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ADMINISTRATIVO
Terceiro Setor
Livro Eletrônico
Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Terceiro Setor......................................................................................................................................................................4
1. Terceiro Setor.. ................................................................................................................................................................4
1.1. A Reforma Administrativa....................................................................................................................................4
1.2. Princípio Constitucional da Eficiência. .........................................................................................................6
1.3. Contrato de Gestão.. ................................................................................................................................................6
2. Os Setores da Atividade Econômica.............................................................................................................. 10
2.1. O Primeiro Setor..................................................................................................................................................... 10
2.2. O Segundo Setor.. ....................................................................................................................................................11
2.3. O Terceiro Setor.......................................................................................................................................................11
2.4. O Quarto Setor. . .......................................................................................................................................................13
3. Entidades Paraestatais.........................................................................................................................................14
3.1. Serviços Sociais Autônomos. . ..........................................................................................................................14
3.2. Organizações Sociais. . .........................................................................................................................................16
3.3. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público...................................................................21
3.4. Entidades de Apoio.. ............................................................................................................................................26
4. Regime de Parcerias............................................................................................................................................... 28
4.1. Entidades Aptas e Entidades Proibidas..................................................................................................32
4.2. Chamamento Público.. ........................................................................................................................................33
4.3. Termo de Colaboração, Termo de Fomento e Acordo de Cooperação. ....................................35
4.4. Prestação de Contas. . .........................................................................................................................................39
Resumo................................................................................................................................................................................43
Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................46
Questões de Concurso................................................................................................................................................48
Gabarito...............................................................................................................................................................................64
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................65
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Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
Apresentação
Olá, pessoal, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, conheceremos as regras relacionadas com as Entidades Paraestatais,
que compõem, como veremos em aula, o denominado Terceiro Setor.
Além disso, veremos as principais regras relacionadas com o “Regime das Parcerias”,
assunto que é objeto de análise da Lei n. 13.019/2014.
Grande Abraço a todos e boa aula!
Prof. Diogo
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Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
TERCEIRO SETOR
1. Terceiro Setor
1.1. A Reforma Administrativa
Historicamente, pode-se afirmar que a administração pública brasileira passou três dife-
rentes modelos de gestão dos recursos públicos, possuindo cada um deles características
próprias e objetivos distintos.
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Direito Administrativo
Terceiro Setor
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EXEMPLO
Como exemplo de práticas patrimonialistas, temos a possibilidade de nomeação, para os cargos
em comissão, de servidores que não sejam oriundos dos quadros da administração pública.
Como exemplo de práticas burocráticas, temos a realização de concurso público para admissão
de pessoal e a obrigatoriedade de licitação para as contratações do Poder Público, uma vez que,
em ambas as situações, objetiva-se evitar as práticas de corrupção e nepotismo.
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Direito Administrativo
Terceiro Setor
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Como exemplo de práticas gerenciais, temos a necessidade de avaliação do servidor público por
meio de estágio probatório, sendo que apenas os servidores eficientes alcançarão a estabilidade.
Como decorrência da administração gerencial, duas são as principais medidas que po-
dem ser identificadas como balizadoras de toda a atividade da administração pública, sendo
elas: o status de princípio constitucional para a eficiência e a possibilidade de utilização dos
contratos de gestão.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (...)
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Terceiro Setor
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EXEMPLO
Quando a administração celebra um contrato administrativo com um particular com o propósito
de este prestar serviços ao Poder Público, temos interesses distintos:
Para a administração, o objetivo é o recebimento dos serviços contratados sem a necessidade
de utilização de seu quadro funcional. Para o particular, o objetivo é auferir lucro com a presta-
ção da atividade.
Da mesma forma, temos que os órgãos que compões a administração direta não possuem
personalidade jurídica, de forma que, em última análise, a celebração do contrato de gestão
entre a administração direta e alguns de seus órgãos é a instrumentalização de um vínculo
em que a administração direta encontra-se dos dois lados. Por isso mesmo, o mais correto
seria a menção ao termo “convênio”, que possui como característica a busca de interesses
comuns entre os participantes. Ainda assim, o termo contrato será utilizado, uma vez que é
o adotado pelas bancas organizadoras.
Importante frisar que os efeitos da celebração do contrato de gestão são opostos a de-
pender de estarmos diante de um vínculo celebrado com órgãos e entidades públicas ou com
organizações sociais.
Quanto o contrato de gestão é celebrado com órgãos da administração direta ou com enti-
dades da administração indireta, temos um aumento da autonomia, de forma que tais órgãos
ou entidades passam a contar com uma maior liberdade para desempenhar suas atribuições.
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Terceiro Setor
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Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus adminis-
tradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão
ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.
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Terceiro Setor
Diogo Surdi
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Quando a celebração for feita com os órgãos e entidades públicas, o objetivo da admi-
nistração direta é aumentar a eficiência da prestação da atividade administrativa, sendo que
os órgãos e as entidades passam a contar com metas de desempenho que, se atingidas,
proporcionam um aumento da autonomia de atuação. Nesta forma de celebração poderão
ser utilizados, à critério do Poder Público, incentivos à remuneração dos servidores baseados
no alcance das metas estipuladas.
Quando a celebração ocorre com as organizações sociais, o objetivo da administração
direta é disciplinar a forma como ocorrerá a parceria entre o Poder Público e entidades que não
fazem parte da administração. Com a celebração, ocorre a publicização dos serviços estatais
não exclusivos, ou seja, a prestação de serviços que não sejam de competência exclusiva do
Estado podem passar a ser oferecidos pelas organizações sociais.
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Terceiro Setor
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a) Contrato de serviço.
b) Contrato de gestão.
c) Contrato de concessão.
d) Contrato de programa.
e) Contrato de gerenciamento.
Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o Poder
Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria entre
as partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1º.
Sendo assim, é correto afirmar que contrato de gestão é um acordo operacional sem interesses
contraditórios, mas sim com interesses em comum de ambas as partes.
Além disso, o contrato de gestão é considerado elemento estratégico para a reforma do apa-
relho administrativo do Estado. Neste sentido, inclusive, é o teor do artigo 37, §8º, da Consti-
tuição Federal.
Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus adminis-
tradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão
ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.
Letra b.
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forma, todos os órgãos públicos da administração direta e todas as entidades que compõem
a administração indireta.
No primeiro setor temos a utilização de dinheiro público para fins públicos.
EXEMPLO
Quando a Receita Federal do Brasil expede uma certidão para um administrado, estamos diante
do primeiro setor, uma vez que trata-se de um órgão da administração direta.
Quando o Banco Central regula a atividade econômica, estamos igualmente diante do primeiro
setor, uma que a atividade é desempenhada por uma autarquia federal, entidade integrante da
administração indireta.
EXEMPLO
Temos exemplo de atuação do segundo setor quando uma empresa privada abre diversas filiais
com a finalidade de aumentar seu lucro. Da mesma forma, é expressão do “mercado” a atuação
de um empresário individual que presta serviços a diversas pessoas físicas.
Em ambas as situações, nota-se que o Poder Público não possui interferência direta, sendo que
cada particular, ao desempenhar as atividades econômicas, assume o risco de seu negócio.
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Importante salientar que as entidades do terceiro setor não integram a administração pú-
blica, atuando, por isso mesmo, “ao lado” do Estado, em regime de mútua colaboração. Para
entendermos como funciona uma entidade que compõe o terceiro setor, bem como quais as
vantagens, para o Poder Público, das mesmas executarem atividades tipicamente estatais,
vamos ilustrar por meio de um exemplo:
EXEMPLO
Tomemos como exemplo o caso de uma organização social que se destine a preservar a biodi-
versidade da Amazônia (como no caso da BIOAMAZÔNIA). Tal entidade, antes de vir a integrar
o terceiro setor, nada mais era do que uma organização privada, constituída e financiada com
recursos exclusivamente privados, e que se dedicava ao seu exclusivo propósito (no caso, a
preservação da biodiversidade da Amazônia).
O Poder Público, com o objetivo de utilizar a atividade desenvolvida pela organização como
forma de incentivar ou agregar valor as suas políticas públicas, firma com ela um contrato de
gestão, de forma que, ao mesmo tempo em que fomenta a atividade da entidade (por meio da
cessão de imóveis ou servidores custeados pelos cofres públicos), exige que as organizações
adotem políticas estratégicas de acordo com o plano governamental.
Basicamente, o que ocorre é a transferência, por parte do Estado, de atividades que não sejam
de sua competência exclusiva. Como contrapartida, o Poder Público concede benefícios e
incentivos a tais entidades.
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São as organizações do terceiro setor que não almejam, entre seus objetivos sociais, o lucro,
bem como prestam serviços em áreas de relevante interesse social e público. No terceiro setor,
o que ocorre é a atuação de pessoas jurídicas de direito privado em regime de colaboração
com o Poder Público.
Letra a.
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3. Entidades Paraestatais
O termo Entidades Paraestatais, durante muito tempo, foi utilizado, por diversos autores,
para designar as entidades que estavam “ao lado” do Estado. O problema, no entanto, é que
cada autor tinha uma definição para quais seriam ou não as ditas entidades paraestatais.
Com o passar dos anos, a doutrina passou a chamar tais entidades de terceiro setor, sendo
que deles fazem parte, basicamente, as organizações sociais, as organizações da sociedade
civil de interesse público, os serviços sociais autônomos e os entes de cooperação.
EXEMPLO
Como exemplo, podemos listar as entidades do Sistema S, tais como o Senai (ensino aos tra-
balhadores da Indústria), Senac (ensino aos trabalhadores do comércio) e Senar (ensino ao
trabalhador rural).
Tais entidades são mantidas por dotações orçamentárias e por contribuições corporativas
incidentes sobre a remuneração paga aos empregados pelas pessoas jurídicas compreendidas
no ramo de atuação da entidade. As contribuições corporativas são cobradas pela Receita
Federal do Brasil.
EXEMPLO
Assim, a título de exemplo, temos o SENAI (categoria da Indústria), que é financiado, além das
dotações orçamentárias, pelas contribuições devidas pelos empregadores da indústria com
base na remuneração que estes pagam a seus empregados.
Uma característica peculiar dos serviços sociais autônomos é que seus empregados
são regidos pela CLT, de forma que não é necessário concurso público como condição para
a admissão de pessoal, bastando, para tal, a realização de processo seletivo simplificado.
Neste sentido, merece destaque o entendimento do STF, expresso no julgado da ADIn 1864:
JURISPRUDÊNCIA
Não procede a afirmação de ofensa ao artigo 37, II, da Carta Federal, tendo em vista que,
conforme ficou salientado, os serviços sociais não integram a Administração Pública,
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Da mesma forma, segundo entendimento do TCU, tais entidades não se submetem, inte-
gralmente, à lei das licitações, devendo apenas observar os princípios básicos da administra-
ção pública para aquisição de bens ou prestação de serviços. Com isso, devem as entidades
elaborar um regulamento próprio, adotando as boas práticas de gestão quando da contratação
de bens e serviços particulares.
Tais características não impedem, no entanto, que os serviços sociais autônomos sejam
objeto de controle finalístico por parte do Poder Público. Da mesma forma, devem prestar
contas ao Tribunal de Contas dos recursos públicos recebidos, uma vez que, nestas hipóteses,
estão atuando como gestoras do patrimônio alheio.
No que se refere à justiça competente para processar e julgar as suas causas, o STF pos-
sui entendimento sumulado de que estas devem ser propostas perante a Justiça Estadual,
conforme se observa da Súmula 516:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 516. O Serviço Social da Indústria – SESI – está sujeito à jurisdição da Justiça
Estadual.
Podemos resumir as características dos serviços sociais autônomos por meio do seguin-
te esquema:
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Os serviços sociais autônomos, assim como as demais entidades integrantes do terceiro setor,
não podem ter finalidade lucrativa. Além disso, tais entidades não fazem parte da Administração
Pública Indireta.
Errado.
O próprio termo “organização social” não se trata da criação de uma nova entidade, mas
sim de uma qualificação que é concedida pelo Poder Público às pessoas jurídicas de direito
privado que atendam aos requisitos estabelecidos em lei.
Inicialmente, temos uma entidade de direito privado sem fins lucrativos (que pode ser
uma associação, uma organização outra forma de constituição). Posteriormente, tal pessoa
jurídica firma um contrato de gestão com o Poder Público, instrumento através do qual se
compromete a cumprir as metas estabelecidas pelo Estado e a prestar contas da utilização
dos recursos públicos. Como contrapartida, recebe isenções, dotações e outras formas de
fomento por parte do Poder Público.
Assim, podemos afirmar que, com a celebração do contrato de gestão, a agora organiza-
ção social possui uma redução na sua independência (uma vez que passa a ter que prestar
contas de suas atividades) e um aumento do seu leque de atuação (pois passa a participar
das políticas públicas do Estado, ainda que não integre a administração pública).
Para que uma entidade possa ser qualificada como organização social, deve cumprir uma
série de requisitos, que podem ser divididos em gerais e específicos.
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Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Com relação aos requisitos específicos, temos a necessidade de aprovação, por parte
do Ministro da respectiva área, da conveniência e oportunidade da qualificação da entidade
como organização social.
Além disso, a entidade que deseja se qualificar deve comprovar o registro dos seus atos
constitutivos, que, obrigatoriamente, deverão dispor sobre (art. 2º, I, da Lei n. 9.637/1998):
a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;
b) finalidade não lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes
financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de direção,
um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas
àquele composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta Lei;
d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representan-
tes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e
idoneidade moral;
e) composição e atribuições da diretoria;
f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros
e do relatório de execução do contrato de gestão;
g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto;
h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hi-
pótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro
da entidade;
i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe
foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em
caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada
no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados.
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Uma vez qualificadas como organizações sociais, as pessoas jurídicas passam a ser de-
claradas como entidades de interesse social e utilidade pública, conforme previsão do artigo
11 da Lei n. 9.637/1998.
Como consequência, passam a poder usufruir dos seguintes incentivos concedidos pelo
Poder Público:
a) Cessão de servidores, mantido o ônus para a administração: Nesta situação, a ad-
ministração cede servidores para utilização das organizações sociais, que passa a contar
com pessoal suficiente para o desempenho de suas atribuições. Salienta-se que o ônus pelo
pagamento da remuneração e dos demais benefícios aos agentes público continua sendo de
responsabilidade do Poder Público.
b) Destinação de recursos orçamentários: A destinação de recursos orçamentários trata
da principal forma de incentivo das atividades desempenhadas pelas organizações sociais.
Desta forma, quando da elaboração do orçamento da administração pública, uma parte dos
valores é destinado às mencionadas entidades.
c) Destinação de bens públicos: Os bens públicos necessários ao cumprimento das fina-
lidades das organizações sociais poderão ser cedidos pelo Poder Público. No entanto, como
estamos diante de bens públicos (que até então pertenciam à própria administração), uma
série de características devem ser observadas, tal como a impossibilidade de inalienação e
de penhora.
A cessão de bens públicos, quando destinados às organizações sociais, deve ser reali-
zada com dispensa de licitação. Caso, posteriormente à cessão, ocorra a desqualificação da
entidade, tais bens serão revertidos ao Poder Público que realizou a cessão.
d) Dispensa de licitação para os contratos firmados com o Poder Público: Trata-se a dis-
pensa de licitação de uma das formas de incentivo que encontra previsão no artigo 24, XXIV,
da Lei 8.666, de seguinte teor:
Desta forma, caso o Poder Público resolva contratar uma entidade qualificada como orga-
nização social para a prestação de serviços que estejam contemplados no respectivo contrato
de gestão, poderá assim o fazer diretamente, sem a necessidade de licitação. Salienta-se,
contudo, que a dispensa de licitação não é para a qualificação da entidade ou para a cele-
bração do contrato de gestão, mas sim, em momento posterior à qualificação e à celebração
contratual, para a contratação da entidade já qualificada como organização social.
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3.2.3. Publicização
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Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Letra b.
Quando estudamos as organizações sociais, verificamos que tais entidades recebem esta
qualificação após a celebração de um contrato de gestão com o Poder Público. Da mesma
forma, foi mencionado que a qualificação trata-se de um ato discricionário da administração,
que pode ou não conceder a qualificação ainda que as entidades preencham todos os requi-
sitos legais.
Para a qualificação como organização da sociedade civil de interesse público, no entanto,
o processo é outro. Assim, caso a entidade sem fins lucrativos atenda aos requisitos legais,
o Poder Público, obrigatoriamente, deve proceder à respectiva qualificação.
Cabe ao Ministro da Justiça, por meio de ato administrativo vinculado, a qualificação das
entidades como organização da sociedade civil de interesse público. Ao contrário do que
ocorre com as organizações sociais, no entanto, a simples qualificação não confere à entidade
o direito de receber incentivos do Poder Público.
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Devem as oscips, após receberem tal qualificação, firmar termo de parceria com a ad-
ministração pública, oportunidade em que serão definidos os direitos, as obrigações e as
responsabilidades da entidade. É neste momento, também, que as oscips passam a poder
contar com incentivos concedidos pelo Poder Público em troca do cumprimento das metas
estabelecidas.
O termo de parceria em muito se assemelha ao contrato de gestão, sendo que as principais
diferenças entre os dois instrumentos reside no fato de que o termo de parceria não prevê
a utilização, como incentivo governamental, da cessão de bens públicos ou de servidores
públicos para a entidade parceira.
Como forma de facilitar o entendimento acerca das duas formas de qualificação, relacio-
na-se abaixo como ocorrem ambos os processos:
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Como regra, todas as pessoas jurídicas de direito privado que não possuam fins lucrativos
podem ser qualificadas como oscip, que, como já ressaltado, trata-se de um ato vinculado do
Poder Público. Em outras palavras, é correto afirmar que a administração, desde que atendidos
os requisitos legais, deve conceder a qualificação como oscip à entidade.
Entretanto, duas são as situações em que a qualificação não poderá ser concedida, sendo
elas as referentes à área de atuação e às entidades expressamente vedadas por lei. Em ambos
os casos, o Poder Público não poderá proceder à qualificação da entidade.
Em seu artigo 3º, a Lei n. 9.790/1999 estabelece as áreas de atuação que devem ser exer-
cidas pela entidade sem fins lucrativos para que esta possa ser qualificada como organização
da sociedade civil de interesse público. Vejamos quais são as áreas passíveis de atuação:
• Promoção da assistência social;
• Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
• Promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação
das respectivas organizações;
• Promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das
respectivas organizações;
• Promoção da segurança alimentar e nutricional;
• Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
• Promoção do voluntariado;
• Promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
• Experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alter-
nativos de produção, comércio, emprego e crédito;
• Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica
gratuita de interesse suplementar;
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Terceiro Setor
Diogo Surdi
Não são todas as pessoas jurídicas, ainda que de direito privado e sem fins lucrativos, que
podem ser qualificadas como organização da sociedade civil de interesse público.
A Lei Federal n. 9.790/1999, que é o diploma que regulamenta todas as condições de
funcionamento de tais entidades, estabelece uma lista das pessoas que não podem receber
tal qualificação (art. 2º). Nestes casos, ainda que as entidades exerçam suas atividades em
áreas que sejam do interesse das OSCIPs, a qualificação não poderá ser concedida.
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
I – as sociedades comerciais;
II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo
restrito de associados ou sócios;
VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX – as organizações sociais;
X – as cooperativas;
XI – as fundações públicas;
XII – as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público
ou por fundações públicas;
XIII – as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema finan-
ceiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
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Importante salientar que uma mesma entidade não pode ser qualificada, simultaneamente,
como organização social e como organização da sociedade civil de interesse público, ainda
que reúna os requisitos necessários para as duas qualificações.
Vamos sintetizar, no quadro a seguir, as principais características das organizações so-
ciais e das organizações da sociedade civil de interesse público, bem como suas diferenças.
A qualificação como OSCIP é útil para as entidades que tenham o objetivo de firmar termo de
parceria com o poder público. Neste sentido, por exemplo, merece ser destacada a previsão do
artigo 9º da Lei n. 9.790/1999:
Art. 9º Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser fir-
mado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento
e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3º desta Lei.
Letra c.
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Terceiro Setor
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(...) as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores públicos,
porém em nome próprio, sob a forma de fundação, associação ou cooperativa, para a prestação,
em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, mantendo vínculo jurídico com
entidades da administração direta ou indireta, em regra por meio de convênio.
Uma primeira peculiaridade das entidades de apoio está na criação. Ao contrário do que
ocorre com as demais integrantes do terceiro setor, tais entidades são instituídas por servi-
dores públicos.
Nada impede, no entanto, que a constituição seja feita por meio de outras pessoas vincu-
ladas à organização (como, por exemplo, a criação de uma entidade de apoio por ex-alunos
de uma faculdade).
Ainda que boa parte da doutrina afirme que as entidades de apoio são constituídas sob a
forma de fundação (sendo esta, inclusive, a regra em nosso ordenamento jurídico), tais pes-
soas jurídicas podem perfeitamente ser constituídas, também, sob a forma de associação ou
cooperativa. O que não é possível, como já ressaltado, é a finalidade lucrativa da entidade.
As entidades de apoio não carecem de autorização legal para a sua criação. Após sua
constituição, passam elas a desempenhar uma atividade não exclusiva do Estado.
Como a atividade que será desempenhada não pode ser exclusiva do Poder Público, não
poderemos ter, por exemplo, a constituição de entidade de apoio com o objetivo de realizar
atividades de saúde, haja vista que remo de atividade, em nosso ordenamento, é exclusivo
do Estado.
No entanto, as atividades a serem desempenhadas pelas entidades de apoio devem,
sempre, ser sociais, ou seja, ligadas a uma prestação de serviços para toda a coletividade.
Obs.: No Brasil, a imensa maioria das entidades de apoio desempenham atividades rela-
cionadas com a educação.
As entidades de apoio, assim como ocorre com as demais pessoas integrantes do tercei-
ro setor, estão sujeitas ao controle exercido pelo Tribunal de Contas. Frisa-se, contudo, que
o controle realizado incide apenas sobre a parcela da atividade ligada aos serviços sociais
prestados.
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Em sentido oposto, as demais atividades da entidade (que é, em última análise, uma pes-
soa jurídica de direito privado) não são objeto de fiscalização.
A grande divergência, nos dias atuais, com relação às entidades de apoio, está na forma
como o vínculo é mantido entre a pessoa jurídica e a Administração Pública.
Inicialmente, era pacífico da doutrina o entendimento de que tal vínculo deveria ser firmado
por meio de convênio, uma vez que o interesse de ambas as partes, na celebração do vínculo,
era comum, em sentido oposto ao que ocorre, por exemplo, com os contratos (onde temos
interesses opostos sendo buscados pelas partes envolvidas).
Com a entrada em vigor da Lei n. 13.019/2014, que instituiu o regime de parcerias, os
convênios, inicialmente, passaram a ser uma possibilidade exclusiva das parcerias firmadas
entre os entes federados.
Art. 84. Salvo nos casos expressamente previstos, não se aplica às relações de fomento e de co-
laboração regidas por esta Lei o disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e na legislação
referente a convênios, que ficarão restritos a parcerias firmadas entre os entes federados.
Com isso, o entendimento doutrinário era o de que, por exclusão, o vínculo mantido entre
a Administração Pública e as entidades de apoio deveria ser feito por meio de termo de co-
laboração ou fomento. No entanto, o entendimento não levava a um consenso por parte dos
principais autores administrativistas.
Em 2015, com as alterações promovidas na Lei n. 13.019/2014, o texto do mencionado
artigo 84 foi revogado, passando a constar com a seguinte redação:
Art. 84. Não se aplica às parcerias regidas por esta Lei o disposto na Lei n. 8.666, de 21 de junho
de 1993.
Parágrafo único. São regidos pelo art. 116 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, convênios:
I – entre entes federados ou pessoas jurídicas a eles vinculadas;
II – decorrentes da aplicação do disposto no inciso IV do art. 3º.
Assim, nos dias atuais, o melhor entendimento é de que o vínculo mantido entre o Estado
e as entidades de apoio deve ser regido pelas regras do artigo 116 da Lei 8.666/1993.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e
outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração Pú-
blica depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela organização
interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
I – identificação do objeto a ser executado;
II – metas a serem atingidas;
III – etapas ou fases de execução;
IV – plano de aplicação dos recursos financeiros;
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V – cronograma de desembolso;
VI – previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases
programadas;
VII – se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos
próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o
custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
As características das entidades de apoio podem ser mais bem visualizadas por meio do
seguinte quadro:
4. Regime de Parcerias
A Lei n. 13.019, de 2014, foi a responsável por estabelecer o regime jurídico das parcerias
entre a Administração Pública e as organizações da sociedade civil.
Logo em seu artigo 1º, a norma em questão apresenta o objetivo a ser alcançado com a sua
edição, bem como o caráter que tais disposições apresentam em nosso ordenamento jurídico.
Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e organi-
zações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades
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de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento
ou em acordos de cooperação.
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II – administração pública: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, e
suas subsidiárias, alcançadas pelo disposto no § 9º do art. 37 da Constituição Federal;
III – parceria: conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação jurídica
estabelecida formalmente entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em
regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco,
mediante a execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração, em termos
de fomento ou em acordos de cooperação;
Com relação às organizações da sociedade civil, é importante salientar que estas, para
firmarem parceria com o Poder Público, não podem ter finalidade lucrativa.
Merece destaque, ainda, a definição de Administração Pública, que, ao contrário do que ocorre
quando do estudo da organização administrativa, não é composta, no regime de parcerias, pelas
empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas.
Em sentido diverso, a Administração Pública, para fins de celebração de parcerias com
as organizações da sociedade civil compreende as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas e as sociedades de economia mista prestadoras de serviço público e,
ainda, as respectivas subsidiárias.
São estas entidades, em última análise, as que podem celebrar termo de parcerias com
as organizações da sociedade civil.
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DICA
Considerando que a Lei n. 13.019/2014 é uma lei nacional e
instituidora de normas gerais, suas disposições são aplicadas
para as entidades da Administração Pública (acima relacionadas)
de todos os entes federativos: União, Estados, Distrito Federal
e Municípios.
Com a edição do estatuto das parcerias, a regra passou a ser a possibilidade de celebração
deste tipo de vínculo entre o Poder Público e as organizações da sociedade civil.
Em caráter de exceção, deve ser ressaltado que as disposições da Lei n. 13.019/2014 não
são aplicadas a uma série de situações específicas, como por exemplo os contratos de gestão
firmados com as organizações sociais e os termos de parceria celebrados com as OSCIPs.
Vejamos as situações legalmente previstas em que as disposições da Lei n. 13.019/2014
não são aplicadas:
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Art. 33. Para celebrar as parcerias previstas nesta Lei, as organizações da sociedade civil deverão
ser regidas por normas de organização interna que prevejam, expressamente:
I – objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades de relevância pública e social;
III – que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido seja transferido a
outra pessoa jurídica de igual natureza que preencha os requisitos desta Lei e cujo objeto social
seja, preferencialmente, o mesmo da entidade extinta;
IV – escrituração de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com as Normas
Brasileiras de Contabilidade;
V – possuir:
a) no mínimo, um, dois ou três anos de existência, com cadastro ativo, comprovados por meio de
documentação emitida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com base no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica – CNPJ, conforme, respectivamente, a parceria seja celebrada no âmbito dos
Municípios, do Distrito Federal ou dos Estados e da União, admitida a redução desses prazos por
ato específico de cada ente na hipótese de nenhuma organização atingi-los;
b) experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da parceria ou de natureza semelhante;
c) instalações, condições materiais e capacidade técnica e operacional para o desenvolvimento
das atividades ou projetos previstos na parceria e o cumprimento das metas estabelecidas.
Como veremos adiante, três são os instrumentos que poderão ser celebrados entre a
Administração Pública e as entidades da sociedade civil, sendo eles o termo de fomento, o
termo de colaboração e o acordo de colaboração.
Assim, quando o instrumento celebrado for o acordo de cooperação, apenas um dos requi-
sitos estabelecidos deverá ser atendido, sendo ele a necessidade da entidade ser regida por
uma norma interna que estabeleça objetivos voltados à promoção de atividades e finalidades
de relevância pública e social.
É importante conhecermos, em sentido oposto, as entidades que estão impedidas de
celebrar parcerias com o Poder Público. A lista expressa no texto da Lei n. 13.019/2014 é
taxativa, assim como ocorre com todas as listas que vedam o exercício de determinados
direitos ou exercícios.
Art. 39. Ficará impedida de celebrar qualquer modalidade de parceria prevista nesta Lei a organi-
zação da sociedade civil que:
I – não esteja regularmente constituída ou, se estrangeira, não esteja autorizada a funcionar no
território nacional;
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II – esteja omissa no dever de prestar contas de parceria anteriormente celebrada;
III – tenha como dirigente membro de Poder ou do Ministério Público, ou dirigente de órgão ou enti-
dade da administração pública da mesma esfera governamental na qual será celebrado o termo de
colaboração ou de fomento, estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges ou companheiros,
bem como parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau;
IV – tenha tido as contas rejeitadas pela administração pública nos últimos cinco anos, exceto se:
a) for sanada a irregularidade que motivou a rejeição e quitados os débitos eventualmente imputados;
b) for reconsiderada ou revista a decisão pela rejeição;
c) a apreciação das contas estiver pendente de decisão sobre recurso com efeito suspensivo;
V – tenha sido punida com uma das seguintes sanções, pelo período que durar a penalidade:
a) suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar com a administração;
b) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública;
c) a prevista no inciso II do art. 73 desta Lei (suspensão temporária da participação em chama-
mento público e impedimento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera
de governo da administração pública sancionadora, por prazo não superior a dois anos).
d) a prevista no inciso III do art. 73 desta Lei (declaração de inidoneidade para participar de cha-
mamento público ou celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de
governo, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida
a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre
que a organização da sociedade civil ressarcir a administração pública pelos prejuízos resultantes
e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso II).
VI – tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de
Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8 (oito) anos;
VII – tenha entre seus dirigentes pessoa:
a) cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal
ou Conselho de Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos 8
(oito) anos;
b) julgada responsável por falta grave e inabilitada para o exercício de cargo em comissão ou função
de confiança, enquanto durar a inabilitação;
c) considerada responsável por ato de improbidade, enquanto durarem os prazos estabelecidos
nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992. (Prazos de 10, 5 e 3 anos)
Por fim, a norma estabelece, ainda, que é vedada a celebração de parcerias que tenham por
objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente, a delegação das funções de regulação,
de fiscalização, de exercício do poder de polícia ou de outras atividades exclusivas de Estado.
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Art. 24. Exceto nas hipóteses previstas nesta Lei, a celebração de termo de colaboração ou de
fomento será precedida de chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade
civil que tornem mais eficaz a execução do objeto.
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Obs.: Termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para
a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela admi-
nistração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros;
Termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para
a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas orga-
nizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros;
Acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para
a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a
transferência de recursos financeiros;
Art. 16. O termo de colaboração deve ser adotado pela administração pública para consecução de
planos de trabalho de sua iniciativa, para celebração de parcerias com organizações da sociedade
civil que envolvam a transferência de recursos financeiros.
Art. 17. O termo de fomento deve ser adotado pela administração pública para consecução de
planos de trabalho propostos por organizações da sociedade civil que envolvam a transferência
de recursos financeiros.
Mas será que as disposições da Lei n. 13.019/2014 são aplicadas, apenas, às parcerias
que envolvem a transferência de recursos financeiros, professor?
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Na medida em que ajuste pactuado não envolve a transferência de recursos financeiros, o ins-
trumento que deve ser utilizado é o acordo de cooperação.
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Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:
VIII – A – acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias es-
tabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos
financeiros;
Letra e.
De acordo com as disposições da Lei n. 13.019/2014, temos a seguinte definição para o termo
de colaboração.
Aqui, o grande detalhe para resolver a questão era sabermos que, no termos de colaboração,
quem propõe a parceria é a Administração Pública.
E observe que é exatamente isso que ocorre no enunciado da questão, que afirma que o Muni-
cípio Alfa fez uso de chamamento público com o objetivo de angariar propostas de parcerias
a serem celebradas.
Letra d.
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Art. 42. As parcerias serão formalizadas mediante a celebração de termo de colaboração, de termo
de fomento ou de acordo de cooperação, conforme o caso, que terá como cláusulas essenciais:
I – a descrição do objeto pactuado;
II – as obrigações das partes;
III – quando for o caso, o valor total e o cronograma de desembolso;
V – a contrapartida, quando for o caso, observado o disposto no § 1º do art. 35;
VI – a vigência e as hipóteses de prorrogação;
VII – a obrigação de prestar contas com definição de forma, metodologia e prazos;
VIII – a forma de monitoramento e avaliação, com a indicação dos recursos humanos e tecnoló-
gicos que serão empregados na atividade ou, se for o caso, a indicação da participação de apoio
técnico nos termos previstos no § 1º do art. 58 desta Lei;
IX – a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos nesta Lei;
X – a definição, se for o caso, da titularidade dos bens e direitos remanescentes na data da conclu-
são ou extinção da parceria e que, em razão de sua execução, tenham sido adquiridos, produzidos
ou transformados com recursos repassados pela administração pública;
XII – a prerrogativa atribuída à administração pública para assumir ou transferir a responsabilidade
pela execução do objeto, no caso de paralisação, de modo a evitar sua descontinuidade;
XIV – quando for o caso, a obrigação de a organização da sociedade civil manter e movimentar os
recursos em conta bancária específica, observado o disposto no art. 51;
XV – o livre acesso dos agentes da administração pública, do controle interno e do Tribunal de
Contas correspondente aos processos, aos documentos e às informações relacionadas a termos
de colaboração ou a termos de fomento, bem como aos locais de execução do respectivo objeto;
XVI – a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo, com as respectivas
condições, sanções e delimitações claras de responsabilidades, além da estipulação de prazo mínimo
de antecedência para a publicidade dessa intenção, que não poderá ser inferior a 60 (sessenta) dias;
XVII – a indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da execução da parceria, estabe-
lecendo a obrigatoriedade da prévia tentativa de solução administrativa, com a participação de
órgão encarregado de assessoramento jurídico integrante da estrutura da administração pública;
XIX – a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo gerenciamento adminis-
trativo e financeiro dos recursos recebidos, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio,
de investimento e de pessoal;
XX – a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento dos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no
termo de colaboração ou de fomento, não implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da
administração pública a inadimplência da organização da sociedade civil em relação ao referido
pagamento, os ônus incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição
à sua execução.
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de contas no prazo de até 90 dias após o término da vigência da parceria. Tal prazo poderá,
quando necessário, ser prorrogado por mais 30 dias.
Quando, no entanto, a parceria exceder a um ano, a prestação de contas deverá ser reali-
zada, adicionalmente, ao término de cada exercício.
Constatada irregularidade ou omissão na prestação de contas, será concedido o prazo
de até 45 dias para que a organização da sociedade civil possa sanar a irregularidade ou
cumprir a obrigação.
Transcorrido o prazo para saneamento da irregularidade ou da omissão, não havendo o
saneamento, a autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidária,
deve adotar as providências para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis, quanti-
ficação do dano e obtenção do ressarcimento, nos termos da legislação vigente.
Uma vez apresentadas, deve a Administração Pública apreciar a prestação final de contas
no prazo de até cento e cinquenta dias, contado da data de seu recebimento ou do cumpri-
mento de diligência por ela determinada, prorrogável justificadamente por igual período.
Após analisar a prestação de contas, deverá a Administração Pública decidir sobre uma
das seguintes medidas:
I – regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, o cumprimento dos objetivos
e metas estabelecidos no plano de trabalho;
II – regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta
de natureza formal que não resulte em dano ao erário;
III – irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes circunstâncias:
a) omissão no dever de prestar contas;
b) descumprimento injustificado dos objetivos e metas estabelecidos no plano de trabalho;
c) dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico;
d) desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos.
Quando a prestação de contas for avaliada como irregular, após exaurida a fase recursal,
se mantida a decisão, a organização da sociedade civil poderá solicitar autorização para que
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Art. 73. Pela execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as normas desta
Lei e da legislação específica, a administração pública poderá, garantida a prévia defesa, aplicar à
organização da sociedade civil as seguintes sanções:
I – advertência;
II – suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de celebrar
parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pública san-
cionadora, por prazo não superior a dois anos;
III – declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou celebrar parceria ou
contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de governo, enquanto perdurarem os motivos
determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade
que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a organização da sociedade civil ressarcir
a administração pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada
com base no inciso II.
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Terceiro Setor
Diogo Surdi
Letra a.
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Terceiro Setor
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RESUMO
• Ao longo dos anos, três foram as escolas presentes no âmbito da administração pública,
sendo elas a patrimonialista, a burocrática e a gerencial.
• Com a administração patrimonial, tínhamos um modelo de gestão com o foco voltado
para as ações do soberano, sendo que todas as medidas por ele adotadas não levavam em
conta as necessidades da população, mas sim o interesse predominantemente particular.
• Com a administração burocrática, passamos a contar com uma distinção entre o patri-
mônio público e o patrimônio particular, de forma que as medidas adotadas pelo Poder
Público teriam que, obrigatoriamente, satisfazer as necessidades da coletividade.
• A administração burocrática representou o início das formas de combate ao nepotismo
e à corrupção, tratando-se de um controle realizado sobre as atividades meio e pautado
nos princípios da legalidade e da impessoalidade.
• Com a reforma administrativa, surge em nosso ordenamento a administração gerencial.
Com ela, o controle passa a ser exercido sobre as atividades fins, pautando-se no prin-
cípio da eficiência.
Não há nenhum tipo de controle Controle exercido sobre as Controle exercido sobre as
exercido sobre a atividade estatal atividades meios atividades fins
Predomínio da corrupção e do
Combate à corrupção e ao nepotismo Combate à corrupção e ao nepotismo
nepotismo
Administração pautada nos princípios Administração pautada no princípio
Inexistência de princípios
da legalidade e da impessoalidade da eficiência
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Terceiro Setor
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• O contrato de gestão, também conhecido como acordo programa, pode ser conceituado
como o vínculo estabelecido entre a administração direta com outros órgãos da adminis-
tração, com entidades da administração indireta ou ainda com as organizações sociais,
entidades do terceiro setor.
• Quando ocorre a celebração de contrato de gestão com órgão da administração direta ou
com entidades da administração indireta, temos um aumento da autonomia. Em sentido
oposto, quando a celebração ocorre com entidades do terceiro setor, temos uma redução
da autonomia.
• Três são os diferentes setores da atividade econômica.
• O primeiro setor é constituído pelos órgãos e entidades do Poder Público que estão
encarregados de organizar e executar as políticas públicas.
• O segundo setor é, em última análise, o próprio mercado, constituído pela vontade das
partes e regido pelo direito privado. Fazem parte do segundo setor todas as empresas
que disputam o mercado econômico, regidas pelo princípio da livre concorrência e com
o objetivo de auferir lucro.
• O terceiro setor é formado por pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
e que prestam serviços de interesse público. No terceiro setor, temos a utilização de
dinheiro privado para fins públicos.
• São exemplos de entidades do terceiro setor as organizações sociais, as organizações
da sociedade civil de interesse público e os serviços sociais autônomos. Tais entidades,
de acordo com a doutrina, são também conhecidas como entidades paraestatais.
• Os serviços sociais autônomos podem ser conceituados como pessoas jurídicas de di-
reito privado, instituídas mediante autorização legal, para ministrar assistência ou ensino
a certas categorias profissionais.
• São características dos serviços sociais autônomos:a) são pessoas jurídicas de direito
privado sem fins lucrativos,b) não integram a administração pública,c) estão dispensa-
dos da regra constitucional do concurso público, devendo realizar processo seletivo,d)
não obedecem integralmente as normas de licitação, mas sim apenas os princípios da
administração pública,e) sua criação depende de lei autorizadora, f) são custeados por
contribuições corporativas incidentes na folha de pagamento, g) devem prestar contas de
sua gestão ao respectivo tribunal de contas e h) seus funcionários são regidos pela CLT.
• As organizações sociais são uma qualificação que é concedida pelo Poder Público às
pessoas jurídicas de direito privado que atendam aos requisitos estabelecidos em lei.
• Como requisitos gerais para a qualificação, temos a obrigatoriedade de a entidade ser uma
pessoa jurídica de direito privado, não possuir fins lucrativos e exercer suas atividades
em um dos seguintes setores: ensino, cultura, saúde, pesquisa científica, desenvolvimento
tecnológico ou proteção e preservação do meio ambiente.
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Terceiro Setor
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• Diversas são as formas de incentivo concedidas pelo Poder Público às organizações so-
ciais, tais como a cessão de servidores com a manutenção do ônus para a administração,
a destinação de recursos orçamentários, a destinação de bens públicos e a dispensa de
licitação nos contratos firmados com o Poder Público.
• As organizações sociais estão ligadas à necessidade de publicização das atividades
estatais.
• As organizações da sociedade civil de interesse público são entidades privadas, sem
fins lucrativos, que desenvolvem atividades de interesse do Estado.
• As diferenças entre as organizações sociais e as organizações da sociedade civil de
interesse público podem ser visualizadas por meio do seguinte quadro:
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MAPAS MENTAIS
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QUESTÕES DE CONCURSO
002. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) A Associação Gama é uma instituição religiosa que
se dedica à promoção da assistência social e almeja obter recursos financeiros junto ao go-
verno federal a fim de fomentar suas atividades. Para tanto, seus representantes acreditam
que a melhor alternativa é a qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público – OSCIP, razão pela qual procuram você, como advogado(a), a fim de esclarecer as
peculiaridades relacionadas à legislação de regência (Lei n. 9.790/1999).
Acerca da situação hipotética apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A qualificação da Associação Gama como OSCIP é ato discricionário, que deve ser pleiteado
junto ao Ministério da Justiça.
b) Após a sua qualificação como OSCIP, a Associação Gama deverá formalizar contrato de
gestão com a Administração Pública para a transferência de recursos financeiros.
c) A Associação Gama não poderá ser qualificada como OSCIP, pois as instituições religiosas
não são passíveis de tal qualificação.
d) O estatuto social da Associação Gama precisa vedar a participação de servidores públicos
na composição de conselho ou diretoria, a fim de que ela possa ser qualificada como OSCIP.
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004. (FGV/ADV/SEN/2022) Determinada pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrati-
vos e qualificada como Organização Social (OS), observadas as formalidades legais, celebrou
regularmente instrumento jurídico próprio com o ente federativo Alfa, que tem por objeto o
gerenciamento, a operacionalização e a execução de ações e serviços de saúde na Unidade
Hospitalar Beta.
No segundo mês à frente do hospital público Beta, a OS verificou que, para melhor exercer suas
obrigações e de maneira a viabilizar a prestação com mais eficiência do serviço de saúde, seria
importante a cessão de servidores públicos do ente Alfa para a OS.
O órgão da advocacia pública do ente Alfa, levando em consideração as normas de regência,
emitiu parecer no sentido de que a cessão de servidores pretendida é:
a) vedada pela lei, pois, em razão de sua natureza, o termo de fomento em vigor veda ao ente
Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é remunerada para a
prestação dos serviços.
b) possível, eis que, ao Poder Executivo do ente Alfa, é facultada a cessão especial de servidor
para a OS, com ônus para o ente de origem, em razão do contrato de gestão em vigor.
c) vedada pela lei, pois, em razão de sua natureza, o contrato de gestão em vigor veda ao ente
Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é remunerada para a
prestação dos serviços.
d) vedada pela lei, pois, em razão da natureza do serviço prestado, o termo de colaboração
em vigor veda ao ente Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é
remunerada para a prestação dos serviços.
e) possível, eis que, ao Poder Executivo do ente Alfa, é facultada a cessão especial de servidor
para a OS, com ônus para a OS cessionária, em razão do termo de parceria em vigor.
005. (FGV/JE/TJ-AP/2022) O Estado Alfa celebrou com uma organização da sociedade civil
(OSC) uma espécie de parceria, mediante transferência voluntária de recursos para consecução
de plano de trabalho proposto pelo poder público estadual, em regime de mútua cooperação,
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c) termo de colaboração.
d) convênio.
e) termo de gestão.
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015. (FGV/PROC LEG/AL-MT/2013) Acerca das entidades paraestatais, com base no Direito
Administrativo brasileiro, analise as afirmativas a seguir.
I – A expressão abrange todos os entes da Administração Indireta, além das pessoas jurídicas
de direito privado autorizadas a realizar atividades de interesse coletivo ou público.
II – Os serviços sociais autônomos, por arrecadarem contribuições parafiscais, estão sujeitos
à jurisdição da Justiça Federal.
III – O Termo de Parceria é o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as
entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado
à formação de vínculo de cooperação entre as partes.
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Assinale:
a) se somente a afirmativa II estiver correta.
b) se somente a afirmativa III estiver correta.
c) se as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se as afirmativas II e III estiverem corretas.
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a) O sindicato não pode se qualificar como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público,
uma vez que tal qualificação, de origem doutrinária, não tem amparo legal.
b) O sindicato não pode se qualificar como OSCIP, em virtude de vedação expressa da lei federal
sobre o tema.
c) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, uma vez que é uma entidade sem fins lucrativos
e o objetivo pretendido é a promoção da cultura nacional.
d) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, mas deve celebrar um contrato de gestão e não
um termo de parceria com o poder público.
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c) Somente pode se qualificar como organização da sociedade civil de interesse público uma
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos.
d) A pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos interessada em obter a qualificação
deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça.
e) Uma cooperativa de trabalhadores rurais pode se qualificar como organização da sociedade
civil de interesse público.
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a) ter personalidade jurídica de direito público e possuir em seu estatuto objeto social relacio-
nado com as atividades que desempenhará após o contrato de gestão.
b) estar habilitada estatutariamente para prestar serviços públicos essenciais compatíveis com
o termo de parceria e possuir fins lucrativos.
c) destinar-se ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.
d) possuir autonomia em seu órgão colegiado de deliberação superior, vedada a participação
de representantes do Poder Público e de membros da comunidade.
e) ser obrigatória a distribuição de bens e de parcela do patrimônio líquido advinda do lucro
anual, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado.
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c) F – V – F.
d) F – F – V.
e) F – V – V.
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GABARITO
1. a 37. b
2. c 38. b
3. b 39. c
4. b 40. e
5. b 41. d
6. b 42. e
7. c
8. b
9. b
10. b
11. c
12. a
13. b
14. b
15. b
16. a
17. e
18. b
19. d
20. a
21. e
22. c
23. c
24. e
25. c
26. b
27. d
28. a
29. b
30. c
31. d
32. e
33. d
34. d
35. e
36. b
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GABARITO COMENTADO
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002. (FGV/OAB UNI NAC/OAB/2022) A Associação Gama é uma instituição religiosa que
se dedica à promoção da assistência social e almeja obter recursos financeiros junto ao go-
verno federal a fim de fomentar suas atividades. Para tanto, seus representantes acreditam
que a melhor alternativa é a qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público – OSCIP, razão pela qual procuram você, como advogado(a), a fim de esclarecer as
peculiaridades relacionadas à legislação de regência (Lei n. 9.790/1999).
Acerca da situação hipotética apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A qualificação da Associação Gama como OSCIP é ato discricionário, que deve ser pleiteado
junto ao Ministério da Justiça.
b) Após a sua qualificação como OSCIP, a Associação Gama deverá formalizar contrato de
gestão com a Administração Pública para a transferência de recursos financeiros.
c) A Associação Gama não poderá ser qualificada como OSCIP, pois as instituições religiosas
não são passíveis de tal qualificação.
d) O estatuto social da Associação Gama precisa vedar a participação de servidores públicos
na composição de conselho ou diretoria, a fim de que ela possa ser qualificada como OSCIP.
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
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a) não é possível a obtenção da qualificação almejada, que somente pode ser deferida para as
associações;
b) a qualificação está condicionada à participação, no Conselho de Administração, entre outros
membros, de representantes do poder público;
c) a qualificação está condicionada à distribuição de lucros, aos membros do Conselho Curador,
na proporção máxima de 5% do proveito patrimonial obtido;
d) a qualificação independe de qualquer ato formal, bastando que Beta seja estruturada da
forma prevista em lei, o que lhe permitirá celebrar contratos de gestão;
e) a qualificação é obtida a partir da celebração de contrato de gestão, ocasião em que Beta
assumirá o compromisso de praticar os atos ajustados com o poder público.
a) Errada. A fundação de direito privado, desde que atenda aos requisitos legais, pode qualifi-
car-se como organização social, nos termos do artigo 1º da Lei n. 9.637/1998.
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
b) Certa. Um dos requisitos que devem ser observados para a qualificação como organização
social é a participação, no Conselho de Administração, dentre outros membros, de represen-
tantes do Poder Público.
Art. 3º O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivo
estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes
critérios básicos:
I – ser composto por:
a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder Público, de-
finidos pelo estatuto da entidade;
c) Errada. A qualificação ocorre em relação a entidades sem fins lucrativos. Logo, não há que
se falar em distribuição de lucros.
d) Errada. Diferente do que afirmado, a qualificação depende de aprovação do Ministro de Estado
da respectiva área de atuação.
Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior ha-
bilitem-se à qualificação como organização social:
II – haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização
social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente
ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado.
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e) Errada. A qualificação como organização social ocorre com a aprovação, quanto à conve-
niência e oportunidade, por parte do Ministro de Estado. Após, é celebrado o contrato de gestão
com a organização social.
Letra b.
004. (FGV/ADV/SEN/2022) Determinada pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrati-
vos e qualificada como Organização Social (OS), observadas as formalidades legais, celebrou
regularmente instrumento jurídico próprio com o ente federativo Alfa, que tem por objeto o
gerenciamento, a operacionalização e a execução de ações e serviços de saúde na Unidade
Hospitalar Beta.
No segundo mês à frente do hospital público Beta, a OS verificou que, para melhor exercer suas
obrigações e de maneira a viabilizar a prestação com mais eficiência do serviço de saúde, seria
importante a cessão de servidores públicos do ente Alfa para a OS.
O órgão da advocacia pública do ente Alfa, levando em consideração as normas de regência,
emitiu parecer no sentido de que a cessão de servidores pretendida é:
a) vedada pela lei, pois, em razão de sua natureza, o termo de fomento em vigor veda ao ente
Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é remunerada para a
prestação dos serviços.
b) possível, eis que, ao Poder Executivo do ente Alfa, é facultada a cessão especial de servidor
para a OS, com ônus para o ente de origem, em razão do contrato de gestão em vigor.
c) vedada pela lei, pois, em razão de sua natureza, o contrato de gestão em vigor veda ao ente
Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é remunerada para a
prestação dos serviços.
d) vedada pela lei, pois, em razão da natureza do serviço prestado, o termo de colaboração
em vigor veda ao ente Alfa a cessão de servidores para a OS, haja vista que a organização já é
remunerada para a prestação dos serviços.
e) possível, eis que, ao Poder Executivo do ente Alfa, é facultada a cessão especial de servidor
para a OS, com ônus para a OS cessionária, em razão do termo de parceria em vigor.
É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as organizações sociais, com
ônus para a origem.
Consequentemente, deve ser emitido parecer no sentido de que a cessão de servidores pre-
tendida é possível, eis que, ao Poder Executivo do ente Alfa, é facultada a cessão especial de
servidor para a OS, com ônus para o ente de origem, em razão do contrato de gestão em vigor.
Letra b.
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Terceiro Setor
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005. (FGV/JE/TJ-AP/2022) O Estado Alfa celebrou com uma organização da sociedade civil
(OSC) uma espécie de parceria, mediante transferência voluntária de recursos para consecução
de plano de trabalho proposto pelo poder público estadual, em regime de mútua cooperação,
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela Adminis-
tração Pública, consistentes na promoção e divulgação do “Programa à Vítima e Testemunha
Ameaçadas no Estado Alfa”, garantindo, na forma da lei, às vítimas e às testemunhas, ali-
mentação, saúde, moradia, educação e lazer, de maneira a promover a reinserção social dos
sujeitos em proteção em um novo território fora do local de risco.
De acordo com a Lei n. 13.019/2014, no caso em tela, o instrumento adequado utilizado foi o:
a) contrato de gestão, e o serviço firmado foi delegado à OSC, contratada mediante licitação;
b) termo de colaboração, e a OSC foi selecionada por meio de chamamento público;
c) termo de parceria, e a OSC foi selecionada mediante inexigibilidade de licitação;
d) termo de fomento, e a OSC foi selecionada mediante contratação direta;
e) acordo de cooperação, e deve haver prestação de contas sobre os recursos financeiros
transferidos ao Tribunal de Contas.
Na situação narrada, o instrumento utilizado foi o termo de colaboração, tendo em vista que a
proposta de celebração partiu de iniciativa da Administração Pública. De igual forma, a organi-
zação da sociedade civil foi selecionada por meio do processo de chamamento público.
Letra b.
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Acerca da situação apresentada, à luz da Lei n. 13.019/2014, que dispõe sobre as Organizações
da Sociedade Civil, assinale a afirmativa correta.
a) A situação atende plenamente ao previsto na legislação.
b) A situação apresenta conformidade quanto à escolha de entidade religiosa, bem como quanto
ao uso de acordo de cooperação, mas não poderia haver a transferência de recursos financeiros.
c) A situação apresenta conformidade quanto à escolha da instituição, mas o instrumento de
parceria deveria ser o termo de parceria, ainda que fosse possível a transferência de recursos
financeiros.
d) A situação apresenta conformidade quanto à escolha da instituição, mas o instrumento se
mostra inadequado, além do que, a transferência de recursos financeiros não é permitida para
Organizações da Sociedade Civil.
e) A situação apresenta irregularidade desde a escolha da instituição, visto que, em função
da laicidade do Estado, a entidade religiosa não pode ser considerada uma Organização da
Sociedade Civil, estando, portanto, impedida de celebrar parceria com o Município, bem como
receber recursos financeiros.
Inicialmente, precisamos saber que as organizações religiosas podem, desde que atendam aos
requisitos legais, celebrar parcerias com a Administração Pública.
Outro ponto é que o acordo de cooperação mencionado pela questão é um dos instrumentos
que podem ser utilizados no momento da celebração das parcerias.
Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração pública e organi-
zações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente
estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento
ou em acordos de cooperação.
Com base nestas informações, bem como no enunciado da questão, é possível inferir que a
situação apresenta conformidade quanto à escolha de entidade religiosa, bem como quanto
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Letra c.
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Terceiro Setor
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No caso em tela, na busca do cumprimento dos objetivos comuns indicados pelas partes no
contrato de gestão, de acordo com as disposições legais aplicáveis:
a) à OS Gama se aplica o controle externo exercido pela Secretaria Estadual de Saúde, mediante
seu poder hierárquico, pois integra a Administração indireta;
b) ao Poder Executivo do Estado Alfa é facultada a cessão especial de servidor para a OS Gama,
com ônus para a origem;
c) a OS Gama não se submete diretamente à lei de improbidade administrativa, nem se sujeita
a controle financeiro e contábil pelo Tribunal de Contas, por ostentar personalidade jurídica de
direito privado;
d) o conselho de administração da OS Gama deve estar estruturado nos termos em que dispuser
o seu respectivo estatuto, permitindo o controle social e vedada a participação de representan-
tes do poder público;
e) a OS Gama deve possuir finalidade não lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de
metade de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades, facultada
a divisão de lucros da outra metade aos associados.
a) Errada. A Organização Social não integra a Administração Indireta, diferente do que afirmado.
Além disso, o controle destas entidades será realizado pelos respectivos Tribunais de Contas,
uma vez que tais organizações movimentam recursos públicos.
b) Certa. A questão está de acordo com as disposições do artigo 14 da Lei n. 9.637/1998, que
estabelece que:
É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as organizações sociais, com
ônus para a origem.
Art. 3º O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivo
estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes
critérios básicos:
I – ser composto por:
a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder Público, de-
finidos pelo estatuto da entidade;
e) Errada. Todo o excedente financeiro da organização social (e não apenas a metade) deve ser
investido no desenvolvimento das suas próprias atividades.
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Terceiro Setor
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Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior ha-
bilitem-se à qualificação como organização social:
I – comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:
b) finalidade não lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros
no desenvolvimento das próprias atividades;
Letra b.
Se o ajuste é feito sem a transferência de recursos financeiros, o instrumento que deve ser
utilizado é o acordo de cooperação.
Letra b.
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Terceiro Setor
Diogo Surdi
a) somente o primeiro convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de
colaboração.
b) somente o segundo convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de fomento.
c) somente o primeiro convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o contrato
de gestão.
d) somente o segundo convênio é ilegal, pois o instrumento correto deveria ser o termo de parceria.
e) ambos os convênios são ilegais, pois os instrumentos deveriam ser, respectivamente, o termo
de parceria e o acordo de cooperação.
2) o segundo, por sua vez, celebrado a partir de proposta de Delta, visava a estabelecer parceria
na consecução de finalidade de interesse público e recíproco, consistente no oferecimento de
programas de atletismo a adolescentes carentes: Neste caso, estamos diante de ilegalidade,
haja vista que o ajuste que deveria ser utilizado é o termo de colaboração, e não o convênio.
Letra b.
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Terceiro Setor
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a) um projeto.
b) uma política pública.
c) uma parceria.
d) um termo de fomento.
e) um termo de colaboração.
Letra c.
Letra a.
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Terceiro Setor
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Considerando que o Município Alfa realizou chamamento público para selecionar as organi-
zações da sociedade civil com as quais celebraria ajustes para a prestação de determinado
serviço público de contornos assistenciais, é inegável que a proposta de firmar a parceria tem a
iniciativa do Poder Público, e não do particular. Logo, o ajuste que atende a estas características
é o termo de colaboração.
Letra b.
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Terceiro Setor
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Na questão, a banca exigiu a definição, apenas, do contrato firmado entre órgãos da Admi-
nistração Pública, medida que, quando realizada, possibilita o controle do desempenho das
atividades de tais órgãos.
Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus adminis-
tradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão
ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.
Letra b.
015. (FGV/PROC LEG/AL-MT/2013) Acerca das entidades paraestatais, com base no Direito
Administrativo brasileiro, analise as afirmativas a seguir.
I – A expressão abrange todos os entes da Administração Indireta, além das pessoas jurídicas
de direito privado autorizadas a realizar atividades de interesse coletivo ou público.
II – Os serviços sociais autônomos, por arrecadarem contribuições parafiscais, estão sujeitos
à jurisdição da Justiça Federal.
III – O Termo de Parceria é o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as
entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado
à formação de vínculo de cooperação entre as partes.
Assinale:
a) se somente a afirmativa II estiver correta.
b) se somente a afirmativa III estiver correta.
c) se as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se as afirmativas II e III estiverem corretas.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 516. O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito à jurisdição da Justiça
estadual.
III – Certa. O item apresenta, de forma correta, a definição do termo de parceria, que é o instru-
mento utilizado para a celebração do acordo de cooperação com as OSCIPs.
Letra b.
a) Certa. A Lei n. 9.790/1999 regulamenta diversos pontos acerca das OSCIPs. Em seu artigo 2º,
encontramos as entidades que não podem receber tal qualificação, dentre as quais se destaca,
em seu inciso IX, as organizações sociais.
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
IX – as organizações sociais;
b) Errada. Todas as entidades que compõem o Terceiro Setor, por receberem algum tipo de
recurso ou incentivo público, devem prestar contas aos Tribunais de Contas respectivos.
c) Errada. Tal como as demais entidades que compõem o terceiro setor, as organizações sociais
atuam “ao lado” do Estado, executando, por isso mesmo, serviços não exclusivos do Poder Público.
Ressalta-se que as entidades paraestatais não fazem parte da Administração Pública.
d) Errada. De acordo com o já mencionado artigo 2º da Lei n. 9.790/1999, as entidades religiosas
não poderão se qualificar como OSCIPs:
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Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
e) Errada. O artigo 5º da Lei n. 9.637/1998 dispõe que o pacto firmado entre o Poder Público e
as Organizações Sociais é o Contrato de Gestão.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o
Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria
entre as partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1º.
Da mesma forma, todas as entidades do terceiro setor estão sujeitas à prestação de contas
aos Tribunais e Cortes de Contas competentes.
Letra a.
Das alternativas propostas, temos uma Organização Social (letra “a”), uma OSCIP (letra “b”), e
dois exemplos de Serviços Sociais Autônomos (letras “c” e “d”).
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (letra “e”), não é exemplo de entidade do terceiro
setor, sendo uma agência reguladora (autarquia em regime especial).
Letra e.
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a) O sindicato não pode se qualificar como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público,
uma vez que tal qualificação, de origem doutrinária, não tem amparo legal.
b) O sindicato não pode se qualificar como OSCIP, em virtude de vedação expressa da lei federal
sobre o tema.
c) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, uma vez que é uma entidade sem fins lucrativos
e o objetivo pretendido é a promoção da cultura nacional.
d) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, mas deve celebrar um contrato de gestão e não
um termo de parceria com o poder público.
Os sindicatos não podem ser qualificar como OSCIPs, conforme previsão da Lei n. 9.790/1999:
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
Letra b.
a) Errada. Os serviços sociais autônomos, assim como as demais entidades do terceiro setor,
não integram a Administração Pública.
b) Errada. A entidades do terceiro setor possuem, todas elas, personalidade jurídica de direi-
to privado.
c) Errada. Não há a concessão de serviço público. A concessão é feita com as concessionárias
e permissionárias. As entidades do terceiro setor, em sentido diverso, atuam em regime de co-
laboração com o Poder Público, recebendo, em troca, incentivos de diversas espécies.
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d) Certa. Tendo em vista que as entidades que fazem parte do serviço social autônomo são
custeadas, em parte, com contribuições parafiscais, devem elas, de acordo com a moralidade,
fazer bom uso destes valores.
Logo, ainda que elas não estejam sujeitas às normas de licitação, devem elas, nas suas compras,
adotar procedimentos que assegurem a observância dos critérios de economicidade, isonomia
e moralidade.
Letra d.
A qualificação como OSCIPs, quando a entidade atender aos requisitos previstos em lei, é um
ato vinculado do Poder Público.
Letra a.
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Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
X – as cooperativas;
022. (FGV/OAB UNI NAC/XV EXAME/OAB/2014) A ONG “Festivus”, uma associação de caráter
assistencial, qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), cele-
brou Termo de Parceria com a União e dela recebeu R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais)
para execução de atividades de interesse público. Uma revista de circulação nacional, entretanto,
divulgou denúncias de desvio de recursos e de utilização da associação como forma de fraude.
Com base na hipótese apresentada, considerando a disciplina constitucional e legal, assinale
a afirmativa correta.
a) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual irregularidade, uma
vez que se trata de pessoa jurídica de direito privado, não integrante da Administração Pública.
b) O Tribunal de Contas da União tem competência para apurar eventual irregularidade praticada
pela OSCIP, por se tratar de pessoa jurídica integrante da administração indireta federal.
c) O Tribunal de Contas da União tem competência para apurar eventual irregularidade praticada
pela OSCIP, por se tratar de recursos públicos federais.
d) O controle exercido sobre a utilização dos recursos repassados à OSCIP é realizado apenas
pela própria Administração e pelo Ministério Público Federal.
As OSCIPs, ainda que não façam parte da Administração Pública, estão sujeitas às disposições
dos Tribunais de Contas, que são competentes para apurar eventual irregularidade praticada
pelas entidades.
Letra c.
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a) Errada. As OSCIPs são qualificadas desta forma pelo Ministério da Justiça, e não pelo Minis-
tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
b) Errada. Em caso de excedentes, os valores não poderão ser distribuídos entre empregados
ou associados, devendo, em sentido diverso, ser utilizados nas atividades desempenhadas
pelas entidades.
c) Certa. Com a qualificação como OSCIP, o objetivo é justamente a formação de um vínculo de
cooperação com o Poder Público.
d) Errada. O contrato de gestão é utilizado nos pactos celebrados com as organizações sociais.
As OSCIPs, em sentido oposto, fazem uso de termo de parceria.
e) Errada. Como afirmado na letra “b”, as OSCIPs não podem distribuir recursos a terceiros.
Eventuais “sobras” de recursos devem ser utilizados para o desempenho de atividades relacio-
nadas com o objeto da entidade.
Letra c.
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a) Errada. As organizações sociais, ao contrário do que afirmado, não podem ser finalidade
lucrativa.
b) Errada. As OSCIPs não podem distribuir os eventuais excedentes operacionais entre os seus
colaboradores. Tais recursos deverão ser utilizados nas atividades precípuas da entidade.
c) Errada. Temos aqui uma forma de incentivo para as OSCIPs, ou seja, o recebimento de bens
apreendidos pela Receita Federal. Tais bens, desta forma, poderão ser utilizados pelas OSCIPs.
d) Errada. O certificado em questão é emitido pelo Ministério da Justiça.
e) Certa. Ainda que a alternativa esteja mal elaborada, o que o examinador quis afirmar é que
as organizações sociais desempenham serviços públicos que também são desempenhados
pela Administração Pública.
O que ocorre, na verdade, é que as organizações sociais possuem uma lista taxativa de áreas
de atuação, como se observa da análise do artigo 1º da Lei n. 9.637/1998:
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Letra e.
A questão exige o conhecimento de três das finalidades que os objetivos sociais das OSCIPs
devem ter:
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universa-
lização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida
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às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo
menos uma das seguintes finalidades:
I – promoção da assistência social;
V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alternativos
de produção, comércio, emprego e crédito;
Letra c.
Dentre as alternativas, apenas a letra B apresenta um requisito que deve ser atendido pelas
OSCIPs, conforme previsão da Lei n. 9.790/1999:
Art. 4º Atendido o disposto no art. 3º, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por
estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
III – a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar
sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais reali-
zadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;
Letra b.
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Os setores em que as organizações sociais podem desempenhar suas atividades estão listados,
de forma taxativa, pelo artigo 1º da Lei n. 9.637/1998:
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra “d” (segurança pública) não trata-se de
atividade que pode ser desempenhada pelas organizações sociais.
Letra d.
I – Certa. Trata-se da forma como as OSCIPs são qualificadas, ou sejam por meio de um ato
(certificação) do Ministério da Justiça.
II – Errada. O contrato de gestão apenas é utilizado para as organizações sociais. Para as OS-
CIPs, o instrumento é o termo de parceria.
III – Errada. As entidades do terceiro setor não possuem o objetivo de substituir o Estado, mas
sim de, em alguns setores, auxiliar o Poder Público no desempenho de suas atividades.
Letra a.
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Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Desta forma, como as organizações sociais possuem uma lista taxativa de setores onde as
atividades podem ser desempenhadas, o entendimento é de que eles recebem uma “delegação”
para tais atividades.
E como as OSCIPs não possuem esta lista taxativa de atividades, desempenham elas um serviço
social não exclusivo do Estado.
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Obs.: Para a FGV, as organizações sociais recebem a delegação para a gestão de determi-
nados serviços públicos, fato este que não ocorre com as OSCIPs.
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
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a) Errada. A qualificação como organização social é feita por meio de decreto. Além disso, a
qualificação, ao contrário do que ocorre com as OSCIPs, é um ato discricionário.
b) Errada. As entidades do terceiro setor não integram a Administração Pública.
c) Errada. Uma vez realizada a qualificação como organização social, a entidade pode desem-
penhar suas atividades sem a necessidade de realização de licitação prévia.
d) Errada. A qualificação como organização social não depende da realização de licitação.
e) Certa. Ainda que as entidades do terceiro setor (como as organizações sociais) não integrem
a Administração Pública e desempenhem atividades sem finalidade lucrativa, devem elas se
submeter ao controle realizado pelos Tribunais de Contas.
Letra e.
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a) Errada. Não há vedação à qualificação como OSCIP por parte das associações, ainda que o
objeto seja a promoção do voluntariado.
b) Errada. A qualificação como OSCIP é ato vinculado, e não discricionário.
c) Errada. O contrato de gestão é celebrado com as organizações sociais, e não com as OSCIPs,
que, em sentido diverso, firmam termo de parceria.
d) Certa. No caso, o patrimônio da OSCIP está afetado a um interesse coletivo, que é a prestação
da atividade desempenhada pela entidade. Consequentemente, não pode o bem ser livremente
alienado pela OSCIP.
Letra d.
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a) Agência Executiva.
b) Sociedade Anônima.
c) Fundação Autárquica.
d) Associação Pública.
e) Entidade de Apoio.
O terceiro setor é formado, basicamente, pelas Organizações Sociais, pelas OSCIPS, pelos Ser-
viços Sociais Autônomos e pelas Entidades de Apoio.
Letra e.
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I – Falsa. A organização social não é um tipo de autarquia, mas sim uma entidade do terceiro setor.
II – Falsa. A qualificação como OS não é irreversível. Tanto é que o artigo 16 da Lei n. 9.637/1998
estabelece que:
O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social, quando
constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão.
III – Falsa. A organização social é uma pessoa jurídica de direito privado, mas não integra, con-
tudo, a Administração Pública.
Letra b.
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Diogo Surdi
Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas
jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em
funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e
normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.
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Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
a) Errada. As organizações sociais não fazem parte da estrutura da Administração Pública, seja
ela direta ou indireta.
b) Errada. As OSs não podem exercer qualquer tipo de atividade de interesse público, mas
sim apenas aquelas que não sejam exclusivas do Poder Público. A título de exemplo, a Lei n.
9.637/1998 estabelece uma lista exemplificativa de serviços que podem ser prestados.
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde,
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
c) Certa. O vínculo mantido entre o Poder Público e as organizações sociais é o contrato de gestão.
d) Errada. As agências executivas são uma qualificação conferida às autarquias e fundações
públicas, não estando relacionadas com as organizações sociais.
e) Errada. Não há um modelo societário específico que deve ser utilizado pelas organizações
sociais. O que elas não podem é ter finalidade lucrativa.
Letra c.
O terceiro setor é composto por organizações privadas sem fins lucrativos. Tais organizações,
por atuarem ao lado do Estado, prestam serviços de caráter público não essencial.
Letra e.
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Direito Administrativo
Terceiro Setor
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sentassem os seus projetos, sendo celebrado ajuste com a organização vencedora, que seria
contemplada com a transferência de recursos financeiros.
À luz da sistemática vigente, o referido ajuste terá a forma de:
a) termo de parceria.
b) contrato de gestão.
c) termo de interação.
d) termo de colaboração.
e) acordo de cooperação.
De acordo com as disposições da Lei n. 13.019/2014, temos a seguinte definição para o termo
de colaboração.
Aqui, o grande detalhe para resolver a questão era sabermos que, no termos de colaboração,
quem propõe a parceria é a Administração Pública.
E observe que é exatamente isso que ocorre no enunciado da questão, que afirma que o Muni-
cípio Alfa fez uso de chamamento público com o objetivo de angariar propostas de parcerias
a serem celebradas.
Letra d.
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Direito Administrativo
Terceiro Setor
Diogo Surdi
O acordo de cooperação é o instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias esta-
belecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução
de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos
financeiros.
Na questão, o Município Alfa decidiu celebrar ajuste com a associação sem a transferência de
recursos financeiros. Logo, o ajuste a ser celebrado é o termo de colaboração.
Letra e.
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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