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IDP

Aluno: Alexandre Costa Yamasaki


RA: 2321083

No capítulo VII de seu livro "O Conceito de Direito", o filósofo inglês Herbert Hart
aborda questões cruciais relacionadas às regras jurídicas. Primeiramente, destaca a incerteza
inerente às regras primárias, que impõem obrigações e abstenções. Hart salienta que essa
incerteza decorre da formulação dessas regras em linguagem natural, suscetível a
interpretações diversas, além da possibilidade de aplicação a situações inéditas, o que amplia
a incerteza.

Um dos principais desafios do direito, conforme Hart argumenta, reside na incerteza


das regras primárias. Para contornar essa questão, ele propõe a necessidade de regras
secundárias, responsáveis por regular a criação, aplicação e modificação das regras primárias.
Essas regras secundárias, conforme Hart destaca, são de dois tipos: as regras de competência,
que atribuem poderes a indivíduos ou órgãos para criar, aplicar ou modificar as regras
primárias, e as regras de adjudicação, que estabelecem procedimentos para resolver conflitos
sobre a aplicação das regras primárias.

Hart enfatiza a importância das regras secundárias para a existência de um sistema


jurídico eficaz. Embora as regras primárias constituam o núcleo desse sistema, as regras
secundárias são fundamentais para lidar com a incerteza inerente às regras primárias.

No capítulo IX do mesmo livro, Herbert Hart explora a intrincada relação entre direito
e moral. Reconhecendo a complexidade desse vínculo, ele identifica três posições principais:
o positivismo jurídico, que postula a distinção entre direito e moral; o jusnaturalismo, que
argumenta pela interconexão entre ambos; e o pragmatismo jurídico, que sustenta que essa
relação é contingente e pode variar conforme o contexto.

Hart adota uma posição intermediária, denominada "positivismo moderado". Para ele,
direito e moral são conceitos distintos, mas sua interligação ocorre de várias maneiras. Ele
destaca que o direito, enquanto sistema coercitivo, pode ser influenciado pela moral, podendo
as leis serem criadas com o intuito de promover valores morais. Adicionalmente, argumenta
que o direito pode ser interpretado à luz de princípios morais, e, por fim, sustenta que direito e
moral podem se apoiar mutuamente, contribuindo para a promoção e legitimação recíproca.

Em conclusão, nos capítulos VII e IX de "O Conceito de Direito", Herbert Hart


oferece análises profundas sobre a incerteza das regras, a necessidade de regras secundárias e
a complexa relação entre direito e moral. Suas teorias continuam a exercer significativa
influência na teoria do direito contemporânea.

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