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Aula 05 Apostila
Aula 05 Apostila
Aula 04
EsFCEx e EsSEX - Geografia do Brasil -
2023 (Pós-Edital)
Autor:
Sergio Henrique
18 de Maio de 2023
https://t.me/kakashi_copiador
Sergio Henrique
Aula 04
SUMÁRIO
Sumário ............................................................................................................................. 1
00. Bate-Papo Inicial .......................................................................................................... 3
1. Agricultura: Aspectos Gerais e Limitantes Físicos ........................................................... 4
2. Solos .............................................................................................................................. 7
2.1. Os Solos do Brasil ..................................................................................................................... 10
3. Agronegócio................................................................................................................. 12
3.1. A Biotecnologia ........................................................................................................................ 14
3.2. Produção de Alimentos Geneticamente Modificados .............................................................. 15
3.3. A Polêmica dos Transgênicos e a Lei de Biossegurança........................................................... 15
3.4. Bioética ..................................................................................................................................... 18
3.5. Os Alimentos Transgênicos um Paradigma Mundial ............................................................... 18
3.6. Vantagens e Desvantagens Sobre Transgênicos ...................................................................... 20
3.6.1. Vantagens dos Alimentos Transgênicos ............................................................................................................... 20
3.6.2. Desvantagens dos Alimentos Transgênicos .......................................................................................................... 20
outros elementos da natureza. Os gregos, por exemplo, tinham como deusa da terra cultivada
Demeter ou Demetra, propiciadora do trigo, planta símbolo da civilização. Já os romanos
veneravam a deusa Ceres, celebrando seu despertar na primavera.
Na Idade Média, a organização política dos feudos começou a ter influência direta na
produtividade agrícola. A concentração de terras agrícolas, a partir daí, tornou-se também uma
forma de dominação dos senhores feudais e da igreja (proprietários de grandes porções de terras)
sobre os pequenos produtores adeptos da agricultura de subsistência em pequenas propriedades.
Na Idade Contemporânea, a fome assolou o mundo nos períodos pós-primeira e segunda
guerras mundiais. Com isso, surgiu a necessidade de aumentar a produção de alimentos, período
em que houve grandes avanços nas técnicas agrícolas que culminaram no aumento das áreas
cultiváveis no globo terrestre.
A agricultura é praticada em grande parte do planeta, mas a exceção é feita para algumas
sociedades nativas ainda existentes pelo mundo, como tribos nômades africanas e algumas tribos
amazônicas.
Ainda existem elementos naturais que limitam o cultivo das lavouras, como nos grandes
desertos e em localidades com climas frios, como em áreas de elevadas altitudes, nos topos de
montanhas e nas regiões polares e subpolares, situadas nas latitudes mais altas do planeta.
O principal elemento natural que limita a agricultura é o clima, que também influencia nas
características do solo. Por sua vez, as características de determinado solo serão limitadoras ou
propulsoras para a atividade agrícola. De acordo com a profundidade e fertilidade, podemos
cultivar em determinado solo ou não.
As áreas do Brasil sob a influência do clima tropical, por exemplo, com médias de
temperatura mais elevadas, boa luminosidade anual e chuvas concentradas durante o verão, são
favoráveis aodesenvolvimento agrícola. Contudo, dependem de um manejo adequado do solo para
serem altamente produtivas.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com dados
consolidados pela Embrapa, em 2020 o Brasil se posicionou como o segundo maior exportador
agropecuário do mundo, responsável por 19% do mercado global, abaixo apenas dos Estados
Unidos.
Entre os principais produtos estão a soja, o milho, o café, as carnes bovina e de frango, além
de produtos relacionados ao extrativismo, advindos do setor madeireiro, e cultivos relacionados à
agricultura comercial de produtos tropicais como frutas, como podemos visualizar no mapa a
seguir.
2. SOLOS
Os solos são o resultado da alteração da rocha matriz ao longo do tempo dado pela ação da
temperatura, da pluviosidade, dos ventos, da pressão na crosta terrestre e pela ação de
organismos biológicos.
Essa ação combinada entre esses diferentes agentes, sejam eles biológicos, químicos ou
mecânicos, sobre determinado tipo de rocha é chamada de intemperismo ou meteorização.O
processo de formação dos solos é chamado de pedogênese. Os estudos sobre os solos são feitos
pela área da pedologia.
Vários fatores podem interferir na fertilidade dos solos, como o tipo de rocha, a quantidade
de matéria orgânica,a ação de microrganismos, de animais e das raízes das plantas. É um processo
lento, que demora milhares de anos para ocorrer. Para se ter ideia, são necessários 400 anos para
a formação de 1 cm de solo.
Se cavarmos esse solo até atingirmos a rocha, veremos que o seu perfil não é totalmente
homogêneo, sendo as camadas superficiais mais antigas (e, por isso, mais alteradas) que as
camadas profundas.
Os solos são compostos por uma parte sólida e uma parte porosa, que contribuem para a
ocorrência de vida sobre ele. Na parte sólida, quase a metade corresponde à sua composição
mineral e uma parte menor equivale à existência de matéria orgânica. A porção porosa pode ser
preenchida por água ou por ar, conforme indicado na figura a seguir.
Adapt
ado
de
Igo F.
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São bilhões de toneladas de solos perdidos todo ano no mundo. Segundo dados de 2019
publicados pela FAO, o planeta perde 24 bilhões de toneladas de solos férteis todos os anos. É
como se o nosso planeta perdesse a cada 5 segundos uma quantidade de solo equivalente ao
tamanho de um campo de futebol.
A organização alerta que, no ritmo atual, mais de 90% dos solos da Terra podem estar
degradados até 2050. No Brasil, são estimadas perdas de 616,5 milhões de toneladas de terra ao
ano, decorrentes do processo de erosão do solo em lavouras anuais, e custos da ordem de US$ 1,3
bilhão ao ano.
3. AGRONEGÓCIO
São todos os setores produtivos da cadeia agrícola. Estão incluídos no agronegócio, por
exemplo, a lavoura mecanizada, assim como a indústria de maquinários agrícolas (insumos),
adubos e fertilizantes (componentes químicos).Inclusive o processamento final do alimento
também é englobado pelo agronegócio, por exemplo, uma fábrica de sucos, um laticínio ou um
grande frigorífico.
A modernização tecnológica no campo promoveu mudanças significativas. A agropecuária
desenvolveu-se tanto em pesquisasnas áreas de seleção e aprimoramentogenéticos das espécies
quanto no desenvolvimento de métodos de cultivo e colheita mecanizados, que se apresentam
cada vez mais automatizados.
Essa reorganização fundiária se trata da redistribuição de terras ociosas, que não estejam
ocupadas por algum tipo de atividade produtiva, para pequenos proprietários que buscam
oportunidades de implementar suas produções por meio do estabelecimento de umaprática
baseada na agricultura familiar.
Segundo dados do último Censo Agropecuário, de 2017, cerca de 77% dos estabelecimentos
rurais do Brasil são destinados à agricultura familiar. A sua produção é mais diversificada do que a
produção em grandes propriedades, ou seja, um modelo policultor, e é considerada menos
deletéria ao meio ambiente.
3.1. A BIOTECNOLOGIA
Para se obter produtos com características específicas, são realizadas várias pesquisas em
busca do melhoramento genético das plantas e também dos animais. No caso do manejo das
plantas, existem as sementes híbridas e as sementes transgênicas.
As sementes híbridas têm origem no cruzamento de espécies diferentes, mas pertencentes
à mesma família, que sãopolinizadas entre si a fim de se obter plantas mais resistentes. As
sementes híbridas geralmente derivam espécies que normalmente não são encontradas na
natureza.
Elas podem ser mais resistentes às pragas e às doenças,podem germinar mais rápido, virem
sem sementes, entre outras características desejáveis. Elas são mais produtivas do que as espécies
puras, mas as sementes de origem são criadas em laboratório, como de um maracujá-rubi ou um
mamão do tipo formosa.
Já os transgênicos são OGMs ou Organismos Geneticamente Modificados. São organismos
que recebem materiais genéticos de uma outra espécie doadora. Esse DNA alterado pode se
refletir na apresentação de alguma característica que a espécie receptora não tinha antes. Os
OGMs podem originar plantas mais resistentes à ação de pragas, ao uso de agrotóxicos, como
pesticidas e herbicidas, além de fazê-las mais adaptáveisàsvariações climáticas e a condições de
solo específicas.
Em 2020, o Brasil se transformou no maior produtor e exportador mundial de soja, e mais
de 90% dessa soja é transgênica. As primeiras pesquisas com a soja transgênica no Brasil
aconteceram em 1997, por meio da Embrapa em parceria com a iniciativa privada.
A nova tecnologia implementada pelas plantas transgênicas, antes de serem liberadas pela
lei, provocou um grande debate entre os cidadãos e cientistas sobre os possíveis impactos nocivos
do uso dessas sementes.
São muitas as consequências e elas são muito variadas, pois refletem tanto no meio
ambiente quanto na economia e na saúde humana. As pesquisas realizadas sobre os impactos dos
alimentos transgênicos na saúde humana não foram efetivamente conclusivas, ou seja, eles foram
liberados antes de sabermos se podem provocar efeitos nocivos.
Os principais riscos apontados pelo uso de alimentostransgênicos são: risco de cruzamento
espontâneo, desaparecimento das espécies originais, dependência do produtor das grandes
corporações e o problema bioético sobre as patentes relacionadas aos organismos vivos.
As plantas transgênicas, portanto, são aquelas que receberam um ou mais genes de outros
seres vivos com o objetivo de apresentarem novas características. Atualmente, somente soja,
milho e algodão transgênicos são cultivados comercialmente no Brasil.
Fonte: Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB)
3.4. BIOÉTICA
No levantamento mais recente feito pelo ISAAA, em 2019, os Estados Unidos seguem na
liderança na quantidade de área plantada com transgênicos, seguido por Brasil, Argentina, Canadá
e Índia.
4. MODELOS AGRÍCOLAS
Existem diversos modelos agrícolas pelo mundo, cada qual adaptado às condições de cada
local. Há os sistemas agrícolas com uso intensivo ou extensivo dos solos.
Agricultura extensiva:é um tipo de agricultura realizada com baixo emprego de
tecnologias, com pouca mecanização, e utiliza técnicas rudimentares, principalmente em
países subdesenvolvidos. Tem uma baixa produtividade e ocupa maior espaço. São
exemplos os roçados e a agricultura de subsistência.
Agricultura intensiva:é o modelo agrícola típico dos países desenvolvidos. As técnicas de
cultivo são mais avançadas, possui maior grau de mecanização, utilizamfertilizantes e
agrotóxicos (defensivos agrícolas) e possui alta produtividade. Ocupam um menor espaço,
devido à adaptação das culturas a um alto adensamento.
Alguns exemplos da aplicação da agricultura intensiva são os das imagens a seguir. O
modelo agrícola dos Estados Unidos (cinturões agrícolas), os cultivos hidropônicos (plantios
realizados em água enriquecida com nutrientes), cultivo de hortaliças em estufas, os
pôldersholandeses. Além disso, boa parte da cadeia do agronegócio nacional é baseada no modelo
intensivo.
Na imagem mais à direita temos um pôlder holandês. São áreas do mar que são parcialmente aterradas e protegidas por um sistema de diques e
de barragens. As áreas conquistadas são usadas para a agricultura.
Além disso, as propriedades agrícolas são geridas como empresas, sendo que grande parte
dos proprietários rurais buscam capitalizar suas produções e transitam boa parte do tempo entre
as propriedades rurais e os centros urbanos onde são realizadas as transações financeiras de seus
cultivos.
As safras dessas propriedades podem ser divididas em fases:
1 – Preparação do solo: análise do solo e aplicação de fertilizantes e corretivos;
2 – Plantio: semeadura de acordo com o potencial produtivo;
3 – Acompanhamento da lavoura: mapeamento de doenças e pragas, e aplicação localizada
de defensivos agrícolas;
4 – Colheita: utilizadas máquinas com sensores de produtividade e são produzidos mapas de
produtividade para identificação de áreas improdutivas.
São setores agrícolas que são organizados de acordo com a “vocação agrícola do lugar”, ou
seja, de acordo com a proximidade do mercado consumidor, do solo e clima mais adequado àquela
cultura.
Nesses cinturões são oferecidos subsídios agrícolas aos produtores que optam por cultivar
determinada cultura, uma prática protecionista. Esses subsídios dados pelos Estados Unidos aos
seus produtores rurais, algo que também acontece nos países da União Europeia, provocam uma
grande polêmica internacional na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Os países em desenvolvimento que possuem um setor agrícola forte e que não subsidiam
seus produtores rurais da mesma maneira que as grandes potências alegam sofrer desvantagens
comerciais.
O terraceamento é uma técnica em que são realizados cortes nas vertentes dos morros,
construindo os terraços. Não há uso de tecnologias modernas, mas a produtividade é elevada.O
principal objetivo do terraceamento é possibilitar maior retenção da água e diminuir os processos
erosivos nos períodos chuvosos. Os terraços agem na diminuição da velocidade da água que desce
por morros inclinados e diminui a quantidade de solo perdido pela carga de sedimentos
transportados pelas encostas.
aumento de nitrogênio no solo, deixado pelas cinzas, favorece momentaneamente o plantio até
ser lavado pela chuva.
Historicamente esse processo preparava a terra para o cultivo de subsistência. Com a falta
de conservação do solo e a perda nutricional, é necessário que os trabalhadores façam
movimentos periódicos em busca de solos ainda férteis, por isso denominamos esse sistema de
itinerante.
Passado o período de fertilidade do terreno, o agricultor se desloca para um novo local onde
colocará em prática um processo semelhante. Durante o período de desuso da área, ocorre
naturalmente a instalação de floresta secundária.
Ao longo do tempo, ocorre a recuperação total, permitindo que esse terreno volte a ser
produtivo e utilizado para o cultivo. Essa prática é comum nos países em desenvolvimento, ou nas
zonas de agricultura tradicional. A agricultura itinerante é aplicada em países da África, América
Latina, Ásia Central e Sudeste Asiático.
6. A AGROPECUÁRIA NO BRASIL
Há registros de vestígios da agricultura primitiva em todas as regiões brasileiras,
especialmente na região amazônica. As matas ofereciam aos nativos uma diversidade rica de
alimentos naturais que, juntamente com a caça e a pesca, constituíam a base de sua alimentação.
A domesticação de muitas dessas plantas, como a mandioca, o milho e a batata-doce, deu
início à agricultura em volta das aldeias. A formação da agropecuária brasileira, como conhecemos
hoje, deveu-se sobretudo à ação dos colonizadores, que trouxeram espécies animais (como o
gado) e vegetais (como coqueiros, mangueiras e laranjeiras).
Os ciclos do pau-brasil, da cana-de-açúcar, do tabaco, do algodão, do gado, do café, do
cacau, da borracha e, mais recentemente, da soja, das aves, dos suínos e de novo da cana-de-
açúcar, agora como também produtora de combustível, marcam períodos de elevado crescimento
da produção. Vejamos um pouco mais sobre alguns desses ciclos a seguir.
O pau-brasil era abundante na região costeira, e foi o primeiro produto a causar interesse
dos exploradores, que comercializavam, além da madeira, o corante extraído dela, chamado
brasilina, utilizado pela indústria têxtil como alternativa para tingir tecidos de vermelho, que era
conhecido como a cor do rei e dos nobres. Sua extração financiou o reconhecimento e
mapeamento da costa brasileira.
Passado esse primeiro momento de exploração extrativista, associada posteriormente à
extração de minérios, principalmente o ouro, o setor agrícola brasileiro passou a ser baseado na
produção açucareira. O ciclo da cana-de-açúcar durou de 1530 a 1700, consistindo na atividade
mais densa do Brasil colonial, relacionando-se, ainda, com o processo de povoamento da colônia.
Assim, o cultivo de cana-de-açúcar nas capitanias hereditárias obteve grande êxito devido
ao clima e solo fértil (massapê), e ao baixo custo de produção em sistema de plantation, que
utilizava mão-de-obra escrava (indígenas em primeiro momento e depois africanos em grande
quantidade) em grandes latifúndios monocultores para exportação. Durante a colônia, também foi
produzido algodão e tabaco, usados no escambo para a compra de negros africanos para a
escravização.
Após a desaceleração da produção no Nordeste brasileiro, a região Sudeste tornou-se a
nova protagonista no setor agrícola nacional. No final do período colonial, o café já se mostrava o
novo grande negócio do setor rural, passando de 3 mil sacas exportadas no início do século XIX
para mais de 51 milhões de sacas em 1880, sendo esse produto responsável por 60% das
exportações nacionais.
Nesse período, o café chegou ao seu ápice em nosso país, retraindo-se apenas com a crise
mundial de 1929, que impulsionou a industrialização brasileira, com migração do capital investido
no café para a atividade de transformação de bens.
Concomitantemente ao café, no começo do século XX, emergiu o ciclo da borracha,
relacionado à extração do látex das seringueiras, destinado a suprir a demanda fabril
principalmente no setor automotivo.
Em meio à pandemia de Covid-19, o Brasil fechou o ano de 2020 com um PIB de 7,4 trilhões
de reais, uma queda de 4,9% em relação a 2019. O setor agropecuário foi o único que apresentou
alta, de 2%.
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a participação do
agronegócio brasileiro chegou a 26% do PIB brasileiro. Segundo o IBGE, esse setor respondeu por
quase a metade das exportações brasileiras, 48%. O Brasil é o quarto maior produtor de grãos do
planeta, atrás de Estados Unidos, China e Índia.
O produto que lidera as exportações nacionais é a soja, mas também são exportados cana-
de-açúcar, café, milho, carnes, couro, fibras e produtos têxteis, madeira, algodão, cacau, além de
frutas como goiaba, manga, maçã, banana, laranja, limão e castanhas.
Segundo o Ministério da Agricultura, as exportações brasileiras do agronegócio somaram no
ano de 2020 um total de 100,81 bilhões de dólares. O maior comprador de nossas mercadorias foi
a China (US$ 33,99 bilhões), seguida pelos países da União Europeia (US$ 16,3 bilhões), os Estados
Unidos (US$ 6,96 bilhões), Japão (US$ 2,5 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 2,21 bilhões).
Antes de estudarmos mais a fundo sobre as diferentes culturas agrícolas cultivadas em todo
o mundo e mais especificamente no Brasil, é preciso que tenhamos conhecimento de como elas
são classificadas. De acordo com o IBGE:
Culturas temporárias: “São culturas de curta ou média duração, geralmente com ciclo
vegetativo inferior a um ano, que após a colheita necessitam de novo plantio para
produzir, por exemplo: soja, milho, feijão etc. São incluídos nessa categoria o abacaxi, a
cana-de-açúcar, a mandioca e a mamona, que apresentam ciclos de colheita muitas vezes
superiores a 12 meses.”
Culturas permanentes: “São culturas de longo ciclo vegetativo, que permitem colheitas
sucessivas, sem necessidade de novo plantio, por exemplo: café, maçã, pera, uva, manga,
laranja etc.”
Cana-de-açúcar:
É o principal produto agrícola na história brasileira. Introduziu a colonização por meio do
plantation: grandes latifúndios (sesmarias) monocultores com a produção voltada para a
exportação.
A cana-de-açúcar foi escolhida pelos portugueses para iniciar a colonização, pois era um
produto muito caro e com alta demanda na Europa. Ainda contavam com o financiamento dos
holandeses, que ficavam com a parte mais lucrativa: o refino, o transporte, a distribuição e o
comércio.
A cana-de-açúcar é uma espécie asiática que se adaptou muito bem ao clima do Nordeste
brasileiro: clima tropical úmido (com chuvas concentradas no inverno) e solo de massapê
(resultado da decomposição do calcário e do gnaisse).
Os séculos XVI e XVII marcaram seu auge. Devido à disputa pelo controle da região
açucareira, a Holanda invadiu o Nordeste e travou uma guerra contra Portugal (A Guerra do
Açúcar, que culminou na expulsão dos holandeses).
Já no século XX, na década de 1970, a economia mundial enfrentou uma crise do petróleo
(causada por conflitos no Oriente Médio), diante disso, para diminuir a dependência do produto, o
país lançou o Proálcool (Programa Nacional do Álcool), que desenvolveu a tecnologia do etanol
combustível, derivado da cana-de-açúcar.
Há várias décadas, o Brasil vive um período de grande prosperidade agrícola. Políticas de
incentivo ao consumo levaram ao aumento da demanda por combustíveis. O setor sucroalcooleiro
deu um salto nesse período com a popularização dos carros com a tecnologia bicombustível, os
automóveis flex, movidos a gasolina e a etanol.
O agronegócio canavieiro se adaptou bem no estado de São Paulo, que viu multiplicar os
investimentos nas lavourase se tornou líder da produção nacional. Segundo levantamento da
Conab, cerca de 50% da área de cana-de-açúcar está neste estado, indicador muito à frente dos
outros, sobretudo os da tradicional área produtora, o Nordeste brasileiro.
As regiões de Ribeirão Preto e de Presidente Prudente, respectivamente a noroeste e oeste
do estado, são as que concentram os maiores volumes de produção e consistem em um dos
principais polos nacionais do cultivo da cana-de-açúcar.
Os gráficos abaixo reforçam a importância da região Sudeste na produção canavieira e
sucroalcooleira nacional. Ela detém cerca de 73% da produção de açúcar de todo país e também
lidera a produção de etanol a partir da cana, com 60% de toda a produção brasileira.
Em nível global, é um produto bastante cultivado em regiões tropicais e equatoriais, que são
essencialmente mais úmidas e mais quentes. Quanto maior o calor e a umidade, maior a
produtividade natural da cana-de-açúcar. Grandes produtores como Índia, Paquistão, Tailândia e
Filipinas possuem a ocorrência do clima tropical monçônico, que proporciona uma boa
produtividade.
O Brasil lidera a produção mundial de cana-de-açúcar, principalmente pelo fato de possuir a
maior área plantada no mundo, com 10 milhões de hectares e produtividade próxima de 77
toneladas por hectare. Junto com a Índia, representam cerca de 60% de toda a produção mundial.
Estados Unidos e China são os maiores importadores desse produto no mercado internacional.
Soja:
A soja é naturalmente um cultivo de clima temperado, tradicional do Extremo Oriente, na
costa leste da Ásia, principalmente na China.O grão chegou ao país no final da década de 1960,
quando produtores rurais da região Sul do país viram na soja uma possibilidade de cultivá-la
durante o verão, em uma rotação de culturas com o trigo, que era, até aquele momento, a
principal cultura.
O Brasil também iniciava um esforço para produção de suínos e aves, gerando demanda por
farelo de soja. O país passou a investir em pesquisas e em tecnologiasque permitiram o cultivo do
grão nas áreas do país localizadas sob o clima tropical, em um processo liderado pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Com isso, a soja passou a ser plantada em áreas das regiões Sudeste, Centro-Oeste e na
divisa com o Nordeste (região do Matopiba – sigla dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e
Bahia –), dentro do bioma do Cerrado. Nesse bioma tem sido possível explorar as amplas áreas
dedepressão e planálticasmais aplainadas. A vegetação menos adensada facilita o desmatamento,
muitas vezes, irregular.
Além disso, foi possível adaptar a soja para o solo do cerrado, mais ácido, que demanda
correção por calagem e adubação para diminuir a acidez. Aliada a essas condições físicas, a
indústria biotecnológica desenvolveu sementes transgênicas de soja resistentes aos agrotóxicosa
partir da década de 1990. Esses fatores ampliaram a produtividade no começo do século XXI.
Em 2005, o congresso brasileiro aprovou a Lei de Biossegurança que permitia a pesquisa e o
cultivo de transgênicos, e a produção deu um salto ainda maior, o que colocou o Brasil entre os
maiores produtores de soja do planeta.
A soja é o produto responsável pela ampliação da fronteira agrícola brasileira, termo que
corresponde à ampliação dos limites territoriais das terras agricultáveis em uso no país. Esse
avanço segue no Brasil Central em direção às bordas sul e leste da Floresta Amazônica.
Silva, em seu artigo científico intitulado “Amazônia globalizada: da fronteira agrícola ao
território do agronegócio – o exemplo de Rondônia”, representa graficamente como houve um
aumento na produção de soja e milho na Amazônia, no final da primeira década do século XXI, e
especializa a produção de soja no mapa abaixo, no qual podemos perceber como o cultivo desse
grão está avançando cada vez mais para os limites ao sul da floresta.
Soja no mundo:
Produção: 363 milhões de toneladas.
Área plantada: 127 milhões de hectares.
Fonte: USDA/Embrapa 2021
Fonte: USDA.
Algodão
O algodão é uma cultura tradicional no Brasil desde a colônia. Era uma atividade que se
somava às grandes exportações de melaço de cana-de-açúcar, nosso principal produto. No século
XVIII, o Primeiro Ministro Marquês de Pombal estimulou a produção de algodão para abastecer as
manufaturas têxteis inglesas.
O principal fornecedor de algodão para a Inglaterra eram os EUA, mas em dois momentos
de Guerra, a de Independência e a de Secessão, o Brasil ocupou a lacuna deixada pelas 13 colônias
e se lançou entre os maiores produtores mundiais.
Até a década de 1960, era cultivado principalmente no Maranhão e na Bahia.
Historicamente o algodão destacou-se no sertão nordestino, principalmente o tipo arbóreo
(“mocó” ou “seridó”). A região perdeu a liderança da produção algodoeira, primeiramente para
São Paulo, e mais tarde para a região Centro-Oeste, que desenvolveu o algodão do tipo herbáceo.
Os principais usos do algodão são a indústria têxtil (pluma) e a alimentícia (caroço para produção
de óleo).
Fonte: USDA.
Café:
O ciclo do café foi o responsável pela modernização do país na segunda metade do século
XIX com a introdução de ferrovias. Nesse contexto, ocorreu a abolição da escravidão e também a
imigração europeia, principalmente dos italianos que vieram trabalhar nas lavouras paulistas.
O cultivo nessa região do país está associado ao relevo de planalto e suas temperaturas
mais amenas.O café também é cultivado nas encostas e, para isso, é preciso que se adotem
práticas de conservação do solo para evitar que ocorra erosão, como as curvas de nível.
Um tema que costuma ser bastante cobrado em História e Geografia é a “Marcha do Café”,
o percurso do produto ao longo do século XIX.De acordo com o mapa abaixo, esse processo
ocorreu primeiramente nos estados de Rio de Janeiro e de São Paulo, depois a produção ocupou
áreas no sul de Minas, no Oeste paulista e no Norte do Paraná.
Laranja:
A laranja é a fruta mais produzida no Brasil. Está presente em todos os estados da
federação e, também, no Distrito Federal, mas sua principal produção está em um cinturão que vai
do Paraná a Sergipe, passando por São Paulo, Minas Gerais (Triângulo Mineiro e Sudoeste) e Bahia.
O estado de São Paulo é de longe o maior produtor da fruta, responsável por 77,5% de
toda produção nacional de 2020, de acordo com levantamentos elaborados pelo IBGE. O Brasil é
ainda o maior produtor mundial da fruta e principal exportador de suco de laranja.
A laranja produzida para a indústria de suco é o terceiro produto agropecuário do estado
de São Paulo, atrás apenas da cana-de-açúcar e da carne bovina, sendo responsável por 6,64% do
valor produzido pela agropecuária paulista em 2019, segundo dados do Valor da Produção
Agropecuária (VPA), estimado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Cacau:
Quando os primeiros colonizadores espanhóis chegaram à América, o cacau já era cultivado
pelos índios, principalmente os Astecas, no México, e os Maias, na América Central.
Em rituais desses povos pré-colombianos, uma bebida gordurosa, amarga e picante era
consumida, o xocoatl (água amarga), que tempos depois se transformaria nos conhecidos
chocolates. A fruta era tão valiosa que os indígenas utilizavam suas sementes como moeda.
Atualmente, o produto éamplamente utilizado na indústria de cosméticos e na indústria
alimentícia.
No final do século XVII até meados do século XVIII, a cultura do cacau foi difundida no Sul da
Bahia. O cacau é tão importante para os baianos que a zona cacaueira, destacadamente Ilhéus, foi
imortalizada na literatura de Jorge Amado.
Na segunda metade do século XIX, ele foi levado para a África. Nesse continente, o abuso do
trabalho infantil e a submissão dos trabalhadores a condições análogas à escravidão são
frequentes.
Vale lembrar que algumas regiões da costa africana onde o cacau é cultivado são áreas de
conflito, de fundamentalismo religioso e guerras civis. Um exemplo são as ações terroristas do
grupo fundamentalista islâmico Boko Haram, na Nigéria, quarto maior produtor mundial.
No Brasil, o cultivo de cacau é praticado pelo modelo de plantation. A planta se adaptou
bem ao clima e ao solo do Centro-Norte brasileiro, e quase toda a produção se divide entre os
estados do Pará, que produz hoje 53,63%, e da Bahia, com 39,85%, segundo dados da Pesquisa
Agropecuária Municipal (PAM), de 2021.
Apenas nove estados brasileiros produzem cacau. Além dos estados citados, ele também é
cultivadoem quantidades significativas no Espírito Santo, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
Minas Gerais, Ceará e Roraima complementam a produção dessa amêndoa no país.
O Brasil, que já foi o maior exportador de cacau, hoje ocupa a sétima posição no ranking
mundial. O crescimento da indústria nacional de processamento de amêndoas e fabricação de
chocolate não foi acompanhado pela produção de cacau, o que obriga a indústria a importar cacau
para se manter abastecida.
Em 2020, o Brasil obteve superávit de US$ 23,068 milhões com as exportações de cacau,
após déficit de US$ 54,192 milhões em 2018 e de US$ 14,645 milhões em 2019. Os estados do Pará
e do Espírito Santo são os únicos que produzem o necessário para o seu consumo interno, e os
demais estados, como Minas Gerais e São Paulo, contaram com grandes volumes de importações,
que acentuaram os déficits desses anos.
Conurbação consiste na junção entre aglomerações urbanas vizinhas, mas que pertencem
a diferentes municípios, sejam eles de um mesmo estado, de estados diferentes, como
Juazeiro/BA e Petrolina/PE, ou de diferentes países. Outro termo utilizado é o de Cidades
irmãs para cidades que realizam acordos de cooperação em diversas áreas.
A pouca variação altimétrica em seu médio e baixo cursos faz o rio vulnerável, pois a
pequena declividade de 7,4 cm por km na maior parte de sua extensão favorece o assoreamento e,
consequentemente, a diminuição de sua vazão. Esses impactos ambientais negativos podem
influenciar em uma queda na quantidade de peixes, que são o sustento de diversas populações
ribeirinhas.
A mesma agricultura intensiva praticada na região fruticultora, quando feita sem o manejo
adequado, também pode contribuir para a degradação do rio. Além disso, as sete barragens
construídas ao longo do curso do riomodificaram substancialmente a vida de dezenas de milhares
de famílias atingidas e o ecossistema local.
O Velho Chico também é protagonista de uma das maiores obras já realizadas no país. As
obras de transposição estão próximas de sua conclusão. Iniciadas em 2007, elas tinham previsão
de término em 2012, mas devem terminar em 2022. O investimento estimado de toda a obra é
de R$ 12 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
A transposição do Rio São Francisco consiste na construção de dois grandes canais (Eixo
Norte e Eixo Leste, totalizando 477 km de cursos artificiais) que levam águas para a região do
semiárido Nordestino, para amenizar a escassez hídrica do local.
A previsão, ao fim das obras, é abastecer 11,6 milhões de pessoas (4,5 milhões vão ser
atendidas pelo Eixo Leste e 7,1 milhões, pelo Eixo Norte). Pesquisadores defendem que é preciso
monitoramento de longo prazo para determinar o impacto na fauna e na flora das áreas
envolvidas, mas encontram dificuldades diante de burocratizações, principalmente, de cunho
político.
Látex:
O ciclo da borracha começou pela demanda gerada pelo surgimento do automóvel nos EUA,
que estavam em plena II Revolução Industrial. Henry Ford inclusive tentou colonizar uma região
amazônica para implantar o cultivo sistemático (plantation), mas não obteve sucesso e foi vencido
pelos rigores da floresta.
Nesse contexto, houve o crescimento de um movimento social em defesa das condições de
trabalho e preservação da floresta, que teve como representante Chico Mendes, que foi um líder
seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Ele lutou pela preservação da Floresta
Amazônica e suas seringueiras nativas. Recebeu da ONU o Prêmio Global de Preservação
Ambiental. Em 1988 foi assassinado, tornando-se símbolo de luta pela preservação ambiental.
Em 1910 começou a produção do plantation instalado no leste asiático, que custava mais
barato e que em pouco tempo dominou o mercado mundial, assim, a borracha entrou em
decadência. Nesse interim, Manaus e Belém cresceram e enriqueceram.
Hoje, na região Norte, principalmente no Pará, é produzido o látex da seringueira e do
caucho, naturais na região amazônica, especialmente por meio do extrativismo vegetal por
pequenas comunidades seringueiras.
Mas a racionalização produtiva mudou a distribuição regional da produção, principalmente
a partir da década de 1990. Nessa época, houve a introdução do plantation do látex no estado de
São Paulo, que possui uma elevada produtividade e a maior produção nacional. A produção é
seguida respectivamente por Minas Gerais, Goiás e Bahia.
condições financeiras para se estabelecerem de maneira formal no espaço urbano, passam a ficar
à margem nas metrópoles, o que intensificou o crescimento de favelas e de outros aglomerados
subnormais, conforme classificação do IBGE.
A essa migração em massa que ocorre do campo para as cidades denominamos êxodo rural.
No Brasil, esse fenômeno ocorreu de forma acentuada e atingiu o seu auge entre o final da década
de 1960 e a década de 1970. Primeiramente devido à aprovação, em 1964, do Estatuto do
trabalhador rural (a criação das leis trabalhistas no campo, já que Getúlio Vargas as criou somente
na cidade em 1943) e, consequentemente, após a implantação dos primeiros modelos de
agronegócio, que modernizaram a produção agrícola e que foram difundidos em meados da
década de 1970 no país.
O modelo agrícola brasileiro, desde a colonização, é baseado no sistema deplantation
(latifúndios monocultores agroexportadores). Ele é um modelo agrícola que provoca um grande
desgaste do solo em razão da sua exploração intensa. Os impactos ambientais desse tipo de
agricultura são vários, entre eles, elencamos:
8. A PECUÁRIA BRASILEIRA
O Rebanho bovino ocupa a maior parte das terras agricultáveis do país, com cerca de 25%
do território. A produção tem essencialmente dois objetivos: o corte (produção de carne) e a
produção leiteira.
O Centro-Oeste é a maior região produtora e, principalmente nas áreas do Pantanal, a
pecuária é extensiva. Em Goiás, podemos destacar os empreendimentos de agriclusters, da
Perdigão. São conglomerados logísticos do agronegócio que acoplam os setores produtivos que
envolvem toda a cadeia de produção pecuária.
As regiões Sul e Sudeste empregam técnicas mais avançadas na criação de gado, por isso
possuem melhor qualidade e maior produtividade. Minas Gerais ocupa a posição de maior
produtor de leite do país.
São Paulo tem seu principal rebanho bovino no vale do Paraíba, região tradicionalmente
leiteira. No Oeste paulista, predomina o gado de corte. A região Sul tem o setor pecuarista
profundamente ligado à indústria alimentícia (frigoríficos) e à indústria de calçados (têxtil). O Sul é
a segunda região produtora de leite do país.
No Brasil existe também, em menor escala que a de gado bovino, a criação de bubalinos, ou
seja, a criação de búfalos para corte e produção leiteira. Os primeiros búfalos foram introduzidos
oficialmente através da Ilha de Marajó, em 1895, dando início à formação do rebanho brasileiro.
Segundo o IBGE, o rebanho brasileiro de bubalinos está estimado em 1,434 milhão de
cabeças, sendo a região Norte, com cerca de 952 mil animais, a que possui a maior quantidade do
país, com destaque para o Pará, que responde por 38%, e Amapá, com cerca de 21% do rebanho.
Em seguida, aparecem o Sudeste e o Nordeste, com 198 mil e 128 mil cabeças,
respectivamente. O estado de São Paulo ocupa a terceira posição na quantidade de cabeças de
bubalinos, com 8% do rebanho nacional.
Segundo estimativas da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) feita pelo IBGE em 2019, a
caprinocultura brasileira alcançou 11,3 milhões de cabeças, e a principal destinação do rebanho é
para o corte. A região Nordeste é a maior bacia leiteira de caprinos do Brasil, sendo o leite de cabra
um dos produtos mais importantes da caprinocultura.
Cerca de 65% da criação de ovinos e caprinos é realizada em propriedades de até 50
hectares, o que reforça a importância da atividade para os pequenos produtores.
9. TEXTO COMPLEMENTAR
A agricultura tornou-se grande fonte de receita para o Brasil. Muitas razões levaram a
indústria a perder espaço: as políticas econômicas tiveram foco no macro enquanto, no
micro, tomamos direções erradas; nossa integração à economia internacional é baixa; o
mundo mudou e ficamos fixados em realidades que não evoluíram: o Mercosul e as
negociações na OMC; atraímos investimentos diretos que miram os mercados interno e
sub-regional e pouco contribuem para aumentar nossa inserção na economia
internacional.
Isso sem falar no financiamento de longo prazo concentrado no BNDES, na taxa de
poupança sempre baixa, no quadro tributário movido apenas pelo imperativo político
de aumentar gastos, no reduzido apetite de empresários para conquistar um cenário
externo crescentemente desafiador.
De 1867 até a década de 1930, existiam 18 ferrovias, sendo que, deste total, metade, com
extensões inferiores a 100 km, serviam de ramais de captação de cargas para as grandes e médias
companhias, em grande parte localizadas no estado de São Paulo.
Por outro lado, as rodovias não receberam o mesmo tratamento dedicado às linhas férreas.
Enquanto se construíram ferrovias, as estradas de rodagem permaneciam no mesmo estado em
que foram deixadas pela administração colonial.
Durante o Governo de Washington Luís (1926-1930), ocorreu o grande impulso para o
desenvolvimento do rodoviarismo brasileiro, no qual foram estabelecidas as bases da Rede
Rodoviária do Brasil em 17 Estradas Federais e 12 Estaduais, sendo a Rio-Petrópolis a primeira
rodovia asfaltada do país.
Para o presidente Washington Luís, além de "abrir estradas", era preciso "construir estradas
para todas as horas do dia e para todos os dias do ano" e, ainda, a rodovia seria um elo com as
ferrovias. Durante o governo de Getúlio Vargas (1930-1937), foram criadas diversas rodovias de
ligação entre as capitais estaduais, assim como ao longo da fronteira atendendo às exigências
militares.
Mas foi em 1957, no Governo JK, que a implantação de uma indústria automobilística
nacional e a decisão de construir a nova capital no interior do país impulsionaram o
desenvolvimento rodoviário do Brasil.
As políticas viárias da época acentuaram cada vez mais a política rodoviária em detrimento à
ferroviária, o que fez com que crescesse o mercado automotivo brasileiro, causando um aumento
progressivo na frota nacional.
O sistema brasileiro de transportes é predominantemente rodoviário por opção política das
décadas de 50 e 60, mas as grandes dimensões territoriais do país o tornam favorável à
implementação de modais mais benéficos para grandes distâncias, como o ferroviário e o
hidroviário.
Ao falarmos dos sistemas de transporte, não apenas no Brasil, mas no mundo, a principal
relação que devemos estabelecer é entre os meios de transporte, que devem ser baseados em um
modelo integrado, multimodal e no desenvolvimento econômico.
Meios de transporte e portos são formas de escoamento da produção agropecuária e
industrial do país, bem como portas de entrada de mercadorias do mundo todo, ou seja, facilitam
a circulação de bens e serviços.
Quanto mais especializada e moderna a infraestrutura de um país, mais investimentos ela
atrai e maiores são os fluxos econômicos internos e externos, então um importante pré-requisito
para o desenvolvimento é o investimento em infraestrutura.
O país possui grande viabilidade na implantação de hidrovias, para que isso se torne
possível é preciso que as matas ciliares sejam conservadas. Dessa forma, evita-se que os rios sejam
assoreados, ação que diminui a lâmina d’água e, consequentemente, impossibilita a navegação.
Também são necessárias melhorias na infraestrutura portuária, que são o principal ponto de
escoamento da produção nacional para o mercado estrangeiro. Mas é preciso que essas melhorias
infraestruturais sejam acompanhadas de estudos de impacto ambiental, uma vez que as atividades
portuárias são grandes fontes de poluição e perturbação do ambiente marinho.
Os rios brasileiros são predominantemente navegáveis, no entanto os principais rios de
planície estão muito distantes dos principais centros de povoamento e industrialização, como a
região Sudeste que é a mais industrializada e urbanizada.
Contudo, o relevo dessa região é predominantemente planáltico, com rios encaixados em
áreas de falhas geológicas sujeitas a desníveis abruptos, que formam quedas d’água e cachoeiras. É
possível navegar em rios de planalto, desde que haja certa infraestrutura de navegação, como por
meio da implantação de sistemas de eclusas, que funcionam como elevadores dentro da água.
Fonte: http://imirante.com/sao-luis/noticias/2010/03/10/porto-e-hidrovia-do-maranhao-vao-ser-importantes-para-todo-o-pais.shtml
Principais hidrovias:
Tietê-Paraná – O maior volume de cargas do país. É a mais importante, pois liga SP
(maior concentração industrial) aos mercados do Mercosul.
Rio Amazonas –Os principais portos são Belém e Manaus, este situado do Rio Negro, 20
km a montante (contra a correnteza) da confluência com o Amazonas.
Rio Paraguai –É um dos mais importantes do Brasil devido ao valor da carga que é
transportada por ali, como: minérios, gado, madeira, arroz, cimento, trigo e derivados
de petróleo. Seus portos estão em Corumbá e Ladário, no Mato Grosso do Sul.
São Francisco –Seu principal trecho de navegação é entre Juazeiro, na Bahia, e Pirapora,
em Minas Gerais. Em seu curso está a barragem de Três Marias e a comporta de
Sobradinho.
As ferroviasbrasileiras, destacadamente a E. F. Carajás (EFC), são especializadas no
transporte de minérios e outras commodities(produtos primários como ferro e soja). São todas de
capital privado.
A EFC tem 892 quilômetros de extensão, ligando a maior mina de minério de ferro a céu
aberto do mundo, em Carajás, no sudeste do Pará, ao Porto de Ponta da Madeira, em São Luís
(MA).Por seus trilhos, são transportados 120 milhões de toneladas de carga e 350 mil passageiros
por ano. Circulam cerca de 35 composições simultaneamente, entre as quais um dos maiores trens
de carga em operação regular do mundo, com 330 vagões e 3,3 quilômetros de extensão.
Hoje, os trens carregam granéis sólidos (soja e outros grãos), líquidos (combustíveis e
fertilizantes, entre outros), além do minério de ferro.
A EFC está ainda interligada com outras duas ferrovias: a Companhia Ferroviária do
Nordeste (CFN) e a Ferrovia Norte-Sul. A primeira atravessa, principalmente, sete estados
da região Nordeste e a segunda corta os estados de Goiás, Tocantins e Maranhão,
facilitando a exportação de grãos produzidos no norte do estado do Tocantins pelo Porto
de Ponta da Madeira, no Maranhão.
Fonte: http://www.vale.com/brasil/PT/initiatives/innovation/carajas-railway/Paginas/default.aspx
A partir da década de 90, as ferrovias foram todas privatizadas, assim como a maior parte
das rodovias. Mesmo que em seu nome esteja a sigla BR ou MA, elas podem ter sido concedidas a
empresas para administrá-las: pedágios. Mesmo que a administração e manutenção sejam de
responsabilidade privada, o patrulhamento é de responsabilidade das polícias rodoviárias.
Uma das mais emblemáticas ferrovias brasileiras é a Norte-Sul (FNS). A construção da FNS
foi iniciada em 1987, com um traçado inicial que previa uma extensão de aproximadamente 1.550
km, de Açailândia/MA a Anápolis/GO, de modo a cortar os Estados do Maranhão, Tocantins e
Goiás. Dessa forma, o traçado original está construído e em operação. Seus principais objetivos
são:
Estabelecer alternativas mais econômicas para os fluxos de carga para o mercado
consumidor;
Induzir a ocupação econômica do cerrado brasileiro;
Favorecer a multimodalidade;
Conectar a malha ferroviária brasileira;
Promover uma logística exportadora competitiva, de modo a possibilitar o acesso a
portos de grande capacidade;
Incentivar investimentos que irão incrementar a produção, induzir processos produtivos
modernos e promover a industrialização.
Um dos mais sérios problemas que o país enfrenta consiste em superaras grandes distâncias
que separam as regiões economicamente produtivas e suprir as deficiências da ausência de meios
de transportes rápidos, eficientes e baratos, que interliguem e escoem suas produções, bem como
o transporte de passageiros.
Com o crescimento econômico do país e seu destaque internacional em exportações, é
emergente a necessidade de se criar mais infraestruturas que dinamizem a circulação de produtos
e pessoas, e que barateiem os custos.
Sabemos que a matriz de transportes brasileira é majoritariamente concentrada em
rodovias, já que na década de 50, durante o governo JK, tivemos uma política de transportes
fundamentada neste tipo que causou o momento de maior construção de rodovias de nossa
história.
No entanto, temos o potencial de desenvolvimento dos transportes em outros modais
(outros modos de transporte), como as hidrovias e ferrovias (que no Brasil são especializadas no
transporte de commodities).
Para que possamos analisar o traçado a ser ocupado pelas vias de transporte, vários fatores
precisam ser considerados, como o relevo, a vegetação, a navegabilidade dos rios, distâncias, custo
de instalação, custo de manutenção, tipo de combustível, intensidade dos fluxos de mercadorias e
pessoasetc.
Nossa principal forma de deslocamento interno é o transporte rodoviário, responsável por
mais de 60% da carga de mercadorias produzidas no país, sobre vias, em sua maioria,
consideradas ruins ou péssimas.
Logisticamente falando, esse tipo de transporte nas atuais condições destrói nossa
competitividade e encarece o preço do produto final, já que o frete se torna mais caro, devido ao
alto custo de manutenção dos veículos.
Há também a perda da carga durante o transporte, que pode chegar a 30% dos grãos
produzidos no país. Outro fator problemático na logística de transporte rodoviário brasileiro é
devido à sua baixa capacidade de suporte, pois as rodovias transportam apenas uma pequena
carga em cada caminhão em comparação com outros tipos de veículos.
É importante também a construção de portos secos, ou seja, terminais intermodais. Eles
são infraestruturas de comunicação entre os meios de transporte, em que um trem pode ser
carregado a partir da descarga de um caminhão, ou embarcar seus contêineres em navios.
Enquanto estes terminais que favorecem a logística de comunicações realizam as trocas
modais, os documentos já são agilizados, para que cheguem os produtos aos portos com toda a
documentação em dia.
km de extensão; a BR-040, que vai até o Rio de Janeiro, com 1.139 km de extensão; a BR-
050, que vai até Santos, com 1.025 km de extensão; a BR-060, que passa por Goiânia e
Campo Grande e vai até a fronteira com o Paraguai, com 1.329 km de extensão; a BR-070,
que passa por Cuiabá até a fronteira com a Bolívia, com 1.317 km de extensão; entre
outras.
Rodovias longitudinais: (BR-1XX)- As rodovias longitudinais são traçadas no sentido dos
meridianos (em direção Norte-Sul). O primeiro algarismo é o 1 e a numeração varia de 00,
no extremo Leste do País, a 50, na Capital, e de 50 a 99, no extremo Oeste, portanto, sua
numeração aumenta de Leste para Oeste.
São exemplos de rodovias longitudinais: a BR-101, que vai de Touros/RN e se estende por
4.551 km no litoral brasileiro até Rio Grande/RS; a BR-116, de Fortaleza/CE passando por
São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre até Jaguarão/RS, com 4.566 km de extensão; entre
outras.
Rodovias transversais: (BR-2XX)- As rodovias transversais cruzam o Brasil na direção Leste-
Oeste. Sua numeração aumenta em direção ao Sul. O primeiro algarismo é o 2 e a
numeração varia de 00, no extremo Norte do país, a 50, na Capital Federal, e de 50 a 99 no
extremo Sul.
São exemplos de Rodovias Transversais: a BR-251, que vai de Ilhéus/BA até
Cuiabá/MT, com 2.418 km de extensão; a BR-262, que vai de Vitória/ES até Corumbá/MT,
passando por Belo Horizonte/MG e Triângulo Mineiro, com 2.295 km de extensão; entre
outras.
Destaque para a BR-230, a Transamazônica, que se estende por 5.662 km, desde
Cabedelo/PB até Benjamin Constant/AM, sendo que destes, 2.127 são de rodovia não
pavimentada, segundo o DNIT.
Essa rodovia, construída durante o regime militar, segundo o governo, buscava
integrar a região Norte com o lema “Integrar para não entregar”. Entretanto, acabou
servindo como vertente para o desmatamento da floresta, sendo a principal via de
transporte de madeira ilegal da região.
O desmatamento é explicitamente maior nas margens da rodovia, onde foram
criados povoados e cidades para atender o fluxo de pessoas. Como a rodovia encontra-se
em grande parte não pavimentada e inserida em região com grande abundância de chuvas,
torna-se intransitável em diversos trechos.
Rodovias diagonais: (BR-3XX)- A nomenclatura é composta pelo primeiro algarismo 3 e os
dígitos restantes são especificados da seguinte maneira:
Domesticar plantas foi uma revolução da inteligência humana que possibilitou o crescimento
populacional. Há 10.000 anos,a agricultura vem evoluindo, passando pelas crenças religiosas
do passado até inovações tecnológicas modernas, sendo importante agente na organização
geopolítica mundial.
Um fator determinante para a prática agrícola é o tipo de clima, que se for favorável, com
temperatura e chuvas elevadas, aliado a outro fator muito importante que é um solo fértil,
leva a níveis de produtividade altos. No Brasil, uma parte considerável do PIB está relacionada
à exportação de produtos agrícolas.
A alteração da rocha matriz pela ação climática, temperatura, pressão e organismos vivos ao
longo do tempo resulta nas camadas de formação do solo,que dividimos em horizontes: O, A,
B, C e R, sendo o primeiro o horizonte superficial, e este último, a rocha consolidada. Quanto
mais horizontes, mais profundo e mais maduro. Solos jovens, recém-formados, são menos
profundos.
No Brasil encontramos:
o Solo de Massapê: solo fértil resultado da decomposição do calcário e do gnaisse;
o Terra Roxa:solo fértil resultado da decomposição do Basalto (Rocha vulcânica);
o Solo do cerrado:é do tipo latossolo, bastante intemperizado e maduro. Porém, é
ácido. A aplicação de cal virgem (calagem) e a irrigação intensificaram a fertilidade e
a produtividade agrícola;
o Solo daAmazônia:são solos pouco férteis, mas está assentado em uma camada de
matéria orgânica. Abaixo desta camada, encontramos sedimentos arenosos
caracterizando solos pobres.
O território brasileiro é predominantemente composto por solos profundos das classes dos
Latossolos(31,61%) e dos Argissolos (26,94%). Os solos pouco desenvolvidos representam
18,50%, como os Neossolos e Cambissolos. O restante é composto por solos com abundância
13. EXERCÍCIOS
O texto descreve:
A) a ocupação das áreas de cerrado no Matopiba.
B) a expansão da fronteira agrícola na Amazônia.
C) a integração do Pantanal às pastagens naturais do Centro-Oeste.
D) a penetração da agricultura familiar na zona da mata nordestina.
E) o avanço das lavouras canavieiras às margens da Belém-Brasília.
Comentários
É importante observar a data. Nas décadas de 1970 e 1980, o avanço da fronteira agrícola se deu,
em especial, na Amazônia. Os avanços da agricultura sobre os espaços rurais acontecem,
predominantemente, pela expansão do agronegócio, além da exploração das madeiras retiradas
das áreas florestais devastadas. Essa zona, em geral, costuma marcar o conflito pela posse da terra,
geralmente envolvendo posseiros (trabalhadores rurais que ocupam terras públicas em busca de
alimento) e grileiros (pessoas que falsificam documentos e tomam posse de áreas públicas para a
realização de práticas agrícolas, pecuárias e extrativistas).
Vamos sintetizar os principais processos de ocupação da Amazônia, começando pela Ditadura.
Dentro de um discurso nacionalista, os militares pregam a unificação do país. Era preciso
proteger a floresta contra a "internacionalização".
Em 1966, o presidente Castelo Branco fala em "Integrar para não Entregar".
Também nessa época começam as grandes obras rodoviárias em direção à Amazônia. A
Transamazônica é inaugurada em 1972 e, dois anos depois, fica pronta a Belém-Brasília.
Por meio da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), o governo oferece
uma série de incentivos aos interessados em produzir na região. Mas, segundo o historiador
Alfredo Homma, "os subsídios são direcionados aos mais favorecidos".
Perigo do desmatamento: após anos de incentivos à produção e à ocupação da Amazônia, os
sinais de destruição ficam mais claros. Em 1978, a área desmatada chega a 14 milhões de
hectares.
Década de 1990: a soja chega à Amazônia. O grão, que desde a década de 1970 já figurava
entre os principais produtos da pauta de exportação brasileira e já estava adaptado ao
cerrado, transforma-se em um dos vilões do desmatamento.
Anos 2000: a pecuária passa a ser responsável pelo desmatamento de grandes áreas. Entre
1990 e 2003, o rebanho bovino da Amazônia Legal cresceu 240%, chegando a 64 milhões de
cabeças.
A. Incorreto.A ocupação do Matopiba foi dada a partir da década de 1980, mas não foi a primeira
área de ocupação agrícola entre as mais recentes.
C. Incorreto. A atividade pecuária no Pantanal vem sendo um dos principais desafios ambientais a
serem enfrentados. Contudo, ela também é de ocupação recente, mesmo que os estados de Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul já tenham experimentado a produção de gado em seus territórios.
D. Incorreto.O trecho “O movimento migratório rumo ao “Eldorado” atinge proporções
consideráveis e faz brotar cidades no meio do nada” remete a áreas das regiões Centro-Oeste e
Norte, como a fronteira agrícola em questão, não à região da Zona da Mata, que já possuía muitas
cidades consolidadas na década de 1980.
E. Incorreto.Ao longo da Rodovia Belém-Brasília, observamos a produção de grãos: soja, arroz e
milho, bem como a presença de algumas áreas frutíferas, com muitas propriedades rurais de
pequeno e médio porte, com rotação de culturas.
Gabarito: B
2.(VUNESP - Soldado - PM-SP / 2019)
Para superar os Estados Unidos e se tornar o principal produtor do mundo, o Brasil expandiu
por anos as lavouras destinadas ao produto. Só entre 2000 e 2014, a área destinada a plantar
essa commodity no interior do País – em estados como Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão –
cresceu 87%. Boa parte dela abrigava vegetação nativa, originalmente.
https://super.abril.com.br/tecnologia/o-avanco-da-soja-no-cerrado-brasileiro-mapeado-pela-nasa/
como principal atividade. Além do mais, dos estados citados na questão, Maranhão e Tocantins
não fazem parte desse bioma.
B. Incorreto. Dos estados citados, apenas a parte norte de Tocantins e oeste do Maranhão fazem
parte do bioma Amazônico.
C. Incorreto. Vamos utilizar mais uma vez os estados citados na questão para exclusão: dos citados,
apenas a Bahia, em sua porção da Zona da Mata (litorânea), faz parte do bioma da Mata Atlântica.
D. Incorreto. Vale o mesmo da alternativa anterior: dos citados, apenas a Bahia, em sua porção da
Zona da Mata (litorânea), faz parte do bioma da Mata Atlântica.
http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=332&evento=5
Gabarito: E
3. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2018)
O agronegócio centrado na fruticultura surgiu timidamente, à sombra da agroindústria, e
tomou um grande impulso em meados dos anos de 1980 com a estruturação de uma base
para exportação. A partir desse período, as frutas produzidas no Polo irrigado tiveram uma
trajetória ascendente com pequenas variações no volume exportado em função da
instabilidade das políticas cambiais e do próprio mercado externo, até meados dos anos de
1990. Entretanto, é a partir de 1997 que essa tendência se consolida e a participação das
principais frutas produzidas voltadas para o mercado externo (uva e manga) passa a
contribuir com 90% do volume das exportações do país.
(http://www.eng2016.agb.org.br. Acesso em 06.09.2018. Adaptado)
O texto se refere à consolidação do agronegócio:
A) no sopé da Chapada Diamantina.
B) no médio vale do rio São Francisco.
C) nos topos do planalto da Borborema.
D) nas vertentes da serra da Canastra.
E) no baixo vale do rio Parnaíba.
Comentários
Quando falamos da produção de frutas do país, ressaltamos que a região mencionada é uma das
mais importantes no cenário nacional. Devido à fertilidade da região, fortalecida com a irrigação, o
Vale do São Francisco (conhecido internacionalmente como polo de fruticultura irrigável do Brasil)
se consolidou um importante produtor de frutas e de hortaliças. A área margeada pelo rio São
Francisco nos estados de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, com destaque para as cidades de
Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco, gera um faturamento de R$ 2 bilhões ao ano.
Atualmente, nos 120 mil hectares irrigados que abrangem os perímetros irrigados da Bahia e
Pernambuco, são produzidos, anualmente, mais de um milhão de toneladas de frutas, com grande
destaque para uva de mesa e manga. Outras culturas também são desenvolvidas, como a goiaba,
coco verde, melão, melancia, acerola, maracujá, banana entre outras.
http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1421&evento=5
Gabarito: B
4. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2017)
Fronteira Agrícola é uma expressão utilizada para designar o avanço da produção
agropecuária sobre áreas com baixa ocupação demográfica. Atualmente, esse avanço ocorre
com:
A) as madeireiras atuando no desmatamento para, em seguida, ocorrer os assentamentos
geralmente formados por pequenas propriedades.
B) a ocupação de áreas despovoadas por migrantes que são atraídos pelo baixo preço das
terras, tornadas produtivas pela agricultura familiar.
C) a expansão do moderno agronegócio, mas também pelo aumento dos conflitos pela posse
de terras envolvendo posseiros e grileiros.
D) a substituição de cultivos de subsistência e criação extensiva de gado por atividades
modernas que incorporam grande quantidade de mão de obra.
E) a participação crescente de grandes grupos internacionais interessados na produção de
alimentos para abastecer o mercado mundial.
Comentários
O avanço da tecnologia voltada para o campo vem trazendo cada vez mais mecanização nas áreas
rurais, o que causa mudanças nas dinâmicas de trabalho e ocupação dessas regiões, dado o
número cada vez menor de trabalhadores necessários aos processos agrícolas. Isso causa também,
dentre outras consequências, o aumento de conflitos entre esses trabalhadores, que muitas vezes
perdem seus empregos para a mecanização, e os donos dessas terras. Outros agentes, como os
posseiros e grileiros, também estão envolvidos cada vez mais na disputa por esses espaços,
reagindo à monopolização crescente desses territórios.
A – Incorreto. A ocupação dessas áreas de Fronteira Agrícola se dá em forma de propriedades de
grande proporção, diferente do que é apontado pela alternativa.
B – Incorreto. As características apontadas pela alternativa NÃO são as observadas no território
rural brasileiro.
D – Incorreto. As atividades agrícolas nos grandes latifúndios presentes nessas áreas empregam
cada vez MENOS mão de obra, dado que o campo passa por uma mecanização movida pelos
avanços tecnológicos na área.
E – Incorreto. A alternativa está incorreta porque não demonstra algo observado na Fronteira
Agrícola brasileira hoje.
Gabarito: C
De acordo com o último Censo Agropecuário, a agricultura familiar é a base da economia de 90%
dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Além disso, é responsável pela renda de 40%
da população economicamente ativa do país e por mais de 70% dos brasileiros ocupados no
campo. O setor ainda produz 70% do feijão nacional, 34% do arroz, 87% da mandioca, 46% do
milho, 38% do café e 21% do trigo. O setor também é responsável por 60% da produção de leite e
por 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos.
A – Incorreto. Conforme dados do último censo agropecuário, ela é responsável por mais de 70%
da ocupação da mão de obra no campo.
B – Incorreto. De acordo com a Lei 11.326/2006, agricultores familiares são aqueles que praticam
atividades no meio rural, possuem área de até quatro módulos fiscais (ou seja, pequenas
propriedades rurais), mão de obra da própria família e renda vinculada ao próprio estabelecimento
e gerenciamento do estabelecimento ou empreendimento por parentes.
C – Incorreto. Apesar de algumas regiões do país apresentarem uma produção moderna da
agricultura familiar, como é o caso de produtores de uvas no Sul do país, a grande maioria ainda
aplica técnicas rudimentares e tem dificuldades de acesso à modernização do campo devido à falta
de incentivos fiscais e dificuldades de acesso a créditos agrícolas.
D – Incorreto. A grande responsável pelo êxodo rural no país é a mecanização do campo dada na
agricultura comercial ou no agronegócio.
http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/agricultura-familiar-do-brasil-%C3%A9-8%C2%AA-maior-produtora-de-alimentos-do-mundo
Gabarito: E
Gerais, em primeiro lugar, com 30,7 milhões de sacas, corresponde a 53% da produção; Espírito
Santo, em segundo, com 12,81 milhões de sacas (22%); São Paulo, em seguida, com 6,07 milhões
de sacas (10%); Bahia, 4,50 milhões de sacas (8%), Rondônia, 2,19 milhões de sacas (4%) e Paraná,
sexto Estado produtor, com 2%, produz 1,05 milhão de sacas.
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/34724227/producao-dos-cafes-do-brasil-equivale-a-36-da-producao-mundial-em-2018
Gabarito: E
B) I e II.
C) III e IV.
D) I e III.
E) II e IV.
Comentários
O setor agrícola representa 5,7% do PIB brasileiro, as regiões Sudeste e Sul são de grande
importância na produção agropecuária do Brasil, com o estado de Minas Gerais representando
15,2%, seguido por São Paulo, com 11% no Sudeste. O Sulrepresenta, em média, 70% do trigo e da
soja produzidos no Brasil, além da produção de uvas, que corresponde a 65%, e 50% do milho e do
arroz que são produzidos no país. Para este crescimento no setor, grandes áreas de vegetação
nativa foram substituídas pelo sistema agropastoril, o que transformou tais áreas em polos
econômicos, que contribuem para a economia do país.
II – Incorreto. A laranja e o café são culturas permanentes, pois permanecem vinculadas ao solo e
proporcionam mais de uma colheita durante a produção. Culturas temporárias são as que
necessitam ser replantadas anualmente ou nas temporadas, de acordo com sua espécie, como o
feijão, milho, trigo, arroz, entre outros.
IV – Incorreto. Pelo contrário: as novas regiões agricultáveis estão sempre em expansão, visando
ao crescimento econômico em nome do capital, com grande mobilidade de trabalhadores, de
diversas regiões, que podem trabalhar por temporadas, como na cultura de cana-de-açúcar.
FONTE: http://www.agricultura.gov.br/noticias/agropecuaria-puxa-o-pib-de-2017
Gabarito: D
8. (VUNESP 2017 – Soldado PM 2ª Classe)
Observe o gráfico para responder à questão.
Comentários
O Brasil está entre os cinco maiores produtores de grãos do mundo. Quatro estados concentram
quase 70% da produção do país: Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, tendo em
comum a disponibilidade de terras e o uso intensivo de alta tecnologia. Arroz, milho e soja
representam 92,5% da estimativa de produção. Regionalmente, a estimativa do IBGE para a safra
de 2018 aponta a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas com a seguinte distribuição em
toneladas: Centro-Oeste (101,6 milhões); Sul (74,9 milhões); Sudeste (22,8 milhões); Nordeste
(19,1 milhões) e Norte (8,7 milhões).
B – Incorreto. As fábricas de automóveis estão espalhadas pelo Brasil, sobretudo, no Sudeste e Sul
do país. Contudo, algumas montadoras, principalmente de motocicletas, estão no Amazonas, na
Zona Franca de Manaus, como BMW (Dafra), Bramont (Mahindra), Effa, Harley-Davidson, Honda,
Haobao, Triumph. Em 2020 e 2021, houve o fechamento de fábricas da Ford em São Bernardo do
Campo, em Camaçari, na Bahia, e o encerramento das atividades na Troller, que pertencia à marca,
em Horizonte, no Ceará. Em Goiás, temos a presença de Hyundai eChery, compartilhando uma das
fábricas da CAOA, John Deere e Mitsubishi. Em Minas Gerais, temos a CNH New Holland, Fiat, Iveco
e Mercedes-Benz. No Paraná, temos a CNH New Holland, Fiat, Nissan, Renault, VW e Volvo. Em São
Paulo temos a Caterpillar, CNH New Holland, Ford, GM, Honda, Hyundai, Mercedes-Benz, Scania,
Toyota, Valtra e VW.
C – Incorreto. Grande parte da produção de cana-de-açúcar no Brasil está concentrada na região
de São Paulo e parte do Paraná, o que alteraria o gráfico apresentado.
D – Incorreto. O parque produtor de aço no Brasil está instalado em 10 estados, com maior
concentração na região Sudeste, compreendida por Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e
São Paulo. Esta região responde por 94% da produção de aço do país e nela estão localizadas todas
as seis grandes usinas.
E – Incorreto. O país é o maior produtor e exportador de café e segundo maior consumidor da
bebida no mundo. É o 5º produto na pauta de exportação brasileira, distribuídos nos Estados de
Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Mato
Grosso, Amazonas e Pará.
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/23359-ibge-preve-safra-de-graos-1-7-maior-
em-2019
https://bucket-gw-cni-static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/9d/68/9d680f8f-38e6-4077-89fb-
55bf1bf63f68/20131002174604375684e.pdf
Gabarito: A
B) I e II.
C) I e III.
D) II.
E) II e III.
Comentários
Vamos analisar por alternativa:
I – Correto. Sendo o principal produto do agronegócio brasileiro, a soja é chave para entendimento
do crescimento no país. Nos últimos 20 anos, o crescimento anual de soja no país foi de 3,5
milhões de toneladas, representando 13,4% ao ano. Isso mostrou que o aumento da produção de
soja no Brasil se deu tanto pelo aumento da área cultivada quanto da produtividade, colocando o
país atualmente como o maior produtor e maior exportador de soja do mundo.
II – Incorreto. Uma das principais características do espaço agrário brasileiro ainda é a questão da
concentração de terras, sendo considerada um dos piores problemas do campo no país. Segundo o
Censo Agropecuário de 2017, a chamada agricultura não familiar, feita por grandes conglomerados
rurais, ocupa 77% da área destinada à agropecuária no Brasil.
III – Incorreto. O grande problema do plantio de cana é que ele exige um alto investimento, em
torno de R$ 7.500 por hectare, diminuindo muito o ganho do produtor.
https://ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/estrutura_fundiaria/estrutura_fundiaria_do_brasil.html
Gabarito: A
Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue (C ou E) o item seguinte, acerca
da estruturação e do funcionamento do agronegócio no Brasil.
Outro ponto que está incorreto é a afirmativa “poucos conflitos no campo”. O espaço agrário
brasileiro é permeado de muitas disputas e conflitos entre os grandes empresários/produtores e
seus interesses frente às comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas, que muitas vezes
buscam apenas demarcar seus territórios para produção própria ou para comércio local. Essa
tensão de interesses no campo gera muitos conflitos, que muitas vezes acabam em mortes, sendo
muitas vezes líderes locais ou ativistas ambientais o alvo desses atos.
A questão também diz das relações de trabalho no campo e na cidade, com poucos empregos. Não
podemos comparar o mesmo processo do campo com a cidade. De fato, o campo modernizado do
agronegócio demanda uma outra relação de trabalho: poucas pessoas especializadas. Já a cidade
do agronegócio possui toda uma estrutura a fim de atender as necessidades das novas relações
econômicas, sociais e de produção, marcada pelo grande aumento populacional vinculado à
população migrante em busca de trabalho e suas condições de vida.
ELIAS, Denise. In: Relação campo-cidade, reestruturação urbana e regional do Brasil. XII Colóquio
Internacional de Geocrítica. Bogotá, 2012.
Gabarito: Errado
concentração de terra não tem retrocedido no país. Segundo ele, as grandes propriedades
crescem, “e a improdutividade é grande, o que significa que o simples fato de ter terra no Brasil,
ainda que improdutiva, enriquece seus proprietários”. As grandes propriedades públicas e privadas
no país são em torno de 59,6% da área total dos estabelecimentos.
A – Incorreto. As médias propriedades representam em torno de 18% das propriedades.
B – Incorreto. Os minifúndios ocupam em torno de 7,8% do total da área dos imóveis.
C – Incorreto. As pequenas propriedades representam em torno de 14,7%, maiores, assim, que os
minifúndios.
D – Incorreto. Segundo a Funai, atualmente existem 462 terras indígenas regularizadas, que
representam cerca de 12,2% do território nacional, localizadas em todos os biomas, com
concentração na Amazônia Legal.
http://www.incra.gov.br/tamanho-propriedades-rurais
http://www.funai.gov.br/index.php/nossas-acoes/demarcacao-de-terras-indigenas
Gabarito: E
que muitos perderam seus empregos e se manter no campo frente à concentração de terras e ao
agronegócio estava cada vez mais difícil.
A – Incorreto. A Reforma agrária no Brasil não é coisa do passado, ao contrário, ainda é pauta de
reinvindicações, muitas lutas e movimentos sociais no campo.
B – Incorreto. Ao contrário, o processo de mecanização no campo fez com que o número de
empregos diminuísse e que, consequentemente, um êxodo para as cidades em buscas de melhores
condições de vida aumentasse. E ainda, o novo rural brasileiro demanda uma mão de obra
especializada.
C – Incorreto. A Reforma agrária, mesmo sendo um direito garantido na Constituição Federal de
1988, ainda é pauta de muitas discussões, lutas e equívocos políticos, visto que não é agenda
prioritária e muito menos de discussão de muitos governos.
Gabarito: D
Assinale a opção que indica uma das consequências do processo descrito no fragmento
acima.
A) O aumento da concentração fundiária.
Comentários
Existem alguns problemas na questão. O primeiro problema na questão está na frase “muitos com
ganho de causa”. Claro que, durante o processo histórico dos movimentos sociais no campo, as
lutas dos trabalhadores obtiveram algumas vitórias. A luta pela terra no Brasil existe há mais de
500 anos, desde que os “descobridores” aqui aportaram. Diferentes grupos, sob diferentes formas,
lutaram e lutam desde então para entrar e permanecer na terra. Entre esses grupos, alguns são
identificados como movimentos sociais, destacando o MST, que é o mais duradouro movimento
social de luta pela terra existente no Brasil.
O segundo problema na questão é a frase “sempre foram amplamente divulgados pelas mídias
oficiais”, o que está completamente errado. Aliás, pela primeira frase não dá para dizer que a
questão está errada, apenas que há um certo problema. Mas na segunda afirmativa, sim. A mídia
sempre marginalizou os movimentos sociais do campo, visto que as pautas e objetivos desses
movimentos não possuem espaços de diálogos dentro desses meios de comunicação. As
manchetes, reportagens e abordagens a respeito do tema sempre buscam referir à luta e aos
trabalhadores como marginais, criminosos, entre tantos outros adjetivos. Há a necessidade de se
tomar cuidado com certas afirmações e posições quando o assunto se trata de movimentos sociais.
Claro que existem alguns problemas e algumas situações pontuais em que ficamos sabendo dos
problemas e violência do campo. Contudo, são infinitamente menores quando se compara com
toda a luta dos movimentos sociais. O recorte midiático sempre priorizará a marginalização das
pautas desses movimentos, o que significa que não podemos generalizar os reflexos, sobretudo
negativos, de tais manifestações.
Gabarito: Errado
A realidade agrária brasileira, em parte, está descrita nos versos acima. Assinale a alternativa
correta sobre essa temática.
A) O latifúndio, dominante em todas as regiões do Brasil, é o resultado de um processo
colonizatório que teve como fundamento o trabalho livre.
B) A concentração da propriedade fundiária rural coloca um grande número de pessoas
desprovidas desse bem fundamental para a sobrevivência, a terra.
C) Atualmente a questão agrária e seus conflitos estão resolvidos nas regiões Sul e Sudeste do
país, estando, ainda, por se resolver no Nordeste e Norte do Brasil.
D) A concentração da propriedade fundiária está relacionada ao desenvolvimento industrial
do Brasil, a partir de meados da década de 50 do século passado.
Comentários
A desigualdade no espaço agrário no Brasil é discrepante em relação à distribuição de terras, uma
vez que alguns detêm uma elevada quantidade de terras e outros possuem pouca e nenhuma. Esse
aspecto caracteriza a concentração fundiária brasileira. O problema da concentração de terras no
país agrava a permanência e a sobrevivência da população rural, principalmente dos pequenos
agricultores, das comunidades tradicionais, como ribeirinhas, quilombolas e indígenas. E a
desigualdade estrutural fundiária brasileira se configura como um dos principais problemas do
meio rural.
A – Incorreto. Latifúndio é um termo amplamente difundido para descrever grandes porções de
terras, ou seja, descrever as grandes propriedades rurais. Elasestão presentes em todas as regiões
do Brasil, mas de maneira desigual, onde umas regiões possuem maior concentração de terras
(Nordeste do Brasil) e outras uma menor concentração de terras (Sul do Brasil). O problema da
questão está no fato de dizer que o processo de colonização residiu no trabalho livre, o que é
incorreto afirmar. Basicamente, nossa colonização está baseada em três características: grandes
propriedades de terras (latifúndio), produção voltada para exportação e utilização de mão de obra
ESCRAVA. Podemos chamar essas três características de sistema de plantation.
C – Incorreto. A questão dos conflitos agrários no Brasil está longe de ser resolvida, ao contrário,
cada vez mais, com o processo de concentração de terras e a expansão da fronteira agrícola
crescente no país, os conflitos tendem a aumentar em todas as regiões do país. Claro, não de
forma igual em todas as áreas.
D – Incorreto. Não está relacionado com a industrialização. O problema histórico da concentração
de terras no país reside nos seguintes acontecimentos:
1º Processo de ocupação primeira do território: Capitanias Hereditárias e Sesmarias;
2º Posse livre até 1850;
3º Lei de Terras,criada em 1850, que estabeleceu a posse de terra apenas por meio da compra (ou
seja, a terra passa a ter um valor econômico);
4º Estatuto da Terra em 1964 (não contribui diretamente na concentração, mas é um marco na
legislação de terras no país);
5º Processo de mecanização no campo após 1970.
Gabarito: B
23.
Os conflitos pela posse de terra no Brasil revelam uma limitação no quadro natural do país: a
inexistência de solos aptos para a exploração agrícola.
Comentários
Os conflitos pela posse de terra no país não se dão devido à limitação no quadro natural, muito
menos à inexistência de solos aptos para a exploração agrícola. Devido às boas condições físicas e
aos relevos mais suaves, os solos brasileiros apresentam alto potencial para o uso agrícola. Assim,
o trecho “inexistência de solos aptos para a exploração agrícola” que a questão traz está
incorreto.O Brasil possui uma grande diversidade de solos em seu território, decorrente da ampla
diversidade geográfica/ambiental e de fatores de formação do solo. De acordo com o Sistema
Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS), constata-se a influência desses fatores através da
grande variabilidade das características químicas, físicas e morfológicas que compõem as 13
classes de solos contidas no sistema. No país, predominam os Latossolos, Argissolos e Neossolos,
que juntos constituem aproximadamente 70% do território nacional. Só as classes dos Latossolos e
dos Argissolos ocupam juntas aproximadamente 58% da área, com características de solos
profundos, altamente intemperizados (modificados), ácidos, de baixa fertilidade natural e, em
certos casos, com alta saturação por alumínio.
Possuem boas condições físicas para o uso agrícola, associadas a uma boa permeabilidade por
serem solos bem estruturados e muito porosos. Porém, devido aos mesmos aspectos físicos,
possuem baixa retenção de umidade, principalmente os solos com textura mais grosseira, em
climas mais secos, como no semiárido nordestino. Também ocorrem solos de média a alta
fertilidade, em geral pouco profundos, em decorrência de seu baixo grau de intemperismo. Estes
se enquadram principalmente nas classes dos Neossolos, Luvissolos, Planossolos, Nitossolos,
Chernossolos e Cambissolos.
https://www.embrapa.br/solos
Gabarito: Errado
24.
Com a modernização no campo, desapareceram as relações de trabalho calcadas no
arrendamento, na escravidão por dívida e na figura do trabalhador conhecido como boia-fria.
Comentários
As relações se alteraram de fato com a modernização do campo brasileiro. Contudo, algumas
características ainda perduram no espaço agrário, inclusive as três formas citadas na questão.
Primeiro, o arrendamento (grosso modo, o aluguel da terra ou da propriedade rural) é uma prática
ainda muito comum no campo, e é regulamentada pela Lei 4.504/64, conhecida como Estatuto da
Terra. Essa lei fixa direitos e deveres dos arrendadores e arrendatário, como as atividades
exercidas, o tempo de produção, entre outros, de maneira a resguardar ambas as partes e garantir
a exploração de forma racional da terra. Outro ponto que a questão traz é a escravidão. O trabalho
escravo ainda não terminou, ele existe e coloca muitas pessoas em péssimas condições de
trabalho, mas antes precisamos entender o que configura trabalho escravo na
contemporaneidade. Segundo a OIT, é considerado escravo todo o regime de trabalho degradante,
que prive o trabalhador de sua liberdade, que o exponha a condições péssimas de trabalho e de
moradia, bem como à falta de esgoto, água potável, entre outros. Há ainda outras práticas como a
retenção de documentos do trabalhador, forçando-o a trabalhar nas condições postas. Essa
situação é muito comum no campo brasileiro, infelizmente. A fiscalização do Ministério do
Trabalho atua em muitas fazendas de café e cana-de-açúcar no país. O trabalhador boia-friaé
aquele trabalhador que acorda cedo (normalmente na madrugada) para pegar conduções,
juntamente com suas marmitas e garrafas de água, com destino à zona rural para trabalhar nas
plantações. Essa atividade é sazonal e foi muito praticada no país, principalmente nas últimas
décadas do século XX e início do século atual. Entretanto, as condições de muitos trabalhadores,
mesmo com a fiscalização dos órgãos oficiais e as denúncias, ainda são muito semelhantes aos
mesmos boias-frias de tempos atrás das fazendas de cana-de-açúcar. Vale reforçar que a
mecanização de diversas colheitas tem diminuído o emprego desses profissionais.
Gabarito: Errado
25.
IX - interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como
prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e
proteção de plantios com espécies nativas;
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural
familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura
vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área;
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades
educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as
condições estabelecidas nesta Lei;
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por
população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições
estabelecidas na Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009;
Gabarito: Certo
(CESPE - 2018 - ABIN - Oficial de Inteligência)
A respeito da dinâmica do agronegócio brasileiro, julgue os itens que se seguem.
27.
A partir da adoção de políticas públicas de ocupação do território nacional durante o regime
militar, a fronteira agrícola expandiu-se para o Centro-Oeste, que passou a ser visto como
“celeiro do mundo”, destinado à produção de commodities como as do complexo grão carnes
e à agropecuária em larga escala.
Comentários
A partir da década de 1960, a integração nacional entrou em uma nova fase, com investimentos
em outras regiões do país, com estímulos dados pelo governo federal num processo de
descentralização industrial. Nessa fase, foram criados vários órgãos como a Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste
(SUDECO) e Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), com o intuito de
desenvolver as diversas Regiões do território nacional. A construção de Goiânia (pouco falada na
historiografia) e a inauguração de Brasília em 1961 foram fatores importantes na ocupação do
Centro-Oeste. Os investimentos em infraestruturas e os transportes integrando as regiões aos
centros mais dinâmicos foram fundamentais nesse processo. A construção de rodovias, como a BR
364 (Brasília - Cuiabá), a BR 153 (Goiânia – São José do Rio Preto), a BR 163 (Cuiabá – Santarém), e
a BR 364 (Cuiabá – Porto Velho), são exemplos de integração desses centros dinâmicos. Já nos
anos de 1970, foram colocados em prática diversos programas que contribuíram para a formação
da estrutura produtiva e a urbanização do Centro-Oeste, tais como a criação do Sistema Nacional
de Crédito Rural (SNCR), o Conselho de Desenvolvimento da Pecuária de Corte (CONDEPE), o
Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (POLOCENTRO), o Programa Especial de
Desenvolvimento do Pantanal (PRODEPAN), o Programa Especial de Desenvolvimento da Grande
Dourados (PRODEGRAN) e o Programa Especial de Desenvolvimento da Região Geoeconômica de
Brasília (PERGEB), a constituição das empresas de pesquisa agropecuárias estatais, como a
EMBRAPA, entre outras, foram capazes de fazer com que a região passasse a atuar como fronteira
agrícola. Consequentemente, a região passou a atrair um elevado contingente populacional, após a
construção de Brasília, sendo uma das regiões com um dos processos de urbanização mais
consolidados do país. Todos esses fatores foram fundamentais na estruturação da região como um
“celeiro do mundo”, conforme aponta a questão, atuando no cenário globalizado integrado aos
setores essenciais da economia globalizada. A atuação no mercado internacional com a venda de
commodities, como uma das maiores produtoras de soja, cana-de-açúcar, milho, entre outros
produtos importantes, fez com que a região Centro-Oeste estabelecesse forte posição econômica.
Gabarito: Certo
28.
A expansão da fronteira agrícola na Amazônia Legal é marcada por conflitos entre assentados
e grandes projetos agropecuários e de mineração e por intensa devastação e desperdício dos
recursos naturais e da biodiversidade, o que compromete o futuro da região.
Comentários
O espaço da Amazônia Legal, que nos anos dos governos militares tornou-se meta de grandes
contingentes de colonos vindos do Sul e Nordeste, vem se alterando continuamente, numa área de
muitos conflitos fundiários. Os acessos à propriedade rural, assim como às tecnologias, aos
créditos agrícolas, aos insumos, entre todos os outros elementos que estão vinculados à produção
agrícola, são cada vez mais restritos a grandes produtores articulados com grandes empresas que
passaram a atuar na produção agropecuária.
A mineração é outro grande problema abordado na questão. Há muitas áreas de conflitos em que
de um lado estão as empresas mineradoras, como a Vale e o Projeto Grande Carajás, e outros
mineradores, e de outro, a população local e muitos povos indígenas, que sofrem em seus
territórios a possibilidade de desapropriação de áreas destinadas para exploração desses recursos
minerais, como é o caso recente ocorrido no então governo Temer, em 2017, na Renca
(ReservaNacional do Cobre e Associados), muito rica em ouro e outros minérios, e que tem
grandes reservas naturais e terras indígenas. Outro caso de grandes conflitos é na mina de níquel
Onça Puma, localizada em Ourilândia do Norte, no Pará, que teve suas atividades suspensas por
contaminação das águas do rio Cateté, utilizado pela comunidade indígena Xikrin para pesca,
banho e outras atividades.
Assim, o espaço Amazônico passa de um espaço de possibilidades de resoluções de conflitos no
campo, atrelado com o fluxo migratório de outras regiões, de trabalhadores rurais sem-terra, onde
a terra tem um significado simbólico de “todos”, e passa a ser área de reprodução e produção
desses conflitos fundiários, consequência do avanço cada vez maior da fronteira agrícola e do arco
do desmatamento. Sem muitos incentivos, créditos e condições, a população de trabalhadores
rurais que migram em busca de melhores condições de vida acaba se marginalizando em áreas das
cidades ou vilarejos típicos nessa região. Um exemplo é o caso de Juruti, também no Pará, onde a
população era de 10 mil habitantes e, após o início da exploração mineral, saltou para 20 mil
habitantes. Esse aumento na população gera grandes problemas, pois demanda mais serviços
básicos como saúde, educação, infraestrutura, entre tantos outros. Além do aumento da
criminalidade.
Gabarito: Certo
cargos de liderança, puxados pela expansão do agronegócio, áreas como pecuária de corte, de leite
e sucroenergética ainda buscam mão de obra primária (sem qualificação) no mercado. Segundo
dados da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag), nas regiões Nordeste,
Sudeste e Centro-Oeste, ainda existem muitos trabalhos manuais, como nas lavouras de canas
nordestinas. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregos e desempregados (Caged), órgão
ligado ao Ministério do Trabalho, as contratações na agropecuária são sazonais, ou seja, em
determinadas épocas do ano, e os períodos em que o setor mais emprega é no início e no meio do
ano. Esse movimento sazonal das culturas gera a característica do setor, com muitos contratos de
curto prazo que viabilizam a informalidade, outro elemento encontrado no espaço agrário
brasileiro. Os trabalhos informais são portas de entrada para outras formas de trabalhos
degradantes, como o emprego de mão de obra escrava no campo.
Gabarito: Certo
30. (CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência)
Julgue o item subsequente a respeito da evolução da estrutura fundiária rural e dos
movimentos demográficos no território brasileiro.
A internacionalização da agropecuária brasileira ainda é totalmente dependente de
investimentos de conglomerados e empresas estrangeiras que compram empresas nacionais
do setor e terras para cultivo.
Comentários
É importante ficar atento quando as questões utilizam termos que generalizam as informações
apresentadas, pois sempre tendem a estar erradas. Nesse caso, o fato está em dizer que a
internacionalização da agropecuária brasileira ainda é TOTALMENTE dependente de investimentos
de conglomerados e empresas estrangeiras. Apesar de o mercado nacional ter uma íntima relação
com o mercado agropecuário mundial, pois grande parte de sua produção é voltada para a
exportação, a maior parte dos investimentos atuais no agronegócio brasileiro é nacional.
Investimentos e créditos agrícolas subsidiados por bancos nacionais e empresas do ramo
possibilitam o desenvolvimento do setor. No país, o agronegócio representa cerca de 21% do PIB e
ainda apresenta grande papel para a relevância do país no cenário mundial. Contudo, deve ser
observada a sua dependência de insumos internacionais. O país ainda importa cerca de 75% desses
insumos. Conforme cresce a safra, sobem também os números que amarram a produção do país
aos mercados internacionais.
Gabarito: Errado
31. (CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência)
Com referência à divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil, julgue o item a
seguir.
As atividades corporativas de empresas nacionais e internacionais (produção, circulação,
distribuição e consumo) integram partes expressivas do território brasileiro, por meio de
redes de infraestruturas, de informação e comunicação.
Comentários
Não se deixe enganar pela questão e pelo senso comum. O país é um grande potencial econômico
e possui integração territorial fruto de políticas de estado feitas principalmente após 1930.
Atualmente, o país possui um complexo parque industrial, apesar de estar concentrado sobretudo
nos estados do Centro-Sul e nas regiões metropolitanas do país. Essa região possui a economia
mais diversificada do país, com intensas atividades econômicas, com o maior aproveitamento de
terras para agricultura e pecuária, com uma elevada taxa de industrialização e urbanização. Essa
região também é responsável por produzir a maior parte do produto interno bruto, liderando a
produção nacional em todos os setores brasileiros. As indústrias que se destacam são a
metalúrgica, a automobilística, a têxtil, a petroquímica e a de aviação. Mesmo com o importante
eixo econômico entre São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a região conta com outros polos
industriais importantes, como Volta Redonda, Timóteo, Ipatinga, Goiânia, Brasília, Curitiba,
Campinas, entre outros. A agricultura e o agronegócio são elementos importantes no processo de
integração da região, sendo base da economia do nosso país. O Brasil é um dos maiores
exportadores agrícolas do mundo, tem uma das melhores distribuições entre fontes renováveis e
não renováveis dentro de sua matriz energética, e toda a produção é integrada com uma
infraestrutura de transporte. Temos a 4º maior malha rodoviária do mundo. Esse transporte é o
principal sistema logístico por onde passam mais de 60% de toda a carga movimentada no
território brasileiro. Atualmente o país é o 8º maior mercado da indústria automobilística do
mundo. Por ser um país de dimensões continentais, o Brasil tem, no setor de telecomunicações,
um forte papel no que tange a integração dos diversos setores sociais e econômicos. Esse setor
que engloba os serviços de telecomunicações, serviços de valor agregado e produtos utilizados
para a prestação desses serviços, de acordo com o IBGE, possui uma rede que possibilita a
integração nacional, tendo como base a informação.
Gabarito: Certo
32. (CESPE - 2013 - SEDUC-CE - Professor Pleno I - Geografia)
Entende-se por fronteira agrícola moderna a ocupação de áreas para as atividades agrícolas
com alto conteúdo tecnológico e organizacional, em substituição à pecuária extensiva, às
formas tradicionais de cultura e(ou) à cobertura vegetal original. Atualmente, a área ocupada
D – Incorreto. Apesar de ser um modal muito importante para o país, visto que a grande parcela da
população e a concentração de indústrias no Brasil estão próximas às áreas litorâneas, a
cabotagem representa apenas 9,6% da matriz brasileira de transporte de carga.
E – Incorreto. A região é a maior produtora agrícola do país, contudo as decisões econômicas e a
maior parte das empresas ligadas a agroindústrias possuem sede em São Paulo, sendo esse o
centro decisório econômico do setor.
http://www.tecnologistica.com.br/portal/artigos/66018/um-retrato-da-navegacao-de-cabotagem-no-brasil/
Gabarito: B
Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens seguintes,
acerca da estruturação e do funcionamento do agronegócio no Brasil.
34.
Característica marcante do atual período da agricultura brasileira é a ocupação de milhões de
hectares de cerrado pela agricultura moderna globalizada, ao mesmo tempo em que se
O fato de o relevo do Cerrado ser antigo significa que os seus solos foram bastante
trabalhados pelos agentes intempéricos (água, vento, organismosetc). O processo de lixiviação –
lavagem da camada externa do solo pela água das chuvas – contribui para diminuir a sua
fertilidade ao longo do tempo. Contudo, a ausência de fertilidade dos solos foi resolvida após
estudos e pesquisas em nutrição dos solos feitas pela Embrapa. As técnicas agrícolas adotaram
manejos específicos como a calagem (correção da acidez por meio do calcário), adubos ricos em
potássio, fosfato, fósforo, magnésio, entre outras.
Fonte: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_96_10112005101956.html
Gabarito: Errado
36.
As regiões produtivas do agronegócio brasileiro são competitivas no mercado global de
commodities e caracterizadas pela especialização produtiva que atende a parâmetros
internacionais de qualidade e de custos.
Comentários
A posição do Brasil como um dos países da produção global e o crescente aumento de sua
influência no cenário internacional devem-se, em grande medida, à competitividade de suas
exportações. Atualmente o país é o 3º maior exportador do mundo, e elas têm papel crucial na
política econômica do Brasil, em especial porque o saldo comercial positivo representa um
importante fator de equilíbrio da balança de pagamento. Em geral, o bom desempenho da
economia brasileira, dentre os diversos fatores que influem no progresso desses índices, deve-se a
essas exportações de commodities, puxados pela soja (maior produtor e exportador atualmente
desse produto), cana-de-açúcar, milho, café, entre outros. As commodities representam cerca de
65% do volume exportado, enquanto os produtos manufaturados representam os 35% restantes. A
capacidade de preservação de uma estrutura produtiva do país se deve a um diversificado, denso,
complexo e competitivo sistema. Contudo, existem alguns gargalos relacionados à competitividade
dos exportadores, alguns deles: macroeconômicos, infraestruturais, burocráticos, custo de logística
e transporte, acesso a financiamentos para exportação e entraves tributários.
Gabarito: Certo
Tendo o texto anterior como referência inicial e considerando os múltiplos temas por ele
evocados, julgue (C ou E) o item a seguir.
Gabarito: Certo
mercado das exportações brasileiras de produtos com valor agregado se acentuou com a crise
global iniciada em 2008, além da forte participação da China no mercado mundial. Ainda, segundo
o estudo, nos últimos anos, as exportações brasileiras de matérias-primas e insumos básicos
cresceram muito acima daquelas de maior valor agregado dentro da mesma cadeia produtiva. O
Brasil possui uma política industrial e comercial menos pujante do que de outros países em
desenvolvimento, que permita ampliar a escala de produção de bens com maior valor agregado.
Além disso, possui um sistema tributário que onera produtos mais elaborados. Outro aspecto
reside na ausência de ações de política industrial, o que contribui para a manutenção desse
sistema de exportação característico do país, fazendo com que o Brasil continue a ser um
exportador de produtos de menor valor agregado.
Gabarito: Errado
Gabarito: Errado
que estão diretamente relacionados aos produtos e subprodutos advindos das atividades agrícolas
ou pecuárias. Dentro desse contexto, a questão erra ao dizer que as barreiras impostas pela
legislação ambiental e a dependência da importação de tecnologias relacionadas à produção
agrícola limitaram a expansão do agronegócio, que por sua vez reorganizou o seu sistema
produtivo agropecuário de maneira superficial. Ao contrário, conforme observamos
anteriormente.
Gabarito: Errado
43.
Denominam-se demandas corporativas os investimentos públicos que, na visão política
nacional, são destinados a superar as deficiências em transporte, conferir competitividade e
Gabarito: Certo
44.
O atual modelo de uso do território brasileiro é marcado por uma regulação híbrida, cabendo
tanto à iniciativa privada quanto ao poder público as ações de planejamento e execução de
obras para escoamento da produção, por exemplo.
Comentários
O conceito de regulação que a questão traz não é no sentido de legislar, que é apenas a cargo do
setor público, é em um sentido mais amplo, de ordenar, planejar o território. A parceria entre os
setores públicos e privados tem alcançado resultados satisfatórios no planejamento e na execução
logística para escoamento de produção no país. Segundo estudos, o investimento na logística de
escoamento de safra é em torno de 7% a 9% do custo total de produção. A aplicação de
investimentos em obras estratégicas e o fortalecimento da logística no país são fundamentais para
garantir a competitividade e a expansão da produção de grãos no Brasil. A Parceria Público-
Privada, conhecida como PPP, é uma alternativa encontrada por muitos países na busca de
fomentar investimentos sem comprometer os escassos recursos públicos.
Gabarito: Certo
45.
Os investimentos em infraestrutura no território brasileiro, incluindo energia elétrica e
transportes, mediante privatizações, concessões de serviços públicos a empresas privadas e
parcerias público-privadas, estão se tornando, gradativamente, um problema para o governo
federal em razão do desinteresse de grandes empresas nesse tipo de negócio.
Comentários
A questão erra em dizer que não há interesses de grandes empresas nas privatizações, concessões
de serviços públicos a empresas privadas e parcerias público-privadas. Ao contrário, as empresas
têm interessenesse tipo de negócio. O Governo Collor foi o primeiro a promover o programa de
privatização do Estado brasileiro, chegando a privatizar 18 empresas públicas brasileiras. O seu
plano, chamado de Programa Nacional de Desestatização, previa 68 privatizações. A maioria das
empresas foi do ramo de siderurgias. No Governo do Itamar, a continuidade foi dada, com
destaque para a Companhia Siderurgia Nacional e a Embraer. No governo de FHC, as privatizações
ganharam força, com destaque para a Vale do Rio Doce, Telebrás, Embratel, entre outras. Nos
outros governos dos anos 2000, as concessões que tomaram destaque. Lula concedeu diversas
rodovias federais, duas hidrelétricas, entre outros. No governo Dilma, foram 7 rodovias e 6
aeroportos, incluindo ferrovias e portos. Apesar da vontade de privatizações, o governo Temer não
teve tempo para as ações. No atual governo Bolsonaro, o mapeamento das estatais para
privatização já foi sinalizado, dentre elas os Correios, a Eletrobras e a CBTU. Fato é que, na história
recente do país, as empresas sempre sinalizaram o interesse nas empresas estatais, principalmente
nos setores importantes como o de hidrelétricas e de petróleo. Empresas chinesas e alemãs já
acenaram para diferentes governos o interesse em comprar algumas hidrelétricas no país, inclusive
muitas delas já estão atuando como parte de empresas que abriram seu capital.
Gabarito: Errado
46.
A partir dos anos 50 do século passado, os países capitalistas desenvolvidos intensificaram o
processo de industrialização da agricultura no mundo subdesenvolvido como parte da
estratégia de revigoramento do capitalismo em âmbito mundial. Esse fato ficou conhecido
como Revolução Verde.
Comentários
Após a década de 1950, as atividades agrícolas passaram por profundas transformações no
processo que resultou na sua modernização, tendo como consequência uma maior produtividade
do setor. Dentro do contexto de pós-guerra e na guerra fria, os Estados unidos incentivaram a
implementação de mudanças na estrutura fundiária e nas técnicas agrícolas em vários países
desenvolvidos, devido aos avanços e conhecimentos advindos do pós-guerra. O objetivo da
utilização de insumos, segundo os cientistas da época, era tentar erradicar a fome, aumentando a
produção de alimentos, dizimando, assim, a fome nos países subdesenvolvidos por meio de um
conjunto de práticas inovadoras. Esse processo ficou conhecido como Revolução Verde e
aumentou significativamente a produção de alimentos no mundo, contudo a fome não acabou. O
processo no Brasil ocorreu de forma mais intensa após 1970, e envolveu uma série de
procedimentos técnicos com uso de defensivos agrícolas, uma grande presença de máquinas no
campo e um grande aparato tecnológico provido de variedades de plantas modificadas
geneticamente em laboratórios. Os chamados OGMs – organismos geneticamente modificados –
são espécies agrícolas que foram desenvolvidas para alcançar alta produtividade. Todo esse setor
foi beneficiado com o apoio da indústria, integrando-se no sistema agropecuário com um forte
apoio tecnológico.
Gabarito: Certo
47.
A política de terras no Brasil e a existência da escravidão foram fatores favoráveis à imigração
estrangeira.
Comentários
É preciso estar atento ao que se pede: fatores favoráveis à imigração estrangeira no país, o que
não está relacionado à existência da escravidão. No primeiro caso, sim. A política de terras no
Brasil, desde sua colonização com o sistema de capitanias hereditárias, teve como política de
povoamento a partilha de terras por meio dos sistemas de sesmarias. Posteriormente, muitos
imigrantes foram atraídos, principalmente na região sul do país, tendo como incentivo a posse de
uma pequena propriedade. Muitos italianos e alemães vieram para o Brasil nesse período, fruto de
uma política de estado que gerou muitos debates. Outro ponto importante para não errar é o fato
de a questão trazer a escravidão como fator de imigração. Vale lembrar que o negro africano foi
escravizado, ou seja, sua vinda para o país foi de maneira forçada. Pela colocação da questão dá a
entender que esse tipo de migração é considerado o mesmo tipo de deslocamento migratório. O
que não é. Notem que os motivos do primeiro processo migratório não são o mesmo do segundo.
Gabarito: Errado
48.
No Brasil colônia, a terra era parte do patrimônio pessoal do rei, sendo obtida por meio de
doação. Com a lei de terras de 1850, extinguiu-se o regime de posse, contudo, as terras ainda
foram mantidas como propriedade do Estado e a sua aquisição se dava somente por doação
estatal.
Comentários
A questão erra ao dizer que “as terras ainda foram mantidas como propriedade do Estado e sua
aquisição se dava SOMENTE por doação estatal”. No Brasil, antes da criação da Lei de Terras em
1850, os sesmeiros e posseiros realizavam a apropriação de terras aproveitando-se de brechas
legais que não definiam bem o critério de posse das terras. Mesmo depois da independência, em
1822, alguns projetos de lei tentaram regulamentar e dar uma definição melhor a respeito da
posse da terra. Contudo, foi apenas em 1850 que a Lei de Terras apresentou novos critérios com
relação aos direitos e deveres dos proprietários de terra. Com a lei, nenhuma sesmaria poderia ser
concedida a um proprietário de terras ou seria reconhecida a ocupação por meio da posse livre. As
chamadas terras devolutas só poderiam ser adquiridas por meio da compra junto ao governo, ou
seja, a lei estabeleceu a posse da propriedade apenas por meio da compra. A terra passou a ter um
valor econômico, justo no contexto do fim do tráfico negreiro e consequente política de imigração,
o que dificultou o acesso dessa parcela da sociedade a esse bem.
Gabarito: Errado
III. INCORRETO. O sistema ferroviário no Brasil sofreu gradativa decadência desde o governo de
Washington Luís, na década de 1930, responsável por iniciar a “Era das Rodovias”, intensificada
após a década de 1950 com o governo JK, que priorizou o modal rodoviário.
IV. CORRETO. A relação entre o volume transportado e o consumo do combustível favorece o
modal hidroviário, cujo valor é menor.
Gabarito: D
[D], pois embora a matriz I seja a mais expandida, ou seja, a predominante no país, ela apresenta
elevados custos de operação e manutenção;
[E], pois a matriz I permite maiores velocidades com o transporte rodoviário.
Gabarito: B
A análise das figuras e seus conhecimentos sobre o setor de transporte brasileiro permitem
afirmar que:
A) a opção pelo maior investimento nas rodovias se inicia com Juscelino Kubitschek e seu
“plano de metas”.
B) apesar do baixo crescimento, a expansão das ferrovias, entre 1975 e 2005, ocorreu
principalmente na região Norte do país.
C) o modal rodoviário recebeu maior investimento por ser mais vantajoso nos deslocamentos
de longa distância.
D) durante todo o século XX, o Brasil priorizou os investimentos no modal rodoviário,
abandonando o modal ferroviário.
E) entre 1975 e 2005, os investimentos em expansão da malha ferroviária foram similares aos
investimentos em expansão da malha rodoviária.
Comentários
O predomínio do rodoviarismo no Brasil se iniciou com os investimentos em transportes realizados
pelo governo JK.
53. (UFSC-2014)
[04] INCORRETA. Embora o prefixo BR indique a condição de rodovia federal, esta pode ser
mantida pela iniciativa privada, o que, no Brasil, ocorre pelo modelo de concessões.
[08] INCORRETA. As rodovias que interligam o país no sentido norte-sul possuem prefixo 1. As
rodovias com prefixo 3 são do tipo diagonais.
[16] CORRETA. Dos cinco trechos mais letais das rodovias, quatro deles estão localizados no
Centro-Sul.
Gabarito: 02 + 16 = 18.
Gabarito: C
55. (UECE-2014)
A ferrovia norte-sul é uma obra que tem o objetivo de ampliar a capacidade de escoamento
da produção de mercadorias no Brasil. Sobre esta obra estratégica, analise as afirmações a
seguir.
I. Apresenta-se como uma alternativa mais econômica para o transporte de mercadorias e
cargas de longa distância.
II. Algumas das principais mercadorias a serem transportadas são: derivados de petróleo,
cimento, grãos, açúcar e álcool.
III. Interligará os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Tocantins, Maranhão e
Roraima, integrando o país inteiro a uma rede de logística.
É correto o que se afirma apenas em:
A) I.
B) III.
C) II e III.
D) I e II.
Comentários
[I] CORRETA – Com a ferrovia Norte-Sul, ocorrerá integração entre produção e escoamento de
áreas do Centro-Oeste ao Sudeste brasileiro, com o objetivo de reduzir os custos com transporte.
[II] CORRETA – A ferrovia será responsável pelo transporte de commodities e semimanufaturados.
[III] INCORRETA – A ferrovia liga as cidades de Estrela d´Oeste, em São Paulo, a Porto Nacional, no
estado do Tocantins, mas, diferente do que diz a afirmativa, não estará interligada ao estado de
Roraima.
Gabarito: D
O texto descreve:
A) a ocupação das áreas de cerrado no Matopiba.
B) a expansão da fronteira agrícola na Amazônia.
C) a integração do Pantanal às pastagens naturais do Centro-Oeste.
D) a penetração da agricultura familiar na zona da mata nordestina.
E) o avanço das lavouras canavieiras às margens da Belém-Brasília.
E) II e IV.
II. O crescimento das atividades no campo só foi possível graças à redistribuição das terras
que deixaram de ser concentradas.
III. As propriedades familiares que cultivaram cana-de-açúcar foram as que apresentaram
maior nível de rentabilidade no campo brasileiro.
quantia, foram liberados 64 milhões desde 2008, quando começaram as obras. Nesse ritmo
de execução orçamentária, o terminal só ficará pronto vinte anos depois... E, para piorar, um
dos casos mais eloquentes é o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte (MG). Suas obras de
reforma nem sequer começaram...
(Veja, 25 de maio de 2011. Adaptado.)
D) O avanço das grandes fazendas produtoras de café e a precarização das condições da mão
de obra indígena nas lavouras.
Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue (C ou E) o item seguinte, acerca
da estruturação e do funcionamento do agronegócio no Brasil.
A expansão da moderna agricultura nos biomas Cerrado e Amazônia tem-se constituído a
partir de reduzidos fluxos migratórios em direção às pequenas e médias cidades dessas
regiões e de poucos conflitos no campo, uma vez que a mecanização excessiva das atividades
agrárias gera poucos empregos tanto no campo quanto na cidade.
Assinale a opção que indica uma das consequências do processo descrito no fragmento
acima.
A) O aumento da concentração fundiária.
B) A expansão da área destinada à produção de alimentos.
C) A diminuição da erosão dos solos.
A realidade agrária brasileira, em parte, está descrita nos versos acima. Assinale a alternativa
correta sobre essa temática.
A) O latifúndio, dominante em todas as regiões do Brasil, é o resultado de um processo
colonizatório que teve como fundamento o trabalho livre.
B) A concentração da propriedade fundiária rural coloca um grande número de pessoas
desprovidas desse bem fundamental para a sobrevivência, a terra.
C) Atualmente a questão agrária e seus conflitos estão resolvidos nas regiões Sul e Sudeste do
país, estando, ainda, por se resolver no Nordeste e Norte do Brasil.
D) A concentração da propriedade fundiária está relacionada ao desenvolvimento industrial
do Brasil, a partir de meados da década de 50 do século passado.
23.
Os conflitos pela posse de terra no Brasil revelam uma limitação no quadro natural do país: a
inexistência de solos aptos para a exploração agrícola.
24.
Com a modernização no campo, desapareceram as relações de trabalho calcadas no
arrendamento, na escravidão por dívida e na figura do trabalhador conhecido como bóia-fria.
25.
No processo de modernização no campo, o pequeno agricultor vê-se excluído da dinâmica
das atividades agrícolas em função do baixo volume de produção por este alcançado.
27.
A partir da adoção de políticas públicas de ocupação do território nacional durante o regime
militar, a fronteira agrícola expandiu-se para o Centro-Oeste, que passou a ser visto como
“celeiro do mundo”, destinado à produção de commodities como as do complexo grão carnes
e à agropecuária em larga escala.
28.
A expansão da fronteira agrícola na Amazônia Legal é marcada por conflitos entre assentados
e grandes projetos agropecuários e de mineração e por intensa devastação e desperdício dos
recursos naturais e da biodiversidade, o que compromete o futuro da região.
A) Com o avanço da fronteira agrícola moderna, emergiram novas cidades brasileiras, nas
quais passou a ocorrer uma inversão: o campo tornou-se menos funcional para as cidades e
as cidades tornaram-se funcionais para o campo.
B) A fronteira agrícola moderna se configurou mais intensamente em São Paulo que nos
demais estados.
C) Entre os serviços ofertados pelas cidades do agronegócio, destaca-se a comercialização dos
grãos realizada pelos escritórios comerciais importadores das grandes empresas (tradings).
D) A difusão do meio técnico científico-informacional, em determinadas regiões de fronteira
agrícola moderna, propiciou que ações e objetos agregassem valor fundamentado no
desenvolvimento da ciência e da informação, contudo essa difusão não favoreceu a
proliferação de serviços com múltiplas especializações.
E) No caso da região pantaneira brasileira, a integração territorial promovida pela construção
das rodovias, associada à inexistência de heranças territoriais de grande monta, facilitou a
rápida difusão da agricultura moderna nessa área.
Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens seguintes,
acerca da estruturação e do funcionamento do agronegócio no Brasil.
34.
Característica marcante do atual período da agricultura brasileira é a ocupação de milhões de
hectares de cerrado pela agricultura moderna globalizada, ao mesmo tempo em que se
aprofundam a divisão territorial do trabalho, os conflitos envolvendo povos e comunidades
tradicionais, o uso intensivo dos recursos naturais e a perda de biodiversidade.
35.
Para atender, principalmente, ao mercado internacional, adotam-se, nas áreas do bioma
Cerrado, os modelos de ocupação do território e de produção desenvolvidos pelo
agribusiness nos países centrais do capitalismo global, que favorecem a produção em larga
escala, intensiva em tecnologia, a partir dos latossolos de média e alta fertilidade.
36.
As regiões produtivas do agronegócio brasileiro são competitivas no mercado global de
commodities e caracterizadas pela especialização produtiva que atende a parâmetros
internacionais de qualidade e de custos.
Tendo o texto anterior como referência inicial e considerando os múltiplos temas por ele
evocados, julgue (C ou E) o item a seguir.
No Brasil, o setor sucroalcooleiro, além da produção de açúcar e álcool, tem intensificado a
geração de energia a partir da queima da biomassa da cana, o que representa uma
alternativa ao tradicional modelo de energia hidrelétrica.
43.
Denominam-se demandas corporativas os investimentos públicos que, na visão política
nacional, são destinados a superar as deficiências em transporte, conferir competitividade e
promover o crescimento sustentável do país, a partir do investimento estatal no setor de
logística, considerado área estratégica de segurança nacional.
44.
O atual modelo de uso do território brasileiro é marcado por uma regulação híbrida, cabendo
tanto à iniciativa privada quanto ao poder público as ações de planejamento e execução de
obras para escoamento da produção, por exemplo.
45.
Os investimentos em infraestrutura no território brasileiro, incluindo energia elétrica e
transportes, mediante privatizações, concessões de serviços públicos a empresas privadas e
parcerias público-privadas, estão se tornando, gradativamente, um problema para o governo
federal em razão do desinteresse de grandes empresas nesse tipo de negócio.
46.
A partir dos anos 50 do século passado, os países capitalistas desenvolvidos intensificaram o
processo de industrialização da agricultura no mundo subdesenvolvido como parte da
estratégia de revigoramento do capitalismo em âmbito mundial. Esse fato ficou conhecido
como Revolução Verde.
47.
A política de terras no Brasil e a existência da escravidão foram fatores favoráveis à imigração
estrangeira.
48.
No Brasil colônia, a terra era parte do patrimônio pessoal do rei, sendo obtida por meio de
doação. Com a lei de terras de 1850, extinguiu-se o regime de posse, contudo, as terras ainda
foram mantidas como propriedade do Estado e a sua aquisição se dava somente por doação
estatal.
A análise das figuras e seus conhecimentos sobre o setor de transporte brasileiro permitem
afirmar que:
A) a opção pelo maior investimento nas rodovias se inicia com Juscelino Kubitchek e seu
“plano de metas”.
B) apesar do baixo crescimento, a expansão das ferrovias, entre 1975 e 2005, ocorreu
principalmente na região Norte do país.
C) o modal rodoviário recebeu maior investimento por ser mais vantajoso nos deslocamentos
de longa distância.
D) durante todo o século XX, o Brasil priorizou os investimentos no modal rodoviário,
abandonando o modal ferroviário.
E) entre 1975 e 2005, os investimentos em expansão da malha ferroviária foram similares aos
investimentos em expansão da malha rodoviária.
14. GABARITO
Até logo...