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Poluição Atmosférica

Material Teórico
Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.a Dr.a Simone Miraglia

Revisão Técnica:
Prof.ª Me. Nilza Maria Coradi de Araújo

Revisão Textual:
Prof. Dr.a Selma Aparecida Cesarin
a
Padrões de Qualidade do Ar
e Controle da Poluição

• Padrões de Qualidade do Ar
• Regulamentação e Legislação
• Resoluções CONAMA relativas a Fontes Fixas
• Índices de Qualidade ao Ar no Brasil
• Monitoramento da Poluição do Ar
• Controle da Poluição Atmosférica
• Equipamentos de Controle de Poluição do Ar

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· O objetivo dessa unidade é a caracterização dos padrões de qualidade
do ar vigentes, apresentação do monitoramento da poluição do ar
em um centro urbano brasileiro de referência (cidade de São Paulo
- SP) e apresentar principais equipamentos utilizados para o controle
de poluentes atmosféricos em indústrias
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Contextualização
“Poluentes no ar de SP superam níveis recomendados pela OMS”
A qualidade do que os pulmões dos moradores da
metrópole recebem não é das melhores.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) e a Cetesb


(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) divulgaram
que níveis de poluição na cidade superam padrões
recomendados como mais seguros para o ser humano.

O cenário em São Paulo não se compara a Nova Déli ou a


Pequim. Mas há muito o que fazer, como o cumprimento de
medidas previstas em lei, que estão atrasadas.

Na lista da OMS, a capital paulista aparece entre as


centenas de cidades do mundo com índices acima do
sugerido. A entidade, ligada à ONU (Organização das
Nações Unidas), baseia-se em limites estabelecidos por ela
própria em 2005.

À época, definiu-se que seria aconselhável a população


ter contato com a concentração de partículas inaláveis,
espécie de poeiras: até 20µg/m³ (microgramas por metro
cúbico) de ar, em média, por ano.

O índice atribuído pela OMS à capital foi de 35 µg/m³,


referente a medições de 2012. Ou seja, quase o dobro do
limite. Essas partículas são conhecidas pela sigla MP10 e
resultam principalmente do processo de combustão de
veículos. De diâmetro inferior a um fio de cabelo, circulam
no ar e, ao serem inaladas, param no pulmão.

A Cetesb, agência do governo responsável por monitorar


o ar no Estado, acompanha os índices de outros poluentes.
De forma geral, os níveis são menores em comparação aos
vistos na década de 1990.

As ideias e os planos dos governos estadual e municipal


para deixar o ar um pouco melhor progridem a passos
curtos. Em abril do ano passado, o Estado estipulou em um
decreto padrões de qualidade do ar com valores superiores
aos recomendados pela OMS. Trata-se de metas para serem
alcançadas em três fases.

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“Não se chega do zero ao cem de uma vez’”, afirma
o gerente do Departamento de Qualidade Ambiental da
Cetesb, Carlos Komatsu. “Vou tirar metade dos veículos
de circulação? Isso é inviável. Tem de pensar em metas
progressivas de acordo com as suas possibilidades.”

Agora, vigoram as metas da primeira fase. E parte delas,


referentes a concentrações de partículas e de gases de
ozônio, são descumpridas.

A agência deveria ter concluído, neste ano, um plano de


redução de emissões para o Estado.

“Tínhamos o prazo de abril, para o qual a gente está


meio inadimplente. Deve sair em 2014 ainda”, diz Komatsu.
“Temos propostas, só que não podemos divulgá-las.”

Por enquanto, o gerente da Cetesb não se arrisca a


estimar quantos anos levarão para ultrapassar as três fases
previstas no decreto e, por fim, atingir os valores da OMS.”
Folha de São Paulo - Disponível: https://goo.gl/0Bpd5z

“Monitoramento do Ar deixa muito a desejar em Porto Alegre”


Monitorar a qualidade do ar que respiramos é tão essencial
quanto controlar a pureza da água que bebemos. No entanto
esse controle não tem acontecido como deveria para nos
revelar o índice real de poluição atmosférica existente na
capital gaúcha.”
Jornalismo Ambiental - Disponível: https://goo.gl/RNi5pT

Reflita sobre os meios de monitoramento da poluição do ar e as propostas para


o seu controle, nos municípios brasileiros. Não aceitamos beber uma água impura,
e por que é mais fácil aceitarmos respirar um ar poluído?

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UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Padrões de Qualidade do Ar
Para que fosse possível avaliar, controlar e buscar uma qualidade do ar adequada
à saúde da população, os governos estabeleceram limites de quantidade para
alguns poluentes que se encontram na atmosfera. Isso recebeu o nome de
padrões de qualidade.

No Brasil, existe a legislação que fixa padrões de qualidade para algumas


substâncias.

De acordo com uma publicação mais recente da da Organização Mundial da


Saúde (OMS), que data de 2005, os padrões de qualidade do ar (PQAr) podem
variar de acordo com a abordagem adotada para balancear riscos à saúde,
viabilidade técnica, considerações econômicas e vários outros fatores políticos
e sociais da região. As diretrizes recomendadas pela OMS levam em conta esta
heterogeneidade entre países e, em particular, reconhecem que, ao formularem
políticas de qualidade do ar, os governos devem considerar cuidadosamente suas
circunstâncias locais antes de simplesmente adotarem os valores propostos como
padrões nacionais.

Figura 1. A qualidade do ar é um fator importante para a saúde da população


Fonte: iStock / Getty Images

No Brasil os padrões de qualidade do ar foram estabelecidos em 1990 pelo


Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), por meio da Resolução
CONAMA nº 3/1990. Essa resolução define os padrões de qualidade do ar em
dois tipos: padrões primários e secundários, que serão explicados em detalhes e
também mostrados na tabela 1.

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Os padrões primários de qualidade do ar representam as concentrações de poluen-
tes que, quando ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Esses padrões
podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes
atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo a serem atingidas.

Por outro lado, os chamados padrões secundários de qualidade do ar, representam


as concentrações de poluentes do ar abaixo das quais se prevê o mínimo efeito
adverso sobre o bem-estar da população e ao meio ambiente em geral. Esses níveis
seriam os níveis desejados de concentração de poluentes, ou seja, constituem-se
em meta de longo prazo, por ser mais difícil de ser alcançada.

Os parâmetros que devem ser monitorados, segundo a legislação ambiental são


os seguintes: partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido
de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. Essa mesma
resolução ainda estabelece os critérios para episódios a curto prazo, ou seja, o que
caracterizaria os “estados de alerta”. Ressalta-se que, nesses casos, também deve-
se levar em consideração as condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão
dos poluentes.

Os estados brasileiros possuem autonomia para decidirem por legislações mais


restritivas, ou seja, os estados podem propor novos padrões de qualidade do ar,
desde que sejam mais rígidos que a legislação nacional. No estado de São Paulo,
por exemplo, foi promulgado em abril de 2013, o Decreto Estadual nº 59.113
que estabelece os novos padrões de qualidade do ar, bem como as metas a serem
atingidas e os planos de redução de emissão a serem executados.

Regulamentação e Legislação
No Governo Federal, a instância regulamentadora das emissões atmosféricas é
o CONAMA, que por meio de suas resoluções determina os limites máximos de
emissões de poluentes. No CONAMA, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
coordenam as discussões que geram os novos limites de emissão.

Participam também ativamente das discussões os representantes da indústria


brasileira, dos governos municipais e da sociedade civil, propiciando resoluções
baseadas na realidade do país e com a colaboração de todos os setores.
Explor

Ministério do Meio Ambiente: Padrões de Qualidade do Ar: https://goo.gl/64JGkA

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UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Resoluções CONAMA relativas a Fontes Fixas


Resolução CONAMA nº 5, de 15 de junho de 1989:
Criou o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar – PRONAR.
Essa resolução determinou a necessidade de se estabelecer limites
máximos de emissão e a adoção de padrões nacionais de qualidade do ar.

Resolução CONAMA nº 3, de 28 de junho de 1990:


Dispôs sobre os padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR. Teve
como base as recomendações da OMS, que levam em conta limites de
concentração compatíveis com a saúde e o bem-estar humanos. Em seu
art. 1º, a Resolução nº 3/1990 define que são padrões de qualidade ar
as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão
afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como
ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em
geral (tabela 1).

Resolução CONAMA nº 8, de 6 de dezembro de 1990:


Estabeleceu os limites máximos de emissão de poluentes no ar para
processos de combustão externa de fontes de poluição. Esta resolução
complementou o PRONAR estabelecendo limites para a concentração de
determinados poluentes no ar.
Resolução CONAMA nº 382, de 26 de dezembro de 2006:
Estabeleceu os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos
para fontes fixas.

Resolução CONAMA nº 436, de 22 de dezembro de 2011:


Estabeleceu os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos
para fontes fixas instaladas impondo às fontes antigas novos limites. Com
essa resolução, as fábricas antigas terão que se modernizar e diminuir
drasticamente suas emissões, equiparando-se às fábricas novas. É
importante dizer que essa Resolução provocou uma revolução tecnológica
no Brasil, sendo uma das medidas de maior impacto ambiental aprovada
nos últimos anos.

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Tabela 1- Padrões Nacionais de Qualidade do Ar - Resolução CONAMA nº 3, de 28/06/90
Poluente Tempo de Amostragem Padrão Primário µ g / m3 Padrão Secundário µ g / m3
Partículas totais em 24 horas* 240 150
suspensão (PTS) MGA** 80 60
24 horas* 150 100
Fumaça
MMA*** 60 40
24 horas* 150 150
Partículas Inaláveis
MMA 50 50
24 horas* 365 100
Dióxido de Carbono
MMA 80 40
1 hora* 40.000 (35 ppm) 40.000 (35 ppm)
Monóxido de Carbono
8 horas* 10.000 (9 ppm) 10.000 (9 ppm)
Ozônio 1 hora* 160 160
1 hora 320 190
Dióxido de Nitrogênio
MMA 100 100
* Não deve ser excedido mais de uma vez ao ano
** Média Geométrica Anual
*** Média Aritmética Anual
Explor

Ministério do Meio Ambiente: Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar –


PRONAR - https://goo.gl/jQmEe8

A Resolução CONAMA nº 3, de 28/06/90 também estabelece critérios para


episódios agudos de poluição do ar (tabela 2).

Tabela 2 - Critérios para episódios agudos de poluição do ar - Resolução CONAMA nº 3, de 28/06/90


NÍVEIS
Parâmetros Atenção Alerta Emergência
Partículas totais em suspensão (PTS) (µ g/m3) - 24 h. 375 625 875
Fumaça (µ g/m3) - 24 h. 250 420 500
Partículas Inaláveis (µ g/m3) - 24 h. 250 420 500
Dióxido de enxofre (µ g/m3) - 24 h. 800 1.600 2.100
Monóxido de carbono (ppm) - 8 h. 15 30 40
Ozônio (µ g/m3) - 1 h. 400 800 1.000
Dióxido de nitrogênio (µ g/m3) - 1 h. 1.130 2.260 3.000
SO2X PTS (µ g/m3)x(µ g/m3) - 24 h. 65.000 261.000 393.000

Os valores de referência publicados pela OMS têm como objetivo servir de


orientação geral para os países desenvolverem e revisarem seus próprios padrões
nacionais. Os primeiros guias de referência em qualidade do ar publicados pela
OMS datam de 1987, tendo sido revisados em 1997 (publicados em 2000) e em

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UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

2005. No Brasil, os padrões adotados nacionalmente ainda não foram atualizados,


sendo que os padrões nacionais vigentes datam de 1990.

Tabela 3 – Valores de referência recomendados pela Organização Mundial da Saúde.

Poluente Concentração µg/m3 Tempo de Amostragem


20 24 horas
Dióxido de Enxofre
500 10 minutos
200 1 hora
Dióxido de Nitrogênio
40 Anual
10.000
Monóxido de Carbono 8 horas
9 ppm
Ozônio 100 8 horas
10 Média Aritmética Anual
Material Particulado MP25
25 24h (percentil 99)
20 Anual
Material Particulado MP10
50 24h (percentil 99)
Fonte: Ministério do Meio Ambiente

Veja os índices de qualidade do ar em outros países e regiões, acessando o documento na


Explor

página do Ministério do Meio Ambiente do Brasil: https://goo.gl/ah6Ko7

Índices de Qualidade ao Ar no Brasil


O Índice de Qualidade do Ar (IQAr), tem como objetivo principal proporcionar
à população o entendimento sobre a qualidade do ar local, em relação a diversos
poluentes atmosféricos amostrados nas estações de monitoramento. Diariamente
a CETESB disponibiliza o Boletim da Qualidade do Ar, com a classificação e os
índices de cada estação. Esses boletins contêm dados atualizados de qualidade do ar
e meteorológicos das estações automáticas de monitoramento e estão disponíveis
no endereço eletrônico da CETESB (www.cetesb.sp.gov.br), apresentando ainda,
dependendo dos níveis monitorados, informações de prevenção de riscos à saúde.
Explor

Poluentes no ar de SP superam níveis recomendados pela OMS. 2014.


https://goo.gl/0Bpd5z

Os valores apresentados na tabela 4 apresentam a relação entre índice, qualidade


do ar e efeitos à saúde, de acordo com a CETESB.

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Tabela 4. Índice geral de qualidade do ar no Estado de São Paulo
MP10 MP2,5 O3 SO2 Fumaça
CO (ppm) NO2
Qualidade Índice (µg/m3) (µg/m3) (µg/m3) (µg/m3) (µg/m3) Significado
24H (µg/m3) 1H
24H 24H 24H 24H 24H
N1 - BOA 0-40 0-50 0-25 0-100 0-9 0-200 0-20 0-50
Pessoas de grupos sensíveis
(crianças, idosos e pessoas
com doenças respiratórias e
N2 - MODERADA 41-80 >50-100 >25-50 >100-130 >9-11 >200-240 >20-40 >50-100 cardíacas), podem apresentar
sintomas como tosse seca e
cansaço. A população em geral,
não é afetada.
Toda a população pode
apresentar sintomas como
tosse seca, cansaço, ardor
nos olhos, nariz e garganta.
N3 - RUIM 81-120 >100-150 >50-75 >130-160 >11-13 >240-320 >40-365 >100-150 Pessoas de grupos sensíveis
(crianças, idosos e pessoas
com doenças respiratórias e
cardíacas) podem apresentar
efeitos mais sérios na saúde.
Toda população pode
apresentar dos sintomas como
tosse seca, cansaço, ardor
nos olhos, nariz e garganta e
N4 - MUITO ainda falta de ar e respiração
121-200 >150-250 >75-125 >160-200 >13-15 >320-1130 >365-800 >150-250 ofegante. Efeitos ainda mais
RUIM graves à saúde de grupos
sensíveis (crianças, idosos
e pessoas com doenças
respiratórias e cardíacas).
Toda a população pode
apresentar sérios riscos de
manifestações de doenças
N5 - PÉSSIMA >200 >250 >125 >200 >15 >1130 >800 >250 respiratórias e cardiovasculares.
Aumento de mortes
prematuras em pessoas de
grupos sensíveis.

Fonte: CETESB, 2016. Qualidade do ar no estado de São Paulo 2015 / CETESB

Para efeito de divulgação, utiliza-se o índice mais elevado, dentre os índices


calculados para cada poluente, isto é, embora a qualidade do ar de uma estação seja
avaliada para todos os poluentes monitorados, a sua classificação é determinada
pelo maior índice (pior caso).

Na tabela 5 são descritas ações preventivas para que as pessoas minimizem os


efeitos dos poluentes na saúde e na tabela 6 estão descritos os principais efeitos à
saúde para cada poluente.

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UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Tabela 5. Qualidade do Ar e Prevenção de Riscos à Saúde


MP10 MP2,5 O3 CO (ppm) NO2 SO2
Qualidade Índice
(µg/m3) 24H (µg/m3) 24H (µg/m3) 24H 24H (µg/m3) 1H (µg/m3) 24H
N1 - BOA 0-40 0-50 0-25 0-100 0-9 0-200 0-20
>50-100 >25-50 >100-130 >9-11 >200-240 >20-40
Pessoas com Pessoas com Pessoas com Pessoas com Pessoas com Pessoas com
N2 - MODERADA 41-80 doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou
pulmonares, procurem pulmonares, procurem pulmonares, procurem pulmonares, procurem pulmonares, procurem pulmonares, procurem
reduzir esforço pesado reduzir esforço pesado reduzir esforço pesado reduzir esforço pesado reduzir esforço pesado reduzir esforço pesado
ao ar livre. ao ar livre. ao ar livre. ao ar livre. ao ar livre. ao ar livre.

>100-150 >50-75 >130-160 >11-13 >240-320 >40-365


Reduzir o esforço Reduzir o esforço Reduzir o esforço Reduzir o esforço Reduzir o esforço Reduzir o esforço
físico pesado ao ar físico pesado ao ar físico pesado ao ar físico pesado ao ar físico pesado ao ar físico pesado ao ar
N3 - RUIM 81-120 livre, principalmente livre, principalmente livre, principalmente livre, principalmente livre, principalmente livre, principalmente
pessoas com pessoas com pessoas com pessoas com pessoas com pessoas com
doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou
pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e
crianças. crianças. crianças. crianças. crianças. crianças.

>150-250 >75-125 >160-200 >13-15 >320-1130 >365-800


Pessoas com Pessoas com Pessoas com Pessoas com doenças Pessoas com Pessoas com
doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou cardíacas, como doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou
pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e angina, devem evitar pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e
crianças devem evitar crianças devem evitar crianças devem evitar esforço físico e vias de crianças devem evitar crianças devem evitar
N4 - MUITO RUIM 121-200 esforço físico pesado esforço físico pesado esforço físico pesado trafego intenso. esforço físico pesado esforço físico pesado
ao ar livre, o restante ao ar livre, o restante ao ar livre, o restante ao ar livre, o restante ao ar livre, o restante
da população deve da população deve da população deve da população deve da população deve
reduzir o esforço físico reduzir o esforço físico reduzir o esforço físico reduzir o esforço físico reduzir o esforço físico
pasado ao ar livre. pasado ao ar livre. pasado ao ar livre. pasado ao ar livre. pasado ao ar livre.

>250 >125 >200 >15 >1130 >800

Pessoas com Pessoas com Pessoas com Pessoas com doenças Pessoas com Pessoas com
doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou cardíacas, como doenças cardíacas ou doenças cardíacas ou
pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e angina, devem evitar pulmonares, idosos e pulmonares, idosos e
N5 - PÉSSIMA >200 crianças devem evitar crianças devem evitar crianças devem evitar esforço físico e vias de crianças devem evitar crianças devem evitar
esforço físico pesado esforço físico pesado esforço físico pesado trafego intenso. esforço físico pesado esforço físico pesado
ao ar livre, o restante ao ar livre, o restante ao ar livre, o restante ao ar livre, o restante ao ar livre, o restante
da população deve da população deve da população deve da população deve da população deve
reduzir o esforço físico reduzir o esforço físico reduzir o esforço físico reduzir o esforço físico reduzir o esforço físico
pasado ao ar livre. pasado ao ar livre. pasado ao ar livre. pasado ao ar livre. pasado ao ar livre.

Fonte: CETESB, 2016. Qualidade do ar no estado de São Paulo 2015 / CETESB

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Tabela 6. Qualidade do Ar e Principais Efeitos à Saúde

MP10 MP2,5 O3 CO (ppm) NO2 SO2


Qualidade Índice
(µg/m3) 24H (µg/m3) 24H (µg/m3) 24H 24H (µg/m3) 1H (µg/m3) 24H
N1 - BOA 0-40 0-50 0-25 0-100 0-9 0-200 0-20
>50-100 >25-50 >100-130 >9-11 >200-240 >20-40
Pessoas com doenças Pessoas com doenças Pessoas com doenças Pessoas com doenças Pessoas com doenças Pessoas com doenças
N2 - MODERADA 41-80 respiratórias podem respiratórias podem respiratórias podem respiratórias podem respiratórias podem respiratórias podem
apresentar sintomas apresentar sintomas apresentar sintomas apresentar sintomas apresentar sintomas apresentar sintomas
como tosse seca e como tosse seca e como tosse seca e como tosse seca e como tosse seca e como tosse seca e
cansaço. cansaço. cansaço. cansaço. cansaço. cansaço.

>100-150 >50-75 >130-160 >11-13 >240-320 >40-365


Pessoas com doenças Pessoas com doenças Pessoas com doenças População em geral População em geral População em geral
respiratórias ou respiratórias ou respiratórias ou podem apresentar pode apresentar pode apresentar
cardíacas, idosos cardíacas, idosos cardíacas, idosos sintomas como sintomas como ardor sintomas como ardor
e crianças têm os e crianças têm os e crianças têm os cansaço. Pessoas com nos olhos, nariz e nos olhos, nariz e
N3 - RUIM 81-120 sintomas agravados. sintomas agravados. sintomas agravados. doenças cardíacas, garganta, tosse seca e garganta, tosse seca e
População em geral População em geral População em geral têm os sintomas como cansaço. Pessoas com cansaço. Pessoas com
pode apresentar pode apresentar pode apresentar cansaço e dor no peito doenças respiratórias doenças respiratórias
sintomas como ardor sintomas como ardor sintomas como ardor agravados. e crianças têm os ou cardíacas, idosos
nos olhos, nariz e nos olhos, nariz e nos olhos, nariz e sintomas agravados. e crianças têm os
garganta, tosse seca e garganta, tosse seca e garganta, tosse seca e sintomas agravados.
cansaço. cansaço. cansaço.
>150-250 >75-125 >160-200 >13-15 >320-1130 >365-800
Aumento dos Aumento dos Aumento dos Aumento de sintomas Aumento dos Aumento dos
sintomas em crianças sintomas em crianças sintomas em crianças em pessoas cardíacas. sintomas em crianças sintomas em crianças
e pessoas com e pessoas com e pessoas com Aumento de sintomas e pessoas com e pessoas com
N4 - MUITO RUIM 121-200 doenças pulmonares doenças pulmonares doenças pulmonares cardiovasculares na doenças pulmonares doenças pulmonares
e cardiovasculares. e cardiovasculares. e cardiovasculares. população em geral. e cardiovasculares. e cardiovasculares.
Aumento de sintomas Aumento de sintomas Aumento de sintomas Aumento de sintomas Aumento de sintomas
respiratórias na respiratórias na respiratórias na respiratórias na respiratórias na
população em geral. população em geral. população em geral. população em geral. população em geral.

>250 >125 >200 >15 >1130 >800


Agravamento dis Agravamento dis Agravamento dis Agravamento Agravamento Agravamento dis
sintomas respiratórios. sintomas respiratórios. sintomas respiratórios. das doenças das doenças sintomas respiratórios.
Agravamento de Agravamento de Agravamento de cardiovasculares, cardiovasculares, Agravamento de
N5 - PÉSSIMA >200 doenças pulmonares, doenças pulmonares, doenças pulmonares, como infarto como infarto doenças pulmonares,
como asma, e como asma, e como asma, e doença do miocardio e do miocardio e como asma, e
cardiovasculares, cardiovasculares, pulmonar obstrutiva insuficiência cardíaca insuficiência cardíaca cardiovasculares,
como infarto do como infarto do crônica. congestiva. congestiva. como infarto do
miocárdio. miocárdio. miocárdio.

Fonte: CETESB, 2016. Qualidade do ar no estado de São Paulo 2015 / CETESB

Tabela 7. Sumário dos principais poluentes atmosféricos e suas fontes.

Modalidades
Tipos de Fontes Poluentes
de Fontes
Processos Industriais MP, SOx, NOx, CO, HC
Caldeiras, Fomos e Aquecedores MP, SOx, NOx, CO, HC
FIXAS

Caldeiras, Fomos e Aquecedores MP


Queima ao Ar Livre e Queimadas MP, SOx, NOx, CO, HC, Fumaça
Antropogênicas

Exploração, Beneficiamento, Movimentação e Estocagem MP


de Materiais Fragmentados.
Tipo de Veículo/Fonte Tipo de Combustível
Avião Gasolina de Aviação e/ou NOx, HC, MP
querosene
MÓVEIS

Navios e Barcos Diesel / Óleo Combustível MP, SOx, NOx, CO, HC


Caminhão e Ônibus Diesel MP, SOx, NOx, CO, HC
Automóveis e Motocicletas Gasolina / Alcool MP, NOx, CO, HC, Aldeidos

17
17
UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Tipo de Veículo/Fonte
Ocêanica MP
Decomposição Biológica SOx, H2S, HC, Compostos de

Naturais
Enxofre
Praias e Dunas MP
Queimadas MP, SOx, NOx, CO, HC
Erosão Eótica do Solo e Superfícies MP

Fonte: Monitoramento da qualidade do ar. Departamento de Engenharia Ambiental- Centro Tecnológico – UFES

As fontes móveis e fixas foram responsáveis pela emissão para a atmosfera de


enormes quantidades de poluentes, chegando a aproximadamente 167 mil t/ano
de monóxido de carbono, 44 mil t/ano de hidrocarbonetos, 80 mil t/ano de óxidos
de nitrogênio, 5 mil t/ano de material particulado e 7 mil t/ano de óxidos de enxo-
fre. Desses totais, os veículos automotores são responsáveis por 97% das emissões
de CO, 79% de HC, 68% de NOx, 22% de SOx e 40% de material particulado.

A figura 2 apresenta a evolução das emissões veiculares de poluentes locais no


período de 2006 a 2014 no Estado de São Paulo. Pode-se observar que mesmo
com o crescimento constante da frota, a emissão dos poluentes é decrescente,
motivada pela incorporação de veículos com novas tecnologias em substituição
aos veículos antigos, mais poluidores. A emissão de SO2 sofreu redução drástica,
em 2014, em função da alteração do teor de enxofre do diesel a partir de 2013 e
em especial da gasolina a partir de 2014. Além disso, houve redução do consumo
do diesel e aumento pouco significativo do consumo de gasolina em 2014, em
relação à 2013.

643 665 616 541 519 497 462


Milhares

424 417
217 221 216 205 209 207 205 193 171
119 121 114 104 99 97 92 86 85
Emissão de poluentes locais (t)

13,6 13,5 14,1 14,2 15,1 15,4


11,7 12,3

5,6
8,4 8,2 7,7 6,9 6,9 6,5 6 5,6
4,8

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

CO NMHC NOX MP SO2

Figura 2. Evolução das emissões veiculares de poluentes no Estado de São Paulo


Fonte: Adaptado de Relatório de Emissões Veiculares no Estado de São Paulo 2014

18
Monitoramento da Poluição do Ar
A preocupação em proteger a saúde dos efeitos causados pela poluição do ar é
antiga no país. Existe desde o ano de 1941, quando a Lei de Contravenções Penais
- Decreto nº3688, em seu artigo 38, já considerava uma violação “provocar, abusi-
vamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguém”.

Mas foi com a Portaria nº231, de 1976, do Ministério do Interior, que a poluição
do ar começou a ser disciplinada em nível nacional, remetendo aos estados a
responsabilidade de monitorar os poluentes para os quais foram estabelecidos os
padrões de qualidade do ar para material particulado em suspensão, dióxido de
enxofre, monóxido de carbono e oxidantes fotoquímicos, conforme os respectivos
métodos de referência. Esta mesma portaria estabeleceu a responsabilidade pelas
exigências destinadas a prevenir e corrigir os inconvenientes da poluição do ar nas
áreas críticas de poluição, no que diz respeito a danos à saúde, segurança e bem-
estar da população.

O que é monitorar o ar? Monitorar o ar é observar continuamente as concen-


trações na atmosfera de quaisquer poluentes que possam afetar a qualidade do ar.
Dessa forma, o objetivo da rede de monitoramento da qualidade do ar (figura 3) é
avaliar continuamente as características que tornam o ar um ambiente propício ao
ser humano e ao meio ambiente em geral, possibilitando observação das emissões
relativas às fontes fixas e móveis.

Conforme conceito da IUPAC, “rede de monitoração atmosférica” são duas


ou mais estações de medidas de ar estabelecidas em uma dada região geográfica
onde medidas periódicas regulares são feitas, simultaneamente, para determinar
a extensão e a natureza da poluição química e estabelecer as tendências das
concentrações de poluentes atmosféricos no tempo. O monitoramento da poluição
atmosférica pode ser dividido em dois ramos:

» Monitoramento das Emissões: trata de uma medição da concentração


ou taxa de emissão dos poluentes que estão sendo emitidos por dutos e
chaminés, realizada em pontos fixos e bem definidos, que visa quantificar o
que está sendo lançado na atmosfera.

» Monitoramento da Qualidade do Ar: dedica-se a medir e quantificar as


concentrações dos poluentes no ar do ambiente, onde as pessoas, animais e
plantas estão expostos, podendo afetar sua saúde, a visibilidade e provocar
danos materiais, entre outros efeitos.

19
19
UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Figura 3. Estação de monitoramento do ar da CETESB


Fonte: Jornal Integração, 2016

A rede de monitoramento de São Paulo tem dois tipos de rede: a rede


automática e a rede manual. As estações da Rede Automática se caracterizam
pela capacidade de processar na forma de médias horárias, no próprio local e em
tempo real, as amostragens realizadas a intervalos de cinco segundos.

Já nas estações da Rede Manual, a amostragem é realizada durante 24 horas a


cada 6 dias e durante 1 mês no caso dos amostradores passivos.

Os dados da Rede Automática e da Rede Manual podem ser acessados no


QUALAR- Sistema de Informações de Qualidade do Ar, disponível no endereço
eletrônico da CETESB.
Explor

QUALAR – Consultas: https://goo.gl/qtJvyX

Os métodos utilizados para medição dos diversos parâmetros amostrados pelas


redes de monitoramento são apresentados no quadro a seguir.

20
Quadro 1. Métodos de medição dos parâmetros e a rede associada

Rede Parâmetro Método


partículas inaláveis finas - MP25 Radiação Beta
partículas inaláveis - MP10 Radiação Beta
dióxido de enxofre fluorescência de pulso (ultravioleta)
Rede Automática monóxido de carbono infravermelho não dispersivo (GFC)
Ozônio ultravioleta
benzeno/totuleno cromatografia gasosa / detcção por fotoionização (PID)
Oxidação Térmica - Flourescência de Pulso
Enxofre Reduzido Total
(Ultravioleta)
Direção e vleocidade do vento Óptico-Mecanico / Ultra-sônico
Temperatura Temistor Resistivo de Platina (PT100)
Parâmetros Umidade Relativa do Ar Elemento Capacitivo
Meteorológicos Radiação Solar Global Fotovoltáico
Pressão Atmosférica Transdutor de Pressão
Radiação UVA Fotovoltáico

Gravimétrico / Impactação Virtual (Dicotômico)


Particulas Inaláveis Finas - MP2,5
Gravimétrico / Impactação

Gravimétrico / Amostrador de Grandes Volumes


Particulas Inaláveis Finas - MP10 acoplado a um separador inercial
Rede Manual Gravimétrico / Impactação
Particulas Totais em Suspensão Gravimétrico/Amostrador de Grandes Volumes
Fumaça Refletância
Dióxido de Enxofre Cromatografia Iônica / Amostrador Passivo
Cromatografia Líquida de Alto desempenho / detecção
Acetaldeído / Formaldeído
UV-visível
Fonte: CETESB – Relatório da Qualidade do ar

21
21
UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Explor
[Segundo a empresa de monitoramento Ag Solve, o monitoramento da qualidade do ar
nas empresas pode ser feito com o uso de estações meteorológicas e de equipamentos
de qualidade do ar que possuem amostradores de ar que capturam e canalizam os
particulados para sensores que determinam sua carga de particulados, e como testemunho
de longo tempo, registram as cargas de poluentes em fita dentro dos sensores. Nela, todo o
particulado existente é depositado e mensurado em tempo fixo de 15 minutos a 24 horas.
Outro tipo de equipamento que também pode ser utilizado para este monitoramento é o que
utiliza a técnica do feixe de laser, que dimensiona as partículas e as totaliza. Ele é indicado
para empresas e indústrias com volumes de poeira elevados, como em mineradoras, por
exemplo, que precisam fazer o acompanhamento da emissão em tempo real. Todos esses
aparelhos ficam, geralmente, ao ar livre ou sobre estruturas, expostos, para que simulem
as mesmas condições das construções da vizinhança. O monitoramento da qualidade do ar
é fundamental para a preservação do meio ambiente e da saúde humana. Veja a abaixo as
especificações técnicas das estações de qualidade do ar para monitorar particulados.
»» Bam1020 - estação de qualidade do ar que atende o monitoramento de material
particulado menor que 2,5µm. O equipamento opera com processo de atenuação da
radiação Beta e possui excelente sensibilidade, com armazenamento de dados para até
200 dias de dados e ciclo de leituras de 1 a 24 horas.
»» E-Bam - estações de qualidade de ar - fixas ou portáteis - para aplicações em condições
de resposta rápida, como emergências, que utilizam o princípio da atenuação de
radiação Beta na medição dos parâmetros de poeira total em suspensão e material
particulado.
»» E-Sampler - equipamento totalmente portátil e flexível, que utiliza duas tecnologias
distintas para a medição dos particulados: feixe de laser para determinação do
tamanho das partículas conjuntamente com a filtragem para determinação dos totais
de particulados.
AG-SOLVE, 2008. Como controlar a qualidade do ar em indústrias. Disponível em: https://goo.gl/wexvp9

Paraná recebe mais uma estação móvel de monitoramento da qualidade do ar


Explor

https://goo.gl/Y03C02

Secretaria do Ambiente inaugura estação de monitoramento da qualidade do ar na Lagoa – RJ.


https://youtu.be/cuTC1fY-yWg

22
Controle da Poluição Atmosférica
Medidas e Equipamentos de Controle da Poluição Atmosférica

Figura 3. Caminhos da poluição atmosférica, desde a fonte de emissão


até a recepção pela população e meio ambiente
Fonte: Adaptado iStock / Getty Images

Medidas Indiretas para o Controle da Poluição do Ar


Consideramos abaixo algumas medidas para o controle da poluição do ar, que
incluem desde o impedimento ou diminuição da geração do poluente até a sua
diluição e distribuição espacial nas áreas industriais:

Impedir a geração do poluente:

» Substituição de matérias-primas e reagentes, como por exemplo, a eliminação


da adição de chumbo tetraetila na gasolina, uso de resina sintética ao invés
de borracha na fabricação de escovas de pintura, etc.

» Mudança de processos ou operação, por exemplo, utilização de operações


contínuas automáticas, usar sistemas completamente fechados que impeçam
a dispersão de poluentes, condensação e reutilização de vapores (indústria
petrolífera), ações e processos úmidos ao invés de secos, etc.

Diminuição da quantidade de poluentes gerados:


» Não operar com os equipamentos acima da capacidade nominal
» Atualizar a operação e checar a manutenção de equipamentos produtivos
» Armazenar adequadamente os materiais
» Modernização de processos, equipamentos e operações
» Modernização dos combustíveis

Diluição de poluentes por meio de chaminés elevadas: os fatores a serem


considerados neste caso são relacionados com o processo, a fonte geradora de
poluentes e às condições meteorológicas.

23
23
UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Adequada construção, arquitetura e manutenção dos edifícios industriais:


»» Armazenamento de produtos
»» Adequada disposição de resíduos sólidos e líquidos
»» Planejamento territorial: Selecionar e localizar adequadamente as fontes e
receptores de resíduos.

Medidas Diretas para o Controle da Poluição do Ar


As medidas de controle direto das emissões atmosféricas consistem basica-
mente em:
»» Concentrar os poluentes na fonte para tratamento efetivo antes do
lançamento na atmosfera;
»» Retenção do poluente após geração através de equipamentos de controle de
poluição do ar.

Equipamentos de Controle de Poluição do Ar


Classificação
Os equipamentos de controle são classificados primeiramente em função do
estado físico do poluente a ser considerado. Em seguida a classificação envolve
diversos parâmetros como mecanismo de controle, uso ou não de água ou outro
líquido, etc.

Equipamentos de controle de material particulado:


»» Coletores secos;
»» Coletores mecânicos inerciais e gravitacionais;
»» Coletores mecânicos centrífugos (ciclones);
»» Precipitadores dinâmicos secos;
»» Filtro de tecido (filtro-manga), precipitador eletrostático seco.

Coletores úmidos:
»» Torre de spray (pulverizadores);
»» Lavador ciclônico;
»» Lavador venturi;
»» Lavadores de leito móvel.

24
Equipamentos de controle para gases e vapores:
» Adsorventes;
» Absorventes;
» Incineração de gás com chama direta;
» Incineradores de gás catalíticos;
» Tratamento biológico.

Há alguns fatores que devem ser levados em conta na seleção de equipamentos


para controle da poluição atmosférica. Um dos principais problemas referentes ao
controle de poluentes do ar está relacionado à escolha de um equipamento que
consiga remover de forma eficaz os poluentes ou pelo menos reduzi-los a níveis
aceitáveis a um menor custo. Na verdade, não existe uma única tecnologia para tal,
até porque as situações são únicas dentro do processo em questão (fonte emissora,
natureza do contaminante, legislação, etc.).

Assim, alguns parâmetros principais devem ser observados na escolha de um


método específico para o tratamento de poluentes atmosféricos:

» As características do gás a ser tratado (temperatura, matéria em suspensão,


umidade, volatilidade, etc.);

» A concentração dos poluentes;

» Os fatores de segurança (explosividade, reatividade, corrosividade, etc.).

» Os custos de investimento ou de instalação, funcionamento e manutenção;

» A eficiência na remoção destes poluentes, etc.

25
25
UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Trocando ideias...Importante!
[Assunção (1986) sugere os seguintes passos no processo decisório de escolha de um
método ou equipamento de controle de poluentes atmosféricos:
I - Caracterização do Problema :
1. Caracterização da fonte emissora
2. Características da indústria
3. Possíveis efeitos dos poluentes
4. Grau de controle requerido (exigências legais, controle da poluição atmosférica,
padrão de emissão, padrão de qualidade do ar, padrão de condicionamento e
projeto, eficiência requerida, exigência da comunidade, condições previsíveis
para o futuro e exigências legais para os resíduos)
Recomendações
Em situações em que os limites máximos permitidos das emissões das fontes fixas dos
processos industriais são ultrapassados, recomenda-se:
1. Analisar o processo de geração do poluente, desde o início, avaliando se as
condições de geração do mesmo são normais.
2. A emissão pode ser reduzida ou eliminada com a substituição de matérias
primas, combustível?
3. A combustão está ocorrendo de forma eficiente, há “zonas mortas” ou frias nas
câmaras que compõe os equipamento? Relação ar/combustível adequada?
4. Há possibilidade de retornar o material emitido ao processo produtivo ou mesmo
destiná-lo à reciclagem?
Caso não haja possibilidade de realizar melhorias na operação do processo que origina
o poluente ou mesmo substituir matérias primas ou combustíveis, é importante
verificar a possibilidade de se utilizar um Equipamento de Controle de Poluição na
fonte poluidora, pois sua função será de remover poluentes do fluxo de material
emitido para a atmosfera.]

Exemplos de Equipamento de Controle de Poluição e seus principais usos:


Explor

»» Filtros de Manga – retenção de material particulado.


»» Lavadores de gases – absorção de gases e retirada de material particulado.
»» Ciclones – retenção de material particulado.
»» Precipitadores Eletrostáticos – retenção de material particulado.
»» Equipamentos de Adsorção – redução de solventes, odor, hidrocarbonetos, etc.
»» Termo-oxidadores – controle de compostos orgânicos voláteis (COVs), CO,
hidrocarbonetos, etc.
»» Condensadores – componentes condensáveis, alguns hidrocarbonetos, etc.
Na figura abaixo, encontram-se alguns exemplos dos equipamentos citados sendo,
respectivamente, precipitador eletrostático, filtro manga, coletor de gases e ciclone.

26
Figura 5: Exemplos de ECPs
Fonte: Adaptado iStock / Getty Images

Nova inspeção veicular está parada um ano após Haddad abrir licitação Controlar
Explor

O prefeito acabou com a inspeção veicular logo em seu primeiro ano de governo. Ela acabou
sendo feita, porém, até janeiro de 2014 em razão de uma liminar obtida pela Controlar,
empresa que era responsável pelo serviço.
A empresa divulgou durante anos benefícios que a inspeção traria à saúde do paulistano e à
qualidade do ar. A Controlar citava um estudo da Faculdade de Medicina da USP (Universidade
de São Paulo), que considerou apenas os veículos movidos a diesel que fizeram a inspeção
em 2011. O estudou mostrou que com a redução de poluentes emitidos por esses veículos
foram evitadas 1.515 internações hospitalares e 584 mortes por problemas respiratórios.
Fonte: https://goo.gl/ZfAoSe

27
27
UNIDADE Padrões de Qualidade do Ar e Controle da Poluição

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
G1. Estudo mostra que veículos a diesel despejam 40% da poluição particulada, 2011
Veículos movidos pelo combustível representam menos de 10% da frota. Ar mais limpo poupou
na capital 252 vidas em 2010, mostra estudo da USP.
https://goo.gl/OJebJ1
Jornalismo Ambiental. Monitoramento do Ar deixa muito a desejar em Porto Alegre
https://goo.gl/RNi5pT

Vídeos
Ação e Meio Ambiente. Poluição Atmosférica Veicular – PARTE 1
https://youtu.be/ChfaUUJ7wHc
Ação e Meio Ambiente. Poluição Atmosférica Veicular – PARTE 2
https://youtu.be/3AdH-daVuBk
Ação e Meio Ambiente. Poluição Atmosférica Veicular – PARTE 3
https://youtu.be/s_m_caHwkvQ
Controle de Emissões Atmosféricas
https://youtu.be/pc7Msy6xqO8

Leitura
IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Emissões relativas de poluentes do transporte motorizado de
passageiros nos grandes centros urbanos brasileiros
https://goo.gl/jJw9v9
https://goo.gl/aWDUfS

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Referências
AG-SOLVE, 2008. Como controlar a qualidade do ar em indústrias. Di-
sponível em <https://www.agsolve.com.br/noticias/como-monitorar-a-quali-
dade-do-ar-em-industrias

ASSUNÇÃO, J. V. – Apostila do curso de seleção de equipamentos de controle


da poluição do ar (material didático auxiliar). CETESB, SP, 1986.

CETESB, 2016. Qualidade do ar no estado de São Paulo 2015 / CETESB. - -


São Paulo : CETESB, 2016. - (Série Relatórios / CETESB, ISSN 0103-4103)

CETESB, 2016. Qualidade do ar no estado de São Paulo 2015 / CETESB.

CETESB, 2016. Qualidade do ar no estado de São Paulo 2015 / CETESB. - -


São Paulo : CETESB, 2016. - (Série Relatórios / CETESB, ISSN 0103-4103)

CETESB, 2016. Qualidade do ar no estado de São Paulo 2015 / CETESB. - -


São Paulo : CETESB, 2016. - (Série Relatórios / CETESB, ISSN 0103-4103)

FEPAM. Qualidade ambiental. Disponível em < http://www.fepam.rs.gov.br/quali-


dade/iqar.asp>

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA


Diretoria de Controle e Fiscalização - DIRCOF Departamento de Qualidade Ambiental.

FIESP. Legislação e Normas da Construção, Emissões Atmosféricas. Dis-


ponível em: < http://www.fiesp.com.br/temas-ambientais/ver-todos/emissoes-at-
mosfericas>. Acessado em 5 de novembro de 2016.

CONAMA, RESOLUÇÃO/N.º 003 de 28 de junho de 1990. Publicada no D.O.U,


de 22/08/90, Seção I, Págs. 15.937 a 15.939. Disponível em http://www.mma.
gov.br/port/conama/res/res90/res0390.html

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