quanto as intervenções
podem ser significativas para o para a reabilitação do meio.
Além dos aspectos históricos, as características físicas e específicas são
primordiais, para então entender a importância e o valor de cada edificação
patrimonial, pois, a partir dos seus elementos arquitetônicos somos levados a
entender um pouco da sua história e de como é importante a preservação e
restauração desses locais, tendo em vista que a cidade é o registro da sua própria
história, infestada de símbolos que representam uma sociedade e suas
manifestações, Raquel Rolnik (1988).
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REFERÊNCIAS

ABNT NBR9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos


urbanos. Associação Brasileiras de Normas Técnicas, Rio de Janeiro; ABNT, 2004.

NATAL, lei complementar nº 082, de 21 de junho de 2007 , que institucionaliza o


Plano Diretor do Município de Natal, 2007.

NATAL, lei complementar nº 055, de 27 de janeiro de 2004, que institucionaliza


o Código de Obras e Edificações do Município de Natal, 2004.

NATAL, lei nº 3.942. oe 09 de julho de 1990, que institui a Zona Especial de


Preservação Histórica, alterando o zoneamento de uso do solo, definido na Lei
nº 3.175, de 29 de fevereiro de 1884.

OLIVEIRA, Giovana. Conferência de Manoel Dantas. In: FERREIRA, Ângela Lúcia e


DANTAS, George. (Org.) Surge et ambula: a construção de uma cidade moderna
(Natal, 1890-1940). Natal. EDUFRN,2006.

LEE, Yuna. LE PROCOPE: O PRIMEIRO CAFÉ DA FRANÇA. Disponível em:


https://www.obonparis.com/pt/magazine/le-procope. Acesso em: 19 abr. 2020.

MOREIRA, Rogerio. O Café mais antigo do mundo, frequentado por Napoleão,


Victor Hugo e Benjamin Franklin. Disponível em: https://parissempreparis.com/o-
cafe-mais-antigo-mundo-frequentado-por-napoleao-victor-hugo-e-benjamin-franklin/.
Acesso em: 19 abr. 2020.

ANDERSEN, Martinha. Os Cafés mais famosos de Paris. Disponível em:


https://www.viajoteca.com/cafes-mais-famosos-de-paris/. Acesso em: 19 abr. 2020.

BRANDÃO, Virgínia. CAFÉ LE PROCOPE. Disponível em:


https://correiogourmand.com.br/info_01_cultura_gastronomica_04_enderecos_classi
cos_01.htm. Acesso em: 19 abr. 2020.

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