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─ “[...] é necessário, por parte de cada escola, que haja uma preocupação com a seleção,
aquisição e distribuição desses livros para os alunos, havendo o cuidado de se observarem os
conteúdos e recursos que melhor se coadunem às necessidades prementes da comunidade
escolar, de forma que possibilite a participação ativa e democrática do professor e do aluno no
processo ensino-aprendizagem.” (p. 196)
─ Os critérios estabelecidos pelos Guias do MEC auxiliam na avaliação e escolha dos livros
didáticos, influenciando diretamente na qualidade das aulas e do processo de aprendizagem. A
associação francesa Savoir-Live publicou critérios essenciais para essa seleção, incluindo
Critérios Gerais, Didáticos, Pedagógicos e Específicos por disciplina. Segue-se eles:
o “Critérios Gerais: seu foco de análise é o formato (deve ser de fácil manipulação) e
organização estética do material (deve ser harmônica, coerente, com pontos
próprios que despertem a curiosidade);
o Critérios Didáticos: relação dos conteúdos contidos no livro com o currículo
proposto pela escola, se a maneira que as atividades são propostas incentivam o
aluno a pesquisar, encontrar soluções, etc.
o Critérios Pedagógicos: se o livro aborda aspectos que unem as teorias envolvidas
no processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos às atividades que as solidificam
como método;
o Critérios Específicos: são levados em consideração os aspectos relacionados à
disciplina avaliada.” (p.197)
─ O livro didático de língua estrangeira deve abordar questões culturais relevantes, além de
ensinar a língua em si. “Kramsch destaca quatro características que o livro didático deve levar
em conta ao abordar cultura: (1) informação factual [...] (2) relações entre os fatos [...] (3)
construção de conceitos a partir dos fatos: [...] (4) desenvolvimento de habilidades cognitivas
e afetivas [...]” (p.199)
No entanto, muitos livros não tratam a cultura de forma crítica, apenas reproduzindo
estereótipos e hábitos superficiais. A falta de reflexão sobre a dimensão sociológica do livro
didático pode resultar em perpetuação de preconceitos e valores. É fundamental que os
materiais considerem a cultura do aprendiz e promovam o pensamento crítico, confrontando
as culturas apresentadas com as dos alunos. No entanto, a produção de livros didáticos muitas
vezes não considera essa abordagem crítica da cultura, sendo voltada para o mercado global e
priorizando a perpetuação de valores da língua ensinada.
● CONSIDERAÇÕES FINAIS
─ O Livro Didático é essencial para o ensino nas escolas públicas, juntamente com
dicionários e obras complementares, conforme o Programa Nacional do Livro Didático. Sua
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eficácia depende do papel do professor como mediador do ensino-aprendizagem. O mau uso
do livro geralmente ocorre devido à falta de preparação técnica ou pedagógica dos
professores, resultando em uma utilização inadequada ao longo do ano letivo. É importante
que os professores utilizem o livro como um recurso em momentos específicos,
transcendendo as sugestões, para garantir uma educação mais abrangente e adaptada ao meio
social e cultural dos alunos. Pois caso contrário “o Livro Didático perde sua real utilidade
deixando os educandos limitadíssimos. Até porque esse mesmo livro será reutilizado durante
o curso de ensino médio, ou seja, nos três anos.”(p. 200)
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