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2. Sensores resistivos
Potenciómetros
É um sensor resistivo composto por um contacto que desliza de forma
linear ou rotativa entre dois terminais permitindo, desta forma, variar a sua
resistência. Trata-se de um sistema de 1ª ordem pois não retém energia. A
variação de R, idealmente, deverá ser linear. A temperatura (T) também
influência o valor de R ! (flutuações de T e o próprio aquecimento de R
devido à dissipação de potência a que estará sujeito). Características a
considerar: boa resolução, durabilidade, alto coeficiente de temperatura,
capacidade de dissipação suficiente, largura de banda (max. Frequência de
funcionamento), custo baixo.
Termístores (Thermistors)
Têm por base a variação de R quando sujeitos a variações da temperatura.
Ao contrário dos RTDs, que são construídos com base em metais, os
Termístores são construídos com semicondutores.
NTC (Negative Temperature Coefficient) – têm um coeficiente de
temperatura negativo significando que um aumento da temperatura irá
corresponder a uma diminuição da sua resistência.
PTC (Positive Temperature Coefficient) – têm um coeficiente de
temperatura positivo significando que um aumento da temperatura irá
corresponder a um aumento da sua resistência.
A variação da temperatura origina uma variação da resistência do
semicondutor utilizado na sua construção, devido à variação do número de
portadores disponíveis e consequentemente da sua mobilidade no próprio
semicondutor.
Nos NTC: se T aumenta o número de portadores também aumenta e
consequentemente a sua R diminui (esta relação depende sempre das
impurezas do material e se a dopagem for elevada o semicondutor pode
atingir propriedades de um metal, passando a comportar-se como um PTC).
A linearidade dos termístores não é muito elevada. Mas são muito sensíveis.
O comportamento dinâmico é idêntico a um RTD: filtro passa-baixo de
primeira ordem. Os termístores não suportam temperaturas tão altas como
os RTDs (o auto aquecimento pode ser um problema) e são menos estáveis
comparativamente aos RTDs apesar de ser possível melhora-la se se
utilizarem métodos artificiais (cobertura com vidro)).
A linearização é importante mas pode originar uma redução da
sensibilidade.
Resumo teórico de Eletrónica Aplicada Autoria: Paulo Cardoso
Magneto-resistivos (Magnetoresistors)
Um condutor que é percorrido por uma corrente elétrica (causada pela
movimentação de eletrões) quando sujeito a um campo magnético origina
que esses eletrões desviem-se da sua trajetória original. Isso vai resultar
num decréscimo da corrente ! (i.e. aumenta a sua resistência elétrica).
Também irá originar o denominado Efeito de Hall - Quando um fio
condutor, percorrido por uma corrente elétrica, é colocado na presença de
um campo magnético, as cargas deste condutor sofrerão uma força. A
relação entre R e o campo magnético H não é linear !
Aplicações: medidas de grandezas relacionadas com campos magnéticos…
Sensores de Gás
Geralmente têm por base a medição da concentração de Oxigénio num filme
de óxido de metal. Pouco linear e é sempre dependente da temperatura !
Sensores indutivos
O seu princípio de funcionamento baseia-se na variação da indutância (L)
e da indutância mútua (M).
A capacidade de uma bobina de N espiras em criar o fluxo (Ф -Weber)
com determinada corrente i que percorre o circuito é denominada
indutância (símbolo L) medida em "henry“, cujo símbolo é H.
O fluxo magnético é uma medida do campo magnético total que atravessa
uma área específica. Este está relacionado com a Força magneto-motriz
(Fm), ampére-espira, e com a relutância magnética (ℜ), ampére-espira por
Weber.
ℜ pode ser vista como a oposição de um dado material à passagem das
linhas de força (equivalente à resistência num circuito elétrico).
A maioria dos sensores magnéticos baseiam-se na variação da relutância
magnética ℜ, através da variação:
- do entre-ferro (lo e Ao) – sensores de entre-ferro variável (variable gap
sensors);
- da permeabilidade (μ) – sensores de deslocamento do núcleo (moving
core sensors)
Alguns dos problemas dos sensores indutivos são:
Dispersão das linhas de força (fluxo magnético) que afeta L, sendo por
vezes necessário blindar o sensor para garantir que as variações no sensor
devem-se exclusivamente à variação do fenómeno a medir !
A relação entre L e ℜ não é constante, podendo variar nas extremidades de
um dado deslocamento, pois o campo magnético não é uniforme (nas
extremidades é tipicamente mais reduzido).
Este tipo de sensores funcionam sempre abaixo da temperatura de Curier.
Resumo teórico de Eletrónica Aplicada Autoria: Paulo Cardoso
Sensores eletromagnéticos
- Baseiam-se em variações magnéticas ou elétricas sem que seja alterada
uma capacidade ou indutância.
- Baseiam-se na lei de Faraday (uma variação do fluxo, provocado por uma
corrente AC, provocará uma f.e.m).
A f.e.m pode ainda ser provocada pelo deslocamento de um núcleo quando
um dado circuito está a ser alimentado com uma corrente DC. (e.g. Existem
tacómetros DC e AC).
Exemplo de um esquema de um tacómetro AC com uma saída em tensão
com frequência constante e amplitude proporcional à velocidade de
rotação.
Tacómetros DC são geralmente utilizados no conta-rotações dos
automóveis. Mas existem mais tipos de tacómetros ….
6. Sensores ativos
Caracterizam-se por gerar um sinal elétrico sem necessidade de qualquer
fonte de alimentação (podem ser utilizados para medir temperaturas,
forças, pressões, etc.).
Também podem funcionar de forma inversa, i.e., obter sinais não elétricos
a partir de sinais elétricos.
Fornecem uma tensão ou corrente cujas amplitudes, frequências e
impedâncias de saída determinam o circuito de condicionamento de sinal a
utilizar.
A amplitude é geralmente baixa exigindo uma amplificação quando se
pretende ligar, por exemplo, a um ADC.
Os circuitos de condicionamento de sinal a utilizar para amplificar a tensão
de saída deverão ter em consideração que a saída do sensor é uma tensão,
e não em resistência ! (os circuitos de condicionamento de sinal a utilizar
são diferentes dos utilizados com os sensores resistivos).
correntes de polarização.
Noutras situações a tensão de saída até pode ser suficientemente alta mas
esse Zo é muito alto, exigindo-se a utilização de circuitos específicos (e.g.
sensores de elétrodos de PH necessitam de amplificadores eletrómetros,
enquanto os sensores piezoelétricos podem usar eletrómetros,
amplificadores de transimpedância ou de carga quando as capacidades
parasitas reduzem a largura de banda do sinal).
Para se obter uma boa resolução teremos ainda de ter em consideração a
existência de correntes de polarização e a tensão de offset !
8. Sensores Digitais
Simplificam o condicionamento de sinal.
Redução de interferências eletromagnéticas quando comparados com os
analógicos; Existem ainda os denominados sensores inteligentes que
possuem um circuito eletrónico associado ! (smart sensors)
Principio de sensor digital (rotativo e linear)
São incrementais e fornecem sempre uma posição relativa.
Exigem sempre uma contagem, e não detetam a direção. Podem perder
a posição no caso de uma falha de energia (exigir-se-ia um reset!)
Resumo teórico de Eletrónica Aplicada Autoria: Paulo Cardoso
Limitadores série
Vb é substituído por um díodo Zener.
Limitador duplo: Mais simples pois só utiliza dois zeners, mas tem como
inconveniente as capacidades dos zeners !
Limitadores paralelo
Limitador em ponte (permite compensar parcialmente a deriva térmica).
Os pontos de transição continuam a ser arredondados devido à
característica exponencial dos díodos.
Limitadores realimentados
Utilizando circuitos limitadores série ou paralelo na malha de
realimentação de um AmpOp realimentado obtém-se uma transição
brusca do fator de realimentação e consequentemente do ganho
realimentado.
o offset η.VT .ln Io. Uma solução pode ser a utilização de um circuito que
apresenta uma compensação térmica efetuada por um termístor RT.
Compressão/expansão de sinais
Duas possíveis aplicações para os amplificadores logaritmos são:
i) Elevação da entrada a uma dada potência;
ii) Compressão/expansão de sinais.
11. Comparadores
Modelos básicos:
i) detetor de nível zero, com se sem inversão e sem histerese;
ii) detetor de nível zero, com se sem inversão e com histerese;
iii) detetor de nível, com e sem inversão, sem histerese;
iv) detetor de nível, com e sem inversão e com histerese.
1- detetor de nível zero, com inversão e sem histerese
Resumo teórico de Eletrónica Aplicada Autoria: Paulo Cardoso
13. Conversores
Analógico-Digitais (ADC)
Digitais-Analógicos (DAC)
Os fenómenos físicos (temperatura, pressão, velocidade, etc.) são detetados
por sensores e representados por um sinal elétrico contínuo (sinal
analógico).
A análise desses fenómenos requer, na maioria das vezes, a conversão dos
sinais analógicos para sinais digitais através da utilização de conversores
Analógico-Digitais - Digital-Analog Converters (DAC) - (notar que a
utilização de sensores quasi-digitais é uma alternativa !).
Essa conversão está sempre sujeita a uma perda de resolução e a sua
amostragem temporal deverá ser feita a uma dada cadência (velocidade)
para que não se perca informação.
Por outro lado, e depois de um tratamento e análise dos sinais digitais por
um computador ou microprocessador dedicado, e.g. Digital Signal Processor
(DSP), existem situações em que o sinal analógico resultante tem de ser
recuperado. Nesta situação haverá a necessidade de se utilizarem
conversores Digitais-Analógicos - Analog-Digital Converters (ADC).
Existe um conjunto de parâmetros relevantes que interessa avaliar na
escolha de um DAC/ADC: Resolução; Taxa de amostragem (critério de
Nyquist); Linearidade, ganho e erro de offset, settling time (corresponde ao
tempo de estabilização dos sinais e está relacionado com a velocidade de
operação dos ADC/DAC).
Resolução
A resolução representa a mínima variação que um ADC consegue detetar,
i.e. quantos mais degraus tiver (mais bits) melhor será a resolução (um
sinal analógico tem uma resolução infinita).
A resolução de um ADC representa a relação entre o LSB e a amplitude
correspondente. Quantos mais bits (N) tiver, mais degraus existirão e maior
será a resolução.
Resumo teórico de Eletrónica Aplicada Autoria: Paulo Cardoso
Critério de Nyquist
Qualquer grandeza física é convertida para um sinal elétrico analógico
através de um sensor. Para o seu tratamento teremos então de o converter
para o domínio digital sem que haja perda de informação ! É neste contexto
Resumo teórico de Eletrónica Aplicada Autoria: Paulo Cardoso
Erro de quantização
Num ADC de N-bits, quando um sinal de banda limitada é periodicamente
amostrado e convertido para um sinal digital, irá existir uma incerteza
associada à amplitude desse sinal (existirá um erro de quantização), uma
vez que o número de bits do ADC é finito !
efetuada por um contador binário que irá parar quando a tensão de entrada
for idêntica ao valor resultante da contagem entretanto convertida para um
valor analógico.
2-Conversor contador reversível (servo-conversor)
Este conversor é um melhoramento do anterior e dispensa os impulsos de
comando e a porta AND. Neste conversor existe um contador UP-DOWN,
cuja contagem é controlada pela saída de um comparador com as entrada
das tensões Va (valor a converter) e Vd (valor convertido internamente por
um DAC).
3-Conversor de aproximações sucessivas
Ao contrário dos sistemas anteriores, que tinham por base um contador,
este utiliza um programador (controlador de bits suportado por um registo
de n bits e um acumulador) para efetuar a conversão. O seu princípio de
funcionamento é feito à cadência de um relógio e consiste em avaliar o
valor analógico correspondente ao peso de cada bit, gerado pelo
programador, comparado com o valor analógico a converter.
4-Conversor de comparadores paralelos (flash converters)
Conforme o nome indica baseia-se na utilização de comparadores para
avaliar o nível lógico de cada bit. É o mais rápido (limitado por cada
comparador), mas tem o grande inconveniente de necessitar de 2N-1
comparadores ! (para um DAC de 10 bits necessitaríamos de …….512
comparadores !). Por cada bit acrescentado o número de comparadores
duplicaria !
5-Conversor de dupla rampa
É uma arquitetura muito utilizada e pressupõe a utilização de um circuito
Sample & Hold.