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Alumínio

Introdução infunde-se DFO (5 mg/kg) em pacientes com Al >


30 mcg/l, durante os 60 últimos minutos da sessão
O Alumínio (Al) é usualmente ingerido de diálise. Dosa-se o Al após 48h (antes da
em pequenas quantidades (3 a 5 mg/dia). Pode próxima sessão de diálise).
estar presente em vegetais, queijos, saladas, sodas, Teste é considerado positivo se aumento
cervejas, água potável, e alimentos preparados em do Al > 50 mcg/l, em relação ao seu nível inicial.
utensílios domésticos de Al. Grandes quantidades Níveis de PTH e ferro devem ser considerados na
de Al estão presentes em alguns medicamentos análise do teste da DFO. Hiperparatireoidismo
(anti-ácidos e quelantes de fosfato). Excesso de Al secundário e deficiência de ferro podem causar
acarreta na redução dos níveis de glicose e elevações excessivas do Al no teste da DFO
acetilcolina. A carga de Al corporal (tecidual e (4,9,10,11).
plasmático) normal é de 30 mg. Sua eliminação Deve-se lembrar que por ser o Al um
ocorre, de forma exclusiva, por via renal (1,2,3). elemento abundante, a coleta em tubo
desmineralizado e precauções especiais deverão
Importância clínica ser tomadas para se evitar possível contaminação
da amostra.
A principal utilização da dosagem do Al
encontra-se nos pacientes com insuficiência renal
crônica (IRC). Nestes, a falha da depuração renal, A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
associada a medicamentos e líquido dialítico estabelece na Portaria nº 82, de 3 de janeiro de
contendo Al, podem acarretar: encefalopatia, 2000, o controle da concentração sérica do Al em
doença óssea resistente à vitamina D e anemia pacientes submetidos à tratamento hemodialítico.
microcítica (4). As manifestações da doença óssea Determinação sérica de Al a cada ano, por meio de
e da encenfalopatia ocorrem após meses de espectofotometria de absorção atômica. Se o valor
diálise, tendo como sinais e sintomas: fraqueza, do Al menor que 30 mcg/l, manter exames anuais.
dor muscular e óssea, fraturas, perda de memória, Se o valor for igual ou maior à 30 mcg/l, realizar o
distúrbios da fala, tremores, tiques mioclônicos, teste da DFO, realizando dosagem do Al a cada
demência, sonolência e convulsões (1,4). dois meses. Se a diferença entre as duas dosagens
Trabalhadores expostos ao Al podem desenvolver de Al sérico for menor que 50 mcg/l manter exame
fibrose pulmonar. São descritos associações entre anual. Se > 50 mcg/l deve ser realizada biópsia
exposição ao Al e maior incidência de neoplasias óssea e tratamento com DFO. (12)
de pulmão e bexiga, e esclerose lateral amiotrófica.
Em estudo europeu, a exposição ocupacional não
foi relacionada com doença neurológica (5). O Instituto de Patologia Clínica Hermes
Pardini realiza
Determinação
Dosagem de Alumínio
Apesar do nível plasmático de Al não Materiais: soro e urina (recente e de 24h).
corresponder necessariamente ao nível corporal Método: Espectrofotometria de Absorção Atômica
total, é indicador independente de mortalidade com corretor Zeeman.
naqueles pacientes em diálise (6,7,8).
Um dos grandes problemas na dosagem Valores de referência
do Al é a possibilidade de contaminação do aparato Soro Urina
laboratorial, o que exige grande precaução. População geral: Não expostos:
Espectrofotometria de absorção atômica é uma até 10 mcg/L até 15 mcg/L
forma acurada de medir níveis de Alumínio. Níveis
séricos superiores a 60 mcg/l têm sensibilidade de Pacientes em programa Exposição ocupacional:
82%, especificidade de 86%, e valor preditivo de hemodialise: até 200 mcg/L
positivo de 76% para o acometimento ósseo; 30% até 30 mcg/L (DFG/BAT)
dos pacientes com níveis superiores a 100 mcg/l (Clin Nephrol 50(2): 69-
desenvolvem encefalopatia. 76, 1998.)
O Teste de mobilização com
Desferroxamina (DFO) é útil na avaliação dos
níveis corporais de Alumínio. A DFO extrai Al dos
tecidos, aumentando seu nível sérico. No teste,

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7. Referências 7. Salahudeen AK, Deogaygay B., Fleischmann E.
Bower JD. Race-dependet survival disparity on
1. Ellenhorn MJ, Schonwald S Ordog G, hemodialysis: higher serum aluminum as an
Wasselberger J. Ellenhorn SS. Metals and related independent risk factor higher mortality in whites.
compounds. In: Ellenhorn’s Medical toxicology. Am J Kidney Disease. 2000; 36: 1147-54.
2th. Williams & Wilkins.1997; 1532-7. 8. Kausz AT, John EA, Hercz G. Screening plasma
2. Ravel R. Aluminum. In: Ravel.Clinical aluminum levels in relation to aluminum bone
Laboratory Medicine. 6th. Mosby-Year Book. disease among asymptomatic dialysis patients. Am
1995; 430-1. J Kidney Disease. 1999; 34: 688-93.
3. Bolla KI, Cadet JL. Metal intoxication. In: 9. Andrews PA. The Care of patients undergoing
Goetz CG, Pappert EJ. Goetz: Textbook of Clinical hemodialysis. New Eng J Med. 1999; 340: 735-7.
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774. Cannata-Andia JB. Use of ultrafiltration and
4. Llach F, Bover J. Renal osteodystrophy. In: chromatography to assess aluminum speciation in
Brenner and Rector’s. The Kidney. 6th. WB serum after deferoxamine administration. Am J
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5. Letzel S, Lang CJ, Schaller et al. Longitudinal 11. Harrison RJ. Occupational and environmental
study of neurotoxicity with occupational exposure medicine. Chemical and gases. Primary Care;
to aluminum dust. Neurology. 2000; 54: 997-1000. Clinics in Office Practice. 2000; 27. 30p.
6. Chazan JA, Lew NL, Lowrie EG. Increased 12. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional
serum aluminum. An independent risk factor for de Vigilância Sanitária. Portaria n 82, de 3 de
mortality in patients undergoing long-term janeiro de 2000. Sub-anexo C.
hemodialysis. Arch Int Med. 1991; 7: 1246-1248.

Atualização Assessoria Científica 2008

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