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No capítulo VII de seu livro "O Conceito de Direito", o filósofo inglês Herbert Hart
aborda questões cruciais relacionadas às regras jurídicas. Primeiramente, destaca a incerteza
inerente às regras primárias, que impõem obrigações e abstenções. Hart salienta que essa
incerteza decorre da formulação dessas regras em linguagem natural, suscetível a
interpretações diversas, além da possibilidade de aplicação a situações inéditas, o que amplia
a incerteza.
No capítulo IX do mesmo livro, Herbert Hart explora a intrincada relação entre direito
e moral. Reconhecendo a complexidade desse vínculo, ele identifica três posições principais:
o positivismo jurídico, que postula a distinção entre direito e moral; o jusnaturalismo, que
argumenta pela interconexão entre ambos; e o pragmatismo jurídico, que sustenta que essa
relação é contingente e pode variar conforme o contexto.
Hart adota uma posição intermediária, denominada "positivismo moderado". Para ele,
direito e moral são conceitos distintos, mas sua interligação ocorre de várias maneiras. Ele
destaca que o direito, enquanto sistema coercitivo, pode ser influenciado pela moral, podendo
as leis serem criadas com o intuito de promover valores morais. Adicionalmente, argumenta
que o direito pode ser interpretado à luz de princípios morais, e, por fim, sustenta que direito e
moral podem se apoiar mutuamente, contribuindo para a promoção e legitimação recíproca.