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3

CAPÍTULO

PROCESSING ...
GEOMETRIA E ÁLGEBRA II

Competências

c C3 e C6

Habilidades
Activity diagnostics
c H24, H32, H33 e H34

CK
TO
ERS
U TT
/SH
ART
IEN
M
DA

Modeling surface ...

230
160
250
140
130 135
Modeling surface ...
230

190
230
160
250
140
130 135
CIRCUNFERæNCIA
Conduzir um veículo, de modo seguro e objetivo, do ponto de origem a um destino definido,
é prática comum no cotidiano de diversas pessoas. Embora a condução de alguns veículos possa ser
simples, essa prática pode exigir conhecimento de processos bem complexos em algumas situações.
Quando se trata de navegação marítima, por exemplo, pode-se destacar quatro diferentes métodos: a
navegação astronômica, a visual, a eletrônica e a estimada. Esses métodos podem ou não ser utilizados
simultaneamente dependendo do tipo de embarcação conduzida e do navegante.
Na navegação astronômica, a posição da embarcação é determinada por meio da observação
dos astros. Na navegação visual, são observados pontos de referência (os quais devem ser represen-
tados na carta náutica do local), ângulos, marcações e alinhamentos (horizontais e verticais), entre
outros elementos. A navegação eletrônica faz uso de informações obtidas de radares, satélites e
outros similares. Na navegação estimada, o condutor da embarcação se baseia na velocidade e no
intervalo de tempo entre as diferentes posições durante o trajeto, para determinar as posições futuras
de modo aproximado. É possível observar que os métodos de navegação utilizam áreas delimitadas
por circunferências para traçar as rotas. Os radares fazem varreduras circulares não apenas para traçar
rotas, mas também para detectar outras embarcações e elementos no trajeto. Leia o texto a seguir.
DDPROIMAGES/SHUTTERSTOCK

Embora existam diversos tipos de indicador, quase todos os radares de navegação


utilizam uma válvula de raios catódicos (VRC), instalada em um console, denominado
repetidora do radar, empregando um tipo de apresentação em tela conhecido como PPI
(do inglês “Plan Position Indicator”), ou Indicador Plano de Posição. Nesta apresentação
(que, nos radares mais modernos, já é toda digital), o navio do observador está localizado
no centro de uma tela circular, e os alvos situados dentro do alcance do radar são repre-
sentados em uma escala correta de distância, que têm origem no centro (posição do pró-
prio navio) e aumenta para fora, na direção das bordas da tela. As marcações são indicadas
ao longo da periferia da tela, de 000° a 360°, no sentido horário. Assim, no PPI, o centro
da tela representa o próprio navio e os alvos aparecem nas suas posições relativas (em
direção e distância).
Os sinais náuticos são muito Disponível em: http://www.borestenautica.com.br/arquivos/Radar.pdf. Acesso em: 3 ago. 2020.
importantes para auxiliar a navegação.
Eles podem transmitir sinais sonoros,
visuais, luminosos ou radioelétricos Como vimos, radares de embarcações fazem varreduras circulares. Vamos considerar um plano
ao navegante. São exemplos de cartesiano, em que C(a; b) é a posição de um navio dotado de radar e R é o alcance, ou distância
sinais náuticos os faróis e as boias.
máxima de captura, desse radar. É possível representar graficamente essa situação como na figura.

b
C
LAB212

0 a
x

Sendo P(x; y) um ponto qualquer a uma distância R do navio, é possível representar algebrica-
mente a circunferência que contém todos os pontos que estão a essa distância máxima de captura
e também toda a região detectável pelo radar.

82 Conexões entre Geometria e Álgebra


Na figura, todo e qualquer ponto P sobre a circunferência está à mesma distância R do radar
que o ponto P, isso significa que a circunferência é o lugar geométrico dos pontos que distam R do
ponto C. Assim, podemos aplicar a fórmula da distância entre dois pontos para modelar todos os
pontos que distam R do centro C:

dCP = (xP − x C ) + (yP − y C )


2 2

2 2
R = ( x − a ) + ( y − b)

∴ (x - a)2 + (y - b)2 = R2

Essa fórmula algébrica é conhecida como equação reduzida da circunferência de centro


C(a; b) e raio R.
Voltando à situação anterior, podemos utilizar essa equação para representar a região total de
captura do radar, ou seja, qualquer ponto do círculo de centro C(a; b) e raio R, representada geo-
metricamente pela circunferência e sua região interna (ou seja, pelo círculo). Essa região pode ser
representada por (x - a)2 + (y - b)2 ≤ R2.
Observe que, se a posição de um navio em um plano cartesiano pode ser dada pelo ponto
(-4; 3), e ele identifica, no limite de alcance de seu radar, uma boia de sinalização a 21 unidades de
distância, a representação geométrica da captura desse radar pode ser dada pela circunferência a seguir:

LAB212
25

20

15

10

C(-4; 3) 5
P(17; 3)
R = 21u
-25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 x
-5

-10

-15

-20

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


-25

De acordo com a equação geral da circunferência, a linha limite de captura, para o navio na
posição (-4; 3), pode ser dada por:
(x - (-4))2 + (y - 3)2 = 212 ⇒
⇒ (x + 4)2 + (y - 3)2 = 441
Outros exemplos:
a) x2 + y2 = 144 é a equação de uma circunferência de centro C(0; 0) e raio R = 12, pois
x2 + y2 = 144 ⇒ (x - 0)2 + (y - 0)2 = 122.
b) (x - 1)2 + (y - 7)2 = 1 é a equação de uma circunferência de centro C(1; 7) e raio R = 1,
pois (x - 1)2 + (y - 7)2 = 1 ⇒ (x - 1)2 + (y - 7)2 = 12.
c) x2 + (y + 2)2 = 0,25 é a equação de uma circunferência de centro C(0; -2) e raio R = 0,5,
pois x2 + (y + 2)2 = 0,25 ⇒ (x - 0)2 + (y - (-2))2 = 0,52.
d) (x - 2)2 + y2 = -4 não é a equação de uma circunferência, pois não existe medida real para
R, tal que R2 = -4.
É importante citar que uma circunferência de equação (x - a)2 + (y - b)2 = R2 também pode
ser representada pela chamada equação normal da circunferência, que pode ser obtida desenvol-
vendo os binômios na equação reduzida.

Conexões entre Geometria e Álgebra 83


Observe:
(x - a)2 + (y - b)2 = R2 ⇒
⇒ x2 - 2xa + a2 + y2 - 2yb + b2 = R2 ⇒
⇒ x2 + y2 - 2xa - 2yb + a2 + b2 - R2 = 0
Essa última representação é conhecida como equação normal ou geral da circunferência.

EXERCÍCIO RESOLVIDO
1 Considere que, após um acidente, uma embarcação tenha perdido comunicação com o
porto e a guarda costeira e que esta última tenha recebido, juntamente com o alerta, a
H24 equação do radar da embarcação (x2 + y2 - 10x + 16y - 311 = 0).

a) Represente, em um plano cartesiano, a região de cobertura do radar da embarcação


perdida.
b) Considere as coordenadas do bote salva-vidas (-7; m), pertencente à circunferência
descrita pelo radar. Determine m e represente o ponto no mesmo plano cartesiano
da circunferência.
RESOLUÇÃO
Para a representação da circunferência em um plano cartesiano, precisamos transformá-la
em sua forma reduzida. Vamos comparar a equação dada com a forma normal.
x2 + y2 - 10x + 16y - 311 = 0
x2 + y2 - 2xa - 2yb + a2 + b2 - R2 = 0
Efetuando a comparação termo a termo, temos:
-2a = -10 ⇒ a = 5
-2b = 16 ⇒ b = -8
a2 + b2 - R2 = -311 ⇒ (5)2 + (−8)2 − R2 = -311 ⇒
⇒ R2 = 311 + 25 + 64 ⇒ R2 = 400 ⇒ R = 20
Portanto, temos (x - 5)2 + (y + 8)2 = 202, ou seja, uma circunferência de centro C(5; −8) e
raio R = 20. Localizando o bote salva-vidas, temos:
(-7 - 5)2 + (m + 8)2 = 202 ⇒
⇒ 144 + (m + 8)2 = 400 ⇒
⇒ (m + 8)2 = 256 ⇒ m + 8 = ±16 ⇒
⇒ m = -24 ou m = 8
Portanto, o bote pode estar em duas localizações: (-7; -24) ou (-7; 8).
Assim, temos:
LAB212

y
25
20
15
B(-7; 8) 10
5
R = 20u
-25 -20-15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 x
-5
C(5; -8)
-10
R = 20u
-15
-20
-25
A(-7; -24)

84 Conexões entre Geometria e Álgebra


PARA AMPLIAR
As c™nicas e a geometria espacial

[...] por volta de 350 a.C., o matemático grego Menaecmus descobriu curvas es-
peciais chamadas de “seções cônicas”, que, segundo acreditam os estudiosos, ele usava
para resolver problemas de duplicar o cubo. Arquimedes desenvolveu a teoria sobre essas
curvas, e Apolônio de Pega sistematizou e ampliou o tema no livro Seções cônicas. O
que interessa, em particular, a Omar Kayyan, era a descoberta de que as seções cônicas
podiam ser empregadas para resolver equações cúbicas.
As seções cônicas têm esse nome porque podem ser obtidas seccionando um cone
com um plano, especificamente um cone duplo, como duas casquinhas de sorvete unidas
pelas pontas. Um cone é formado por uma série de segmentos de linhas retas, todas se
encontrando em um ponto e passando por um círculo adequado, a “base”. Mas, na geo-
metria grega, a gente pode estender segmentos de linhas retas quanto quiser, o que resulta
num cone duplo.
Os três principais tipos de seção cônica são a elipse, a parábola e a hipérbole. Uma
elipse é uma curva fechada oval que surge quando o plano corta apenas uma das metades
do cone duplo. Uma circunferência é um tipo especial de elipse, criada quando o plano é
perpendicular ao eixo do cone. Uma hipérbole consiste em duas curvas simetricamente re-
lacionadas que em princípio se estendem ao infinito, criadas quando o plano corta as duas
metades do cone duplo. A parábola é formada pela transição, uma só curva aberta, e nesse
caso o plano que corta o cone deve ser paralelo a uma das linhas da superfície do cone.
STEWART, I. Uma história da simetria na Matemática. São Paulo: Zahar, 2012. (Adaptado.)

Circunferência
LAB212

Elipse Hipérbole Hipérbole

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


r s//r

Ao deslocar verticalmente o plano que forma a


Par‡bola circunferência, podemos ter circunferências de raios
quaisquer e, no limite (vértice dos cones), temos
raio zero e a formação de um ponto. Ao inclinar esse
elo

plano, interceptando apenas um dos cones, formamos


ral

elipses e, continuando a inclinação do plano, ao


Pa

interceptar os dois cones, formamos hipérboles (no


limite do eixo das hipérboles passando pelo vértice
dos cones, temos retas concorrentes). Inclinando o
plano, até que tenhamos o eixo da curva paralelo a
uma linha do cone, temos uma parábola.

Conexões entre Geometria e Álgebra 85


PARA CONSTRUIR
1 Com o protocolo de distanciamento social causado por uma Com a instalação do novo maquinário, um programador
pandemia, uma empresa adota medidas de segurança e isola precisa alimentar o sistema com uma equação matemática
H24 para realizar o corte da peça de aço. Fixando a peça em
uma região circular ao redor da mesa de recepção. Para fazer
isso, a empresa se apoia em medidas sugeridas por órgãos um plano cartesiano virtual, ele percebe que dois pontos
internacionais. A figura representa as condições de isolamento diametralmente opostos são M(4; − 7) e N(− 8; − 3).
a partir de um ponto central P, com as distâncias em metros. a) Determine o ponto em que está fixado o centro da peça.
y Resolução: sabemos que o centro C da circunferência em
questão será o ponto médio dos pontos M e N. Dessa forma
 4 − 8 −7 − 3 
C  ;  = (−2; − 5)
 2 2 
1 P
b) Determine a equação de entrada no programa para que
o corte aconteça como o esperado.
Resolução: sabendo que o raio da peça é 5, temos como
equação da circunferência que descreve seu formato:
(x - (-2))2 + (y - (-5))2 = (2 10)2 ⇒ (x + 2)2 + (y + 5)2 = 40
LAB212

1 2 x

a) Determine a distância mínima sugerida que um cliente 3 A construção de uma peça é encomendada por meio da
deve manter do ponto P. equação 4x2 + 4y2 - 4x - 12y + 6 = 0. Responda:
Resolução: pela figura, podemos perceber que a distância entre H24
o ponto P e um ponto da circunferência formada é de 1 m, sendo a) Qual o formato da peça? Justifique.
esta a distância mínima sugerida. Resolução: dividindo todos os termos da equação por 4, temos:
3
x 2 + y 2 − x − 3y + = 0
2
Manipulando algebricamente a equação, obtemos a equação
equivalente:
b) Determine a equação que descreve a circunferência que
 1  3
2 2
limita o distanciamento por este protocolo. x −  +  y −  = 1
2

Resolução: sendo P o centro da circunferência, temos: 2 2


(x - 2)2 + (y - 1)2 = 1 Essa é a equação de uma circunferência; logo, a peça tem
formato de circunferência.
b) Determine as coordenadas do ponto central da peça.
Resolução: da equação obtida no item a, temos que o ponto
 1 3
central da circunferência é  ; .
 2 2 
2 Uma indústria de torno e solda produz uma peça de aço
circular de raio igual a 2 10 cm.
H24
y c) Determine a distância entre um ponto extremo e o centro
da peça. Represente no plano cartesiano o produto da
encomenda.
-8 4 Resolução: sendo r o raio da circunferência, temos que r = 1.
LAB212

Assim, temos:
x
y
-3

-7

2
LAB212

2 4 x

86 Conexões entre Geometria e Álgebra


FAÇA VOCÊ MESMO
1 A construção de uma roda gigante utiliza a equação da b) A equação da circunferência formada.
circunferência (x - 2)2 + (y + 4)2 = 25 como base. Ainda Resolução: sendo o centro da circunferência o ponto (2, 2),
H24 na fase de planejamento, quais são as coordenadas das temos a equação da circunferência:
(x - 2)2 + (y - 2)2 = 8
cadeiras que devem ser colocadas no ponto mais alto e no
ponto mais à direita da roda gigante? Represente em um
plano cartesiano a roda gigante e os pontos pedidos.
Resposta:
3 Uma empresa de construções rodoviárias quer construir
y uma estrada para ligar dois pontos de cruzamento entre
H24 duas rotatórias circulares. Observe o esquema a seguir.

A A

LAB212
10 x

LAB212
B

-10 B

Orientações no Manual do Professor.


No projeto a escala é de 1 : 10 000. Considere que as circunfe-
2 O cenário para fotografia de um estúdio deve ser construído
rências α e β são representadas de acordo com as equações:
de acordo com o modelo da figura a seguir, considerando
H24 as distâncias em metros. α: x2 + y2 = 4
β: (x – 3)2 + (y – 3)2 = 10
y
Determine:
a) A equação da reta que descreve essa estrada.
Resolução: da equação de β, temos:
(x - 3)2 + (y - 3)2 = 10 ⇒ x2 - 6x + 9 + y2 - 6y + 9 = 10 ⇒
⇒ x2 + y2 - 6x - 6y + 18 - 10 = 0
Da equação de α, temos que x2 + y2 = 4, desta maneira:
2 O
4 - 6x - 6y + 18 - 10 = 0 ⇒ y = -x + 2
Portanto, a equação da reta que passa pelas intersecções das

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


circunferências é y = -x + 2.
LAB212

2 x b) A distância entre os pontos A e B, considerando que o


projeto apresente medidas em centímetros.
Resolução: para obter os pontos A e B no plano, podemos
substituir y por -x + 2 na equação de a. Assim:
x2 + (-x + 2)2 = 4 ⇒ x2 + x2 - 4x + 4 = 4 ⇒
Determine: 2x2 - 4x = 0 ⇒ 2x (x - 2) = 0 ⇒ x = 0 ou x = 2
Para x = 0, temos que: y = 2
a) A distância mínima que o ponto superior deve ser instalado Para x = 2, temos que: y = 0
do chão para que a figura fique corretamente exposta. Assim, temos que A e B são:
Resposta: (2 2 + 2) m . A = (0; 2)
B = (2; 0)
Orientações no Manual do Professor.
Assim, a distância, em centímetros entre A e B é:
(2 − 0) + (0 − 2) =
2 2
dAB = 8 = 2 2
Como a escala é 1 : 10 000, temos:
dAB = 20 000 2 cm = 200 2 m

Conexões entre Geometria e Álgebra 87


4 Um grupo de amigos quer pintar um desenho na rua para 5 Três vias, AB, BC e AC, de uma cidade cruzam-se mutualmente
celebrar a Copa Feminina de Futebol e decidiu planejar a e formam uma figura triangular.
H24 H24
figura usando recursos digitais de um programa de gráficos. B(0; 2)
Uma das figuras a ser pintada tem seus vértices na interseção
entre a circunferência (x - 4)2 + (y - 3)2 = 25 e os eixos

LAB212
coordenados de um plano cartesiano com as distâncias em
metros. A(-3; 0) C(5; 0)

Responda:
Preocupado com o aumento do fluxo de carros nos cruza-
a) Quantos lados tem a figura a ser pintada?
mentos, o engenheiro responsável pelo trânsito propõe a
construção de uma rotatória, com formato de uma circun-
ferência, que passe pelos mesmos três pontos. Determine:
a) O ponto no plano central dessa nova rotatória.
 11
Resposta: 1; − 
 4
Orientações no Manual do Professor.
LAB212

Resolução: pela equação da circunferência, o raio é igual a 5 m, e


o centro da circunferência é o ponto (4; 3).
Então, podemos notar que, como um dos pontos de intersecção
é a origem dos eixos, serão três os pontos comuns à
circunferência e aos eixos. Dessa maneira, a figura formada
possui três lados.

b) A equação da circunferência que deve ser construída.


Resolução: com as coordenadas do centro, podemos encontrar
o raio pela distância deste ponto a um dos vértices. Dessa
maneira, a distância entre o centro e o ponto B pode ser
determinada por:

b) Qual é a área que deverá ser pintada?  11 


2
361 377
(1 − 0) + − − 2
2
R = ⇒ R2 = 1 + =
Resolução: para determinar os pontos de intersecção, é possível  4  16 16
fazer:
Para x = 0: A equação da circunferência será:
(0 - 4)2 + (y - 3)2 = 25 ⇒ y = 0 ou y = 6  11
2
377
(x − 1) +  y +  =
2
Para y = 0:  4 16
(x - 4)2 + (0 - 3)2 = 25 ⇒ x = 0 ou x = 8
Dessa maneira, sabemos que pontos de intersecção são (0; 0),
(0; 6) e (8; 0)
Calculando a área do triângulo, temos:
6 ⋅ 8
A = = 24 m2
2

88 Conexões entre Geometria e Álgebra


6 (Enem) Um jogo pedagógico utiliza-se de uma interface a) Determine a área representada pela região triangular
algébrico-geométrica do seguinte modo: os alunos devem ABC, em m2, ocupada pelo terreno. Justifique sua resposta
H24 apresentando os cálculos realizados na resolução deste
eliminar os pontos do plano cartesiano dando “tiros”, seguin-
do trajetórias que devem passar pelos pontos escolhidos. item.
Resposta: 343 m2.
Para dar os tiros, o aluno deve escrever em uma janela do
Orientações no Manual do Professor.
programa a equação cartesiana de uma reta ou de uma
circunferência que passa pelos pontos e pela origem do
sistema de coordenadas. Se o tiro for dado por meio da
equação da circunferência, cada ponto diferente da origem
que for atingido vale 2 pontos. Se o tiro for dado por meio da
equação de uma reta, cada ponto diferente da origem que
for atingido vale 1 ponto. Em uma situação de jogo, ainda
restam os seguintes pontos para serem eliminados: A(0; 4),
B(4; 4), C(4; 0), D(2; 2) e E(0; 2).
Passando pelo ponto A, qual equação forneceria a maior
pontuação?
y

LAB212
5

A B
4

E D
2 b) Considerando que o ponto L pertence à circunferência
do círculo de centro K e que é o ponto de interseção das
1 retas t e s, em que t é a reta determinada pelos pontos P e
O e s é a reta determinada pelos pontos E e K, determine
C x a equação reduzida da circunferência de centro K, que
0
1 2 3 4 5 6 representa a piscina no plano cartesiano. Justifique sua
resposta apresentando os cálculos realizados na resolução
deste item.
a) x = 0 d) x2 + (y - 2)2 = 4 Resolução: conhecendo-se dois pontos de cada reta, é possível
b) y = 0 e) (x - 2)2 + (y - 2)2 = 8 determinar as equações das retas:
12 = 14a + b a = 1
c) x2 + y2 =16 Resposta: alternativa e. t :  ⇒ 
14 = 16a + b b = −2

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


Orientações no Manual do Professor.
7 (Uel-PR) Alice comprou um terreno de forma triangular e soli- 20 = 2a + b a = −1
s :  ⇒ 
citou a um engenheiro civil que fizesse a planta da casa a ser 12 = 10a + b b = 22
H24
construída, incluindo um gazebo e uma piscina na área de lazer. Dessa forma, temos:
A proposta do engenheiro foi construir a casa em formato de L, t: y = x - 2 e s: y = - x + 22
um gazebo de forma trapezoidal e uma piscina com formato Sendo L o encontro das duas retas, temos:
x - 2 = - x + 22 ⇒ x = 12 e y = 10
circular. Considere a seguir, no plano cartesiano, a planta feita Como a circunferência passa por L e tem centro em (10; 12),
pelo engenheiro, na qual constam o esboço do terreno, da então:

( )
2
localização da casa, do gazebo e da piscina. (x − 10) + ( y − 12) =
2 2
(12 − 10) + (10 − 12)
2 2

B = (1, 24) ⇒ (x - 10)2 + (y - 12)2 = 8


24
22 E = (2, 20)
20 C = (32, 20)
E F H
18 J I
16 M N O = (16, 14)
14 K=
12 (10, 12) P = (14, 12)
10 L
D G
8
6
4
2 A =(0, 2)
LAB212

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48

Conexões entre Geometria e Álgebra 89


8 (Unesp) Uma expedição arqueológica encontrou um pedaço 9 (Acafe-SC)
de um prato de cerâmica antigo, supostamente circular. Para
H24 estimar o tamanho do prato, os arqueólogos desenharam H33 O ultrassom morfológico é um exame muito utilizado para
identificar doenças de um bebê que ainda está no ventre
o pedaço de cerâmica encontrado, em tamanho real, em
da mãe. O formato, a estrutura e a medida da cabeça do
um plano cartesiano de origem O(0; 0). A circunferência do
bebê podem ser analisados e comparados com medidas
prato passa pela origem do plano cartesiano e pelos pontos
de referência.
A(–4; 2) e B(6; 4), como mostra a figura.

REPRODUÇÃO/SISTEMA ACAFE
N
y 2 cm
14

REPRODUÇÃO/UNESP, 2018.
2 cm
12
M

10

8 O

6
A figura representa a cabeça de um bebê num exame desse
4
B tipo. Através de recursos computacionais, define-se uma
2 circunferência num sistema de coordenadas cartesianas
A
O através de três pontos: M(-3; 3), N(2; 8) e O(6; 0).
8 6 4 2 0 2 4 6 8 x
O comprimento dessa circunferência corresponde ao que os
2 médicos chamam de perímetro cefálico. No caso indicado
na figura acima, por um problema técnico, o computador
a) A área do pedaço de cerâmica é aproximadamente igual não indicou o comprimento da circunferência. Sabe-se que
à área do triângulo ABO. Calcule a área desse triângulo cada unidade linear do plano cartesiano que contém a figura
em cm2. corresponde a 1 cm da medida real.
Resposta: 14 cm2.
Orientações no Manual do Professor. Analise o caso e responda: qual a medida do perímetro
cefálico do bebê se π = 3,14.
a) Superior a 40 cm.
b) Entre 30 e 35 cm.
c) Inferior a 30 cm.
d) Entre 35 cm e 40 cm.
Resposta: alternativa b.
Orientações no Manual do Professor.

b) Calcule as coordenadas do ponto em que estaria locali-


zado o centro do prato cerâmico circular nesse sistema
de eixos cartesianos ortogonais.
 3 41
Resposta:  ; .
7 7 
Orientações no Manual do Professor.

90 Conexões entre Geometria e Álgebra


Posições relativas entre pontos e circunferências
Em um projeto de engenharia de tráfego, está sendo estudada a construção de uma rotatória.
A circunferência formada pela rotatória tem equação:
x2 + y2 - 6x + 4y - 87 = 0
Essa equação considera um plano cartesiano, com unidades em metros, com centro no marco
da cidade. Nesse projeto, uma árvore deverá ser preservada no ponto (3; -2), uma placa sinalizadora
deve ser fixada em (-2; -9), uma estrutura semafórica será fixada em (-7; 7) e um semáforo de
pedestres será fixado em (11; -8).
As posições relativas entre esses elementos e a rotatória podem ser analisadas com base em
propriedades da geometria plana.
Dado um ponto P(xP; yP) e uma circunferência λ de centro C e raio R, temos:
▶ P ∈ λ quando dPC = R.
P
γ
d

R
C

LAB212
dPC = R

Nesse caso, substituindo as coordenadas de P na expressão de λ:


xP2 + yP2 - 2xPa - 2yPb + a2 + b2 - R2 = 0
▶ P é interno a λ quando dPC < R.
γ
P
d

C R
LAB212

dPC < R

Nesse caso, substituindo as coordenadas de P na expressão de λ:


xP2 + yP2 - 2xPa - 2yPb + a2 + b2 - R2 < 0
▶ P é externo a λ quando dPC > R.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


LAB212

P
γ
d

R
C
dPC > R

Nesse caso, substituindo as coordenadas de P na expressão de λ:


xP2 + yP2 - 2xPa - 2yPb + a2 + b2 - R2 > 0
Veja, com base nas representações anteriores, que as ilustrações nos ajudam a resolver as inequações.
Para os pontos dados, com relação à rotatória, temos:
▶ Árvore em (3; -2):
32 + (-2)2 - 6 ⋅ 3 + 4 ⋅ (-2) - 87 = 9 + 4 - 18 - 8 - 87 = -100 < 0
Como o resultado é menor do que zero, o ponto é interno à circunferência. De fato, temos:
x2 + y2 - 6x + 4y - 87 = 0 ⇒ (x - 3)2 + (y + 2)2 = 100
Portanto, a árvore será preservada no centro da rotatória.

Conexões entre Geometria e Álgebra 91


▶ Placa sinalizadora em (-2; -9):
(-2)2 + (-9)2 - 6 ∙ (-2) + 4 ⋅ (-9) - 87 = 4 + 81 + 18 - 36 - 87 = -20 < 0
Como o resultado é menor do que zero, o ponto é interno à circunferência.
▶ Estrutura semafórica em (-7; 7):
(-7)2 + 72 - 6 ⋅ (-7) + 4 ⋅ 7 - 87 = 49 + 49 + 42 + 28 - 87 = 81 > 0
Como o resultado é maior do que zero, o ponto é externo à circunferência.
▶ Semáforo de pedestres em (11; −8):
112 + (-8)2 - 6 ⋅ 11 + 4 ⋅ (-8) - 87 = 121 + 64 - 66 - 32 - 87 = 0
Como o resultado é igual a zero, o ponto pertence à circunferência.
Podemos sintetizar e verificar essas relações na seguinte representação:

LAB212
y

15

Estrutura
semafórica 10

-15 -10 -5 0 5 10 15 x
Árvore
-5
Placa sinalizadora
Semáfaro
-10 para pedestres

-15

Posições relativas entre retas e circunferências


Leia os trechos a seguir relacionados ao processo de fabricação de peças com etapas que en-
volvem o uso de torno.

Torneamento é a combinação de dois movimentos: rotação da peça e movimento de


avanço da ferramenta. Em algumas aplicações, a peça pode ser estacionária, com a ferra-
menta girando ao seu redor para cortá-la, mas basicamente o princípio é o mesmo. O
movimento de avanço da ferramenta pode ser ao longo da peça, o que significa que o
diâmetro da peça será torneado para um tamanho menor. Alternativamente a ferramenta
pode avançar em direção ao centro, para o final da peça, o que significa que a peça será
faceada. Frequentemente são combinações dessas duas direções, resultando em superfícies
cônicas ou curvas, com as quais as unidades de controle dos tornos CNC atuais podem
lidar por meio de muitas possibilidades de programas.
Disponível em: http://www.usinagem-brasil.com.br/44-o-que-e-torneamento-/. Acesso em: 5 jun. 2020.
LAB212

Processo de torneamento de
peça por meio da rotação e
desbastes axial e radial.

92 Conexões entre Geometria e Álgebra


Atualmente as máquinas CNC possuem controladores que, por serem computadori-
zados, permitem não só ler e executar os programas, mas também escrever ou editar estes
programas. Alguns desses controladores permitem também realizar a simulação através
do acesso ao sistema de controle com as teclas, botões e tela de exibição. [...]
Os planos cartesianos xy, yz e xz se definem por retas orientadas que se denominam
eixos principais x, y e z, o ponto comum destes eixos se denomina origem. Sendo eixos
orientados, as setas dos eixos indicam o sentido positivo crescente de coordenadas a par-
tir da origem e decrescente negativo após a origem.

LAB212
Planos cartesianos determinados pelos eixos x, y e z.

[...]
As máquinas ferramentas CNC possuem orientação de coordenadas cartesianas prees-
tabelecidas por norma técnica [...]. Esta orientação estabelece valores positivos crescentes
conforme direção e sentido dos eixos x, y e z, bem como, rotação A, B e C, horária ou
anti-horária, em torno de cada um dos eixos respectivamente.
AZEVEDO, D. F. O. Linguagem de programa•‹o de CNC:
Torno e centro de usinagem. Mogi das Cruzes, 2014.

Considere que um programa de torneamento faça uso de equações para determinar as


posições das fresas para realizar desbastes de peças. Nesse caso, para os desbastes radiais (com
a movimentação da fresa em direção ao centro do cilindro, pelo raio), são consideradas a equa-

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


ção de uma circunferência para o cilindro em rotação e a equação de uma reta que contenha a
posição da fresa.
PIXEL B/SHUTTERSTOCK

Representação da situação hipotética descrita.

Conexões entre Geometria e Álgebra 93


Desse modo, considerando apenas o plano xy para a movimentação radial da fresa, temos
três tipos de posicionamentos distintos entre a reta r: ax + by + c = 0 que a contém e a equação da
circunferência λ: (x - x0)2 + (y − y0)2 = R2:

▶ São secantes quando a intersecção entre r e λ corresponde a dois pontos:


r

LAB212
Q

P
R
d λ

r ∩ λ = {P; Q}

▶ São tangentes quando a intersecção entre r e λ corresponde a um ponto:


r

LAB212
T

R
d λ

r ∩ λ = {T}

▶ São disjuntas (ou a reta é exterior) quando a intersecção entre r e λ é vazia:

LAB212
r

d R
λ

r∩λ={ }
Para os três casos, podemos determinar:
ax 0 + by 0 + c
dC, r =
a2 + b2

ax + by + c = 0
r ∩ λ : 
(x − x 0 )2 + (y − y 0 )2 = R 2

94 Conexões entre Geometria e Álgebra


EXERCÍCIO RESOLVIDO
1 No desbaste de uma peça, foi usado um cilindro cuja cir- Primeiramente, precisamos do raio inicial. Pela equação da cir-
cunferência podia ser representada em um programa de  4 −6 
H24 torneamento digital, em um plano cartesiano com unidades cunferência, temos que o centro é C ;  , logo C(-2; 3).
 −2 −2 
em centímetros, por x2 + y2 + 4x - 6y + 9 = 0. Para o des-
baste radial, foi programado que a frisa se movimentasse Além disso:
até a posição dada pela reta de equação x - y + 7 = 0. De a2 + b2 - R2 = 9 ⇒ 4 + 9 - R2 = 9 ⇒ R2 = 4 ⇒ R = 2 cm
quanto foi a redução do raio do cilindro nesse desbaste?
−2−3+7 2
RESOLUÇÃO D CR = = = 2 ≅ 1, 41
1+ 1 2
Para que haja redução no raio do cilindro, é necessário que a
distância (d) entre a reta e o centro da peça seja menor que o Portanto, a diminuição no raio foi de aproximadamente
raio (R). Nesse caso, a redução é dada por R - d. 2 - 1,41 = 0,59 cm.

PARA CONSTRUIR
1 Uma empresa de rede de comunicações pretende realizar 3 Um terreno particular tem a forma de uma circunferência
H2 de equação x + y = 400, com as dimensões dadas em
4
2 2
os primeiros serviços em uma cidade. De início, o plano de
H24
inauguração planeja abranger uma região circular dada pela metros, conforme registro em sua documentação. Uma
equação (x - 2)2 + (y - 3)2 = 25. Se um habitante da cidade empresa ferroviária precisa construir um trilho e pretende
tem sua residência localizada no ponto P(5; 6), ele poderá usar a mesma documentação para saber quanto do espaço
receber o serviço? particular usará. A empresa percebe que a trajetória do trilho
Resolução: pela equação de circunferência fornecida, sabemos obedecerá à seguinte equação de reta: 2x + y = 20. Con-
que o raio da área abrangida é igual a 5, com centro em C(2; 3). siderando que será instalada uma cancela em cada ponto
Calculando a distância entre o centro do serviço e a residência,
temos: que o trilho cruzar o limite do terreno, determine:
d = (5 − 2) + (6 − 3) ⇒ d = 3 2
2 2 a) Os pontos em que deverão ser instaladas as cancelas.
Resposta: (0; 20) e (16; -12).
Assim, como d < r, essa residência pode receber o serviço, visto Orientações no Manual do Professor.
que está dentro da região abrangida.
2 Um parque de diversões pretende construir uma nova atra-
ção: uma roda gigante que apresentará cabines circulares.
H24
Quando planejada em um plano cartesiano, a cabine mais alta
tem equação x2 + y2 + 6x - 8y = 0, e a placa de iluminação

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


acima dela tem como extremidade inferior, mais próxima da
cabine, um segmento pertencente à reta 2x + y - 1 = 0.
Resposta: o valor
encontrado é Roda gigante
LAB212

1,36 m. O parecer
do engenheiro b) A distância entre uma cancela e outra.
deve ser contrário Resolução: a distância entre as duas cancelas é a distância entre
à efetivação da os dois pontos de intersecção:
obra nesse projeto. (16 − 0) + (−12 − 20) ⇒ d = 16 5
2 2
d =
Orientações
no Manual do
Professor.

Um engenheiro é contratado para verificar a segurança do


brinquedo, e um dos parâmetros que ele utiliza é a distância
entre a circunferência e a placa de iluminação. Espera-se que
a medida encontrada seja segura para o funcionamento do
brinquedo. Neste caso, determine o valor encontrado e indique
o parecer do engenheiro sobre a construção da roda gigante.

Conexões entre Geometria e Álgebra 95


FAÇA VOCÊ MESMO
1 O manual de uma câmera fotográfica indica que, para uma boa qualidade fotográfica, o produto apresenta um alcance máximo
dado pela equação x2 - 2x + y2 + 6y - 6 = 0, em que se supõe que o fotógrafo esteja no centro da circunferência. Se um fotógrafo
H24 pretende registrar com essa câmera um trem que descreve seu movimento no eixo dado pela equação de reta r: 3y = -4x - 1, ele
poderá obter uma foto de boa qualidade em algum período de seu movimento?
Resolução: analisando a equação de alcance fotográfico da câmera, temos:
(x - 1)2 + (y + 3)2 = 16
Assim, sabemos que C(1; -3) e que o alcance é de 4.
Calculando a distância entre o eixo no qual se movimentam o trem e o fotógrafo, temos:
4 ⋅ 1 + 3 ⋅ (−3) + 1 4
d = ⇒ d =
42 + 32 5
Logo, o fotógrafo obterá uma foto de boa qualidade, visto que d < 4.

2 Em um jogo eletrônico, uma bomba apresenta uma área de explosão circular. Os elaboradores do jogo projetaram o lançamento
de um míssil contendo a bomba que é lançado em uma trajetória reta, passando pelos pontos A(3; 4) e B(5; 6). Determine:
H24
a) A equação que define a reta que contém a trajetória do b) A equação que delimita a área atingida pela explosão,
míssil enquanto estiver na trajetória retilínea indicada. considerando que AB é o diâmetro da região afetada.
Resolução: utilizando como base a equação de reta: Resolução: a distância entre A e B pode ser dada por:
y - yp = m ⋅ (x - xp)
(3 − 5) + (4 − 6) = 2 2
2 2
d =
Determinando m, que é o coeficiente angular da reta, a partir dos
pontos A e B, temos: Assim, o raio da área atingida será 2 .
6 − 4
m = ⇒ m = 1 Agora, como AB é diâmetro da região afetada, sabemos que o
5 − 3 centro será ponto médio deste segmento. Assim, temos que:
Assim, a equação de reta que passa pelos pontos A e B será:  3 + 5
y - 4 = 1 ⋅ (x - 3) ⇒ y = x + 1 x C = ⇒ xC = 4
 2

 4 + 6
yC = ⇒ yC = 5
 2
Ou seja, C(4; 5).
Portanto, a equação da circunferência será dada por:
(x - xc)2 + (y - yc)2 = r2 ⇒ (x - 4)2 + (y - 5)2 = 2
3 O engenheiro de tráfego de uma cidade nota que uma área central de grande fluxo de carros tem a forma de um círculo de
diâmetro 6 km. Pelo centro dessa área passam duas grandes avenidas. Ao programar melhorias para o escoamento do tráfego,
H24 o engenheiro percebe que as avenidas apresentam equações r: 4x - 3y + 2 = 0 e s: 3x + 4y - 11 = 0. Determine:

a) O ponto em que as duas avenidas se cruzam. b) A equação que delimita a área analisada.
Resolução: com base nas equações fornecidas, temos: Resolução: utilizando como base a equação reduzida da
4x − 3y + 2 = 0 circunferência, temos:
 ⇒ y = 2 e x = 1 (x - xc)2 + (y - yc)2 = r2
3x + 4y − 11 = 0
Com diâmetro igual a 6 km, o raio da área será 3 km.
Assim, as avenidas se encontram no ponto (1; 2), referente ao Além disso, do item a, sabemos que C(1; 2).
centro da área analisada. Logo, temos que: (x - 1)2 + (y - 2)2 = 32

4 Em um estande de tiro esportivo, discos, também chamados de pratos, são arremessados VISUALSPACE/ISTOCKPHOTO/
GETTY IMAGES

como alvos enquanto os atiradores tentam atingi-los.


H24
Considerando que o alcance máximo do tiro é dado pela equação x2 + y2 = 9 e que o
disco é lançado de acordo com a equação r: x - y + w = 0, determine w para que o
prato passe tangente ao alcance da arma de fogo.
Resolução: pela equação de circunferência, sabemos que o raio do alcance é igual a 3,
enquanto o centro da região circular é C(0; 0).
Por ser tangente à circunferência, sabemos que a distância entre o centro C e a reta r será igual
ao raio, ou seja, d = 3.
Logo, temos que:
1 ⋅ 0 + (−1) ⋅ 0 + w
d = ⇒ w = ±3 2
12 + (−1)2

96 Conexões entre Geometria e Álgebra


5 Considere que a forma circular de um quintal possa ser representada pela equação x2 + y2 + 2x + 2y - 3 = 0 e que um varal,
descrito pela equação de reta x + y - 1 = 0, atravesse-o com as distâncias dadas em metros. Em um determinado horário do dia,
H24 a parte do varal que recebe luz solar corresponde ao trecho presente no primeiro quadrante de um plano cartesiano. Determine
a distância que o varal está do centro do quintal.
Resolução: para determinar o centro da circunferência completando os quadrados, temos:
x2 + y2 + 2x + 2y - 3 = 0 ⇒ x2 + 2x + y2 + 2y = 3 ⇒
⇒ x2 + 2x + 1 + y2 + 2y + 1 = 3 + 1 + 1 ⇒
⇒ (x + 1)2 + (y + 1)2 = 5
Assim, sabemos que o quintal tem centro no ponto (-1; -1) e raio igual a 5 .
Agora, para encontrar a distância do centro à reta x + y = -1, temos:
1 ⋅ (−1) + 1 ⋅ (−1) − 1 3 2
3 = = m
1 +1
2 2
2

6 (UFSC) A figura representa parte do mapa de uma cidade em que uma unidade linear do plano cartesiano corresponde a 1 km.

H24 Com base nos dados da figura, é correto afirmar que:


(01) A equação da reta que passa pela praça e

REPRODUÇÃO/UFSC, 2017
pela igreja também passa pelo banco.
(02) A reta que passa pelo banco e é perpen-
dicular à reta que passa pela igreja e pelo
hotel tem equação y = 8.
(04) A equação da circunferência com cen-
tro na praça e que passa pela escola é
x2 + y2 - x - 6y + 24 = 0.
(08) A distância da escola ao hotel é de 73 km.
(16) A área do quadrilátero convexo formado
pela escola, pelo banco, pelo hotel e pela
igreja tem 23,5 km2.
(32) O ponto da circunferência, com centro na
praça e que passa pela escola, que fica mais
próximo da igreja é (3; 4).
Resposta: soma = 28 (04 + 08 + 16)
Orientações no Manual do Professor.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


7 (PUC-PR) Considere os dados a seguir.

H24 Dois corredores A e B partem do ponto P(0; 0) no mesmo instante e com velocidades de módulos constantes. O corredor A
segue a trajetória descrita pela equação 4y - 3x = 0; e o corredor B, a trajetória descrita pela equação x2 + y2 - 8x - 6y = 0.
As trajetórias estão no mesmo plano.
Assinale a alternativa que contém as coordenadas do ponto Q, distinto de P, em que haverá cruzamento das duas trajetórias.
a) (3, 4).
b) (4, 3).
c) (6, 9).
d) (8, 4).
e) (8, 6).
Resposta: alternativa e.
Orientações no Manual do Professor.
Conexões entre Geometria e Álgebra 97
8 (Imed) Atualmente, por questão de proteção, certas edificações como presídios, instalações militares ou governamentais, casas de
entretenimento e residências têm necessidade de bloquear o sinal de telefones celulares. Tal expediente causava transtornos até
H24
algum tempo atrás, pois exigia que fossem desativadas as torres de retransmissão de sinal, o que deixava um bocado de gente sem
comunicação. Atualmente, isso pode ser feito de modo mais pontual, com a utilização de aparelhos capazes de restringir o raio de
bloqueio a distâncias mais curtas. Em uma determinada região, desejava-se instalar um desses aparelhos em certa construção. No
entanto, havia um trecho de estrada passando próximo a essa construção. Um mapa da região foi plotado num plano cartesiano,
no qual a estrada corresponde a uma reta de equação x + y = 5 e a região em torno da edificação a partir da qual se estabeleceu o
bloqueio corresponde a uma circunferência de equação (x – 5)2 + (y – 3)2 = 9 . O centro da circunferência corresponde à localização
dessa edificação. Sabendo que cada unidade de distância no plano cartesiano corresponde a 10 km, entre as afirmações a seguir:
I. A circunferência se localiza no 1o quadrante do sistema de coordenadas cartesianas.
II. Um aparelho de telefone celular localizado no ponto B(3; 4) do sistema de coordenadas cartesianas está sob a ação do bloqueio,
já que ele é interior à circunferência.
III. A menor distância da estrada até a edificação é de 30 km.
É(são) verdadeira(s):
a) I.
b) III.
c) I e II.
d) II e III.
Resposta: alternativa c.
e) I, II e III. Orientações no Manual do Professor.

9 (UEFS-BA) Em um sistema de coordenadas cartesianas, utilizando-se uma escala conveniente, o planejamento de localização de
três peças de arte no Museu Casa do Sertão: R, o busto de um vaqueiro, S, um animal empalhado e T, a estátua de uma mulher
H24 rendeira, representadas pelos pontos de intersecção das retas de equações r: y = 6x + 4, s: y = 4 e t: 2y - 3x + 1 = 0.

Nessas condições, é correto afirmar que os pontos que representam R, S e T estão contidos no menor círculo de centro na origem
e que pode ser definido pelo conjunto:
a) {(x; y) ∈ R2 ; x2 + y2 ≤ 25}
b) {(x; y) ∈ R2 ; x2 + y2 = 25}
c) {(x; y) ∈ R2 ; x2 + y2 ≤ 16}
d) {(x; y) ∈ R2 ; x2 + y2 = 16}
Resposta: alternativa a.
e) {(x; y) ∈ R2 ; x2 + y2 ≥ 9} Orientações no Manual do Professor.

Posições relativas entre circunferências


Em sistemas de posicionamento por radiofrequência, ao passar pela área de captação de uma
antena, há troca de informações entre os componentes instalados no veículo (ou na carga) e o ponto
de localização via ondas de raio. No entanto, a captação por uma antena permite apenas saber a que
distância esse veículo se encontra da antena.

Veículo
LAB212

Área de captação
da antena
600 m

Antena

900 m

Localizações
possíveis

98 Conexões entre Geometria e Álgebra


Nesse exemplo, vemos que uma antena com captação de sinais em um raio de 900 m identifica
um veículo a uma distância de 600 m. No entanto, não há precisão nessa informação, uma vez que
o veículo pode estar em qualquer ponto da linha tracejada. Entretanto, associando as informações
captadas por duas antenas, observamos o esquema a seguir:

Veículo
1 000 m

Antena 2 600 m

LAB212
Antena 1

Considerando que a segunda antena captou informações do veículo a uma distância de 1 km,
há um aumento muito grande na precisão da informação de localização, uma vez que, a 1 000 metros
de uma antena e a 600 metros da outra, temos apenas a posição real do veículo e um outro ponto
P. Desse modo, fica claro que, para a localização exata, são necessários os dados de três antenas,
completando o processo conhecido como triangulação, o qual determina apenas um ponto.

TDHSTER/SHUTTERSTOCK

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


Ilustração conceitual da localização de um equipamento móvel.

Analisando as posições relativas entre circunferências, tomadas duas a duas, temos quatro
possibilidades distintas. Considerando as equações algébricas dessas circunferências, temos a relação
parcialmente dada pela solução do sistema:
(x − a )2 + (y − b )2 = R 2

S(λ1 ∩ λ 2 ) : 
1 1 1

(x − a )2 + (y − b )2 = R 2
 2 2 2

▶ λ1 e λ2 são secantes se S tem duas soluções distintas, correspondentes às coordenadas dos


pontos P e Q.
λ1
P
λ2
LAB212

C1 C2

Conexões entre Geometria e Álgebra 99


Se nos interessar apenas a posição relativa entre as duas, sem a necessidade de resolver o sistema,
sendo R1 e R2 as medidas dos raios dessas circunferências:
R 1 − R 2 < dC1C2 < R 1 + R 2

▶ λ1 e λ2 são tangentes se S tem apenas uma solução, correspondente às coordenadas do


ponto T.
λ1
λ1
λ2

λ2

LAB212
T
T C2 C2
C1 C1

Podemos ver que λ1 e λ2 podem ser tangentes externa ou internamente. Desse modo, para
especificar o caso, podemos determinar as distâncias entre os centros das circunferências, separando
em duas situações:
i) tangente externamente para: dC1C2 = R 1 + R 2

ii) tangente internamente para: dC1C2 = R 1 − R 2

▶ λ1 e λ2 são disjuntas se S não tem solução, o que também pode ocorrer de dois modos:
externa ou internamente:
λ1
λ1
λ2

λ2

LAB212
C2 C2
C1 C1

Desse modo, temos:


i) uma circunferência não é interna à outra para: dC1C2 > R 1 + R 2

ii) uma circunferência é interna à outra para: 0 < dC1C2 < R 1 − R 2

▶ λ1 e λ2 são congruentes se S tem infinitas soluções, o que significa que suas equações são
equivalentes (seus coeficientes estão na mesma razão):
λ1 ≡ λ2
LAB212

C1 ≡ C2

Observação: nesse caso, λ1 e λ2 são concêntricas e com raios congruentes. Se forem concêntricas
e os raios tiverem comprimentos diferentes, temos o caso anterior.

100 Conexões entre Geometria e Álgebra


PARA AMPLIAR
Como é localizado o epicentro de um terremoto?
Para iniciar, podemos considerar que, quando uma pedra é arremessada no meio de um lago
em calmaria, ela causa uma perturbação na superfície da água. Essa perturbação propaga-se em
circunferências cujos raios aumentam gradualmente. Se uma folha estiver boiando próxima ao
alvo dessa pedra, ela irá subir e descer ao ser atingida por essa perturbação.
Os fenômenos descritos ocorrem pela propagação de energia por meio de ondas transversais:

NIGITA/SHUTTERSTOCK

LAB212
Se efetuássemos um corte das ondas pelo diâmetro de suas circunferências,
veríamos a representação à direita.

As ondas sísmicas podem ser classificadas em dois grupos: ondas de volume (ou de corpo),
que são aquelas que se propagam pelo interior do planeta, e ondas de superfície, que se propa-
gam, como o nome diz, na superfície do planeta tal como as ondas na superfície de um lago. [...]
A distância de uma estação sismológica ao epicentro de um terremoto, chamada de
distância epicentral, pode ser medida ao longo da superfície da Terra (Δ km) ou pelo ângulo
central correspondente (Δo) considerando o centro do planeta [...].
Estação Sismológica
'km

a
ond
da
ia
ór
jet
DRMAKKOY/GETTY IMAGES

Epicentro
Tra Raio da
Terra

'o

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


Para localizar o epicentro de um terremoto é
ADDILLUM/SHUTTERSTOCK

necessário o registro do evento em, pelo me-


nos, três estações sismológicas. Cada registro
fornece somente uma distância epicentral, e
o epicentro poderia estar em qualquer ponto
sobre uma circunferência centrada na esta- B
ção. Com o registro em duas estações tería- Epicentro
mos apenas duas circunferências que se inter-
ceptariam em dois pontos. A terceira estação A
remove a ambiguidade, e o epicentro é o pon- C
to de interseção entre as três circunferências
[...]. Geralmente as circunferências não se
interceptam em um ponto, mas formam um
pequeno triângulo “arredondado”, sendo o
epicentro determinado pelo baricentro deste.
CHIBA, B. F. F. Experimento “localização de epicentro”: um experimento
físico como ferramenta didática multidisciplinar. Belém, 2013.

Conexões entre Geometria e Álgebra 101


PARA CONSTRUIR
1 Duas lagoas circulares de tratamento de esgoto têm as bordas descritas pelas equações (x - 3)2 + (y + 2)2 = 1 e
(x + 2)2 + (y - 1)2 = 4, com medidas em metros.
H24
No centro de cada uma das lagoas deve ser instalado um misturador, e um cabo deve ser instalado entre as duas lagoas para
troca de dados, ligando os dois misturadores. Considerando que o cabo será esticado em trajetória retilínea entre os dois mis-
turadores e que a manutenção desse cabo só pode ocorrer na parte dele que não esteja sobre as lagoas, qual o comprimento
da parte que permite manutenção?
Resolução: como o centro da primeira circunferência é (3; -2) e o da segunda é (-2; 1), a distância entre os centros é dada por:
(3 + 2) + (−2 − 1) ⇒ d =
2 2
d = 34 ≅ 5,83 m

O raio da primeira circunferência é 1 m; e o da segunda, é 2 m. Portanto, as circunferências são disjuntas, e a distância entre as
circunferências é 5,83 - 3 = 2,83. Portanto, o comprimento da parte que permite manutenção é 2,83 m.

2 Ao projetar duas engrenagens que vão trabalhar juntas, um engenheiro inicialmente pensou na circunferência que dá origem
a cada uma delas.
H24
Ao ajustar essas engrenagens a fim de que se toquem para realizar o movimento e representá-las em um plano cartesiano, a
equação que representa a primeira é expressa por (x + 1)2 + y2 = 5; e a equação da segunda por r (x - 1)2 + y2 = 8.
Determine em que pontos do plano cartesiano as engrenagens se interceptam.
Resolução: isolando o y2 nas equações e igualando as duas, temos:
3
(x + 1)2 - 5 = (x - 1)2 - 8 ⇒ x = -
Agora, para y, temos: 4
 3 
2
79
y 2 = −− + 1 + 5 ⇒ y = ±
 4  4
LAB212

Portando, os pontos de contato são:


 3 79   
− ;  e − 3 ; − 79 
 4 4   4 4 

3 Durante um projeto que está sendo executado em uma máquina industrial, foi necessário ajustar uma coroa circular.

H32 Nesse ajuste, foi usado um plano cartesiano para realizar o corte. Se as duas circunferências devem ser concêntricas e o raio da
maior deve ser 3 unidades maior que o raio da menor, qual é a equação da circunferência maior, sendo que a da menor é
x2 + y2 - 4x - 6y - 3 = 0?
Resolução: inicialmente, temos que determinar o centro e o raio da circunferência menor, assim:
B
x2 + y2 - 4x - 6y - 3 = 0 ⇒ x2 - 4x + y2 - 6y - 3 = 0 ⇒
⇒ (x - 2)2 + (y - 3)2 = 42
Portanto, o raio da circunferência maior deve ser 7, e seu centro em (2; 3). Assim, a equação dessa
circunferência é:
A
(x - 2)2 + (y - 3)2 = 49
LAB212

102 Conexões entre Geometria e Álgebra


FAÇA VOCÊ MESMO
1 Dois canos cilíndricos devem ser instalados para abrigarem 3 Em um mecanismo dentro de uma máquina, duas engre-
a fiação elétrica de uma empresa. Fazendo um esquema no nagens se movimentam com a menor girando dentro da
H24 H24
plano cartesiano de como esses canos devem ser instalados, maior, conforme referência a seguir.
um engenheiro desenhou duas circunferências, conforme
indicado na figura.

LAB212
y
7
6

LAB212
y
7 e
5
6 4
d E
5 3 f
c G
4 2
A C
3 1
2 F
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 x
1 -1
-2
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 x
-1 -3
-2
-3
Como é possível observar, essas circunferências são tangentes
internas. Com isso, determine a equação que dá origem a
Determine a equação que dá origem a cada uma dessas cada uma delas. Mostre, por meio de suas equações, que
circunferências de forma que elas sejam tangentes entre si. elas são tangentes em F.
Com isso, represente a equação que dá origem a cada uma Resolução: pelos dados do gráfico, temos que o centro da maior
circunferência é (3; 3), e o seu raio é 3; no caso da circunferência
delas e mostre que elas são tangentes. menor, o centro é (3; 2), e o raio é 2.
Resolução: com base na posição da primeira circunferência, sua Portanto, as equações que descrevem essas circunferências são:
equação é: (x - 3)2 + (y - 3)2 = 32 e (x - 3)2 + (y - 2)2 = 22
(x + 3)2 + (y - 3)2 = 22, e a da segunda é (x - 2)2 + (y - 3)2 = 32. Resolvendo o sistema formado por essas equações, obtemos
Com isso, a distância entre os centros é dada por 2 − (−3) = 5, e x = 3 e y = 0, ou seja, as circunferências são tangentes em F(3; 0).
a soma dos raios é 2 + 3 = 5. Portanto, são tangentes exteriores.
4 No plano cartesiano a seguir, faça um esboço das circun-
ferências cujas equações são (x + 1)2 + (y - 1)2 = 4 e
H24
(x - 1)2 + (y - 1)2 = 1 e determine a relação entre elas.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


LAB212
y
5
4
3
C1
2 (Mackenzie-SP) Duas pessoas patinam sobre o gelo descre- 2

vendo trajetórias circulares. As circunferências descritas por 1 C2


H24
elas são dadas pelas equações (x + 3)2 + (y + 1)2 = 10 e -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 x
(x + 3)2 + y2 = 13, respectivamente. A distância entre os dois -1
pontos de interseção das circunferências é: -2
-3
a) 3
-4
b) 4
-5
c) 5
d) 6
Resolução: considerando que o centro da primeira circunferência
e) 7 é (−1; 1) e o seu raio é 2 e que o centro da segunda
Resposta: alternativa d. circunferência é (1; 1) e seu raio é 1, temos o esboço.
Orientações no Manual do Professor.

Conexões entre Geometria e Álgebra 103


5 (Fac. Pequeno Príncipe) Uma arruela, que é um disco fino com 6 (Uel-PR) Uma indústria de café desenvolveu uma logomarca
furo circular interno, tem suas dimensões projetadas sobre um inspirada na bandeira do Brasil, como ilustrado no esboço a
H24 H24 seguir.
sistema de coordenadas cartesianas. A equação da circunferên-
cia externa é obtida e tem a forma x2 + y2 - 8x - 8y + 7 = 0.
A distância da circunferência interna para a externa é de 2,5 m.
B
O furo interno, que está no meio da arruela, tem área igual a: 2

REPRODUÇÃO/UEL, 2015
C (1,1) D (1,1)

PEQUENO PRÍNCIPE, 2016


REPRODUÇÃO/FACULDADE
C 1 D

2,5 cm

2 1 A 0 1 2

O idealizador fez seu esboço em um plano cartesiano com


unidades de medidas em centímetros.
5π A partir das informações presentes nesse esboço, determine
a) cm2 d) 27π cm2. a área sombreada da logomarca. Justifique sua resposta
9 4
apresentando os cálculos realizados.
b) 9π cm2 e) 36π cm2 Resposta: (4 – π) cm2
4 25 Orientações no Manual do Professor.
25π
c) cm2
4

Resposta: alternativa c.
Orientações no Manual do Professor.

ELIPSE
Os tampos industriais, muitas vezes chamados de calotas, são utilizados para o fe-
chamento de tanques e/ou vasos pressurizados. Possuem várias formas geométricas e
geralmente recebem o nome da própria forma geométrica. Os exemplos mais comuns são:
semielípticos, toro-esféricos, semiesféricos, cônicos, torocônicos e planos. Os tampos são
produzidos conforme o projeto e necessitam de cálculos específicos e análises de tensões
para resistir às solicitações mecânicas.
Onde são utilizados os tampos industriais?
Os tampos industriais são utilizados principalmente em:
• Vasos de pressão; • Tanques rodoviários;
• Tanques para postos de combustíveis; • Cervejaria;
• Autoclaves; • Indústria química;
• Compressores; • Tanques de laticínios.

104 Conexões entre Geometria e Álgebra


[...]
A fabricação de tampos elípticos possui um custo mais elevado devido ao uso de uma
matriz especial para a estampagem. Eles possuem uma relação entre semieixos de 2 : 1 e
são denominados tampos elipsoidais “padrão”.
Disponível em: http://www.metalcruzado.com.br/tampos. Acesso em: 5 jun. 2020.

Algumas aplicações dos tampos industriais:

MMMX/SHUTTERSTOCK

HRAMOVNICK/SHUTTERSTOCK
TOMAS PAVELKA/SHUTTERSTOCK

22AUGUST/SHUTTERSTOCK
Tampos
industriais
em diversos
formatos.

Devido às suas aplicações, eles devem ser projetados atendendo a padrões e normas rígidas.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


O engenheiro responsável pela aplicação deve selecionar o tipo mais adequado de tampo de acordo
com as dimensões e finalidades, para poder resistir às condições de pressão de acordo com a subs-
tância armazenada.
Os principais tipos de tampos (consideradas seus cortes transversais) são:
▶ Tampo abaulado
LAB212

▶ Tampo rebordeado
LAB212

Conexões entre Geometria e Álgebra 105


▶ Tampo toricônico

LAB212
▶ Tampo semiesférico

LAB212
▶ Tampo semielíptico

LAB212
Como vimos anteriormente, as elipses podem ser obtidas ao seccionar um cone por um
plano inclinado.

LAB212
Eixo

Geratriz

Elipse

Sejam dois pontos do plano (F1 e F2) denominados focos, distantes 2c unidades entre si,
denominada distância focal. Define-se como elipse o lugar geométrico dos pontos P tais que
PF1 + PF2 = 2a, sendo 2a uma constante tal que 2a > 2c:

2C F2
F1 ε
LAB212

106 Conexões entre Geometria e Álgebra


Elementos da elipse
▶ Focos: F1 e F2; distância focal: dF1F2 = 2c

▶ Eixo maior: A1A 2 ; comprimento do eixo maior: dA1A2 = 2a

▶ Eixo menor: B1B2 ; comprimento do eixo menor: dB1B2 = 2b

▶ Centro: C
B1

b a

LAB212
A2 A1 2b
F2 C c F1

B2

2c

2a

Pela observação dessa ilustração, podemos ver que a distância semifocal e os comprimentos
dos semieixos formam um triângulo retângulo de lados a, b e c, tal que a2 = b2 + c2.
Vimos que o tampo semielíptico deve seguir a relação de 2 : 1 entre os semieixos. Essa relação é
derivada da excentricidade (e) da elipse a qual, por sua vez, é dada pela razão entre a distância focal
2c c
e o comprimento do eixo maior, ou seja: e = =
2a a
Como 0 < c < a, temos que 0 < e < 1. A excentricidade tem influência no achatamento da
elipse, de modo que quanto mais e se aproxima de 1 mais a elipse é achatada, e quanto mais essa
excentricidade se aproxima de 0 mais a elipse se aproxima de uma circunferência.

Equações de elipse com eixos paralelos aos eixos cartesianos


Para a representação de elipses no plano cartesiano, podemos partir de duas possibilidades

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


distintas: o eixo maior na horizontal (I) ou na vertical (II). Para esses dois casos, vamos tomar a parti-
cularidade de os centros estarem na origem do plano cartesiano, com a > b:
Y
A1 (0, a)
Y

B1 (0, b) P (x, y)
F1
P (x, y)
F2 F1
LAB212

A2 (–a, 0) A1 (a, 0) x B2 (–b, 0) B1 (b, 0) x


C=0 C=0

B2 (0, –b) F2

A2 (0, –a)

Nos dois casos, como F1 e F2 são os focos e a distância focal é igual a 2c, e considerando o lugar
geométrico descrito pela elipse, temos que todo ponto P(x; y) pertence à elipse se, e somente se,
satisfaz PF1 + PF2 = 2a.

Conexões entre Geometria e Álgebra 107


Aplicando isso em (I), em que F1(c; 0) e F2(−c; 0) gera:
2 2
PF1 + PF2 = 2a ⇒ (x − c) + y 2 + (x + c) + y 2 = 2a
2 2
(x + c) + y 2 = 2a − (x − c) + y 2

( (x + c) + y ) = (2a − )
2 2
2 2
2
(x − c) + y 2

2 2 2
(x + c) + y 2 = 4a2 − 4a (x − c) + y 2 + (x − c) + y 2
2 2 2
(x + c) + y 2 − (x − c) − y 2 = 4a2 − 4a (x − c) + y 2
2
4cx − 4a2 = −4a (x − c) + y 2

cx − a2 = −a (x − c)2 + y 2
Elevando ambos os lados ao quadrado e fatorando, temos:
(a2 - c2)x2 + a2y2 = a2(a2 - c2)
Como temos a2 = b2 + c2 ⇒ b2 = a2 - c2, substituindo na expressão anterior e dividindo ambos
os membros por a2b2, temos:
x2 y2
b 2 x 2 + a 2 y 2 = a 2b 2 ⇒ + =1
a2 b2
O procedimento para (II − eixo maior na vertical) é semelhante e gera:
x2 y2
+ =1
b2 a2
Podemos extrapolar essa situação para o centro em um ponto qualquer C(x 0; y 0):
2 2
(x − x 0 ) (y − y 0 ) 2
(x − x 0 )
2
(y − y 0 )
+ = 1 para o eixo maior paralelo ao eixo x ou + =1
a2 b2 b2 a2
para o eixo maior paralelo ao eixo y.

PARA AMPLIAR
Algumas possibilidades de aplicações das elipses

Superfícies refletoras elípticas

REPRODUÇÃO/JURACÉLIO LOPES
Fragmenta•‹o do C‡lculo Renal

Os dentistas usam refletores elípticos que têm como


objetivo concentrar o máximo de luz onde se está traba-
lhando e, também, evitar que os raios luminosos ofusquem
a visão do paciente, causando um certo desconforto. Assim,
Cálculo
o refletor usado neste caso possui uma lâmpada situada no renal
Ondas
foco mais próximo da superfície do espelho de onde os raios sonoras
Pele
luminosos são emit dos em direção ao outro foco situado no Litotriptor Espelho
local onde irá atuar o dentista. A litotripsia extracorpórea elíptico
Litotriptor
por ondas de choque é o procedimento mais frequentemente
usado para tratamento de cálculo renal. Neste procedimento,
ondas de choque criadas fora do corpo viajam através da pele e tecidos até encontrarem os cálculos mais densos, pulverizando-os. O
litotriptor possui um espelho elíptico que concentra os raios emitidos num determinado ponto com grande precisão. Veja figura ao lado.
[…]

108 Conexões entre Geometria e Álgebra


Bilhar elíptico

REPRODUÇÃO/JURACÉLIO LOPES
O bilhar elíptico possui uma única tabela no formato de uma elipse com um buraco
num dos focos conforme ilustra a figura. Uma bola colocada no segundo foco ao ser
atirada em qualquer direção do bilhar deverá cair no buraco. O mesmo acontecerá com
a bola se ela for colocada em qualquer outra posição do bilhar e atirada em direção ao
segundo foco.
LOPES, J. L. Cônicas e Aplicações. Orientador: Prof. Dr. Wladimir Seixas. 2011. 184 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Matemática) – Instituto de Geociências e
Ciências Exatas, UNESP, Rio Claro, São Paulo, 2011. Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/91061/
lopes_jf_me_rcla.pdf?sequence=. Acesso em: 20 jul. 2020.

PARA CONSTRUIR
1 Uma área de conservação de resíduos em uma indústria foi Faça um esboço da vista superior dessa peça.
Resolução: pela expressão, temos uma elipse cujo eixo horizontal
delimitada pelo quadrilátero ABCD, representado na figura
H24 mede 8, e o vertical mede 6.
a seguir.

LAB212
y
5
y A
4
3
2
1

D B
LAB212

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 x
x -1
-2
-3
-4

C -5

Considerando que a elipse que contém os pontos A, B, C e


x2 y2 3 Um projeto indica que uma peça cujo contorno é descrito
D tem equação + = 1, qual é a área da região des-
H24 pela curva ( x − 1) + ( y + 1) = 1 deve ser cortada pela
2 2
9 25

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


tinada a conservação de resíduos? 25 4
x2 y2 x2 y2
reta de equação y + 1 = 0.
Resolução: escrevendo + = 1 como 2 + 2 = 1,
9 25 3 5 Nessas condições, determine os pontos nos quais essa elipse
temos que BD = 6 e AC = 10. Com isso: deve ser cortada.
6 ⋅ 10 Resolução: para determinar esses pontos, temos que ter:
A ABCD = = 30 u2
2 (x − 1)2 ( y + 1)2
(x − 1) (−1 + 1)
2 2
 + = 1
 25 4 ⇒ + = 1 ⇒ x
 25 4
y + 1 = 0

= 1 ⇒ x = −4 ou x = 6

Portanto, os pontos em que o corte deve ocorrer são (−4; −1) e


(6; −1).

2 No projeto de um tampo que irá compor uma máquina in-


dustrial, o projetista indicou que o formato da vista superior
H24
x2 y2
dessa peça deveria ser dado pela expressão + = 1.
16 9

Conexões entre Geometria e Álgebra 109


FAÇA VOCÊ MESMO
1 Considerando que um arquiteto projetou o teto de um em-

LAB212
preendimento com base na expressão 4x2 + 6y2 - 24 = 0, y
H24
mostre que esse teto terá o formato de uma elipse. 5
4x 2 6y 2 24 x2 y2 4
Resolução: + = ⇒ + = 1
( 6)
2
24 24 24 22
3
Portanto, temos uma elipse com eixo horizontal 2 6 e eixo 2
vertical 4, cujo centro é em (0; 0).
1

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 x
-1

-2

2 Usando a expressão determinada na atividade anterior, repre-


sente o teto solicitado pelo engenheiro no plano cartesiano
H24 4 Determine, aproximadamente, a área da região definida na
a seguir.
atividade anterior, considerando que cada unidade do plano
H24
Resolução: com base nos dados da atividade anterior e
considerando que 6 ≅ 2,45, temos que a representação do cartesiano tenha medida de 20 m.
teto é como na figura.

LAB212
y
LAB212

y 5
5
4 4

3 3
2
2
1
1
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 x
-1 0 1 2 3 4 5 x
-2
-3 Resolução: analisando a figura, podemos fazer uma estimativa
-4 da área entre 6 e 6,5 quadrados de 20 m × 20 m, conforme
representado na figura.
-5
Portanto, a área é algo entre 6 ⋅ 20 ⋅ 20 = 2 400 m2
e 6,5 ⋅ 20 ⋅ 20 = 2 600 m2.

5 x2 y2
3 Para a construção de um setor de uma empresa, deve-se A órbita de um cometa é dada pela expressão + = 1,
4 16
4x 2 + y 2 ≤ 16 H24 e a previsão é que um outro corpo celeste atinja esse primei-
H34 
delimitar a região descrita pela expressão x ≥ 0 . ro. Considerando que a trajetória do segundo corpo é dada

y ≥ 0 pela expressão 3x + 2y = 6, determine em quais pontos a
colisão deve ocorrer.
Com isso, faça uma representação desse projeto. Resolução: para determinar os pontos de possibilidade de
Resolução: determinando a equação da elipse, temos: colisão, devemos fazer:
4x 2 y2 16  x 2 y2
+ = ⇒ +  + = 1 14 96
16 16 16 4 16 ⇒ x = 2 e y = 0 ou x = − e y =
 25 25
x2 y2 3x + 2y = 6
⇒ 2
+ 2 = 1
2 4  14 96 
Portanto, os pontos de possível colisão são (2; 0) ou − ; .
Portanto, temos um centro em (0; 0), um eixo horizontal de  25 25 
medida 4 e um eixo vertical de medida 8.

110 Conexões entre Geometria e Álgebra


6 (UFPB) A secretaria de infraestrutura de um município 8 (UEPB) Deseja-se construir uma praça em forma de elipse em
contratou um arquiteto para fazer o projeto de uma pra- um terreno retangular de dimensões x metros e y metros,
H24 ça. Na figura a seguir, está o esboço do projeto proposto H24 com x > y, de perímetro 300 m e área 5 000 m2, conforme
pelo arquiteto: uma praça em formato retangular medindo nos mostra a figura.
80 m × 120 m, onde deverá ser construído um jardim em
Estando previstas as instalações de duas torres de iluminação,
forma de elipse na parte central.
uma em cada foco da elipse, F1 e F2, local de melhor distri-

REPRODUÇÃO/UEPB, 2012
10 m B buição e aproveitamento delas, concluímos que a distância
em metros entre as torres é
x

REPRODUÇÃO/UFPB, 2011
10 m 10 m
80 m
A F1 F2 C

x
x
y

2
2
2
y
10 m D F1 0 F2

120 m

Estão destacados na figura os segmentos AC e BD que são, x


respectivamente, o eixo maior e o menor da elipse, bem 2
como os pontos F1 e F2, que são os focos da elipse onde
a) 100 3
deverão ser colocados dois postes de iluminação.
Com base nessas informações, conclui-se que a distância b) 25 3
entre os postes de iluminação será, aproximadamente, de: c) 50 3
a) 68 m d) 40 3
b) 72 m Resposta: alternativa c.
e) 30 3 Orientações no Manual do Professor.
c) 76 m
9 (EsPCEx) Num estádio de futebol em forma de elipse, o
d) 80 m
Resposta: alternativa d. gramado é o retângulo MNPQ, inscrito na cônica, conforme
e) 84 m Orientações no Manual do Professor. H24 mostra a figura. Escolhendo o sistema de coordenadas car-
7 (UFRN) Um arquiteto projetou, para um salão de dimensões tesianas indicado e tomando o metro como unidade, a
22 m por 18 m, um teto de gesso em formato de elipse com x2 y2
H24 elipse é descrita pela equação + = 1. Sabe-se
o eixo maior medindo 20 m; e o eixo menor, 16 m, conforme 362 602
ilustra a figura a seguir. também que os focos da elipse estão situados em lados do
REPRODUÇÃO/UFRN, 2013

retângulo MNPQ.

REPRODUÇÃO/ESPCEX, 2012
x

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


Q P
F1 F2
18 m

M N

22 m
Assim, a distância entre as retas MN e PQ é
O aplicador do gesso afirmou que saberia desenhar a elipse, a) 48 m
desde que o arquiteto informasse as posições dos focos. Para
orientar o aplicador do gesso, o arquiteto informou que, na b) 68 m
direção do eixo maior, a distância entre cada foco e a parede c) 84 m
mais próxima é de: d) 92 m
Resposta: alternativa e.
a) 3 m b) 4 m c) 5 m d) 6 m e) 96 m Orientações no Manual do Professor.
Resposta: alternativa c. Orientações no Manual do Professor.

Conexões entre Geometria e Álgebra 111


HIPÉRBOLE
Efluente industrial é todo o despejo líquido gerado nas diversas etapas de um pro-
cesso produtivo, isto é, toda a água que é utilizada em uma indústria e, posteriormente,
descartada. Mais precisamente, de acordo com a norma brasileira da ABNT – NBR
9800/1987, efluentes industriais são “despejos líquidos provenientes das áreas de proces-
samento industrial, incluindo os originados nos processos de produção, as águas de lava-
gem de operação de limpeza e outras fontes, que comprovadamente apresentem poluição
por produtos utilizados ou produzidos no estabelecimento industrial”. [...]
O enfoque central, quando se deseja realizar o tratamento de efluentes, é definir o
que deve ou não ser removido. Existe uma certa ordem, indicada para obter uma maior
eficiência na remoção de cada processo, evitando a utilização errônea de equipamentos e
em momentos indevidos.
Recomenda-se a sequência a seguir a ser removida: primeiro, os sólidos grosseiros em
suspensão, seguido de sólidos em suspensão sedimentáveis ou não, óleos e graxas, metais
pesados, matéria orgânica solúvel biodegradável (DBO), nitrogênio amoniacal (DBO ni-
trogenada), nitrato e nitrito, fósforo, matéria orgânica não biodegradável (DQO residual)
e, por último, toxicidade.
COLONESE, N. O que s‹o efluentes e por que Ž essencial trat‡-los? Disponível em: http://fluxoconsultoria.
poli.ufrj.br/blog/quimica-alimentos/efluentes-o-que-sao-como-tratar. Acesso em: 7 jun. 2020.

AVIGATOR FORTUNER/SHUTTERSTOCK
Vista aérea de tanques de sedimentação em estação de tratamento de água industrial.

O formato das pás dos misturadores hiperbólicos é ideal para a homogeneização de efluentes
nas ETEs (Estações de Tratamento de Efluentes). Como vimos anteriormente, a hipérbole é um tipo de
curva que se pode obter ao seccionar um cone duplo por um plano que intercepte suas duas partes.
LAB212

112 Conexões entre Geometria e Álgebra


Por definição, uma hipérbole é o lugar geométrico de todos os pontos P(x; y) tal que a
diferença absoluta entre as distâncias de P aos focos F1 e F2 é uma constante.

LAB212
P

F1 F2

Estando P sobre qualquer uma das duas curvas da hipérbole, temos:


|PF1 - PF2| = cte

Elementos da hipérbole
A hipérbole tem dois eixos de simetria (principal e secundário) sobre os quais ficam seus eixos
real e imaginário.
▶ Vértices: A1 e A2

▶ Focos: F1 e F2; distância focal: dF1F2 = 2c

▶ Eixo real: A1A 2 ; comprimento do eixo real: dA1A2 = 2a

▶ Eixo imaginário: B1B2 ; comprimento do eixo imaginário: dB1B2 = 2b

▶ Centro: C
Eixo secundário

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


B1

c b
a
LAB212

F1 A1 a C A2 F2 Eixo
principal
C C
B2

Assim como para a elipse, podemos ver que a distância semifocal e os comprimentos dos semieixos
da hipérbole formam um triângulo retângulo de lados a, b e c. No entanto, agora temos c2 = a2 + b2.
De modo similar ao que vimos com relação à elipse, a excentricidade (e) da hipérbole é dada
c
por e = . Como temos sempre c > a, a excentricidade da hipérbole é sempre maior do que 1,
a
sendo que a hipérbole é cada vez mais achatada quanto maior é o valor de e; e mais aberta quanto
mais próximo de 1 for o valor de e.

Conexões entre Geometria e Álgebra 113


Equações de hipérbole com eixos paralelos aos eixos cartesianos
Para a representação de hipérboles no plano cartesiano, podemos partir de dois casos: eixo real
horizontal ou vertical:

LAB212
y y

F1(C;0)

F1(0;c)
P(x;y)

F1(c;0) C F1(c;0) x C x

F2(0;c)

De acordo com a definição de hipérbole, dada a representação da esquerda acima, podemos


escrever:
PF1 - PF2 = 2a
2 2 2 2
(x + c) + (y − 0) − (x − c) + (y − 0) = 2a

Podemos desenvolver e simplificar essa expressão, obtendo a equação para hipérboles


de centro na origem e eixo real horizontal, sendo a a metade da medida do eixo real; e b, a metade
da medida do eixo imaginário.
x2 y2
− =1
a2 b2

Caso o eixo real esteja na direção vertical e centro na origem, temos os focos em F1(0; c) e
F2(0; -c). Nesse caso, o desenvolvimento é similar ao anterior e temos:
PF1 - PF2 = 2a
2 2
x 2 + (y + x) − x 2 + (y − c) = 2a

O desenvolvimento e a simplificação dessa expressão permitem obter a seguinte


equação para hipérboles de centro na origem e eixo real vertical, sendo a a metade da medida
do eixo real; e b, a metade da medida do eixo imaginário.
y2 x2
2
− 2 =1
a b

Caso o centro da hipérbole esteja em um ponto qualquer (x0; y0), e eixos paralelos aos eixos
cartesianos, a hipérbole sofre translação, de modo semelhante ao que ocorreu para as elipses. Nesse
caso, temos para o eixo real horizontal:
2 2
(x − x 0 ) (y − y 0 )
− =1
a2 b2
2 2
(y − y 0 ) (x − x 0 )
E para o eixo real na vertical: − =1
a2 b2

114 Conexões entre Geometria e Álgebra


Assíntotas da hipérbole
Observe uma hipérbole representada em um plano cartesiano.
y  b x y y b x
a a

(a;b) b (a;b)

LAB212
a a x

Podemos notar que as curvas da hipérbole tendem a se aproximar de duas retas concorrentes.
Essas retas são chamadas de assíntotas da hipérbole. No caso da hipérbole com centro na origem do
b b
plano cartesiano, essas retas têm coeficientes angulares iguais a e − , sendo 2a e 2b, respectiva-
a a
mente, os comprimentos do eixo real e do eixo imaginário.
Assim, as equações das retas assíntotas são:
b
bx − ay = 0 ⇒ y = ⋅ x
a
b
bx + ay = 0 ⇒ y = − ⋅ x
a

EXERCÍCIO RESOLVIDO
1 (EsPCEx) Uma hipérbole tem focos F1(−5; 0) e F2(5; 0) e passa pelos pontos P(3; 0) e
Q(4; y), com y > 0. O triângulo com vértices em F1, P e Q tem área igual a:
H24

a) 16 7 b) 16 7 c) 32 7 d) 8 7 e) 8 7
3 5 3 3 5

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


RESOLUÇÃO
Os focos têm ordenada nula, ou seja, estão sobre o eixo horizontal. Assim, o eixo real da hipér-
bole é horizontal. Desse modo, o ponto P(3; 0) é o vértice de uma das curvas e, portanto, a = 3.

y
6

Q(4; y)
2

F1 P(3; 0)
LAB212

-6 -4 -2 0 2 4 F2 6 x

-2

-4

Conexões entre Geometria e Álgebra 115


Além disso, como c = 5, temos:
c2 = a2 + b2 ⇒ b = 4
Portanto, temos para essa hipérbole a equação:
x2 y2 x2 y2
2
− 2 = 1⇒ − =1
3 4 9 16
Para o ponto Q de abscissa 4 e ordenada y > 0:
16 y2 y2 16 9 16 ⋅ 7 4 7
− = 1⇒ = − ⇒ y2 = ⇒ y =
9 16 16 9 9 9 3
 4 7 
∴ Q 4; 
 3 

Q(4;y)
2

F1 P(3;0)

LAB212
-6 -4 -2 0 2 4 F2 6

É possível notar que a base F1P do triângulo é um segmento horizontal, cujo comprimento
pode ser dado por 3 - (-5) = 8.
Além disso, a altura do triângulo corresponde à ordenada do ponto Q, ou seja:
4 7
h =
3

b ⋅h 16 7
∴ A = ⇒ A = u.a.
2 3

PARA CONSTRUIR
1 Um engenheiro estava projetando as hélices de um misturador e, para isso, modelou a seguinte equação para a forma deles:
16x2 - 9y2 + 144y - 224x + 352 = 0. Qual é o formato dessas hélices?
H24
Resolução: primeiro, devemos identificar o tipo de curva:
16x2 - 9y2 + 144y - 224x = -352 ⇒
⇒ (16x2 - 224x) - (9y2 - 144y) = -352 ⇒
⇒ 16(x - 7)2 - 9(y - 8)2 = -144 ⇒

⇒ (x − 7) − ( y − 8) ( y − 8) (x − 7)
2 2 2 2

= −1 ⇒ − = 1
9 16 16 9

Portanto, são curvas de uma hipérbole.

116 Conexões entre Geometria e Álgebra


2 Considere que duas torres de controle de tráfego aéreo (A e B) estejam instala-
das em cidades diferentes e distantes 1 000 km uma da outra. Em determinado
H24
momento, uma aeronave emite um sinal de alerta que é captado pelas torres
imediatamente antes de o sinal ser perdido. De acordo com os cálculos efetuados
pelos técnicos dessas torres, foi possível identificar que, no momento da captação
do sinal, a aeronave estava a 300 km de distância de uma linha imaginária que liga
as duas torres e executava uma trajetória hiperbólica com focos nas duas torres.

LAB212
Para ajudar na identificação da localização da aeronave no momento em que o
sinal foi perdido, foi considerada a representação dessa situação em um plano
cartesiano com a origem exatamente entre as duas torres, as quais se localizavam sobre o eixo horizontal. Sabendo que o sinal
1
emitido pela aeronave trafega a 300 ⋅ 106 m/s, e a torre mais distante recebeu o sinal segundo depois da mais próxima,
375
quais as coordenadas da aeronave no momento da emissão dos sinais?

Resposta: (400 2; 300) ou (−400 2; 300) .


y
300 Orientações no Manual do Professor.
Aeronave

Torre A Torre B LAB212

a x
-500 500

FAÇA VOCÊ MESMO


Considere o texto a seguir para as atividades 1 e 2: 3 As curvas dos caminhos por uma praça são modeladas
Para o projeto de construção de uma peça que faz parte da pela equação x2 - 4y2 + 6x + 16y + 93 = 0, em um plano
H24 cartesiano com unidades em metros.
fuselagem de uma turbina industrial, toma-se, inicialmente,
em um plano cartesiano, uma circunferência de equação

VALADZIONAK_VOLHA/FREEPIK/LAB212
x2 + y2 = 225 e uma hipérbole de equação x2 - y2 - 25 = 0.
Na sequência, dessa circunferência são recortados os triân-
gulos cujos vértices são o centro da circunferência e as in-
terseções dessa curva com a hipérbole.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


1 Determine as coordenadas dos vértices das curvas dessa
hipérbole.
H24
x2 y2
Resolução: x 2 − y 2 − 25 = 0 ⇒ − = 1
25 25
a2 = 25 ⇒ a = ±5
Portanto, as coordenadas dos vértices dessas curvas são (−5; 0)
e (5; 0).
Se há uma fonte na origem do plano cartesiano, qual é a
distância dessa fonte ao centro dessas curvas?
2 Qual é a área total do recorte? Resolução: x2 - 4y2 + 6x + 16y + 93 = 0 ⇒
Resolução: ⇒ (x2 + 6x + 9) - 4(y2 - 4y + 4) + 93 - 9 + 16 = 0 ⇒
H24 x 2 + y 2 = 225 ⇒ (x + 3)2 - 4(y - 2)2 + 100 = 0 ⇒ 4(y - 2)2 - (x + 3)2 = -100 ⇒
 ⇒ 2x 2 = 250 ⇒ x = ±5 5 ( y − 2) (x + 3)
2 2
x 2 − y 2 = 25 ⇒ − = 1
 25 100
Substituindo na segunda equação, temos:
Portanto, os caminhos formam uma hipérbole de centro em
125 - y2 = 25 ⇒ y2 = 100 ⇒ y = ±10
(-3; 2). A distância do centro dessa curva à fonte é
Assim, os outros vértices do triângulo são
x = 9 + 4 ≅ 3,6 m.
(−5 5; −10), (−5 5; 10), (5 5; −10) e (5 5; 10).
Portanto, temos:
(20 ⋅ 5 5 )
A = 2⋅ = 100 5 u.a.
2

Conexões entre Geometria e Álgebra 117


4 Uma estação de segurança militar localizada no ponto 6 (Uem-PR) Um aluno desenhou, em um plano cartesiano,
(-3; 0) de um plano cartesiano identifica um foguete exe- duas cônicas (elipse ou hipérbole), uma de excentricidade
H24 H24 0,8 e outra de excentricidade 2,4, tendo ambas como foco
cutando uma trajetória descrita pela curva de abscissas
positivas da hipérbole de equação x2 - y2 = 1. Foi decidido o par de pontos (–12; 0) e (12; 0).
que a estação tentará atingir o foguete quando ele estiver
na menor distância possível da estação, para minimizar pos- Assinale o que for correto.
sibilidades de erros. Determine essa distância. (01) A cônica de excentricidade 0,8 é uma hipérbole.
Resolução: sendo (x; y) esse ponto, a distância até a estação
pode ser dada por: (02) A cônica de excentricidade 2,4 passa pelo ponto (5; 0).
(x + 3) + ( y − 0) ⇒ d2 = (x + 3) + y2
2 2 2
d =
(04) As cônicas descritas possuem quatro pontos em comum.
Da equação da hipérbole, temos: x2 − y2 = 1 ⇒ y2 = x2 - 1 x2 y2
d2 = (x + 3)2 + x2 - 1 ⇒ d2 = 2x2 + 6x + 8 (08) + = 1 é uma equação para a cônica de excen-
Para que a distância seja mínima, devemos minimizar o valor de 225 81
2x2 + 6x + 8, tomando o y do vértice dessa parábola. Assim,
temos a distância mínima para:
tricidade 0,8.
62 − 4 ⋅ 2 ⋅ 8 36 − 64 (16) A cônica de excentricidade 0,8 passa pelo ponto (0; 9).
− = − = 3,5
4 ⋅ 2 8 Resposta: soma = 30 (02 + 04 + 08 + 16).
Orientações no Manual do Professor.

5 O projeto do portal de abertura de um prédio segue o mo-


x2 y2
H32 delo dado pela equação − = 1, em um plano car-
49 144
7 (UFPE) Para cada número real a, analise as proposições a
tesiano com unidades em metro. Esse projeto considera o seguir, referentes à representação geométrica da equação
solo na reta y = -5 e tem 15 metros de altura. Faça o esbo- H24 x2 + ay2 + 2x - 2ay = 0 em um sistema de coordenadas
ço desse portal. cartesianas xOy.
Resolução: a equação corresponde a uma hipérbole com centro
na origem, eixo real na horizontal, com a2 = 49 e b2 = 144. I. Se a = 1, a equação representa uma circunferência.
Assim, a distância focal é:
II. Se a = 0, a equação representa uma reta.
c2 = a2 + b2 ⇒ c2 = 193 ⇒ c = 193 ≅ 14
III. Se a = 3, a equação representa uma hipérbole.
Além disso, os vértices são F1(-7; 0) e F2(7; 0).
IV. Se a = -2, a equação representa uma elipse.
x2 25 91
Para y = -5, temos: − = 1 ⇒ x = ±
49 144 12 V. Se a = -1, a equação representa a união de duas retas.
Resposta: afirmações verdadeiras – I, V;
afirmações falsas – II, III, IV.
x2 100 7 61
Para y = 10, temos: − = 1 ⇒ x = ± Orientações no Manual do Professor.
49 144 6

10
LAB212

C D

-10 −5 0 5 10

A B
−5

118 Conexões entre Geometria e Álgebra


8 (UFSC) Em relação às proposições a seguir, é correto afirmar 9 (PUC-RJ) Considere a hipérbole de equação y =
1
mostrada
que: x
H24 H24 na figura a seguir:
(01) A catedral de Brasília foi projetada pelo arquiteto Oscar
Niemeyer. Sua estrutura se destaca pela beleza e pela forma, y
um hiperboloide de rotação. A figura a seguir destaca os prin-
cipais elementos da hipérbole associada à forma da catedral
e é possível perceber que ela tem como base um círculo (-2; 2)
de diâmetro d. Supondo que a equação dessa hipérbole

LAB212
x2 y2 x
seja − = 1 e que a medida do diâmetro tenha
225 400
10 metros a mais que a distância focal, então a medida d
será igual a 60 metros.
y
a) Determine os pontos de interseção entre a hipérbole e
B1 a reta de equação y - 2 = x + 2.
1
Resolução: substituindo y = na equação da reta e resolvendo
F1 F2 x
A1 A2
2b a equação de segundo grau, temos:
0 x
1
REPRODUÇÃO/UFSC, 2017
− 2 = x + 2 ⇒ x = −2 + 5 ou x = −2 − 5
B2 x
2a Neste caso, temos:
2c y = 5 + 2 ou y = − 5 + 2

x2 y2
(02) A excentricidade da elipse da equação − =1 b) Determine os pontos de interseção entre a hipérbole e
25 4
1 a reta de equação y - 2 = -x - 2.
é . 1
3 Resolução: substituindo y = na equação da reta e resolvendo
x
Resolução: (01) (V) Da equação, sabemos que:
F1O2 = 225 + 400 ⇒ F1O = 25 a equação de segundo grau, temos:
Assim, a distância d será: 1
− 2 = −x − 2 ⇒ x 2 = −1
d = 2 ⋅ 25 + 10 ⇒ d = 60 m x
(02) (F) Da equação dada, sabemos que: Neste caso, a solução não pertence aos reais, portanto podemos
a2 = 25 e b2 = 4 dizer que não há intersecção entre a hipérbole e a reta.
Assim, c2 = a2 - b2, de modo que:
c2 = 25 - 4 = 21 ⇒ c = 21

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


Agora, utilizando a fórmula para o cálculo da excentricidade,
temos:
c 21
e = ⇒ e =
a 5 c) Para quais valores do parâmetro real m a reta de equação
Soma = 1 (01) y - 2 = m(x + 2) intersecta a hipérbole em exatamente
um ponto?
1
Resolução: substituindo y = na equação da reta e resolvendo
x
a equação de segundo grau, temos:
1
− 2 = m( x + 2) ⇒ mx 2 + (2m + 2)x − 1 = 0
x
Para que a equação tenha somente uma solução, temos que:
−3 ± 5
∆ = 0 ⇒ (2m + 2) − 4m(−1) ⇒ m =
2

Conexões entre Geometria e Álgebra 119


PARÁBOLA
Num dos corredores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), um
equipamento cheio de espelhos reflete a luz do sol. O objeto, que lembra uma antena
parabólica, é um fogão solar.
Além dele, existem outras peças semelhantes espalhadas no ambiente. São protótipos
de fornos, fogões e secadores desenvolvidos no laboratório de máquinas hidráulicas do
curso de Engenharia Mecânica, coordenado pelo professor Luiz Guilherme Meira de Sou-
za, que pesquisa a energia solar há 40 anos – 37 deles, na UFRN.
Os equipamentos, construídos com sucata, espelhos e outros materiais de baixo cus-
to, podem ser alternativas viáveis para substituir o botijão de gás, assegura o pesquisador.
Nos últimos 12 meses, o preço do botijão de gás aumentou muito acima da inflação e já
consome até 40% das rendas das famílias mais pobres.

GENA MELENDREZ/SHUTTERSTOCK
O forno solar consegue aquecer os alimentos que estejam posicionados em seu foco.

GONÇALVES, J. Pesquisadores brasileiros fabricam fogão solar para substituir botijão de gás. BBC Brasil,
25 jun. 2018, 18:05. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2018/06/pesquisadores-
brasileiros-fabricam-fogao-solar-para-substituir-botijao-de-gas.html. Acesso em: 7 jun. 2020.

Podemos refletir sobre quais propriedades puderam ser usadas pelo professor para o desenvol-
vimento desse forno solar. Como uma estrutura tão simples permite que o aro central receba tanto
calor a ponto de ser usada como forno? Além disso, como pode o calor ser tão direcionado a ponto
de o entorno não ser tão quente quanto essa região central? Parte do que justifica esse funcionamento
é a definição de parábola.

Parábola é o lugar geométrico dos pontos que têm a mesma distância de um ponto F
(foco da parábola) e uma reta d (reta diretriz da parábola).

F
LAB212

120 Conexões entre Geometria e Álgebra


São duas possibilidades para a posição da parábola com a reta diretriz na horizontal: uma com
concavidade para cima e outra com concavidade para baixo. Nesses casos, o eixo de simetria é vertical.

LAB212
d

Vamos tomar o exemplo a seguir, com foco F(0; 1) e diretriz em y = -1. Tomando um ponto
qualquer P(x; y) e representando as distâncias desse ponto à diretriz e ao foco, temos:

P(x,y)
d1

F(0,1) d2

LAB212

y 1
Equacionando as distâncias:

(x − 0) + (y − 1)
2 2
▶ d1 =

▶ d2 = y - (-1) ⇒ d2 = y + 1
Como essas distâncias são iguais, temos:
2 2 x2
(x − 0) + (y − 1) = y + 1 ⇒ y =
4
Para uma parábola com diretriz horizontal, a equação será sempre redutível a: y = ax2 + bx + c.
Para esse caso, vale o que estudamos sobre as parábolas anteriormente. Por exemplo, com
 
vértice em V− b , − ∆  e com as raízes obtidas fazendo y = 0.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


 2a 4a 
Para um caso geral, sendo p um parâmetro que representa a distância do foco à reta diretriz
e sabendo que a distância do foco ao vértice V(x0; y0) é igual à distância do vértice à reta diretriz,
podemos escrever, para o caso da concavidade para cima:

y
F
p
2
V p
2
d
B
LAB212

0 x

  p
(x - x0)2 = 2p(y - y0), com V(x0; y0), Fx 0 ; y 0 + p  e d: y = y0 - .
 2  2

Conexões entre Geometria e Álgebra 121


Quando o vértice coincide com a origem, temos:
 p
x2 = 2py, com V(0; 0) e F0; .
 2 
Perceba que a diferença entre esses tipos de equações é que, para um deles, precisamos da de-
terminação de três coeficientes (a, b e c) e, para os demais, precisamos das coordenadas do vértice
e do parâmetro p ou da equação da reta diretriz.
Uma variação desse último caso ocorre para a parábola com concavidade para baixo:
y B d
p
2

p V
2
F

LAB212
0 x

Nesse caso, temos:

 p
(x - x0)2 = -2p(y - y0), com V(x0; y0), Fx 0 ; y 0 −  e d: y = y0 + p .
 2  2

Quando o vértice coincide com a origem, temos:


 p
x2 = -2py, com V(0; 0) e F0; −  .
 2
Podemos ter também o caso de a diretriz ter posição vertical. Vamos analisar um caso particular
como fizemos anteriormente:

LAB212
F(0,1)

d1

d2 P(x,y)

x 1

Escrevendo as distâncias, temos:


(x − 0) + (y − 1)
2 2
▶ d1 =

▶ d2 = x - (-1) ⇒ d2 = x + 1
Como essas distâncias são iguais, temos:
2 2 y2
(x − 0) + (y − 1) = x + 1 ⇒ x = −y
2
Para uma parábola com diretriz horizontal, a equação será sempre redutível a: x = ay2 + by + c.
Para esses casos, vale o que estudamos sobre as parábolas anteriormente. Por exemplo, com
 b ∆ 
vértice em V− , −  e com as raízes obtidas fazendo x = 0.
 2a  4a 

122 Conexões entre Geometria e Álgebra


Para um caso geral, sendo p um parâmetro que representa a distância do foco à reta diretriz
e sabendo que a distância do foco ao vértice V(x0; y0) é igual à distância do vértice à reta diretriz,
podemos escrever, para o caso da concavidade para a direita:
d
y

F
V

p p

LAB212
2 2
0 x

 p 
(y - y0)2 = 2p(x - x0), com V(x0; y0) e Fx 0 + ; y 0  .
 2 

Quando o vértice coincide com a origem, temos:


p 
y2 = 2px, com V(0; 0) e F ; 0 .
 2 
Uma variação desse último caso ocorre para a parábola com concavidade à esquerda:
y d

F
B
V
LAB212

0 p p x
2 2
Nesse caso, temos:
 p 

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


(y - y0)2 = -2p(x - x0), com V(x0; y0) e Fx 0 − ; y 0 .
 2 
Quando o vértice coincide com a origem, temos:
 p 
y2 = -2px, com V(0; 0) e F− ; 0.
 2 

PARA AMPLIAR
Convergências para o foco

A transmissão do sinal de televisão da estação terrena para o satélite é efectuada por an-
tenas parabólicas, cujos diâmetros variam entre 9 e 12 m. Estas uplink dishes são relativamente
grandes, quando comparadas com as antenas utilizadas na recepção com vista a maximizar a
potência do sinal de ligação ao satélite.
O sinal enviado pela estação terrena para o satélite é designado por sinal ascendente,
ou por uplink, e usa a frequência específica para o qual o transponder do satélite foi previa-
mente programado. Por sua vez, este retransmite o sinal de volta para a Terra, por um sinal
descendente, ou downlink, agora numa frequência diferente de modo a evitar interferências
com os sinais ascendentes. [...]

Conexões entre Geometria e Álgebra 123


O sinal recebido por um satélite geoestacionário, em geral, fraco por ter percorrido gran-
des distâncias, é recebido pelo prato de uma antena parabólica, que o reflete para o ponto de
foco da mesma.

OLLLIKEBALLOON/SHUTTERSTOCK
(A) Antena com corte parabólico. (B) Antena com corte
semiparabólico (veja que a linha roxa completa a parábola).

Disponível em: http://www.img.lx.it.pt/~fp/cav/ano2007_2008/MEEC/Trabalho_9/html/html/tecnologia.htm.


Acesso em: 7 jun. 2020.

A convergência para o foco da parábola, como vimos para o funcionamento das antenas parabó-
licas, também pode ser usada para comunicadores acústicos, em que uma pessoa fala no ponto
focal de uma parábola e outra escuta posicionando-se no foco da outra parábola. Uma versão
simples desse comunicador pode ter os refletores a 35 metros de distância.
Refletor 1 Refletor 2

LAB212
F1 F2

Essa mesma propriedade garante o funcionamento do forno parabólico.

TECNOLOGIA
Formação de cônicas no GeoGebra
Vamos usar uma aplicação do GeoGebra para observar a formação das cônicas no cone duplo. Para isso, acesse o link: www.geogebra.org/
m/uj2bfSJV. A tela inicial da aplicação será:
REPRODUCÅÕ/GEOGEBRA

124 Conexões entre Geometria e Álgebra


No canto superior esquerdo, podemos ver três controles arrastáveis. O primeiro altera o ângulo formado entre a geratriz dos cones e seu eixo.
O segundo altera o ângulo de inclinação do plano que intercepta os cones, e o terceiro translada verticalmente esse plano.
1. Descreva o que são as imagens mostradas por cada quadro auxiliar (o primeiro posicionado no canto inferior esquerdo da tela e à direita
do duplo cone).
A primeira mostra uma seção no cone, o ângulo entre o eixo e a diretriz, o posicionamento do centro da cônica (ou de um vértice foco) e o ângulo
de inclinação do plano. O quadro à direita do duplo cone mostra o resultado da seção que o plano está fazendo no(s) cone(s).

2. Experimentando os botões de arraste, explique como podemos notar a variação da excentricidade de uma cônica.
Existem várias possibilidades de notarmos a alteração da excentricidade pelo achatamento de uma cônica nessa aplicação. A seguir, vamos
exemplificar um desses modos. Ao acessar a aplicação, temos a formação de uma elipse por uma intersecção do plano por um ângulo de 65° e um
ângulo de 40° entre a geratriz e o eixo do cone. Ao arrastar o segundo controle para a esquerda, aumentamos a inclinação, formamos elipses mais
esticadas, aumentando rapidamente o comprimento do eixo maior e a distância entre os focos, de modo que a diferença entre esses valores se
torna mínima e a razão entre eles se torna próxima de 1, deixando a elipse mais achatada.

PARA CONSTRUIR
1 Em um circuito de testes de automóveis, quer-se construir um seguir. Para o estudo do comportamento dessa estrutura,
trecho curvilíneo para o teste de estabilidade em curvas, em o engenheiro precisa determinar uma função f(x) para essa
H24 curva. Forneça essa expressão.
alta velocidade. Por segurança, na parte interior do circuito
fica sempre posicionado um carro de apoio com equipe Y

LAB212
médica. Além disso, os boxes com as equipes mecânicas
x
ficam em uma rua retilínea fora do circuito. A construção
desse trecho curvilíneo deve levar em conta que, em qualquer
d
ponto que se precisar de apoio, nessa curva, a distância a ser
percorrida pela equipe de apoio médico deve ser a mesma
distância mínima possível a ser percorrida pela equipe me-
cânica. Faça um esboço dessa situação e descreva o tipo de
curva a ser construída. Resolução: distância do foco à reta diretriz: p = 2.
Resolução: Como o vértice fica no ponto médio dessa distância, temos:
V(-2; -2).
LAB212

Pista
Equipe Considerando (x - x0)2 = -2p(y - y0), temos:
médica (x + 2)2 = -2 ⋅ 2(y + 2) ⇒ x2 + 4x + 4 = -4y - 8 ⇒
−x 2 − 4x − 12 x2
⇒y = ⇒ f(x) = − − x − 3
4 4

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


3 Para a construção de um palco quadrilátero em uma apresen-
tação teatral, foram considerados como vértices os pontos
H24 de intersecção entre a parábola de equação y2 - 2x = 0 e
Equipes mecânicas
a circunferência de equação (x - 4,5)2 + y2 = 9. Quais os
Esses elementos descrevem o lugar geométrico dos
vértices do quadrilátero desse palco?
pontos correspondentes a uma parábola com foco no ponto de Resolução: y2 - 2x = 0 ⇒ y2 = 2x
apoio da equipe médica e com as equipes mecânicas na diretriz Na segunda equação:
da parábola. (x - 4,5)2 + 2x = 9
5 9
x = ou x =
2 2
5 10
y2 = ⇒ y = ±
2 2
9 3 2
y =
2
⇒ y = ±
2 2
2 Para a construção de um elemento parabólico, um enge- Assim, os vértices do quadrilátero são:
nheiro estruturou o esquema sendo F(-2; -3) o foco da  5 10   5     
,  ; − 10 ,  9 ; 3 2  e  9 ; −3 2  .
H33  ;
 2 2   2 2   2 2   2 2 
parábola e d: y = -1 sua diretriz, conforme mostrado a

Conexões entre Geometria e Álgebra 125


FAÇA VOCÊ MESMO
1 Ao analisar a trajetória de um móvel, um analista modelou a função f(x) = 2x2 + 4x - 5. Para representar essa função em um
programa específico, é necessário alimentar os dados com o foco, o vértice e a diretriz. Determine esses elementos.
H24
Resolução: como trata-se de uma parábola com concavidade para cima, podemos escrevê-la como (x - x0) = 2p(y - y0), sendo (x0; y0) as
2

coordenadas de seu vértice.


y = 2x2 + 4x - 5 ⇒
y 5
⇒ = x 2 + 2x − ⇒
2 2
y 5 y 7
= (x + 1)
2
⇒ = x 2 + 2x + 1 − −1 ⇒ +
2 2 2 2
1
(x + 1) = 2 ⋅ ( y + 7)
2

4
1
Portanto, a parábola em questão tem vértice em (-1; -7) e p = .
4
 1  55 
Assim, seu foco tem coordenadas −1; − 7 +  = −1; − .
 8  8

1 57
E sua diretriz tem equação: y = −7 − ⇒ y = −
8 8

2 Em uma construção, está sendo projetado um arco parabólico com base de largura 3 m e altura de 4 metros. A 2 metros do
solo será colocada uma viga horizontal para ajudar na sustentação do arco, como mostra o esquema a seguir. Qual deverá ser
H24 o comprimento dessa viga?
Resolução: sem perda de generalidade, podemos representar essa situação por:

f3

A 2 B

LAB212
-–1,5 0 1,5
Viga
Como o arco pode ser representado por essa parábola de raízes em -1,5 e 1,5 e vértice em (0; 4),
podemos escrever:
f(x) = a(x + 1,5)(x - 1,5) ⇒ f(0) = a(0 + 1,5)(0 - 1,5) = 4 ⇒
16
⇒ a(0 + 1,5)(0 - 1,5) = 4 ⇒ a = −
9
Para f(x) = 2, temos:
16 3 2
− (x + 1,5)(x − 1,5) = 2 ⇒ x = ±
9 4
LAB212

Portanto, o comprimento dessa haste é:


3 2 3 2
2⋅ = m
4 2

3 Um forno solar parabólico está sendo construído conforme o esquema a seguir. Determine o comprimento c da haste onde
deverá ser colocado o aro de apoio.
H24
Resolução: para que o calor seja direcionado a esse aro, ele deve ser
localizado no foco da parábola. Pela definição de parábola, ao tomar a distância
de um de seus pontos ao foco, essa distância deve ser a mesma até a reta
LAB212

25 cm diretriz. Assim, considerando um dos pontos extremos da curva, temos:


2m
(1 − 0) + (0,25 − c) = 0,25 + c ⇒
2 2

⇒ 1 + (0,25 − c) = (0,25 + c) ⇒
2 2
c
⇒ 1 + 0,0625 − 0,5c + c 2
= 0,0625 + 0,5c + c 2 ⇒
⇒ c = 1

126 Conexões entre Geometria e Álgebra


4 (UFF-RJ) Na parede retangular de um palácio renascentista, há um vitral circular e, acima dele, na mesma parede, uma estreita
faixa reta, conforme a figura:
H24
Resposta: alternativa c.

REPRODUÇÃO/UFF-RJ
faixa Resolução: o elemento decorativo possui
formato de arco de parábola, em que o centro
do vitral é seu foco e a faixa é sua reta diretriz.

vitral

Essa parede foi ornamentada com um elemento decorativo em forma de uma curva que tem a seguinte característica: cada
ponto da curva está situado a igual distância do centro do vitral e da faixa.
Pode-se afirmar que o elemento decorativo tem a forma de um arco:
a) de elipse. b) de hipérbole. c) de parábola. d) de circunferência. e) de senoide.

5 (Uema) Uma família da cidade de Cajapió (MA) comprou uma antena parabólica, e o técnico a instalou acima do telhado.
A antena projetou uma sombra na parede do vizinho, que está reproduzida a seguir, coberta com uma folha quadriculada.
H24
y

LAB212
Ponto F

2
1
0 x

Resposta: alternativa a.
0 1 2
Orientações no Manual do Professor.
Note que a figura projetada na parede é uma cônica. Considerando as medidas mostradas e o sistema cartesiano contido na
folha quadriculada, a equação que representa a cônica será:
12
a) (y - 2)2 = 7(2x + 1) c) (y - 3)2 = 12(x + 1) e) (y + 3)2 = (x – 1)
7
1
b) (y + 2)2 = 7(2x + 1) d) (y - 2)2 = 7(2x - )
7

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS


6 (UFPR) Alguns telescópios usam espelhos parabólicos, pois essa forma geométrica reflete a Luz
luz que entra para um único ponto, chamado foco. O gráfico de y = x2, por exemplo, tem
H24
a forma de uma parábola. A luz que vem verticalmente, de cima para baixo (paralelamente ao
eixo y), encontra a parábola e é refletida segundo a lei de que o ângulo de incidência é igual

LAB212
ao ângulo de reflexão. Essa lei implica que os raios de luz verticais, encontrando a parábola no Foco
ponto (a; a2), serão refletidos na direção da reta 4ay + (1 - 4a2)x = a.
Sendo assim, calcule o ponto em que os raios de luz verticais refletidos em (1; 1) e (2; 4) se
encontrarão.
Resolução: utilizando os pontos fornecidos, temos: (a; a2)
(0; 0)
4y − 3x = 1
 ⇒ −9x = 0 ⇒ x = 0
8y − 15x = 2
1
Logo, substituindo x, encontramos y =
4
 1 
Assim, o ponto de intersecção será dado por 0; 
 4 

Conexões entre Geometria e Álgebra 127


VOCÊ É O AUTOR
Traçado da elipse
Quando pensamos sobre o universo e como as coisas que nos cercam foram formadas, pen-
samos, em geral, nos grandes astros, nas estrelas e nos planetas. Nos esquecemos, entretanto, dos
cometas e asteroides.
Via de regra, os planetas não têm trajetórias em que, em um curto intervalo de tempo, possam
colidir com outro planeta ou com uma estrela. Em contrapartida, os asteroides apresentam essa
possibilidade. Viajando por muito tempo e mantendo suas trajetórias elípticas, eles têm grande
chance de atingir outro astro.
Para tentar representar essa colisão em níveis astronômicos, vamos criar um modelo em que
a escala pode ser praticamente desprezada e vamos focar nas trajetórias tanto da Terra como do
asteroide que a atingiu.
Sabendo que a trajetória da Terra é praticamente circular e que a do asteroide é elíptica, a ideia da
representação é compor algo semelhante, sendo P1 e P2 os pontos em que a colisão poderia ter ocorrido.
P1

LAB212
P2 Trajetória do asteroide

Trajetória da terra

FERNANDO FAVORETTO/
CRIAR IMAGEM
Para traçar essas curvas, vamos usar garrafas PET com líquido colorido dentro.
No caso da circunferência, basta colocarmos o líquido colorido dentro da garrafa e
apoiarmos a garrafa sobre a mesa. Em seguida, destacamos o contorno do líquido e
fazemos o recorte ou molde. Essa construção também pode ser feita com compasso.
Para traçar a elipse, devemos inclinar o líquido dentro da garrafa: quanto maior
a inclinação, mais excêntrica fica a elipse.

FERNANDO FAVORETTO/
CRIAR IMAGEM
⇒ ⇒

Pronto! Com esse modelo, você pode recriar situações como a da extinção dos dinossauros,
ou mesmo construir planetários, em que planetas com órbitas elípticas coexistam com planetas
com órbitas circulares. Nessas simulações, você
LAB212

também pode posicionar essas cônicas em um


plano cartesiano, definindo as equações que dão
origem a elas e determinando os pontos de possível
Mercúrio Vênus
colisão nessa simulação.
Use sua criatividade e componha uma das Sol
duas sugestões para apresentar em sala de aula.
Como suas figuras são em 3 dimensões, é possível Terra
criar simulações em que os planos de giro não são 1I/2017U1 Marte
(’Oumuamua)
coplanares, como o modelo ao lado.

128 Conexões entre Geometria e Álgebra

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