Você está na página 1de 98

DIREITO

ADMINISTRATIVO
Terceiro Setor

Livro Eletrônico
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Terceiro Setor......................................................................................................................................................................4
1. Terceiro Setor.. ................................................................................................................................................................4
1.1. A Reforma Administrativa....................................................................................................................................4
1.2. Princípio Constitucional da Eficiência. .........................................................................................................6
1.3. Contrato de Gestão.. ................................................................................................................................................6
2. Os Setores da Atividade Econômica.............................................................................................................. 10
2.1. O Primeiro Setor..................................................................................................................................................... 10
2.2. O Segundo Setor.. ....................................................................................................................................................11
2.3. O Terceiro Setor.......................................................................................................................................................11
2.4. O Quarto Setor. . .......................................................................................................................................................13

3. Entidades Paraestatais.........................................................................................................................................14
3.1. Serviços Sociais Autônomos. . ..........................................................................................................................14
3.2. Organizações Sociais. . .........................................................................................................................................16
3.3. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público...................................................................21
3.4. Entidades de Apoio.. ............................................................................................................................................26
4. Regime de Parcerias............................................................................................................................................... 28
4.1. Entidades Aptas e Entidades Proibidas..................................................................................................32
4.2. Chamamento Público.. ........................................................................................................................................33
4.3. Termo de Colaboração, Termo de Fomento e Acordo de Cooperação. ....................................35
4.4. Prestação de Contas. . .........................................................................................................................................39
Resumo................................................................................................................................................................................43
Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................46
Questões de Concurso................................................................................................................................................48
Gabarito...............................................................................................................................................................................64
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................65

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Apresentação
Olá, pessoal, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, conheceremos as regras relacionadas com as Entidades Paraestatais,
que compõem, como veremos em aula, o denominado Terceiro Setor.
Além disso, veremos as principais regras relacionadas com o “Regime das Parcerias”,
assunto que é objeto de análise da Lei n. 13.019/2014.
Grande Abraço a todos e boa aula!

Prof. Diogo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

TERCEIRO SETOR

1. Terceiro Setor
1.1. A Reforma Administrativa
Historicamente, pode-se afirmar que a administração pública brasileira passou três dife-
rentes modelos de gestão dos recursos públicos, possuindo cada um deles características
próprias e objetivos distintos.

1.1.1. Administração Patrimonial

Com a administração patrimonial, tínhamos um modelo de gestão com o foco voltado


para as ações do soberano (normalmente, representado por um rei). Assim, todas as medidas
por ele adotadas não levavam em conta as necessidades da população, mas sim o interesse
predominantemente particular.
No patrimonialismo, não há uma clara separação entre o patrimônio público e o privado.
Com isso, o rei faz uso de todos os bens existentes do território (principalmente os estatais),
administrando-os de acordo com as suas necessidades. E como não há necessidade de pres-
tação de contas das medidas adotadas pelo superior, trata-se a administração patrimonial de
um modelo em que a corrupção e o nepotismo são frequentes.

1.1.2. Administração Burocrática

Com o surgimento do capitalismo e da democracia, passamos a contar com uma distin-


ção entre o patrimônio público e o patrimônio particular, de forma que as medidas adotadas
pelo Poder Público teriam que, obrigatoriamente, satisfazer as necessidades da coletividade.
Em consonância com este novo modelo de gestão, o papel dos administradores passa a
ser o de gerir os interesses da população, que é a verdadeira titular do interesse público. Como
consequência, os administradores e gestores de recursos públicos possuem a obrigação de
prestar contas das medidas adotadas em sua gestão.
No modelo burocrático, prioriza-se o combate à corrupção e ao nepotismo, de forma que
a atuação da administração pública deve pautar-se em princípios balizadores do Estado de-
mocrático, tal como a legalidade e a impessoalidade. E como forma de combater o nepotismo
e a corrupção, surgem os mecanismos de controle da atividade administrativa. Entretanto,
trata-se de um controle exercido, basicamente, sobre as atividades meio, o que gera como
consequência uma administração engessada e altamente legalista.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

1.1.3. Administração Gerencial

A administração gerencial surgiu em nosso ordenamento jurídico em meados da década


de 90, em plena sintonia com a reforma administrativa do Estado brasileiro. Com este mo-
delo, objetiva-se a adoção, em todos os órgãos e entidades da administração, de práticas
gerenciais reconhecidamente comprovadas pela iniciativa privada.
Se no âmbito da administração burocrática tínhamos um modelo que priorizada o con-
trole exercido nas atividades meio, na administração gerencial o foco passa a ser o controle
das atividades fins. Da mesma forma, deixa a administração de atuar apenas de acordo com
a estrita legalidade e passa a adotar, em todas as suas ações, o princípio da eficiência, que
emerge da qualidade de princípio implícito e passa a constar como um dos princípios cons-
titucionalmente previstos para toda a administração pública.
Podemos sintetizar as principais características dos três modelos de administração atra-
vés da tabela a seguir.

Administração patrimonial Administração burocrática Administração gerencial


Patrimônio do soberano era
Distinção entre o patrimônio Distinção entre o patrimônio
confundido com o patrimônio
público e privado público e privado
público
Não há necessidade de prestação Há necessidade de prestação de Há necessidade de prestação de
de contas contas contas
Não há nenhum tipo de controle Controle exercido sobre as Controle exercido sobre as
exercido sobre a atividade estatal atividades-meios atividades fins
Predomínio da corrupção e do Combate à corrupção e ao Combate à corrupção e ao
nepotismo nepotismo nepotismo
Administração pautada nos
Administração pautada no princípio
Inexistência de princípios princípios da legalidade e da
da eficiência
impessoalidade

Ressalta-se, entretanto, que as características de cada um dos modelos utilizados ainda


existem nos dias atuais. Logo, é incorreto afirmar que vigora, nos dias atuais, uma administra-
ção estritamente gerencial, uma vez que certas características da administração patrimonial
e burocrática ainda podem ser identificadas no atual modelo de gestão.

EXEMPLO
Como exemplo de práticas patrimonialistas, temos a possibilidade de nomeação, para os cargos
em comissão, de servidores que não sejam oriundos dos quadros da administração pública.
Como exemplo de práticas burocráticas, temos a realização de concurso público para admissão
de pessoal e a obrigatoriedade de licitação para as contratações do Poder Público, uma vez que,
em ambas as situações, objetiva-se evitar as práticas de corrupção e nepotismo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Como exemplo de práticas gerenciais, temos a necessidade de avaliação do servidor público por
meio de estágio probatório, sendo que apenas os servidores eficientes alcançarão a estabilidade.

Como decorrência da administração gerencial, duas são as principais medidas que po-
dem ser identificadas como balizadoras de toda a atividade da administração pública, sendo
elas: o status de princípio constitucional para a eficiência e a possibilidade de utilização dos
contratos de gestão.

1.2. Princípio Constitucional da Eficiência


Foi por intermédio da Emenda Constitucional 19 que a eficiência alcançou o status de
princípio constitucional, de forma que o caput do artigo 37, após a emenda, passou a contar
com o seguinte teor:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (...)

Importante frisar que todos os princípios observados no artigo constitucional possuem o


mesmo nível hierárquico, bem como que a sua observância é obrigatória por todos os órgãos
e entidades de todos os entes federativos.
O princípio da eficiência traduz a necessidade de termos uma administração pautada nas
características da economicidade e da produtividade. Dessa forma, ainda que os interesses
do Poder Público sejam opostos aos da iniciativa privada (uma vez que esta almeja o lucro e
a administração o bem estar coletivo), diversas práticas que comprovadamente deram certo
com as pessoas jurídicas de direito privado passam a ser adotadas pela administração.
Com a eficiência, os servidores passam a ter que observar critérios de produtividade no
desempenho de suas atribuições. Assim, diante de duas ou mais soluções possíveis, devem
adotar aquela que implique no alcance do objetivo pretendido com o menos custo possível
(o bom e velho “fazer mais com menos”).
Ressalta-se, no entanto, que ainda assim os servidores e demais agentes continuam
com o dever de observar a legalidade, uma vez que esta é postulado norteador de todos os
Estados democráticos de Direito. No entanto, a simples observância da legalidade torna-se
insuficiente, devendo a conduta dos agentes estatais pautar-se, também, na economicidade
das medidas adotadas.

1.3. Contrato de Gestão


O contrato de gestão, também conhecido como acordo-programa, pode ser conceituado
como o vínculo estabelecido entre a administração direta com outros órgãos da administração,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

com entidades da administração indireta ou ainda com as organizações sociais, entidades


do terceiro setor.
Nota-se, dessa forma, que a administração direta sempre será um dos polos da relação
contratual firmada. Salienta-se, no entanto, que parte da doutrina critica a possibilidade de
celebração de contrato entre a administração direta e seus próprios órgãos. Isso porque o
contrato possui como característica os interesses antagônicos, ou seja, cada uma das partes
possui objetivos distintos com a celebração contratual.

EXEMPLO
Quando a administração celebra um contrato administrativo com um particular com o propósito
de este prestar serviços ao Poder Público, temos interesses distintos:
Para a administração, o objetivo é o recebimento dos serviços contratados sem a necessidade
de utilização de seu quadro funcional. Para o particular, o objetivo é auferir lucro com a presta-
ção da atividade.

Da mesma forma, temos que os órgãos que compões a administração direta não possuem
personalidade jurídica, de forma que, em última análise, a celebração do contrato de gestão
entre a administração direta e alguns de seus órgãos é a instrumentalização de um vínculo
em que a administração direta encontra-se dos dois lados. Por isso mesmo, o mais correto
seria a menção ao termo “convênio”, que possui como característica a busca de interesses
comuns entre os participantes. Ainda assim, o termo contrato será utilizado, uma vez que é
o adotado pelas bancas organizadoras.

Importante frisar que os efeitos da celebração do contrato de gestão são opostos a de-
pender de estarmos diante de um vínculo celebrado com órgãos e entidades públicas ou com
organizações sociais.
Quanto o contrato de gestão é celebrado com órgãos da administração direta ou com enti-
dades da administração indireta, temos um aumento da autonomia, de forma que tais órgãos
ou entidades passam a contar com uma maior liberdade para desempenhar suas atribuições.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Em contrapartida, exige-se deles a eficiência na prestação da atividade pública. Quando


alguma das entidades da administração indireta for uma autarquia ou uma fundação pública,
estas, após a celebração do contrato de gestão, passam a ser qualificadas como agências
executivas.
Ocorrendo a celebração com as organizações sociais, que são entidades privadas e sem
fins lucrativos, a autonomia funcional, em sentido oposto, será restringida.
O motivo para tal é que tais entidades não integram a administração pública, podendo,
antes da celebração contratual, exercer suas atividades de acordo com o seu estrito interes-
se. Com a celebração contratual, as organizações sociais passam a contar com uma maior
fiscalização por parte da administração, uma vez que devem, obrigatoriamente, cumprir com
todas as obrigações contratualmente estabelecidas, encontrando-se sujeitas à fiscalização
do Poder Público.

A possibilidade de estipulação de contratos e gestão encontra previsão na Constituição


Federal, que, após a entrada da Emenda Constitucional 19, passou a contar, em seu artigo
37, §8º, com o seguinte teor:

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus adminis-
tradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão
ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Nota-se que a previsão constitucional apenas alcança a possibilidade de celebração de


contratos de gestão com órgãos ou entidades do Poder Público. Posteriormente, com a edição
da Lei n. 9.637/1998, de 1998, passamos a contar com a possibilidade de celebração de tal
vínculo com as organizações sociais, conforme se observa do artigo 1º da mencionada norma:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Quando a celebração for feita com os órgãos e entidades públicas, o objetivo da admi-
nistração direta é aumentar a eficiência da prestação da atividade administrativa, sendo que
os órgãos e as entidades passam a contar com metas de desempenho que, se atingidas,
proporcionam um aumento da autonomia de atuação. Nesta forma de celebração poderão
ser utilizados, à critério do Poder Público, incentivos à remuneração dos servidores baseados
no alcance das metas estipuladas.
Quando a celebração ocorre com as organizações sociais, o objetivo da administração
direta é disciplinar a forma como ocorrerá a parceria entre o Poder Público e entidades que não
fazem parte da administração. Com a celebração, ocorre a publicização dos serviços estatais
não exclusivos, ou seja, a prestação de serviços que não sejam de competência exclusiva do
Estado podem passar a ser oferecidos pelas organizações sociais.

001. (AOCP/OF. ADM./PREF. DE BETIM/2020) Assinale a alternativa que apresenta o con-


trato administrativo que é visto como um acordo operacional, sem interesses contraditórios
e é considerado elemento estratégico para a reforma do aparelho administrativo do Estado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) Contrato de serviço.
b) Contrato de gestão.
c) Contrato de concessão.
d) Contrato de programa.
e) Contrato de gerenciamento.

De acordo com o artigo 5º da Lei n. 9.637/1998, temos a previsão de que:

Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o Poder
Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria entre
as partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

Sendo assim, é correto afirmar que contrato de gestão é um acordo operacional sem interesses
contraditórios, mas sim com interesses em comum de ambas as partes.
Além disso, o contrato de gestão é considerado elemento estratégico para a reforma do apa-
relho administrativo do Estado. Neste sentido, inclusive, é o teor do artigo 37, §8º, da Consti-
tuição Federal.

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus adminis-
tradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão
ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.

Letra b.

2. Os Setores da Atividade Econômica


De forma geral, podemos sintetizar que a organização da atividade econômica se divide
em três setores, sendo eles a administração pública, o mercado e as entidades paraestatais.
Parte da doutrina identifica, ainda, um quarto setor, que seria formado pela economia informal
e pelas atividades ilícitas, tais como a corrupção e o tráfico de drogas.

2.1. O Primeiro Setor


O primeiro setor é constituído pelos órgãos e entidades do Poder Público que estão encar-
regados de organizar e executar as políticas públicas. Fazem parte do primeiro setor, desta

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

forma, todos os órgãos públicos da administração direta e todas as entidades que compõem
a administração indireta.
No primeiro setor temos a utilização de dinheiro público para fins públicos.

EXEMPLO
Quando a Receita Federal do Brasil expede uma certidão para um administrado, estamos diante
do primeiro setor, uma vez que trata-se de um órgão da administração direta.
Quando o Banco Central regula a atividade econômica, estamos igualmente diante do primeiro
setor, uma que a atividade é desempenhada por uma autarquia federal, entidade integrante da
administração indireta.

2.2. O Segundo Setor


O segundo setor é, em última análise, o próprio mercado, constituído pela vontade das
partes e regido pelo direito privado. Fazem parte do segundo setor todas as empresas que
disputam o mercado econômico, regidas pelo princípio da livre concorrência e com o objetivo
de auferir lucro. Tais empresas podem ser organizar mediante todas as formas admitidas em
nosso ordenamento, tal como a sociedade anônima ou sociedade por cotas de responsabi-
lidade limitada.
No segundo setor temos a utilização de dinheiro privado para fins privados.

EXEMPLO
Temos exemplo de atuação do segundo setor quando uma empresa privada abre diversas filiais
com a finalidade de aumentar seu lucro. Da mesma forma, é expressão do “mercado” a atuação
de um empresário individual que presta serviços a diversas pessoas físicas.
Em ambas as situações, nota-se que o Poder Público não possui interferência direta, sendo que
cada particular, ao desempenhar as atividades econômicas, assume o risco de seu negócio.

2.3. O Terceiro Setor


Como o próprio nome sugere, o terceiro setor não é formado por pessoas jurídicas de
direito público (pois se assim o fossem seriam classificadas como primeiro setor). Da mes-
ma forma, não são pessoas jurídicas que objetivam o lucro (o que as colocaria no segundo
setor). Dessa forma, o terceiro setor é formado por pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, e que prestam serviços de interesse público.
No terceiro setor, temos a utilização de dinheiro privado para fins públicos. São exemplos
de entidades do terceiro setor as organizações sociais, as organizações da sociedade civil de
interesse público e os serviços sociais autônomos. Tais entidades, de acordo com a doutrina,
são também conhecidas como entidades paraestatais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Importante salientar que as entidades do terceiro setor não integram a administração pú-
blica, atuando, por isso mesmo, “ao lado” do Estado, em regime de mútua colaboração. Para
entendermos como funciona uma entidade que compõe o terceiro setor, bem como quais as
vantagens, para o Poder Público, das mesmas executarem atividades tipicamente estatais,
vamos ilustrar por meio de um exemplo:

EXEMPLO
Tomemos como exemplo o caso de uma organização social que se destine a preservar a biodi-
versidade da Amazônia (como no caso da BIOAMAZÔNIA). Tal entidade, antes de vir a integrar
o terceiro setor, nada mais era do que uma organização privada, constituída e financiada com
recursos exclusivamente privados, e que se dedicava ao seu exclusivo propósito (no caso, a
preservação da biodiversidade da Amazônia).
O Poder Público, com o objetivo de utilizar a atividade desenvolvida pela organização como
forma de incentivar ou agregar valor as suas políticas públicas, firma com ela um contrato de
gestão, de forma que, ao mesmo tempo em que fomenta a atividade da entidade (por meio da
cessão de imóveis ou servidores custeados pelos cofres públicos), exige que as organizações
adotem políticas estratégicas de acordo com o plano governamental.
Basicamente, o que ocorre é a transferência, por parte do Estado, de atividades que não sejam
de sua competência exclusiva. Como contrapartida, o Poder Público concede benefícios e
incentivos a tais entidades.

002. (AOCP/ANAL. M./RECURSOS HUMANOS/ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL/CÂMARA


MUNICIPAL DE SALVADOR/2011) Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna
da assertiva a seguir.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Organizações privadas, não vinculadas à organização centralizada ou descentralizada da Admi-


nistração Pública, as organizações ________, não almejam, entre seus objetivos sociais, o lucro
e prestam serviços em áreas de relevante interesse social e público. São identificadas a partir
dos agentes e dos fins – a identificação dos destinatários das ações e propósitos. A partir dos
anos 90, substituem as organizações responsáveis pelos movimentos sociais politizados, uni-
ficando-os com organizações diversas e induzindo à simplificação e estigmatização, fazendo
uma leitura reducionista de sua realidade.
a) do Terceiro Setor
b) não Governamentais
c) do Primeiro Setor
d) de Desenvolvimento Social, Econômico e Comunitário
e) do Segundo Setor

São as organizações do terceiro setor que não almejam, entre seus objetivos sociais, o lucro,
bem como prestam serviços em áreas de relevante interesse social e público. No terceiro setor,
o que ocorre é a atuação de pessoas jurídicas de direito privado em regime de colaboração
com o Poder Público.
Letra a.

2.4. O Quarto Setor


Parte da doutrina identifica, ainda, a existência de um quarto setor, que seria formado pela
economia informal e pelas atividades ilícitas, tais como a corrupção e o tráfico de drogas.
Os diversos setores que compõem a economia podem ser melhor visualizados por meio
do gráfico a seguir:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

3. Entidades Paraestatais
O termo Entidades Paraestatais, durante muito tempo, foi utilizado, por diversos autores,
para designar as entidades que estavam “ao lado” do Estado. O problema, no entanto, é que
cada autor tinha uma definição para quais seriam ou não as ditas entidades paraestatais.
Com o passar dos anos, a doutrina passou a chamar tais entidades de terceiro setor, sendo
que deles fazem parte, basicamente, as organizações sociais, as organizações da sociedade
civil de interesse público, os serviços sociais autônomos e os entes de cooperação.

3.1. Serviços Sociais Autônomos


Os serviços sociais autônomos podem ser conceituados como pessoas jurídicas de direito
privado, instituídas mediante autorização legal, para ministrar assistência ou ensino a certas
categorias profissionais.
No entanto, ainda que sejam constituídos para atender as demandas de determinada ca-
tegoria profissional, o leque de atuação dessas entidades, nos dias atuais, é bastante amplo,
alcançando, inclusive, pessoas não compreendidas na categoria atendida.

EXEMPLO
Como exemplo, podemos listar as entidades do Sistema S, tais como o Senai (ensino aos tra-
balhadores da Indústria), Senac (ensino aos trabalhadores do comércio) e Senar (ensino ao
trabalhador rural).

Tais entidades são mantidas por dotações orçamentárias e por contribuições corporativas
incidentes sobre a remuneração paga aos empregados pelas pessoas jurídicas compreendidas
no ramo de atuação da entidade. As contribuições corporativas são cobradas pela Receita
Federal do Brasil.

EXEMPLO
Assim, a título de exemplo, temos o SENAI (categoria da Indústria), que é financiado, além das
dotações orçamentárias, pelas contribuições devidas pelos empregadores da indústria com
base na remuneração que estes pagam a seus empregados.

Uma característica peculiar dos serviços sociais autônomos é que seus empregados
são regidos pela CLT, de forma que não é necessário concurso público como condição para
a admissão de pessoal, bastando, para tal, a realização de processo seletivo simplificado.
Neste sentido, merece destaque o entendimento do STF, expresso no julgado da ADIn 1864:

JURISPRUDÊNCIA
Não procede a afirmação de ofensa ao artigo 37, II, da Carta Federal, tendo em vista que,
conforme ficou salientado, os serviços sociais não integram a Administração Pública,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a quem está endereçada a norma constitucional. Somente a lei ou as normas internas


podem sujeitar os entes de cooperação à observância de contratar seus empregados
mediante concurso público.

Da mesma forma, segundo entendimento do TCU, tais entidades não se submetem, inte-
gralmente, à lei das licitações, devendo apenas observar os princípios básicos da administra-
ção pública para aquisição de bens ou prestação de serviços. Com isso, devem as entidades
elaborar um regulamento próprio, adotando as boas práticas de gestão quando da contratação
de bens e serviços particulares.
Tais características não impedem, no entanto, que os serviços sociais autônomos sejam
objeto de controle finalístico por parte do Poder Público. Da mesma forma, devem prestar
contas ao Tribunal de Contas dos recursos públicos recebidos, uma vez que, nestas hipóteses,
estão atuando como gestoras do patrimônio alheio.
No que se refere à justiça competente para processar e julgar as suas causas, o STF pos-
sui entendimento sumulado de que estas devem ser propostas perante a Justiça Estadual,
conforme se observa da Súmula 516:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 516. O Serviço Social da Indústria – SESI – está sujeito à jurisdição da Justiça
Estadual.

Podemos resumir as características dos serviços sociais autônomos por meio do seguin-
te esquema:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

003. (CESPE-CEBRASPE/ACE/CONTROLE EXTERNO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/TCE-RJ/2021)


No que se refere a serviços públicos, organizações sociais, sociedade civil de interesse público
e controle da administração pública, julgue o item seguinte.
Serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado, com ou sem fim econômico,
criadas por lei para desempenhar certas atividades, integrando a administração pública indireta.

Os serviços sociais autônomos, assim como as demais entidades integrantes do terceiro setor,
não podem ter finalidade lucrativa. Além disso, tais entidades não fazem parte da Administração
Pública Indireta.
Errado.

3.2. Organizações Sociais


As organizações sociais surgiram com a necessidade de enxugamento do Estado, decor-
rentes das diretrizes da reforma gerencial iniciada em 1995, com a transferência paulatina
de certas atividades não exclusivas de Estado para o setor privado.

3.2.1. Qualificação e Desqualificação

O próprio termo “organização social” não se trata da criação de uma nova entidade, mas
sim de uma qualificação que é concedida pelo Poder Público às pessoas jurídicas de direito
privado que atendam aos requisitos estabelecidos em lei.
Inicialmente, temos uma entidade de direito privado sem fins lucrativos (que pode ser
uma associação, uma organização outra forma de constituição). Posteriormente, tal pessoa
jurídica firma um contrato de gestão com o Poder Público, instrumento através do qual se
compromete a cumprir as metas estabelecidas pelo Estado e a prestar contas da utilização
dos recursos públicos. Como contrapartida, recebe isenções, dotações e outras formas de
fomento por parte do Poder Público.
Assim, podemos afirmar que, com a celebração do contrato de gestão, a agora organiza-
ção social possui uma redução na sua independência (uma vez que passa a ter que prestar
contas de suas atividades) e um aumento do seu leque de atuação (pois passa a participar
das políticas públicas do Estado, ainda que não integre a administração pública).
Para que uma entidade possa ser qualificada como organização social, deve cumprir uma
série de requisitos, que podem ser divididos em gerais e específicos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Como requisitos gerais para a qualificação, temos a obrigatoriedade de a entidade ser


uma pessoa jurídica de direito privado, não possuir fins lucrativos e exercer suas atividades
em um dos seguintes setores: ensino, cultura, saúde, pesquisa científica, desenvolvimento
tecnológico ou proteção e preservação do meio ambiente.
Merece destaque, no que se refere aos requisitos gerais, o inteiro teor do artigo 1º da Lei
n. 9.637/1998:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Com relação aos requisitos específicos, temos a necessidade de aprovação, por parte
do Ministro da respectiva área, da conveniência e oportunidade da qualificação da entidade
como organização social.
Além disso, a entidade que deseja se qualificar deve comprovar o registro dos seus atos
constitutivos, que, obrigatoriamente, deverão dispor sobre (art. 2º, I, da Lei n. 9.637/1998):
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;
b) finalidade não lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes
financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de direção,
um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas
àquele composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representan-
tes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e
idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros
e do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hi-
pótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro
da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe
foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em
caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada
no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Salienta-se que o ato de qualificação como organização social, que é de competência do


Ministro da área em que a entidade desempenhe suas tarefas ou do Ministro do MPOG, será
sempre um ato discricionário, ou seja, a qualificação pode ou não ser concedida à entidade,
ainda que esta atenda aos requisitos estabelecidos em Lei.
A fiscalização das atividades desempenhadas pela entidade será feita pelo órgão superior
da atividade que está sendo fomentada. Caso o responsável pela fiscalização, verificando irre-
gularidades, não as comunique ao Tribunal de Contas, será responsabilizado solidariamente
por todos os danos e prejuízos causados.
A desqualificação da entidade como organização social poderá ser solicitada tanto pela
entidade, a pedido, como pelo descumprimento das obrigações previstas no contrato de gestão.
Dessa forma, caso a entidade não cumpra com as obrigações estabelecidas no contrato
de gestão, deverá o Poder Público deverá instaurar processo administrativo com vistas a
assegurar à entidade o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Tendo sido verificadas as irregularidades, será decretada a desqualificação da entidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

3.2.2. Formas de Incentivo

Uma vez qualificadas como organizações sociais, as pessoas jurídicas passam a ser de-
claradas como entidades de interesse social e utilidade pública, conforme previsão do artigo
11 da Lei n. 9.637/1998.
Como consequência, passam a poder usufruir dos seguintes incentivos concedidos pelo
Poder Público:
a) Cessão de servidores, mantido o ônus para a administração: Nesta situação, a ad-
ministração cede servidores para utilização das organizações sociais, que passa a contar
com pessoal suficiente para o desempenho de suas atribuições. Salienta-se que o ônus pelo
pagamento da remuneração e dos demais benefícios aos agentes público continua sendo de
responsabilidade do Poder Público.
b) Destinação de recursos orçamentários: A destinação de recursos orçamentários trata
da principal forma de incentivo das atividades desempenhadas pelas organizações sociais.
Desta forma, quando da elaboração do orçamento da administração pública, uma parte dos
valores é destinado às mencionadas entidades.
c) Destinação de bens públicos: Os bens públicos necessários ao cumprimento das fina-
lidades das organizações sociais poderão ser cedidos pelo Poder Público. No entanto, como
estamos diante de bens públicos (que até então pertenciam à própria administração), uma
série de características devem ser observadas, tal como a impossibilidade de inalienação e
de penhora.
A cessão de bens públicos, quando destinados às organizações sociais, deve ser reali-
zada com dispensa de licitação. Caso, posteriormente à cessão, ocorra a desqualificação da
entidade, tais bens serão revertidos ao Poder Público que realizou a cessão.
d) Dispensa de licitação para os contratos firmados com o Poder Público: Trata-se a dis-
pensa de licitação de uma das formas de incentivo que encontra previsão no artigo 24, XXIV,
da Lei 8.666, de seguinte teor:

Art. 24. É dispensável a licitação:


XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
contrato de gestão.

Desta forma, caso o Poder Público resolva contratar uma entidade qualificada como orga-
nização social para a prestação de serviços que estejam contemplados no respectivo contrato
de gestão, poderá assim o fazer diretamente, sem a necessidade de licitação. Salienta-se,
contudo, que a dispensa de licitação não é para a qualificação da entidade ou para a cele-
bração do contrato de gestão, mas sim, em momento posterior à qualificação e à celebração
contratual, para a contratação da entidade já qualificada como organização social.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

3.2.3. Publicização

Importante conceito relacionado com as organizações sociais é o de publicização, que


pode ser entendido como a concessão de diversos incentivos (tais como a cessão de imóveis
ou servidores e a isenção de tributos) como forma de fomentar a prestação de serviços por
parte das entidades.
Fala-se em publicização porque, ao firmar contrato de gestão e receber a qualificação de
organização social, as entidades passam a executar atividades que até então eram desem-
penhadas pelo próprio Estado. Assim, o Poder Público deixa de o responsável pela execução
das políticas públicas desenvolvidas e passa a apenas controlar e regulamentar como as
atividades estão sendo desempenhadas pela organização social.
De acordo com o entendimento de José dos Santos Carvalho Filho, o termo publicização
refere-se, basicamente, a um processo de desestatização das atividades não exclusivas
do Estado:

O que existe, na realidade, é o cumprimento de mais uma etapa do processo de desestatização,


pelo qual o Estado se afasta do desempenho direto da atividade, ou, se se preferir, da prestação
direta de alguns serviços públicos, mesmo não econômicos, delegando-a a pessoas de direito
privado não integrantes da Administração Pública.

004. (AOCP/AU/ADMINISTRAÇÃO/UEFS/2018) A pessoa jurídica de direito privado, quali-


ficada pelo Poder Público e sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio


ambiente, à cultura e à saúde, é uma:
a) sociedade de economia mista.
b) organização social.
c) empresa pública.
d) autarquia.
e) fundação pública.

A definição apresentada refere-se ao conceito de organização social, nos termos da Lei n.


9.637/1998.

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Letra b.

3.3. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público


As organizações da sociedade civil de interesse público são entidades privadas, sem
fins lucrativos, que desenvolvem atividades de interesse do Estado. Possuem diversas se-
melhanças com as organizações sociais, sendo que as diferenças entre as duas entidades é
constantemente objeto de questões de prova.

3.3.1. Qualificação e Desqualificação

Quando estudamos as organizações sociais, verificamos que tais entidades recebem esta
qualificação após a celebração de um contrato de gestão com o Poder Público. Da mesma
forma, foi mencionado que a qualificação trata-se de um ato discricionário da administração,
que pode ou não conceder a qualificação ainda que as entidades preencham todos os requi-
sitos legais.
Para a qualificação como organização da sociedade civil de interesse público, no entanto,
o processo é outro. Assim, caso a entidade sem fins lucrativos atenda aos requisitos legais,
o Poder Público, obrigatoriamente, deve proceder à respectiva qualificação.
Cabe ao Ministro da Justiça, por meio de ato administrativo vinculado, a qualificação das
entidades como organização da sociedade civil de interesse público. Ao contrário do que
ocorre com as organizações sociais, no entanto, a simples qualificação não confere à entidade
o direito de receber incentivos do Poder Público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Devem as oscips, após receberem tal qualificação, firmar termo de parceria com a ad-
ministração pública, oportunidade em que serão definidos os direitos, as obrigações e as
responsabilidades da entidade. É neste momento, também, que as oscips passam a poder
contar com incentivos concedidos pelo Poder Público em troca do cumprimento das metas
estabelecidas.
O termo de parceria em muito se assemelha ao contrato de gestão, sendo que as principais
diferenças entre os dois instrumentos reside no fato de que o termo de parceria não prevê
a utilização, como incentivo governamental, da cessão de bens públicos ou de servidores
públicos para a entidade parceira.
Como forma de facilitar o entendimento acerca das duas formas de qualificação, relacio-
na-se abaixo como ocorrem ambos os processos:

Destaque-se que a qualificação como organização da sociedade civil de interesse público


é anterior à celebração do termo de parceria, ao passo que a qualificação como organização
social ocorre com a celebração do contrato de gestão. Outra diferença é que a celebração de
contrato de gestão é ato discricionário do Poder Público. Já a qualificação como oscip deve
ser obrigatoriamente concedida a todas as entidades que preencham os requisitos legais,
tratando-se, por isso mesmo, de um ato vinculado.
A desqualificação de uma entidade como organização da sociedade civil de interesse pú-
blico pode ocorrer de duas formas: a pedido da própria entidade ou mediante decisão proferida
em processo administrativo ou judicial. Neste sentido, importante frisar que são competentes
para solicitar a instauração do processo o Ministério Público e qualquer cidadão. Em todos
os casos, deverá ser assegurada à entidade as garantias do contraditório e da ampla defesa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Como regra, todas as pessoas jurídicas de direito privado que não possuam fins lucrativos
podem ser qualificadas como oscip, que, como já ressaltado, trata-se de um ato vinculado do
Poder Público. Em outras palavras, é correto afirmar que a administração, desde que atendidos
os requisitos legais, deve conceder a qualificação como oscip à entidade.
Entretanto, duas são as situações em que a qualificação não poderá ser concedida, sendo
elas as referentes à área de atuação e às entidades expressamente vedadas por lei. Em ambos
os casos, o Poder Público não poderá proceder à qualificação da entidade.

3.3.2. Áreas de Atuação

Em seu artigo 3º, a Lei n. 9.790/1999 estabelece as áreas de atuação que devem ser exer-
cidas pela entidade sem fins lucrativos para que esta possa ser qualificada como organização
da sociedade civil de interesse público. Vejamos quais são as áreas passíveis de atuação:
• Promoção da assistência social;
• Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
• Promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação
das respectivas organizações;
• Promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das
respectivas organizações;
• Promoção da segurança alimentar e nutricional;
• Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
• Promoção do voluntariado;
• Promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
• Experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alter-
nativos de produção, comércio, emprego e crédito;
• Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica
gratuita de interesse suplementar;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

• Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de


outros valores universais;
• Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação
de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades
mencionadas neste artigo.

3.3.3. Vedações à Qualificação

Não são todas as pessoas jurídicas, ainda que de direito privado e sem fins lucrativos, que
podem ser qualificadas como organização da sociedade civil de interesse público.
A Lei Federal n. 9.790/1999, que é o diploma que regulamenta todas as condições de
funcionamento de tais entidades, estabelece uma lista das pessoas que não podem receber
tal qualificação (art. 2º). Nestes casos, ainda que as entidades exerçam suas atividades em
áreas que sejam do interesse das OSCIPs, a qualificação não poderá ser concedida.

Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
I – as sociedades comerciais;
II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo
restrito de associados ou sócios;
VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX – as organizações sociais;
X – as cooperativas;
XI – as fundações públicas;
XII – as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público
ou por fundações públicas;
XIII – as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema finan-
ceiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

Não constituem impedimento à qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse


Público as operações destinadas a microcrédito realizadas com instituições financeiras na forma
de recebimento de repasses, venda de operações realizadas ou atuação como mandatárias.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Importante salientar que uma mesma entidade não pode ser qualificada, simultaneamente,
como organização social e como organização da sociedade civil de interesse público, ainda
que reúna os requisitos necessários para as duas qualificações.
Vamos sintetizar, no quadro a seguir, as principais características das organizações so-
ciais e das organizações da sociedade civil de interesse público, bem como suas diferenças.

Organização da sociedade civil do interesse


Organização social
público
Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos
Não integram a administração pública Não integram a administração pública
São fomentadas pelo poder público São fomentadas pelo poder público
Firmam contrato de gestão Firmam termo de parceria
Qualificação ocorre com a celebração do contrato de
Qualificação é anterior à celebração de termo de parceria
gestão
Trata-se a qualificação de um ato discricionário Trata-se a qualificação de um ato vinculado
Qualificação é competência do Ministro da respectiva
Qualificação é competência do Ministro da Justiça
área de atuação e do Ministro do MPOG
Recebem diversos incentivos, dentre os quais destaca-se Recebem diversos incentivos, mas não pode haver a
a cessão de servidores e de bens públicos cessão de servidores ou de bens públicos

005. (CESPE-CEBRASPE/PJ/MPE-AP/2021) A qualificação como organização da sociedade


civil de interesse público (OSCIP) apenas será útil para as entidades que pretendam:
a) obter a qualificação de organizações sociais.
b) promover trabalho voluntário remunerado.
c) firmar termo de parceria com o poder público.
d) obter isenção do imposto de renda.
e) promover a assistência social custeada pelo Estado.

A qualificação como OSCIP é útil para as entidades que tenham o objetivo de firmar termo de
parceria com o poder público. Neste sentido, por exemplo, merece ser destacada a previsão do
artigo 9º da Lei n. 9.790/1999:

Art. 9º Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser fir-
mado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento
e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3º desta Lei.

Letra c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

3.4. Entidades de Apoio


Assim como ocorre com as demais entidades que fazem parte do “terceiro setor”, as en-
tidades de apoio são pessoas jurídicas de direito privado e sem fins lucrativos. No entanto,
uma série de controvérsias e divergência doutrinárias paira sobre as entidades de apoio,
conforme iremos analisar.
De início, precisamos conhecer o conceito de tais entidades, que, de acordo com a pro-
fessora Di Pietro, é o seguinte:

(...) as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores públicos,
porém em nome próprio, sob a forma de fundação, associação ou cooperativa, para a prestação,
em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, mantendo vínculo jurídico com
entidades da administração direta ou indireta, em regra por meio de convênio.

Uma primeira peculiaridade das entidades de apoio está na criação. Ao contrário do que
ocorre com as demais integrantes do terceiro setor, tais entidades são instituídas por servi-
dores públicos.
Nada impede, no entanto, que a constituição seja feita por meio de outras pessoas vincu-
ladas à organização (como, por exemplo, a criação de uma entidade de apoio por ex-alunos
de uma faculdade).
Ainda que boa parte da doutrina afirme que as entidades de apoio são constituídas sob a
forma de fundação (sendo esta, inclusive, a regra em nosso ordenamento jurídico), tais pes-
soas jurídicas podem perfeitamente ser constituídas, também, sob a forma de associação ou
cooperativa. O que não é possível, como já ressaltado, é a finalidade lucrativa da entidade.
As entidades de apoio não carecem de autorização legal para a sua criação. Após sua
constituição, passam elas a desempenhar uma atividade não exclusiva do Estado.
Como a atividade que será desempenhada não pode ser exclusiva do Poder Público, não
poderemos ter, por exemplo, a constituição de entidade de apoio com o objetivo de realizar
atividades de saúde, haja vista que remo de atividade, em nosso ordenamento, é exclusivo
do Estado.
No entanto, as atividades a serem desempenhadas pelas entidades de apoio devem,
sempre, ser sociais, ou seja, ligadas a uma prestação de serviços para toda a coletividade.

Obs.: No Brasil, a imensa maioria das entidades de apoio desempenham atividades rela-
cionadas com a educação.

As entidades de apoio, assim como ocorre com as demais pessoas integrantes do tercei-
ro setor, estão sujeitas ao controle exercido pelo Tribunal de Contas. Frisa-se, contudo, que
o controle realizado incide apenas sobre a parcela da atividade ligada aos serviços sociais
prestados.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Em sentido oposto, as demais atividades da entidade (que é, em última análise, uma pes-
soa jurídica de direito privado) não são objeto de fiscalização.
A grande divergência, nos dias atuais, com relação às entidades de apoio, está na forma
como o vínculo é mantido entre a pessoa jurídica e a Administração Pública.
Inicialmente, era pacífico da doutrina o entendimento de que tal vínculo deveria ser firmado
por meio de convênio, uma vez que o interesse de ambas as partes, na celebração do vínculo,
era comum, em sentido oposto ao que ocorre, por exemplo, com os contratos (onde temos
interesses opostos sendo buscados pelas partes envolvidas).
Com a entrada em vigor da Lei n. 13.019/2014, que instituiu o regime de parcerias, os
convênios, inicialmente, passaram a ser uma possibilidade exclusiva das parcerias firmadas
entre os entes federados.

Art. 84. Salvo nos casos expressamente previstos, não se aplica às relações de fomento e de co-
laboração regidas por esta Lei o disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e na legislação
referente a convênios, que ficarão restritos a parcerias firmadas entre os entes federados.

Com isso, o entendimento doutrinário era o de que, por exclusão, o vínculo mantido entre
a Administração Pública e as entidades de apoio deveria ser feito por meio de termo de co-
laboração ou fomento. No entanto, o entendimento não levava a um consenso por parte dos
principais autores administrativistas.
Em 2015, com as alterações promovidas na Lei n. 13.019/2014, o texto do mencionado
artigo 84 foi revogado, passando a constar com a seguinte redação:

Art. 84. Não se aplica às parcerias regidas por esta Lei o disposto na Lei n. 8.666, de 21 de junho
de 1993.
Parágrafo único. São regidos pelo art. 116 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, convênios:
I – entre entes federados ou pessoas jurídicas a eles vinculadas;
II – decorrentes da aplicação do disposto no inciso IV do art. 3º.

Assim, nos dias atuais, o melhor entendimento é de que o vínculo mantido entre o Estado
e as entidades de apoio deve ser regido pelas regras do artigo 116 da Lei 8.666/1993.

Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e
outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração Pú-
blica depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela organização
interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
I – identificação do objeto a ser executado;
II – metas a serem atingidas;
III – etapas ou fases de execução;
IV – plano de aplicação dos recursos financeiros;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
V – cronograma de desembolso;
VI – previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases
programadas;
VII – se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos
próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o
custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.

As características das entidades de apoio podem ser mais bem visualizadas por meio do
seguinte quadro:

4. Regime de Parcerias
A Lei n. 13.019, de 2014, foi a responsável por estabelecer o regime jurídico das parcerias
entre a Administração Pública e as organizações da sociedade civil.
Logo em seu artigo 1º, a norma em questão apresenta o objetivo a ser alcançado com a sua
edição, bem como o caráter que tais disposições apresentam em nosso ordenamento jurídico.

Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e organi-
zações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento
ou em acordos de cooperação.

Verifica-se, da leitura do artigo apresentado, que as parcerias, independente do instru-


mento utilizado, terão, de um lado, a Administração Pública, e de outro uma organização da
sociedade civil.

Todos os três conceitos apresentados possuem, de acordo com a Lei n. 13.019/2014,


importantes definições.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


I – organização da sociedade civil:
a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, con-
selheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes
operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou
parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique
integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da cons-
tituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva;
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999; as integradas
por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por progra-
mas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento,
educação e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica
e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público
e de cunho social.
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e
de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
II – administração pública: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, e
suas subsidiárias, alcançadas pelo disposto no § 9º do art. 37 da Constituição Federal;
III – parceria: conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação jurídica
estabelecida formalmente entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em
regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco,
mediante a execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração, em termos
de fomento ou em acordos de cooperação;

Com relação às organizações da sociedade civil, é importante salientar que estas, para
firmarem parceria com o Poder Público, não podem ter finalidade lucrativa.
Merece destaque, ainda, a definição de Administração Pública, que, ao contrário do que ocorre
quando do estudo da organização administrativa, não é composta, no regime de parcerias, pelas
empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas.
Em sentido diverso, a Administração Pública, para fins de celebração de parcerias com
as organizações da sociedade civil compreende as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas e as sociedades de economia mista prestadoras de serviço público e,
ainda, as respectivas subsidiárias.
São estas entidades, em última análise, as que podem celebrar termo de parcerias com
as organizações da sociedade civil.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

DICA
Considerando que a Lei n. 13.019/2014 é uma lei nacional e
instituidora de normas gerais, suas disposições são aplicadas
para as entidades da Administração Pública (acima relacionadas)
de todos os entes federativos: União, Estados, Distrito Federal
e Municípios.

Com a edição do estatuto das parcerias, a regra passou a ser a possibilidade de celebração
deste tipo de vínculo entre o Poder Público e as organizações da sociedade civil.
Em caráter de exceção, deve ser ressaltado que as disposições da Lei n. 13.019/2014 não
são aplicadas a uma série de situações específicas, como por exemplo os contratos de gestão
firmados com as organizações sociais e os termos de parceria celebrados com as OSCIPs.
Vejamos as situações legalmente previstas em que as disposições da Lei n. 13.019/2014
não são aplicadas:

Art. 3º Não se aplicam as exigências desta Lei:


I – às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo
Senado Federal naquilo em que as disposições específicas dos tratados, acordos e convenções
internacionais conflitarem com esta Lei;
III – aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que cumpridos os re-
quisitos previstos na Lei n. 9.637, de 15 de maio de 1998;
IV – aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos
termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal; (Convênios e contratos celebrados para a
participação complementar no sistema único de saúde)
V – aos termos de compromisso cultural referidos no § 1º do art. 9º da Lei n. 13.018, de 22 de julho
de 2014; (Transferências de recursos para entidades culturais)
VI – aos termos de parceria celebrados com organizações da sociedade civil de interesse público,
desde que cumpridos os requisitos previstos na Lei n. 9.790, de 23 de março de 1999;
VII – às transferências referidas no art. 2º da Lei n. 10.845, de 5 de março de 2004, e nos arts.
5º e 22 da Lei n. 11.947, de 16 de junho de 2009; (Transferências para a execução do Programa
de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de De-
ficiência, do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE e do Programa Dinheiro Direto
na Escola – PDDE)
IX – aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas associativas em
favor de organismos internacionais ou entidades que sejam obrigatoriamente constituídas por:
a) membros de Poder ou do Ministério Público;
b) dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública;
c) pessoas jurídicas de direito público interno;
d) pessoas jurídicas integrantes da administração pública;
X – às parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

4.1. Entidades Aptas e Entidades Proibidas


Como anteriormente informado, a celebração de parcerias, com a entrada em vigor da Lei
n. 13.019/2014, passou a ser possível com todas as organizações da sociedade civil, desde
que estas, por sua vez, atendam aos requisitos legalmente previstos.
Neste sentido, merece destaque o artigo 33 da norma em estudo, que versa sobre os re-
quisitos específicos que devem ser atendidos pelas organizações da sociedade civil.

Art. 33. Para celebrar as parcerias previstas nesta Lei, as organizações da sociedade civil deverão
ser regidas por normas de organização interna que prevejam, expressamente:
I – objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social;
III – que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido seja transferido a
outra pessoa jurídica de igual natureza que preencha os requisitos desta Lei e cujo objeto social
seja, preferencialmente, o mesmo da entidade extinta;
IV – escrituração de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com as Normas
Brasileiras de Contabilidade;
V – possuir:
a) no mínimo, um, dois ou três anos de existência, com cadastro ativo, comprovados por meio de
documentação emitida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com base no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica – CNPJ, conforme, respectivamente, a parceria seja celebrada no âmbito dos
Municípios, do Distrito Federal ou dos Estados e da União, admitida a redução desses prazos por
ato específico de cada ente na hipótese de nenhuma organização atingi-los;
b) experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da parceria ou de natureza semelhante;
c) instalações, condições materiais e capacidade técnica e operacional para o desenvolvimento
das atividades ou projetos previstos na parceria e o cumprimento das metas estabelecidas.

Como veremos adiante, três são os instrumentos que poderão ser celebrados entre a
Administração Pública e as entidades da sociedade civil, sendo eles o termo de fomento, o
termo de colaboração e o acordo de colaboração.
Assim, quando o instrumento celebrado for o acordo de cooperação, apenas um dos requi-
sitos estabelecidos deverá ser atendido, sendo ele a necessidade da entidade ser regida por
uma norma interna que estabeleça objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades
de relevância pública e social.
É importante conhecermos, em sentido oposto, as entidades que estão impedidas de
celebrar parcerias com o Poder Público. A lista expressa no texto da Lei n. 13.019/2014 é
taxativa, assim como ocorre com todas as listas que vedam o exercício de determinados
direitos ou exercícios.

Art. 39. Ficará impedida de celebrar qualquer modalidade de parceria prevista nesta Lei a organi-
zação da sociedade civil que:
I – não esteja regularmente constituída ou, se estrangeira, não esteja autorizada a funcionar no
território nacional;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
II – esteja omissa no dever de prestar contas de parceria anteriormente celebrada;
III – tenha como dirigente membro de Poder ou do Ministério Público, ou dirigente de órgão ou enti-
dade da administração pública da mesma esfera governamental na qual será celebrado o termo de
colaboração ou de fomento, estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges ou companheiros,
bem como parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau;
IV – tenha tido as contas rejeitadas pela administração pública nos últimos cinco anos, exceto se:
a) for sanada a irregularidade que motivou a rejeição e quitados os débitos eventualmente imputados;
b) for reconsiderada ou revista a decisão pela rejeição;
c) a apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso com efeito suspensivo;
V – tenha sido punida com uma das seguintes sanções, pelo período que durar a penalidade:
a) suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar com a administração;
b) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública;
c) a prevista no inciso II do art. 73 desta Lei (suspensão temporária da participação em chama-
mento público e impedimento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera
de governo da administração pública sancionadora, por prazo não superior a dois anos).
d) a prevista no inciso III do art. 73 desta Lei (declaração de inidoneidade para participar de cha-
mamento público ou celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de
governo, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida
a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre
que a organização da sociedade civil ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes
e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso II).
VI – tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de
Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos;
VII – tenha entre seus dirigentes pessoa:
a) cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal
ou Conselho de Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8
(oito) anos;
b) julgada responsável por falta grave e inabilitada para o exercício de cargo em comissão ou função
de confiança, enquanto durar a inabilitação;
c) considerada responsável por ato de improbidade, enquanto durarem os prazos estabelecidos
nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992. (Prazos de 10, 5 e 3 anos)

Por fim, a norma estabelece, ainda, que é vedada a celebração de parcerias que tenham por
objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente, a delegação das funções de regulação,
de fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de outras atividades exclusivas de Estado.

4.2. Chamamento Público


Ainda que a celebração de parcerias não dependa da realização de licitação, o legislador,
em plena sintonia com os princípios da isonomia e da impessoalidade, estabeleceu a obriga-
toriedade, como regra geral, da realização do chamamento público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Trata-se o chamamento público, desta forma, de um procedimento realizado com o objetivo


de selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz a execução do objeto.
Basicamente, o chamamento público segue as mesmas etapas do procedimento licitatório,
ainda que não possa ser classificado como uma nova modalidade de licitação.
Assim, no âmbito do chamamento, tal como acontece com as licitações, a regra é a rea-
lização do procedimento, sendo exceções as hipóteses de dispensa ou de inexigibilidade.

Art. 24. Exceto nas hipóteses previstas nesta Lei, a celebração de termo de colaboração ou de
fomento será precedida de chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade
civil que tornem mais eficaz a execução do objeto.

De acordo com a Lei n. 13.019/2014, o edital do chamamento público especificará, no


mínimo, as seguintes características:
• A programação orçamentária que autoriza e viabiliza a celebração da parceria;
• O objeto da parceria;
• As datas, os prazos, as condições, o local e a forma de apresentação das propostas;
• As datas e os critérios de seleção e julgamento das propostas, inclusive no que se refere
à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos critérios estabelecidos,
se for o caso;
• O valor previsto para a realização do objeto;
• As condições para interposição de recurso administrativo;
• A minuta do instrumento por meio do qual será celebrada a parceria;
• De acordo com as características do objeto da parceria, medidas de acessibilidade para
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.

Assim acontece com as licitações, os procedimentos utilizados no âmbito do chama-


mento público devem ser claros, objetivos e simplificados, tendo como principais objetivos
a orientação aos interessados e a facilitação do acesso direto aos seus órgãos e instâncias
decisórias.
Para que os objetivos sejam alcançados, a Administração Pública deverá estabelecer,
sempre que possível, critérios quanto às seguintes características:
a) objetos;
b) metas;
c) custos;
d) indicadores, quantitativos ou qualitativos, de avaliação de resultados.
A regra é a realização do chamamento público. Em caráter de exceção, a Lei n. 13.019/2014
elenca situações em que o procedimento não será realizado em virtude de dispensa ou, ainda,
de inexigibilidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

A diferença entre os institutos está no fato de que a inexigibilidade está fundamentada na


impossibilidade jurídica de competição. Logo, na inexigibilidade o chamamento público não
poderá ocorrer, tratando-se a contratação direta de uma obrigatoriedade para o Poder Público.
Nas situações de dispensa, por sua vez, o chamamento pode ou não ser realizado, tratan-
do-se a realização do procedimento de uma faculdade para a Administração Pública.
Além disso, as situações de chamamento dispensável estão previstas de forma taxativa
no texto da norma, ao passo que as inexigibilidades, em sentido diverso, constam como uma
lista meramente exemplificativa.
Vejamos as mencionadas hipóteses:

Art. 30. A administração pública poderá dispensar a realização do chamamento público:


I – no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de
relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias;
II – nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou ameaça à
paz social;
III – quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação
que possa comprometer a sua segurança;
VI – no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência
social, desde que executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas pelo
órgão gestor da respectiva política.
Art. 31. Será considerado inexigível o chamamento público na hipótese de inviabilidade de compe-
tição entre as organizações da sociedade civil, em razão da natureza singular do objeto da parceria
ou se as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade específica, especialmente quando:
I – o objeto da parceria constituir incumbência prevista em acordo, ato ou compromisso interna-
cional, no qual sejam indicadas as instituições que utilizarão os recursos;
II – a parceria decorrer de transferência para organização da sociedade civil que esteja autorizada
em lei na qual seja identificada expressamente a entidade beneficiária, inclusive quando se tratar
da subvenção prevista no inciso I do § 3º do art. 12 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, ob-
servado o disposto no art. 26 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000.

Chamamento Público Dispensável Chamamento Público Inexigível


Procedimento pode ou não ser realizado Procedimento não pode ser realizado
Hipóteses previstas de forma taxativa Hipóteses previstas de forma exemplificativa
Vários são os fundamentos para a não realização, como Tem como fundamento a impossibilidade jurídica de
a segurança e a urgência. competição

4.3. Termo de Colaboração, Termo de Fomento e Acordo de Cooperação


Três são os instrumento que podem ser utilizados para a celebração das parcerias regidas
pela Lei n. 13.019/2014, sendo eles o termo de colaboração, o termo de fomento e o acordo
de cooperação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Obs.: Termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para
a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela admi-
nistração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros;
 Termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para
a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas orga-
nizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros;
 Acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para
a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a
transferência de recursos financeiros;

Com relação ao termo de colaboração e ao termo de fomento, a diferença entre ambos


os instrumentos está na pessoa que propõe o plano de trabalho.
Quando o plano de trabalho for proposto pela Administração Pública, o instrumento a ser
utilizado é o termo de colaboração. Quando o plano de trabalho for proposto pela entidade
da sociedade civil, será feito uso do termo de fomento.
Ambos os institutos envolvem, obrigatoriamente, a transferência de recursos financeiros,
conforme previsão dos artigos 16 e 17 da norma em análise:

Art. 16. O termo de colaboração deve ser adotado pela administração pública para consecução de
planos de trabalho de sua iniciativa, para celebração de parcerias com organizações da sociedade
civil que envolvam a transferência de recursos financeiros.
Art. 17. O termo de fomento deve ser adotado pela administração pública para consecução de
planos de trabalho propostos por organizações da sociedade civil que envolvam a transferência
de recursos financeiros.

Mas será que as disposições da Lei n. 13.019/2014 são aplicadas, apenas, às parcerias
que envolvem a transferência de recursos financeiros, professor?

De forma alguma! As parcerias também poderão ser formalizadas, em sentido diverso,


sem que haja, necessariamente, a transferência de recursos financeiros.
Assim, sempre que estivermos diante de uma parceria entre o Poder Público e uma enti-
dade da sociedade civil e o instrumento pactuado não envolver a transferência de recursos
financeiros, deverá ser feito uso do acordo de cooperação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

006. (FCC/JE/TJ-GO/2021) A Associação Goiana de Aeromodelismo, entidade privada sem


fins lucrativos, procura a Secretaria da Educação de Goiás, propondo a realização de um pro-
jeto de oficinas de aeromodelismo nas escolas estaduais, sendo que tal proposta se coaduna
com um dos objetivos de seu estatuto social, referente à “promoção de ações educativas
associadas ao aeromodelismo”. Conforme o plano de trabalho proposto para o ajuste, volun-
tários do quadro da entidade atuarão como instrutores de forma gratuita, cabendo ao órgão
estadual fornecer o material de consumo e disponibilizar as instalações para desenvolvimento
da atividade. Diante de tais características e tendo em vista o que dispõe a Lei n. 13.019, de
31 de julho de 2014, constata-se que se pretende estabelecer um
a) convênio, visto que houve a apresentação de plano de trabalho pela entidade proponente.
b) termo de parceria, visto que a entidade, por suas características, pode ser considerada
uma OSCIP.
c) termo de fomento, haja vista que o projeto foi proposto pela entidade civil.
d) termo de colaboração, visto que o fornecimento de materiais pelo Estado pode ser conside-
rado uma forma de repasse financeiro.
e) acordo de cooperação, visto que o ajuste não implica transferência de recursos financeiros.

Na medida em que ajuste pactuado não envolve a transferência de recursos financeiros, o ins-
trumento que deve ser utilizado é o acordo de cooperação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:
VIII – A – acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias es-
tabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos
financeiros;

Letra e.

007. (FGV/ANA/ADMINISTRATIVA/MPE-RJ/2019) O Município Alfa decidiu estimular a


participação de organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que não contasse com
qualquer qualificação obtida com base em legislação específica, em projetos de interesse
público e recíproco. Para tanto, lançou chamamento público para que os interessados apre-
sentassem os seus projetos, sendo celebrado ajuste com a organização vencedora, que seria
contemplada com a transferência de recursos financeiros.
À luz da sistemática vigente, o referido ajuste terá a forma de:
a) termo de parceria.
b) contrato de gestão.
c) termo de interação.
d) termo de colaboração.
e) acordo de cooperação.

De acordo com as disposições da Lei n. 13.019/2014, temos a seguinte definição para o termo
de colaboração.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VII – termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabe-
lecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam
a transferência de recursos financeiros;

Aqui, o grande detalhe para resolver a questão era sabermos que, no termos de colaboração,
quem propõe a parceria é a Administração Pública.
E observe que é exatamente isso que ocorre no enunciado da questão, que afirma que o Muni-
cípio Alfa fez uso de chamamento público com o objetivo de angariar propostas de parcerias
a serem celebradas.
Letra d.

Independentemente do instrumento celebrado, a Lei n. 13.019/2014 elenca uma série


de cláusulas que sempre deverão estar presentes quando da formalização das parcerias.
Vejamos todas elas...

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
Art. 42. As parcerias serão formalizadas mediante a celebração de termo de colaboração, de termo
de fomento ou de acordo de cooperação, conforme o caso, que terá como cláusulas essenciais:
I – a descrição do objeto pactuado;
II – as obrigações das partes;
III – quando for o caso, o valor total e o cronograma de desembolso;
V – a contrapartida, quando for o caso, observado o disposto no § 1º do art. 35;
VI – a vigência e as hipóteses de prorrogação;
VII – a obrigação de prestar contas com definição de forma, metodologia e prazos;
VIII – a forma de monitoramento e avaliação, com a indicação dos recursos humanos e tecnoló-
gicos que serão empregados na atividade ou, se for o caso, a indicação da participação de apoio
técnico nos termos previstos no § 1º do art. 58 desta Lei;
IX – a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos nesta Lei;
X – a definição, se for o caso, da titularidade dos bens e direitos remanescentes na data da conclu-
são ou extinção da parceria e que, em razão de sua execução, tenham sido adquiridos, produzidos
ou transformados com recursos repassados pela administração pública;
XII – a prerrogativa atribuída à administração pública para assumir ou transferir a responsabilidade
pela execução do objeto, no caso de paralisação, de modo a evitar sua descontinuidade;
XIV – quando for o caso, a obrigação de a organização da sociedade civil manter e movimentar os
recursos em conta bancária específica, observado o disposto no art. 51;
XV – o livre acesso dos agentes da administração pública, do controle interno e do Tribunal de
Contas correspondente aos processos, aos documentos e às informações relacionadas a termos
de colaboração ou a termos de fomento, bem como aos locais de execução do respectivo objeto;
XVI – a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo, com as respectivas
condições, sanções e delimitações claras de responsabilidades, além da estipulação de prazo mínimo
de antecedência para a publicidade dessa intenção, que não poderá ser inferior a 60 (sessenta) dias;
XVII – a indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da execução da parceria, estabe-
lecendo a obrigatoriedade da prévia tentativa de solução administrativa, com a participação de
órgão encarregado de assessoramento jurídico integrante da estrutura da administração pública;
XIX – a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo gerenciamento adminis-
trativo e financeiro dos recursos recebidos, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio,
de investimento e de pessoal;
XX – a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento dos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no
termo de colaboração ou de fomento, não implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da
administração pública a inadimplência da organização da sociedade civil em relação ao referido
pagamento, os ônus incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição
à sua execução.

4.4. Prestação de Contas


Com relação à prestação de contas, devemos saber que a regra geral é a de que as entidades
da sociedade civil devem, conforme previsão da Lei n. 13.019/2014, apresentar a prestação

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

de contas no prazo de até 90 dias após o término da vigência da parceria. Tal prazo poderá,
quando necessário, ser prorrogado por mais 30 dias.
Quando, no entanto, a parceria exceder a um ano, a prestação de contas deverá ser reali-
zada, adicionalmente, ao término de cada exercício.
Constatada irregularidade ou omissão na prestação de contas, será concedido o prazo
de até 45 dias para que a organização da sociedade civil possa sanar a irregularidade ou
cumprir a obrigação.
Transcorrido o prazo para saneamento da irregularidade ou da omissão, não havendo o
saneamento, a autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidária,
deve adotar as providências para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis, quanti-
ficação do dano e obtenção do ressarcimento, nos termos da legislação vigente.
Uma vez apresentadas, deve a Administração Pública apreciar a prestação final de contas
no prazo de até cento e cinquenta dias, contado da data de seu recebimento ou do cumpri-
mento de diligência por ela determinada, prorrogável justificadamente por igual período.

O transcurso do prazo definido sem que as contas tenham sido apreciadas:


a) não significa impossibilidade de apreciação em data posterior ou vedação a que se adotem
medidas saneadoras, punitivas ou destinadas a ressarcir danos que possam ter sido causados
aos cofres públicos;
b) nos casos em que não for constatado dolo da organização da sociedade civil ou de seus
prepostos, sem prejuízo da atualização monetária, impede a incidência de juros de mora sobre
débitos eventualmente apurados, no período entre o final do prazo referido neste parágrafo e a
data em que foi ultimada a apreciação pela administração pública.

Após analisar a prestação de contas, deverá a Administração Pública decidir sobre uma
das seguintes medidas:
I – regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, o cumprimento dos objetivos
e metas estabelecidos no plano de trabalho;
II – regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta
de natureza formal que não resulte em dano ao erário;
III – irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes circunstâncias:
a) omissão no dever de prestar contas;
b) descumprimento injustificado dos objetivos e metas estabelecidos no plano de trabalho;
c) dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico;
d) desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos.
Quando a prestação de contas for avaliada como irregular, após exaurida a fase recursal,
se mantida a decisão, a organização da sociedade civil poderá solicitar autorização para que

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

o ressarcimento ao erário seja promovido por meio de ações compensatórias de interesse


público, mediante a apresentação de novo plano de trabalho, conforme o objeto descrito no
termo de colaboração ou de fomento e a área de atuação da organização, cuja mensuração
econômica será feita a partir do plano de trabalho original, desde que não tenha havido dolo
ou fraude e não seja o caso de restituição integral dos recursos.
Por fim, vejamos as sanções administrativas que podem ser aplicadas como decorrência
da execução irregular da parceria firmada com o Poder Público.

Art. 73. Pela execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as normas desta
Lei e da legislação específica, a administração pública poderá, garantida a prévia defesa, aplicar à
organização da sociedade civil as seguintes sanções:
I – advertência;
II – suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de celebrar
parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pública san-
cionadora, por prazo não superior a dois anos;
III – declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar parceria ou
contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de governo, enquanto perdurarem os motivos
determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade
que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a organização da sociedade civil ressarcir
a administração pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada
com base no inciso II.

Importante salientar que as sanções de suspensão temporária, de impedimento de cele-


brar parceria ou contrato e de declaração de inidoneidade são de competência exclusiva de
Ministro de Estado ou de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, conforme o caso.
Em ambos os casos, deve ser facultada a defesa do interessado no respectivo processo,
que será exercida no prazo de dez dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser re-
querida após dois anos de aplicação da penalidade.

008. (VUNESP/ADV/CODEN/2021) Acerca das parcerias entre a administração pública e


organizações da sociedade civil, a Lei Federal n. 13.019, de 31 de julho de 2014, prevê proce-
dimento em que se analisa e se avalia a execução da parceria, pelo qual seja possível verificar
o cumprimento do objeto da parceria e o alcance das metas e dos resultados previstos, que
corresponde a:
a) prestação de contas.
b) apresentação das contas.
c) análise e manifestação conclusiva das contas.
d) procedimento averiguatório.
e) processo investigativo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

A definição apresentada é a de prestação de contas, nos termos da Lei n. 13.019/2014, de


seguinte redação:

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


XIV – prestação de contas: procedimento em que se analisa e se avalia a execução da parceria,
pelo qual seja possível verificar o cumprimento do objeto da parceria e o alcance das metas e dos
resultados previstos, compreendendo duas fases:
a) apresentação das contas, de responsabilidade da organização da sociedade civil;
b) análise e manifestação conclusiva das contas, de responsabilidade da administração pública,
sem prejuízo da atuação dos órgãos de controle;

Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

RESUMO
• Ao longo dos anos, três foram as escolas presentes no âmbito da administração pública,
sendo elas a patrimonialista, a burocrática e a gerencial.
• Com a administração patrimonial, tínhamos um modelo de gestão com o foco voltado
para as ações do soberano, sendo que todas as medidas por ele adotadas não levavam em
conta as necessidades da população, mas sim o interesse predominantemente particular.
• Com a administração burocrática, passamos a contar com uma distinção entre o patri-
mônio público e o patrimônio particular, de forma que as medidas adotadas pelo Poder
Público teriam que, obrigatoriamente, satisfazer as necessidades da coletividade.
• A administração burocrática representou o início das formas de combate ao nepotismo
e à corrupção, tratando-se de um controle realizado sobre as atividades meio e pautado
nos princípios da legalidade e da impessoalidade.
• Com a reforma administrativa, surge em nosso ordenamento a administração gerencial.
Com ela, o controle passa a ser exercido sobre as atividades fins, pautando-se no prin-
cípio da eficiência.

Administração patrimonial Administração burocrática Administração gerencial


Patrimônio do soberano era Distinção entre o patrimônio público Distinção entre o patrimônio público
confundido com o patrimônio público e privado e privado
Não há necessidade de prestação de Há necessidade de prestação de Há necessidade de prestação de
contas contas contas

Não há nenhum tipo de controle Controle exercido sobre as Controle exercido sobre as
exercido sobre a atividade estatal atividades meios atividades fins

Predomínio da corrupção e do
Combate à corrupção e ao nepotismo Combate à corrupção e ao nepotismo
nepotismo
Administração pautada nos princípios Administração pautada no princípio
Inexistência de princípios
da legalidade e da impessoalidade da eficiência

• Duas são as principais características da administração gerencial: o princípio da eficiência


e a possibilidade de celebração de contratos de gestão.
• Com a Emenda Constitucional n. 19, a eficiência passou a ter o status de princípio cons-
titucional, sendo, por consequência, de observância obrigatória por toda a administração
pública de todos os entes federativos.
• O princípio da eficiência traduz a necessidade de termos uma administração pautada
nas características da economicidade e da produtividade. Como exemplo, pode-se citar
a obrigatoriedade de aprovação em estágio probatório como condição para aquisição da
estabilidade do servidor público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

• O contrato de gestão, também conhecido como acordo programa, pode ser conceituado
como o vínculo estabelecido entre a administração direta com outros órgãos da adminis-
tração, com entidades da administração indireta ou ainda com as organizações sociais,
entidades do terceiro setor.
• Quando ocorre a celebração de contrato de gestão com órgão da administração direta ou
com entidades da administração indireta, temos um aumento da autonomia. Em sentido
oposto, quando a celebração ocorre com entidades do terceiro setor, temos uma redução
da autonomia.
• Três são os diferentes setores da atividade econômica.
• O primeiro setor é constituído pelos órgãos e entidades do Poder Público que estão
encarregados de organizar e executar as políticas públicas.
• O segundo setor é, em última análise, o próprio mercado, constituído pela vontade das
partes e regido pelo direito privado. Fazem parte do segundo setor todas as empresas
que disputam o mercado econômico, regidas pelo princípio da livre concorrência e com
o objetivo de auferir lucro.
• O terceiro setor é formado por pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
e que prestam serviços de interesse público. No terceiro setor, temos a utilização de
dinheiro privado para fins públicos.
• São exemplos de entidades do terceiro setor as organizações sociais, as organizações
da sociedade civil de interesse público e os serviços sociais autônomos. Tais entidades,
de acordo com a doutrina, são também conhecidas como entidades paraestatais.
• Os serviços sociais autônomos podem ser conceituados como pessoas jurídicas de di-
reito privado, instituídas mediante autorização legal, para ministrar assistência ou ensino
a certas categorias profissionais.
• São características dos serviços sociais autônomos:a) são pessoas jurídicas de direito
privado sem fins lucrativos,b) não integram a administração pública,c) estão dispensa-
dos da regra constitucional do concurso público, devendo realizar processo seletivo,d)
não obedecem integralmente as normas de licitação, mas sim apenas os princípios da
administração pública,e) sua criação depende de lei autorizadora, f) são custeados por
contribuições corporativas incidentes na folha de pagamento, g) devem prestar contas de
sua gestão ao respectivo tribunal de contas e h) seus funcionários são regidos pela CLT.
• As organizações sociais são uma qualificação que é concedida pelo Poder Público às
pessoas jurídicas de direito privado que atendam aos requisitos estabelecidos em lei.
• Como requisitos gerais para a qualificação, temos a obrigatoriedade de a entidade ser uma
pessoa jurídica de direito privado, não possuir fins lucrativos e exercer suas atividades
em um dos seguintes setores: ensino, cultura, saúde, pesquisa científica, desenvolvimento
tecnológico ou proteção e preservação do meio ambiente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

• Diversas são as formas de incentivo concedidas pelo Poder Público às organizações so-
ciais, tais como a cessão de servidores com a manutenção do ônus para a administração,
a destinação de recursos orçamentários, a destinação de bens públicos e a dispensa de
licitação nos contratos firmados com o Poder Público.
• As organizações sociais estão ligadas à necessidade de publicização das atividades
estatais.
• As organizações da sociedade civil de interesse público são entidades privadas, sem
fins lucrativos, que desenvolvem atividades de interesse do Estado.
• As diferenças entre as organizações sociais e as organizações da sociedade civil de
interesse público podem ser visualizadas por meio do seguinte quadro:

Organização da sociedade civil do interesse


Organização social
público
Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos
Não integram a administração pública Não integram a administração pública
São fomentadas pelo poder público São fomentadas pelo poder público
Firmam contrato de gestão Firmam termo de parceria
Qualificação ocorre com a celebração do contrato de
Qualificação é anterior à celebração de termo de parceria
gestão
Trata-se a qualificação de um ato discricionário Trata-se a qualificação de um ato vinculado
Qualificação é competência do Ministro da respectiva
Qualificação é competência do Ministro da Justiça
área de atuação e do Ministro do MPOG
Recebem diversos incentivos, dentre os quais destaca-se Recebem diversos incentivos, mas não pode haver a
a cessão de servidores e de bens públicos cessão de servidores ou de bens públicos

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 98
MAPAS MENTAIS

www.grancursosonline.com.br 46 de 98
www.grancursosonline.com.br 47 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

QUESTÕES DE CONCURSO

001. (FGV/AGC/RECURSOS HUMANOS/EPE/2022) A reforma administrativa ocorrida no Bra-


sil na década de 1990, pautou-se na ideia de modernizar e aumentar a eficiência do aparelho
do Estado e teve, como algumas de suas medidas principais, a descentralização da estrutura
interna da Administração Pública e o fortalecimento da capacidade regulatória.
No que tange às entidades paraestatais, assinale a afirmativa correta.
a) A absorção de atividades não exclusivas do Estado por Organizações Sociais foi promovida
por meio do processo de publicização.
b) As Organizações da Sociedade Civil foram instituídas para assessorar os ministérios na
coordenação de políticas públicas por meio de contrato de gestão.
c) O instrumento termo de parceria foi criado para estabelecer acordos de empreendimento
governamental entre os entes políticos e as unidades do sistema S.
d) As atividades estatais com fins lucrativos consideradas não essenciais foram delegadas, por
privatização, às entidades de apoio.
e) A concessão da execução de serviços públicos foi repassada por convênios às organizações
da sociedade civil de interesse público, a exemplos de agências executivas.

002. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) A Associação Gama é uma instituição religiosa que
se dedica à promoção da assistência social e almeja obter recursos financeiros junto ao go-
verno federal a fim de fomentar suas atividades. Para tanto, seus representantes acreditam
que a melhor alternativa é a qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público – OSCIP, razão pela qual procuram você, como advogado(a), a fim de esclarecer as
peculiaridades relacionadas à legislação de regência (Lei n. 9.790/1999).
Acerca da situação hipotética apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A qualificação da Associação Gama como OSCIP é ato discricionário, que deve ser pleiteado
junto ao Ministério da Justiça.
b) Após a sua qualificação como OSCIP, a Associação Gama deverá formalizar contrato de
gestão com a Administração Pública para a transferência de recursos financeiros.
c) A Associação Gama não poderá ser qualificada como OSCIP, pois as instituições religiosas
não são passíveis de tal qualificação.
d) O estatuto social da Associação Gama precisa vedar a participação de servidores públicos
na composição de conselho ou diretoria, a fim de que ela possa ser qualificada como OSCIP.

003. (FGV/ACE/ADMINISTRAÇÃO/TCE-TO/2022) A fundação de direito privado Beta pre-


tendia solicitar ao órgão competente do Estado Alfa a sua qualificação como organização
social, mas tinha dúvidas em relação aos requisitos a serem preenchidos e às consequências
dessa qualificação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Ao consultar o seu advogado, foi corretamente informado a Beta que:


a) não é possível a obtenção da qualificação almejada, que somente pode ser deferida para as
associações;
b) a qualificação está condicionada à participação, no Conselho de Administração, entre outros
membros, de representantes do poder público;
c) a qualificação está condicionada à distribuição de lucros, aos membros do Conselho Curador,
na proporção máxima de 5% do proveito patrimonial obtido;
d) a qualificação independe de qualquer ato formal, bastando que Beta seja estruturada da
forma prevista em lei, o que lhe permitirá celebrar contratos de gestão;
e) a qualificação é obtida a partir da celebração de contrato de gestão, ocasião em que Beta
assumirá o compromisso de praticar os atos ajustados com o poder público.

004. (FGV/ADV/SEN/2022) Determinada pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrati-
vos e qualificada como Organização Social (OS), observadas as formalidades legais, celebrou
regularmente instrumento jurídico próprio com o ente federativo Alfa, que tem por objeto o
gerenciamento, a operacionalização e a execução de ações e serviços de saúde na Unidade
Hospitalar Beta.
No segundo mês à frente do hospital público Beta, a OS verificou que, para melhor exercer suas
obrigações e de maneira a viabilizar a prestação com mais eficiência do serviço de saúde, seria
importante a cessão de servidores públicos do ente Alfa para a OS.
O órgão da advocacia pública do ente Alfa, levando em consideração as normas de regência,
emitiu parecer no sentido de que a cessão de servidores pretendida é:
a) vedada pela lei, pois, em razão de sua natureza, o termo de fomento em vigor veda ao ente
Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é remunerada para a
prestação dos serviços.
b) possível, eis que, ao Poder Executivo do ente Alfa, é facultada a cessão especial de servidor
para a OS, com ônus para o ente de origem, em razão do contrato de gestão em vigor.
c) vedada pela lei, pois, em razão de sua natureza, o contrato de gestão em vigor veda ao ente
Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é remunerada para a
prestação dos serviços.
d) vedada pela lei, pois, em razão da natureza do serviço prestado, o termo de colaboração
em vigor veda ao ente Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é
remunerada para a prestação dos serviços.
e) possível, eis que, ao Poder Executivo do ente Alfa, é facultada a cessão especial de servidor
para a OS, com ônus para a OS cessionária, em razão do termo de parceria em vigor.

005. (FGV/JE/TJ-AP/2022) O Estado Alfa celebrou com uma organização da sociedade civil
(OSC) uma espécie de parceria, mediante transferência voluntária de recursos para consecução
de plano de trabalho proposto pelo poder público estadual, em regime de mútua cooperação,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela Adminis-


tração Pública, consistentes na promoção e divulgação do “Programa à Vítima e Testemunha
Ameaçadas no Estado Alfa”, garantindo, na forma da lei, às vítimas e às testemunhas, ali-
mentação, saúde, moradia, educação e lazer, de maneira a promover a reinserção social dos
sujeitos em proteção em um novo território fora do local de risco.
De acordo com a Lei n. 13.019/2014, no caso em tela, o instrumento adequado utilizado foi o:
a) contrato de gestão, e o serviço firmado foi delegado à OSC, contratada mediante licitação;
b) termo de colaboração, e a OSC foi selecionada por meio de chamamento público;
c) termo de parceria, e a OSC foi selecionada mediante inexigibilidade de licitação;
d) termo de fomento, e a OSC foi selecionada mediante contratação direta;
e) acordo de cooperação, e deve haver prestação de contas sobre os recursos financeiros
transferidos ao Tribunal de Contas.

006. (FGV/AG TE/ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS/SEFAZ-BA/2022) Considere que o Muni-


cípio X, preocupado com o alto número de moradores em situação de rua na região, proponha
uma parceria com entidade religiosa, conceituada como Organização da Sociedade Civil (OSC),
um acordo de cooperação para prestar assistência àquelas pessoas. Além disso, como forma
de auxiliar o serviço, haveria a transferência de um grande montante de recursos financeiros
do município para a OSC executar suas atividades.
Acerca da situação apresentada, à luz da Lei n. 13.019/2014, que dispõe sobre as Organizações
da Sociedade Civil, assinale a afirmativa correta.
a) A situação atende plenamente ao previsto na legislação.
b) A situação apresenta conformidade quanto à escolha de entidade religiosa, bem como quanto
ao uso de acordo de cooperação, mas não poderia haver a transferência de recursos financeiros.
c) A situação apresenta conformidade quanto à escolha da instituição, mas o instrumento de
parceria deveria ser o termo de parceria, ainda que fosse possível a transferência de recursos
financeiros.
d) A situação apresenta conformidade quanto à escolha da instituição, mas o instrumento se
mostra inadequado, além do que, a transferência de recursos financeiros não é permitida para
Organizações da Sociedade Civil.
e) A situação apresenta irregularidade desde a escolha da instituição, visto que, em função
da laicidade do Estado, a entidade religiosa não pode ser considerada uma Organização da
Sociedade Civil, estando, portanto, impedida de celebrar parceria com o Município, bem como
receber recursos financeiros.

007. (FGV/CL/ASSESSORAMENTO EM ORÇAMENTOS/ORÇAMENTO E ANÁLISE ECONÔ-


MICA/SEN/2022) O Município Alfa firmou parceria com a Organização da Sociedade Civil
Beta, pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, para atuação na oferta de serviços
de proteção social especial para população em situação de vulnerabilidades e riscos sociais

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

oriundas de condições de dependência química relacionada ao álcool. Sabe-se que a citada


parceria foi estabelecida para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco
propostas pela administração pública, para consecução de planos de trabalho de sua inicia-
tiva, que envolveram a transferência de recursos financeiros.
Conforme dispõe a Lei n. 13.019/14, o instrumento jurídico por meio do qual foi formalizada
tal parceria é o(a):
a) termo de fomento.
b) contrato de gestão.
c) termo de colaboração.
d) parceria público-privada.
e) acordo de cooperação.

008. (FGV/ATCE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/TCE-AM/2021) O Estado Alfa firmou


contrato de gestão com a Organização Social (OS) Gama para o gerenciamento, operaciona-
lização e execução de ações e serviços de saúde no Hospital Estadual Beta.
No caso em tela, na busca do cumprimento dos objetivos comuns indicados pelas partes no
contrato de gestão, de acordo com as disposições legais aplicáveis:
a) à OS Gama se aplica o controle externo exercido pela Secretaria Estadual de Saúde, mediante
seu poder hierárquico, pois integra a Administração indireta;
b) ao Poder Executivo do Estado Alfa é facultada a cessão especial de servidor para a OS Gama,
com ônus para a origem;
c) a OS Gama não se submete diretamente à lei de improbidade administrativa, nem se sujeita
a controle financeiro e contábil pelo Tribunal de Contas, por ostentar personalidade jurídica de
direito privado;
d) o conselho de administração da OS Gama deve estar estruturado nos termos em que dispuser
o seu respectivo estatuto, permitindo o controle social e vedada a participação de representan-
tes do poder público;
e) a OS Gama deve possuir finalidade não lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de
metade de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades, facultada
a divisão de lucros da outra metade aos associados.

009. (FGV/TT/SEFIN-RO/2018) Determinada organização da sociedade civil, que jamais re-


cebera qualquer qualificação do Poder Público, celebrou um ajuste com o Estado Beta, sem
repasse de recursos financeiros, com o objetivo de aprimorar certa atividade de interesse
social há anos desenvolvida, paralelamente, por ambos.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei n. 13.019/14, esse ajuste é denominado
a) termo de fomento.
b) acordo de cooperação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

c) termo de colaboração.
d) convênio.
e) termo de gestão.

010. (FGV/CONT/SEFIN-RO/2018) O Estado Ômega, após o cumprimento dos trâmites


regulares, celebrou dois convênios com a entidade filantrópica Delta: o primeiro tinha por
objetivo estabelecer gestão compartilhada de algumas unidades de saúde; o segundo, por
sua vez, celebrado a partir de proposta de Delta, visava a estabelecer parceria na consecução
de finalidade de interesse público e recíproco, consistente no oferecimento de programas de
atletismo a adolescentes carentes. Em ambos os casos, foi previsto o repasse de recursos
pelo Estado Ômega.
À luz da sistemática constitucional e infraconstitucional, com especial ênfase para a Lei n.
13.019/14, sob o prisma da regularidade formal do instrumento jurídico utilizado, é correto
afirmar que:
a) somente o primeiro convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de
colaboração.
b) somente o segundo convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de fomento.
c) somente o primeiro convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o contrato
de gestão.
d) somente o segundo convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de parceria.
e) ambos os convênios são ilegais, pois os instrumentos deveriam ser, respectivamente, o termo
de parceria e o acordo de cooperação.

011. (FGV/AMCI/CONTROLADORIA/PREF. NITERÓI/2018) Com referência ao regime ju-


rídico de colaboração entre a Administração Pública e a sociedade civil organizada, leia o
trecho a seguir.
“Conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação jurídica estabele-
cida formalmente entre a Administração Pública e organizações da sociedade civil, em regime
de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco”.
O trecho corporifica:
a) um projeto.
b) uma política pública.
c) uma parceria.
d) um termo de fomento.
e) um termo de colaboração.

012. (FGV/ANA/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/MPE-AL/2018) O Secretário de


Estado decidiu celebrar parceria com organizações da sociedade civil, não qualificadas como
organizações sociais ou organizações da sociedade civil de interesse público, com o objetivo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

de realizar finalidades de interesse público e recíproco, sem repasse de recursos financeiros.


Para isso, solicitou à sua assessoria que informasse o instrumento a ser utilizado.
Considerando a sistemática estabelecida pela Lei n. 13.019/14, assinale a opção que indica o
instrumento indicado.
a) Acordo de cooperação.
b) Termo de colaboração.
c) Termo de fomento.
d) Contrato de gestão.
e) Termo de parceria.

013. (FGV/ANA/JURÍDICA/MPE-AL/2018) Com o objetivo de ampliar sua atuação na pres-


tação de determinado serviço público de contornos assistenciais, o Município Alfa realizou
chamamento público para selecionar as organizações da sociedade civil com as quais cele-
braria ajustes para esse fim. Acresça-se que nesses ajustes haveria previsão de transferência
de recursos públicos para tais organizações.
A partir da sistemática estabelecida na Lei n. 13.019/14, é correto afirmar que o referido ajuste,
a ser celebrado com os entes do terceiro setor, tem a natureza jurídica de:
a) acordo de cooperação.
b) termo de colaboração.
c) contrato de gestão.
d) termo de fomento.
e) convênio.

014. (FGV/AUD/TCM-RJ/2008) Pode-se afirmar que o contrato de gestão é:


a) uma concessão de serviços públicos ao setor privado.
b) um instrumento de controle de desempenho firmado entre órgãos da Administração Pública.
c) uma ferramenta moderna para desenho de processos organizacionais internos.
d) um processo de licitação para contratação de serviços junto ao setor privado.
e) a instauração de um plano de cargos e salários em uma organização da Administração Pública.

015. (FGV/PROC LEG/AL-MT/2013) Acerca das entidades paraestatais, com base no Direito
Administrativo brasileiro, analise as afirmativas a seguir.
I – A expressão abrange todos os entes da Administração Indireta, além das pessoas jurídicas
de direito privado autorizadas a realizar atividades de interesse coletivo ou público.
II – Os serviços sociais autônomos, por arrecadarem contribuições parafiscais, estão sujeitos
à jurisdição da Justiça Federal.
III – O Termo de Parceria é o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as
entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado
à formação de vínculo de cooperação entre as partes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 53 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Assinale:
a) se somente a afirmativa II estiver correta.
b) se somente a afirmativa III estiver correta.
c) se as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se as afirmativas II e III estiverem corretas.

016. (FGV/ACE/TCE-BA/2013) Sobre as pessoas jurídicas integrantes do Terceiro Setor,


assinale a afirmativa correta.
a) As Organizações Sociais (OSs) não podem ser qualificadas como Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público (OSCIPs).
b) As organizações não governamentais (ONG’S) não se submetem a órgão ou órgãos de con-
trole na responsabilidade fiscal, dado o seu caráter de entidade de direito privado.
c) As organizações sociais, também chamadas de OS, são criadas para execução de serviços
públicos exclusivos do Estado.
d) As instituições religiosas poderão ser qualificadas como organizações da sociedade civil de
interesse público (OSCIPs).
e) Os contratos de gestão entre a Administração Pública e as Organizações Sociais não ca-
racterizam convênio administrativo, não se sujeitando à fiscalização e controle por parte do
Tribunal de Contas.

017. (FGV/ACI/FINANÇAS PÚBLICAS/PREF. RECIFE/2014) As opções a seguir apresentam


exemplos de Entidade Paraestatal, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
b) Organizações Sociais
c) Serviço Social da Indústria
d) Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
e) Agência Nacional de Saúde Suplementar

018. (FGV/OAB UNI NAC/XIV EXAME/OAB/2014) Numerosos professores, em recente reunião


da categoria, queixaram-se da falta de interesse dos alunos pela cultura nacional. O Sindicato
dos Professores de Colégios Particulares do Município X apresentou, então, um plano para
ampliar o acesso à cultura dos alunos com idade entre 10 e 18 anos, obter a qualificação de
“Organização da Sociedade Civil de Interesse Público” (OSCIP) e celebrar um termo de parceria
com a União, a fim de unir esforços no sentido de promover a cultura nacional.
Considerando a proposta apresentada e a disciplina existente sobre o tema, assinale a afirma-
tiva correta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 54 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) O sindicato não pode se qualificar como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público,
uma vez que tal qualificação, de origem doutrinária, não tem amparo legal.
b) O sindicato não pode se qualificar como OSCIP, em virtude de vedação expressa da lei federal
sobre o tema.
c) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, uma vez que é uma entidade sem fins lucrativos
e o objetivo pretendido é a promoção da cultura nacional.
d) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, mas deve celebrar um contrato de gestão e não
um termo de parceria com o poder público.

019. (FGV/OAB UNI NAC/XI EXAME/OAB/2013) Determinada entidade de formação pro-


fissional, integrante dos chamados Serviços Sociais Autônomos (também conhecidos como
“Sistema S”), foi, recentemente, questionada sobre a realização de uma compra sem prévia
licitação. Assinale a alternativa que indica a razão do questionamento.
a) Tais entidades, vinculadas aos chamados serviços sociais autônomos, integram a Adminis-
tração Pública.
b) Tais entidades, apesar de não integrarem a Administração Pública, são dotadas de persona-
lidade jurídica de direito público.
c) Tais entidades desempenham, por concessão, serviço público de interesse coletivo.
d) Tais entidades são custeadas, em parte, com contribuições compulsórias cobradas sobre a
folha de salários.

020. (FGV/OAB UNI NAC/IV EXAME/OAB/2011) A qualificação como Organizações da So-


ciedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, cujos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos previstos na
respectiva lei é ato:
a) vinculado ao cumprimento dos requisitos estabelecidos em lei.
b) complexo, uma vez que somente se aperfeiçoa com a instituição do Termo de Parceria.
c) discricionário, uma vez que depende de avaliação administrativa quanto à sua conveniência
e oportunidade.
d) composto, subordinando-se à homologação da Chefia do Poder Executivo.

021. (FGV/AFTRM/PREF. DE CUIABÁ/2014) Acerca da qualificação, pela União, de uma


pessoa jurídica de direito privado como organização da sociedade civil de interesse público
e dos efeitos daí decorrentes, assinale a afirmativa incorreta.
a) A qualificação como organização da sociedade civil de interesse público é ato vinculado, que
somente será indeferido quando não atendidos os pressupostos legais.
b) A entidade qualificada como organização da sociedade civil de interesse público pode cele-
brar termo de parceria com o poder público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

c) Somente pode se qualificar como organização da sociedade civil de interesse público uma
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos.
d) A pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos interessada em obter a qualificação
deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça.
e) Uma cooperativa de trabalhadores rurais pode se qualificar como organização da sociedade
civil de interesse público.

022. (FGV/OAB UNI NAC/XV EXAME/OAB/2014) A ONG “Festivus”, uma associação de


caráter assistencial, qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
(OSCIP), celebrou Termo de Parceria com a União e dela recebeu R$ 150.000,00 (cento e cin-
quenta mil reais) para execução de atividades de interesse público. Uma revista de circulação
nacional, entretanto, divulgou denúncias de desvio de recursos e de utilização da associação
como forma de fraude.
Com base na hipótese apresentada, considerando a disciplina constitucional e legal, assinale
a afirmativa correta.
a) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual irregularidade, uma
vez que se trata de pessoa jurídica de direito privado, não integrante da Administração Pública.
b) O Tribunal de Contas da União tem competência para apurar eventual irregularidade praticada
pela OSCIP, por se tratar de pessoa jurídica integrante da administração indireta federal.
c) O Tribunal de Contas da União tem competência para apurar eventual irregularidade praticada
pela OSCIP, por se tratar de recursos públicos federais.
d) O controle exercido sobre a utilização dos recursos repassados à OSCIP é realizado apenas
pela própria Administração e pelo Ministério Público Federal.

023. (FGV/ADM/PREF. DE FLORIANÓPOLIS/2014) O título de OSCIP foi criado no ano de


1999, com o objetivo de instituir um novo modelo de reconhecimento de organizações da
sociedade civil. Dentre as características de uma OSCIP, pode-se destacar que:
a) possuem certificado expedido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
b) podem distribuir seus excedentes operacionais, desde que entre seus empregados e associados;
c) tem a possibilidade de formar vínculos com o poder público;
d) tem a possibilidade de receber verbas públicas mediante o estabelecimento de um contrato
de gestão;
e) podem destinar no máximo 10% de seu patrimônio a seus sócios e conselheiros.

024. (FGV/ADM/PREF. DE FLORIANÓPOLIS/2014) A semelhança entre Organizações Sociais


(OS) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) está pautada no fato
de se referirem a entidades privadas que, uma vez preenchidos os requisitos legais, recebem
uma qualificação pelo poder público. Dentre as suas diferenças, é possível afirmar que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) uma OS pode ter fins lucrativos.


b) uma OSCIP pode remunerar seus dirigentes e distribuir seus excedentes operacionais entre
seus colaboradores.
c) uma OSCIP está impossibilitada de receber bens apreendidos, abandonados ou disponíveis,
administrados pela Secretaria da Receita Federal.
d) uma OSCIP tem seu certificado emitido pelo Ministério da Ação Social.
e) uma OS pode assumir serviços públicos desempenhados pelos órgãos da administração pública.

025. (FGV/ANAL JUD/ESPECIALIZADA/ADMINISTRADOR DE EMPRESAS/TJ-GO/2014) A


Lei n. 9.790, de 23-3-99, estabelece a promoção da assistência social, a experimentação sem
fins lucrativos de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alternativos de produção,
comércio, emprego e crédito, e a promoção da segurança alimentar e nutricional, como alguns
dos objetivos ou finalidades:
a) da Política Nacional de Cooperativismo.
b) das Autarquias.
c) das Organizações das Sociedades Civis de Interesses Públicos (OSCIPs).
d) da Fundação Pública.
e) das Sociedades de Economia Mista.

026. (FGV/ADP/ANALISTA EM ADMINISTRAÇÃO/DPE-RO/2015) O gestor de uma organi-


zação que atua na área de educação busca a qualificação como Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público (OSCIP). Para tal, a organização terá que cumprir o requisito de:
a) distribuir excedentes operacionais entre conselheiros, diretores e associados.
b) constituir conselho fiscal que emita parecer sobre relatórios de desempenho.
c) ter sido criada por órgão público ou por fundações públicas.
d) ser escola privada dedicada ao ensino formal não gratuito.
e) destinar seus serviços a um círculo de associados.

027. (FGV/AL/ADMINISTRAÇÃO/CM CARUARU/2015) A sociedade brasileira vem sofren-


do transformações importantes no que se refere à forma como o Estado presta serviços à
população. O modelo de produção em algumas de suas instituições, outrora exclusivamente
público, passa a ser oferecido por entidades privadas em nome do Estado.
Nesse sentido, as organizações sociais – OS – foram chamadas a exercer suas atividades nos
setores listados a seguir, à exceção de um. Assinale-o.
a) Ensino e Pesquisa.
b) Saúde Pública.
c) Preservação do Meio Ambiente.
d) Segurança Pública.
e) Museus.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

028. (FGV/AL/ADMINISTRAÇÃO/CM CARUARU/2015) Com referência às Organizações


Sociais – OS e às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, analise as
afirmativas a seguir.
I – As OSCIP são qualificadas por meio de certificação emitida pelo Ministério da Justiça.
II – O instrumento de vinculação jurídica de ambas com o poder público é o contrato de gestão.
III – Ambas são organizações criadas com o propósito de substituir o Estado em algumas de
suas atividades.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

029. (FGV/AG FISC/ADMINISTRAÇÃO/TCM-SP/2015) Tanto as Organizações Sociais como


as Organizações das Sociedades Civis de Interesse Público são entidades privadas, sem fins
lucrativos, que recebem tal qualificação pelo Poder Público, uma vez preenchidos os requi-
sitos legais. Conhecendo as peculiaridades que distinguem as Organizações Sociais (OSs)
das Organizações das Sociedades Civis de Interesse Público (OSCIPs), é correto afirmar que:
a) as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e das OSCIPs são definidas
por meio de contrato de gestão, enquanto que o vínculo das OSs com a Administração Pública
é estabelecido por meio de termo de parceria.
b) as OSs recebem ou podem receber delegação para a gestão de serviço público, enquanto
as OSCIPs exercem atividade de natureza privada (serviços sociais não exclusivos do Estado),
com a ajuda do Estado;
c) ao contrário do que ocorre com as OSs, são passíveis de qualificação como OSCIPs as coope-
rativas, os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
d) as OSs já são fundadas com a qualificação jurídica de organização social em seu estatuto
social, enquanto que as OSCIPs somente recebem tal título por força de lei específica, após
comprovarem os requisitos legais;
e) às OSs não poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao
cumprimento do contrato de gestão, enquanto que as OSCIPs poderão receber tal aporte por
atuarem visando ao interesse público.

030. (FGV/FISC TRIB/PREF. DE NITERÓI/2015) As pessoas qualificadas como organizações


sociais (OSs) devem ostentar alguns fundamentos ou características principais, conforme
exigido pela Lei n. 9.637/98, por exemplo:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) ter personalidade jurídica de direito público e possuir em seu estatuto objeto social relacio-
nado com as atividades que desempenhará após o contrato de gestão.
b) estar habilitada estatutariamente para prestar serviços públicos essenciais compatíveis com
o termo de parceria e possuir fins lucrativos.
c) destinar-se ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.
d) possuir autonomia em seu órgão colegiado de deliberação superior, vedada a participação
de representantes do Poder Público e de membros da comunidade.
e) ser obrigatória a distribuição de bens e de parcela do patrimônio líquido advinda do lucro
anual, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado.

031. (FGV/AJ/APOIO ESPECIALIZADO/ADMINISTRAÇÃO/TJ-BA/2015) A Lei n. 9.790/1999


surgiu para disciplinar as entidades que denominou de OSCIP, instituindo-se um novo regime
de parceria entre o Poder Público e a iniciativa privada. Essa Lei foi elaborada com o princi-
pal objetivo de fortalecer o Terceiro Setor, que constitui hoje uma orientação estratégica em
virtude da sua capacidade de:
a) definir as cláusulas necessárias do protocolo de intenções, como a denominação, a finalidade,
o prazo de duração, a sede, a identificação dos entes da Federação consorciados etc.
b) melhorar a distribuição dos bens ou serviços, através da descentralização territorial, além de
garantir qualidade uniforme de um produto ou serviço, com marca e método já experimentados
e aprovados.
c) qualificar as organizações voltadas para um círculo restrito de sócios ou que estão ou deve-
riam estar voltadas a outras legislações, como as instituições religiosas ou aquelas voltadas
para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais.
d) gerar projetos, assumir responsabilidades, empreender iniciativas e mobilizar pessoas e
recursos necessários ao desenvolvimento social do país.
e) formalizar a parceria entre entidade privada e Poder Público através de contrato de gestão,
além de exigir a participação de agentes do Poder Público na estrutura da entidade.

032. (FGV/AFTRM/PREF. DE CUIABÁ/2016) Sobre as normas gerais acerca da prestação de


serviços públicos por Organizações Sociais – OSs, assinale a afirmativa correta.
a) A qualificação de pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos em Organização
Social depende de lei específica de iniciativa do chefe do Poder Executivo.
b) A Organização Social formada será integrante da Administração Indireta do ente federado
que a criou, estando submetida aos princípios da hierarquia e do controle.
c) Não obstante a qualificação como Organização Social, a entidade de direito privado qualifi-
cada está submetida à prévia licitação para a prestação do serviço delegado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

d) A qualificação da entidade privada como Organização Social depende de licitação na moda-


lidade de concorrência, salvo se por inviabilidade de competição a mesma for inexigível.
e) As entidades qualificadas como Organização Social não integram a estrutura da Administra-
ção Pública e não possuem fins lucrativos, mas se submetem ao controle financeiro do Poder
Público, inclusive do Tribunal de Contas.

033. (FGV/OAB UNI NAC/XXII EXAME/OAB/2017) A Associação Delta se dedica à promoção


do voluntariado e foi qualificada como Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos
– OSCIP, após o que formalizou termo de parceria com a União, por meio do qual recebeu
recursos que aplicou integralmente na realização de suas atividades, inclusive na aquisição
de um imóvel, que passou a ser a sede da entidade.
Com base nessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
a) A Associação não poderia ter sido qualificada como OSCIP, considerando que o seu objeto
é a promoção do voluntariado.
b) A qualificação como OSCIP é ato discricionário da Administração Pública, que poderia inde-
feri-lo, mesmo que preenchidos os requisitos legais.
c) A qualificação como OSCIP não autoriza o recebimento de recursos financeiros por meio de
termo de parceria, mas somente mediante contrato de gestão.
d) A Associação não tem liberdade para alienar livremente os bens adquiridos com recursos
públicos provenientes de termo de parceria.

034. (FGV/ANA/PLANEJAMENTO E GESTÃO/IBGE/2016) O Plano Diretor da Reforma do


Aparelho de Estado introduziu no Brasil, em meados da década de 90, a estratégia de flexibili-
zação denominada publicização. Esta foi definida como sendo o processo de descentralização
para o setor público não-estatal da execução de serviços como educação, saúde, cultura e
pesquisa científica.
A estratégia de publicização introduziu na administração pública brasileira, por meio da Lei n.º
9.637/98, a contratação de:
a) Autarquia.
b) Consórcio Público.
c) Empresa de Propósito Específico.
d) Organização Social.
e) Parceria Público-Privada.

035. (FGV/EPP/PREF. DE SALVADOR/2019) Até recentemente, havia o entendimento dos


especialistas de que a sociedade poderia ser classificada em dois setores, o primeiro sendo
o Poder Público e o segundo o Mercado.
Com o crescente número de demandas sociais não atendidas pelo Estado, um terceiro setor
começa se consolidar e ganhar importância no atendimento das demandas da sociedade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Assinale a opção que indica uma organização do terceiro setor.


a) Agência Executiva.
b) Sociedade Anônima.
c) Fundação Autárquica.
d) Associação Pública.
e) Entidade de Apoio.

036. (FGV/FISM/PREF. DE SALVADOR/2019) No terceiro setor da economia estão presen-


tes as entidades privadas, chamadas pela doutrina de paraestatais, que atuam ao lado da
Administração Pública, sem finalidade lucrativa e executam atividades de interesse social.
Dentre elas, destacam-se as qualificadas como Organizações Sociais (OSs) que, como disposto
na Lei n. 9.637/1998:
a) possuem autonomia em seu órgão colegiado de deliberação superior, vedada a participação
de representantes do Poder Público e de membros da comunidade.
b) prestam serviços públicos não exclusivos do Estado, como ensino, pesquisa científica, de-
senvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
c) dependem de prévia lei específica para serem criadas e promovem obrigatoriamente a dis-
tribuição de bens e de parcela do patrimônio líquido a seus acionistas.
d) integram a Administração Indireta e possuem em seu estatuto objeto social relacionado com
as atividades que desempenharão após a celebração do convênio.
e) têm personalidade jurídica de direito público e estão habilitadas, estatutariamente, a prestar
serviços públicos essenciais compatíveis com o termo de parceria.

037. (FGV/CONT/SEFIN-RO/2018) A partir da reforma administrativa e da ideia de um es-


tado mínimo, em que a atuação do poder público está restrita às áreas onde sua presença
é indispensável, foram criadas entidades e regulamentaram-se institutos com o propósito
de possibilitar e incentivar a prestação de serviços de interesse da coletividade por pessoas
privadas não integrantes da Administração Pública.
Com relação às entidades sem fins lucrativos, chamadas organizações sociais, analise as afir-
mativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
I – Organização Social é um tipo de autarquia.
II – O título de Organização Social é conferido de maneira irreversível.
III – Organização Social é uma pessoa jurídica de direito privado integrante da Administra-
ção Pública.
Observada a ordem apresentada, as afirmativas são, respectivamente,
a) V – F – F.
b) F – F – F.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

c) F – V – F.
d) F – F – V.
e) F – V – V.

038. (FGV/AMCI (CGM NITERÓI)/AUDITORIA GOVERNAMENTAL/PREF. DE NITERÓI/2018)


No Município de Córrego Seco, a associação Meu Bem Querer, sem fins lucrativos e que oferece
educação básica e cursos profissionalizantes para menores em situação de vulnerabilidade,
pleiteou qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) Ainda que a associação preencha os requisitos previstos em lei, a outorga da qualificação é
ato discricionário do Poder Executivo.
b) Caso obtenha a qualificação pleiteada, a associação poderá firmar termo de parceria com o
Município de Córrego Seco.
c) Qualquer instrumento de parceria só poderá ser firmado entre a associação qualificada como
OSCIP e o Poder Público que lhe outorgou a qualificação.
d) Um dos requisitos necessários à obtenção da qualificação é a exigência de estar constituída
e em funcionamento regular há pelo menos um ano.
e) Caso preencha os requisitos previstos em lei, a associação qualificada como OSCIP pode
celebrar contrato de gestão para exercício das atividades descritas em seu estatuto.

039. (FGV/ANA/ADMINISTRATIVO/TJ-SC/2018) As organizações sociais (OS) são entidades


de direito privado que tiveram origem na estratégia de publicização de parte de atividades
exercidas pelo Estado.
Em relação às OS é correto afirmar que:
a) fazem parte da estrutura da administração indireta.
b) podem exercer qualquer tipo de atividade de interesse público.
c) são vinculadas à Administração Pública por meio do contrato de gestão.
d) podem adquirir qualificação de agência executiva por decreto presidencial.
e) devem se enquadrar no modelo societário de sociedade de economia mista.

040. (FGV/ANA/GESTÃO PÚBLICA/MPE-AL/2018) A denominação Terceiro Setor está rela-


cionada com o conjunto de organizações
a) de qualquer natureza, que têm, em sua missão, os valores de cooperação e de solidariedade.
b) internacionais, que atuam no setor terciário da economia.
c) empresariais, que atuam principalmente na prestação de serviços.
d) públicas ou privadas, que produzem bens públicos.
e) privadas sem fins lucrativos, que prestam serviços de caráter público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

041. (FGV/ANA/ADMINISTRATIVA/MPE-RJ/2019) O Município Alfa decidiu estimular a


participação de organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que não contasse com
qualquer qualificação obtida com base em legislação específica, em projetos de interesse
público e recíproco. Para tanto, lançou chamamento público para que os interessados apre-
sentassem os seus projetos, sendo celebrado ajuste com a organização vencedora, que seria
contemplada com a transferência de recursos financeiros.
À luz da sistemática vigente, o referido ajuste terá a forma de:
a) termo de parceria.
b) contrato de gestão.
c) termo de interação.
d) termo de colaboração.
e) acordo de cooperação.

042. (FGV/ANA/PROCESSUAL/MPE-RJ/2019) Considerando a relevância das atividades


desenvolvidas em benefício da educação, por determinada associação da sociedade civil sem
fins lucrativos, que não remunerava seus dirigentes e que empregava no seu objeto social
todos os recursos que obtinha, o Município Alfa decidiu celebrar ajuste com essa associação,
sem a transferência de recursos financeiros, para que pudessem desenvolver determinado
projeto em conjunto.
Considerando que a referida associação não possuía qualquer qualificação fornecida pela le-
gislação específica, o ajuste a ser celebrado é o:
a) convênio.
b) termo de fomento.
c) contrato de gestão.
d) termo de colaboração.
e) acordo de cooperação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

GABARITO
1. a 37. b
2. c 38. b
3. b 39. c
4. b 40. e
5. b 41. d
6. b 42. e
7. c
8. b
9. b
10. b
11. c
12. a
13. b
14. b
15. b
16. a
17. e
18. b
19. d
20. a
21. e
22. c
23. c
24. e
25. c
26. b
27. d
28. a
29. b
30. c
31. d
32. e
33. d
34. d
35. e
36. b

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 64 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

GABARITO COMENTADO

001. (FGV/AGC/RECURSOS HUMANOS/EPE/2022) A reforma administrativa ocorrida no Bra-


sil na década de 1990, pautou-se na ideia de modernizar e aumentar a eficiência do aparelho
do Estado e teve, como algumas de suas medidas principais, a descentralização da estrutura
interna da Administração Pública e o fortalecimento da capacidade regulatória.
No que tange às entidades paraestatais, assinale a afirmativa correta.
a) A absorção de atividades não exclusivas do Estado por Organizações Sociais foi promovida
por meio do processo de publicização.
b) As Organizações da Sociedade Civil foram instituídas para assessorar os ministérios na
coordenação de políticas públicas por meio de contrato de gestão.
c) O instrumento termo de parceria foi criado para estabelecer acordos de empreendimento
governamental entre os entes políticos e as unidades do sistema S.
d) As atividades estatais com fins lucrativos consideradas não essenciais foram delegadas, por
privatização, às entidades de apoio.
e) A concessão da execução de serviços públicos foi repassada por convênios às organizações
da sociedade civil de interesse público, a exemplos de agências executivas.

a) Certa. Quando a celebração do contrato de gestão ocorre com as organizações sociais, o


objetivo da Administração Direta é disciplinar a forma como ocorrerá a parceria entre o Poder
Público e entidades que não fazem parte da administração.
Com a celebração, ocorre a publicização dos serviços estatais não exclusivos, ou seja, a presta-
ção de serviços que não são de competência exclusiva do Estado pode passar a ser executada
pelas organizações sociais.
Sendo assim, é correto afirmar que a absorção de atividades não exclusivas do Estado por
Organizações Sociais foi promovida por meio do processo de publicização.
b) Errada. São as organizações sociais que formalizam contato de gestão com o Poder Público.
Em relação às OSCIPs, o vínculo é efetivado por meio de termo de parceria.
c) Errada. O termo de parceria é utilizado nos vínculos estabelecidos com as OSCIPs, e não com
as entidades do denominado “Sistema S”.
d) Errada. As atividades estatais com fins lucrativos devem ser desempenhadas pelas empresas
estatais, e não pelas entidades de apoio.
e) Errada. A execução de serviços públicos para as organizações da sociedade civil de interesse
público ocorre por meio de termo de parceria.
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 65 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

002. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) A Associação Gama é uma instituição religiosa que
se dedica à promoção da assistência social e almeja obter recursos financeiros junto ao go-
verno federal a fim de fomentar suas atividades. Para tanto, seus representantes acreditam
que a melhor alternativa é a qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público – OSCIP, razão pela qual procuram você, como advogado(a), a fim de esclarecer as
peculiaridades relacionadas à legislação de regência (Lei n. 9.790/1999).
Acerca da situação hipotética apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A qualificação da Associação Gama como OSCIP é ato discricionário, que deve ser pleiteado
junto ao Ministério da Justiça.
b) Após a sua qualificação como OSCIP, a Associação Gama deverá formalizar contrato de
gestão com a Administração Pública para a transferência de recursos financeiros.
c) A Associação Gama não poderá ser qualificada como OSCIP, pois as instituições religiosas
não são passíveis de tal qualificação.
d) O estatuto social da Associação Gama precisa vedar a participação de servidores públicos
na composição de conselho ou diretoria, a fim de que ela possa ser qualificada como OSCIP.

a) Errada. O termo de parceria é um ato vinculado do Ministério da Justiça.


b) Errada. O contrato de gestão é celebrado com as organizações sociais. Nas OSCIPs, o vínculo
é efetivado por meio de termo de parceria.
c) Certa. Assim como afirmado, as instituições religiosas estão dentre aquelas que não podem
ser qualificadas como OSCIPs.

Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;

d) Errada. O Parágrafo Único do artigo 4º da Lei n. 9.790/1999/1999 estabelece que “É permitida


a participação de servidores públicos na composição de conselho ou diretoria de Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público”.
Letra c.

003. (FGV/ACE/ADMINISTRAÇÃO/TCE-TO/2022) A fundação de direito privado Beta pre-


tendia solicitar ao órgão competente do Estado Alfa a sua qualificação como organização
social, mas tinha dúvidas em relação aos requisitos a serem preenchidos e às consequências
dessa qualificação.
Ao consultar o seu advogado, foi corretamente informado a Beta que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 66 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) não é possível a obtenção da qualificação almejada, que somente pode ser deferida para as
associações;
b) a qualificação está condicionada à participação, no Conselho de Administração, entre outros
membros, de representantes do poder público;
c) a qualificação está condicionada à distribuição de lucros, aos membros do Conselho Curador,
na proporção máxima de 5% do proveito patrimonial obtido;
d) a qualificação independe de qualquer ato formal, bastando que Beta seja estruturada da
forma prevista em lei, o que lhe permitirá celebrar contratos de gestão;
e) a qualificação é obtida a partir da celebração de contrato de gestão, ocasião em que Beta
assumirá o compromisso de praticar os atos ajustados com o poder público.

a) Errada. A fundação de direito privado, desde que atenda aos requisitos legais, pode qualifi-
car-se como organização social, nos termos do artigo 1º da Lei n. 9.637/1998.

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

b) Certa. Um dos requisitos que devem ser observados para a qualificação como organização
social é a participação, no Conselho de Administração, dentre outros membros, de represen-
tantes do Poder Público.

Art. 3º O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivo
estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes
critérios básicos:
I – ser composto por:
a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder Público, de-
finidos pelo estatuto da entidade;

c) Errada. A qualificação ocorre em relação a entidades sem fins lucrativos. Logo, não há que
se falar em distribuição de lucros.
d) Errada. Diferente do que afirmado, a qualificação depende de aprovação do Ministro de Estado
da respectiva área de atuação.

Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior ha-
bilitem-se à qualificação como organização social:
II – haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização
social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente
ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 67 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

e) Errada. A qualificação como organização social ocorre com a aprovação, quanto à conve-
niência e oportunidade, por parte do Ministro de Estado. Após, é celebrado o contrato de gestão
com a organização social.
Letra b.

004. (FGV/ADV/SEN/2022) Determinada pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrati-
vos e qualificada como Organização Social (OS), observadas as formalidades legais, celebrou
regularmente instrumento jurídico próprio com o ente federativo Alfa, que tem por objeto o
gerenciamento, a operacionalização e a execução de ações e serviços de saúde na Unidade
Hospitalar Beta.
No segundo mês à frente do hospital público Beta, a OS verificou que, para melhor exercer suas
obrigações e de maneira a viabilizar a prestação com mais eficiência do serviço de saúde, seria
importante a cessão de servidores públicos do ente Alfa para a OS.
O órgão da advocacia pública do ente Alfa, levando em consideração as normas de regência,
emitiu parecer no sentido de que a cessão de servidores pretendida é:
a) vedada pela lei, pois, em razão de sua natureza, o termo de fomento em vigor veda ao ente
Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é remunerada para a
prestação dos serviços.
b) possível, eis que, ao Poder Executivo do ente Alfa, é facultada a cessão especial de servidor
para a OS, com ônus para o ente de origem, em razão do contrato de gestão em vigor.
c) vedada pela lei, pois, em razão de sua natureza, o contrato de gestão em vigor veda ao ente
Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é remunerada para a
prestação dos serviços.
d) vedada pela lei, pois, em razão da natureza do serviço prestado, o termo de colaboração
em vigor veda ao ente Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é
remunerada para a prestação dos serviços.
e) possível, eis que, ao Poder Executivo do ente Alfa, é facultada a cessão especial de servidor
para a OS, com ônus para a OS cessionária, em razão do termo de parceria em vigor.

Estabelece o artigo 14 da Lei n. 9.637/1998 que:

É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as organizações sociais, com
ônus para a origem.

Consequentemente, deve ser emitido parecer no sentido de que a cessão de servidores pre-
tendida é possível, eis que, ao Poder Executivo do ente Alfa, é facultada a cessão especial de
servidor para a OS, com ônus para o ente de origem, em razão do contrato de gestão em vigor.
Letra b.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 68 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

005. (FGV/JE/TJ-AP/2022) O Estado Alfa celebrou com uma organização da sociedade civil
(OSC) uma espécie de parceria, mediante transferência voluntária de recursos para consecução
de plano de trabalho proposto pelo poder público estadual, em regime de mútua cooperação,
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela Adminis-
tração Pública, consistentes na promoção e divulgação do “Programa à Vítima e Testemunha
Ameaçadas no Estado Alfa”, garantindo, na forma da lei, às vítimas e às testemunhas, ali-
mentação, saúde, moradia, educação e lazer, de maneira a promover a reinserção social dos
sujeitos em proteção em um novo território fora do local de risco.
De acordo com a Lei n. 13.019/2014, no caso em tela, o instrumento adequado utilizado foi o:
a) contrato de gestão, e o serviço firmado foi delegado à OSC, contratada mediante licitação;
b) termo de colaboração, e a OSC foi selecionada por meio de chamamento público;
c) termo de parceria, e a OSC foi selecionada mediante inexigibilidade de licitação;
d) termo de fomento, e a OSC foi selecionada mediante contratação direta;
e) acordo de cooperação, e deve haver prestação de contas sobre os recursos financeiros
transferidos ao Tribunal de Contas.

Na situação narrada, o instrumento utilizado foi o termo de colaboração, tendo em vista que a
proposta de celebração partiu de iniciativa da Administração Pública. De igual forma, a organi-
zação da sociedade civil foi selecionada por meio do processo de chamamento público.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VII – termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabe-
lecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a
transferência de recursos financeiros;
XII – chamamento público: procedimento destinado a selecionar organização da sociedade civil para
firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância
dos princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da pu-
blicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos;

Letra b.

006. (FGV/AG TE/ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS/SEFAZ-BA/2022) Considere que o Muni-


cípio X, preocupado com o alto número de moradores em situação de rua na região, proponha
uma parceria com entidade religiosa, conceituada como Organização da Sociedade Civil (OSC),
um acordo de cooperação para prestar assistência àquelas pessoas. Além disso, como forma
de auxiliar o serviço, haveria a transferência de um grande montante de recursos financeiros
do município para a OSC executar suas atividades.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 69 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Acerca da situação apresentada, à luz da Lei n. 13.019/2014, que dispõe sobre as Organizações
da Sociedade Civil, assinale a afirmativa correta.
a) A situação atende plenamente ao previsto na legislação.
b) A situação apresenta conformidade quanto à escolha de entidade religiosa, bem como quanto
ao uso de acordo de cooperação, mas não poderia haver a transferência de recursos financeiros.
c) A situação apresenta conformidade quanto à escolha da instituição, mas o instrumento de
parceria deveria ser o termo de parceria, ainda que fosse possível a transferência de recursos
financeiros.
d) A situação apresenta conformidade quanto à escolha da instituição, mas o instrumento se
mostra inadequado, além do que, a transferência de recursos financeiros não é permitida para
Organizações da Sociedade Civil.
e) A situação apresenta irregularidade desde a escolha da instituição, visto que, em função
da laicidade do Estado, a entidade religiosa não pode ser considerada uma Organização da
Sociedade Civil, estando, portanto, impedida de celebrar parceria com o Município, bem como
receber recursos financeiros.

Inicialmente, precisamos saber que as organizações religiosas podem, desde que atendam aos
requisitos legais, celebrar parcerias com a Administração Pública.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e
de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos;

Outro ponto é que o acordo de cooperação mencionado pela questão é um dos instrumentos
que podem ser utilizados no momento da celebração das parcerias.

Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e organi-
zações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento
ou em acordos de cooperação.

Contudo, o acordo de cooperação é o instrumento utilizado quando a parceria entre a entidade


e a Administração Pública não envolva a transferência de recursos financeiros.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VIII – A – acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias es-
tabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros;

Com base nestas informações, bem como no enunciado da questão, é possível inferir que a
situação apresenta conformidade quanto à escolha de entidade religiosa, bem como quanto

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 70 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

ao uso de acordo de cooperação. No entanto, a parceria não poderia envolver a transferência


de recursos financeiros.
Letra b.

007. (FGV/CL/ASSESSORAMENTO EM ORÇAMENTOS/ORÇAMENTO E ANÁLISE ECONÔ-


MICA/SEN/2022) O Município Alfa firmou parceria com a Organização da Sociedade Civil
Beta, pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, para atuação na oferta de serviços
de proteção social especial para população em situação de vulnerabilidades e riscos sociais
oriundas de condições de dependência química relacionada ao álcool. Sabe-se que a citada
parceria foi estabelecida para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco
propostas pela administração pública, para consecução de planos de trabalho de sua inicia-
tiva, que envolveram a transferência de recursos financeiros.
Conforme dispõe a Lei n. 13.019/14, o instrumento jurídico por meio do qual foi formalizada
tal parceria é o(a):
a) termo de fomento.
b) contrato de gestão.
c) termo de colaboração.
d) parceria público-privada.
e) acordo de cooperação.

No caso apresentado, estamos diante de uma parceria estabelecida para a consecução de


finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública, tendo por
finalidade a consecução de planos de trabalho de sua iniciativa, que envolveram a transferência
de recursos financeiros.
Sendo assim, o instrumento que deve ser utilizado é o termo de colaboração, nos termos da Lei
n. 13.019/2014, de seguinte teor:

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VII – termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabe-
lecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a
transferência de recursos financeiros;

Letra c.

008. (FGV/ATCE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/TCE-AM/2021) O Estado Alfa firmou


contrato de gestão com a Organização Social (OS) Gama para o gerenciamento, operaciona-
lização e execução de ações e serviços de saúde no Hospital Estadual Beta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 71 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

No caso em tela, na busca do cumprimento dos objetivos comuns indicados pelas partes no
contrato de gestão, de acordo com as disposições legais aplicáveis:
a) à OS Gama se aplica o controle externo exercido pela Secretaria Estadual de Saúde, mediante
seu poder hierárquico, pois integra a Administração indireta;
b) ao Poder Executivo do Estado Alfa é facultada a cessão especial de servidor para a OS Gama,
com ônus para a origem;
c) a OS Gama não se submete diretamente à lei de improbidade administrativa, nem se sujeita
a controle financeiro e contábil pelo Tribunal de Contas, por ostentar personalidade jurídica de
direito privado;
d) o conselho de administração da OS Gama deve estar estruturado nos termos em que dispuser
o seu respectivo estatuto, permitindo o controle social e vedada a participação de representan-
tes do poder público;
e) a OS Gama deve possuir finalidade não lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de
metade de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades, facultada
a divisão de lucros da outra metade aos associados.

a) Errada. A Organização Social não integra a Administração Indireta, diferente do que afirmado.
Além disso, o controle destas entidades será realizado pelos respectivos Tribunais de Contas,
uma vez que tais organizações movimentam recursos públicos.
b) Certa. A questão está de acordo com as disposições do artigo 14 da Lei n. 9.637/1998, que
estabelece que:

É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as organizações sociais, com
ônus para a origem.

c) Errada. A OS se sujeita, ao contrário do que afirmado, a controle financeiro e contábil pelo


Tribunal de Contas. Além disso, há possibilidade de responsabilização pela eventual prática de
atos de improbidade administrativa.
d) Errada. O conselho de administração das organizações sociais será composto, dentre outros
membros, por 20 a 40% de membros natos representantes do Poder Público.

Art. 3º O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivo
estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes
critérios básicos:
I – ser composto por:
a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder Público, de-
finidos pelo estatuto da entidade;

e) Errada. Todo o excedente financeiro da organização social (e não apenas a metade) deve ser
investido no desenvolvimento das suas próprias atividades.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 72 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior ha-
bilitem-se à qualificação como organização social:
I – comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
b) finalidade não lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros
no desenvolvimento das próprias atividades;

Letra b.

009. (FGV/TT/SEFIN-RO/2018) Determinada organização da sociedade civil, que jamais re-


cebera qualquer qualificação do Poder Público, celebrou um ajuste com o Estado Beta, sem
repasse de recursos financeiros, com o objetivo de aprimorar certa atividade de interesse
social há anos desenvolvida, paralelamente, por ambos.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei n. 13.019/14, esse ajuste é denominado
a) termo de fomento.
b) acordo de cooperação.
c) termo de colaboração.
d) convênio.
e) termo de gestão.

Se o ajuste é feito sem a transferência de recursos financeiros, o instrumento que deve ser
utilizado é o acordo de cooperação.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VIII – A – acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias es-
tabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros;

Letra b.

010. (FGV/CONT/SEFIN-RO/2018) O Estado Ômega, após o cumprimento dos trâmites


regulares, celebrou dois convênios com a entidade filantrópica Delta: o primeiro tinha por
objetivo estabelecer gestão compartilhada de algumas unidades de saúde; o segundo, por
sua vez, celebrado a partir de proposta de Delta, visava a estabelecer parceria na consecução
de finalidade de interesse público e recíproco, consistente no oferecimento de programas de
atletismo a adolescentes carentes. Em ambos os casos, foi previsto o repasse de recursos
pelo Estado Ômega.
À luz da sistemática constitucional e infraconstitucional, com especial ênfase para a Lei n.
13.019/14, sob o prisma da regularidade formal do instrumento jurídico utilizado, é correto
afirmar que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 73 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) somente o primeiro convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de
colaboração.
b) somente o segundo convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de fomento.
c) somente o primeiro convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o contrato
de gestão.
d) somente o segundo convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de parceria.
e) ambos os convênios são ilegais, pois os instrumentos deveriam ser, respectivamente, o termo
de parceria e o acordo de cooperação.

Vamos analisar os ajustes celebrados pelo Estado Ômega:


1) o primeiro tinha por objetivo estabelecer gestão compartilhada de algumas unidades de
saúde: Aqui, o convênio é legal, uma vez que, de acordo com a Lei n. 13.019/2014, não são
aplicadas as exigências do regime de parceria aos convênios e contratos celebrados com en-
tidades filantrópicas e sem fins lucrativos.

Art. 3º Não se aplicam as exigências desta Lei:


IV – aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos
termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal;

2) o segundo, por sua vez, celebrado a partir de proposta de Delta, visava a estabelecer parceria
na consecução de finalidade de interesse público e recíproco, consistente no oferecimento de
programas de atletismo a adolescentes carentes: Neste caso, estamos diante de ilegalidade,
haja vista que o ajuste que deveria ser utilizado é o termo de colaboração, e não o convênio.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VII – termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabe-
lecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a
transferência de recursos financeiros;

Letra b.

011. (FGV/AMCI/CONTROLADORIA/PREF. NITERÓI/2018) Com referência ao regime ju-


rídico de colaboração entre a Administração Pública e a sociedade civil organizada, leia o
trecho a seguir.
“Conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação jurídica estabele-
cida formalmente entre a Administração Pública e organizações da sociedade civil, em regime
de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco”.
O trecho corporifica:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 74 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) um projeto.
b) uma política pública.
c) uma parceria.
d) um termo de fomento.
e) um termo de colaboração.

A definição apresentada é a de parceria, conforme previsão da Lei n. 13.019/2014, de seguinte teor:

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


III – parceria: conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação jurídica
estabelecida formalmente entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em
regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco,
mediante a execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração, em termos
de fomento ou em acordos de cooperação

Letra c.

012. (FGV/ANA/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/MPE-AL/2018) O Secretário de


Estado decidiu celebrar parceria com organizações da sociedade civil, não qualificadas como
organizações sociais ou organizações da sociedade civil de interesse público, com o objetivo
de realizar finalidades de interesse público e recíproco, sem repasse de recursos financeiros.
Para isso, solicitou à sua assessoria que informasse o instrumento a ser utilizado.
Considerando a sistemática estabelecida pela Lei n. 13.019/14, assinale a opção que indica o
instrumento indicado.
a) Acordo de cooperação.
b) Termo de colaboração.
c) Termo de fomento.
d) Contrato de gestão.
e) Termo de parceria.

Na medida em que o objetivo do Secretário de Estado é o de realizar finalidades de interesse


público e recíproco sem o repasse de recursos financeiros, o instrumento que deve ser utilizado
é o acordo de cooperação.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VIII – A – acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias es-
tabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros;

Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 75 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

013. (FGV/ANA/JURÍDICA/MPE-AL/2018) Com o objetivo de ampliar sua atuação na pres-


tação de determinado serviço público de contornos assistenciais, o Município Alfa realizou
chamamento público para selecionar as organizações da sociedade civil com as quais cele-
braria ajustes para esse fim. Acresça-se que nesses ajustes haveria previsão de transferência
de recursos públicos para tais organizações.
A partir da sistemática estabelecida na Lei n. 13.019/14, é correto afirmar que o referido ajuste,
a ser celebrado com os entes do terceiro setor, tem a natureza jurídica de:
a) acordo de cooperação.
b) termo de colaboração.
c) contrato de gestão.
d) termo de fomento.
e) convênio.

Considerando que o Município Alfa realizou chamamento público para selecionar as organi-
zações da sociedade civil com as quais celebraria ajustes para a prestação de determinado
serviço público de contornos assistenciais, é inegável que a proposta de firmar a parceria tem a
iniciativa do Poder Público, e não do particular. Logo, o ajuste que atende a estas características
é o termo de colaboração.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VII – termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabe-
lecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam
a transferência de recursos financeiros;

Letra b.

014. (FGV/AUD/TCM-RJ/2008) Pode-se afirmar que o contrato de gestão é:


a) uma concessão de serviços públicos ao setor privado.
b) um instrumento de controle de desempenho firmado entre órgãos da Administração Pública.
c) uma ferramenta moderna para desenho de processos organizacionais internos.
d) um processo de licitação para contratação de serviços junto ao setor privado.
e) a instauração de um plano de cargos e salários em uma organização da Administração Pública.

O contrato de gestão, em linhas gerais, é o instrumento firmado entre órgãos e entidades da


Administração Pública ou, ainda, entre a Administração e entidades sem fins lucrativos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 76 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Na questão, a banca exigiu a definição, apenas, do contrato firmado entre órgãos da Admi-
nistração Pública, medida que, quando realizada, possibilita o controle do desempenho das
atividades de tais órgãos.

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus adminis-
tradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão
ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.

Letra b.

015. (FGV/PROC LEG/AL-MT/2013) Acerca das entidades paraestatais, com base no Direito
Administrativo brasileiro, analise as afirmativas a seguir.
I – A expressão abrange todos os entes da Administração Indireta, além das pessoas jurídicas
de direito privado autorizadas a realizar atividades de interesse coletivo ou público.
II – Os serviços sociais autônomos, por arrecadarem contribuições parafiscais, estão sujeitos
à jurisdição da Justiça Federal.
III – O Termo de Parceria é o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as
entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado
à formação de vínculo de cooperação entre as partes.
Assinale:
a) se somente a afirmativa II estiver correta.
b) se somente a afirmativa III estiver correta.
c) se as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se as afirmativas II e III estiverem corretas.

I – Errada. A expressão “entidades paraestatais” abrange as pessoas jurídicas de direito privado,


sem fins lucrativos, que atuam “ao lado” do Estado.
Ao contrário do que afirmado, a expressão não abrange as entidades da Administração Públi-
ca Indireta.
II – Errada. Os serviços sociais autônomos, ainda que sejam entidades do terceiro setor, não
possuem privilégios processuais, devendo suas ações ser julgadas pela Justiça Comum. Neste
sentido, inclusive, é o entendimento sumulado do STF:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 77 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 516. O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito à jurisdição da Justiça
estadual.

III – Certa. O item apresenta, de forma correta, a definição do termo de parceria, que é o instru-
mento utilizado para a celebração do acordo de cooperação com as OSCIPs.
Letra b.

016. (FGV/ACE/TCE-BA/2013) Sobre as pessoas jurídicas integrantes do Terceiro Setor,


assinale a afirmativa correta.
a) As Organizações Sociais (OSs) não podem ser qualificadas como Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público (OSCIPs).
b) As organizações não governamentais (ONG’S) não se submetem a órgão ou órgãos de con-
trole na responsabilidade fiscal, dado o seu caráter de entidade de direito privado.
c) As organizações sociais, também chamadas de OS, são criadas para execução de serviços
públicos exclusivos do Estado.
d) As instituições religiosas poderão ser qualificadas como organizações da sociedade civil de
interesse público (OSCIPs).
e) Os contratos de gestão entre a Administração Pública e as Organizações Sociais não ca-
racterizam convênio administrativo, não se sujeitando à fiscalização e controle por parte do
Tribunal de Contas.

a) Certa. A Lei n. 9.790/1999 regulamenta diversos pontos acerca das OSCIPs. Em seu artigo 2º,
encontramos as entidades que não podem receber tal qualificação, dentre as quais se destaca,
em seu inciso IX, as organizações sociais.

Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
IX – as organizações sociais;

b) Errada. Todas as entidades que compõem o Terceiro Setor, por receberem algum tipo de
recurso ou incentivo público, devem prestar contas aos Tribunais de Contas respectivos.
c) Errada. Tal como as demais entidades que compõem o terceiro setor, as organizações sociais
atuam “ao lado” do Estado, executando, por isso mesmo, serviços não exclusivos do Poder Público.
Ressalta-se que as entidades paraestatais não fazem parte da Administração Pública.
d) Errada. De acordo com o já mencionado artigo 2º da Lei n. 9.790/1999, as entidades religiosas
não poderão se qualificar como OSCIPs:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 78 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;

e) Errada. O artigo 5º da Lei n. 9.637/1998 dispõe que o pacto firmado entre o Poder Público e
as Organizações Sociais é o Contrato de Gestão.

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o
Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria
entre as partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

Da mesma forma, todas as entidades do terceiro setor estão sujeitas à prestação de contas
aos Tribunais e Cortes de Contas competentes.
Letra a.

017. (FGV/ACI/FINANÇAS PÚBLICAS/PREF. RECIFE/2014) As opções a seguir apresentam


exemplos de Entidade Paraestatal, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
b) Organizações Sociais
c) Serviço Social da Indústria
d) Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
e) Agência Nacional de Saúde Suplementar

Das alternativas propostas, temos uma Organização Social (letra “a”), uma OSCIP (letra “b”), e
dois exemplos de Serviços Sociais Autônomos (letras “c” e “d”).
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (letra “e”), não é exemplo de entidade do terceiro
setor, sendo uma agência reguladora (autarquia em regime especial).
Letra e.

018. (FGV/OAB UNI NAC/XIV EXAME/OAB/2014) Numerosos professores, em recente reunião


da categoria, queixaram-se da falta de interesse dos alunos pela cultura nacional. O Sindicato
dos Professores de Colégios Particulares do Município X apresentou, então, um plano para
ampliar o acesso à cultura dos alunos com idade entre 10 e 18 anos, obter a qualificação de
“Organização da Sociedade Civil de Interesse Público” (OSCIP) e celebrar um termo de parceria
com a União, a fim de unir esforços no sentido de promover a cultura nacional.
Considerando a proposta apresentada e a disciplina existente sobre o tema, assinale a afirma-
tiva correta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 79 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) O sindicato não pode se qualificar como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público,
uma vez que tal qualificação, de origem doutrinária, não tem amparo legal.
b) O sindicato não pode se qualificar como OSCIP, em virtude de vedação expressa da lei federal
sobre o tema.
c) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, uma vez que é uma entidade sem fins lucrativos
e o objetivo pretendido é a promoção da cultura nacional.
d) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, mas deve celebrar um contrato de gestão e não
um termo de parceria com o poder público.

Os sindicatos não podem ser qualificar como OSCIPs, conforme previsão da Lei n. 9.790/1999:

Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;

Letra b.

019. (FGV/OAB UNI NAC/XI EXAME/OAB/2013) Determinada entidade de formação pro-


fissional, integrante dos chamados Serviços Sociais Autônomos (também conhecidos como
“Sistema S”), foi, recentemente, questionada sobre a realização de uma compra sem prévia
licitação. Assinale a alternativa que indica a razão do questionamento.
a) Tais entidades, vinculadas aos chamados serviços sociais autônomos, integram a Adminis-
tração Pública.
b) Tais entidades, apesar de não integrarem a Administração Pública, são dotadas de persona-
lidade jurídica de direito público.
c) Tais entidades desempenham, por concessão, serviço público de interesse coletivo.
d) Tais entidades são custeadas, em parte, com contribuições compulsórias cobradas sobre a
folha de salários.

a) Errada. Os serviços sociais autônomos, assim como as demais entidades do terceiro setor,
não integram a Administração Pública.
b) Errada. A entidades do terceiro setor possuem, todas elas, personalidade jurídica de direi-
to privado.
c) Errada. Não há a concessão de serviço público. A concessão é feita com as concessionárias
e permissionárias. As entidades do terceiro setor, em sentido diverso, atuam em regime de co-
laboração com o Poder Público, recebendo, em troca, incentivos de diversas espécies.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 80 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

d) Certa. Tendo em vista que as entidades que fazem parte do serviço social autônomo são
custeadas, em parte, com contribuições parafiscais, devem elas, de acordo com a moralidade,
fazer bom uso destes valores.
Logo, ainda que elas não estejam sujeitas às normas de licitação, devem elas, nas suas compras,
adotar procedimentos que assegurem a observância dos critérios de economicidade, isonomia
e moralidade.
Letra d.

020. (FGV/OAB UNI NAC/IV EXAME/OAB/2011) A qualificação como Organizações da So-


ciedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, cujos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos previstos na
respectiva lei é ato:
a) vinculado ao cumprimento dos requisitos estabelecidos em lei.
b) complexo, uma vez que somente se aperfeiçoa com a instituição do Termo de Parceria.
c) discricionário, uma vez que depende de avaliação administrativa quanto à sua conveniência
e oportunidade.
d) composto, subordinando-se à homologação da Chefia do Poder Executivo.

A qualificação como OSCIPs, quando a entidade atender aos requisitos previstos em lei, é um
ato vinculado do Poder Público.
Letra a.

021. (FGV/AFTRM/PREF. DE CUIABÁ/2014) Acerca da qualificação, pela União, de uma


pessoa jurídica de direito privado como organização da sociedade civil de interesse público
e dos efeitos daí decorrentes, assinale a afirmativa incorreta.
a) A qualificação como organização da sociedade civil de interesse público é ato vinculado, que
somente será indeferido quando não atendidos os pressupostos legais.
b) A entidade qualificada como organização da sociedade civil de interesse público pode cele-
brar termo de parceria com o poder público.
c) Somente pode se qualificar como organização da sociedade civil de interesse público uma
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos.
d) A pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos interessada em obter a qualificação
deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça.
e) Uma cooperativa de trabalhadores rurais pode se qualificar como organização da sociedade
civil de interesse público.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 81 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra “e” está errada.


De acordo com a Lei n. 9.790/1999, as cooperativas não podem se qualificar como OSCIPs.

Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
X – as cooperativas;

Vejamos as demais alternativas:


a) Certa. A qualificação como OSCIP trata-se de um ato vinculado, de forma que, sempre que a
entidade atender aos requisitos legais, deverá o Poder Público proceder à qualificação.
b) Certa. O termo de parceria é o instrumento utilizado para a celebração do acordo de coope-
ração entre o Poder Público e as OSCIPs.
c) Certa. Apenas as pessoas jurídicas de direito privado, e desde que não tenham finalidade
lucrativa, é que podem ser qualificadas.
d) Errada. A alternativa apresenta o procedimento que deve ser feito para a qualificação das OSCIPs.
Letra e.

022. (FGV/OAB UNI NAC/XV EXAME/OAB/2014) A ONG “Festivus”, uma associação de caráter
assistencial, qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), cele-
brou Termo de Parceria com a União e dela recebeu R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais)
para execução de atividades de interesse público. Uma revista de circulação nacional, entretanto,
divulgou denúncias de desvio de recursos e de utilização da associação como forma de fraude.
Com base na hipótese apresentada, considerando a disciplina constitucional e legal, assinale
a afirmativa correta.
a) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual irregularidade, uma
vez que se trata de pessoa jurídica de direito privado, não integrante da Administração Pública.
b) O Tribunal de Contas da União tem competência para apurar eventual irregularidade praticada
pela OSCIP, por se tratar de pessoa jurídica integrante da administração indireta federal.
c) O Tribunal de Contas da União tem competência para apurar eventual irregularidade praticada
pela OSCIP, por se tratar de recursos públicos federais.
d) O controle exercido sobre a utilização dos recursos repassados à OSCIP é realizado apenas
pela própria Administração e pelo Ministério Público Federal.

As OSCIPs, ainda que não façam parte da Administração Pública, estão sujeitas às disposições
dos Tribunais de Contas, que são competentes para apurar eventual irregularidade praticada
pelas entidades.
Letra c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 82 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

023. (FGV/ADM/PREF. DE FLORIANÓPOLIS/2014) O título de OSCIP foi criado no ano de


1999, com o objetivo de instituir um novo modelo de reconhecimento de organizações da
sociedade civil. Dentre as características de uma OSCIP, pode-se destacar que:
a) possuem certificado expedido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
b) podem distribuir seus excedentes operacionais, desde que entre seus empregados e associados;
c) tem a possibilidade de formar vínculos com o poder público;
d) tem a possibilidade de receber verbas públicas mediante o estabelecimento de um contrato
de gestão;
e) podem destinar no máximo 10% de seu patrimônio a seus sócios e conselheiros.

a) Errada. As OSCIPs são qualificadas desta forma pelo Ministério da Justiça, e não pelo Minis-
tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
b) Errada. Em caso de excedentes, os valores não poderão ser distribuídos entre empregados
ou associados, devendo, em sentido diverso, ser utilizados nas atividades desempenhadas
pelas entidades.
c) Certa. Com a qualificação como OSCIP, o objetivo é justamente a formação de um vínculo de
cooperação com o Poder Público.
d) Errada. O contrato de gestão é utilizado nos pactos celebrados com as organizações sociais.
As OSCIPs, em sentido oposto, fazem uso de termo de parceria.
e) Errada. Como afirmado na letra “b”, as OSCIPs não podem distribuir recursos a terceiros.
Eventuais “sobras” de recursos devem ser utilizados para o desempenho de atividades relacio-
nadas com o objeto da entidade.
Letra c.

024. (FGV/ADM/PREF. DE FLORIANÓPOLIS/2014) A semelhança entre Organizações Sociais


(OS) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) está pautada no fato
de se referirem a entidades privadas que, uma vez preenchidos os requisitos legais, recebem
uma qualificação pelo poder público. Dentre as suas diferenças, é possível afirmar que:
a) uma OS pode ter fins lucrativos.
b) uma OSCIP pode remunerar seus dirigentes e distribuir seus excedentes operacionais entre
seus colaboradores.
c) uma OSCIP está impossibilitada de receber bens apreendidos, abandonados ou disponíveis,
administrados pela Secretaria da Receita Federal.
d) uma OSCIP tem seu certificado emitido pelo Ministério da Ação Social.
e) uma OS pode assumir serviços públicos desempenhados pelos órgãos da administração pública.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 83 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) Errada. As organizações sociais, ao contrário do que afirmado, não podem ser finalidade
lucrativa.
b) Errada. As OSCIPs não podem distribuir os eventuais excedentes operacionais entre os seus
colaboradores. Tais recursos deverão ser utilizados nas atividades precípuas da entidade.
c) Errada. Temos aqui uma forma de incentivo para as OSCIPs, ou seja, o recebimento de bens
apreendidos pela Receita Federal. Tais bens, desta forma, poderão ser utilizados pelas OSCIPs.
d) Errada. O certificado em questão é emitido pelo Ministério da Justiça.
e) Certa. Ainda que a alternativa esteja mal elaborada, o que o examinador quis afirmar é que
as organizações sociais desempenham serviços públicos que também são desempenhados
pela Administração Pública.
O que ocorre, na verdade, é que as organizações sociais possuem uma lista taxativa de áreas
de atuação, como se observa da análise do artigo 1º da Lei n. 9.637/1998:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Letra e.

025. (FGV/ANAL JUD/ESPECIALIZADA/ADMINISTRADOR DE EMPRESAS/TJ-GO/2014) A


Lei n. 9.790, de 23-3-99, estabelece a promoção da assistência social, a experimentação sem
fins lucrativos de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alternativos de produção,
comércio, emprego e crédito, e a promoção da segurança alimentar e nutricional, como alguns
dos objetivos ou finalidades:
a) da Política Nacional de Cooperativismo.
b) das Autarquias.
c) das Organizações das Sociedades Civis de Interesses Públicos (OSCIPs).
d) da Fundação Pública.
e) das Sociedades de Economia Mista.

A questão exige o conhecimento de três das finalidades que os objetivos sociais das OSCIPs
devem ter:

Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universa-
lização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 84 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo
menos uma das seguintes finalidades:
I – promoção da assistência social;
V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alternativos
de produção, comércio, emprego e crédito;

Letra c.

026. (FGV/ADP/ANALISTA EM ADMINISTRAÇÃO/DPE-RO/2015) O gestor de uma organi-


zação que atua na área de educação busca a qualificação como Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público (OSCIP). Para tal, a organização terá que cumprir o requisito de:
a) distribuir excedentes operacionais entre conselheiros, diretores e associados.
b) constituir conselho fiscal que emita parecer sobre relatórios de desempenho.
c) ter sido criada por órgão público ou por fundações públicas.
d) ser escola privada dedicada ao ensino formal não gratuito.
e) destinar seus serviços a um círculo de associados.

Dentre as alternativas, apenas a letra B apresenta um requisito que deve ser atendido pelas
OSCIPs, conforme previsão da Lei n. 9.790/1999:

Art. 4º Atendido o disposto no art. 3º, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por
estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
III – a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar
sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais reali-
zadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;

Letra b.

027. (FGV/AL/ADMINISTRAÇÃO/CM CARUARU/2015) A sociedade brasileira vem sofren-


do transformações importantes no que se refere à forma como o Estado presta serviços à
população. O modelo de produção em algumas de suas instituições, outrora exclusivamente
público, passa a ser oferecido por entidades privadas em nome do Estado.
Nesse sentido, as organizações sociais – OS – foram chamadas a exercer suas atividades nos
setores listados a seguir, à exceção de um. Assinale-o.
a) Ensino e Pesquisa.
b) Saúde Pública.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 85 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

c) Preservação do Meio Ambiente.


d) Segurança Pública.
e) Museus.

Os setores em que as organizações sociais podem desempenhar suas atividades estão listados,
de forma taxativa, pelo artigo 1º da Lei n. 9.637/1998:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra “d” (segurança pública) não trata-se de
atividade que pode ser desempenhada pelas organizações sociais.
Letra d.

028. (FGV/AL/ADMINISTRAÇÃO/CM CARUARU/2015) Com referência às Organizações


Sociais – OS e às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, analise as
afirmativas a seguir.
I – As OSCIP são qualificadas por meio de certificação emitida pelo Ministério da Justiça.
II – O instrumento de vinculação jurídica de ambas com o poder público é o contrato de gestão.
III – Ambas são organizações criadas com o propósito de substituir o Estado em algumas de
suas atividades.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

I – Certa. Trata-se da forma como as OSCIPs são qualificadas, ou sejam por meio de um ato
(certificação) do Ministério da Justiça.
II – Errada. O contrato de gestão apenas é utilizado para as organizações sociais. Para as OS-
CIPs, o instrumento é o termo de parceria.
III – Errada. As entidades do terceiro setor não possuem o objetivo de substituir o Estado, mas
sim de, em alguns setores, auxiliar o Poder Público no desempenho de suas atividades.
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 86 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

029. (FGV/AG FISC/ADMINISTRAÇÃO/TCM-SP/2015) Tanto as Organizações Sociais como


as Organizações das Sociedades Civis de Interesse Público são entidades privadas, sem fins
lucrativos, que recebem tal qualificação pelo Poder Público, uma vez preenchidos os requi-
sitos legais. Conhecendo as peculiaridades que distinguem as Organizações Sociais (OSs)
das Organizações das Sociedades Civis de Interesse Público (OSCIPs), é correto afirmar que:
a) as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e das OSCIPs são definidas
por meio de contrato de gestão, enquanto que o vínculo das OSs com a Administração Pública
é estabelecido por meio de termo de parceria.
b) as OSs recebem ou podem receber delegação para a gestão de serviço público, enquanto
as OSCIPs exercem atividade de natureza privada (serviços sociais não exclusivos do Estado),
com a ajuda do Estado;
c) ao contrário do que ocorre com as OSs, são passíveis de qualificação como OSCIPs as coope-
rativas, os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
d) as OSs já são fundadas com a qualificação jurídica de organização social em seu estatuto
social, enquanto que as OSCIPs somente recebem tal título por força de lei específica, após
comprovarem os requisitos legais;
e) às OSs não poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao
cumprimento do contrato de gestão, enquanto que as OSCIPs poderão receber tal aporte por
atuarem visando ao interesse público.

a) Errada. A alternativa inverteu os instrumentos. Ao passo que o contrato de gestão é utilizado


para as organizações sociais, o termo de parceria é instrumento relacionado com as OSCIPs.
b) Certa. Temos aqui um importante entendimento da FGV. De acordo com a banca, as organi-
zações sociais, ao contrário do que ocorre com as OSCIPs, podem exercer a gestão de deter-
minados serviços públicos.
O fundamento para isso, de acordo com a banca, é o artigo 1º da Lei n. 9.637/1998, de seguin-
te redação:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Desta forma, como as organizações sociais possuem uma lista taxativa de setores onde as
atividades podem ser desempenhadas, o entendimento é de que eles recebem uma “delegação”
para tais atividades.
E como as OSCIPs não possuem esta lista taxativa de atividades, desempenham elas um serviço
social não exclusivo do Estado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 87 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

Obs.: Para a FGV, as organizações sociais recebem a delegação para a gestão de determi-
nados serviços públicos, fato este que não ocorre com as OSCIPs.

c) Errada. As cooperativas, os sindicatos, as associações e até mesmo as organizações sociais


não podem ser qualificadas como OSCIPs.
d) Errada. As organizações sociais não são fundadas, diretamente, com esta qualificação jurídica.
Antes disso, elas são pessoas jurídicas de direito privado que desempenham atividades sem
fins lucrativos. Apenas após a celebração de contrato de gestão é que tais entidades passam
a receber a definição de organizações sociais.
e) Errada. As organizações sociais podem, ao contrário do que afirma a alternativa, receber
recursos orçamentários e bens públicos como forma de incentivo para o desempenho de suas
atividades.
Letra b.

030. (FGV/FISC TRIB/PREF. DE NITERÓI/2015) As pessoas qualificadas como organizações


sociais (OSs) devem ostentar alguns fundamentos ou características principais, conforme
exigido pela Lei n. 9.637/98, por exemplo:
a) ter personalidade jurídica de direito público e possuir em seu estatuto objeto social relacio-
nado com as atividades que desempenhará após o contrato de gestão.
b) estar habilitada estatutariamente para prestar serviços públicos essenciais compatíveis com
o termo de parceria e possuir fins lucrativos.
c) destinar-se ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.
d) possuir autonomia em seu órgão colegiado de deliberação superior, vedada a participação
de representantes do Poder Público e de membros da comunidade.
e) ser obrigatória a distribuição de bens e de parcela do patrimônio líquido advinda do lucro
anual, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado.

a) Errada. As organizações sociais possuem personalidade jurídica de direito privado.


b) Errada. As organizações sociais celebram contrato de gestão, e não termo de parceria.
c) Certa. Trata-se das atividade que podem ser desempenhadas pelas organizações sociais,
conforme previsão do artigo 1º da Lei n. 9.637/1998:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 88 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

d) Errada. O Poder Público participa, de forma obrigatória, do órgão colegiado de deliberação


das organizações sociais.
e) Errada. As organizações sociais não podem distribuir os lucros excedentes de suas atividades.
Letra c.

031. (FGV/AJ/APOIO ESPECIALIZADO/ADMINISTRAÇÃO/TJ-BA/2015) A Lei n. 9.790/1999


surgiu para disciplinar as entidades que denominou de OSCIP, instituindo-se um novo regime
de parceria entre o Poder Público e a iniciativa privada. Essa Lei foi elaborada com o princi-
pal objetivo de fortalecer o Terceiro Setor, que constitui hoje uma orientação estratégica em
virtude da sua capacidade de:
a) definir as cláusulas necessárias do protocolo de intenções, como a denominação, a finalidade,
o prazo de duração, a sede, a identificação dos entes da Federação consorciados etc.
b) melhorar a distribuição dos bens ou serviços, através da descentralização territorial, além de
garantir qualidade uniforme de um produto ou serviço, com marca e método já experimentados
e aprovados.
c) qualificar as organizações voltadas para um círculo restrito de sócios ou que estão ou deve-
riam estar voltadas a outras legislações, como as instituições religiosas ou aquelas voltadas
para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais.
d) gerar projetos, assumir responsabilidades, empreender iniciativas e mobilizar pessoas e
recursos necessários ao desenvolvimento social do país.
e) formalizar a parceria entre entidade privada e Poder Público através de contrato de gestão,
além de exigir a participação de agentes do Poder Público na estrutura da entidade.

a) Errada. O protocolo de intenções trata-se de instrumento relacionado com os consórcios públicos.


b) Errada. A descentralização territorial não está relacionada com as entidades do terceiro setor,
mas sim, em nosso ordenamento, com a criação de entidades geográficas limitadas, tal como
ocorre, por exemplo, com os territórios.
c) Errada. As instituições religiosas não podem se qualificar como OSCIPs.
d) Certa. O terceiro setor atua ao lado do Estado, desempenhando atividades que, se não exis-
tissem, seriam desempenhadas pelo Poder Público.
Com o terceiro setor, temos um auxílio no desenvolvimento social do país, haja vista que as
entidades integrantes desempenham atividades relacionadas com este desenvolvimento.
Desta maneira, gerar projetos, assumir responsabilidades, empreender iniciativas e mobilizar pes-
soas e recursos são prerrogativas conferidas a tais entidades e ao terceiro setor como um todo.
e) Errada. As OSCIPs não celebram contrato gestão, mas sim firmam termo de parceria com o
Poder Público.
Letra d.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 89 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

032. (FGV/AFTRM/PREF. DE CUIABÁ/2016) Sobre as normas gerais acerca da prestação de


serviços públicos por Organizações Sociais – OSs, assinale a afirmativa correta.
a) A qualificação de pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos em Organização
Social depende de lei específica de iniciativa do chefe do Poder Executivo.
b) A Organização Social formada será integrante da Administração Indireta do ente federado
que a criou, estando submetida aos princípios da hierarquia e do controle.
c) Não obstante a qualificação como Organização Social, a entidade de direito privado qualifi-
cada está submetida à prévia licitação para a prestação do serviço delegado.
d) A qualificação da entidade privada como Organização Social depende de licitação na moda-
lidade de concorrência, salvo se por inviabilidade de competição a mesma for inexigível.
e) As entidades qualificadas como Organização Social não integram a estrutura da Administra-
ção Pública e não possuem fins lucrativos, mas se submetem ao controle financeiro do Poder
Público, inclusive do Tribunal de Contas.

a) Errada. A qualificação como organização social é feita por meio de decreto. Além disso, a
qualificação, ao contrário do que ocorre com as OSCIPs, é um ato discricionário.
b) Errada. As entidades do terceiro setor não integram a Administração Pública.
c) Errada. Uma vez realizada a qualificação como organização social, a entidade pode desem-
penhar suas atividades sem a necessidade de realização de licitação prévia.
d) Errada. A qualificação como organização social não depende da realização de licitação.
e) Certa. Ainda que as entidades do terceiro setor (como as organizações sociais) não integrem
a Administração Pública e desempenhem atividades sem finalidade lucrativa, devem elas se
submeter ao controle realizado pelos Tribunais de Contas.
Letra e.

033. (FGV/OAB UNI NAC/XXII EXAME/OAB/2017) A Associação Delta se dedica à promoção


do voluntariado e foi qualificada como Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos
– OSCIP, após o que formalizou termo de parceria com a União, por meio do qual recebeu
recursos que aplicou integralmente na realização de suas atividades, inclusive na aquisição
de um imóvel, que passou a ser a sede da entidade.
Com base nessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
a) A Associação não poderia ter sido qualificada como OSCIP, considerando que o seu objeto
é a promoção do voluntariado.
b) A qualificação como OSCIP é ato discricionário da Administração Pública, que poderia inde-
feri-lo, mesmo que preenchidos os requisitos legais.
c) A qualificação como OSCIP não autoriza o recebimento de recursos financeiros por meio de
termo de parceria, mas somente mediante contrato de gestão.
d) A Associação não tem liberdade para alienar livremente os bens adquiridos com recursos
públicos provenientes de termo de parceria.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 90 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) Errada. Não há vedação à qualificação como OSCIP por parte das associações, ainda que o
objeto seja a promoção do voluntariado.
b) Errada. A qualificação como OSCIP é ato vinculado, e não discricionário.
c) Errada. O contrato de gestão é celebrado com as organizações sociais, e não com as OSCIPs,
que, em sentido diverso, firmam termo de parceria.
d) Certa. No caso, o patrimônio da OSCIP está afetado a um interesse coletivo, que é a prestação
da atividade desempenhada pela entidade. Consequentemente, não pode o bem ser livremente
alienado pela OSCIP.
Letra d.

034. (FGV/ANA/PLANEJAMENTO E GESTÃO/IBGE/2016) O Plano Diretor da Reforma do


Aparelho de Estado introduziu no Brasil, em meados da década de 90, a estratégia de flexibili-
zação denominada publicização. Esta foi definida como sendo o processo de descentralização
para o setor público não-estatal da execução de serviços como educação, saúde, cultura e
pesquisa científica.
A estratégia de publicização introduziu na administração pública brasileira, por meio da Lei n.º
9.637/98, a contratação de:
a) Autarquia.
b) Consórcio Público.
c) Empresa de Propósito Específico.
d) Organização Social.
e) Parceria Público-Privada.

A publicização trata-se de instituto intimamente ligado com as organizações sociais. É, em


linhas gerais, a transferência de serviços e atividades não exclusivas do Estado para entidade
não pertencente ao Poder Público.
Letra d.

035. (FGV/EPP/PREF. DE SALVADOR/2019) Até recentemente, havia o entendimento dos


especialistas de que a sociedade poderia ser classificada em dois setores, o primeiro sendo
o Poder Público e o segundo o Mercado.
Com o crescente número de demandas sociais não atendidas pelo Estado, um terceiro setor
começa se consolidar e ganhar importância no atendimento das demandas da sociedade.
Assinale a opção que indica uma organização do terceiro setor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 91 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) Agência Executiva.
b) Sociedade Anônima.
c) Fundação Autárquica.
d) Associação Pública.
e) Entidade de Apoio.

O terceiro setor é formado, basicamente, pelas Organizações Sociais, pelas OSCIPS, pelos Ser-
viços Sociais Autônomos e pelas Entidades de Apoio.
Letra e.

036. (FGV/FISM/PREF. DE SALVADOR/2019) No terceiro setor da economia estão presen-


tes as entidades privadas, chamadas pela doutrina de paraestatais, que atuam ao lado da
Administração Pública, sem finalidade lucrativa e executam atividades de interesse social.
Dentre elas, destacam-se as qualificadas como Organizações Sociais (OSs) que, como disposto
na Lei n. 9.637/1998:
a) possuem autonomia em seu órgão colegiado de deliberação superior, vedada a participação
de representantes do Poder Público e de membros da comunidade.
b) prestam serviços públicos não exclusivos do Estado, como ensino, pesquisa científica, de-
senvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
c) dependem de prévia lei específica para serem criadas e promovem obrigatoriamente a dis-
tribuição de bens e de parcela do patrimônio líquido a seus acionistas.
d) integram a Administração Indireta e possuem em seu estatuto objeto social relacionado com
as atividades que desempenharão após a celebração do convênio.
e) têm personalidade jurídica de direito público e estão habilitadas, estatutariamente, a prestar
serviços públicos essenciais compatíveis com o termo de parceria.

a) Errada. O Poder Público deve participar, obrigatoriamente, do órgão de deliberação superior


das organizações sociais. E isso ocorre na medida em que as OS, por integrarem o terceiro setor,
prestam um serviço público à coletividade.
b) Certa. As organizações sociais atuam “ao lado” do Estado, motivo pelo qual prestam serviços
públicos não exclusivos, tais como os de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnoló-
gico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.
c) Errada. As organizações sociais não dependem de lei específica para criação, algo que ocorre
com algumas entidades da Administração Indireta. Em sentido contrário, tais organizações são
criadas de acordo com as regras do direito privado. Posteriormente, a qualificação como OS
ocorre por meio de decreto.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 92 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

d) Errada. As OSs não integram a Administração Pública.


e) Errada. As organizações sociais possuem personalidade jurídica de direito privado, e não de
direito público.
Letra b.

037. (FGV/CONT/SEFIN-RO/2018) A partir da reforma administrativa e da ideia de um es-


tado mínimo, em que a atuação do poder público está restrita às áreas onde sua presença
é indispensável, foram criadas entidades e regulamentaram-se institutos com o propósito
de possibilitar e incentivar a prestação de serviços de interesse da coletividade por pessoas
privadas não integrantes da Administração Pública.
Com relação às entidades sem fins lucrativos, chamadas organizações sociais, analise as afir-
mativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
I – Organização Social é um tipo de autarquia.
II – O título de Organização Social é conferido de maneira irreversível.
III – Organização Social é uma pessoa jurídica de direito privado integrante da Administra-
ção Pública.
Observada a ordem apresentada, as afirmativas são, respectivamente,
a) V – F – F.
b) F – F – F.
c) F – V – F.
d) F – F – V.
e) F – V – V.

I – Falsa. A organização social não é um tipo de autarquia, mas sim uma entidade do terceiro setor.
II – Falsa. A qualificação como OS não é irreversível. Tanto é que o artigo 16 da Lei n. 9.637/1998
estabelece que:

O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social, quando
constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão.

III – Falsa. A organização social é uma pessoa jurídica de direito privado, mas não integra, con-
tudo, a Administração Pública.
Letra b.

038. (FGV/AMCI (CGM NITERÓI)/AUDITORIA GOVERNAMENTAL/PREF. DE NITERÓI/2018)


No Município de Córrego Seco, a associação Meu Bem Querer, sem fins lucrativos e que oferece
educação básica e cursos profissionalizantes para menores em situação de vulnerabilidade,
pleiteou qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 93 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

A esse respeito, assinale a afirmativa correta.


a) Ainda que a associação preencha os requisitos previstos em lei, a outorga da qualificação é
ato discricionário do Poder Executivo.
b) Caso obtenha a qualificação pleiteada, a associação poderá firmar termo de parceria com o
Município de Córrego Seco.
c) Qualquer instrumento de parceria só poderá ser firmado entre a associação qualificada como
OSCIP e o Poder Público que lhe outorgou a qualificação.
d) Um dos requisitos necessários à obtenção da qualificação é a exigência de estar constituída
e em funcionamento regular há pelo menos um ano.
e) Caso preencha os requisitos previstos em lei, a associação qualificada como OSCIP pode
celebrar contrato de gestão para exercício das atividades descritas em seu estatuto.

a) Errada. A qualificação como OSCIP trata-se de um ato vinculado, e não discricionário.


b) Certa. Aqui, temos a regra geral acerca do vínculo mantido entre as OSCIPs e o Poder Público.
Logo, após a qualificação como OSCIP, a entidade firma termo de parceria com o Poder Público.
c) Errada. Os instrumentos de parceria podem ser firmados entre a OSCIP e, inclusive, outros
órgãos públicos que não aquele que outorgou a qualificação.
d) Errada. Um dos requisitos para a qualificação é de que as pessoas jurídicas de direito privado
sem fins lucrativos tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no
mínimo, 3 anos.

Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas
jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em
funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e
normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.

e) Errada. O contrato de gestão é celebrado com as organizações sociais. As OSCIPs, em sentido


diverso, celebram termo de parceria.
Letra b.

039. (FGV/ANA/ADMINISTRATIVO/TJ-SC/2018) As organizações sociais (OS) são entidades


de direito privado que tiveram origem na estratégia de publicização de parte de atividades
exercidas pelo Estado.
Em relação às OS é correto afirmar que:
a) fazem parte da estrutura da administração indireta.
b) podem exercer qualquer tipo de atividade de interesse público.
c) são vinculadas à Administração Pública por meio do contrato de gestão.
d) podem adquirir qualificação de agência executiva por decreto presidencial.
e) devem se enquadrar no modelo societário de sociedade de economia mista.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 94 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

a) Errada. As organizações sociais não fazem parte da estrutura da Administração Pública, seja
ela direta ou indireta.
b) Errada. As OSs não podem exercer qualquer tipo de atividade de interesse público, mas
sim apenas aquelas que não sejam exclusivas do Poder Público. A título de exemplo, a Lei n.
9.637/1998 estabelece uma lista exemplificativa de serviços que podem ser prestados.

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

c) Certa. O vínculo mantido entre o Poder Público e as organizações sociais é o contrato de gestão.
d) Errada. As agências executivas são uma qualificação conferida às autarquias e fundações
públicas, não estando relacionadas com as organizações sociais.
e) Errada. Não há um modelo societário específico que deve ser utilizado pelas organizações
sociais. O que elas não podem é ter finalidade lucrativa.
Letra c.

040. (FGV/ANA/GESTÃO PÚBLICA/MPE-AL/2018) A denominação Terceiro Setor está rela-


cionada com o conjunto de organizações
a) de qualquer natureza, que têm, em sua missão, os valores de cooperação e de solidariedade.
b) internacionais, que atuam no setor terciário da economia.
c) empresariais, que atuam principalmente na prestação de serviços.
d) públicas ou privadas, que produzem bens públicos.
e) privadas sem fins lucrativos, que prestam serviços de caráter público.

O terceiro setor é composto por organizações privadas sem fins lucrativos. Tais organizações,
por atuarem ao lado do Estado, prestam serviços de caráter público não essencial.
Letra e.

041. (FGV/ANA/ADMINISTRATIVA/MPE-RJ/2019) O Município Alfa decidiu estimular a


participação de organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que não contasse com
qualquer qualificação obtida com base em legislação específica, em projetos de interesse
público e recíproco. Para tanto, lançou chamamento público para que os interessados apre-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 95 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

sentassem os seus projetos, sendo celebrado ajuste com a organização vencedora, que seria
contemplada com a transferência de recursos financeiros.
À luz da sistemática vigente, o referido ajuste terá a forma de:
a) termo de parceria.
b) contrato de gestão.
c) termo de interação.
d) termo de colaboração.
e) acordo de cooperação.

De acordo com as disposições da Lei n. 13.019/2014, temos a seguinte definição para o termo
de colaboração.

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:


VII – termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabe-
lecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam
a transferência de recursos financeiros;

Aqui, o grande detalhe para resolver a questão era sabermos que, no termos de colaboração,
quem propõe a parceria é a Administração Pública.
E observe que é exatamente isso que ocorre no enunciado da questão, que afirma que o Muni-
cípio Alfa fez uso de chamamento público com o objetivo de angariar propostas de parcerias
a serem celebradas.
Letra d.

042. (FGV/ANA/PROCESSUAL/MPE-RJ/2019) Considerando a relevância das atividades


desenvolvidas em benefício da educação, por determinada associação da sociedade civil sem
fins lucrativos, que não remunerava seus dirigentes e que empregava no seu objeto social
todos os recursos que obtinha, o Município Alfa decidiu celebrar ajuste com essa associação,
sem a transferência de recursos financeiros, para que pudessem desenvolver determinado
projeto em conjunto.
Considerando que a referida associação não possuía qualquer qualificação fornecida pela le-
gislação específica, o ajuste a ser celebrado é o:
a) convênio.
b) termo de fomento.
c) contrato de gestão.
d) termo de colaboração.
e) acordo de cooperação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 96 de 98
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi

O acordo de cooperação é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias esta-
belecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos
financeiros.
Na questão, o Município Alfa decidiu celebrar ajuste com a associação sem a transferência de
recursos financeiros. Logo, o ajuste a ser celebrado é o termo de colaboração.
Letra e.

Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 97 de 98
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HERMAN ABESSE ALLI - 06925752431, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar