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Dinâmica para aula de sociologia


e filosofia
19 de jun. de 2015 • 18 gostaram • 27.894 visualizações

Descrição melhorada com IA

Este documento apresenta uma dinâmica para


aulas de Sociologia e Filosofia que envolveLeia
a …mais

Severina Maria Vieira

Olhosvendados,bombonsredistribuídos,pergunteaalgunsalunos(umde
cadavez)setemseestátudocerto(sópodemdizersimounão).Comececom
osalunosdeolhosvendadosquenadareceberam(comoelesestãodeolhos
vendados,nãoterãonemideiadoqueestáocorrendo),depoispasseparaos
deolhosvendadosquereceberammaisde3bombons(pergunteaelesse
estãosatisfeitos,orientandoquerespondasimounão,apenas),depoispasse
paraosqueestãocomvendas,masquereceberammenosde4balas.Epor
fim,pergunteosqueestãosemvendas.Nessemomentopergunteseestão
satisfeitoseoporque.

Mandequetiremasvendaseperguntenovamente(agoradeixeelesfalaremo
quequiseremarespeito).Certamenteagoraosquesesentiramprejudicados
reclamarão.Nessemomentoexpliqueaimportânciadaeducação(olhos
abertos)paracompreenderoquesepassanasociedadeenaAdministração
dosrecursosangariadospormeiodenossosimpostos.

2°momento:
Comoosquepoucoreceberamestãoinsatisfeitoseosquemaisreceberam
estãosatisfeitos(especialmenteaquelesquenãolevaramosbombonseagora
ganharam),recolhatodasosbombonsecoloquenabolsa(comosefosselevar
paracasa).Edigaqueficarácomtodos.Issodeformabemditatorial.

Nessemomentoelesnãoconcordarão.Expliqueapartirdai,aimportânciade
questionarogovernoquandorecolheosimpostosenadaouquasenadafaz.

3°momento:
Digaque"paratodosficaremsatisfeitos,serádistribuídoigualmenteàtodos,
comonoSocialismo.Façaassim.Haveráreclamaçãodaquelesquetrouxeram
4bombonseficaramcommenos(devidoaofatodenemtodosteremtrazido,e
nahoradadivisãoosquetrouxeram3bombonsficarãocom2ou1bombom).

Apartirdaidiscutaquestõesligadasaosocialismoeapolíticasredistributivas.

Obs:reflitaquenemtodosnãocontribuemdevidoascondiçõesdecomprar
bombonsnaqueledia,assimcomotempessoasnasociedadequesão
impossibilidadesporváriosmotivosdecontribuireconomicamenteparao
Estado.Seriajustoaredistribuiçãodosrecursopúblicosdeformaigualitária?

Relembreaelesqueosocialismopregavaquecadaumdeveriacontribuircom
suacapacidadeereceberconformesuanecessidade.

DinâmicaparaauladeSociologiaouFilosofia

Objetivo:Desenvolveracapacidadedeargumentação,interpretação
ejulgamento.

ATIVIDADE:Falar,ouvirejulgar

Instrução:Osalunossãodivididosemgruposde3,cadaumterá
umafunçãoquedeveráserrevezada:

Orador:Escolheumtemaefazumcomentáriosobreele.

Secretário:Escreveoquevaisendoditopeloorador.

Juiz:Julgaseoquefoiescritotemhavercomoquefoifaladoe
colocasuaobservaçãoabaixodoquefoiescrito.
Continuaabaixo:

Aatividadepossuitrêsrodadas,sendoquecadamembrodevepassar
pelostrêspapeis,nofimhaveráumregistrocomasopiniõesdostrês
eosseusjulgamentossobreoquefoiescrito.Ostemaspodemser
mudadosconformeoqueestásendotrabalhado.

TEMAS:

1.PenadeMorte2.Reformadasprisões3.Usodedrogas.4.
Liberaçãofeminina.5.Políticaexterior.

6.Ecologia7.Matrimoniohomossexual.8.Corrupção9.Sexopré-
matrimonialeextramatrimonial.

10.GentedaRua.11.Trabalhovoluntário.12.Reformapolítica.13.
Divorcio.14.Homossexualidade.

Nofinalogrupodeveresponderastrêsquestões:

Questões:
1.Quaisforamasdificuldadesquevocêsenfrentaramemcadapapel
queinterpretaram,secretário,oradorejuiz?
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Dinâmica para aula de sociologia e filosofia


1. Dinâmica para aula de Sociologia e Filosofia A dica de hoje é
destinada aos leitores que são docentes. Trata-se de uma
dinâmica. Segue: Objetivo: 1. Refletir sobre o papel da educação
frente as injustiças cometidas pelo Estado. 2. Refletir sobre o
papel do cidadão frente a um Estado que rompe com o “contrato
social” (no sentido de Rousseau); 3. Refletir sobre a
desapropriação de bens em ações socialistas. Material
necessário: Bombons (devem ser solicitado 3 bombons por
aluno, em aula anterior); Vendas para os olhos. Desenvolvimento
Inicie a aula sem dizer os objetivos, apenas fale que será
realizado uma dinâmica. Comunique a regra do jogo: ninguém
pode emitir nenhum tido de som durante toda a dinâmica,
apenas poderá falar (sim ou não) aqueles que o professor
solicitar. 1º momento: Peça que todos coloquem os bombons
sobre a mesa. Certamente alguns não levarão para a aula os
bombons solicitados – isso faz parte da dinâmica (em escola
pública, onde as desigualdades sociais são marcantes, a
dinâmica funciona ainda melhor). Passe recolhendo todas os
bombons. Lembrando que ninguém pode falar nada!
Aleatoriamente, deve ser vendado os olhos de cerca de 1/3 dos
alunos. Redistribua os bombons de forma desigual (deixe uns
alunos que estão com os olhos vendados sem bombons e outros
com um, dois, três, cinco... ). Obs: coloque em suas mãos para
terem ideia (os que estão com os olhos vendados) que estão
recebendo os bombons.
2. Olhos vendados, bombons redistribuídos, pergunte a alguns
alunos (um de cada vez) se tem se está tudo certo (só podem
dizer sim ou não). Comece com os alunos de olhos vendados que
nada receberam (como eles estão de olhos vendados, não terão
nem ideia do que está ocorrendo), depois passe para os de olhos
vendados que receberam mais de 3 bombons (pergunte a eles se
estão satisfeitos, orientando que responda sim ou não, apenas),
depois passe para os que estão com vendas, mas que receberam
menos de 4 balas. E por fim, pergunte os que estão sem vendas.
Nesse momento pergunte se estão satisfeitos e o por que. Mande
que tirem as vendas e pergunte novamente (agora deixe eles
falarem o que quiserem a respeito). Certamente agora os que se
sentiram prejudicados reclamarão. Nesse momento explique a
importância da educação (olhos abertos) para compreender o
que se passa na sociedade e na Administração dos recursos
angariados por meio de nossos impostos. 2º momento: Como os
que pouco receberam estão insatisfeitos e os que mais receberam
estão satisfeitos (especialmente aqueles que não levaram os
bombons e agora ganharam), recolha todas os bombons e
coloque na bolsa (como se fosse levar para casa). E diga que
ficará com todos. Isso de forma bem ditatorial. Nesse momento
eles não concordarão. Explique a partir dai, a importância de
questionar o governo quando recolhe os impostos e nada ou
quase nada faz. 3º momento: Diga que “para todos ficarem
satisfeitos, será distribuído igualmente à todos, como no
Socialismo. Faça assim. Haverá reclamação daqueles que
trouxeram 4 bombons e ficaram com menos (devido ao fato de
nem todos terem trazido, e na hora da divisão os que trouxeram 3
bombons ficarão com 2 ou 1 bombom). A partir dai discuta
questões ligadas ao socialismo e a políticas redistributivas. Obs:
reflita que nem todos não contribuem devido as condições de
comprar bombons naquele dia, assim como tem pessoas na
sociedade que são impossibilidades por vários motivos de
contribuir economicamente para o Estado. Seria justo a
redistribuição dos recurso públicos de forma igualitária?
Relembre a eles que o socialismo pregava que cada um deveria
contribuir com sua capacidade e receber conforme sua
necessidade.
3. Dinâmica para aula de Sociologia ou Filosofia 20 Objetivo:
Desenvolver a capacidade de argumentação, interpretação e
julgamento. ATIVIDADE: Falar, ouvir e julgar Instrução: Os alunos
são divididos em grupos de 3, cada um terá uma função que
deverá ser revezada: Orador: Escolhe um tema e faz um
comentário sobre ele. Secretário: Escreve o que vai sendo dito
pelo orador. Juiz: Julga se o que foi escrito tem haver com o que
foi falado e coloca sua observação abaixo do que foi escrito.
Continua abaixo: A atividade possui três rodadas, sendo que cada
membro deve passar pelos três papeis, no fim haverá um registro
com as opiniões dos três e os seus julgamentos sobre o que foi
escrito. Os temas podem ser mudados conforme o que está
sendo trabalhado. TEMAS: 1. Pena de Morte 2. Reforma das
prisões 3.Uso de drogas. 4. Liberação feminina. 5. Política
exterior. 6. Ecologia 7. Matrimonio homossexual. 8. Corrupção 9.
Sexo pré- matrimonial e extra matrimonial. 10. Gente da Rua. 11.
Trabalho voluntário. 12. Reforma política. 13. Divorcio. 14.
Homossexualidade. No final o grupo deve responder as três
questões: Questões: 1. Quais foram as dificuldades que vocês
enfrentaram em cada papel que interpretaram, secretário, orador
e juiz?
4. 2. Que dificuldades vocês tiveram durante a escuta? 3. O que
vocês aprenderam sobre a capacidade de comunicação? Dica de
simulação de um julgamento em sala de aula Abaixo um texto
para fundamentar a situação e as orientações do andamento da
aula Texto: O Animal Era uma maternidade pública daquelas em
que as mulheres chegam, sabe Deus como ou de onde, sem
nenhum preparo; sem pré-natal, sem condições sem dinheiro,
sem saúde, sem alento, sem perspectivas. Até os médicos e
enfermeiras tornaram-se desalentados. Afinal conviver
diariamente com a miséria é suficiente para tornar a vida amarga.
Mas, quis o destino que assim fosse: nasceram juntos, nessa
mesma maternidade. Um porque a mãe não tinha onde cair
morta, o outro porque se a mãe não fosse rapidamente socorrida
cairia morta. E nasceram os dois de cesárea. E ainda assim,
nasceram saudáveis, chorando forte, corados. Foram
amamentados, pesados, medidos, esmiuçados e então
devolvidos as respectivas mães. Foram amamentados,
acarinhados, embalados e depois, um ficou na própria
maternidade e o outro, assim que possível, transferido para casa
de saúde particular. Um sozinho com a mãe solteira, o outro no
seio de uma família agora aliviada das circunstâncias do
nascimento em local tão impróprio. - Um acidente - diziam todos
- Um acidente - dizia também a mãe solteira com o pequeno nos
seios agarrado. Dois dias depois, cada qual seguiu seu destino,
um, a favela; o outro o apartamento de frente para o mar. E
ambos cresceram hígidos enquanto amamentados. Bonitos,
saudáveis, risonhos. Depois, um já recebia outros alimentos que
até sobravam, e o outro quando as tetas da mãe já não
sustentavam, nem as sobras tinha para
5. alimentar-se. E enquanto na casa de um os avós o
disputavam, na favela a mãe desesperada não tinha mais com
quem deixá-lo. E assim, num orfanato, acabou sendo
abandonado. Cresceram, os anos passaram, um no seio da
família, o outro no meio de estranhos e a ele ninguém se
vinculava. Um superestimado, abençoado, o outro perdido,
abandonado. Aos 6 anos, um matriculava-se no primeiro grau, o
outro fugia com três pouco mais velhos para nunca mais voltar.
Assim, enquanto um fazia da escola o caminho da sua vida, o
outro fazia da vida na rua a sua escola. Um cada vez mais forte,
saudável, o outro magrelo, perebento, desdentado. Enquanto um
aprendia para alargar seus horizontes, o outro roubava
estreitando cada vez mais o seu final. Os anos passavam e
enquanto um ia galgando as escolas mais diferenciadas, o outro
galgava os presídios mais apinhados. A seu modo cada qual
recebia, dia a dia, mais e mais conhecimentos. Em pouco tempo,
um usava a palavra como arma, e outro usava a arma como
palavra. E, no exato dia em que se formava advogado, o outro
empreendia mais uma fuga numa rebelião de presidiários. E
ambos se tornaram notórios, um como defensor incondicional da
pena de morte, o outro usando a morte como forma
incondicional de sobreviver. O inimigo público número um, o
mais procurado. Um tornou-se juiz de direito, o outro, terrível juiz
das vitimas das ruas escuras e desertas. Ambos com o destino
dos outros nas mãos, um com o código de lei da sociedade, o
outro com a lei da sociedade sem código. Até que certo dia se
encontraram. Um bateu o martelo condenando, ao mesmo
tempo que lamentava não haver pena de morte para imputar a
tamanho animal. O outro, o animal, acuado, algemado,
lamentando a vida que teria de novo na penitenciária. E ninguém
nunca soube que, naquela maternidade pública, trinta anos
atrás, eles haviam sido trocados. Atividade: O texto acima, deixa
subtendido, que o rapaz denominado “animal”, recebeu do Juiz a
prisão perpétua, já que não há pena de morte.
6. Refaremos o julgamento do réu, para confirmar ou mudar a
sentença dada: - Defesa: Elaborar um texto de defesa para o caso
e estipular uma nova pena. - Acusação: Elaborar um texto de
acusação para o caso e confirmar a pena ou estipular outra. - Júri:
Elaborar por escrito três questões para serem feitas a defesa e
três para a acusação, com a finalidade de esclarecer os fatos e
depois que todos forem ouvidos, estipular a sentença.
Desenvolvimento: Os grupos elaboram seus textos, depois a
Acusação começa falando, o Júri faz suas perguntas, fala a
Defesa, Júri faz as perguntas, a Acusação faz sua réplica , a Defesa
faz a tréplica e logo após o Júri se reúne e decide a sentença.
DIVERSIDADE Exercícios sociologia 2º ano - Diversidade A equipe
do Café com Sociologia elaborou algumas atividades as quais
podem ser utilizadas pelo professor a partir do nosso plano de
ensino. 2º Bimestre 1º Atividade – Estudos de raça 1- Qual a
diferença do conceito sociológico e do conceito biológico de
raça? 2- Qual a diferença entre o preconceito racial no Brasil e nos
EUA.
7. 3- Conceitue e exemplifique ações de discriminação
afirmativa. 4- Pesquise o conceito de Estigma na visão de
Go!man e responda como o estigma racial pode fortalecer a
criminalidade. 5- Com base em Munanga em sua obra “Um ponto
de vista em defesa das cotas” qual a discussão que está por trás
das cotas? 2º Atividade – Movimentos afirmativos 1- O que foi o
aparthaid? E qual era a justificativa ideológica e cultural para tal?
2- Qual o contexto histórico de surgimento e desenvolvimento da
Ku Klux Klan? 3- Qual a diferença fundamental do preconceito
racial norteamericano par ao preconceito racial brasileiro? 4-
Quanto o referencial de etnia qual a diferença do padrão
gradiente para o padrão descendência? Cite um país para tipificar
cada um dos exemplos. 5- Qual a sua visão sobre as políticas de
ação afirmativa? 3º Atividade – Conflitos étinicos
contemporâneos e relações internacionais 1- Como se deu a
instituição do Estado de Israel? 2- Como se seu a instituição do
Estado Palestino? 3- Qual importância da cidade de Jerusalém
para os: a) Judeus b) Mulçulmanos c) Cristãos 4- Exemplifique
situações de fundamentalismo: a) Judeus b) Mulçulmanos c)
Cristãos 5- Qual seria uma possível solução para o conflito étnico
no oriente médio? 4º Atividade – Gênero e sexualidade 1- Qual a
diferença entre sexo e gênero? 2- Conceitue: a) Orientação Sexual
b) Identidade de Gênero 3- Caracterize o sistema de dominação
masculina desenvolvido por Pierre Bourdieu. 4- Como se deu o
processo de construção histórica da dominação masculina? 5- A
partir do conteúdo estudado, quais os caminhos para diminuir a
violência de gênero no Brasil? 5º Atividade – Homossexualidade e
tabú
8. 1- O que é tabú e porque a sexualidade é considerada como
tabú? 2- Caracterize a homossexualidade na visão a)Bíblia b)
Biologia b) Psicologia c) Ciências Sociais 3- Qual a diferença da
maneira com a qual a sociedade romana de “Alexandre o Grande”
e a nossa sociedade atual lida com a questão da
homoafetividade? 4- No imaginário social, o que é mais
combatido e homossexualidade masculina ou feminina?
Justifique sua resposta. 5- Tramita no congresso uma lei de
criminalização da homofobia. Papeis sociais: o jogo "assassino,
detetive e vítima" 4Objetivos da atividade: - Apresentar o
conceito e característica de papéis sociais a partir do jogo.
Introdução: Papeis sociais é um dos conceitos-chave em
sociologia. Segundo Lakatos (1999) tal conceito pode ser definido
como “um padrão de comportamento esperado, exigido de uma
pessoa que ocupa um determinado status. Portanto, são as
maneiras de comportarem-se, esperadas de qualquer indivíduo
que ocupe certa posição (status), constituem o papel associado
com aquela posição.” Neste sentido status é o lugar ou posição
que a pessoa ocupa na estrutura social, de acordo com um
julgamento coletivo ou consenso da opinião do grupo. (LAKATOS,
1999)
9. Neste sentido cada papel desempenhado tem respaldo em
um status e, a partir disto, há na sociedade a possibilidade de
assumir vários papéis, dependendo da situação: filho, aluno,
namorado, jogador e etc. Para cada um destes papéis há um
sistema simbólico que pode proporcionar um status maior ou
menos. Para tanto, para cada um desses papéis há uma
expectativa em relação a cada comportamento: como aluno é
esperado que você faça as atividades, passe de ano e seja
engajado nas aulas. O nome "papel social" pode ser entendido
como uma metáfora empregada por Go!man em que o sujeito
representa a si próprio, interagindo com outros sujeitos, dos
quais têm que se preocupar com a impressão que os outros terão
sobre seu comportamento. Para cada situação em que se
desempenha determinado papel social. Há, por um lado, a
preocupação consigo em relação à própria atuação e a
expectativa de comportamento do outro. Metodologia: Papeis
sociais: 1 - Detetive 2 - Assassino 3 - Vítima Organização Os
participantes devem ordenar as carteiras em círculo. A
brincadeira é recomendável para um número de 10 a 40 pessoas.
Antes de iniciar a rodada é necessário que o professor sorteie os
10. papéis sociais. Para cada 10 alunos é necessário 1 Detetive, 1
Assassino, o resto do grupo deverá ser composto de vítimas.
Andamento Durante a brincadeira cada participante tem um
objetivo: o assassino vitimar os participantes; o detetive
encontrar o assassino e a vítima nada mais lhe resta além de ser
assassinada ou permanecer viva. Ninguém deverá dar pistas
sobre os papeis desempenhados. O assassino para tombar a
vítima, deve piscar um dos olhos para a mesma caia. O detetive,
na suspeita ou constatação de algum assassino pode dar voz de
prisão apontando para o suspeito e dizer: “Preso em nome da
lei”. O detetive sairá do jogo caso erre três vezes consecutivas a
acusação. Os participantes assassinados, presos ou demitidos
devem ficar com a cabeça abaixada ou com a mão no queixo (isso
previamente estabelecido) para que os demais participantes
identifiquem quem ainda está no jogo. Em caso de impasse
quanto ao papel que cada um pegou os jogadores devem guardar
o papel sorteado. Para otimizar o andamento da brincadeira
poderá ser estipulado o tempo de 15 minutos para cada rodada,
dependendo do tempo disponível e o número de participantes.
Desfecho Terminada a brincadeira, dialogue com seus alunos e
faça algumas perguntas para que eles identifiquem na
brincadeira elementos dos papeis sociais. 1) O que poderíamos
dizer ser o status na brincadeira? 2) O que é papel social a partir
da brincadeira? 3) Quais as características do papel social? 4)
Como identificamos os status de cada um? 5) Há como ter status
de delegado e exercer papel de vítima? 6) "qual a implicação
desse tipo de comportamento indefinido na sociedade?"
REFERÊNCIAS: GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida
cotidiana. Trad. Maria Célia Santos Raposo. 8ª ed. Petropolis, RJ:
Vozes, 1999.
11. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade.
Sociologia Geral. 7ª ed. São Paulo; Atlas,1999. O protagonismo na
escola Toda instituição tem personagens, tal qual uma peça
teatral, alguns destes tem maior prestígio social que outros e isso
faz parte do que se chama protagonismo institucional, que é a
relevância socialmente adquirida de um personagem em relação
aos demais. Neste texto discorreremos brevemente sobre quem é
o protagonista na escola. Na modernidade, há uma tendência na
especialização de instituições. O hospital para atendimento de
saúde, a defensoria para o atendimento advocatício, EMBRAPA
para consultoria técnica etc. Quando pensamos nos principais
personagens dessa instituição fica fácil identificar. Diante do
imaginário social é fácil apontar os protagonistas dessa
instituição. Do hospital, o médico. Da Defensoria pública, o
Advogado defensor público. Da EMBRAPA? O Engenheiro.
Raramente uma decisão desses profissionais é questionada, o
reconhecimento quase faz da opinião deles um dogma. Mesmo
que haja outros personagens entre profissionais de “suporte” e
público atendidos, o protagonismo geralmente vai estar
associado a esses profissionais, prova disso é a propaganda que
mostra jaleco e beca e capacete e um agradecimento
direcionamento ao profissional.
12. E o protagonismo da escola? Essa instituição é um campo de
batalha e está cada vez mais difícil identificar o protagonista. Por
mais que o discurso busque melhor valorização para o professor,
na prática o professor tem perdido seu protagonismo. Especulo
algumas razões para que isso ocorra. Os novos paradigmas
educacionais enxergam o professor como um facilitador de
aprendizagem e tira a centralidade do ensino do mestre. O aluno
muitas vezes passa a ser o começo, meio e fim do processo. Esse
passa a ser o centro da instituição e muitas vezes tal concepção
faz com que os discentes se vejam como sujeito de diretos, nada
de deveres. O aprendizado deles deixa de ser o foco para que seja
atendidas as suas vontades. Eles são incumbidos muitas vezes de
responsabilidades as quais ainda não estão preparados, tudo por
uma suporta nova pedagogia. Devido a grande desvalorização
social do professor, que vai desde a questão salarial até ao
excessivo questionamento de um pai da interpretação do
professor sobre uma questão de prova que é estopim da
reprovação do filho; outros personagens na instituição se vêm no
direito de ter o mesmo protagonismo que os professores, o que
muitas vezes gera conflitos. Os demais servidores de uma
instituição educacionais, embora tenham uma importância
muito grande para o funcionamento da escola, muitas vezes
reivindicam igual ao do professor, partindo do entendimento de
que ensina indiretamente. Se é indiretamente, então não é tão
protagonista assim. É preciso pensar nos princípios e objetivos da
escola de modo tal que todos trabalhem para atingi-lo. Os
objetivos devem estar acima de qualquer conflito de
protagonismo. O objetivo primordial da escola é ensinar. Os
técnicos administrativos ensinam? Claro que sim, mas seu
objetivo primordial é dar suporte na relação professor-aluno. Os
alunos aprendem sozinhos? Também, Mas levam muito tempo e
se desgastam muito para fazê-lo. Agora, o professor é condição
sine qua non para que a escola seja uma instituição de
excelência, reconhecer o seu protagonismo é buscar uma
educação de excelência. É preciso repensar o protagonismo na
escola, esse protagonismo nada tem a ver com utilitarismo
porque no final das contas todos os personagens são
interdependentes. Estabelecer adequadamente o protagonismo
e a importância dos sujeitos é reconhecer socialmente a
responsabilidade que cada um tem nesse sistema, para isso,
além de uma boa gestão é necessário que os sujeitos se
coloquem no lugar do outro.
13. Por fim, embora o protagonismo seja de um personagem isso
não exclui os demais do processo democrático. É necessário que
todos os interessados participem democraticamente das
decisões para construir uma escola melhor para que esta avance
no seu objetivo: ensinar com excelência com o cuidado de do
protagonismo não criar uma ideia nos professores de que estes
são sujeitos de “pleno direitos” e nada de deveres. Todos unidos
contra a terceirização: Consequências e prejuízos. O Congresso
Nacional, em votação relâmpago, está prestes a aprovar a PL
4330 que amplia a terceirização no país. Se antes as instituições
públicas só poderiam terceirizar atividades meio, agora não
existem mais restrições. Ou seja, uma escola que antes
terceirizava faxina e limpeza, por exemplo, agora deverá
terceirizar professores e professoras e todos os demais
profissionais da principal atividade institucional: o ensino.
Impacto para a classe trabalhadora A medida é um retrocesso na
medida em que vai beneficiar apenas os grandes empresários e
políticos. Todos nós seremos prejudicados. Terceirizados ganham
24,7% a menos de salário; trabalham 3 horas semanais a mais;
permanecem 2,6 anos a menos no emprego; estão envolvidos em
80% dos acidentes de trabalho; das últimas 36 missões de
resgate de trabalho escravo 35 eram em empresas terceirizadas.
Além disso, não há estabilidade e nem representatividade. Como
uma empresa visa lucro, a medida não vai aumentar empregos
porque, obviamente, quanto menos funcionários, menos custos e
mais lucros. O que faz a medida é criar um intermediário que vai
14. lucrar boa parte dos salários que seriam pagos diretamente
para nós, trabalhadores. Impacto social e para o Estado Mesmo
terceirizando, o estado arca com as responsabilidades
trabalhistas em caso de negligência das empresas e isso pode
aumentar as despesas do estado em detrimento dos
trabalhadores e em beneficio dos donos de empresas
terceirizadas. Sem falar em comprometer a arrecadação fiscal e
arrecadação previdenciária. Na Inglaterra e EUA, onde a medida
foi implantada, a desigualdade social e outros indicadores sociais
pioraram. O período das terceirizações está marcado em escuro.
Impacto para democracia Como se não bastasse, a medida cria
“currais eleitorais” uma vez que ficaremos extremamente reféns
de indicações políticas para ingressar no serviço público. Boa
parte das empresas terceirizadas são ligadas à políticos que
pressionam seus funcionários a votarem em certos candidatos,
como da garantia na manutenção no emprego. Relatórios sobre
terceirização:
http://www.sinttel.org.br/downloads/dossie_terceirizacao_cut.p
df? hc_location=ufi
http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BAAF9
1A9 E060F/Prod03_2007.pdf?hc_location=ufi
15. Roteiro para discutir o filme "Tempos Modernos" Roteiro
para análise do filme “Tempos Modernos” 1) Contextualização.
Qual o contexto social e econômico relatado no filme? Quais
aspectos significativos mudaram e quais permanecem na
estrutura econômica e social? 2) Crise econômica. O filme mostra
a vida urbana dos Estados Unidos após a grande depressão
econômica de 1929. Quais as consequências sociais provocada
por tal crise? 3) Impactos da Revolução Industrial. Quais impactos
provocados pela Revolução Industrial são possíveis de serem
observados no filme? 4) A Tecnologia. Quais questões aparecem
na cena da máquina de refeições? 5) Movimentos sociais. Por que
houve uma prisão injusta de Chaplin por estar apenas segurando
a bandeira do manifesto? Como estes movimentos sociais são
vistos pela sociedade contemporânea? 6) Situação social. Por que
Chaplin insiste em voltar para cadeia? 7) Prosperidade. Depois
que encontra a jovem órfã, a vida do personagem ganha novo
sentido. Qual a ideia de prosperidade que ele manifesta? 8)
Diferenças sociais. O emprego de Chaplin na loja de
departamentos mostra claramente as diferenças sociais. Como
isso é mostrado e que outras situações do filme também são
abordas a mesma temática?
16. 9) Consumismo. De que forma o consumismo aparece no
filme? 10) Organização do tralho. Quem decide como o trabalho
deve ser organizado? 11) Condições de trabalho. Como é
retratado pelo filme as condições de trabalho na fábrica? 12)
Quais as condições de trabalho retratadas no filme? Dia
Internacional das Mulheres: uma pausa para reflexão da
dominação masculina em elementos sutis* Datas internacionais
são, em muitos casos, não momentos de comemorações, mas de
denúncias de injustiças ainda latentes no mundo moderno; e o
dia Internacional das Mulheres é uma dessas datas. No caso da
dominação masculina, tais denúncias devem desnaturalizar a
posição de inferioridade da mulher na sociedade. A denúncia
deve ter como foco desnaturalizar, uma dominação masculina
que se manifesta de forma sutil e que se materializa de forma
concreta. A divisão entre sexos se manifesta, muitas vezes, de
forma sutil, porém eficiente para reproduzir a dominação
masculina objetiva (quero me ater a esse tipo de dominação). Tal
dominação notamos presente, por exemplo, na casa, onde as
partes são “sexuadas”, sendo algumas vistas como tipicamente
masculinas (sala) e outras tipicamente femininas (cozinha).O
mesmo vale para profissões.
17. Quase não notamos a sutileza de muitas coisa e atividades
que são sexualizadas, as quais marcam uma oposição camuflada
entre masculino e feminino, como as noções de em
cima/embaixo, frente/atrás, seco/úmido, quente/frio. Ao homem
desejoso por sexo se diz: “você está pegando fogo”; à mulher, ao
contrário, se diz que têm a capacidade de “apagar o fogo”,
indicando quase sempre servidão ao homem, ou ainda “você
está toda molhada”, como se lubrificação fosse de exclusividade
das mulheres, embora a tenha com maior intensidade.
Expressões como “ativo” e “passivo” está igualmente relacionada
a dominação masculina, assim como por cima e por baixo. Ainda
que em um relacionamento homoafetivo, o passivo será aquele
que está em condição feminina. A ideia de possuir está associada
ao masculino, assim como a ideia de poder e de tomar para si.
Nas relações sociais em nossa machista sociedade, cabe ao
homem possuir e a mulher jogar o jogo de se deixar ou não ser
possuída. O ato sexual é visto, para os que estão em condições
masculinas, como “conquista” e dentre as pessoas em condições
femininas como “possuída”; por isso as comuns e horríveis
expressões: “dar” e “pegar”. Em uma sociedade onde o gozo
masculino é, antes de tudo, gozo do gozo feminino, ou seja, do
poder de fazer gozar, de mostrar-se viril, podemos afirmar que ela
[a sociedade]está longe de ser igualitária. O ato de penetração,
por exemplo, é símbolo de dominação, tanto que em casos de um
homem ser forçado a receber penetração a dor maior se
manifesta não de forma física, mas simbólica, pois ele foi “feito
mulher”, perdeu sua posição de dominante e passou a ser
dominado (pena comum aplicada por detentos à estupradores –
“o fizeram mulherzinha”). A questão da virilidade, que tem seu
significado vindo da ideia de “qualidade da virtus, da honra”, que
seria o princípio de conservação e do aumento da honra, está
associada à prova masculina de potência sexual que se confirma
muitas vezes com a defloração e com o apetite sexual aflorado.
Para as mulheres o apetite sexual acentuado não é visto como
virilidade, mas como um comportamento “pervertido”. No
comportamento feminino, os braços devem estar cruzados sobre
o peito e as pernas unidas simbolizando a barreia
18. sagrada que protege seu órgão sexual socialmente
constituída em objeto sagrado submetida a regras de acesso de
contatos também sagrados. Assim espera-se das mulheres. Não
que eu seja favorável a “libertinagem sexual” feminina, mas
torna-se necessário denunciar a “libertinagem” masculina que,
no fundo, é a manifestação e concretização de seu desejo de
dominação sobre as “mulheres- coisas”. Espero que não seja
apenas no Dia Internacional da Mulher que venhamos a
(re)pensar as formas de dominação, sobretudo as sutis, para que,
entendendo as relações díspares de poder impregnadas por
todos os lados, possamos realizar uma efetiva denúncia das
práticas e dos símbolos que naturalizam a dominação masculina.
*Texto publicado originalmente no Jornal "Correio Regional", em
08 de Março de 2013, p.2. (jornal impresso) Noção de dialética em
Marx e Engels Antes de tudo, devemos nos perguntar o que é
dialética? Dialética, grosso modo, é a percepção de que a
realidade não é constituída de uma essência imutável. Ela parte
da premissa que há um constante movimento que transforma a
realidade a partir das suas contradições.
19. A dialética remonta a uma construção histórica que começa
na antiguidade clássica grega e se estende até os dias atuais. Em
contraposição a dialética, há também na filosofia o idealismo,
que parte da premissa que a realidade é formada de aspectos
que são essencialmente imutáveis, ou ainda que a realidade se
dirige a uma perfeição. Enquanto a dialética tinha como
representante Sócrates e Heráclito, alguns dos representantes do
idealismo era Parmênides e Platão. Com as transformações
sociais que se seguiam, a dialética foi sufocada em favor da
ascensão do idealismo em razão das classes dominantes
enxergarem no idealismo um instrumento de manutenção de
seus próprios privilégios na medida em que ficava mais fácil as
pessoas aceitarem que o fato de quem são e o que fazem é
sustentado na crença de uma essência imutável. Na era moderna,
com as transformações sociais e maior circulação de ideias e
mercadorias a dialética passa a ser permanentemente
revitalizada. A filosofia alemã de Kant e Hegel, mesmo sendo
filosofias com grande apelo ao idealismo usam instrumentos do
pensamento dialético e a revitaliza. Foi com Hegel que a dialética
passa a ter uma boa sustentação teórica. Para este autor, o
entendimento da realidade parte das ideias para o concreto, que
é imperfeito, para retornar as ideias numa dimensão idealizada
que tende a perfeição. Assim, o homem tende a se constituir a
partir do trabalho intelectual para fazer exercícios de mediação
da realidade que vão fazendo movimentos de totalização da
realidade. Ou seja, o exercício intelectual deve ser feita de modo
a compreender as contradições da realidade e articulando tais
contradições com as várias
20. dimensões até ir compreendendo a visão do todo. Para Hegel
a busca da verdade está no exercício das buscas de contradições,
visando articular as várias dimensões da realidade, quanto mais
conexões se fazem, maior entendimento da realidade se tem
Marx usa como referencia a dialética de Hegel, mas a inverte,
passa a conceber o trabalho material como constituinte
fundamental da historia e por conta disso, o exercício da reflexão
deve fazer o movimento partindo do concreto, indo para o
abstrato e retornando para novamente para o concreto. Foi a
partir das contribuições de Feuerbach que o materialismo foi
incorporado a teoria de Marx e as contradições da realidade
foram analisadas com base nas condições materiais, dando um
caráter empírico a dialética. Neste sentido, a partir do método
materialista histórico de Marx ele concluiu que as condições
materiais criam contradições que criam classes sociais que se
antagonizam entre si e dá dinâmica a história da humanidade.
Referência: KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Ed.
Brasiliense, 1988. o reducionismo moralista como explicação dos
problemas sociais
21. Arte Armandinho Os problemas sociais são complexos e
oriundos de tramas igualmente complexas. O tempo todo
estamos avaliando as explicações e soluções dos nossos
problemas sociais. Entre alguns exemplos: redução da
maioridade penal, aborto e regulação do mercado da maconha.
Cada um desses assuntos é possível encontrar polarizações
contra ou a favor cuja argumentação segue diversificados
espectros. A partir dos tópicos citados, é possível repensar nossa
postura diante deles: Estamos nos baseando nossa
fundamentação racionalmente ou estamos deixando ser
dominados por nosso moralismo reducionista? A questão da
Maioridade Penal Para ficar mais didático, vamos focar na
questão da redução da maioridade penal. Vamos buscar uma
linha argumentativa para compreender o problema e algumas de
suas soluções, buscando problematizar o moralismo reducionista
e um posicionamento teórico-empírico, pautado na
racionalidade. A partir dos exemplos vamos compreender o que é
reducionismo moralista. É inegável que nosso país esteja
mergulhado em alarmantes índices de violência e que há uma
sensação generalizada de insegurança, parte dessa insegurança é
motivada por aspectos reais e outra parte é hiperbolizada pelos
meios de comunicação. Mediante ao cenário de violência e
denúncia de impunidade, surge como proposta a redução da
maioridade penal para resolver ou amenizar o problema da
violência. Geralmente a comoção geral em torno de algum crime
ou a vinculação religiosa ou política de um grupo usa sua
moralidade interna para replicá-la a um nível universal, fato que
parece ter uma lógica microcósmica mas quando aplicada num
cenário diferente, pode ter outros resultados. Noutras palavras,
muitas vezes isso transforma a exceção em regra e a regra em
exceção. Dessa forma, é necessário fundamentar teórico e
empiricamente nossas opiniões para que nossas referências não
sejam estritamente baseadas no nosso moralismo. “Eu não gosto
disso e não quero que aconteça”. Com base nisso algumas
perguntas devem ser feitas: Qual o fundamento que sustenta o
fim da maioridade penal? Geralmente a resposta é algo próximo
disso: Uma pessoal que foi assaltada, morta ou violentada por
adolescentes e que teve cobertura em rede nacional. Um
depoimento de um adolescente que diz que vai continuar
cometendo crimes. A maioria das pessoas que defendem a
redução da maioridade penal baseia-se tão somente em um
sentimento que pode ser motivado por uma situação particular
que muitas vezes não se refere a raiz do problema ou não enxerga
o problema de maneira ampla.
22. Outra corrente que defende a proposta parte do pressuposto
que existe grande impunidade em torno de criança e
adolescentes no Brasil. Será? Segundo o movimento "Dezoito
Razões" até junho de 2011, o Cadastro Nacional de Adolescentes
em Conflito com a Lei (CNACL), do Conselho Nacional de Justiça,
registrou ocorrências de mais de 90 mil adolescentes. Desses,
cerca de 30 mil cumprem medidas socioeducativas. O número,
embora seja considerável, corresponde a 0,5% da população
jovem do Brasil, que conta com 21 milhões de meninos e meninas
entre 12 e 18 anos. Segundo o Mapa da Violência, cerca de 42,5%
(2010) das vítimas de homicídio eram jovens. Podemos dizer que
no Brasil os jovens não são punidos? Pagar com a própria vida
não é o suficiente? Além da pergunta acima, é pertinente outras
perguntas para problematizarmos mais ainda a questão? Quem
mais é beneficiado com a impunidade no Brasil? Qual o perfil dos
jovens infratores no Brasil? Como as políticas públicas podem
ajudar a reverter tais índices? Qual foi o impacto dessa política
em outros países? Quais particularidades tem o país que pode
inviabilizar ou facilitar a implantação? O que pode acontecer
quando a maioridade penal a partir dos 16 for implantada no
Brasil? Como isso vai nos afetar? O que aconteceram com outros
locais que aplicaram a medida e quais características peculiares
do Brasil podem interferir nos resultados? Considerações finais A
partir desse texto, percebemos que basear-se apenas na
moralidade sem usar-se de referências teórico- empíricas pode
criar uma cegueira a qual simplifica o problema, maquia suas
causas, seus efeitos e endossam “soluções mágicas” esbaforidas
por demagogos. Ao afirmar "um adolescente de 16 anos já é
capaz de responder por seus crimes", é possível detectar a
negação do caráter social e o recorte que reduz individualmente
o problema. Aquele adolescente pertence a um contexto o qual o
fez aproximar-se ou distanciar-se do crime, qual o contexto social
em que os adolescentes são menos propensos ao crime? É
necessário estudar bem as propostas para defendê-las, nenhum
problema social tem uma solução tão fácil quanto parece. Eu
particularmente sou contra a proposta de redução da maioridade
uma vez que ela ataca o sintoma do problema e não mexe no
problema em si. Agora, se você é a favor da proposta e baseia-se
tão somente no seu moralismo reavalie-a com base nas
provocações feitas nesse texto ou ainda fique a vontade para
fazer outras provocações. Castigos, Sanções e Condições
Materiais: Uma contribuição dos clássicos
23. Neste texto pretendo fazer um breve exercício intelectual de
como as condições materiais de cada família, aliado a outros
fatores, pode interferir no tipo de punição que é dado a cada
criança. O sociólogo francês, Émile Durkheim, foi um intelectual
que trouxe grandes contribuições para a sociologia, dentre as
quais destacamos o modo com a sociedade age para coagir os
indivíduos. Para o autor, as bruscas mudanças sociais mudaram a
lógica de funcionamento da sociedade de uma sociedade
mecânica para uma orgânica. Nas sociedades mecânicas há forte
coesão social oriunda da similaridade entre indivíduos, sendo as
sanções mais comuns são do tipo penal, ou seja, o indivíduo é
punido de forma direta; muitas vezes com o próprio corpo. Já no
caso das sociedades modernas (orgânicas), existem, além das
sanções penais, sanções chamadas de restitutivas. Tais sanções
ão deflagradas de maneira indireta, uma multa, suspensão,
apreensão etc. Para o francês existe uma tendência das
sociedades de solidariedade mecânica transformar-se em uma
sociedade orgânica na medida que o a divisão do trabalho social
intensificar-se. Pensando em Marx, as condições materiais
interferem na mudança dessa lógica. Como? Veremos mais
adiante. A partir do que foi dito, podemos usar essas ideias de
Durkheim e também de Marx para fazer uma análise de como as
famílias costumam punir os filhos, algumas vezes de forma
restitutiva, algumas vezes de forma penal. Além de fatores
culturais, o tipo de punição pode ser diversificado em função das
famílias terem melhores condições materiais. Assim, além do
castigo físico os pais podem optar por punir os filhos de maneira
restitutiva: restringir o uso do vídeo game, televisão, computador,
internet, etc. Aos pais com poucas condições materiais a
possibilidade de castigo físico é bem maior, haja visto que há
menos opções para o uso da sansão restitutiva. Embora não seja
regra que famílias com melhores condições materiais e famílias
de condições limitadas usem mais um tipo de sanção em
detrimento da outra, as condições materiais podem afetar
significativamente no tipo de sanções aplicadas. Faltando o que
restringir, muitas vezes os pais utilizam-se do castigo físico.
Falando nisso, a restrição da palmada e outros castigos físicos
como instrumento pedagógico, qual sua opinião a respeito?
24. Dica de debate sobre cotas de acesso à Universidade Pública
18:14 Roniel Sampaio Por Roniel Sampaio Silva Objetivo da
atividade: Refletir sobre a situação das cotas na Universidade
pública e fazer as devidas conexões com a realidade social
brasileira. O professor deve mostrar o seu ponto de vista e
esclarecer que o objetivo da atividade não é convencê-los da sua
opinião, mas levá-los a pensar criticamente sobre o assunto. 1.
Disposições preliminares As seguintes pautas de discussão
deverão ser apresentadas, discutidas ponto a ponto. Após os
pontos discutidos avançaremos para o próximo ponto sem que
os assuntos sejam misturados, de preferência nesta ordem: 1-
Cotas para estudantes oriundos de escola pública; 2- Cotas para
estudantes de baixa renda; 3- Cotas para afrodescendentes; 4-
Cotas para outras minorias. Neste ponto o professor deve falar o
conceito de cotas, bem como o conceito de minorias. Cotas são
políticas públicas de discriminação afirmativa, ou seja, tem como
pressuposto
25. inserir grupos os quais tem seus direitos negados, neste
caso, ao acesso à educação pública em nível superior. Para o
sociólogo inglês Marshall é considerado minoria não quem é
represente um menor segmento da população, mas o grupo
quem não tem acesso a direitos. Conhecendo o atual cenário
político brasileiro percebemos que há mais mulheres entre a
população, entretanto, ainda há pouca representação política
feminina no congresso. É nesse entendimento que as cotas
buscam corrigir provisoriamente uma disparidade para entre
grupos com oportunidades de acesso diferentes, até que as
condições de acesso se equilibrem. Para iniciar o debate o
professor pode usar um questionamento: Até que ponto as cotas
podem ajudar a diminuir estas desigualdades? 2- Facilitadores
Para que “As regras do jogo”, ou melhor, do debate, sejam
asseguradas é necessário que haja estabilidade e organização no
processo. Para tanto será necessário definir algumas funções:
Timer: uma pessoa responsável pela cronometragem do tempo
(não deve participar do debate. Pode ser alternado por blocos.)
Relator: um responsável pela inscrição dos falantes, nome e
ordem da fala. (não deve participar do debate. Pode ser
alternado por blocos) Representante pró: resumir os argumentos
“pró-cotas” no quadro. Representante contra: resumir
argumentos “contra-cotas” no quadro. Regras/princípios 1-
Respeito à opinião e fala do colega. Não desqualificar o
argumentador, procurar questionar o argumentos. 2- Respeitar o
tempo máximo de 3 min. para cada fala. 3- Não conversar
paralelamente ou tumultuar a discussão;
26. 4- Pesquisar, trazer informações referentes ao tema: tabelas,
gráficos e etc (citar fontes) 5- O aluno que desrespeitar os itens: 1,
2 e 3 poderá perder o direito de fala durante o bloco. Caso insista,
poderá ser convidado a deixar o debate. Blocos: Cada bloco será
discutido separadamente. Em cada bloco cada aluno manifesta
sua opinião sobre o tema. Encerrada a discussão de cada bloco,
os relatores apresentarão de forma resumida os principais
argumentos usados pelos alunos. O professor estará finalizando
cada bloco apontando possíveis argumentos não apresentados
sejam eles pró ou contra as referidas cotas. 1- Bloco de ideias
preliminares relativo às cotas para estudantes oriundos de escola
pública. 2- Bloco de debates relativo às cotas para alunos de
baixa renda. 3-Bloco de ideias preliminares relativo às cotas para
estudantes afrodescendentes. 4- Bloco sobre as outras minorias.
5- Balanço final dos debates e confecção de relatório por parte
dos alunos. Dica de debate sobre cotas de acesso à Universidade
Pública 18:14 Roniel Sampaio Por Roniel Sampaio Silva
27. Objetivo da atividade: Refletir sobre a situação das cotas na
Universidade pública e fazer as devidas conexões com a realidade
social brasileira. O professor deve mostrar o seu ponto de vista e
esclarecer que o objetivo da atividade não é convencê-los da sua
opinião, mas levá-los a pensar criticamente sobre o assunto. 1.
Disposições preliminares As seguintes pautas de discussão
deverão ser apresentadas, discutidas ponto a ponto. Após os
pontos discutidos avançaremos para o próximo ponto sem que
os assuntos sejam misturados, de preferência nesta ordem: 1-
Cotas para estudantes oriundos de escola pública; 2- Cotas para
estudantes de baixa renda; 3- Cotas para afrodescendentes; 4-
Cotas para outras minorias. Neste ponto o professor deve falar o
conceito de cotas, bem como o conceito de minorias. Cotas são
políticas públicas de discriminação afirmativa, ou seja, tem como
pressuposto inserir grupos os quais tem seus direitos negados,
neste caso, ao acesso à educação pública em nível superior. Para
o sociólogo inglês Marshall é considerado minoria não quem é
represente um menor segmento da população, mas o grupo
quem não tem acesso a direitos. Conhecendo o atual cenário
político brasileiro percebemos que há mais mulheres
28. entre a população, entretanto, ainda há pouca
representação política feminina no congresso. É nesse
entendimento que as cotas buscam corrigir provisoriamente uma
disparidade para entre grupos com oportunidades de acesso
diferentes, até que as condições de acesso se equilibrem. Para
iniciar o debate o professor pode usar um questionamento: Até
que ponto as cotas podem ajudar a diminuir estas
desigualdades? 2- Facilitadores Para que “As regras do jogo”, ou
melhor, do debate, sejam asseguradas é necessário que haja
estabilidade e organização no processo. Para tanto será
necessário definir algumas funções: Timer: uma pessoa
responsável pela cronometragem do tempo (não deve participar
do debate. Pode ser alternado por blocos.) Relator: um
responsável pela inscrição dos falantes, nome e ordem da fala.
(não deve participar do debate. Pode ser alternado por blocos)
Representante pró: resumir os argumentos “pró-cotas” no
quadro. Representante contra: resumir argumentos “contra-
cotas” no quadro. Regras/princípios 1- Respeito à opinião e fala
do colega. Não desqualificar o argumentador, procurar
questionar o argumentos. 2- Respeitar o tempo máximo de 3 min.
para cada fala. 3- Não conversar paralelamente ou tumultuar a
discussão; 4- Pesquisar, trazer informações referentes ao tema:
tabelas, gráficos e etc (citar fontes) 5- O aluno que desrespeitar os
itens: 1, 2 e 3 poderá perder o direito de fala durante o bloco.
Caso insista, poderá ser convidado a deixar o debate. Blocos:
29. Cada bloco será discutido separadamente. Em cada bloco
cada aluno manifesta sua opinião sobre o tema. Encerrada a
discussão de cada bloco, os relatores apresentarão de forma
resumida os principais argumentos usados pelos alunos. O
professor estará finalizando cada bloco apontando possíveis
argumentos não apresentados sejam eles pró ou contra as
referidas cotas. 1- Bloco de ideias preliminares relativo às cotas
para estudantes oriundos de escola pública. 2- Bloco de debates
relativo às cotas para alunos de baixa renda. 3-Bloco de ideias
preliminares relativo às cotas para estudantes afrodescendentes.
4- Bloco sobre as outras minorias. 5- Balanço final dos debates e
confecção de relatório por parte dos alunos. Noção de dialética
em Marx e Engels 06:26 Roniel Sampaio Por Roniel Sampaio Silva
Antes de tudo, devemos nos perguntar o que é dialética?
Dialética, grosso modo, é a percepção de que a realidade não é
constituída de uma essência imutável. Ela parte da premissa que
há um constante
30. movimento que transforma a realidade a partir das suas
contradições. A dialética remonta a uma construção histórica que
começa na antiguidade clássica grega e se estende até os dias
atuais. Em contraposição a dialética, há também na filosofia o
idealismo, que parte da premissa que a realidade é formada de
aspectos que são essencialmente imutáveis, ou ainda que a
realidade se dirige a uma perfeição. Enquanto a dialética tinha
como representante Sócrates e Heráclito, alguns dos
representantes do idealismo era Parmênides e Platão. Com as
transformações sociais que se seguiam, a dialética foi sufocada
em favor da ascensão do idealismo em razão das classes
dominantes enxergarem no idealismo um instrumento de
manutenção de seus próprios privilégios na medida em que
ficava mais fácil as pessoas aceitarem que o fato de quem são e o
que fazem é sustentado na crença de uma essência imutável. Na
era moderna, com as transformações sociais e maior circulação
de ideias e mercadorias a dialética passa a ser permanentemente
revitalizada. A filosofia alemã de Kant e Hegel, mesmo sendo
filosofias com grande apelo ao idealismo usam instrumentos do
pensamento dialético e a revitaliza. Foi com Hegel que a dialética
passa a ter uma boa sustentação teórica. Para este autor, o
entendimento da realidade parte das ideias para o concreto, que
é imperfeito, para retornar as ideias numa dimensão idealizada
que tende a perfeição. Assim, o homem tende a se constituir a
partir do trabalho intelectual para fazer exercícios de mediação
da realidade que vão fazendo movimentos de totalização da
realidade.
31. Ou seja, o exercício intelectual deve ser feita de modo a
compreender as contradições da realidade e articulando tais
contradições com as várias dimensões até ir compreendendo a
visão do todo. Para Hegel a busca da verdade está no exercício
das buscas de contradições, visando articular as várias
dimensões da realidade, quanto mais conexões se fazem, maior
entendimento da realidade se tem Marx usa como referencia a
dialética de Hegel, mas a inverte, passa a conceber o
trabalhomaterial como constituinte fundamental da historia e
por conta disso, o exercício da reflexão deve fazer o movimento
partindo do concreto, indo para o abstrato e retornando para
novamente para o concreto. Foi a partir das contribuições de
Feuerbach que o materialismo foi incorporado a teoria de Marx e
as contradições da realidade foram analisadas com base nas
condições materiais, dando um caráter empírico a dialética.
Neste sentido, a partir do método materialista histórico de Marx
ele concluiu que as condiçõesmateriais criam contradições que
criam classes sociais que se antagonizam entre si e dá dinâmica a
história da humanidade. Referência: KONDER, Leandro. O que é
dialética. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1988. Sua vida é, em muitos
aspectos, como uma novela! Você merece aplausos? 04:56
32. Cristiano Bodart Segue um texto publicado originalmente no
Portal 27 (aqui), onde tenho uma coluna denominada "Um papo
sociológico". Por Cristiano Bodart Você sabia que cotidianamente
representamos papéis semelhantes aos de atores de teatro ou de
novela? Se você já disse que sua vida é uma novela, não estava
completamente errado. O lugar onde estamos é como um cenário
de teatro ou de novela. Nele atuamos de acordo com as
disposições dos objetos que compõe o ambiente. Na praia, por
exemplo, agimos, ou melhor, atuamos, como banhistas. Nossa
forma de falar e agir na praia devem ser bem diferentes de
quando estamos em uma igreja. Mas não é apenas o cenário de
praia que nos leva ao comportamento específico para o ambiente
de praia. Os demais indivíduos também nos levam a esse
comportamento, assim como, eles, também atuam como
banhistas ou como plateia, ou seja, não estão ali como banhistas
mas esperam que nossa atuação ou representação seja
adequada ao lugar. Esses são como uma plateia que nos observa,
nos avalia e nos julga. Assim somos pressionados a atuarmos
conforme a cena cotidiana. Nossa vida é como uma novela,
temos vários papéis, cenários, plateias e diversos outros atores
com quem contracenamos. Ao longo do dia representamos o
papel de filho, pai, amigo, consumidor, empregado, vizinho,
cidadão, esposo ou namorado, entre muitos outros… Assim
como em uma novela não podemos misturar os papéis. Se não
quisermos ter problemas com os demais atores e espectadores
temos que conhecer a cena (os papéis dos outros atores, o
cenário, a plateia, e seu papel esperado) para assim atuarmos da
melhor forma possível e recebermos aplausos na novela da vida
real. O rito da “Chegada” 05:26 Cristiano Bodart Por Cristiano
Bodart Em férias, na cidade de Ouro Preto- MG, não pude deixar
observar um ritual bastante rico de significados*; trata-se de uma
espécie de rito de conquista. Vou chamá-lo de “chegada”, pois
assim chamam tal ritual o qual diz respeito aos jovens daquela
cidade. Dois adendos são necessários para a continuação desse
relato: i) os ritos ali observados se repetem em outros grupos,
embora teria sido a primeira vez que esteve tão próximo aos
meus olhos e passível de serem
33. observados por mim por um longo período; ii) não tenho a
pretensão de realizar um relato antropológico exaustivo, apenas
compartilhar algumas observações e impressões iniciais em
torno do rito. Em companhia de minha esposa, historiadora e
amante das riquezas materiais que aquela cidade proporciona
aos olhos, estávamos na noite de Ouro Preto em um restaurante,
precisamente ao lado de uma janela, a qual tinha vista para uma
rua próxima a Praça Tiradentes, onde ocorria o “Festival de
Samba de Ouro Preto”. Nessa rua havia muitos jovens bebendo,
fumando, “papeando” e, principalmente, dando umas
“chagadas”. A riqueza antropológica me chamou atenção de
imediato e, a partir daí, fiz o convite à minha esposa para
observarmos tal riqueza simbólica, cujo complemento se deu a
partir de uma conversa com um dos grupos de jovens que
observávamos no local. A “chegada” parece ser um rito de
conquista com poucas variações ritualísticas, embora bastante
complexa e merecendo um estudo mais aprofundado e atento.
Os envolvidos no rito Em sua maioria, os participantes parecem
possuir de 11 a 20 anos de idade e pertencente a classe social
menos favorecida, embora a maioria se esforce para vestir roupas
e bonés de “marca”. Em conversa com um grupo, este nos revelou
que são da cidade e que a maior parte das pessoas que eles
buscam se relacionar são da região. Tanto os rapazes, quanto as
garotas, andam em grupos de 3 a 6 pessoas. A divisão dos papéis
sexuais A divisão dos papéis sociais é bem marcada e clara nesse
rito. Os garotos ficam, parados em pontos estratégicos onde
esperam a passagem das meninas. Enquanto cabe a eles ficaram
parados esperando as meninas para “chegarem”. A elas cabe a
tarefa de subir e descer a rua para serem abordadas pelos
meninos. O preparo O ritual é bastante rico em detalhes. Os
rapazes estando em locais estratégicos na rua mais afastada e
ainda movimentada observam as garotas ainda a alguns metros,
escolhendo uma delas pela aparência física. A escolhida será a
que deverá ser conquistada.
34. A rua escolhida é aquela onde o diálogo é possível, ainda que
tendo que conversar ao pé do ouvido e quase aos gritos por
conta do som auto da festa, mas que não esteja com
aglomeração demasiada, a fim de permitir a observação e o
deslocamento das garotas. A chegada propriamente dita
Escolhida a garota, vai-se de encontro a ela interrompendo seu
trajeto se colocando à sua frente. Nesse momento, pergunta se
ela quer “ficar com ele”. Nessa hora, cabe a garota escusar-se por
alguns instantes enquanto faz sua avaliação do rapaz, levando
em conta a “azaração” (cantada) do pretendente, a roupa e sua
aparência física. Se o rapaz for de seu agrado ela cede ao pedido
e deixa-se beijar e recebendo um abraço apertado, tendo as mãos
percorrendo parte do corpo da garota(o que eles chamam de
amasso), marcado por um demorado beijo de língua. As garotas
andam igualmente em grupos e em passos lentos, facilitando a
aproximação dos rapazes. A “chegada” pode ser realizada por
mais de um rapaz ao mesmo tempo, mas nunca direcionada à
mesma garota. Há o respeito pela escolha prévia, segundos antes
de “chegar” (ato de abordar a mulher, buscando conseguir uma
ou mais beijos na boca). Ao “chegar na garota”, o rapaz tece
elogios a garota. Diz que a estava observando e cria uma situação
oportuna ao beijo. Frente à recusa inicial, ele continua a insistir.
Ela continua andando enquanto ele insiste, algumas vezes
obstruindo a passagem da garota ou segurando-a pelo braço
(minha esposa julgou esse gesto bastante agressivo, embora o
grupo tenha nos dito que as garotas nem sempre pensam dessa
forma). As demais garotas do grupo continuam caminhando no
mesmo ritmo, indo à frente. Essas aguardam metros à frente a
fim de perguntar como foi e se beijou o rapaz. Ela aceitando ou
não beija-lo, conta a façanha às suas colegas, em vantagem às
demais por ter sido a escolhida dentre o grupo. Após isso,
caminha-se até o fim da rua e retorna para uma nova rodada do
rito. Em alguns casos onde a garota se recusa beijar o rapaz, esta
é xingada por ele. Os desfechos possíveis: Podem ocorrer dois
desfecho: i) o beijo encerrar o ritual ou; ii) o ritual se prorrogar
por mais alguns minutos ou horas. O certo é que findado o ritual,
ambos fingem que nunca se viram ou se encontraram. Há vínculo
amoroso? O ritual é um ato sem compromisso amoroso ou de
fidelidade. Trata-se de um ato despretensioso em relação a
matrimônio ou relacionamento fixo. O rito caracteriza-se pelo seu
aspecto momentâneo e que se repete muitas vezes na mesma
noite e entre indivíduos diferentes. O status e consumo
35. A bebida é um elemento de status social. Notei que alguns
jovens carregavam nas mãos garrafas de bebidas relativamente
caras, como se tivessem carregando um troféu ou algo que lhe
desse destaque dentre os demais. Outros exibiam em punho uma
lata de cerveja. Notei que alguns jovens permanecerem com latas
de cervejas vazias por horas, simulando estarem cheias. Houve
um momento que um dos rapazes pegou uma lata no chão para
simular que estava bebendo como os demais. As roupas e bonés
de “marcas” (produtor de marcas conhecidas entre os jovens e
mais caras que as demais) parecem ter um papel igualmente
importante em relação ao status. Dentre as meninas, o status
social em relação às amigas é atribuído a partir de dois
indicadores básicos: i) quantidade de garotos que chegaram nela
durante a noite; ii) beleza dos garotos que permitiu beijá-la.
Garotas mais assediadas por rapazes bonitos e bem arrumados
teriam mais prestígios entre as colegas. A conquista A conquista é
o elementos de status social mais importante do ritual da
chegada, embora outras partes dos ritual também o seja. O
garoto que mais realiza o ritual (de chegar nas garotas, como
dizem) detém entre os amigosstatus de “corajoso”, entretanto o
que consegue beijar mais garotas o status de “pegador” (espécie
de conquistador de sucesso). Os tímidos e os desinibidos Claro
que existe rapazes mais tímidos que outros. Nesse caso, cabe ao
desinibido a tarefa de “chegar” para o colega. Ele se aproxima de
um grupo de meninas e pergunta se alguma delas estaria
interessada em “ficar” com o colega tímido, fazendo, assim, o
papel de intermediador. O ciclo O ritual se repete durante toda a
noite. As garotas sobem e descem a rua passando próxima aos
grupos de rapazes a fim de que estes cheguem nelas. As garotas
dotadas de melhor aparência na avaliação dos rapazes são
rapidamente abordadas e passam pelo ritual por diversas vezes
na noite, tendo essa condições de ser mais seleta em suas
escolhas. Breves apontamentos interpretativos O rito da
“Chegada” nos elucida três aspectos marcantes em nossa
sociedade: o machismo, a desejo pelo poder e o papel do
consumo na definição do status social. Rituais como esse nos
demonstram a faceta de nossa sociedade machista, onde a
mulher é tida como objeto a ser conquistado, de ser “tomada”
como troféu. Embora as mulheres tenham conquistado poder na
sociedade brasileira, o rito da Chegada evidencia a permanência
de sua submissão ainda presente na atualidade. No rito, cabe a
mulher ser agente passiva. Ser possuía, ser “pegada” (como se
referem os rapazes ao conquistá-las). Embora a mulher tenha
condições de recusar o beijo, a insistência, às vezes agressiva é
marca de nossa
36. realidade. Igualmente notamos o machismo quando a
garota se recusa o beijo, sendo esta algumas vezes xingada pelo
rapaz. Nota-se que a liberdade da mulher em escolher é ainda, no
rito, algo frágil. O sentimento de dominação é bastante presente
no rito; ora observável na busca por conquistar a mulher, ora na
ostentação de roupas e bonés de marcas mais caras. A bebida,
como inculca nossa mídia, é tida como símbolo de masculinidade
e poder entre os rapazes. A prática de obstruir a trajetória das
garotas, assim como segurá-las pelo braço deixa-nos evidente
que o macho se coloca em situação de dominador, enquanto que
caberia à fêmea ser dominada, ainda que podendo se escusar do
pretendente. As roupas e bonés de marcas caras se manifestam
como o desejo de incluir-se no grupo e conquistar status social
perante ele. O consumo é igualmente um potencializador do
respeito do outro, o que eles chamam de “moral”. Ter moral com
os amigos é destacar-se e isso é possível via consumo e
dominação, não muito diferente do restante dos grupos sociais
ocidentais. O rito da “Chegada”, a princípio nos trás estranheza
pelas características que apresentam, mas sob uma perspectiva
que busque familiaridades notaremos que sua essência está
presente em grande parte de nossos rituais ocidentalizados. A
noite já dava lugar a madrugada e estávamos ainda ali,
conversando com um dos grupos observados. Esses nos
apresentavam as conquistas como se fossem troféus. Atividades
Planos de aula Aula: fotografia e meio ambiente Hoje, buscando
em meus arquivo pessoais, encontrei um "projeto" que
desenvolvi em 2008 com meus alunos de Ensino Fundamental em
uma escola do interior do município de Anchieta (cidade cujo
nome era até algumas década Benevente). Na ocasião o projeto
obteve o primeiro lugar em um concurso promovida pela
Secretaria Municipal de Educação de Anchieta (cujo prêmio, para
variar, não foi entregue - era um Notebook para o professor e
DataShow, notebook e aparelho DVD para a escola, além de uma
passeio com os alunos em um parque aquático). [Pena que as
fotografias ficaram com a escola] A temática envolvia os temas
meio ambiente e pertencimento. Segue:
37. TRATOS E RETRATOS DE MEU BENEVENTE 1 - Justificativa: O
presente projeto está diretamente inserido à realidade de nossa
região, uma vez que se apresenta como uma contribuição
importante no processo de conscientização/mobilização da
comunidade inserida na Bacia do Benevente. Desta forma este se
apresenta com dois objetivos centrais: 1) devido à insensibilidade
que tem caracterizado um grande seguimento da sociedade
residente na região localizada na Bacia do Benevente/ES, busca-
se, por meio deste, promover uma maior divulgação dos perigos
que nos cercam referentes aos impactos sobre a referida bacia,
bem como divulgar suas belezas e apontar ações importante para
a sua preservação; 2) frente à necessidade de promover uma
educação ambiental coerente com a realidade dos educandos e
do currículo nacional, objetiva-se integrar os educandos a ações
de conservação e conscientização ambiental. Assim, os alunos
não serão, na execução do projeto, agentes passivos, mas ativos,
estando incluídos como os principais executores do mesmo. Em
síntese, o presente trabalho apresenta aspecto conscientizador
ambiental e formador de agentes defensores da bacia do
Benevente/ES. 2 - Delimitação do objeto e do público alvo O
objeto deste projeto é a Bacia do Rio Benevente localizada no
estado do Espírito Santo, entre os municípios de Alfredo Chaves,
Iconha e Anchieta. O Rio Benevente é o principal rio desta bacia.
Este rio nasce no município de Alfredo Chaves, cortando a área
urbana deste município, vindo a percorrer todo o município de
Anchieta no sentido oeste – leste, desaguando no Oceano
Atlântico, nas águas da praia central de Anchieta. Muitos de seus
afluentes perpassam por comunidades rurais, incluindo a
comunidade de Baixo Pongal/Anchieta, onde está a escola
realizadora deste projeto. O público alvo do projeto não se limita
aos educandos da escola de Baixo Pongal, mas aos educandos
das principais comunidades inseridas na Bacia do Benevente e ao
público da área central dos municípios que compõem a bacia.
Esse amplo campo de atuação está diretamente ligado ao fato de
se tratar de um projeto itinerante, o qual será executado em
diversas escolas e áreas centrais dos municípios supracitados. 3 -
Referencial Teórico TRATOS E RETRATOS DE MEU BENEVENTE
Uma das principais características da sociedade contemporânea
é, por parte daqueles mais informados, a perplexidade mediante
as duas grandes crises vivenciadas pela humanidade. Referimos-
nos à crise da natureza e à das relações humanas de produção e
sociabilidade (ABDALLA, 2004; IANNI, 2004). Com relação à crise
da natureza, ninguém nega a forma depredatória com a qual o
homem vem explorando os recursos naturais e agredindo-os
através de emissões de poluentes e dejetos industriais e
residenciais. Um grande problema que se soma a isto é a falta de
sensibilidade das pessoas. Por ser algo corriqueiro - já alertava o
sociólogo alemão Georg Simmel nas últimas décadas do século
XIX – as pessoas têm perdido a sensibilidade necessária para se
opor a tal situação. Informação não tem faltado! É comum a
mídia tratar de assuntos ligados à preservação do meio
ambiente, e isso já não “dá mais ibope” como antes. Sennet
(2002) denuncia o declínio do homem
38. público, afirmando que as pessoas têm perdido o interesse
pelo bem público. Notamos que em nossa região a situação não
tem sido diferente. O sociólogo Sennet (2003) aponta que o
mundo moderno tem criado homens indiferentes face aos
problemas de ordem pública. Os problemas de ordem coletiva
não sensibilizam os moradores. Por ser algo coletivo, acredita- se
que alguém o resolverá ou buscará faze-lo, não necessariamente
precisando ser ele, desta forma, todos pensando da mesma
forma, acaba ocorrendo que ninguém tomando medidas
cabíveis. É necessário um despertar para as questões coletivas,
assumindo-as para si. Passar a usar, nesse contexto, a tão
utilizada palavra “meu”. O meio ambiente é um bem público e
deve ser encarado como “meu”, num sentimento de
pertencimento. Por que em uma sociedade onde a noção de meu
é tão usada para designar o privado é tão esquecida em se
tratando de um bem público? Eis aqui um dos problemas de
sociabilidade! O bem público é algo que por ser imensurável não
pode ser apropriado por um indivíduo ou grupo, antes sendo
pertencente à coletividade. O meio ambiente também é um bem
público, pois todos se utilizam do mesmo, sendo seu valor
incalculável (embora, em sentenças judiciais, determinados
crimes ambientais tenham seu valor “estimado” – a multa). Da
mesma forma que a sociedade, como destacou Sennet (2003),
tem deixado a outro a tarefa de se envolver com bens públicos,
como política e planejamento urbano, têm também desprezado
seu papel em relação às questões ambientais. O presente projeto
prima pelo despertar da sensibilidade dos cidadãos,
especificamente sobre aqueles inseridos em um grande e
imensurável bem público: a Bacia do Benevente. Destarte, levar o
sentido de pertencimento, do significado da expressão “meu” em
relação aos recursos hídricos de nossa região. A importância do
presente projeto se dá em quatro âmbitos, os quais se inserem no
contexto transcrito anteriormente: 1) despertar os educandos,
especialmente, mas não exclusivamente, àqueles envolvidos
diretamente no projeto, para a importância do sentimento de
pertencimento em relação à Bacia do Benevente; 2) buscar
despertar a atenção dos habitantes inseridos na bacia do
Benevente para a causa ambiental através de mensagens visuais
(painéis fotográfico e slides projetados via Datashow) e da
internet (blog), uma vez que a presente sociedade é também
conhecida como a sociedade da imagem e da informação, isso
devido a forte influência destes sobre as mentalidades coletivas e
individuais (IANNI, 2004; BOURDIEU, 2002); 3) desenvolver
atividades ecológicas, a fim de promover uma educação alinhada
aos Temas Transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN, 1998, pp. 169 - 233); 4) transmitir aos educandos e a
comunidade inserida na Bacia do Benevente uma educação
pautada na racionalidade sustentável, em detrimento a cultura
do consumo e do desperdiço. É sabido que as crises aqui
mencionadas – a ecológica e de sociabilidade – não serão
transpostas através deste projeto, mas em nível local, quem sabe,
pode vir a ser uma contribuição para aqueles que já estão
inseridos na causa da Bacia do Benevente, despertando outros
civitas a se preocuparem com tal bem público, desta forma a
contribuição seria em amenizar, em nível local, tais crises, em
síntese buscar promover um meio ambiente em equilíbrio e
indivíduos conscientes. Divulgar os “Tratos” através de “retratos”
é uma forma de confirmar em diversas mentalidades uma coisa:
O Benevente é meu! 4 - Objetivo Geral • Despertar a consciência
ambiental da comunidade inserida na Bacia do Benevente
através de um projeto itinerante.
39. 5 - Objetivos específicos • Capacitar os educandos da escola
de Baixo Pongal para serem agentes ativos no processo de
conscientização dos demais indivíduos inseridos à Bacia do
Benevente/ES; • Promover aulas práticas e em campo
relacionadas ao meio ambiente; • Desenvolver habilidades
artísticas, poéticas e de comunicação; • Ampliar a auto-estima
dos educandos da escola de Baixo Pongal; • Promover a
sociabilidade entre educandos de diferentes escolas; • Despertar
o interesse pela causa ambiental da comunidade em geral; •
Apontar os riscos ambientais existentes na Bacia do Benevente; •
Divulgar as belezas naturais da referida bacia. 6 - Cronograma
Atividades Agos. Set. Out Nov. Aulas referentes ao meio ambiente
_ _ Visita ao Rio Benevente/Aula de Campo _ Atividade de
fotografia _ Elaboração do Blog e atualização do mesmo _
Elaboração dos slides para o Datashow _ Produção de poesias e
pinturas _ Produção dos painéis _ Produção das molduras para
as fotos e poesias _ Exposição do projeto em espaços urbanos e
escolas _ _ 7 - Recursos Material Proveniência Quantidade Valor
Unitário (R$) Valor total Máquinas fotográficas Já disponível 04
0,00 0,00 Computador / internet Já disponível 01 0,00 0,00
Revelação de fotos Recursos do projeto A definir Compensados
Recursos do projeto A definir Dobradiças Recursos do projeto A
definir Tinta Recursos do projeto 1 Massa para madeira Recursos
do projeto 1 Barco para visita ao Rio Benevente Recursos do
projeto/ alunos A definir 5,00 por aluno A definir Condução
itinerante à buscar parceria com a SMEC 01 0,00 O,00 Obs: Valores
pesquisados no dia 02 de junho de 2002. Os itens que estão a
serem definidas estarão dependendo do valor do premio auferido
ao projeto.
40. 8 - Referências Bibliográficas ABDALLA, Mauríco. O princípio
da Cooperação: em busca de uma nova racionalidade. Paullus,
Rio de Janeiro. 2004. BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico.
Bertrand, Rio de Janeiro. 2002. IANNI, Octavio. Capitalismo,
Violência e Terrorismo. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro.
2004. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares
Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental –
Temas transversais. MEC/SEF, Brasília. 2001. SENNET, R. Carne e
Pedra. Record, São Paulo. 2003. __________. O Declínio do
Homem Público. In: As Tiranias da Intimidade. Cia das Letras. São
Paulo. 2002. SIMMEL, George. A Metrópole e a Vida mental. In:
VELHO, O. O Fenômeno Urbano. Zahar, Rio de Janeiro. 2002.
______________. O Indivíduo e a liberdade. In: VELHO, O. O
Fenômeno Urbano. Zahar, Rio de Janeiro. 2002. 9 - Anexo 9.1 -
Modelo dos painéis
42. Ação Coletiva 18:04 Cristiano Bodart Ação coletiva: Ação
comum que visa atingir fins partilhados. Segundo A. Bentley
(1949), grupo e interesse são inseparáveis. Os membros do grupo
são solidários na ação e para a ação a empreender. Nesse caso, a
mobilização em ordem a uma ação coletiva não levanta nenhum
problema. A idéia segundo a qual um grupo (ou uma classe)
constitui uma unidade de análise é combatida por algumas
teorias utilitaristas. Mancur Olson (1966) mostra que a lógica da
ação coletiva não pode reduzir-se à lógica da ação individual.
Não basta que um conjunto de indivíduos partilhe um interesse
comum para que estes se empenhem numa ação coletiva em
ordem a satisfazer esse interesse. A entrada na ação coletiva
implica, para cada um dos membros do grupo latente, um certo
custo de participação (tempo, dinheiro, etc.). Ora, se se verifica
que o bem obtido graças à ação coletiva pode aproveitar a todos,
não se vê porque é que cada um dos membros do grupo não seria
tentado a deixar aos outros o cuidado de suportar o custo da
ação coletiva. Torna-se evidente, nestas condições, que a pura
expectativa generalizada gerará um "efeito perverso" (Boudon
1977): com efeito, se todos os membros optarem pela estratégia
do "bilhete gratuito" (free rider), o bem coletivo deixará de ter
qualquer possibilidade de ser obtido. A dimensão do grupo deve
ser tida em conta: nos pequenos grupos, cada um terá de fato
compreendido que "a ação de cada indivíduo conta", o que já não
acontecerá nos grandes grupos (por exemplo, os grupos de
consumidores), em que os indivíduos terão tendência para
pensar que a sua participação apenas pode ter uma eficácia
despicienda. O recurso às medidas coercitivas ou aos
incitamentos seletivos permite aos grupos organizados limitar
essas estratégias de defeção. Um oferecimento paralelo de bens
individuais (lugar de responsabilidade ou qualquer outra marca
de distinção que confere prestígio e respeito) será um meio para
estimular os recalcitrantes: é assim que a esperança de ter acesso
a posições eletivas poderá levar um indivíduo a aceitar o custo
implicado por um militantismo ativo dentro
43. de um partido político. Um tal oferecimento só é possível se o
grupo se dotou de uma estrutura organizacional. Minimizados na
teoria da escolha racional (fundada no paradigma econômico), os
incitamentos morais e "solidários" desempenham, na realidade,
um papel importante na emergência da ação coletiva. Agir
coletivamente numa coletividade, em que predominam os laços
de solidariedade e de amizade pode constituir uma obrigação
moral para o indivíduo, podendo tornar-se igualmente, para ele,
um prazer. Sob este aspeto, é a não participação que será
custosa, pois que poderá pôr em questão a imagem e a estima
que o indivíduo tem de si próprio. A. Oberschall (1973) mostra
que a ausência de laços e a decomposição das redes de interação
são um obstáculo importante à mobilização. A capacidade de
conduzir uma ação concertada depende, pois, estreitamente do
grau e do tipo de organização inerentes à coletividade
considerada. Se a ameaça de uma repressão da parte do poder
político constitui um outro obstáculo à mobilização, razões de
ordem ética ou ideológica são sempre capazes de desviar os
atores dos seus interesses pessoais. A escala de avaliação
"custos/vantagens" é, portanto, sempre susceptível de ser
perturbada por uma ideologia portadora da esperança de um
mundo melhor. Fonte: DICIONÁRIO DE SOCIOLOGIA Sob a
direcção de RAYMOND BOUDON, PHILIPPE BESNARD, MOHAMED
CHERKAOUI e BERNARD-PIERRE LÉCUYER Tradução de António J.
Pinto Ribeiro PUBLICAÇÕES DOM QUIXOTE LISBOA 1990 Caso
Charlie Hebdo: imperialismo, contracultura e resistência 18:20
Cristiano Bodart 1 Por Vanessa Mutti* Contracultura diz respeito
ao movimento de mobilização e contestação social que utiliza
meios de comunicação de massa, para denunciar atitudes e
situações que ferem a liberdade individual, a liberdade de
expressão e a liberdade artística. Alguns autores consideram
historicamente o movimento hippie e o festival de Woodstock,
que surgiram nos anos 60, como importantes movimentos que
contestavam a ordem e os valores consumistas, mas também
questionavam os valores etnocêntricos presentes nas políticas de
guerra e na submissão econômica e cultural dos países
desenvolvidos sobre as
44. demais civilizações. Desde então é possível perceber
diferentes movimentos de contestação e resistência em diversos
lugares do planeta. Dentro do processo globalizante das
economias pelo Capital, assim como as economias nacionais, os
valores e as subjetividades culturais veem sofrendo constante
aniquilamento em prol de uma padronização de
comportamentos e dados estatísticos. Cada vez mais é preciso
atingir metas e índices conforme os princípios originários pelo
american way life. A falácia da existência de uma aldeia global,
confirma o que fora denunciado pelo pensador e professor Milton
Santos. De forma que a influência perversa e homogeneizante da
cultura de massa enlatada e introjetada sobre as culturas locais
reluzem nos novos movimentos sociais e populares de resistência
e subversão cultural. Hoobsbawn, nem o próprio Milton Santos, e
tantos outros pensadores não puderam presenciar a revanche da
contracultura através das mídias livres e redes sociais.
(Provavelmente estejam em algum panteão a presenciar esse fio
libertador e intragável na goela de todo tipo de
conservadorismo). Inúmeros foram os retrocessos, mas também
foram os avanços. O recente atentado ao escritório da revista
Charlie Hebdo, revela a investida contra a liberdade de expressão
e liberdade artística. Muito mais que um ataque à ousadia e
subversão dos editores, o episódio mostra a ferida e a fragilidade
dos valores ocidentais das nações herdeiras do iluminismo. É
uma denúncia à vigente xenofobia que se revigora na armada
reforma conservadora política das “principais” nações europeias
e dos Estados Unidos. O fenômeno foi assustador! Pulverizou um
sentimento de insegurança e medo, mas também assinalou o
ódio e a intolerância ao Islão e o povo árabe.
45. Ora, legitimamente (tsc), utilizamos a lente etnocêntrica
para julgar o outro. Esse é o fundamento que está presente nos
atentados terroristas. Porém, por outro lado, essa mesma lente,
que converge ao meu cerne e minha noção de pertencimento e
valores, é que chancela as ações dos Estados centrais a invadirem
e interferirem diretamente nas nações fora de um padrão,
dissidentes, desviantes por aspectos religiosos, sociais, culturais
e econômicos. Eles assinalam que é preciso reforçar a xenofobia,
a homofobia, o preconceito de classe, o racismo e tantos outros
preconceitos que desmerecem as minorias culturais e todo tipo
de contrapadrão. O neoimperialismo, presente e virtuoso,
permanece como tábua de salvação para essas nações e povos
desviantes. Essa preciosa justificativa esteve presente nas
investidas contra o Vietnã, na ocasião dos movimentos de
contracultura mencionados no início do texto. Entretanto, faz-se
presente nas investidas contra o Golfo em 2001, na constante
ocupação do Afeganistão, do Iraque, nas agressões à Síria... Ao
debruçar sobre o atentado e a repercussão da islamofobia, que
agora parece ser um sentimento legítimo e terrestre, penso o que
quão frágil e ameaçadas estão as nações e povos dissidentes. A
intolerância é aviltada! A violência é justificada! Somente os
movimentos de contracultura, o ativismo, a deserção parecem
ser formas de romper com a lógica imperialista. Mas em nome de
que? Em nome de quem? Que sabedoria é essa que parece tão
escassa ao julgar o outro? O estranho? O alheio? O feio? Reiterar
as ações abusivas e desrespeitosa contra as nações é reagir com a
mesma cegueira é compactuar com o etnocentrismo e a
intolerância. Julgar, criticar ou defender Charlie Habdo? Que
diferenças faz? Inocentes foram mortos. Civis, inclusive crianças,
são mortos diariamente. Escolas e hospitais são alvejados. Como
se apoiar numa ética super humana e dizer quem deve ser
castigado? Qual povo é menos merecedor da vida? Da infância de
suas crianças ou da velhice e história de seus antepassados?
*Professora de Sociologia - IFBA Campus Jequié
46. Globalização: para além da mera ideia de um mundo
interligado, de trocas e intercâmbios culturais. 04:20 Cristiano
Bodart Por Cristiano Bodart A globalização é um fenômeno que
marca nosso tempo. Isso é indiscutível. Discutível é o termo
usado para designar esse fenômeno. Ao usarmos a expressão
“globalização” ou “aldeia global” estamos fazendo alusão à ideia
de que o mundo tornou-se menor, seus cantos mais acessíveis e
marcados por trocas de bens materiais e imateriais em um fluxo
nunca visto antes, assim como os países que se influenciam
mutualmente. Em parte isso é verdadeiro. Digo em parte porque
a ideia de que existe uma troca entre as nações é um tanto
exagerada. O que existe, em muitos casos, é uma imposição da
cultura ocidental sobre os demais países do mundo. Por isso a
expressão “ocidentalização do mundo” utilizada por Serge
Latouche em 1989 em "L’occodentalisation du Monde". O
conceito de “Ocidentalização do Mundo” desenvolvida por
Latouche (1989) nos fornece caminhos interpretativos do
fenômeno que recorrentemente chamamos de globalização. Para
Latouche, o que existe é uma imposição da cultura europeia
sobre o globo; fenômeno que teve origem ainda nas primeiras
Cruzadas, no século XI, sendo ampliada nos séculos XV e XVI, com
as Grande Navegações - que culminaram com a descoberta de
novas terras - e aprofundada no final do século XX, sendo agora
chamada de Globalização. Tanto nas Cruzadas, nas Grandes
Navegações, quanto no fenômeno conhecido como globalização,
o que observamos é uma imposição de hábitos culturais e não
uma troca clara. É certo que no contato como outros grupos
sociais acabamos sendo, em alguma medida, influenciados por
esses. Alguns hábitos dos índios
47. americanos certamente foram incorporados pelos
europeus, porém não tão claramente no sentido contrário. No
caso dos índios americanos, quase todos passaram pelo processo
de aculturação, caracterizado pela imposição de uma nova
cultura: a europeia. Atualmente, o processo de aculturação
continua em curso. À todo tempo somos influenciados pela
cultura europeia – muitas vezes via Estados Unidos da América.
Bastamos olhar para as últimas tendências da moda. O quanto o
Camboja influencia a cultura francesa? E o inverso? Temos uma
troca de hábitos culturais ou trata-se de um caminho
praticamente de mão-única? Frente a essa atual tendência de
aculturação constantes, sobretudo nos hábitos culturais, nos vêm
a pergunta: por quê isso ocorre? Uma palavra me parece bastante
completa para tal indagação: poder. Outrora, poder religioso e,
posteriormente, poder econômico. Em tempos de globalização, a
aculturação, ou padronização da cultura acaba padronizando,
igualmente, os hábitos de consumo. Uma vez o consumo
padronizado, torna-se possível as grandes empresas venderam
seus produtos para todos os cantos do mundo, obtendo assim
poder econômico de forma mais fácil e eficiente. Com o advento
do capitalismo e sua busca pela maximização do lucro, o objetivo
dos “homens poderosos” passou a ser a ampliação dos lucros, o
que se dá via ampliação do mercado consumidor. Em um mundo
“mais igual” é muito mais fácil e barato ofertar os seus produtos
por todos os cantos do mundo. Os benefícios da globalização,
tais como a facilidade de deslocamento de passageiros e a maior
informação é uma realidade, pena que também sejam também
mercadorias e a serviço de seus donos. O fenômeno está ai.
Resta-nos compreende-lo para além da mera ideia de um mundo
interligado, de trocas e intercâmbios culturais. Por que devemos
ter cuidado com o bairrismo e com os mosquitos? 11:33 Roniel
Sampaio 2
48. Por Roniel Sampaio Silva Você tem orgulho de ser brasileiro?
orgulho do seu estado? Da sua cidade? Não importa qual a
região, o sentimento de comunidade, de pertencimento étnico
em relação a uma territoriedade está relacionado ao
regionalismo. O Brasil tem riquíssimos exemplos sobre o
regionalismo.; mas até que ponto isso é positivo? Vou procurar
nesse texto mostrar os alguns dois lados a mesma moeda sobre a
questão do bairrismo e do coronelismo, e por fim, vou falar
ilustrar uma metáfora do mosquito da dengue. Antes de mais
nada vale conceituar regionalismo. É um conjunto de
caraterísticas que tornam particular uma região”. Tais
características são evocadas no sentido de criar uma relação de
pertencimento a uma certa localidade. O primeiro grande
movimento intelectual e cultural relacionado ao regionalismo no
Brasil surgiu no nordeste e teve como um dos líderes o sociólogo
Gilberto Freyre, o qual foi um dos signatários do manifesto
homônimo em 1930. Além disso, o regionalismo está muito
relacionado a um outro conceito antropológico chamado
etnocentrismo, o qual põe a cultura local como centro da visão
do mundo de determinado grupo cultural. Em 1952, o
antropólogo Claude Levi-strauss a pedido da UNESCO escreveu
um texto intitulado “Raça e História” cujo objetivo era
problematizar sobre o etnocentrismo, o evolucionismo e a
diversidade cultural. Em um dos pontos do texto, o francês
sugere que é graças a etnocentrismo que temos toda essa
diversidade cultural, e que esta diversidade deve contribuir para
colaboração entre as culturas, jamais para sua destruição.
49. Voltando ao regionalismo de Freyre, este não deixa de ser
uma espécie de etnocentrismo, um etnocentrismo que tem uma
faceta, até certo ponto, sadia para preservação da cultura
tradicional. Na ocasião o sociólogo dialogou com outros grupos
culturais e buscou a colaboração cultural mencionada por Lévi-
strauss. E como isso tudo pode se tornar uma armadilha? As
armadilhas do bairrismo Ocorre que, os discursos extremistas,
fundamentalistas transformam o regionalismo em bairrismo. Na
ocasião, é oportuno conceituar o que seria bairrismo como “um
esforço de promover aversão à tudo aquilo que vem fora de um
território restrito”, é, na verdade, um tipo de como uma em escala
regional ou local do regionalismo. É uma expressão que remete à
ideia de aversão a tudo que vem de fora do espaço restrito do
bairro. Se na primeira metade do século XX tivemos os
movimentos fascistas que aclamavam o nacionalismo como
matriz de um governo centralizado num líder carismático; o Brasil
vivenciou e tem vivenciado o discurso do bairrismo, o qual que
busca isolar um território em favor do fortalecimento de uma
autoafirmação étnica, que por sua vez tende a negar a
contribuição de outros sujeitos pelo mero fato destes não serem
reconhecidos localmente pelas autoridades que se dizem “da
terra”. A negação do outro acaba sendo um ataque pessoal,
sorrateiro que torna-se uma estratégia que esvazia o diálogo
argumentativo, político e racional, o que acaba sendo um rótulo
reducionista, uma falácia de autoridade. Tais medidas são
comuns em locais provincianos, cuja autoridade do coronel - ou
coronéis, são criadas no sentido de imunizar o poder tradicional
para garantir o status quo, ameaçadas por ideias “inovadoras”
advindas dos “forasteiros”. A medida reflete uma insegurança
quanto as suas próprias doa habitantes locais e se fecham para
contribuições de um outro ponto de vista.
50. Desta maneira, as pessoas “da terra” são superestimadas
independente do que elas têm à oferecer. São promovidas pelo
mero fato de serem reconhecidas pelos demais como “minhoca”,
como se isso apenas bastasse para ter compromisso com a
região. E já que estamos citando animais, vale destacar o
mosquito. Este por sua vez, surge num contexto de estagnação de
ideias oriundas pelo fechamento do grupo. O grupo torna-se tão
sem movimento que assemelha-se a água parada, oportuna para
proliferação de mosquitos parasitas que vivem para se alimentar
do sangue alheio. Estes mosquitos são os coronéis, eis um dos
perigos do bairrismo. Tanto as fronteiras geográficas são
artificiais, como o reconhecimento dos sujeitos como “nativos”. O
reconhecimento destas pessoas é arbitrário uma vez que tais
indivíduos de outra naturalidade pode ser reconhecido como
autoridade local e uma pessoa daquela naturalidade pode não
ser reconhecida como tal. A exemplo disso, temos o poeta
Torquato Neto, um dos intelectuais da Tropicália, que mesmo
sendo teresinense era expulso de locais frequentados pelas
famílias tradicionais pelo simples fato da sua estética não ser
aceita pelas elites locais. Assim, a negação bairrista tem a
finalidade de segregação política, social, cultural ou estética. O
bairrismo é herança do coronelismo patrimonialista. Neste
sentido, o apego pela terra, típico de sociedades tradicionais, foi
e continua sendo seu campo fértil. Raymundo Faoro destaca que
o coronelismo foi um dos grandes empecilhos para consolidação
do republicanismo e do federalismo, sendo uma estratégia para
preservação do poder tradicional consolidado, ou seja, um
esforço “contramodernizante”. O discurso do bairrismo acaba
tendo ainda bastante adesão, até hoje justamente por criar uma
expectativa de beneficiar o sujeito na “panelinha”. O isolamento
de um grupo em si cria o que eu chamo de “água parada”. Como
todos sabem água parada cria mosquito.
51. Eu me ariscaria a afirmar que o bairrismo é uma herança do
coronelismo e ao mesmo tempo seu grande pilar de sustentação.
Na medida em que um grupo tende a se fechar para as
contribuição de outros grupos culturais ou sujeitos, criam-se
entre os pares autoridades cujo poder é delegado apenas pelo
autoreconhecimento, que na maioria das vezes não leva em
conta um projeto político que beneficie a todos. Assim, o projeto
bairrista fatalmente cria as panelinhas, cujo conteúdo perde no
marasmo e faz proliferar um batalhão de mosquitos. Portanto,
lembre-se, água parada e grupo fechado cria mosquito!
Sugadores de sangue... Por que a Sociologia incomoda? 05:10
Cristiano Bodart Por Cristiano das Neves Bodart
cristianobodart@hotmail.com Por que a sociologia incomoda?
Essa indagação é recorrente dentre os que iniciam suas
“aventuras” no campo da Sociologia. Além de incomodar é
perigosa e, consequentemente, gera perigos. Incomoda os que
dela se utilizam, assim como aos que não a utilizam em suas
práticas compreensivas da realidade social. Em regimes
autoritários, uma das primeiras práticas dos governantes é tentar
eliminar a Sociologia. Sociólogos são ameaças a tais governos
por desvendar seus aspectos, funcionamentos e objetivos. No
Brasil, durante a Ditadura Militar, professores foram expulsos do
país, cursos fechados e disciplina banida do Ensino Médio. Era o
ataque do regime a seu grande e perigoso inimigo. Ao se
apresentar como ameaçadora, acaba gerando, em última
instância, perigo ao seu “possuidor”, podendo ser perseguido
e/ou assassinado. Os que se utilizam da Sociologia são, por ela,
constantemente incomodados. Incomodados pela luz que
passam a ver, estando fora da caverna de Platão. A Sociologia nos
faz enxergar a exploração do homem sobre o homem, os
interesses de grupos, as nefastas intenções políticas e os
indesejáveis jeitinhos nas práticas cotidianas. Passamos a notar a
"microfísica do poder" que mantém a estrutura hierárquica
social, os machismos e as demais discriminações veladas, entre
tantos fenômenos sociais que passam a nos afligir. A Sociologia
acaba sendo um incômodo por nos persuadir a “remar contra a
correnteza”, a se colocar contrário a muita coisa que está
enraizada nas relações sociais. Pierre Bourdieu já dizia que a
Sociologia é um campo de batalha. Ela incomoda aqueles que se
beneficiam dostatus quo, isso porque desvenda, interpela e o
questiona. Assim, sociólogos são, quase sempre, indesejáveis por
aqueles que se beneficiam da “ordem das coisas”. A criticidade
que desperta a Sociologia sobre aqueles que a buscam os leva a
se posicionarem quase sempre contrário ao consenso, este
enraizado nas mentalidades.
52. Com posse da “imaginação sociológica”, verás que a batalha
estará armada e a luta é árdua. Com o tempo notarás que não
serás mais o mesmo, pois a Sociologia nos impele à luta, nos
incomoda. "Batalha" de perguntas: Dinâmica de jogo de
pergunta e resposta entre grupos. 19:55 Roniel Sampaio 10 Por
Roniel Sampaio Silva Sempre tive a curiosidade de fazer um jogo
de perguntas e respostas, estilo "passa ou repassa". Resolvi fazer
a dinâmica uma vez que já estava trabalhando o texto "O que é
sociologia” na aula anterior. Na ocasião pedi aos alunos que se
reunissem em grupos e estabelecessem os tópicos frasais de cada
parágrafo do texto. Então, resolvi promover uma competição
entre os grupos para que eles aprendessem a importância de
uma boa leitura e interpretação do texto para responder
adequadamente ao que se pedia. Ao ingressar em sala, pedi
novamente que se organizassem em grupo . Os grupos foram
dispostos de maneira circular, e foram definidos como grupo “A”,
“B”, “C”...etc.. Escrevi no quadro as regras do jogo: 1- Cada grupo
tem um 60 segundos para responder o que se pede, caso o grupo
não responda a pergunta corretamente, a vez será repassada
para o grupo seguinte, de maneira circular até todos os grupos
tenham oportunidade de tentar responder. 2- Um dos
componentes do grupo deve escrever a resposta no papel para
registrar a resposta que foi dita. 3- Um componente do grupo
deve falar a resposta para a sala em voz alta. 4- Caso ninguém
consiga responder, o professor irá explicar sobre o tópico.
53. Previamente, elabore questões sobre o texto e faça o sorteio
das questões antes de perguntar ao grupo. Em seguida, tenha o
cuidado de copiar no quadro as questões que se pedem no ato
do sorteio. Usei as seguintes questões, do texto “O que é
sociologia”: 1- Qual a semelhança entre sociologia e senso
comum? 2- Qual o objeto de estudo da sociologia? 3- Qual a
diferença entre sociologia e senso comum? 4- Por que os temas
da sociologia soa mais discutidos do que os temas da
astronomia? 5- O que é imaginação sociológica? 6- Cite exemplos
de mecanismos de controle da sociologia? 7- Qual o tema de
estudo comum das ciências humanas? Assim que terminamos a
atividade, mostrei a importância de fazer uma leitura detalhada
do texto, utilizando a estratégia dos tópicos frasais. A experiência
foi muito positiva, sobretudo pela interatividade e dinâmica da
aula. O melhor de tudo nessa dinâmica é que ela serve para
qualquer assunto, basta trabalhar um texto. Pensamento social e
questão de gênero 14:45 Cristiano Bodart 2 Por Joyce Miranda
Leão Martins* Émile Durkheim foi o primeiro professor da
disciplina que hoje se conhece como Sociologia e que objetiva
estudar as relações humanas e a organização das sociedades. Em
seus estudos, que passaram pela religião até o suicídio e a divisão
do trabalho, o sociólogo chegou à conclusão de que o crime era
um "fato social normal", posto que era encontrado em todas
sociedades, em todos os tempos. De acordo com o francês, os
acontecimentos de um grupo, bem como o trabalho de seus
membros, tinham uma função dentro de uma estrutura maior,
que era a sociedade. Cada indivíduo possuiria um "papel" que
ajudaria sua comunidade a funcionar harmonicamente.
Incorporado posteriormente às Ciências Sociais, Karl Marx fazia
uma análise diferente. Para ele, a sociedade capitalista não era
nem poderia ser harmônica e seria rompida a partir de uma
revolução levada a cabo através dos trabalhadores mais
explorados pelos detentores dos meios de produção. Marx fazia
uma grande crítica aos economistas de sua época, que julgavam
o sistema capitalista como um "caminho natural" da
humanidade. Tinha em comum com Durkheim a percepção de
que o social não era algo dado, mas construído historicamente.
54. Se como disse Wright Mills "não devemos esquecer que
bebemos na fonte dos clássicos", lembrar que o social é
construção histórica é um dos maiores ensinamentos dos
consagrados autores. É a partir disso que podemos estimular a
imaginação sociológica e passar de uma perspectiva naturalizada
a outra, de questionamento. Em tempos que racismo, homofobia
e machismo vêm sendo constantemente combatidos por
movimentos sociais, cabe perguntar: funciona normalmente uma
sociedade em que são violentadas, por ano, 50 mil mulheres, de
acordo com dados do 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública?
A exploração da força de trabalho é igual entre homens e
mulheres, sendo a desigualdade de renda a única que afeta a
humanidade? As questões levantadas são quase retóricas, posto
que são presumíveis as respostas esperadas. Mas se a Sociologia
é - desde os seus princípios - "um esporte de combate" (ainda
que de acordo com determinado contexto), não é difícil antever
que essas questões precisem estar, cada vez mais, nas discussões
da disciplina. Não apenas como um recorte específico dos
estudos de gênero, mas também como forma de impedir que o
conhecimento reproduza discursos dominantes e se restrinja a
destacar os escritos do gênero masculino, algo corriqueiro na
trajetória das disciplinas científicas. É necessário ampliar os
espaços de atuação desse esporte de combate que são as
Ciências Sociais e lembrar que os textos de Marianne Weber,
Harriet Martineau e Beatrice Webb (além de tantas outras) devem
ser conhecidos e revisitados. A tarefa faz parte de uma Sociologia
da Sociologia (que coloca em xeque as verdades aceitas),
proposta por Bourdieu (1989), indo no sentido do
questionamento da restrição de canônes, e agindo em direção a
novas epistemologias pós-colonias. Quem foram as mulheres que
pensaram o social contemporaneamente aos clássicos, por que
foram esquecidas e o que tinham a dizer? O que isso tem a ver
com violência e desigualdade social? Quando parcelas
importantes da sociedade estão a descortinar antigas crenças e a
questionar diversos tipos de violências (sejam elas relacionadas à
mulheres, negros, homossexuais etc), colocam um desafio às
Ciências Sociais: é preciso repensá-las para que elas caminhem
junto ao seu tempo. Lembrando Boaventura (2000), que avisa aos
sociólogos ser necessário "escavar o lixo da ciência moderna" pra
ver o que lá havia de importante e foi relegado ao desconhecido,
porque considerado inferior, é necessário revolver as próprias
Ciências Sociais e buscar as suas protagonistas, que trazem luzes
para o pensar da sociedade atual e problemáticas que ainda se
fazem contemporâneas, pois foram deixadas de lado no passado.
Sobre as três pensadoras sociais citadas aqui, vale dizer: Harriet
Martineau foi uma das grandes críticas do sistema político
americano. Para ela, o país não podia ser considerado
democrático, pois permitia a escravidão. Autoditada em Ciências
Sociais, publicou artigos também em economia política, com a
intenção de mostrar e simplificar princípios dessa disciplina.
Como Durkheim, acreditava que a natureza e a sociedade
possuíam leis; Marianne Weber, mais conhecida pela publicação
da obra póstuma de seu marido Max Weber, estudou como as
diferentes classes sociais, educação e ideologia contribuíam para
a desigualdade relacionada à mulher. Em seus escritos, mostrou
que a dominação patriarcal no matrimônio contradizia os valores
liberais individualistas tão louvados em sua época; Por sua vez,
Beatrice Webb foi autodidata na aprendizagem de filosofia e
economia. Filha de um rico empresário da Inglaterra, passou a
trabalhar nas fábricas de seu pai para compreender o dia a dia
dos

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