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O texto "Positivism and the Separation of Law and Morals" é um artigo

publicado em 1958 na revista "Harvard Law Review". Este artigo é


conhecido por seu debate sobre o positivismo jurídico e a separação entre
direito e moral.
Herbert Lionel Adolphus Hart, conhecido como H.L.A. Hart (1907-1992),
foi um filósofo do direito britânico amplamente reconhecido e influente no
campo da filosofia do direito e da teoria política. Ele é conhecido
principalmente por suas contribuições para o positivismo jurídico, uma
corrente de pensamento que sustenta que a validade das leis não depende
de sua moralidade, mas sim de critérios legais e institucionais.
Hart discute extensivamente esses conceitos em sua obra mais influente:
“The Concept of Law" (O Conceito de Direito), publicada em 1961.
Vejamos uma análise crítica dos principais pontos de vista filosóficos do
texto já mencionado:
 A SEPARAÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL:
Ponto de Vista de Hart: Hart argumenta que existe uma separação essencial
entre o direito e a moral. Ele defende que uma norma não precisa ser
moralmente justa para ser considerada uma lei válida.
Análise Crítica: Essa separação é fundamental para o positivismo jurídico
de Hart, mas também é um ponto de controvérsia. Críticos argumentam que
em alguns casos, como leis profundamente imorais ou injustas, a separação
rígida entre direito e moral pode ser problemática, pois parece sugerir que
todas as leis devem ser seguidas, independentemente de quão injustas
possam ser.
 O CONCEITO DE REGRAS DE RECONHECIMENTO:
Ponto de Vista de Hart: Hart introduz o conceito de regras de
reconhecimento, que são as regras que determinam quais normas são
válidas em um sistema jurídico. Essas regras são essenciais para a
identificação do direito em uma sociedade.
Análise Crítica: Embora as regras de reconhecimento de Hart forneçam
uma estrutura valiosa para entender o funcionamento do direito, algumas
críticas argumentam que ele não oferece uma explicação completa sobre a
autoridade dessas regras. Como as regras de reconhecimento são
estabelecidas e por quem ainda é uma questão em aberto.
 VALIDADE JURÍDICA E VALIDADE MORAL:
Ponto de Vista de Hart: Hart argumenta que a validade jurídica de uma
norma não depende de sua validade moral. Ou seja, uma lei não precisa ser
moralmente justa para ser legal.
Análise Crítica: Isso levanta uma questão fundamental: o que acontece
quando uma lei é claramente imoral? Críticos argumentam que o
positivismo de Hart não fornece uma resposta satisfatória a essa questão,
deixando um vazio na ética do direito.
 AUTORIDADE E COERÇÃO:
Ponto de Vista de Hart: Hart destaca a importância da autoridade e da
coerção como características essenciais do direito. Ele argumenta que o
direito é mantido por meio da coerção estatal e da autoridade do sistema
legal.
Análise Crítica: Alguns críticos argumentam que essa ênfase na autoridade
e na coerção pode obscurecer questões éticas subjacentes ao direito. A
legitimação do poder estatal e da coerção é uma questão moral importante
que não é abordada diretamente pelo positivismo de Hart.
 CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
JURÍDICO:
Ponto de Vista de Hart: É importante considerar o contexto histórico em
que Hart desenvolveu suas ideias. Ele viveu em uma época em que o
mundo estava se recuperando dos horrores da Segunda Guerra Mundial, o
que pode ter influenciado sua ênfase na estabilidade e na previsibilidade do
direito.
Análise Crítica: Alguns críticos argumentam que o contexto histórico pode
ter limitado a aplicabilidade das ideias de Hart em contextos jurídicos e
políticos diferentes. O equilíbrio entre estabilidade e justiça pode variar em
diferentes sociedades e momentos históricos.

Em resumo, o texto de Hart é fundamental para a compreensão do


positivismo jurídico e da separação entre o direito e a moral. No entanto,
sua abordagem não está isenta de críticas, especialmente no que diz
respeito à capacidade do positivismo de lidar com questões morais e à
natureza das regras de reconhecimento. A discussão em torno desses temas
continua a ser um tópico relevante e ativo na filosofia do direito.

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