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Assunto (Tema): o livro didático no ensino de línguas

Daniele Brandão Araújo

ISACKSSON, I. A importância do livro didático no ensino de línguas. Revista Psicologia &


Saberes, v. 8, n. 12, p. 193-201, 2019. Disponível em:
https://revistas.cesmac.edu.br/psicologia/article/view/1086

─ O objetivo do autor é “[...] refletir sobre a importância do livro didático enquanto


ferramenta pedagógica no ensino de Línguas.” (p.193) Lembrando que é conveniente saber
“[...] que este é um assunto que deve ser constantemente pesquisado e estudado pelos
profissionais da educação, pois o livro didático também muda para adaptar-se as
transformações que ocorrem no mundo. E o professor de Línguas, seja materna ou
estrangeira, deve buscar no livro didático um apoio pedagógico para auxiliar na formação de
seus alunos.” (p. 194)

● A IMPORTÂNCIA E O USO DO LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO E


APRENDIZAGEM DE LÍNGUA

─ A utilização do livro didático como recurso principal no ensino, especialmente em línguas


estrangeiras, é controverso. Enquanto alguns criticam sua forma rasa e falta de
comunicatividade, outros o veem como um guia útil para os alunos e uma ferramenta para
manter a qualidade das aulas. A maioria dos professores reconhece sua importância,
especialmente no contexto atual. “ O fato é que o livro didático é uma ferramenta educacional
que se bem utilizado não deve ser deixado de lado. [...] Por outro lado, o professor deve estar
preparado para usar o livro em suas aulas. Usá- lo como apoio a outros recursos e também
como fonte de pesquisa tornando sua utilização muito mais atraente e produtiva.” (p. 195)

● Programa Nacional do Livro Didático – PNLD

─ O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação do Brasil,


seleciona livros didáticos a cada três anos para garantir a qualidade do material nas escolas
públicas. O Guia de Livros Didáticos estabelece critérios rigorosos para a pré-seleção dos
livros, orientando professores e escolas na escolha do material. Desde 2004, o PNLEM –
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Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio, ampliou o envio gratuito de livros para o
Ensino Médio, inicialmente para escolas do Norte e Nordeste, e posteriormente para todo o
país, exceto Minas Gerais e Paraná, que têm programas próprios de elaboração de materiais.

● Os critérios para escolher o livro didático

─ “[...] é necessário, por parte de cada escola, que haja uma preocupação com a seleção,
aquisição e distribuição desses livros para os alunos, havendo o cuidado de se observarem os
conteúdos e recursos que melhor se coadunem às necessidades prementes da comunidade
escolar, de forma que possibilite a participação ativa e democrática do professor e do aluno no
processo ensino-aprendizagem.” (p. 196)
─ Os critérios estabelecidos pelos Guias do MEC auxiliam na avaliação e escolha dos livros
didáticos, influenciando diretamente na qualidade das aulas e do processo de aprendizagem. A
associação francesa Savoir-Live publicou critérios essenciais para essa seleção, incluindo
Critérios Gerais, Didáticos, Pedagógicos e Específicos por disciplina. Segue-se eles:
o “Critérios Gerais: seu foco de análise é o formato (deve ser de fácil manipulação) e
organização estética do material (deve ser harmônica, coerente, com pontos
próprios que despertem a curiosidade);
o Critérios Didáticos: relação dos conteúdos contidos no livro com o currículo
proposto pela escola, se a maneira que as atividades são propostas incentivam o
aluno a pesquisar, encontrar soluções, etc.
o Critérios Pedagógicos: se o livro aborda aspectos que unem as teorias envolvidas
no processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos às atividades que as solidificam
como método;
o Critérios Específicos: são levados em consideração os aspectos relacionados à
disciplina avaliada.” (p.197)

● O PAPEL DO LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

─ “Segundo Kramsch (1988) identifica quatro importantes características dos livros


didáticos de língua estrangeira:
(1) são orientados por princípios: princípios básicos de conhecimento, segundo o modelo de
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teoria de linguagem adotado; (2) são metódicos: o conhecimento é dividido em itens e
classificado, e a aprendizagem é sequencial e cumulativa; (3) são autoritários: o que o livro
diz é sempre verdade; (4) são literais: devem ser seguidos literalmente e possuem formas e
significados literais.” (p.197)

● OS CRITÉRIOS PARA ESCOLHER O LIVRO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE


LÍNGUA ESTRANGEIRA

─ O livro didático de língua estrangeira deve abordar questões culturais relevantes, além de
ensinar a língua em si. “Kramsch destaca quatro características que o livro didático deve levar
em conta ao abordar cultura: (1) informação factual [...] (2) relações entre os fatos [...] (3)
construção de conceitos a partir dos fatos: [...] (4) desenvolvimento de habilidades cognitivas
e afetivas [...]” (p.199)
No entanto, muitos livros não tratam a cultura de forma crítica, apenas reproduzindo
estereótipos e hábitos superficiais. A falta de reflexão sobre a dimensão sociológica do livro
didático pode resultar em perpetuação de preconceitos e valores. É fundamental que os
materiais considerem a cultura do aprendiz e promovam o pensamento crítico, confrontando
as culturas apresentadas com as dos alunos. No entanto, a produção de livros didáticos muitas
vezes não considera essa abordagem crítica da cultura, sendo voltada para o mercado global e
priorizando a perpetuação de valores da língua ensinada.

● O QUE CARACTERIZA O LIVRO DIDÁTICO?

─ “O livro didático é considerado, por muitos alunos e professores, o ‘“recurso por


excelência”’. [...] Dentre os principais objetivos do livro didático está o de contribuir para a
socialização e a universalização do conhecimento, bem como para a melhoria da qualidade do
ensino.” (p. 200)

● CONSIDERAÇÕES FINAIS

─ O Livro Didático é essencial para o ensino nas escolas públicas, juntamente com
dicionários e obras complementares, conforme o Programa Nacional do Livro Didático. Sua
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eficácia depende do papel do professor como mediador do ensino-aprendizagem. O mau uso
do livro geralmente ocorre devido à falta de preparação técnica ou pedagógica dos
professores, resultando em uma utilização inadequada ao longo do ano letivo. É importante
que os professores utilizem o livro como um recurso em momentos específicos,
transcendendo as sugestões, para garantir uma educação mais abrangente e adaptada ao meio
social e cultural dos alunos. Pois caso contrário “o Livro Didático perde sua real utilidade
deixando os educandos limitadíssimos. Até porque esse mesmo livro será reutilizado durante
o curso de ensino médio, ou seja, nos três anos.”(p. 200)
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