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Universidade Federal do Amazonas

Faculdade de Tecnologia
Metrologia e Instrumentação

Conceitos Básicos

Kenny Vinente dos Santos


Sumário
1. Introdução
2. Definição dos termos
1. Introdução
• Introdução
• Conhecer as terminologias utilizadas em métodos experimentais

• Conhecer os padrões normativos

• Identificar os erros experimentais


2. Definição dos termos
• Legibilidade
• Indica a proximidade com que a escala do instrumento opera.
Ex.: um instrumento com escala de 25-cm tem maior legibilidade
do que um de 5-cm.

• Depende do comprimento da escala, espaçamento entre as


graduações, tamanho do ponteiro e efeitos de parallax.
2. Definição dos termos
• Sensibilidade
• É a relação entre o movimento linear do ponteiro em um
instrumento analógico e a mudança na variável que está sendo
medida que gerou este movimento.

• Ex.: um medidor de 1-mV tem um comprimento de escala de


25-cm. Sua sensibilidade é 25 cm/mV, assumindo que a medida é
linear nessa escala.

• Para instrumentos digitais o conceito de sensibilidade é


diferente (motivo?)
2. Definição dos termos
• Histerese
• Um instrumento está em histerese quando existe uma diferença
na leitura dependendo do valor da grandeza medida e da
abordagem (aumento ou diminuição)

• Histerese resulta do atrito mecânico, efeitos magnéticos,


deformação e elasticidade, efeitos térmicos.
2. Definição dos termos
• Precisão, Exatidão (Acurácia)
• A precisão de um instrumento indica o desvio de uma leitura
em relação a uma entrada conhecida.

• Normalmente expressa em valores percentuais em relação a


toda a escala.

• Ex.: aparelho de 100-kPa com 1% de precisão, resulta em ±1


kPa na precisão
2. Definição dos termos
• Exemplo: considere uma medida de uma tensão
conhecida de 100 volts [V] com uma certa métrica.

• Realizando 4 leituras, obteve-se: 104, 103, 105 e 105 [V].


• Desvio de 5%
• Precisão de ±1%: máximo desvio para uma leitura média de 104
[V] é 1 [V]

• Calibração do instrumento
3. Calibração
• Importância da calibração: reduzir os erros de precisão

• Procedimento para calibração:


• comparar um instrumento em particular com:
• Um padrão primário
• Um padrão secundário com alta precisão do instrumento a ser calibrado
• Uma fonte de entrada conhecida
3. Calibração
• Exemplo: calibração de um fluxômetro
• 1 – comparar com o padrão de medidas de fluxo do National Institute of
Standards and Technology (NIST)

• 2 – comparar com outro fluxômetro de precisão conhecida

• 3 – calibrando diretamente com uma media primária de um tanque de


dimensões conhecidas com volume de água conhecido (conhece-se a vazão)
4. Padrões
• Motivação: experimentos realizados em diversas partes,
em diversos países

• Necessita-se de bases consistentes, para certas unidades


como comprimento, massa, temperatura, grandezas
elétricas

• Orgão regulamentador: ISSO


• Sistema de unidades: SI
4. Padrões
• Metro e quilograma
• Metro padrão: comprimento de uma barra de platina-irídio em condições próprias no
International Bureau of Weights and Measures (Sèvres, França)

• Quilograma padrão: é a massa de um material de platina-irídio mantido no mesmo


instituto.

• Definição de metro e quilograma pela General Conference on Weights and


Measures (1960)
• 1 metro = 1.650.763,73 comprimentos de onda da luz vermelha-laranja de uma
lâmpada de krypton-86
• Em 1983, 1 metro = distância percorrida pela luz em 1/299.792.458 segundo
4. Padrões
• Segundo
• Unidade fundamental de tempo
• Definido como 1/86400 da duração de um dia solar
• 1 dia solar é a medida do intervalo de tempo entre duas transições sucessivas
do sol em um meridiano da Terra.
• Esse intervalo de tempo varia, dependendo da localização e do tempo no
ano.
• Porém, o dia solar médio para um ano solar é constante.
• 1 ano solar é o tempo necessário para a Terra completar uma revolução no
sol.
• 1 ano solar = 365 dias, 5 horas, 48 minutos, 48 segundos.
4. Padrões
• Segundo
• Definição pela General Conference on Weights and Measures (1967)

• 1 segundo = duração de 9.192.631,770 períodos de radiação correspondente


entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio-133.
4. Padrões
• Grandezas elétricas
• Unidades padrões elétricas são derivadas das unidades fundamentais de
massa, comprimento e tempo.

• Temperatura
• Proposto por Lord Kelvin, a escala Kelvin

• Baseada nas leis da termodinâmica


4. Padrões
4. Padrões
4. Padrões
4. Padrões
• Conversões entre escalas
• K = ℃ + 273,15 (Kelvin – Celsius)

• °R = ℉ + 459,67 (Rankine – Fahrenheit)

9
• ℉= ℃ + 32 (Fahrenheit – Celsius)
5
4. Padrões
5. Dimensões e Unidades
• Dimensão: variável física utilizada para especificar um comportamento
da natureza de um sistema particular

• 𝐿 = comprimento
• 𝑀 = massa
• 𝐹 = força
• 𝑡 = tempo
• 𝑇 = temperatura
5. Dimensões e Unidades
• Exemplo: 2ª lei de Newton
• Força ~ taxa de variação do momento em relação ao tempo
𝑑(𝑚𝑣)
• 𝐹=𝑘
𝑑𝑡

• 𝑘 é a constante de proporcionalidade. Se a massa é constante,


𝑑𝑣
• 𝐹 = 𝑘𝑚𝑎, 𝑎 =
𝑑𝑡

1
• 𝐹= 𝑚𝑎
𝑔𝑐

• O que representa o termo 𝑔𝑐 ?


5. Dimensões e Unidades
• Exemplo: 2ª lei de Newton
1
• 𝐹= 𝑚𝑎
𝑔𝑐

• Para o sistema SI, a unidade de 𝐹 resulta


• 1 newton: 1kilograma-metro por segundo ao quadrado
5. Dimensões e Unidades
5. Dimensões e Unidades
• Trabalho 01: Criar e preencher a seguinte tabela:
Grandeza Nome da unidade Símbolo da Unidade expressa
unidade ou em termo das
abreviação, que unidades básicas e
difere da unidade suplementares
básica
Área Metro quadrado --- 𝑚2
Frequência Hertz, ciclos por Hz 𝑠 ;1
segundo

• Para cada grandeza, expresse a sua equação.


5. Dimensões e Unidades
• Trabalho 01: Criar e preencher a seguinte tabela:
• Lista de grandezas: área, volume, frequência, densidade
(concentração), velocidade, velocidade angular, aceleração,
aceleração angular, taxa de fluxo volumétrico, força, tensão,
pressão, viscosidade, trabalho (energia), potência, densidade de
fluxo de calor, coeficiente de transferência de calor, capacidade
térmica, condutividade térmica, taxa de fluxo de massa,
densidade de fluxo de massa, quantidade de carga elétrica, força
eletromotriz, resistência elétrica, condutividade elétrica,
capacitância elétrica, fluxo magnético, indutância, permeabilidade
magnética, densidade de fluxo magnético, força magnética, fluxo
luminoso, luminância, iluminação
6. Sistema de medidas generalizado
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Medida estática de uma quantidade física: realizada quando a grandeza
não muda com o tempo

• Ex.: deflexão de uma viga com carga constante

• Problema: se a viga sofrer vibração, a deflexão irá variar com o


tempo, consequentemente o processo para medição é mais complexo

• Ex.: medir o fluxo de um líquido é mais fácil quando este está em


estado permanente e mais difícil quando existem variações rápidas ao
longo do tempo
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Em vários experimentos físicos podemos considerar a variável em
estado permanente

• Em outros experimentos, devemos considerar estas variações


temporais.
• Esse intervalo de tempo pode ser curto ou longo.
• Devem ser levadas em conta as características transitórias da
variável: dinâmica do processo
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de ordem zero, primeira e segunda ordem
• Descrição genérica de uma variável 𝑥(𝑡) em um sistema

• 𝐹(𝑡) é a fonte de entrada, entrada forçada do sistema


• Sistema de ordem zero:
• 𝑎0 𝑥 𝑡 = 𝐹(𝑡)
• Sistema de primeira ordem:
𝑑𝑥(𝑡)
• 𝑎1 + 𝑎0 𝑥 𝑡 = 𝐹(𝑡)
𝑑𝑡

• Sistema de segunda ordem:


𝑑 2 𝑥(𝑡) 𝑑𝑥(𝑡)
• 𝑎2 𝑎1 𝑑𝑡 + 𝑎0 𝑥 𝑡 = 𝐹(𝑡)
𝑑𝑡 2
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Examinando o comportamento dos sistemas para esses três casos
• Sistema de ordem zero
1
• 𝑥 𝑡 = 𝐹(𝑡)
𝑎0

1
• é denominado sensibilidade estática do sistema
𝑎0

• Se uma força constante for aplicada a viga anterior, a deflexão estática


será 𝐹/𝑎0
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistema de primeira ordem
𝑎1 𝑑𝑥 𝐹(𝑡)
• +𝑥 =
𝑎0 𝑑𝑡 𝑎0
𝑎1
• é denominado constante de tempo 𝜏 do sistema.
𝑎0

• Resolvendo a equação para uma entrada do tipo degrau de amplitude


𝐴
𝐴 𝐴
• 𝑥 𝑡 = + 𝑥0 − 𝑒 ;𝑡/𝜏 Resposta transitória
𝑎0 𝑎0

Resposta regime permanente


7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistema de primeira ordem
• Significado de 𝜏 (63,2% da energia)

• Tempo de subida: tempo necessário para atingir 90% da resposta de


regime permanente
• 𝑡 = 2,303𝜏

• Resposta regime permanente: após 5𝜏


7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistema de primeira ordem, exemplo: normalmente envolvem
armazenamento e dissipação de energia (circuito RC, que pode ser o modelo
de um sistema térmico, qual a analogia?)
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistema de primeira ordem: entrada harmônica
• 𝐹 𝑡 = 𝐴𝑠𝑖𝑛 𝜔𝑡 , 𝑡 > 0
• 𝑥 = 𝑥0 , 𝑡 = 0

𝐴/𝑎0
• 𝑥 𝑡 = 𝐶𝑒 ;𝑡/𝜏 + sin 𝜔𝑡 − 𝑡𝑎𝑛;1 𝜔𝜏 , 𝜏 = 𝑎1 /𝑎0
1: 𝜔𝜏 2 1/2

• Ângulo de deslocamento de fase


• ϕ 𝜔 = −𝑡𝑎𝑛;1 𝜔𝜏, ϕ em radianos
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Atraso de tempo
ϕ(𝜔)
• ∆𝑡 =
𝜔

• Amplitude em função da frequência


𝐴/𝑎0

1: 𝜔𝜏 2 1/2
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Exemplo 2.1: Resposta ao degrau de um sistema de 1ª ordem
• Um certo termômetro tem constante de tempo 15s e temperatura inicial
20℃, e foi exposto a uma temperatura de 100℃. Determine o tempo de
subida e a temperatura atingida neste tempo.

Valor de regime permanente


• Solução
𝑇 𝑡 ;𝑡∞
• = 𝑒 ;𝑡/𝜏
𝑡0 ;𝑡∞

• Para 90%, 𝑒 ;𝑡/𝜏 = 0,1, 𝑡 =?


• 𝑇 𝑡 =?, para esta condição!
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Exemplo 2.2: Atraso de fase de um sistema de 1ª ordem
• Suponha que o termômetro do exemplo 2.1 esteja sujeito a uma perturbação
harmônica muito lenta, com frequência 0,01 Hz. A constante de tempo
permanece 15 s. Qual é o atraso no tempo da resposta do termômetro e
quanto a resposta de regime permanente diminui?

• Solução:
𝑟𝑎𝑑
• Temos que: 𝜔 = 0,01 𝐻𝑧 × 2𝜋 = 0,06283 .𝜏 = 15 𝑠
𝑠

• 𝜔𝜏 = 0,06283 15 = 0,9425
• A equação do ângulo de fase é:
• ϕ 𝜔 = −𝑡𝑎𝑛;1 0,9425 = −43,3° = −0,756 𝑟𝑎𝑑
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Exemplo 2.2: Atraso de fase de um sistema de 1ª ordem (continuação)
• O atraso de tempo é dado por:
ϕ(𝜔) ;0,756
• ∆𝑡 = = = −12,03 𝑠
𝜔 0,06283

• O decréscimo de amplitude resulta em:


1 1
• = = 0,7277
1: 𝜔𝜏 2 1/2 1: 0,9425 2 1/2
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Exemplo 2.3: Resposta harmônica de um sistema de 1ª ordem
• Experiências em um sistema de 1ª ordem indicam deslocamento de fase de
− 45° a uma certa frequência 𝜔1 . Qual a fração que a amplitude diminui para
metade desta frequência?
• Solução:
• Temos ϕ 𝜔 = −45° = −𝑡𝑎𝑛;1 (𝜔1 𝜏)
• Que exige a condição 𝜔1 𝜏 = 1. O fator de amplitude diz que:
𝐴/𝑎0
• = 0,707𝐴/𝑎0
1: 1 2 1/2

• A constante de tempo 𝜏 não depende da frequência, assim metade da


frequência produz o valor 𝜔𝜏 = 0,5. O fator de amplitude agora é:
𝐴/𝑎0
• = 0,894𝐴/𝑎0
1: 0,5 2 1/2

• Qual a relação percentual entre os dois valores de amplitudes encontrados?


7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
• São sistemas que possuem massa inercial ou indutância elétrica.
• Não existe analogia térmica para inércia devido a 2ª lei da termodinâmica.
• Exemplo: Considerar o sistema massa-mola atrito a seguir. Considerando o
deslocamento de entrada como sendo 𝑥1 (𝑡) e que produz um deslocamento
de saída 𝑥2 (𝑡). Ambos 𝑥1 (𝑡) e 𝑥2 (𝑡) variam com o tempo.
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
• Desejamos calcular 𝑥2 𝑡 , conhecendo 𝑥1 𝑡 , 𝑚, 𝑘 e 𝑐. Assumindo atrito
proporcional a velocidade, a 2ª lei de Newton de movimento retorna:
𝑑𝑥1 𝑑𝑥2 𝑑 2 𝑥2
𝑘 𝑥1 − 𝑥2 +𝑐 − =𝑚
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 2
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
𝑑 2 𝑥2 𝑑𝑥2 𝑑𝑥1
• 𝑚 2 +𝑐 + 𝑘𝑥2 = 𝑘𝑥1 + 𝑐
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

• Supondo 𝑥1 (𝑡) harmônico, do tipo 𝑥1 𝑡 = 𝑥0 cos(𝜔0 𝑡)


• O que acontece com 𝑥2 𝑡 e a vizinhança de 𝑥1 𝑡 ?
• Qual a relação da frequência 𝜔0 e a resposta 𝑥2 𝑡 ?
• O que acontece com o aumento da frequência 𝜔0 ?
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
• Exemplo prático: colocar o sistema sobre ação de uma força do tipo
• 𝐹 𝑡 = 𝐹0 𝑐𝑜𝑠 𝜔0 𝑡
• A equação do sistema fica
𝑑2𝑥 𝑑𝑥
• 𝑚 2 +𝑐 + 𝑘𝑥 = 𝐹0 𝑐𝑜𝑠 𝜔0 𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
• A solução dessa equação retorna:
𝐹0 /𝑘 𝑐𝑜𝑠 𝜔1 𝑡 − 𝜑
𝑥=
1 − 𝜔1 /𝜔𝑛 2 2 + 2 𝑐/𝑐𝑐 𝜔1 /𝜔𝑛 2 1/2

• Em que
2 𝑐/𝑐𝑐 𝜔1 /𝜔𝑛
• 𝜑 = 𝑡𝑎𝑛;1 : ângulo de fase
1; 𝜔1 /𝜔𝑛 2

𝑘
• 𝜔𝑛 = : frequência natural
𝑚

• 𝑐𝑐 = 2 𝑚𝑘: coeficiente de amortecimento crítico


7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
• A relação de amplitude saída-entrada, 𝑥0 /(𝐹0 /𝑘), em que 𝑥0 é a amplitude
do movimento, dada por:
𝐹0 /𝑘
𝑥0 = 2 2 + 2 𝑐/𝑐 2 1/2
1 − 𝜔1 /𝜔𝑛 𝑐 𝜔1 /𝜔𝑛
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
• A relação de amplitude saída-entrada, 𝑥0 /(𝐹0 /𝑘)
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
• Relação para o ângulo de fase
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
• Observações referentes à estes gráficos
• Para valores baixos de 𝑐/𝑐𝑐 , a amplitude é quase constante até uma
razão de frequência de 0,3
• Para valores elevados de 𝑐/𝑐𝑐 (sistemas superamortecidos), a amplitude é
reduzida consideravelmente
• As características de deslocamento de fase é uma função fortemente
relacionada com a taxa de amortecimento para todas as frequências
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
• Resposta de 2ª ordem para entrada em degrau com pólos complexos na
região estável
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem
• Tempo de subida e o fenômeno de ressonância/vibração
• Tempo de subida: 90% da resposta ao degrau
• Pode ser reduzido se reduzirmos a taxa de amortecimento para valores de
𝑐/𝑐𝑐 abaixo de 0,7
2 1/2
• Aparece para frequência 𝜔𝑟 = 𝜔𝑛 1 − 𝑐/𝑐𝑐
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem, características de amortecimento
• Substituir função harmônica por degrau
• Inserir condições iniciais nulas

• Definindo a nova nomenclatura


• ζ = 𝑐/𝑐𝑐
• 𝑥 = 𝑥𝑠 , 𝑡 → ∞
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem, características de amortecimento
• Obtemos, para ζ = 0
𝑥(𝑡)
• = 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑛 𝑡
𝑥𝑠

• Para 0 < ζ < 1


𝑥(𝑡)
• =
𝑥𝑠
;ζ𝜔𝑛 𝑡 ζ
1−𝑒 × 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑛 𝑡 1 − ζ2 1/2 + 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑛 𝑡 1 − ζ2 1/2
1;ζ2 1/2

• Para ζ = 1
𝑥(𝑡) ;𝜔𝑛 𝑡
• = 1 − 1 + 𝜔𝑛 𝑡 𝑒
𝑥𝑠

• Para ζ > 1
𝑥(𝑡) ζ:𝐾 ;ζ:𝐾𝜔 𝑡 ζ;𝐾 ;ζ;𝐾𝜔 𝑡
• =1− 𝑒 𝑛 − 𝑒 𝑛 , 𝐾 = ζ2 − 1 1/2
𝑥𝑠 2𝐾 2𝐾
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem, características de amortecimento
• Algumas respostas obtidas
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Sistemas de 2ª ordem, características de amortecimento
• Observações
• Para sistemas não amortecidos (𝑐 = 0, ζ = 0), uma perturbação inicial
produz uma resposta harmônica em todo o tempo
• Para sistemas subamortecidos (ζ < 1), a resposta de saída produz
overshoots até atingir o valor estacionário
• Para sistemas com amortecimento crítico (ζ = 1), a resposta é do tipo
exponencial até atingir o valor estacionário
• Para sistemas superamortecidos (ζ > 1), a resposta é do tipo exponencial até
atingir o valor estacionário, mas é mais lenta
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Exemplo 2.4: Seleção de um sistema de 2ª ordem
• Um sistema de 2ª ordem está sujeito a uma entrada de 75 𝐻𝑧 e opera com
resposta em amplitude de ±10%. Selecione os parâmetros apropriados de
projeto para cumprir esta tarefa.

• Solução: O problema pode ser entendido como obter a relação de amplitude


𝑥0 𝑘/𝐹 no intervalo 0,9 a 1,10. Temos várias combinações que retornam
este valor. Utilizando como base 𝑐 𝑐𝑐 = 0,707 (constante em baixas
frequências) e valor médio 1,0, a máxima frequência é obtida como:
1
• 0,9 =
1; 𝜔1 /𝜔𝑛 2 2 : 2 𝑐/𝑐𝑐 𝜔1 /𝜔𝑛 2 1/2
𝜔1
• = 0,696
𝜔𝑛

• Como 𝜔1 = 75 𝐻𝑧 × 2𝜋 = 471 𝑟𝑎𝑑/𝑠, 𝜔𝑛 𝑚𝑖𝑛 = 677 𝑟𝑎𝑑/𝑠


7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Exemplo 2.5: Resposta de um transdutor de pressão
• Um certo transdutor de pressão tem frequência natural 5000 𝐻𝑧 e taxa de
amortecimento 𝑐 𝑐𝑐 = 0,4. Estime a frequência de ressonância, a resposta em
amplitude e o deslocamento de fase para a frequência de 2000 𝐻𝑧.

• Solução:
• Temos 𝜔𝑛 = 5000 𝐻𝑧 e 𝑐 𝑐𝑐 = 0,4.

• Do gráfico de resposta de amplitude, obtemos as condições para que isso


ocorra.
𝜔1
• ~0,8
𝜔𝑛
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Exemplo 2.5: Resposta de um transdutor de pressão (continuação)
• Então, 𝜔1 ~ 0,8 5000 = 4000 𝐻𝑧 para ressonância. Em 2000 𝐻𝑧
obtemos:
𝜔1 2000
• = = 0,4
𝜔𝑛 5000

• Inserindo estes valores na resposta do deslocamento de fase


2 0,4 0,4
• 𝜑 = −𝑡𝑎𝑛;1 = −20,9° = −0,364 𝑟𝑎𝑑
1; 0,4 2

• A razão de amplitude resulta


𝑥0 1
• = = 1,112
𝐹0 /𝑘 1; 0,4 2 2 : 2 0,4 0,4 2 1/2

• Que produz um erro dinâmico de 1,112 − 1 = ±11,2%


7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Exemplo 2.6: Tempo de subida para diferentes frequências
• Determine o tempo de subida para um sistema amortecimento crítico 2ª
ordem sujeito a entrada degrau com frequência natural: a) 10 𝐻𝑧 b) 100 𝑘𝐻𝑧
e c) 50 𝑀𝐻𝑧

• Solução: as frequências naturais resultam em


• 𝜔𝑛 = 10 𝐻𝑧 × 2𝜋 = 62,832 𝑟𝑎𝑑/𝑠
• 𝜔𝑛 = 100 𝐻𝑧 × 2𝜋 = 6,2832 × 105 𝑟𝑎𝑑/𝑠
• 𝜔𝑛 = 50 𝑀𝐻𝑧 × 2𝜋 = 3,1416 × 108 𝑟𝑎𝑑/𝑠
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Exemplo 2.6: Tempo de subida para diferentes frequências (continuação)
𝑐
• Para sistemas de amortecimento crítico sujeito a entrada degrau, ζ = =
𝑐𝑐
1,0 e temos então
𝑥 𝑡
• = 1 − (1 + 𝜔𝑛 𝑡)𝑒 ;𝜔𝑛 𝑡
𝑥𝑠

𝑥 𝑡
• Como o tempo de subida é obtido quando temos = 0,9
𝑥𝑠

• 0,1 = (1 + 𝜔𝑛 𝑡)𝑒 ;𝜔𝑛 𝑡


• Cuja solução é 𝜔𝑛 𝑡 = 3,8901
7. Conceitos básicos em medições dinâmicas
• Exemplo 2.6: Tempo de subida para diferentes frequências (continuação)
• Resolvendo a equação obtida para cada frequência
3,8901
• 𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎 =
𝜔𝑛

• 𝑡10 𝐻𝑧 = 0,06191 𝑠
• 𝑡100 𝑘𝐻𝑧 = 6,191 𝜇𝑠
• 𝑡50 𝑀𝐻𝑧 = 0,01238 𝜇𝑠
8. Resposta do Sistema
• Resposta do sistema  depende da frequência
• Distorção  efeitos dos harmônicos
9. Casamento de Impedâncias
• Motivação: vários experimentos exigem conectar vários componentes
em equipamentos elétricos objetivando realizar medições.
• Problema: dissipação de potência

• Potência dissipada
𝐸2 𝑅 2
• 𝑃=
𝑅 𝑅:𝑅𝑖

• Condição de maximização
𝑑𝑃
• = 0, 𝑅 = 𝑅𝑖
𝑑𝑅
10. Análise de Fourier
• Representação de funções periódicas contínuas por partes (série de
Fourier)
• 𝑦 𝑥 = 𝑎0 + 𝑎1 cos(𝑥) + 𝑎2 cos(2𝑥) + ⋯ 𝑎𝑛 cos(𝑛𝑥) + 𝑏0 sin(𝑥) +
𝑏1 sin(2𝑥) + ⋯ + 𝑏𝑛 sin(𝑛𝑥)

𝑦 𝑥 = 𝑎0 + 𝑎𝑛 cos 𝑛𝑥 + 𝑏𝑛 sin 𝑛𝑥 Corrigir periodo


𝑛<1

1 𝑇
• 𝑎0 = 0
𝑦 𝑥 𝑑𝑥
2𝜋
1 𝑇
• 𝑎𝑛 = 0
𝑦 𝑥 sin(𝑛𝜔0 𝑥)𝑑𝑥
𝜋
1 𝑇
• 𝑏𝑛 = 0
𝑦 𝑥 cos(𝑛𝜔0 𝑥)𝑑𝑥
𝜋
10. Análise de Fourier
• Exemplos de funções expansíveis em série de Fourier

• Para a onda quadrada, obtemos



4𝐴 sin 2𝑁 − 1 𝜋𝑥
𝑦 𝑥 = /(2𝑁 − 1)
𝜋 𝑊
𝑁<1

• Observe a presença de harmônicas e da frequência fundamental


10. Análise de Fourier
• Variando para 𝑁 = 1 𝑎 50 para a onda quadrada
10. Análise de Fourier
• Variando para 𝑁 = 1 𝑎 50 para a onda quadrada
10. Análise de Fourier
• Variando para 𝑁 = 1 𝑎 50 para a onda quadrada
10. Análise de Fourier
• Representação para a onda dente de serra
10. Análise de Fourier
• Representação para a onda tipo rampa
11. O decibel
• Potência elétrica dissipada em um resistor
𝐸2
• 𝑃=
𝑅

• O decibel é definido em termos de uma potência de referência 𝑃𝑟𝑒𝑓


• 𝑑𝑒𝑐𝑖𝑏𝑒𝑙 = 𝑑𝐵 = 10𝑙𝑜𝑔 𝑃/𝑃𝑟𝑒𝑓
• Em termos de tensão elétrica, o decibel fica
• 𝑑𝑏 = 20𝑙𝑜𝑔 𝐸/𝐸𝑟𝑒𝑓
11. O decibel
• Representação em decibel para a onda quadrada
12. Transformada de Fourier
• Extensão da série de Fourier para sinais não periódicos
• Vantagem: implementações computacionais eficientes
• Coeficientes da série de Fourier para a onda quadrada
13. Planejamento Experimental
• Fatores determinantes para o sucesso em um trabalho experimental
1. Quais são as variáveis primárias investigadas?
2. Que controle deve ser exercido no experimento?
3. Quais intervalos das variáveis primárias serão necessários para
descrever os fenômenos em estudo?
4. Quantos dados devem ser tomados nas diversas faixas de operação
para garantir uma boa amostragem dos dados, considerando precisão
do instrumento e outros fatores?
5. Qual é a precisão/acurácia do instrumento necessária para cada
medição?
6. Se estamos trabalhando com medição dinâmica, qual deve ser a
resposta em frequência dos instrumentos?
13. Planejamento Experimental
• Fatores determinantes para o sucesso em um trabalho experimental
(continuação)
1. Os instrumentos estão disponíveis comercialmente, ou devem ser
construídos especialmente para o experimento em particular?
2. Que precauções de segurança são necessárias para algum tipo de
operação perigosa envolvida no experimento?
3. Quais os recursos financeiros disponíveis para a realização do
experimento, e como caber os vários requisitos de instrumentos no
orçamento proposto?
4. Quais medidas foram tomadas para gravar os dados?
5. Quais medidas foram tomadas para computação on-line ou
subsequente redução de dados?
13. Planejamento Experimental
• Fatores determinantes para o sucesso em um trabalho experimental
(continuação)
1. Se não se pode reduzir os dados, qual será o sistema de aquisição
direta de dados utilizado? Em muitos casos, podem ser obtidos
resultados gráficos com os sistemas de aquisição de dados digitais
durante ou pouco depois do experimento.
13. Planejamento Experimental
• Procedimento experimental generalizado
1. a) estabelecer a necessidade do experimento
2. b) estabelecer o melhor orçamento, recursos humanos e os requisitos
de tempo, incluindo o tempo de sequenciamento do projeto. Modificar
âmbito da experiência de orçamento real, mão de obra e calendário
que são permitidos
3. Comece o planejamento detalhado para o experimento, estabelecer
claramente os objetivos da experiência (verificar o desempenho do
modelo de produção, verificar a análise teórica de determinado
fenômeno físico, etc.). Se as experiências são semelhantes às dos
investigadores anteriores, que se faça uso da experiência dos trabalhos
anteriores. Nunca esquecer a possibilidade de que o trabalho pode ter
sido feito antes e relatado na literatura.
13. Planejamento Experimental
• Procedimento experimental generalizado (continuação)
1. Continue planejando, realizando as seguintes etapas:
2. A) estabelecer as variáveis primárias que serão medidas (temperatura,
vazão, pressão, força, tensão, etc.)
3. B) determinar tão perto quanto possível a precisão que possa ser
exigida nas medições primárias e o número de tais medições que
serão necessárias para a análise adequada dos dados
4. C) estabelecer cálculos de redução de dados antes de realizar os
experimentos para se certificar que os dados coletados atendem os
objetivos do experimento
5. D) analisar os possíveis erros nos resultados esperados antes que os
experimentos sejam realizados de modo que modificações nas
exigências de precisão sobre as várias medidas possam ser alteradas,
se necessário
13. Planejamento Experimental
• Procedimento experimental generalizado (continuação)
1. Selecione instrumentos para as várias medidas que atendam os
requisitos de precisão previstos. Modificar a instrumentação para
coincidir com limitações orçamentárias, se necessário
2. Colete alguns dados e realize uma análise preliminar desses dados para
ter certeza de que a experiência está indo conforme esperado
3. Modifique o aparato experimental e/ou procedimento de acordo com
os resultados do item anterior
4. Recolha o volume de dados experimentais e analise os resultados
5. Organize, discuta, e publique os resultados e conclusões do seu
experimento, incluindo informações relativas a todos as etapas
anteriores
13. Planejamento Experimental
• Procedimento experimental generalizado (continuação)
1. Selecione instrumentos para as várias medidas que atendam os
requisitos de precisão previstos. Modificar a instrumentação para
coincidir com limitações orçamentárias, se necessário
2. Colete alguns dados e realize uma análise preliminar desses dados para
ter certeza de que a experiência está indo conforme esperado
3. Modifique o aparato experimental e/ou procedimento de acordo com
os resultados do item anterior
4. Recolha o volume de dados experimentais e analise os resultados
5. Organize, discuta, e publique os resultados e conclusões do seu
experimento, incluindo informações relativas a todos as etapas
anteriores
13. Planejamento Experimental
• Trabalho 05
• Escolha um experimento e descreva claramente. Explique e realize cada
uma das etapas do procedimento experimental. Enfatize os pontos
importantes. Não poderão haver experimentos iguais entre dois alunos
(é importante descrever o experimento e anexar no grupo da turma)
13. Planejamento Experimental
• Trabalho 06
• Problema do centro de massa

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